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Doenças da Tireoide na gestação

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Doenças da Tireoide na gestação
⇒ Durante a gestação a gestante apresenta nova demanda metabólica, dessa forma, ocorrem adaptações fisiológicas para se adequar a essa nova demanda (Gonadotrofina Coriônica humana e a Globulina Fixadora de Hormônio Tireoidiano estão envolvidos nas possíveis alterações do TSH) .
⇒ Estima-se que por volta de 2% das gestações cursem com alguma patologia da tireoide.
⇒ Ainda assim, o Ministerio da Saude nao preconiza o rastreio universal durante a gestação. Apenas em grupos que apresentam maior risco (gestantes com história pessoal ou familiar de patologias da tireóide).
Hipotireoidismo na gestação.
⇒ Ocorre aproximadamente em 2% das gestações. Sua causa mais comum é a tireoidite de Hashimoto (causa autoimune crônica que cursa com anticorpos antitireoglobulina).
 # Outras causas menos frequentes incluem tratamento ablativo prévio com iodo radioativo, pós-tireoidectomia por carcinoma, bócio induzido por drogas (lítio, amiodarona, iodo, tapazol, propiltiouracil) e a deficiência nutricional de iodo.
⇒ Vale ressaltar que por volta de 20 a 30% das pacientes não apresentam sintomas.
⇒ O hipotireoidismo não tratado durante a gestação está relacionado com maior risco de abortamento, pré-eclâmpsia, descolamento prematuro da placenta, crescimento intrauterino restrito, prematuridade e natimortalidade.
Hipotireoidismo na gestação.
⇒ Diagnóstico:
 # TSH ⇒ > 2,5 no 1° trimestre / > 3 no 2° e 3° trimestre.
⇒ Tratamento:
 # O objetivo do tratamento da gestante com hipotireoidismo é obter o eutireoidismo clínico e laboratorial.
 # Levotiroxina (iniciar com 2 mcg/peso atual/dia - tomada 1 hora antes do café da manhã), a dose deve ser aumentada ou reduzida de 12 - 25 mcg até que se estabilize a dosagem de TSH entre 0,1 - 2,5 (1°trimestre) e 0,3 - 3 (2° e 3° trimestre).
 # Deve ser feita a monitorização do TSH e T4 livre a cada 4 semanas durante 1° metade da gestação. 
# Pos parto, devemos avaliar níveis de TSH em 6-8 semanas.
Hipertireoidismo na Gestação.
⇒ Sua prevalência varia entre 0,2 a 2% na gestação. Causa mais comum é a doença de Graves (80-85%).
 # A doença trofoblástica gestacional, adenoma tóxico, bócio multinodular tóxico e as tireoidites (como a viral de Quervain) também podem causar hipertireoidismo gestacional.
⇒ Diagnóstico pode ser difícil durante a gestação, pois apresenta-se com sinais e sintomas hidrodinâmicos comuns na gravidez. Entre os sintomas temos: taquicardia, nervosismo, tremores, intolerância ao calor, perda de peso, bócio, diarreia, palpitações, exoftalmia e hipertensão arterial.
 # Diagnóstico feito quando temos TSH suprimido (<0,1 miliunidade/L) ou indetectável + níveis elevados de hormônios tireoidianos (T4 Livre e T3 total). 
Hipertireoidismo na Gestação.
⇒ Tratamento ⇒ o objetivo é manter a gestante em eutireoidismo (TSH entre 0,10 e 1,00 mUI/ml) com a menor dose de antitireoidianos possível.
 # A Droga antitireoidiana de escolha é o Propiltiouracil (PTU) por apresentar menor passagem pela barreira placentária (possui menor toxicidade e inibe a conversão periférica de T4 em T3).
 ⇒ Começar com 50 a 100 mg em duas doses diárias.
 ⇒ Monitoramento mensal para manter TSH entre 0,10 e 1,00 mUI/L, e não ultrapassar 300 mg/dia.
 ⇒ Após o controle do hipertireoidismo (após 20 a 30 dias), a
dose pode ser reduzida até a mínima dose eficaz ( a dose de manutenção deve estar abaixo de 150 mg. 
 # Se doses de 300 mg forem necessárias a tireoidectomia deve ser considerada.
 # A melhora clínica ocorre em +- 4 semana, enquanto que a normalização do TSH ocorre entre 6-8 semanas.
Tireotoxicose Gestacional Transitória.
⇒ Condição transitória que pode ocorrer entre a 8° e 20° semanas de gestação. Ocorrem manifestações clínicas e laboratoriais causadas por quantidades excessivas de hormônio tireoidiano circulante. 
⇒ Está associada a Doença trofoblástica, gestação gemelar e hiperemese gravídica.
⇒ Ocorre devido níveis elevados de hCG (que estimula a tireoide).
⇒ Normalmente não há necessidade de tratamento. Contudo casos de TGT prolongada e sintomática devem ser tratados:
 # Nos casos de taquicardia importante, os betabloqueadores (atenolol) podem ser empregados por pouco tempo (< de seis semanas devido risco de bradicardia fetal).
Tireotoxicose Gestacional Transitória.
⇒ Casos de TGT prolongada e sintomática devem ser tratados:
 # Tireotoxicose grave ou não resolvida até a 16° ou 20° semana ou associada à hiperêmese é indicado o uso de antitireoidianos (Cuidar para o risco de hipotireoidismo fetal pelo uso das drogas suspender medicamentos assim que a hiperêmese cesse ou a paciente entre em eutireoidismo).
 # Nos casos associados à doença trofoblástica gestacional, a remoção do material por curetagem ou histerectomia é o tratamento usual e reverte as manifestações clínicas e laboratoriais da tireotoxicose.

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