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Trabalho Previdenciario - STOCK OPTIONS - Analise dos valores pagos pela empresa a titulo de Stock Options (-

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade Mineira de Direito
Ana Clara Zuim Barbosa de Avelar
Bianca Andrade Costa
Juliana Alexandrina Junqueira Alves
Kamilla Ranny Macedo Niz
Ranainner Losangela Silva
Uriel Moraes Arthuso
STOCK OPTIONS: 
Análise dos valores pagos pela empresa à título de Stock Options
 Belo Horizonte 
 2022
1. INTRODUÇÃO
1.1 O QUE SÃO STOCK OPTIONS?
Para início do estudo a ser realizado pelo presente trabalho se faz necessário a apresentação do conceito englobado pelo ativo emitido pelo empregador. Em tradução literal o termo “Stock Options” significa opções de ações, sendo ação a menor fração de uma empresa. 
No mercado financeiro as opções são categorizadas dentro de uma classe de ativos chamada de derivativos, tal nome se dá pelo fato dos ativos comercializados nessa categoria serem negociados a partir de um ativo base. 
Um exemplo prático para o mercado de opções seria o seguinte: No mercado financeiro está sendo negociada uma ação da Petrobrás, tal ação é comercializada por um valor fictício de 30 reais cada, e um vendedor A, detentor de tal ação, quer lucrar com a queda das ações da Petrobrás, para isso ele abre uma opção de compra da mesma, desta forma, um comprador B paga um prêmio (em um preço muito inferior ao preço do ativo base, 2 reais por exemplo) para firma-se no direito de comprar a ação na data de exercício, por um preço pré acordado, denominado “Strike”, para título de exemplo, assume-se que o valor do Strike é de 30 reais.
Após 2 meses a ação da Petrobrás perdeu valor, e está sendo negociada à 28 reais cada, sendo assim, não é interessante para o comprador B, exercer o seu direito de compra por 30 reais, haja vista que o mercado possui essa mesma ação sendo vendida por 28 reais, e em contra partida, o vendedor A que abriu a opção de compra fez uma espécie de colchão financeiro para seus ativos, tendo em vista que, mesmo com a perda de valor da sua ação, ele já havia recebido o prêmio da opção de compra que abriu no mercado pelo comprador A no valor de 2 reais, desta forma não sofreu nenhuma perda em seu capital. 
Após a supracitada breve explicação da aplicabilidade das opções de ações, e o entendimento operacional terminológico da referida transação observa-se a conjuntura com a qual tal transação é feita dentro de uma companhia. 
1.2 Benefícios e objetivos da venda de stock options por empresas
Dentre os benefícios e objetivos das ofertas de Stock Options pelas empresas, uma das mais importantes é a retenção de executivos-chave para o desenvolvimento e sucesso da empresa, onde ou o colaborador é retido de forma definitiva por sua participação como sócio da empresa e deseja que a empresa cresça para que o mesmo possa ter participação direta nesse crescimento, ou de forma provisória, pois a emissão dos títulos tem uma data de exercício pré-estabelecida, retendo o colaborador até tal data para o mesmo possa exercer (ou não) seu direito de compra. 
Além da simples retenção de funcionários chave para a empresa pelo menos por um período, a oferta de Stock Options contribui para um maior engajamento do executivo, visto que nesse tipo de oferta pode-se condicionar indicadores de performance individuais para o exercício do direito de compra, ou seja, o executivo deve bater metas individuais pré-estabelecidas para obter o direito de gozar de suas opções de compra.
Para finalizar, as Stock Options podem contribuir também para um executivo mais colaborativo com os interesses da própria pessoa jurídica como um todo, aja vista que, pode-se estabelecer metas de performance à serem atingidas pela empresa em sua integralidade, para que o executivo adquira o direito de compra, fazendo com que ele trabalhe em equipe, de forma motivada e engajada com os objetivos e foco nas metas da companhia. 
2 NATUREZA DO PLANO DE STOCK OPTIONS
Trata-se de objeto de importante discussão, acerca das Stock Options (opção de ações), a definição da sua Natureza jurídica. Isto porque, tem-se dois entendimentos divergentes quanto a sua natureza, quais seja, a natureza remuneratória e a natureza mercantil, a qual tem previsão legal apenas na Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas). 
Em relação sua natureza remuneratória, o entendimento majoritário classifica-a como uma forma de remuneração variável, a qual deverá estar diretamente ligada à estratégia da empresa. Destaca-se que, por remuneração, compreende-se o salário contratual e outras vantagens que integram o contrato de trabalho, tais como horas extras, adicionais de insalubridade, adicional de transferência dentre outros. Dito isto, para seguirmos com o entendimento das stock options, faz-se necessário analisa-la, âmbito da remuneração, pela participação acionária da empresa. 
Neste plano, para compreender a sua natureza como salarial (remuneratória), a contraprestação ao trabalho prestado pelo empregado, deverá estar intrinsecamente relacionada ao seu trabalho realizado, pelo qual as ações deverão ser adquiridas de forma não-onerosa, não havendo risco em relação à variação de preços da participação acionária e não havendo a voluntariedade por parte do empregado, uma vez que este não poderia optar pela não participação no plano de stock options. 
Assim, quanto analisada no âmbito trabalhista, a definição da natureza do plano de stock options, terá como consequência, a incidência da contribuição previdenciária, uma vez que elas seriam concedidas como forma de retribuição pelo trabalho.
Já a caracterização ao plano de stock options, como natureza mercantil, decorre da sua previsão legal na lei 6.404/76 que regula as sociedades anônimas, que assim prevê: 
Art. 168. […] § 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembleia-geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou a sociedade sob seu controle. (BRASIL, 1976)
Nesta senda, no âmbito da natureza mercantil, o plano seria considerado como mero ganho eventual, não relacionado ao trabalho prestado pelo colaborador. O benefício seria visto como direito de exercício garantido ao funcionário, voluntário, oneroso e sujeito a risco e, portanto, não salarial. Assim, a natureza mercantil das stock options demonstrariam que elas não se destinam a retribuir trabalho, o que afastaria, por si só, a incidência da contribuição previdenciária (MORAES, PASSOS, 2020).
Além disso, no tocante a divergência em relação a natureza jurídica do plano das stock options, observa-se que tramita na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei, n. 286/2015, pelo qual tem o objetivo de incluir o artigo 458-A, no decreto lei n. 5.452 (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT), estabelecendo com mais clareza os critérios para determinar se as Stock Options, possuem ou não natureza salarial, veja-se:
 Art. 458-A: A participação acionária de empregado por meio de Plano de Concessão de Ações sob a modalidade de Opções de Ações (Stock Options) consiste em vantagem contratual de natureza: I – não salarial, quando tratar-se de condição de contrato estabelecida como luvas ou apenas com o objetivo de fidelizar o trabalhador na empresa, sem qualquer conotação de caráter retributivo, e o método de exercício autorizado implicar onerosidade e risco para o empregado; II – salarial, quando, em complementação ao salário fixo contratado, entre outras hipóteses de 2 utilização do plano de opções como estratégia de remuneração variável: a) a concessão do benefício for vinculada diretamente ao desempenho ou a metas de produtividade; b) o método de exercício autorizado no ato concessivo da premiação não implicar ônus ou risco ao beneficiário.[...]"
Em que pese ser uma opção, o questionamento sobre ser ou não remuneração diante do Direito do Trabalho, são encontradas ainda muitas divergências sobre a sua natureza e também, a segurança jurídica, vez que não há previsão fora a Lei das SociedadesAnônimas que regulem o tema (MORAES, PASSOS, 2020). 
Tendo em vista essas divergências quanto a sua natureza, a jurisprudência, correntes majoritárias e minoritárias tem se posicionado acerca deste tema, a qual será abordado no tópico 5 do presente estudo.
4 TRIBUTAÇÃO DO PLANO STOCK OPTIONS
	Como abordado nos tópicos anteriores, à tributação de Stock Options pela contribuição previdenciária gera inúmeras duvidas. Dentre elas as maiores são acerca da necessidade do recolhimento do INSS sobre o valor das opções de compra dessas ações e qual seria a eventual base de calculo. 
	Primeiro, devemos analisar a Lei 8.212 em seu artigo 22 inciso I; 
 Art. 22 I: Vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa [...]"
	Observa-se que a Lei determina que o INSS Patronal incida sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer titulo, que lhe prestem serviço, destinadas a retribuir o trabalho. Dai nasce o embate no âmbito tributário acerca das stock options, seriam elas consideradas um ativo de natureza salarial ou de natureza mercantil? 
	Atualmente, existem diferentes entendimentos sendo manifestados em tribunais administrativos e no âmbito judicial quanto à natureza das Stock Options, que pontuam se esta é salarial devido ao ser caráter remuneratório, ou se é mercantil, por depender da voluntariedade dos empregados interessados em assumir o risco do mercado financeiro, não se traduzindo em espécie de contraprestação laboral.
	Quando consideradas remuneração, as stock options terá como base de cálculo a diferença entre o valor desembolsado pelo participante do plano e o valor da ação no mercado, no momento do exercício. Sobre essa diferença, que é paga, em tese, pela empresa, é apurado os créditos previdenciários. Como ocorreu no Acórdão nº 2301-004.973 do Processo 16327.720281/2014-81: 
Ementa Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/2010 a 31/08/2011 PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. PLANO DE OPÇÃO PARA COMPRA DE AÇÕES - STOCK OPTIONS. NATUREZA SALARIAL. DESVIRTUAMENTO DA OPERAÇÃO MERCANTIL. CARACTERÍSTICAS DOS PLANOS AFASTAM O RISCO. Ocorrendo o desvirtuamento do stock options em sua concepção inicial, tanto pela adoção de política remuneratória na forma de outorga de ações quanto pela correlação com o desempenho para manutenção de talentos, fica evidente a intenção de afastar o risco atribuído ao próprio negócio, caracterizando uma forma indireta de remuneração. Na maneira como executado o Plano, com a minimização do risco, passa a outorga de ações a representar a verdadeira intenção de ter o trabalhador a opção de ganhar com a compra das ações. As vantagens econômicas oferecidas aos segurados na aquisição de lotes de ações da empresa, quando comparadas com o efetivo valor de mercado dessas mesmas ações, configuram-se ganho patrimonial do segurado beneficiário decorrente exclusivamente do trabalho, ostentando natureza remuneratória, e, nessa condição, parcela integrante do conceito legal de Salário de Contribuição - base de cálculo das contribuições previdenciárias. PLANO DE OPÇÃO PELA COMPRA DE AÇÕES - STOCK OPTIONS. MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. O fato gerador ocorre (aspecto temporal), na data do exercício das opções pelo beneficiário, ou seja, quando o mesmo exerce o direito de compra em relação às ações que lhe foram outorgadas. Não há como atribuir ganho se não demonstrado o efetivo exercício do direito sobre as ações. PLANO DE OPÇÃO PELA COMPRA DE AÇÕES - STOCK OPTIONS. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO PELA INDEVIDA INDICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo é uma ordem de grandeza própria do aspecto quantitativo do fato gerador. O ganho patrimonial, no caso, há que ser apurado na data do exercício das opções e deve corresponder à diferença entre o valor de mercado das ações adquiridas e o valor efetivamente pago pelo beneficiário. O ganho patrimonial do trabalhador se realiza nas vantagens econômicas que aufere quando comparadas com as condições de aquisição concedidas ao investidor comum que compra idêntico título no mercado de valores mobiliários. Precedente: Acórdão 2302-003.536 - 2ª TO/3ª CÂM/2ª SEJUL/CARF. Sendo declarada a improcedência do lançamento, em face de vício na indicação da base de cálculo eleita, desnecessário apreciar as demais alegações do recorrente, no que tange a nulidades.
	Entretanto, caso sejam considerados ativos de natureza mercantil, não serão tributados pela Previdência Social. 
5. DECISÕES JUDICIAIS DOS TRFS EM NO TOCANTE A NATUREZA DO PLANO STOCK OPTIONS
	
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Lei das Sociedades Anônimas. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 09 de abr de 2022
BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm>. Acesso em: 11 de abr de 2022
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 286/2015 de 10 de fev de 2015. Acrescenta o Art. 458-A à Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, para dispor sobre a concessão de Opções de Ações (Stock Options). Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=946411Acesso em: 09 abr 2022.
BRASIL. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Ácordão nº 2301-004.973, da 2ª Seção de Julgamento. 3ª Câmara. 1ª Turma Ordinária, 04 de Abril de 2017. https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:conselho.administrativo.recursos.fiscais;secao.julgamento.2;camara.3;turma.ordinaria.1:acordao:2017-04-04;2301-004.973,6755310
PASSOS, Christiane de Fátima Aparecida Souza; MORAES, Margareth Araujo de. Migalhas, 2020. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/333723/stock-options--uma-forma-de-remunerar-os-trabalhadores-em-tempos-de-empreendedorismo. Acesso em 09 de abr 2022.

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