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APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 1 ANO ENSINO MEDIO-convertido

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APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 1º ANO 
ENSINO MÉDIO – COLÉGIO ESTDUAL SINÉSIO 
COSTA. 
 
1.1. A PALAVRA SOCIOLOGIA 
 
A palavra sociologia foi criada pelo pensador francês Augusto Comte em 1839 em 
seu curso de filosofia positiva. A palavra sociologia é híbrida, isto é, ela é formada por 
duas línguas diferentes: Sócio do latim significa social ou sociedade, logia do grego 
significa estudo, formando assim, o “estudo do social” ou “estudo da sociedade”. 
 
1.2. CONCEITOS DE SOCIOLOGIA 
 
A sociologia possui uma infinidade de conceitos para identificá-la e explicá-la, 
diferenciando-a de outras ciências ou tipos de conhecimentos. Vejamos alguns 
conceitos segundo alguns sociólogos: para Durkheim “a sociologia é a ciência das 
instituições”; para L. Ward e W. G. Summer “a sociologia é a ciência da sociedade”; 
para F. H. Gilddings “a sociologia é a ciência dos fenômenos sociais”. Ela também já 
foi definida por Robert Park como “ciência do comportamento coletivo”, por Small 
de “ciência das relações humanas”. Para Weber a “sociologia é a ciência que procura 
uma compreensão interpretativa da ação social para a partir daí chegar à explicação 
causal do seu sentido e dos seus efeitos”. 
Para alguns sociólogos brasileiros como Carlos Benedito Martins a “sociologia é o 
resultado de uma tentativa de compreensão de situações sociais radicalmente novas 
criada pela então sociedade capitalista”; para Costa Pinto a “sociologia é o estudo 
científico da formação, organização e transformação da sociedade humana”. 
 
1.3. OBJETIVO, OBJETO, CAMPO DE ESTUDO E IMPORTÂNCIA. 
 
O objetivo da sociologia é aumentar ao máximo o conhecimento do homem e 
da sociedade através da investigação científica. 
O objeto de estudo da sociologia é os fenômenos sociais, isto é, tudo aquilo que 
se refere às relações entre as pessoas, suas questões nos seus grupos sociais ou entre 
os grupos dinamizando a sociedade como um todo. 
 O campo de estudo da sociologia é a sociedade como um todo, envolvendo 
todas as suas particularidades, sejam em características políticas, econômicas, sociais, 
culturais, históricas, etc. 
 A sociologia é importante porque nos permite compreender melhor a 
sociedade em que vivemos e conseqüentemente, explicar e buscar soluções para a 
complexidade das questões sociais. Assim a sociologia vem se tornando uma ciência 
imprescindível para o conhecimento do mundo atual. 
_____________________________________________________________________________________
___ 
1ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno: 
a) – Explique o significado da palavra sociologia. 
b) – O que é social? 
c) – O que é sociedade? 
d) – Formule um conceito de sociologia. 
e) – Qual o objetivo, objeto, campo de estudo e importância da sociologia? 
________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
1.4. A SOCIOLOGIA E AS DEMAIS CIÊNCIAS 
SOCIAIS 
 
 Com a complexidade do mundo social e o avanço do conhecimento, tornou-
se necessária uma divisão das ciências sociais em diversas disciplinas, com a finalidade 
de produzir um conhecimento mais rigoroso e criterioso, facilitando a sistematização 
do estudo e das pesquisas. Assim podemos destacar algumas ciências sociais que 
contribuem para os estudos sociológicos e o entendimento do mundo social: 
Economia – estuda as atividades ligadas à produção, distribuição, circulação de 
bens e serviços; 
Ciência política – estuda a distribuição de poder nas sociedades, bem como a 
formação e o desenvolvimento das diversas formas de governos; 
Antropologia – estuda e pesquisa as semelhanças e diferenças culturais entre os 
vários agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das culturas. 
 
1.5. O CONHECIMENTO SOCIOLÓGICO 
 
 A sociologia se baseia no conhecimento científico, por isso, utiliza-se das regras 
metodológicas da ciência social como a pesquisa, a objetividade, a observação, as entrevistas 
e questionários. 
 
1.6. O SER SOCIOLÓGICO E O SER BIOLÓGICO 
 
 Observando a sociedade, percebemos que as pessoas caminham, correm, 
dormem, respiram – isso é biológico (orgânico). Mas as pessoas também cooperam 
umas com as outras no trabalho, recebem salários, descontam cheques, entram em 
greve, estudam, namoram, casam e etc – isso é sociológico (superorgânico); são essas 
atividades que fazem do homem um ser sociológico e, que merecem toda a atenção 
da sociologia enquanto ciência que busca a compreensão e explicação dos diversos 
tipos de relações sociais. 
1.7. PRINCIPAIS TEMAS SOCIOLÓGICOS 
 
Como a sociedade é formada pelos diversos tipos de relações sociais, a 
sociologia se interessa por essas relações que dinamizam a sociedade, por isso, seus 
principais temas se envolvem e se confundem dentro da complexidade das relações 
sociais - dentro dos grupos sociais: da família, de amigos, do trabalho, da cultura, da 
ideologia, da cidadania, da política, da economia, isto é, em todos os níveis de relações 
sociais. 
 
1.8. A SOCIOLOGIA EM NOSSO COTIDIANO 
 
A sociologia convive constantemente em nosso dia-a-dia. Vivemos em 
sociedade, estamos sempre nos relacionando com outras pessoas através dos grupos 
sociais, quando não estamos em casa com o nosso grupo familiar, estamos na rua com 
o grupo de amigos ou na escola nos relacionando com os colegas, enfim estamos 
sempre nos relacionando socialmente. Fazemos parte de um sistema estrutural e 
conjuntural no qual precisamos compreender e descobrir que muitos fatos 
(“problemas”) que ocorrem em nossa vida diária esta ligada às condições sociais. É 
neste conjunto de ralações sociais que a sociologia busca compreender e explicar a 
sociedade, nossa complexidade, antagonismo, harmonia, crises, etc. 
_________________________________________________________________
__ 
 
2ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno: 
a) – Cite e explique as principais ciências sociais. 
b) – Em que se baseia o conhecimento sociológico? 
c) – Diferencie o ser sociológico do ser biológico. 
d) – Cite alguns temas de interesse da sociologia. 
e) – Explique como o conhecimento sociológico pode ser importante em nosso cotidiano? 
_____________________________________________________________________________
___ 
 
 
2.1. HISTÓRIA DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO 
 
A busca de compreensão e explicação da sociedade já existia desde a 
Antiguidade, passando pelo Período Medieval e Idade Moderna, mas este pensamento 
não tinha uma base sociológica, pois os filósofos dessa época acreditavam que Deus 
e a natureza controlavam a sociedade, teorizavam modelos de sociedades ideais 
requisitando às pessoas que seguissem esses modelos, por isso, durante todos esses 
períodos o pensamento sobre o social estava influenciado por um 
caráter normativo (estabelecer regras para vida social) e finalista (objetivo de uma 
organização social ideal), impedindo um entendimento científico da realidade social. 
Outro fator que contribuiu para a inexistência da sociologia foi o fato de que as 
sociedades pré-capitalistas eram relativamente estáveis, o ritmo e o nível das 
mudanças eram razoavelmente lentos, não se percebendo a sociedade enquanto um 
“problema” merecedor de análises e investigação minuciosa (científica). 
 
2.2. TEORIAS QUE INFLUENCIARAM NA FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA 
 
Para a sociologia se consolidar como ciência ela teve que abandonar seu caráter 
normativo e finalista. Por isso, ela sofreu a influência de teorias e métodos das ciências 
biológicas e naturais: a teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882), onde 
diz que ao longo de milhões de anos todas as espécies de seres vivos evoluíram; A 
biologia foi outra ciência que influenciou na cientificidade sociológica, através de 
Herbert Spencer (1820-1903), que criou uma sociologia organicista onde se fazia 
uma analogia do organismo vivo com a sociedade. Neste contexto foi fundamental 
aceitar a idéia de que os fenômenos sociais obedecem a leis naturais, embora 
produzidaspelos homens, esta foi a importância do positivismo que deu os 
primeiros passos para a cientificidade da sociologia. Foi, por isso, também, que logo 
no seu início, a sociologia recebeu outros nomes como fisiologia social (por Saint-
Simon), ou física social (por Augusto Comte). 
Outros teóricos fizeram suas interpretações sociais buscando dar à sociologia 
um caráter de ciência, buscando a consolidação definitiva sobre um conhecimento 
verdadeiro e importante para a sociedade; estes desenvolveram um conhecimento 
científico-social onde abrange todos os aspectos da sociedade, utilizando-se de outras 
ciências sociais como a economia (produção material), política (relações de poder), 
antropologia (aspectos culturais) e outras. Neste processo foram importantes as 
contribuições de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber. 
 
2.3. FATORES HISTÓRICOS 
 
Os fatores ou transformações históricas que contribuíram para a consolidação 
do capitalismo e o surgimento da sociologia estão relacionados ao contexto geral da 
transição do feudalismo para o capitalismo, onde podemos destacar: 
Os fatores históricos que vinham ocorrendo desde o século XVI como: 
Reforma Protestante (mudança religiosa), Formação dos Estados Nacionais e o 
Absolutismo (mudança política e territorial), Grandes navegações (mudança 
geográfica), Humanismo/Renascimento (mudança cultural), Revolução científica 
(mudança na ciência), Iluminismo (mudança ideológica). 
As transformações socioeconômicas do século XVIII provocadas pela 
dupla revolução: 
Revolução Francesa representou a mudança política-jurídica na história das 
sociedades ocidental, baseado nos ideais iluministas de liberdade, igualdade e 
fraternidade, a burguesia que já dominava o poder econômico reivindicava agora o 
poder político, o que aconteceu durante a revolução francesa. Assim adotaram novo 
regime político de representatividade política e sistemas econômicos favoráveis aos 
seus interesses. 
Revolução Industrial representou as transformações de mudança 
socioeconômicas, com o surgimento das máquinas, com maior divisão técnica do 
trabalho, com o aumento da produção, da urbanização, do êxodo rural; a sociedade 
torna-se mais complexa e dinâmica, agravando-se também as questões sociais 
como: crescimento acelerado do desemprego, miséria, alcoolismo, prostituição e etc. 
 
2.4. A RELAÇÃO DO CAPITALISMO COM A SOCIOLOGIA 
 
O surgimento, a formação e o desenvolvimento da sociologia está relacionados 
diretamente com a consolidação do capitalismo a partir da Revolução industrial e 
da Revolução francesa do século XVIII, que criaram novas condições sócio-
econômicas e político-ideológico, que caracterizam a sociedade capitalista, como o 
surgimento da indústria, da relação entre burguesia e operário, de regimes políticos e 
leis burguesas. 
O sistema capitalista possui uma estrutura social inédita na história da 
humanidade, que nos instiga a uma reflexão sobre este sistema, suas transformações, 
suas crises, seus antagonismos. 
É dentro desse contexto que surge a necessidade de se compreender e explicar 
essa nova realidade. Por isso, precisou-se de uma ciência que estivesse voltada para 
essas transformações. A sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual 
às novas situações geradas pela nascente sociedade capitalista industrial. 
__________________________________________________________________________________________________________
____ 
3ª– ATIVIDADE – Responda em seu caderno: 
a) – Por que a sociologia não existia antes? O que é um pensamento sociológico? 
b) – Como era o pensamento social na antiguidade, idade média e moderna? 
c) – Que teorias influenciaram na formação da sociologia? 
d) – Cite os fatores históricos que contribuíram para o surgimento da sociologia. 
e) – Que revoluções do século XVIII criaram as condições para o surgimento da sociologia? 
f) – Explique a relação da consolidação do capitalismo com o surgimento da sociologia. 
_____________________________________________________________________________________________________ 
 
2.5. AS CORRENTES SOCIOLÓGICAS 
 
A existência de interesses opostos na sociedade capitalista penetrou e invadiu a 
formação da sociologia, impedindo um entendimento comum por parte dos 
pensadores, por isso, a sociologia se dividiu ideologicamente entre a conservação e a 
transformação do status quo, dando margem ao nascimento de diferentes tradições 
sociológicas (correntes sociológicas) que representam as diferentes tendências 
ideológicas de compreensão e explicação da sociedade capitalista. Assim, temos as 
primeiras teorias sobre as transformações provocadas pelo capitalismo: 
Profetas do passado – representados pelos pensadores Edmund Burk (1729-
1797), Joseph de Maistre (1753-1821) e Louis de Bonald (1754-1840). Estes eram 
conservadores e tradicionalistas, tinham um pensamento reacionário: condenavam o 
iluminismo e a revolução francesa, culpavam pelo caos social, desorganização da 
família, da religião, das corporações. Estes ideólogos eram apaixonados pelo 
equilíbrio das instituições religiosas, monárquicas e aristocráticas da época feudal. Por 
isso, defendiam a ordem e o equilíbrio da sociedade, preocuparam-se com o controle, 
integração, posição, hierarquias sociais e também com os rituais da sociedade. 
Socialismo utópico (ou romântico) – representados por Saint-Simon (1760-
1825), Charles Fourier (1772-1837), Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), Louis 
Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858). Estes eram transformadores, mas 
românticos, pois acreditavam que os ricos capitalistas voluntariamente abririam mão 
de suas riquezas partilhando com os pobres; apelavam para a natureza boa do ser 
humano que foi pervertida pelo sistema capitalista. Eram utópicos porque criticavam 
o capitalismo e anunciavam os princípios de uma sociedade futura ideal, mas sem 
indicar os meios para torná-la real. 
Positivismo – O positivismo é uma matriz teórico-filosófica que deu origem a 
uma sociologia conservadora e afirmadora da sociedade capitalista. Representado por 
Augusto Comte (1798-1857) e Emile Durkheim (1858-1917). Estes se dedicaram em 
buscar a estabilidade social, preocuparam-se com os problemas da manutenção da 
ordem capitalista, queriam estabelecer o bom funcionamento desta sociedade, 
pretendiam solucionar os problemas sociais através da coerção física e da educação 
moral, esta seria a função da sociologia enquanto ciência positiva. 
Socialismo científico – representado por Karl Marx (1818-1883) e Frederic 
Engels (1820-1895). As idéias marxianas eram de base estritamente econômica, assim, 
todas as questões sociais tinham origem na desigualdade econômica entre as classes 
proprietárias e as não proprietárias dos meios de produção. Por isso, pretendiam 
realizar mudanças radicais nesta sociedade através de uma revolução socialista do 
proletariado, introduzindo a sociedade comunista como uma sociedade justa e 
igualitária. Essa perspectiva despertou um pensamento sociológico crítico e negador 
da sociedade capitalista. 
Funcionalismo – representa uma teoria reprodutora e conservadora da 
sociedade capitalista. O principal representante do funcionalismo é Emile Durkheim 
(1858-1917), este pensador estabelece uma analogia entre a sociedade e o organismo 
biológico humano. Assim a sociedade funciona graças a seu sistema orgânico, onde 
cada instituição ou pessoa faz parte de relações funcionais, fazendo uma organização 
social de dependência e complementaridade das atividades sociais, assim a sociedade 
é um todo organizado e harmônico. 
Marxismo – corresponde às várias interpretações e continuação 
complementares das teorias de Karl Marx e Engels. Entre seus principais 
representantes podemos destacar: Lênin (1870-1924), Rosa Luxemburgo (1871-1919), 
Gramsci (1891-1937) e outros. Baseado no socialismo científico e nas novas 
conjunturas e contexto em que viviam, estes pensadores desenvolveram novas 
perspectivas teóricas e práticas, implementando assim o socialismoreal, diferente do 
socialismo ideal (proposto por Marx). 
Escola de Chicago – fundada em 1892, seus principais representantes são 
George Homans Cooley (1846-1929), Talcott Parsons (1902), Robert K. Merton 
(1910). Estes foram influenciados pelo positivismo e o funcionalismo do francês 
Durkheim, do polonês Malinowski (1884-1942), e do italiano Vilfredo Pareto (1848-
1923). Assim a sociologia chegou aos E.U.A, através da escola de Chicago que 
desenvolveu a investigação de campo, de dados empíricos neutros e objetivos, com 
procedimentos quantitativos e estatísticos, foram pioneiros nos métodos ecológicos 
e etnográficos; desvinculando-se da realidade concreta de sua época, construíram 
vários conceitos arbitrários e artificiais, dedicando-se a casos isolados e irrelevantes 
como as relações sociais em outras sociedades e outros momentos. A sociologia 
norte-americana pretendia neutralizar os ideais e teorias do socialismo marxista, 
entretanto, também romperam com o estilo dos clássicos que se dedicaram a uma 
significação histórica como a formação do capitalismo e a totalidade da vida social. 
Escola de Frankfurt – fundada em 1923, sob o nome de Instituto de Pesquisa 
Social, seus principais representantes são: Max Horkheimer (1895-1973), Walter 
Benjamin (1892-1940), Theodor W. Adorno (1906-1969), Herbert Marcuse (1898-
1979) e Jurgem Habermas (1929). Sua filosofia também é conhecida como Teoria 
crítica. Os frankfurtianos criticam a dominação da natureza para fins lucrativos 
colocando a ciência e a técnica a serviço do capital. Os frankfurtianos querem 
recuperar a razão não repressora, capaz de autocrítica e a serviço da emancipação 
humana. Esses pensadores reutilizam o conceito de iluminismo em sentido mais 
amplo – um pensador iluminista sempre combate as supertições, o arbítrio do poder 
e defende o pluralismo e a tolerância. 
_____________________________________________________________________________________
___ 
 
4ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno: 
a) – O que são correntes sociológicas? 
b) – Por que existem diferentes correntes sociológicas? 
c) – Diferencie as idéias dos Profetas do Passado do Positivismo? 
d) – Diferencie o Socialismo Utópico do Socialismo Científico. 
e) – Diferencie o Marxismo de Funcionalismo. 
f) – Diferencie as idéias propostas na Escola de Chicago da Escola de Frankfurt 
_____________________________________________________________________________
___ 
 
2.6. OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA 
 
Os primeiros pensadores que testemunharam as transformações sociais que 
ocorriam desde o século XVIII e que se preocuparam em compreender e explicá-las, 
não eram homens de ciência ou sociólogos que viviam desta profissão. Eram antes de 
tudo homens voltados para a ação, que desejavam introduzir determinadas 
modificações na sociedade. Participavam ativamente dos debates ideológicos em que 
se envolviam as correntes liberais, conservadoras e socialistas. Eles não desejaram 
introduzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela 
revolução industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para 
manter, como para reformar ou modificar radicalmente a sociedade de seu 
tempo. Entre esses pensadores podemos 
destacar: Comte, Marx, Durkheim e Weber. Estes são considerados clássicos da 
sociologia, pois seus pensamentos ainda têm poder explicativo, sua vitalidade teórica 
e explicativa ainda alcança a era contemporânea, embora apresente limitações. 
 COMTE MARX DURKHEIM WEBE
R 
__________________________________________________________________________________________________________
____ 
5ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno: 
a) – Cite os principais pensadores sociais do século XVIII considerados clássicos da sociologia. 
b) – Por que os primeiros os pensadores do século XVIII não eram homens de ciência ou sociólogos 
que viviam dessa profissão? 
c) – Por que os pensadores sociais do século XVIII não desejavam apenas introduzir um mero 
conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial? 
d) – Por que os principais pensadores sociais do século XVIII são considerados clássicos da 
sociologia? 
_____________________________________________________________________________________________________ 
 
 
3.1. VIDA E OBRA 
 
Isidore Augusto Marie François Xavier Comte, filósofo e matemático francês, 
nasceu em Montpelier a 19 de janeiro de 1798. Foi fundador do positivismo foi ele 
também que batizou com o nome de sociologia uma nova ciência que antes ele 
chamava de “física social”. Augusto Comte foi importante para a sociologia, pois, 
através de sua perspectiva positivista que deu os primeiros passos para a cientificidade 
da sociologia, mas ainda confundida com uma filosofia social e religiosidade de tipo 
ideologicamente conservadora. Suas principais obras são: Curso de Filosofia Positiva 
e Sistema de Política Positiva. 
__________________________________________________________________________________________________ 
6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Explique a importância de Augusto Comte para a sociologia? 
b) – Cite as principais obras de Augusto Comte. 
c) – Que nome Comte usou pela primeira vez antes de sociologia? 
d) – Com o que é confundida a cientificidade de Comte? 
e) – Comte é um pensador de tendência ideologicamente? 
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
3.2. OS TRÊS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO POSITIVISMO COMTEANO 
 
I – Prioridade do todo sobre as partes: significa que, para compreender e explicar 
um fenômeno social particular devemos analisá-lo no contexto global a que 
pertence. Considerava que tanto a sociologia estática (estudo da ordem das 
sociedades em determinado momento histórico) quanto à sociologia dinâmica 
(estudo da evolução das sociedades no tempo) deveriam analisar a sociedade, de 
uma determinada época, correlacionando-a a sua história e a história da humanidade 
(a sociologia de Comte é, na realidade, sociologia comparada, tendo como quadro 
de referência a história universal); 
II – O progresso do conhecimento é característica da sociedade humana: a 
sucessão de gerações, com seus conhecimentos permiti uma cumulação de 
experiências e de saber que constitui um patrimônio espiritual objetivo e liga as 
gerações entre si, existe uma coerência entre o estágio dos conhecimentos e a 
organização social; 
III – O homem é o mesmo por toda à parte e em todos os termos: em virtude 
de possuir idêntica constituição biológica e sistema cerebral. 
 
 
 
________________________________________________________________________________________________________ 
7ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Cite os três princípios básicos do positivismo comteano. 
b) – Explique o primeiro principio básico do positivismo comteano. 
c) – Diferencie sociologia estática de sociologia dinâmica segundo os princípios comteano. 
d) – Como é a sociologia de Comte? 
e) – Como Comte explique o progresso da sociedade humana? 
f) – Explique por que Comte diz que o “homem é o mesmo por toda a parte e em todos os 
tempos”? 
_____________________________________________________________________________________________________ 
 
3.3. A LEI DOS TRÊS ESTADOS 
 
1°. Estado teológico ou fictício – na fase inicial da evolução histórica, o mundo, a 
vida, os fenômenos em geral são explicados através dos recursos das forças 
sobrenaturais, mágicas dos deuses, primeiramente é a forma de feiticismo no 
monoteísmo. 
A esta forma de conhecimento, corresponde uma forma de organização sócio-
política: o Governo Monárquico em que o poder real absoluto é legitimado pelo 
direito divino. Aqui se explicam os diversos fenômenos através de causas primeiras, 
em geral personificadas nos deuses. O estado teológico subdividiu-se em: 
a). Fetichismo, em que o homem confere vida, ação e podersobrenaturais a seres 
inanimados e a animais. 
b). Politeísmo, quando atribui às diversas potências sobrenaturais ou deuses certos 
traços da natureza humana (motivações, vícios e virtudes). 
c). Monoteísmo, quando se desenvolve a crença num Deus único. 
2º. Estado metafísico ou abstrato – nesta fase assim como na anterior a sociedade 
ainda busca explicações de caráter absoluto. A diferença é que a divindade é 
substituída por conceitos como a “essência” e substância (a coisa em si), “causas 
primárias” (origem absoluta), “causas finais” (destinado absoluto), que embora 
produzidos pela razão, não pode ser comparadas objetivamente. A organização sócio-
política próprio a esta fase é a República liberal, fundamentada em suposições 
metafísicas, ou seja, nos direitos humanos. 
As causas primárias são substituídas por causas mais gerais – as entidades 
metafísicas – , buscando nestas entidades (idéias) explicações sobre a natureza das 
coisas e a causa dos acontecimentos. 
3°. Estado positivo ou científico – é o último estágio da evolução humana, em que 
a sociedade atinge o conhecimento científico, isto é, verificável, objetivo e que se 
expressa em termos de leis naturais. A filosofia de Comte é justamente uma análise 
do estado positivo. O homem tenta compreender as relações entre as coisas e os 
acontecimentos através da observação científica e do raciocínio, formulando leis; 
portanto, não mais procura conhecer a última das coisas e as causas absolutas. 
______________________________________________________________________________________________________ 
8ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a). Cite os três estados do progresso da evolução da humanidade segundo a teoria de Comte. 
b) – O que é o estado teológico ou fictício? 
c) – Explique a que corresponde o estado teológico ou fictício segundo uma organização sócio-
política? 
d) – Qual o segundo estado da evolução da humanidade segundo a teoria de Comte? 
e) – Diferencie o estado teológico do estado metafísico. 
f) – Segundo Comte, qual o terceiro estado da evolução da humanidade? E o que ele significa? 
_________________________________________________________________________________________________________ 
 
3.4. O CONHECIMENTO POSITIVO 
 
Segundo Comte, o único conhecimento válido é que se baseia em fatos. Por isso, 
a imaginação deve estar completamente subordinada a observação da realidade 
sensível e manipulável pela técnica. Constantemente, abandona-se qualquer tentativa 
de conhecimento absoluto ou pelas causas, o objetivo é chegar às leis, ou seja, as 
relações constantes que os fatos possuem entre si. 
 Para Comte, somente a filosofia positivista, livre das teologias e da metafísica, 
poderia superar as contradições da humanidade, levando a alcançar o seu destino de 
progresso. 
 
3.5. A CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS 
 
Comte classificou as ciências segundo dois critérios interdependentes: 
a).O critério de generalidade decrescente e complexidade crescente; 
b).O critério histórico, a ordem histórica das ciências: matemática, astronomia, física, 
química, biologia e sociologia. 
 
3.6. A POLÍTICA POSITIVISTA 
 
O fundamento da política positiva é: “o amor por princípio, a ordem por base e 
o progresso por fim”. Só pode haver progresso social na medida em que o governo 
mantém a ordem, reprimindo as manifestações críticas, sufocando revoltas, 
garantindo desta forma a paz, a ordem e o progresso. 
Para Comte, o governo deve ser ditatorial, para poder instaurar a nova moral 
positiva, subordinando os interesses individuais ao coletivo, garantir a ordem social a 
qualquer custo. 
 
3.7. A RELIGIÃO DA HUMANIDADE 
 
Comte propôs uma religião positivista, cujo objeto de culto é a própria 
humanidade, através da veneração dos motivos, principalmente os filósofos e 
cientistas. Essa religião seria a base da política positiva, na medida em que seus 
sacerdotes, os sábios deveriam inculcar na sociedade os princípios morais. 
_____________________________________________________________________________________________________ 
9ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Segundo Augusto Comte, o que é o conhecimento positivo? 
b) – Como Comte classifica as ciências? 
c) – Em que se fundamenta a política positivista? 
d) – Para Comte, como deve ser o governo? 
e) – Explique a religião da humanidade como uma religião positivista proposta por Comte. 
__________________________________________________________________________________________________________
___ 
 
 
 
4.1. VIDA E OBRA 
 
Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trier cidade situada na 
fronteira da Prússia Renana com a França. Marx foi um dos principais pensadores 
do século XIX, ele foi fundador do socialismo científico e grande ativista a favor da 
revolução proletária, apesar de não ser um sociólogo de profissão, suas teorias 
despertaram a consciência de uma sociologia crítica. Uma das principais características 
do pensamento de Marx é a Práxis, isto é, não foi um teórico de gabinete ele aliava 
teoria e prática, participando dos movimentos sociais e revolucionários. Era um 
pensador de tendência ideológica transformadora, pretendia transformar a sociedade 
capitalista em uma sociedade comunista através da revolução socialista proletária. 
Entre suas principais obras podemos destacar: A Sagrada Família (1845), A Ideologia 
Alemã (1845-1846), Miséria da Filosofia, Manifesto do partido comunista, As lutas de 
classe na França (1850/59), o 18 Brumário de Luis Bonaparte (1852/55), Crítica da 
economia política (1859) e O capital. 
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
10ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Quem foi Karl Marx? 
b) – Qual a principal característica do pensamento de Marx? 
c) – O que é Práxis? 
d) – Qual a tendência ideológica de Karl Marx? 
e) – Quais as principais obras de Marx? 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
4.2. INFRAESTRUTURA (BASE) E SUPERESTRUTURA 
 
Marx considerava que não se pode pensar a relação individuo e sociedade 
separadamente das condições materiais em que essas relações se apoiam. Para ele, as 
condições materiais de toda sociedade condicionam as demais relações sociais. Em 
outras palavras, para viver, os homens têm de, inicialmente transformar a natureza, 
ou seja, caçar, construir abrigos, utensílios, etc., sem o que não poderiam existir como 
seres vivos. Por isso, o estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das 
relações sociais (de produção) que os homens estabelecem entre si e no processo de 
produção. Essas relações sociais de produção são a base (infraestrutura) – é o modo 
de produção, a maneira básica como a sociedade organiza a produção de bens. 
A superestrutura repousa sobre a base e tem que refletir sua forma, na produção da 
vida os homens geram também outra espécie de produtos que não têm forma 
material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos morais e estéticos, 
sistemas legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico, 
representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de 
vida diversa e plasmada de um modo peculiar. 
Para Marx, portanto, a produção é a raiz de toda a estrutura social. Na sociedade 
antiga, por exemplo, a relação social básica era a relação senhor x escravo. Não 
podemos, segundo Marx, entender a política ou a cultura dessa época sem 
primeiramente estudar essa relação básica que condicionava todo o resto da 
sociedade. 
 
4.3. CLASSES SOCIAIS E LUTA DE CLASSES 
 
Para Marx, o modo de produção capitalista se caracteriza pela divisão da 
sociedade em classes, na exploração do trabalhador e na alienação, gerando assim uma 
sociedade desigual, antagônica, injusta, irracional e anárquica que deve ser substituída 
pelo socialismo através darevolução proletária. 
Segundo Marx, na sociedade capitalista as relações sociais de produção definem 
duas grandes classes: de um lado, os capitalistas, que são aquelas pessoas que 
possuem os meios de produção (máquinas, ferramentas, capital, etc) necessários para 
transformar a natureza e produzir mercadorias; do outro lado, os trabalhadores, 
também chamados, no seu conjunto, de proletariados, aqueles que nada possuem, a 
não ser o seu corpo e sua disposição para trabalhar. Assim o conceito de classe em 
Marx estabelece um grupo de indivíduos que ocupam uma mesma posição no 
processo de produção e nas relações de produção, em determinada sociedade. A classe 
a que pertencemos é que condiciona de maneira decisiva nossa atuação social. Neste 
sentido, é principalmente a situação de classe que condiciona a existência do individuo 
e sua relação com o resto da sociedade: podemos compartilhar idéias, amizades e 
comportamentos de indivíduos de outras classes, mas no momento de conflito, como 
nas greves ou mesmo no mercado (consumo), as diferenças irão aparecer de acordo 
com a classe a que pertencemos. Nessa relação de classes surgem a “classe em si” e 
“classe para si”: 
- “Classe em si” – quando o individuo não tem consciência de classe, ele encontra-
se em qualquer posição (status) na estrutura econômica; 
- “Classe para si” – quando a pessoa tem consciência de classe, ele assume uma 
posição político-ideológica. 
_________________________________________________________________
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11ª – ATIVIDADE. Responda em caderno: 
a) – Por que Marx considera que não se pode pensar a relação individuo e sociedade separadamente 
das condições materiais que essas relações se apoiam? 
b) – Segundo Marx, o que se entende por infraestrutura e superestrutura? 
c) – Para Marx, o que caracteriza o modo de produção capitalista? 
d) – Para Marx, como a sociedade capitalista deve ser substituída? 
__________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
_________________________________________________________________________ 
CONTINUAÇÃO (11ª). Responda em seu caderno: 
a) – Explique as duas grandes classes que existem na sociedade capitalista definidas por Marx? 
b) – Conceitue classe, segundo Karl Marx. 
c) – Segundo Marx, o que condiciona ou determina a vida das pessoas na sociedade capitalista? 
d) – Diferencie “classe em si” de “classe para si”. 
__________________________________________________________________________ 
 
4.4. MODO DE PRODUÇÃO E RELAÇÕES DE PRODUÇÃO 
 
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam diretamente da produção, da 
distribuição e do consumo de bens e serviços, ou seja, participam da vida econômica 
da sociedade. Para Marx, a produção é um processo de transformação da natureza da 
qual resultam bens que vão satisfazer as necessidades do homem. Portanto, produzir 
é dar uma nova combinação aos elementos da natureza. O processo de produção 
compõe-se de três elementos associados: trabalho, matéria-prima e instrumentos de 
produção: 
Matéria-prima + instrumentos de produção = meios de produção. 
Meios de produção + trabalho = forças produtivas. 
Relações de produção + forças produtivas = modo de produção. 
No processo produtivo, os homens estão ligados entre si e dependem uns dos 
outros. O trabalho é um ato social, no sentido de que é realizado na sociedade. As 
relações que se estabelecem entre os homens na produção, na troca e na distribuição 
dos bens são relações de produção. Essas relações existem em todos os processos 
de produção, no caso capitalista, ela ocorre antagonicamente entre os proprietários 
dos meios de produção e os trabalhadores. 
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e 
serviços, como os utiliza e como os distribui. Assim, numa determinada época 
histórica, uma sociedade tem uma certa maneira de se organizar para produzir e para 
distribuir sua produção. Nesta teoria as relações de produção são o centro 
organizador de todos os aspectos da sociedade. Isto é, como era a relação de 
produção na sociedade primitiva? Como eram a relações de produção na sociedade 
escravista? Como eram as relações de produção na sociedade feudal? Como são as 
relações de produção na sociedade capitalista? 
Para Marx, as forças produtivas alteram-se no percorrer da história, antes se 
produzia com instrumentos simples hoje se utiliza instrumentos complexos. Ao longo 
da história, os homens têm produzido aquilo de que necessitam de vários modos e se 
organizado também. Por isso, segundo a dialética marxista e seu materialismo 
histórico, pode-se afirmar que a história da humanidade é a história da transformação 
da sociedade humana pelos diversos modos de produção: modo de produção 
primitivo, modo de produção escravista, modo de produção asiático, modo de 
produção feudal, modo de produção capitalista e modo de produção socialista. 
 
4.5. O CAPITAL E A MAIS-VALIA 
 
Na obra O capital, Marx analisa detalhadamente as condições do sistema 
capitalista, expõe suas contradições e limites. Neste livro, Marx usa os princípios e 
categorias da dialética (filosofia) em uma questão econômica, para que a classe 
trabalhadora tenha melhores instrumentos em sua luta (prática social). Nesta obra ele 
desvenda a complexidade das relações entre a acumulação capitalista e a força de 
trabalho. 
A fórmula do capital: D - M - D¹ - M - D² - M - D³... 
Para entender o processo da acumulação capitalista precisamos conhecer os 
conceitos de mercadoria, dinheiro, capital, mais-valia, lucro, salário, força de trabalho 
e como esses elementos se relacionam neste processo: mercadoria= é tudo aquilo 
que se produz para ser vendido ou trocado no mercado, ela possui dois valores, valor 
de uso (serve para satisfazer necessidades pessoais) e valor de troca (serve para gerar 
dinheiro/lucro/capital) um bem só se torna mercadoria quando passa a ter valor de 
troca; força de trabalho= é a energia física e mental utilizada para produzir bens ou 
serviços. A fonte de valor da mercadoria é a força de trabalho, o valor da mercadoria 
é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la, sem 
trabalho os objetos não tem valor de troca, logo não podem ser 
mercadorias; dinheiro= é uma mercadoria especial que pelo costume ou lei 
monopoliza o posto de equivalente geral capaz de comprar outras mercadorias que 
satisfazem algumas necessidades humanas (tem valor de uso); capital= é a riqueza 
(dinheiro, máquinas, matéria-prima) destinada a obter lucro que é reinvestido na 
obtenção de mais riquezas; lucro= é uma parte variável (depende das condições de 
mercado) da mais-valia derivada das vendas das mercadorias; salário= é o valor pago 
para o trabalhador (força de trabalho) que não corresponde a riqueza gerada por ele, 
mas a penas ao suficiente para sua manutenção e de seus filhos (alimentação, roupas, 
habitação); mais-valia= é o valor a mais, criado pelo trabalhador no processo 
produtivo e que não é repassado para ele; é a diferença entre o valor da produção total 
e o valor pago pelo trabalho, é o excedente da produção, tudo que é produzido além 
do valor do salário. Para Marx, o processo de produção e de relação social na 
sociedade capitalista se realiza de maneira desigual e de exploração, pois nesse 
processo de produção e na relação capitalista é que surge a mais-valia. 
A fórmula da mais-valia: 
A ------- D ------------- C ----------------------- B 
Existem dois tipos básicos de mais-valia: 
-Mais-valia absoluta – cresce simplesmente prolongando a jornada de trabalho; 
-Mais-valia relativa – cresce em relação ao aumento do sobre-trabalho e à 
correspondente diminuição do tempo de trabalho necessário que ocorre através do 
uso de tecnologia. 
 
4.6. ALIENAÇÃO 
 
A palavra alienação vem do latim (alienare, alienus) significa “que pertence a um 
outro”. Alius é o outro. Portanto, sob determinado aspecto, alienar é tornar alheio, 
transferir para outrem o que é seu. Para Marx,a alienação ocorre no processo 
produtivo e nas relações sociais de produção capitalista. A alienação não é puramente 
teórica, manifesta-se na vida real, a partir da divisão do trabalho, quando o produto 
do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu; a divisão do trabalho na sociedade 
capitalista torna o homem um ser incompleto e não-realizado. O operário que trabalha 
em uma fábrica e produz determinado objeto não escolhe seu próprio salário, o seu 
horário ou ritmo da produção, isso é determinado por forças que lhe são estranhas. 
Além de tudo isso, o produto produzido pelo operário não lhe é reconhecido e nem 
lhe pertence, pois devido à divisão do trabalho ele executou apenas uma parte da 
produção e recebeu um salário para tanto. Esta divisão do trabalho gera também uma 
certa indiferença entre os trabalhadores que executam atividades diferentes, ficando 
estranhos entre si. A alienação no processo produtivo gera: 
- Fetichismo da mercadoria – ocorre quando a mercadoria passa a ser 
considerada mais importante que o individuo que produziu. Ocorre quando o valor 
de troca (o que a mercadoria vale no mercado) se torna superior ao valor de uso (o 
que a mercadoria vale por sua utilidade) determinando as relações humanas. 
- Reificação do trabalhador – (do latim, res = coisa) ocorre quando o trabalhador 
se torna um mero instrumento produtor de mercadoria, quando a força de trabalho 
da pessoa se torna mercadoria e pode ser vendida e comprada em troca de um salário. 
“É a humanização da mercadoria e a desumanização da pessoa”. 
 
_____________________________________________________________________________________________________ 
 
12ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – O que é produção e quais os elementos que compõe este processo? 
b) – O que é modo de produção? 
c) – Por que a dialética marxista e o materialismo histórico afirmam que a história da humanidade é 
a história da transformação das sociedades pelos modo de produção? 
d) – O que Marx analisa e defende em sua obra “O Capital”? 
e) – Qual a fórmula do capital? 
_________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
_________________________________________________________________________ 
CONTINUAÇÃO (12ª). Responda em seu caderno: 
a) – Explique os conceitos de: mercadoria, força de trabalho, dinheiro, capital, lucro, salário e mais-
valia. 
b) – Explique a fórmula da mais-valia. 
c) – Diferencie mais valia absoluta de mais-valia relativa. 
d) – O que significa alienação? 
e) – Como ocorre a alienação? 
f) – Como a divisão do trabalho contribui para a alienação? 
g) – O que a alienação no processo produtivo gera? 
h) – Como ocorre o fetichismo da mercadoria? 
i) – Como ocorre a reificação do trabalhador? 
_____________________________________________________________________________
__ 
 
4.7. IDEOLOGIA 
 
No seu livro A ideologia alemã, Marx se refere à ideologia como um sistema 
elaborado de representações e de idéias, que correspondem a formas de consciência 
que os homens tem em determinada época. Essas representações e idéias são 
qualificadas como quimeras, formas imaginárias, ilusão, sonho, enfim, algo que esta 
em oposição às condições materiais da vida real. Aparece ai também a concepção de 
que a ideologia é a inversão da realidade, no sentido de reflexo, como na câmara 
fotográfica, onde a imagem aparece “invertida”. Marx diz que: “a existência 
condiciona a consciência”, ou seja, não é consciência que determina a vida, é a vida 
que determina a consciência. 
Para Marx, a ideologia é “um sistema de crenças ilusórias relacionadas a uma 
classe social determinada”. Por isso, ele diz: “as idéias dominantes de uma época 
representam as idéias da classe dominante”. 
Percebe-se nas teorias de Marx, que o tema ideologia veicula uma relação 
fundamental que é a oposição entre o falso (ideologia) e o verdadeiro (saber 
científico). O falso representa a ideologia e o verdadeiro é representado pela ciência, 
que libertará o proletariado da dominação burguesa. 
Segundo as teorias marxianas, a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e 
coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que 
indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem 
pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como 
devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. A ideologia é, portanto, tem as 
seguintes características: é um corpo explicativo (representações) e prático (normas, 
regras, preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador. 
 
4.8. A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA 
 
A função da ideologia é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes 
uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais 
atribuir tais diferenças à divisão da sociedade em classes, a partir das divisões na esfera 
da produção. Busca camuflar as diferenças de classes sociais antagônicas e de fornecer 
aos membros da sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos 
referenciais identificadores de todos e para todos, como, por exemplo: a Humanidade, 
a Liberdade, a Igualdade, a Nação, o Estado, a Pátria, o Progresso, a Família e etc. 
________________________________________________________________________________________________________ 
 
13ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Para Marx, o que é ideologia? 
b) – Defina ideologia, segundo as teorias marxianas. 
c) – Explique a frase: “as idéias dominantes de uma época são as idéias da classe dominante”. 
d) – Cite algumas características da ideologia. 
e) – Qual a função da ideologia? 
____________________________________________________________________________________________________ 
 
4.9. A QUESTÃO DO MÉTODO EM MARX: 
A DIALÉTICA MATERIALISTA e MATERIALISMO HISTÓRICO 
 
Em termos de método, Marx enfatiza que o pesquisador não deve se restringir 
à descrição da realidade social, mas deve também se ater á análise de como essa 
realidade se produz e se reproduz ao longo da história. Por exemplo, em relação às 
classes na sociedade capitalista não basta a descrição das duas classes sociais existentes 
– a capitalista e a dos trabalhadores –, mas é preciso mostrar a maneira como essas 
classes surgiram na história, como o conflito entre elas se mantém e quais as 
possibilidades de transformação dessas relações de classe no futuro. Mostrando as 
possibilidades de transformação da realidade social, o cientista social pode 
desempenhar um papel político revolucionário, ao tomar partido da classe 
trabalhadora. Por isso, em Marx, a ciência tem um papel político necessariamente 
crítico em relação à sociedade capitalista, devendo ser um instrumento não só de 
compreensão, mas também de transformação da realidade. A metodologia sociológica 
de Marx baseia-se na aplicação do seu materialismo dialético(concepção filosófica) 
aos fenômenos sociais, que por sua vez, teve mérito de fundar uma teoria científica 
de inegável alcance explicativo: o materialismo histórico(concepção científica). A 
teoria da dialética materialista se resume em: tese, antítese e síntese. E as características 
de sua dialética são: tudo se relaciona, tudo se transforma, mudança qualitativa e luta 
dos contrários. 
 
4.10. A CONCEPÇÃO DE ESTADO 
 
Marx relacionou a existência do Estado às condições das classes sociais 
existentes na sociedade. Assim, em vez do Estado imanente e superior, acima dos 
homens (como pensavam os filósofos Hobbes, Locke e Rousseau), Marx apresenta-
o como um instrumento da classe dominante. A gênese do Estado reside, portanto 
na divisão da sociedade em classes, sendo sua principal função conservar e reproduzir 
esta divisão, garantindo os interesses da classe que domina as outras classes. 
_____________________________________________________________________________________________________ 
14ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Para Marx, qual o papel da ciência? 
b) – Em que sebaseia a metodologia sociológica de Marx? 
c) – Cite as características da dialética marxista. 
d) – Explique como Marx analisa o papel do Estado na sociedade? 
_____________________________________________________________________________________
_ 
 
 
5.1. VIDA E OBRA 
 
David Émile Durkheim, sociólogo francês nasceu em Épinal em 15 de abril de 
1858, estudou na Ecole Normale Superfieure de Paris, tendo-se doutorado em 
filosofia. Em 1885 foi estudar na Alemanha, sendo muito influenciado pelas idéias do 
positivismo de Wilhelm Wundt. Durkheim é um dos principais clássicos da sociologia, 
foi responsável pela introdução da sociologia nas universidades como disciplina e 
ciência acadêmica. De tendência ideológica conservadora, ele corresponde a uma 
corrente sociológica funcionalista, cuja teorias e metodologia de caráter comparativas 
consolidaram a sociologia como ciência social. Entre suas principais obras podemos 
destacar: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1894), 
O suicídio (1897). 
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios 
fundamentais: 
1º. A sociologia é uma ciência independente das demais ciências sociais e da filosofia; 
2º. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos considerados como 
“coisas”; 
3º. A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que 
antecedem. Para explicar um fenômeno social deve-se procurar suas causas; 
4º. Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade 
especifica. 
_____________________________________________________________________________________________________ 
15ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Quem foi Emille Durkheim? 
b) – Qual a tendência ideológica de Durkheim? 
c) – A qual corrente sociológica Durkheim corresponde? 
d) – Que caráter tem as teorias e metodologia de Durkheim? 
e) – Cite as principais obras de Durkheim. 
f) – Explique os quatro princípios fundamentais do sistema sociológico de Durkheim. 
__________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.2. A DIVISÃO DO TRABALHO E A SOLIDARIEDADE 
 
Durkheim possuía uma visão otimista da nascente sociedade capitalista 
industrial. Considerava que a crescente divisão do trabalho que estava ocorrendo a 
todo vapor na sociedade européia e acarretava, ao invés de conflitos sociais, um 
sensível aumento da solidariedade entre os homens. 
De acordo com ele, cada membro da sociedade, tendo uma atividade 
profissional mais especializada, passava a depender cada vez mais do outro. Julgava, 
assim que o efeito mais importante da divisão de trabalho não era o aspecto 
econômico, ou seja, o aumento da produtividade, mas sim, o fato de que ela tornava 
possível a união e a solidariedade entre os homens (de maneira funcional.). A origem 
da divisão do trabalho está na densidade dinâmica ou moral, é o aumento das 
dimensões absolutas ou do volume da sociedade que determina o processo da divisão 
do trabalho, que é o fator preponderante de integração social na sociedade moderna. 
O progresso da divisão do trabalho é o fio condutor do processo evolutivo que liga 
as formas de sociedade mais simples às mais complexas, numa evolução de estrutura 
segmentar a uma estrutura organizada – a divisão do trabalho progride quanto mais 
existem indivíduos que estejam suficientemente em contato para poder agir e reagir 
uns sobre os outros. 
 
5.3. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA 
(da sociedade tradicional à sociedade moderna) 
 
Inspirado em idéias de Spencer e em um método analógico (comparação), 
Durkheim desenvolveu a teoria no qual acreditava que as espécies sociais à 
semelhança das espécies vivas podem ser classificadas numa escala evolutiva das mais 
simples às mais complexas: caracterizou-se dois tipos de sociedade que 
corresponderiam ao inferior e superior da escala evolutiva, ou seja, de uma sociedade 
simples/tradicional à uma sociedade complexa/moderna; tais tipos consistem em 
duas formas de solidariedade social – dois princípios de integração entre indivíduos e 
grupos no interior das sociedades: solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. 
» solidariedade mecânica: ocorre quando a consciência coletiva exerce um papel 
preponderante como princípio de integração social. A sociedade se apresenta como 
um conjunto mais ou menos organizado de crenças e sentimentos comuns a todos os 
indivíduos (membros do grupo) é a semelhança de crenças e sentimentos que mantêm 
os indivíduos e grupos unidos nesse tipo de sociedade todos exercem 
aproximadamente as mesmas atividades, dividem os mesmos deuses. São sociedades 
primitivas (tribais), onde existe a homogeneidade econômica e cultural. As 
consciências individuais são subordinadas à consciência coletiva. O direito é 
repressivo, para manter a coesão social. 
» solidariedade orgânica: a integração social é realizada a partir da diferenciação 
entre indivíduos e grupos no interior da sociedade, existe um sistema de funções 
diferentes e especiais, que unem relações definidas, trata-se da solidariedade produtiva 
pela divisão do trabalho, que supõe precisamente a diferenciação e a 
complementaridade de funções com forma de cooperação e entre os membros da 
sociedade. São sociedades modernas que possuem uma organização complexa. O 
direito é restitutivo, não é tanto para punir as condutas desviantes, mas impor a 
separação dos prejuízos causados pelo descumprimento das obrigações profissionais 
ou funcionais (juridicamente seria o direito civil, comercial, processual, 
administrativo). 
__________________________________________________________________________________________________________
____ 
16ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Qual era a visão de Durkheim sobre a sociedade capitalista industrial? 
b) – Como Durkheim julgava a importância da divisão do trabalho? 
c) – Qual a origem e o progresso da divisão do trabalho na sociedade? 
d) – Explique a teoria de Durkheim no qual as sociedades passam de uma sociedade 
simples/tradicional à uma sociedade complexa/moderna. 
e) – Explique a diferença de uma sociedade tradicional e uma sociedade moderna destacando os dois 
tipos de solidariedade mecânica e orgânica desenvolvida por Durkheim. 
__________________________________________________________________________________________________________
____ 
 
5.4. A QUESTÃO PATOLÓGICA E ANÔMICA DA SOCIEDADE 
 
Durkheim é também admirado pelo estudo dos problemas da personalidade, 
realizado em sua obra O suicídio (1897), em que a divisão do trabalho é tratada como 
um desenvolvimento normal da sociedade humana, que propicia o aumento da 
iniciativa pessoal em detrimento da autoridade exercida pela tradição. Entretanto, o 
número crescente de suicidas nas sociedades desenvolvidas foi por ele considerado 
como um traço patológico na organização social. Nesse sentido, Durkheim 
descreve três tipos de suicídios: 
* Altruísta – quando o individuo fortemente ligado a um grupo não distingue entre 
seus próprios interesses e os do grupo, sendo capaz de sacrificar-se por ele. É o caso 
de soldados que se sacrificam para salvar companheiros. Esse tipo de suicídio 
também pode ser levado a efeito pelo individuo que deixa de satisfazer os padrões 
do grupo: a morte é, então, preferível a qualquer outra coisa; 
* Egoísta – é o suicídio que ocorre quando o individuo não está envolvido com 
ninguém nem com nenhuma causa, faltando-lhe laços emocionais que lhe tornem a 
vida digna de viver; 
* Anômico – é o suicídio que se manifesta quando o individuo participa de uma 
sociedade caracterizada pela anomia (ausência de regras, sem normas), sendo comum 
em épocas de depressão econômica. 
A importância de O suicídio está intimamente relacionada aos esclarecimentos 
que presta quanto ao relacionamento humano, tanto no que se refere aos grupos 
quanto ao que diz respeito às normas dos grupos. 
 
_____________________________________________________________________________________________________17ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Como Durkheim considera o número crescente de suicídios na sociedade moderna? 
b) – Como se chama a o obra no qual Durkheim desenvolve um estudo sobre a personalidade? 
c) – Cite os três tipos de suicídio estudados por Durkheim. 
d) – Explique o que é um suicídio Altruísta? 
e) – Explique o que é um suicídio Egoísta? 
f) – Explique o que é u suicídio Anômico? 
g) – Qual a importância do estudo do suicídio? 
__________________________________________________________________________________________________________
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5.5. O MÉTODO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA 
 
Em sua obra As regras do método sociológico (1894), Durkheim propõem 
alguns procedimentos aos pesquisadores: o método de uma ciência consiste no 
conjunto de regras que o pesquisador deve seguir para realizar, de maneira correta, 
suas pesquisas. Como Durkheim enfatiza o caráter exterior e coercitivo dos fatos 
sociais, ele colocará como regra básica de seu método que o pesquisador deve analisar 
os fatos sociais como se eles fossem coisas, isto é, como se fossem objetos que 
existem independentemente de nossas idéias e vontades. Com isso, Durkheim 
enfatiza como fundamental para uma pesquisa científica a posição de neutralidade e 
objetividade que o pesquisador deve descrever a realidade social, sem deixar que suas 
idéias e opiniões interfiram na observação dos fatos sociais. 
 
 
5.6. FATO SOCIAL 
 
Para Durkheim, na relação individuo e sociedade, ele destaca que a sociedade 
prevalece sobre o individuo. A sociedade é, para esse autor, um conjunto de normas 
de ação, pensamento e sentimento que não existem apenas na consciência dos 
indivíduos, mas que são construídos exteriormente. Isto é, fora das consciências 
individuais. Em outras palavras, na vida em sociedade o homem defronta com regras 
de conduta que não foram diretamente criadas por ele, mas que existem e são aceitas 
na vida em sociedade, devendo ser seguidas por todos. Sem essas regras, a sociedade 
não existiria e é por isso que os indivíduos devem obedecê-las. Os fatos sociais são 
os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social. O modo de vestir, a língua, o 
sistema monetário, a religião e uma infinidade de outros fenômenos são consideradas 
fatos sociais. 
As leis são um bom exemplo do raciocínio de Durkheim. Em toda sociedade 
existem leis que organizam a vida em conjunto. O individuo isolado não cria leis nem 
pode modificá-las. São as gerações de homens que vão criando e reformulando 
coletivamente as leis. Essas leis são transmitidas para as gerações seguintes na forma 
de códigos, decretos, constituições, etc. como indivíduos isolados, temos de aceita-
las; sob pena de sofrer castigos por viola-las. 
Seguindo essas idéias, Durkheim afirmara que os fatos sociais, ou seja, o objeto 
de estudo da sociologia, é justamente essas regras e normas coletivas que orientam a 
vida dos indivíduos em sociedade. Tais fatos sociais são diferentes dos fatos estudados 
por outras ciências por terem origem na sociedade, e não na natureza (como nas 
ciências naturais) ou no individuo (na psicologia). 
 
5.7. CARACTERÍSTICAS DO FATO SOCIAL 
 
Esses fatos sociais têm três características básicas que permitirão sua 
identificação na realidade, elas são: gerais, exteriores e coercitivos. 
1ª. Generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo; 
2ª. Exterioridade – o fato social é externo ao individuo, existe independentemente 
de sua vontade. Isto é, consistem em idéias, normas ou regras de conduta que não são 
criadas isoladamente pelos indivíduos, mas foram criadas pela coletividade e já 
existem fora de nós quando nascemos. 
3ª. Coercitividade – os indivíduos vêem-se obrigados a seguir o comportamento 
estabelecido porque essas idéias, normas e regras devem ser seguidas pelos 
membros da sociedade; se isso não acontece, se alguém desobedece a elas, é punido, 
de alguma maneira pelo resto do grupo. 
É justamente a educação um dos exemplos preferidos por Durkheim para 
mostrar o que é um fato social. O individuo, segundo ele, não nasce sabendo 
previamente as normas de conduta necessárias para a vida em sociedade. Por isso, 
toda sociedade tem de educar seus membros, fazendo com que aprendam as regras 
necessárias à organização da vida social. As gerações adultas transmitem às crianças e 
aos adolescentes aquilo que aprenderam ao longo de sua vida em sociedade. Com 
isso, o grupo social é perpetuado, a pesar da morte dos indivíduos. 
O que a criança aprende na escola? Idéias, sentimentos e hábitos que ela não 
possui quando nasce, mas que são essenciais para a vida em sociedade. A linguagem, 
por exemplo, é aprendida, em grande medida, na escola. Ninguém nasce conhecendo 
a língua de seu país. É necessário um aprendizado, que começa já nos primeiros dias 
de vida e se prolonga no decorrer dos muitos anos na escola, para que a criança 
consiga se comunicar de maneira adequada com seus semelhantes. Sem o aprendizado 
da linguagem, a criança não poderia participar da vida em sociedade. 
 
5.8. INSTITUIÇÃO 
 
Outro conceito importante para Durkheim é o de instituição. Para ele, uma 
instituição é um conjunto de normas e regras de vida que se consolidam fora dos 
indivíduos e que as gerações transmitem uma às outras. Há ainda muitos outros 
exemplos de instituições: família, Estado, Igreja, Exército, etc. Assim, para Durkheim 
é a sociedade, como coletividade, que organiza, condiciona as ações individuais. O 
individuo aprende a seguir normas e regras de ação que lhes são exteriores. Ou seja, 
que não foram criadas por ele, e são coercitivas, pois limitam sua ação e prescreve 
punições para quem não obedecer aos limites sociais. A função das instituições é 
socializar os indivíduos, fazer com que eles assimilem as regras e normas necessárias 
à vida em comum. 
__________________________________________________________________________________________________________
____ 
18ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – O que Durkheim coloca como regra básica de seu método de pesquisa? 
b) – O que Durkheim enfatiza como fundamental para uma pesquisa científica? 
c) – Como Durkheim vê a relação individuo e sociedade? 
d) – O que é sociedade para Durkheim? 
e) – Para Durkheim, qual a importância das regras sociais? 
f) – Na concepção de Durkheim, O que é fato social? 
g) – Qual o objeto de estudo da sociologia, segundo Durkheim? 
h) – Cite e explique as características dos fatos sociais. 
i) – Qual a importância da educação, segundo Durkheim? 
j) – O que é instituição?, Cite exemplos e explique sua função. 
__________________________________________________________________________________________________________
____ 
 
 
6.1. VIDA E OBRA 
 
Nascido em Erfut, a 21 de Abril de 1864, Max Weber tornou-se um dos 
sociólogos e economistas político mais importante da Alemanha nos séculos XIX e 
XX. Max Weber foi um dos mais importantes clássicos da sociologia, pois suas teorias 
contribuem até hoje para a análise da vida social. Filho de uma abastada família de 
comerciantes formou-se em direito e economia nas Universidades de Berlim e de 
Heidelberg respectivamente. Mais tarde trabalhou como professor nas Universidades 
de Berlim (1893), Freiburg (1894), Heidelberg (1897), Viena (1917). Pode-se afirmar 
que a vida de Max Weber foi totalmente dedicada aos estudos, à pesquisa e à 
participação ativa na política alemã de seu tempo, principalmente mediante suas 
intervenções em conferências, seus artigos para jornais e revistas e seus escritos 
publicados em vida e postumamente. Max Weber é um pensador de tendência 
ideológica conservadora e suas análises têm características histórico-comparativa. 
Entre suas principais obras podemos destacar: A ética protestante e o espírito do 
capitalismo e Economia e sociedade. 
_________________________________________________________________________________________________________ 
19ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Quem foi Max Weber? 
b) – Como foi a vida de Max Weber?c) – Qual a tendência ideológica de Max Weber? 
d) – Qual as características das análises teóricas de Weber? 
e) – Quais as principais obras de Weber? 
__________________________________________________________________________ 
 
6.2. A METODOLOGIA E A NEUTRALIDADE CIENTÍFICA 
 
A sua insistência em compreender as motivações das ações humanas levou-o a 
rejeitar a proposta do positivismo de transferir para a sociologia a metodologia de 
investigação utilizada pelas ciências naturais. Não havia, para ele, fundamento para 
esta resposta, uma vez que o sociólogo não trabalha sobre uma matéria inerte, como 
acontece com as cientistas naturais. Weber diz que o ponto chave de uma investigação 
sociológica é o individuo e sua ação, é a compreensão da ação dos indivíduos e não a 
análise das “instituições sociais” ou “grupo social” que vai nos permitir entender a 
sociedade. Para compreender as instituições temos que partir das intenções e 
motivações dos indivíduos que vivenciam estas situações sociais. 
Ao contrário do positivismo, que dava maior ênfase aos fatos, à realidade 
empírica, transformando geralmente o pesquisador num mero registrador de 
informações, a metodologia de Weber atribuía-lhe um papel ativo na elaboração do 
conhecimento. 
A intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra na figura 
de Max Weber, um marco de referência. Durante toda a sua vida, insistiu em 
estabelecer uma clara distinção entre o conhecimento científico, fruto de cuidadosa 
investigação, e os julgamentos de valor sobre a realidade. Com isso, desejava assinalar 
que um cientista não tinha o direito de possuir, a partir de sua profissão, preferência 
políticas e ideológicas. No entanto, julgava ele, sendo todo cientista também um 
cidadão, poderia ele assumir posições apaixonadas em face dos problemas 
econômicos e políticos, mas jamais deveria defende-los a partir de sua atividade 
profissional. Essa posição de Weber, que tantas discussões têm provocado entre os 
cientistas sociais, constitui, ao isolar a sociologia dos movimentos revolucionários, um 
dos momentos decisivos da profissionalização dessa disciplina. A idéia de uma ciência 
social neutra seria um argumento útil e fascinante para aqueles que viviam e iriam 
viver da sociologia como profissão. Ela abria a possibilidade de conceber a sociologia 
como um conjunto de técnicas neutras que poderiam ser oferecidas a qualquer 
comprador público ou privado. Vários estudiosos da formação da sociologia têm 
assinalado, no entanto, que a neutralidade defendida por Weber foi um recurso 
utilizado por ele na luta pela liberdade intelectual, uma forma de manter a autonomia 
da sociologia em face da burocracia e do Estado alemão da época. 
 
6.3. CIENTISTA x POLÍTICO 
 
A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma rigorosa 
fronteira entre o cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes; e o 
político, homem de ação e de decisão comprometido com questões práticas da vida. 
O que a ciência tem a oferecer a esse homem de ação, segundo Weber, é um 
entendimento claro de sua conduta, das motivações e das conseqüências de seus atos. 
A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e sua ação como 
ponto chave da investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de 
partida da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das 
“instituições sociais” ou de “grupos sociais”, tão enfatizadas pelo pensamento 
conservador. Com essa posição, não tinha a intenção de negar a existência ou a 
importância dos fenômenos sociais, como o Estado, a empresa capitalista, a sociedade 
anônima, mas tão somente a de ressaltar a necessidade de compreender as intenções 
e motivações dos indivíduos que vivenciam estas situações sociais. 
A ciência não pode propor fins a ação prática: “uma ciência empírica não está 
apta a ensinar a ninguém aquilo que ‘deve’, mas, sim, apenas aquilo que ‘pode’ – em 
certas circunstâncias – aquilo que ‘quer fazer’”. O domínio da ciência empírica deve 
ser definida como o dos meios e não como o dos fins. 
_____________________________________________________________________________________________________ 
 
20ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Segundo Weber, qual é ponto chave de uma investigação sociológica? 
b) – Por que Weber foi importante para a reputação científica da sociologia? 
c) – Por que Weber diferencia o cientista do político? 
d) – O que Weber quis salientar ao dizer que o ponto chave da investigação é o individuo e sua 
ação? 
e) – Por que Weber afirma que a ciência não pode propor fins a ação prática? 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______ 
 
6.4. A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO 
 
Vivendo em uma nação retardatária quanto ao desenvolvimento capitalista, 
Weber procurou conhecer a fundo a essência do capitalismo moderno. Ao contrário 
de Marx, Weber não considerava o capitalismo um sistema injusto, irracional e 
anárquico. Para ele, as instituições produzidas pelo capitalismo, como uma grande 
empresa, constituíam clara demonstração de uma organização racional que 
desenvolvia suas atividades dentro de um padrão de precisão e eficiência. Exaltou em 
diversas oportunidades a formação histórica das sociedades inglesa e norte-americana, 
ressaltando a figura do empresário, considerado às vezes um verdadeiro 
revolucionário. De certa forma, o seu elogio a seu caráter antitradicional do 
capitalismo inglês, especialmente do norte-americano, era a forma utilizada por ele 
para atacar os aspectos retrógrados da sociedade alemã, principalmente os 
latifundiários prussianos. 
Em sua obra: “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, Weber procurou 
demonstrar que a formação do capitalismo europeu não seguiu apenas causalidades 
econômicas como propôs Karl Marx em suas teorias estritamente economicistas. Para 
Weber, as idéias religiosas e éticas foram de importância fundamental na formação do 
capitalismo, buscou também esclarecer os caracteres específicos do capitalismo como 
um regime econômico de grande desenvolvimento, principalmente nos países 
protestantes, especialmente naqueles em que predominava o calvinismo. Para ele, não 
havia fundamento em admitir o principio de que a economia dominasse as demais 
esferas da realidade social. Esse estudo o levou a pesquisar também a história religiosa 
e social da Índia, da China e do povo judeu. O resultado desse trabalho foi publicado 
em três volumes sob o titulo Estudos Reunidos sobre a Sociologia das Religiões. 
Assim Weber fundou uma nova ramificação da sociologia que foi a: Sociologia da 
religião. 
__________________________________________________________________________________________________________
___ 
 
21ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – Por que Max Weber discordava de Marx sobre o capitalismo? 
b) – O que Weber buscou demonstrar em sua obra: A ética protestante e o espirito do capitalismo”? 
c) – Que ramificação da sociologia Weber fundou? 
__________________________________________________________________________ 
 
6.5. TIPO IDEAL 
 
É o instrumento principal da compreensão. Corresponde a um processo que 
representa o primeiro nível de generalização de conceitos absolutos e correspondendo 
as exigências lógicas da prova, então intimamente ligados à realidade concreta e 
particular (de relações sociais). 
Corresponde a um processo de conceituação que abstrai de fenômenos 
concretos o que existe de particular, construindo assim um conceito individualizante 
ou como diz o próprio Weber: “um conceito histórico concreto”. 
É um procedimento metodológico que incorporam relações sociais abstratas, 
características universais da ação social e conjuntura histórica definida. 
O tipo ideal não deve ser aceito somente como generalizações, proposições, 
definições e hipóteses. 
 
6.6. AÇÃO ERELAÇÃO SOCIAL 
 
A ação é definida por Weber como toda conduta humana (ato, omissão, 
permissão) dotada de um significado dado por quem a executa e que orienta essa ação. 
Quando tal orientação tem vista a ação – passada, presente, ou futura – de outro ou 
de outros agentes que podem ser “individualizados e conhecidos ou uma pluralidade 
de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos” – o público, a 
audiência de um programa, a família do agente etc – a ação passa a ser definida como 
social. A ação é determinada pelas intenções, motivações e expectativas de outros. 
A relação social se refere à conduta de múltiplos agentes que se orientam 
reciprocamente em conformidade com um conteúdo específico (conflito, hostilidade, 
amizade, competição, atração sexual etc) do próprio sentido das suas ações. As 
relações sociais podem ser de natureza transitória, assimétrica: quando não há o 
mesmo sentido subjetivo e se expõe atitudes diferentes sem reciprocidade, mas 
mutuamente orientado à mesma expectativa; simétrica: quando a relação corresponde 
em suas expectativas o mesmo significado para todos envolvidos. 
 
 
6.7. AÇÃO SOCIAL 
 
Para Weber a sociologia é a ciência que procura uma compreensão interpretativa da 
ação social para a partir daí chegar à explicação causal do seu sentido e dos seus 
efeitos. 
Para Max Weber, a análise sociológica estará centrada nos atores e em suas 
ações. O agente individual é a unidade da análise sociológica, a única entidade capaz 
de conferir significado às suas ações. A sociedade não é algo exterior e superior aos 
indivíduos; a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações 
individuais reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da 
sociologia a ação social, que é qualquer ação que o individuo faz orientando-se pela 
ação de outros. Toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é, algum 
tipo de sentido entre várias ações sociais, terá então relações sociais. Só existe ação 
social quando o individuo tenta estabelecer algum tipo de comunicação a partir de 
suas ações com os demais. Nem toda ação, desse ponto de vista, será social, mas 
apenas aquelas que impliquem alguma orientação significativa visando outros 
indivíduos. 
 
6.8. TIPOS DE AÇÃO SOCIAL 
 
Weber afirma que podemos pensar em diferentes tipos de ação social, 
agrupando-os de acordo com o modo pelo qual os indivíduos orientam suas ações. 
Assim ele estabelece quatro tipos de ação social: 
1º. Ação tradicional – que é determinada por um costume ou um hábito arraigado; 
2º. Ação afetiva – aquela determinada por afetos ou estados sentimentais; 
3º. Ação racional com relação a valores – determinada pela crença consciente num 
valor considerado importante, independente do êxito desse valor na realidade; 
4º. Ação racional com relação a fins – determinada pelo cálculo racional que coloca 
fins e organiza os meios necessários. 
Weber admite não existir ação pura todas são possíveis de misturas. 
____________________________________________________________________________________________________ 
22ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno: 
a) – O que é o tipo ideal e o que ele corresponde? 
b) – O que é ação? 
c) – O que é relação social? 
d) – O que é sociologia para Weber? 
e) – Em que está centrada a análise sociológica? 
f) – Qual o objeto de estudo da sociologia segundo Weber? 
g) – Quando existe ação social? 
h) – Cite e explique os diferentes tipos de ação social. 
_________________________________________________________________________ 
 
6.9. TEORIA DA ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: CLASSES, ESTAMENTOS E 
PARTIDOS. 
 
No estudo das relações sociais, Weber percebeu que nas sociedades a existência 
de diferenças sociais pode ter vários princípios explicativos, sendo que o critério de 
classificação mais relevante é dado pela dominância, em cada unidade histórica, de 
uma forma de organização ou pelo peso particular que cada uma das diversas esferas 
da vida coletiva possa ter, essas esferas são: econômica, religiosa, política, jurídica, 
social, cultural – cada uma com sua lógica particular de funcionamento. Assim Weber, 
destacou as três esferas (dimensões) da sociedade, sendo que cada esfera possui sua 
ordem de estratificação própria: 
▪ Classes – refere-se a ordem econômica, o interesse econômico é fator que cria uma 
classe, podendo-se até considerar que as classes estão estratificadas segundo suas 
relações com a produção e a aquisição de bens; a estratificação econômica é, portanto, 
representada pelos rendimentos, bens e serviços que o individuo possui ou de que 
dispõe. 
▪ Estamentos (status) – refere-se a ordem social, onde os grupos de status 
estratificam-se em função do principio de consumo de bens, representados por estilos 
de vida específicos, a estratificação social é, portanto, evidenciada pelo prestigio e 
honra desfrutados. 
▪ Partidos – refere-se a ordem política, que manifesta-se através do poder; a 
estratificação política é assim observada através da distribuição do poder entre grupos 
e partidos políticos, entre indivíduos no interior dos grupos e partidos, assim como 
entre os indivíduos na esfera da ação política. 
 
6.10. A CONCEPÇÃO DE ESTADO 
 
Segundo Weber, o Estado é uma instituição social que mantém o monopólio do 
uso legitimo da força física dentro de determinado território, para que este estado 
exista é preciso que sua autoridade seja reconhecida como legitima. Neste sentido, o 
Estado é definido por sua autoridade para gerar e aplicar poder coletivo. Como 
acontece com todas as instituições sociais, o Estado é organizado em torno de um 
conjunto de funções sociais, incluindo manter a lei, a ordem e a estabilidade, resolver 
vários tipos de litígios através do sistema judiciário, cobrar impostos, censo, 
identificação e registro da população, alistamento militar, encarrega-se da defesa 
comum e cuidar do bem-estar da população de maneira que estão além dos meios do 
indivíduo, tal como implementar medidas de saúde pública, prover educação de massa 
etc. 
 
6.11. DOMINAÇÃO E AUTORIDADE 
 
Para Weber, os conceitos de dominação e autoridade possibilitam a explicação 
da regularidade do conteúdo de ações e das relações sociais ligada à determinada 
obediência dentro de determinados grupos sociais. Segundo Weber, dominação é um 
estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos 
dominadores influi sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal 
modo que, em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os 
dominados tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o conteúdo 
do mandato (obediência). Assim destaca-se três tipos de dominação legitima 
justificadas por motivos (fontes) de submissão ou princípios de autoridades distintas: 
* Racional-legal – se baseia na racionalidade das leis, é um empreendimento 
contínuo de funções públicas, empreendimento este que envolve regulamentos e 
registros escritos, bem como um corpo de funcionários especializados. A dominação 
legal apresenta como característica a noção mais ou menos disseminada de direito. 
Weber focaliza o problema de que a autoridade dos governantes, baseada na 
legalidade, é limitada pela ordem impessoal do direito, e que os governados (cidadãos) 
só devem obediência a essa ordem impessoal. A mais típica forma de domínio legal é 
a burocracia. 
* Tradicional – é baseado na autoridade pessoal do governante, investida por força 
do costume, é uma autoridade discricionária, não submetida a princípios fixos e 
formais. Pertencem ao domínio tradicionais tipos de dominação gerontocrática, tais 
como patrimonialismo, patriarcalismo, sultanismo. 
* Carismático – é baseado no carisma (emoção), qualidade tida como excepcional 
de liderança, que se manifesta como uma espécie de magnetismo pessoal mágico e 
que leva a pessoa carismática a ter certa preponderância sobre as demais.

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