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2 administração pública, noções de estado e governo, oraganização, subsidiárias, participação no cap de emp priv, aut, fund, emp púb, soc econ mista, consorcio público (rateio e de programa)

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DIREITO ADMINSITRATIVO DESCOMPLICADO - MARCELO ALEXANDRINO E VICENTE PAULO - 18 ED
CAPÍTULO 2 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 NOÇÕES DE ESTADO
Estado é a pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano.
Povo = população que ocupa determinado território
Território = espaço geográfico que ocupa uma determinada população
Governo = é a direção da pessoa jurídica. Para que o Estado seja independente, o governo precisa ser soberano (independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna)
Estado Independente = o povo, em um dado território, organizado segundo sua livre e soberana vontade.
O Estado é um ente personalizado apresentando-se tanto nas relações internacionais, no convívio com outros Estados soberanos, quanto internamente - como sujeito capaz de adquirir direitos e contrair obrigações
	Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Estado de Direito = Estado politicamente organizado que vai cumprir as suas próprias leis.
1.1 FORMA DE ESTADO
A partir da organização política surge a noção de Estado unitário e federado.
Estado Unitário - marcado pela centralização política, em que um só poder político central irradia sua competência, de modo exclusivo, por todo território nacional e sobre toda a população, e controla todas as coletividades regionais e locais. Ex: Uruguai
Estado federado - tem como característica a descentralização política marcada pela convivência, em um mesmo território, de diferentes entidades políticas autônomas, distribuídas regionalmente.
A Constituição Federal de 1988 adotou como forma de Estado o federado, integrado por diferentes centros de poder político. 
A forma federativa de Estado constitui cláusula pétrea, insuscetível de abolição (art. 60, §4°, I, CF). 
Não existe subordinação/hierarquia entre os entes federados. A relação entre eles é caracterizada pela coordenação, tendo cada um autonomia política, financeira e administrativa. Em razão dessa forma de organização verifica-se a existência de Administrações Públicas autônomas em cada uma das esferas da Federação. (Administração Pública federal, estadual, distrital e municipal)
Todas essas administrações públicas, em sua atuação estão adstritas às regras e princípios orientadores do direito administrativo. Além de se sujeitarem às determinadas leis nacionais, especialmente as concernentes a normas gerais, editadas pelo Congresso Nacional, de observância obrigatória por parte de todas as esferas da Federação.
PODERES DO ESTADO
Integram a organização política do Estado os denominados “Poderes”, que representam uma divisão estrutural interna, visando ao mesmo tempo à especialização no exercício das funções estatais e a impedir a concentração de todo o poder do Estado nas mãos de uma única pessoa ou órgão.
	Art. 2º, CF São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
O princípio da separação dos poderes ou princípio da divisão orgânica das funções do Estado constitui cláusula Pétrea. (art. 60, §4, III, CF)
A Constituição de 1988 adotou um modelo de separação de poderes flexível, na qual cada Poder termina por exercer, em certa medida, as três funções do Estado, uma em caráter predominante (típica), e outras de natureza acessória (atípica).
Dessa forma, os demais poderes, além do Executivo, também exercem funções materialmente administrativas. O desempenho dessas funções, seja qual for o Poder que as esteja exercendo, deverá sempre observar as normas e princípios pertinentes ao direito administrativo.
Características da função típica:
Poder Legislativo: função legiferante:
- geral: erga omnes 
- abstrata (exceto leis com efeitos concretos)
- inovação do ordenamento jurídico.
Poder Judiciário: função jurisdicional:
- concreta (exceto controle concentrado de constitucionalidade)
- indireta: precisa de provocação.
- intangibilidade jurídica. (coisa julgada).
Poder Executivo: função administrativa.
- concreta
- direta: não precisa de provocação.
- revisível pelo Poder Judiciário. (Coisa julgada administrativa: de uma decisão administrativa não cabe mais recurso, mas não significa dizer que ela é definitiva). 
OBS: há órgãos administrativos nos Poderes Legislativo (ex: Mesa da Câmara dos deputados, do sanado federal e das assembléias legislativas) e Judiciário (ex: as secretarias dos tribunais).
OBS: O Legislativo, a rigor, é o único ao qual a Constituição atribui duas funções típicas, de igual relevância: a função de elaborar atos normativos primários (função legislativa) e a função de fiscalizar o Poder Executivo, sobretudo o exercício da atividade administrativa desse Poder.
2 NOÇÕES DE GOVERNO
O governo tem a incumbência de exercer a direção suprema e geral do Estado, determinar a forma de realização de seus objetivos, estabelecer as diretrizes que pautarão sua atuação, os planos governamentais, sempre visando a conferir unidade à soberania estatal. Essa função política, própria do governo, abrange atribuições que decorrem diretamente da Constituição e por esta se regulam.
Conforme se constata, a noção de governo está relacionada com a função política de comando, de coordenação, de direção e de fixação de planos e diretrizes de atuação do Estado (as denominadas políticas públicas). Não se confunde com o conceito de administração pública em sentido estrito, que vem a ser, o aparelhamento de que dispõe o Estado para a mera execução das políticas do governo, das políticas públicas, estabelecidas no exercício da atividade política.
2.1 SISTEMA DE GOVERNO
O modo que se dá a relação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções governamentais.
Presidencialismo - adotado pelo Brasil
predomina o princípio da divisão dos Poderes, que devem ser independentes e harmônicos entre si;
O Presidente da República é quem exerce a chefia do Poder Executivo acumulando as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo;
O Presidente cumpre mandato fixo;
O Presidente não depende da confiança do poder Legislativo para sua investidura, nem para o exercício do cargo;
Poder Legislativo não está sujeito a dissolução pelo Executivo, uma vez que seus membros são eleitos para um período certo de tempo
Parlamentarismo 
predomina uma colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo
o Poder Executivo é dividido:
*Chefia de Estado: exercida pelo Presidente da República ou Pelo Monarca
*Chefia de Governo: exercida pelo Primeiro Ministro ou pelo Conselho de Ministros
O Primeiro Ministro é indicado pelo Presidente da República
a permanência do Primeiro Ministro depende da confiança do Parlamento
(se o parlamento retirar a confiança, ele cai, exonera-se. Se por outro lado, o Governo entender que o Parlamento perdeu a confiança do povo, poderá dissolvê-lo convocando eleições extraordinárias)
2.2 FORMA DE GOVERNO
Está relacionado com a maneira como se dá a instituição e a transmissão do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados
República: caracterizada pela efetividade e pela temporalidade dos mandatos do Chefe do Poder Executivo, com o dever de prestação de contas (responsabilidade do governante).
Monarquia: caracterizada pela hereditariedade e vitaliciedade, com ausência de prestação de contas (irresponsabilidade do monarca).
3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
3.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO E EM SENTIDO ESTRITO
AdministraçãoPública em sentido amplo: abrange os órgãos do governo, que exercem função política, e também os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa.
Função política: estabelecimento de diretrizes e programas de ação governamental.
A administração pública, mesmo tomada em sentido amplo, tem toda a sua atuação subordinada à lei. No que toca aos fins do Estado, o ordenamento jurídico estabelece normas genéricas, amplas, muitas vezes traduzidas em normas programáticas, indicando objetivos gerais a seres perseguidos pelo Poder Público. Trata-se de atividade administrativa em sentido amplo, vale dizer, política.
Função administrativa: execução das políticas públicas 
Administração Pública em sentido estrito: só inclui os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa, de execução dos programas de governo. Ficam excluídos os órgãos políticos e as funções políticas, de elaboração das políticas públicas.
3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO FORMAL, SUBJETIVO OU ORGÂNICO
É o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importando a atividade que exerçam.
O Brasil adota o critério formal, sendo, portanto, administração pública somente aquilo que o nosso ordenamento jurídico assim considera: órgãos integrantes da administração direta, isto é, órgãos integrantes da estrutura da pessoa política, e pelas entidades da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedade de economia mista).
Dessa forma, há entidades integrantes da administração pública que não exercem atividade administrativa, e sim atividade econômica (empresa pública e sociedade de economia mista). Como também há entidades privadas não integrantes da administração pública que exercem atividades identificadas como próprias da função administrativa (concessionárias de serviço público; organizações sociais).
3.3 ADMINSITRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO MATERIAL, OBJETIVO OU FUNCIONAL
Representa o conjunto de atividades que costumam ser consideradas próprias da função administrativa. Esse conceito leva em consideração a atividade exercida.
São atividades da administração pública em sentido material: 
serviço público: prestações concretas para a população em geral; 
polícia administrativa: restrições ou condicionamentos imposto ao exercício de atividades privadas; 
Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública; 
Intervenção: abrange toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua atuação direta como agente econômico, ex: agências reguladoras.
4 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
4.1 ENTIDADES POLÍTICAS E ENTIDADES ADMINISTRATIVAS
Entidades políticas, pessoas políticas ou entes federados: são pessoas jurídicas de direito público interno, dotadas de diversas competências de natureza política, legislativa e administrativa, conferidas diretamente pela Constituição Federal. Possuem autonomia política, que se traduz na capacidade de auto-organização, isto é, na elaboração das próprias leis orgânicas ou constituições, e na possibilidade de legislar. São pessoas políticas a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.
Entidades administrativas: são as pessoas jurídicas que integram a administração pública formal brasileira, sem dispor de autonomia política. São as pessoas jurídicas que compõem a administração indireta, a saber, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedade de economia mista. Só possuem competência administrativa, não detêm competência legislativa, limitando-se a exercer competências de execução das leis editadas pelas pessoas políticas.
Uma entidade administrativa recebe suas competências da lei que a cria ou autoriza sua criação, editada pela pessoa política que originalmente recebeu da Constituição Federal essas competências. As entidades administrativas são criadas pelas pessoas políticas quando estas entendem ser conveniente que determinada competência originalmente sua passe a ser exercida descentralizadamente.
Embora as entidades administrativas não tenham autonomia política, possuem autonomia administrativa, capacidade de auto-administração, significa dizer, não são hierarquicamente subordinadas à pessoa política instituidora e tem capacidade para editar regimentos internos dispondo acerca de sua organização e funcionamento.
Essas entidades são vinculadas (sem hierarquia) à pessoa política instituidora, que exerce sobre elas controle administrativo denominado tutela ou supervisão, exercido nos termos da lei, voltado essencialmente à verificação do atingimento de resultados, tendo em conta as finalidades para cuja consecução a entidade administrativa foi criada.
4.2 NOÇÕES DE CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
Para o desempenho de suas atribuições, o Estado adota duas formas básicas de organização e atuação administrativas: centralização e descentralização.
Centralização: quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e agentes integrantes da denominada administração direta.
Descentralização: quando o Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas e não pela sua administração direta. A descentralização pode ocorrer por outorga (descentralização por serviços) ou por delegação (descentralização por colaboração).
Descentralização por outorga ou delegação legal: quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere determinado serviço público. Isto por meio de lei que institua a entidade ou autorize sua criação. Normalmente seu prazo é indeterminado. É o que ocorre na criação das entidades da administração indireta (autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública). Na outorga transfere a própria titularidade do serviço público e não sua mera execução, como ocorre na delegação.
Descentralização por delegação ou delegação negocial: quando o Estado transfere por contrato (concessão ou permissão) ou ato unilateral (autorização de serviços públicos), unicamente a execução do serviço, para que a pessoa delegada o preste à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado.
- delegação por contrato: sempre efetivada por prazo determinado.
OBS: a concessão só é possível para pessoas jurídicas, enquanto a permissão é possível para pessoas jurídicas ou físicas.
- delegação por ato administrativo: como regra não há prazo certo, em razão de sua precariedade (possibilidade de revogação a qualquer tempo).
OBS: a autorização é possível para pessoas jurídicas e físicas.
Repetindo, na outorga transfere a própria titularidade do serviço público e não sua mera execução, como ocorre na delegação. Isto ocorre porque a outorga sempre exige lei instituindo a entidade e estabelecendo as competências a ela outorgadas.
Ademais, não pode o poder público simplesmente encampar, ou decretar a caducidade de um serviço outorgado; a retomada do serviço pela pessoa política sempre exige lei e, se for total, implica a extinção da pessoa jurídica.
Em nenhuma forma de descentralização há hierarquia. 
Na relação entre a administração direta (pessoa jurídica) e a indireta (autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista), diz-se que há vinculação (e não subordinação). A primeira exerce sobre a segunda o denominado controle finalístico ou tutela administrativa ou supervisão. Para exercício do controle finalístico é exigida expressa previsão legal, que determinará os limites e instrumentos de controle (atos de tutela).
O controle exercido pelo poder delegante é muito mais amplo do que o exercido nos casos de outorga legal.
OBS: descentralização territorial ou geográfica: pode ocorrer no Brasil na hipótese de ser criado algum Território Federal. A União cria uma pessoa jurídica de direito público com limites territoriais determinados e competências administrativas genéricas. Os territórios são às vezes chamados de autarquias territoriaisem razão de sua personalidade jurídica de direito público.
Diferença entre território e autarquia: esta tem capacidade administrativa especifica, recebem competência para atuar em determinada área, e os territórios tem capacidade administrativa genérica, para atuação em diversas áreas.
OBS: Há a descentralização política quando há transferência de competência de um ente político para outro, como por exemplo a União transfere competência aos estados ou aos municípios. Isto é matéria de constitucional (repartição de competência), e não de administrativo (descentralização de atividade).
Desconcentração: ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se, a desconcentração, de mera técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. A desconcentração ocorre tanto na estrutura da administração direta, como da administração indireta.
Como resultado da desconcentração tem-se os órgãos públicos.
Órgão público - conjunto de competências localizado na estrutura interna de uma pessoa jurídica, seja ela da administração direita ou indireta.
Porque a desconcentração ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, surge relação de hierarquia, de subordinação, entre os órgãos dela resultantes. No âmbito das entidades desconcentradas temos controle hierárquico, o qual compreende os poderes de comando, fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência, delegação e avocação.
Concentração administrativa: é o fenômeno inverso; situação em que uma pessoa jurídica integrante da administração pública extingue órgãos antes existentes em sua estrutura.
Um serviço poder ser prestado centralizadamente mediante desconcentração, por órgão da administração direta, ou descentralizada mente mediante desconcentração, por uma unidade integrante da estrutura de uma pessoa jurídica da administração indireta.
	EXPLICAÇÃO DO CURSO DE REVISÃO DO LFG PARA DELEGADO EM 2010
Descentralização ocorre de duas maneiras:
1) por outorga: serviços outorgados. O instrumento para que ocorra é a lei.
Serviço outorgado é aquele em que é transferido para as pessoas jurídicas de direito público tanto a titularidade do serviço como a sua execução. Aqui tem:
* Autarquias ; * Fundação Pública de Direito Público
2) por delegação: serviços delegados. O instrumento utilizado para a delegação pode ser a lei, o contrato administrativo, ou ainda um ato unilateral. A delegação só transfere a execução do serviço.
A descentralização por delegação por instrumento lei vai ocorrer para as pessoas jurídicas de direito público:
* Fundações Públicas de Direito Privado
* Empresas Públicas
* Sociedade de Economia Mista
A descentralização por delegação por contrato administrativo:
* os concessionários
* os permissionários
A descentralização por delegação por ato unilateral:
* os autorizatários
Diferença: no livro a outorga é por lei e poderá ser criando ou autorizando a criação da autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista, transferindo titularidade. A delegação, que pode ser por contrato ou ato unilateral, é realizada para concessionários, permissionários e autorizatários, não havendo transferência de titularidade, somente da execução do serviço.
4.3 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO DIRETA, ADMINISTRAÇÃO INDIRETA E ENTIDADES PARAESTATAIS
Administração Direta: é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas (União, estados, Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas.
Administração Indireta: é o conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que, vinculadas à administração direta, têm a competência para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas.
O art. 4° do Decreto-lei 200/67 traz as entidades da administração indireta. No entanto este decreto refere-se somente ao Poder Executivo Federal. Portanto, tal dispositivo é incompleto, já que existe administração pública em todos os entes federados e em todos os Poderes.
Ressalta-se que apesar de ser comum referir-se a administração indireta como um conjunto de pessoas jurídicas às quais se atribui competência para o exercício de funções administrativas, a verdade é que as empresas públicas e as sociedades de economia mista não são criadas para exercer serviço público ou outra atividade própria da administração pública, mas para explorar atividades econômicas em sentido estrito.
OBS: Entidades Paraestatais: são pessoa jurídicas privadas que, sem integrarem a estrutura da administração direta ou indireta, colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público, de natureza não lucrativa, e as quais o Poder Público dispensa especial proteção. Elas compreendem: os serviços autônomos (SESI, SESC, SENAI, etc.), as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e as denominadas “entidades de apoio”.
OBS: Consórcios Públicos: Lei 11.107/05 - não podem ser considerados uma quinta categoria de entidade. Podem adquirir personalidade de direito público, sendo, portanto, autarquias sob a forma de associações públicas, ou de direito privado, o qual não integraram a administração pública
4.4 CRIAÇÃO DE ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃ INDIRETA
O art. 37, XIX, da Constituição Federal trata da criação de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.
Princípio da especialidade: estabelece que cada um desses entes exercerá função específica, são criados com finalidades específicas.
	Art. 37, XIX, CF - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação
Desse modo, a partir da Constituição de 1988, em todos os entes federados, a administração pública subdivide-se em administração direta e administração indireta, sendo esta composta por aquelas quatro categorias de entidades (já previstas no DL 200/67), que devem ser criadas segundo determina o texto constitucional. Tais entidades estão sujeitas, ademais, a todas as regras - tanto constitucionais quanto presentes em leis gerais de caráter nacional - que a elas se refiram individualmente ou, de forma genérica, aludam a “administração indireta”, ou a “administração pública”.
São previstas no art. 37, CF, duas formas de criação das entidades da administração indireta:
No caso das autarquias: criação por lei especifica, diretamente. O ente federado só precisa editar uma lei ordinária cujo conteúdo específico seja a criação da autarquia (lei específica quanto a matéria); com o início da vigência da lei, a autarquia adquire personalidade jurídica. A própria lei é seu ato constitutivo, não há que se falar em registro.
Para as demais entidades: autorização por lei específica para sua criação. A criação da entidade, ou seja, a aquisição da personalidade jurídica ocorre quando elaborado os atos constitutivos é efetivada sua inscrição no registro público competente.
Conquanto seja patente que o constituinte derivado teve a intenção de que todas as fundações públicas passassem a ser criadas obrigatoriamente com personalidade jurídica de direito privado, nossa jurisprudência, inclusive a do STF, e a doutrina pátria dominante admitem que as fundações públicas sejam criadas com personalidade jurídica de direito público, diretamente por lei específica. Neste caso, todavia, elas serão uma espécie do gênero autarquia.
Vale reforçar: as fundações públicas podem ser criadas da forma literalmente prevista na segunda parte do inciso XIX, do art. 37, da Constituição, revestindo, então, personalidade jurídica de direito privado, mas podem também, ser criadas diretamente por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, hipótese queserão uma espécie de autarquia (usualmente chamadas de fundações autárquicas ou autarquias fundacionais).
Extinção das entidades: pelo princípio da simetria das formas, a extinção deve ser efetuada seguindo a mesma sistemática observada para sua criação. Em qualquer hipótese, a lei específica que crie ou que autorize a criação, extinga ou autorize a extinção de uma entidade da administração indireta vinculada ao Poder Executivo é de iniciativa privativa do Chefe do poder Executivo. Isto com base no art. 61, §1°, II, “e”, da Constituição. 
A referência a “órgãos” no referido artigo é em sentido amplo, não apenas significando órgão em sentido estrito.
Vale ressaltar que se a entidade for criada por outro Poder, Legislativo ou Judiciário, sua extinção será realizada pelo respectivo Poder a que esteja vinculada.
Por último o art. 37, XIX, CF prevê uma lei complementar que disciplinará a área de atuação das fundações, mas até hoje esta lei não foi editada.
4.5 CRIAÇÃO DE SUBSIDIÁRIAS E PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL DE EMPRESAS PRIVADAS
	Art. 37,XX, CF - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
Não existe uma definição legal, muito menos constitucional, precisa de pessoa jurídica subsidiária. Perfilha-se aqui uma orientação mais abrangente, segundo o qual, subsidiária é sinônimo de “controlada”. A subsidiária tem personalidade jurídica própria, vale dizer, é uma pessoa jurídica, distinta da pessoa controladora, e não um órgão, ou um mero estabelecimento desta.
A subsidiária é uma pessoa jurídica controlada por uma das entidades da administração indireta, ou seja, é uma pessoa jurídica controlada indiretamente pelo Poder Público.
Existe alguma controvérsia doutrinária quanto às subsidiárias integrarem ou não formalmente a administração pública. A maioria dos administrativistas entende que elas não fazem parte. Prelecionam outros autores que o conceito de administração pública adotado pelo nosso ordenamento é formal, considerando administração indireta somente as 4 categorias estabelecidas no art. 37, XIX.
O STF asseverou com clareza que as subsidiárias a que se refere o inciso XX do art. 37 são empresas privadas, não integrantes da administração pública.
Assim, o regime jurídico a que se sujeitam é predominantemente o de direito privado, mas a CF e algumas leis administrativas estendem a elas regras de direito público, de que são exemplos: vedação à acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas; sujeição ao teto remuneratório dos agentes públicos, caso recebam recursos do poder público; investimentos públicos nelas realizados constem de lei orçamentária; sujeitam-se ao controle legislativo e controle pelos TC; sujeitam-se a licitação; sujeitam-se à lei de improbidade e à ação popular.
Quanto à exigência de que o pessoal permanente das subsidiárias das entidades da administração indireta seja contratado mediante concurso público, existe controvérsia na doutrina e na jurisprudência. De toda sorte, a nosso ver, parece predominar, no âmbito do poder público genericamente considerado, o entendimento de que esses empregados estão, sim, sujeitos à exigência de contratação por meio de concurso público. Esse é o entendimento da súmula do Tribunal de Contas da União.
Súmula 231 do Tribunal de Contas da União: “a exigência de concurso público para admissão de pessoal se estende a toda a Administração Indireta, nela compreendidas as Autarquias, as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, as sociedades de economia mista e empresas públicas e, ainda, as demais entidades controladas direta e indiretamente pela União, mesmo que visem a objetivos estritamente econômicos, em regime de competitividade com a iniciativa privada. ”
Segundo já firmou a jurisprudência do STF, no inciso XX do art. 37 da CF, a expressão “autorização legislativa” deve, simplesmente, ser considerada sinônima de “autorização em lei”. Ou seja, é necessária uma lei ordinária do ente federado ao qual esteja vinculada a entidade da administração indireta cuja subsidiária será criada.
Decidiu também o STF que a exigência da autorização legislativa “em cada caso” não significa necessidade de uma lei para cada subsidiária a ser criada. É suficiente a existência de um dispositivo conferindo genericamente a autorização para a criação de subsidiárias na própria lei que criou ou autorizou a criação da determinada entidade da administração indireta.
É dispensável, assim, a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora.
4.6 ENTIDADES EM ESPÉCIE
4.6.1 AUTARQUIAS
4.6.1.1 CONCEITO
As autarquias são entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio e atribuições estatais determinadas.
Conceito dado pelo Decreto Lei 200/67, 
	art. 5°, I - Autarquia - serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
As autarquias integram a administração indireta, representando uma forma de descentralização administrativa mediante a personificação de um serviço retirado da administração centralizada. Por isso, somente deve ser outorgado as autarquias serviços públicos típicos, e não atividades econômicas, mesmo que de interesse social.
Em razão disso, de desempenharem atividade tipicamente da administração pública, os poderes que o Estado dispõe, bem como os privilégios e restrições são também outorgados às autarquias. Ex: imunidade tributária recíproca e os privilégios processuais da Fazenda Pública.
A autarquia está sujeita ao controle finalistico, de tutela, ou de supervisão, pela pessoa que a criou, dentro dos limites previstos em lei.
Classificação das autarquias: 
Autarquia comum ou ordinária: não apresenta nenhuma peculiaridade. No âmbito federal é aquela que enquadra-se na previsão do Decreto Lei 200/67;
Autarquia sob regime especial: quando apresenta alguma peculiaridade comparada a autarquia comum. Não existe um regime especial específico. As particularidades consideradas como regime especial variam conforme a lei que institui determinada autarquia;
Autarquia fundacional: é simplesmente uma fundação pública com personalidade jurídica de direito público. Autarquias e fundações direito público possuem diferença somente conceitual, em que aquela é um serviço público personificado e esta é um patrimônio personalizado. As diferenças ficam por conta da lei que as instituir.
Associação pública: art. 41, CC a descreve como espécie de autarquia
* consórcios públicos: se assumir a forma de associação pública será uma autarquia integrante de mais de um ente federado, por isso denomina-se autarquia “interfederativa” ou “multifederada”
OBS: agências reguladoras: pessoas jurídicas administrativas cujo objeto é a regulação de determinado setor econômico, incluídos os serviços em sentido estrito. Na esfera federal, todas as agências reguladoras tem sido criadas como autarquias sob regime especial. Deve-se frisar que não há na Constituição qualquer norma que determine que a atividade de regulação deva ser exercida por autarquias.
Ex: ANATEL: controla, disciplina e fiscaliza atividades de telecomunicações. ANEEL: atividades voltadas ao setor de energia elétrica, ANAC: aviação civil. ANVISA: regras sanitárias. ANS: serviço de saúde. ANA: serviço de água. ANCINE: atividades relacionadas ao cinema. ANP: atividades relacionadas ao petróleo.
OBS: agências executivas: não se refere a uma espécie de entidade. Trata-se de uma qualificação que poderá ser conferida peloPoder Público às autarquias em geral e às fundações públicas que com ele celebrem o contrato de gestão a que se refere o art. 37, §8°, da Constituição.
	Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
4.6.1.2 CRIAÇÃO E EXTINÇÃO
As autarquias podem ser criadas por meio de lei especifica - ordinária. Na esfera federal a iniciativa é do Presidente da república (art. 61, §1°, II, “e”, CF). Esta regra também se aplica aos estados, Distrito Federal e aos municípios, sendo, portanto a lei de iniciativa do Governador e do Prefeito, respectivamente.
A extinção de autarquias deve ser feita, de igual modo, mediante a edição de lei específica, também de iniciativa do Poder correspondente que a tenha criado. Sendo pelo Executivo, a extinção será do chefe do Poder Executivo.
4.6.1.3 NATUREZA JURÍDICA
É uma pessoa jurídica distinta do ente federado que a criou. É, portanto, titular de direitos e obrigações. É uma pessoa jurídica de direito público, se sujeitando ao regime jurídico de direito público. Sua personalidade inicia com a vigência da lei que a instituir.
A instituição por lei da autarquia nem sempre significa o seu efetivo funcionamento. Havendo nestes casos um decreto de instalação ou implantação, que veicula o regulamento da entidade, sua estrutura regimental, seu quadro de quadros, etc.
4.6.1.4 PATRIMÔNIO
O patrimônio inicial da autarquia é formado a partir da transferência de bens, móveis e imóveis, do ente federado que a criou, os quais passam a pertencer à autarquia. Com a sua extinção todo o seu patrimônio é reincorporado ao ativo da pessoa política a que ela pertencia.
Os bens da autarquias são considerados bens públicos, sendo portanto, imprescritíveis e impenhoráveis.
4.6.1.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Atividades típicas da administração pública, serviços públicos em sentido amplo, realização de atividades de interesse social e o desempenho de atividades que envolvam prerrogativas públicas, serviços típicos do Estado, que exijam especialização, com organização própria, administração mais ágil e pessoal especializado.
Não são destinadas a exploração de atividade econômica.
Ex: BACEN (Banco Central do Brasil), INSS (Institut Nacional do Seguro Social)
OBS: no STF teve uma ADI 3026-4, que ficou decidido que a OAB não é autarquia, configurando entidade ímpar, sui generis, um serviço público independente, não passível de enquadramento em nenhuma categoria regular prevista no ordenamento. OAB embora seja um conselho profissional, é uma entidade independente que não está sujeito a controle ministerial, que não pertence nem a administração pública direta, nem a administração indireta. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. (incabível realização de concurso público para admissão de pessoal). 
Outros conselhos profissionais continuam sendo autarquias.
4.6.1.6 ATOS E CONTRATOS
Os atos praticados pelas autarquias são, em regra, atos administrativos, ostentando as mesmas peculiaridades que revestem aqueles promanados da administração direta. Devem respeitar os mesmo requisitos de validade. Assim, gozam dos mesmos atributos: presunção de legitimidade, imperatividade e auto-executoriedade. 
Os ajustes celebrados pelas autarquias também são, em regra, contratos administrativos, sujeitos ao mesmo regime jurídico de direito público aplicável aos contratos administrativos firmados pela administração direta, sendo precedidos de licitação
4.6.1.7 ORÇAMENTO
O orçamento das autarquias, em sua forma, é idêntico ao dos órgãos da administração direta; suas receitas e despesas integram o chamado orçamento fiscal, parte da lei orçamentária anual.
	Art. 165, § 5º, CF - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
4.6.1.8 REGIME DE PESSOAL
O art. 39 da Constituição, na redação original, exigia que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios instituíssem regime jurídico único para seus servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas.
A emenda constitucional 19 de 98 alterou esse dispositivo, excluindo a obrigatoriedade do regime jurídico único para os servidores.
O STF, a partir de agosto de 2007 suspendeu a eficácia da redação dada pela emenda, por uma cautelar, já que não foi observada a exigência de aprovação em dois turnos. Ficou decidido que toda legislação editada durante a vigência da emenda continua válida, assim como as respectivas contratações de pessoal. 
A partir de agosto de 2007 voltou, então, a vigorar o regime jurídico único aplicável a todos os servidores integrantes da administração direta, das autarquias e fundações públicas.
Regras de contratação de pessoal: através de concurso público; vedação de acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas.
	Art. 37, XVII, CF - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
4.6.1.9 NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO DE DIRIGENTES
A forma de investidura dos dirigentes das autarquias será aquela prevista na lei instituidora. A competência para a nomeação, nas autarquias federais é privativa do Presidente da República e, por simetria, nos estados e no Distrito Federal é do Governador, e nos municípios é do Prefeito.
Para nomeação de alguns cargos será exigida prévia aprovação pelo Senado Federal do nome escolhido pelo Presidente da República. (nos estados a aprovação é da Assembleia). 
	Art. 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da República:
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
No entanto, no que tange a exoneração, segundo orientação do Supremo, não pode a lei exigir aprovação legislativa, nem a exoneração direta pelo legislativo. 
4.6.1.10 CAPACIDADE EXCLUSIVAMENTE ADMINSITRATIVA
A autarquia é uma entidade meramente administrativa, não possui natureza política, ou seja, não possui autonomia política (poder de auto-organização e capacidade de legislar)
Possui apenas capacidade de auto-administração, ou seja, capacidade de administrar a si própria segundo a lei que a instituiu.
4.6.1.11 RELAÇÃO COM O ENTE ESTATAL INSTITUIDOR
Não há hierarquia; há vinculação administrativa. O ente que cria a autarquia exerce controle finalístico, tutela administrativa ou supervisão. O controle visa assegurar que a entidade controlada esteja atuando em conformidade com os fins que a lei instituidora lhe impôs, com a verificação do atingimento de resultados.
O exercício do controle finalísitico pressupõe expressa previsão legal, que determinará os limites e os instrumentos de controle (atos de tutela).
4.6.1.12 CONTROLE DE DESEMPENHO
Sem prejuízo do controle finalístico, previsto em lei, as autarquias - bem como as demais entidades da administração indireta, e mesmo os órgãos da administração direta - têm a possibilidade de ampliar sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira, mediante a celebração de contrato de gestão com o Poder Público, nos termos do §8° do art. 37 da Constituição Federal. Esses contratos de gestão têmpor objeto a fixação de metas de desempenho para a entidade, a qual se compromete a cumpri-las, nos prazos estipulados, fazendo jus, em contrapartida, à mencionada ampliação de autonomia. O atingimento das metas estabelecidas será aferido pelo Poder Público segundo critérios objetivos de avaliação de desempenho descritos no próprio contrato de gestão.
As autarquias que celebrem o contrato de gestão de que trata o §8°, do art. 37, da Constituição poderão ser qualificadas como agências executivas.
4.6.1.13 AUTARQUIAS SOB O REGIME ESPECIAL
Freqüentemente a lei afirma que está instituindo uma autarquia sob regime especial , no entanto não diz o motivo. Essa expressão não reporta a um regime jurídico delimitado uniforme, preestabelecido, bem definido.
A doutrina em geral preleciona que o “regime autárquico especial” é expressão aplicável a qualquer particularidade, a qualquer característica - prerrogativa ou restrição -, não prevista no Decreto-lei 200/67 (regime comum, geral, federal), que integre o regime jurídico da autarquia.
Assim, qualquer peculiaridade pode ser considerada motivo para se tratar a autarquia como de regime especial.
De um modo geral, as autarquias sob regime especial têm previsto nas leis instituidoras determinados instrumentos aptos a conferir-lhes maior autonomia.
NÃO CONFUNDIR: autarquia sob regime especial e agência reguladoras. Qualquer entidade pode ser criada sob o regime autárquico especial, seja qual for sua atividade.
NÃO CONFUNDIR: autarquia sob regime especial e agências executivas. A qualificação de agência executiva pode recair sobre uma autarquia comum, pois se trata de efetuar o contrato de gestão.
Também não há relação entre agência executiva e agencia reguladora. Esta exerce atividade de fiscalização. Aquela se refere ao contrato de gestão, em que qualquer entidade pode ter o titulo de agencia executiva, basta firmar o contrato de gestão, podendo inclusive ser uma agencia reguladora, mas não necessariamente.
4.6.1.14 CONTROLE JUDICIAL
Os atos das autarquias, em regra, são atos administrativos, sujeitando-se ao mesmo regime jurídico aplicável àqueles promanados da administração direta e a controle de legalidade e legitimidade pelo Poder judiciário, tanto pelas vias ordinárias (uma ação de indenização, por exemplo), quanto pelas especiais (ação popular, mandado de segurança, ação civil pública, etc.).
Os agentes das autarquias podem praticar “atos de autoridade”, passíveis de controle judicial de legalidade mediante mandado de segurança.
4.6.1.15 JUÍZO COMPETENTE
As autarquias federais têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, inclusive os Mandados de Segurança contra atos de agentes autárquicos federais.
As autarquias estaduais e municipais têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Estadual, inclusive os Mandados de Segurança contra atos de seus agentes.
Se forem causas envolvendo servidores das autarquias, em sendo estatutários, mantém a competência na Justiça Federal e em sendo autarquia estadual ou municipal a competência se mantém na Justiça Estadual. Se forem servidores celetista, empregados públicos, a causa será julgada na Justiça do Trabalho independente de ser autarquia federal, estadual e municipal.
4.6.16 PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS
As autarquias gozam de privilégios outorgados a Fazenda Pública:
Prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer;
Isenção de custas judiciais, não excluída, entretanto, a obrigação de reembolsar as despesas judiciais feitas pela parte vencedora;
Dispensa de exibição de instrumento de mandato em juízo, pelos procuradores, para a prática de atos processuais;
Dispensa de depósito prévio, para interposição de recurso;
Não sujeição a concurso de credores ou à habilitação em falência, liquidação ou recuperação judicial, inventário ou arrolamento, para cobrança de seus créditos;
A sentença proferida contra a autarquia, que julgar procedente, em todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública, está sujeita a duplo grau de jurisdição. Essa regra não será aplicada quando a condenação ou o direito controvertido, for de valor não excedente a 60 salários mínimos. Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando a sentença estiver fundada em jurisprudência ou súmula do Plenário do STF .
Respondem judicialmente por suas dívidas pelo sistema de precatórios, pois seus bens não estão sujeitos a penhora.
4.6.1.17 PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
As dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquia prescrevem em 5 anos, ou seja, aquele que tiver crédito contra a autarquia deve promover a cobrança dentro desse prazo.
O prazo prescricional pode ser suspenso ou interrompido nas mesmas situações das ações em geral. No entanto, a interrupção só pode ocorrer uma vez e quando volta a correr recomeça a correr pela metade (2 anos e meio).
O STF já decidiu que essa contagem de prazo com a interrupção não pode resultar em prazo menor que 5 anos. Súmula 383, STF.
	SÚMULA Nº 383
A PRESCRIÇÃO EM FAVOR DA FAZENDA PÚBLICA RECOMEÇA A CORRER, POR DOIS ANOS E MEIO, A PARTIR DO ATO INTERRUPTIVO, MAS NÃO FICA REDUZIDA AQUÉM DE CINCO ANOS, EMBORA O TITULAR DO DIREITO A INTERROMPA DURANTE A PRIMEIRA METADE DO PRAZO
4.6.1.18 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
As autarquias gozam da imunidade tributária recíproca, que veda a instituição de impostos sobre seu patrimônio, suas rendas e sobre os serviços que elas prestam, desde que estejam vinculados a suas finalidades essenciais, ou às que destas decorram. Ver. Art. 150, “a” e §2°, CF.
O STF tem decidido que a imunidade alcança a exploração, pela autarquia, de outra atividade, estranha a sua finalidade, desde que a renda seja destinada integralmente à manutenção ou ampliação das suas finalidades.
4.6.1.19 RESPONSABILIDADE CIVIL
As autarquias responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (art. 37, §6°, CF)
Poderá eximir-se da responsabilidade se provar culpa exclusiva de quem sofreu o dano, ou que o dano decorreu de alguma excludente admitida, como força maior.
4.6.2 FUNDAÇÕES PÚBLICA
4.6.2.1 CONCEITO
É um patrimônio vinculado ao cumprimento de uma finalidade. É um patrimônio personificado em que a figura do instituidor é a pessoa política; esta faz a dotação patrimonial e destina recursos orçamentários para a manutenção da entidade. 
Conquanto não exista regra constitucional expressa que o determine, o objeto das fundações públicas deve ser uma atividade de interesse social - evidentemente exercida sem intuito de lucro - tal qual educação, saúde, assistência social, pesquisa científica, proteção do meio ambiente.
As fundações públicas são criadas por iniciativa do Poder Público, a partir de patrimônio público, e pressupõem a edição de lei específica.
Define-se fundação pública como a entidade da administração indireta instituída pelo poder público mediante a personificação de um patrimônio que, dependendo da forma de criação, adquire personalidade jurídica de direito público ou personalidade jurídica de direito privado, à qual a lei atribui competências administrativas específicas, consubstanciadas, regra geral, em atividades de interesse social (a serem definidas em lei complementar).
4.6.2.2 NATUREZA JURÍDICA
A partir da promulgação da Constituição de 1988 restou incontroverso que as fundações públicas integram formalmente a administração pública brasileira.
Cumpre registrar que a Constituição trouxe em seu texto inúmeras referências às fundações públicas, conferindo-lhes muitos dos privilégios próprios das entidades de direito público, emparelhando-as com as autarquias em diversos dispositivos. Em razão do tratamento dado pelo constituinte originário às fundações públicas, a doutrina administrativista de então, majoritariamente, passou a propugnar o reconhecimento de personalidade de direito público a essas entidades, indistintamente.Com efeito, pela redação que lhe deu a emenda constitucional n°19/98, o inciso XIX do art. 37 passou a estabelecer duas formas distintas de criação de entidades da administração indireta: 
Criação diretamente efetuada pela edição de uma lei específica;
Mera autorização conferida em lei específica para a criação da entidade, devendo o Poder Executivo elaborar os seus atos constitutivos e providenciar a inscrição no registro competente a fim de que ela adquira personalidade.
As fundações, pela disposição da Constituição tem sua forma de criação como as empresas públicas e as sociedade de economia mista, mecanismo este das pessoas privadas. Apesar dessa constatação a doutrina majoritária e a jurisprudência, inclusive o STF, firmam-se pela possibilidade de as fundações públicas serem instituídas, ou com personalidade jurídica de direito privado ou com personalidade jurídica de direito público.
Nesta segunda hipótese, não prevista na Constituição, a fundação pública será criada diretamente pela lei específica, adquirirá personalidade jurídica com a simples vigência da lei instituidora. Mais precisamente, o Poder Público terá criado uma espécie de autarquia, uma vez que o texto constitucional é claro ao estatuir que entidades da administração indireta criadas diretamente pela edição de uma lei específica são autarquias.Seu regime jurídico é próprio das autarquias.
A diferença entre uma autarquia e uma fundação autárquica é meramente conceitual: aquela é definida como um serviço público personificado, em regra, típico de Estado; esta é, por definição, um patrimônio personalizado destinado a uma finalidade específica, usualmente de interesse social.
Todas as regras constitucionais pertinentes à administração pública que falem de algum modo em “fundações”, ou “administração fundacional”, aplicam-se a qualquer fundação pública, tanto as fundações públicas de direito público, quanto as fundações públicas de direito privado.
No caso das lei, somente na hipótese de a regra legal ser indiscutivelmente incompatível com a personalidade jurídica de direito privado é que, a nosso ver, poderá ser cogitada a adoção de uma interpretação restritiva, excluindo de seu alcance as fundações públicas de direito privado. Ex: o sistema de precatório é típico da entidades de direito público, excluindo, então, as fundações públicas de direito privado desse sistema.
Art. 37, XIX, CF prevê a edição de uma lei complementar que regulará a área de atuação das fundações (públicas de direito público ou publicas de direito privado) ainda não foi editada.
4.6.2.3 REGIME JURÍDICO
Fundação pública de direito público: Tendo em vista que a fundação pública com personalidade jurídica de direito público é uma espécie do gênero autarquia, a ela se aplica o regime jurídico das autarquias: sujeita-se ao regime de direito público, com todas as prerrogativas e restrições. Sendo estendidos os mesmos poderes e privilégios que a ordem jurídica confere às autarquias.
Fundação pública de direito privado: sua situação não é bem definida, havendo incontornáveis divergências doutrinárias e pouca jurisprudência conclusiva sobre os pontos mais polêmicos.
Teoricamente sujeitam-se a um regime híbrido, sendo em parte reguladas por normas de direito privado e parte por normas de direito público.
Problema: todas as regras constitucionais destinadas as fundações são também aplicáveis as fundações públicas de direito privado. Assim, também ocorre nas leis, aplicando-se de forma indistinta as duas modalidades de fundação, salvo quando a norma seja incompatível com a personalidade de direito privado.
Apesar dessa dificuldade ainda é possível apontar algumas característica que a diferencia das fundações públicas de direito público:
só adquirem personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos no registro público competente;
não podem desempenhar atividades que exijam o exercício do poder de império;
não têm poder normativo;
seus bens não se enquadram como bens públicos. No entanto, os bens diretamente empregados na prestação de serviços públicos são impenhoráveis, em decorrência do princípio da continuidade dos serviços públicos;
não estão sujeitas ao regime dos precatórios;
não podem ser sujeitos ativos tributários (poder de exigir tributo);
não tem a prerrogativa de cobrar suas dívidas mediante processo especial de execução judicial estabelecido na lei 6830/90.
OBS: Ministério Público - 
	Art. 66, CC. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas
A doutrina majoritária, inclusive Maria Sylvia Di Pietro, afirma que o art. 66, do CC só se aplica as fundações privadas, não se aplicando nem a fundação pública de direito público, nem a fundação pública de direito privado. Isto porque a tutela administrativa é meio de controle suficiente e apto a assegurar a realização dos objetivos fixados nos atos de constituição da entidade. Nas fundações privadas a atuação do Ministério Público se justifica para manter a entidade dentro dos objetivos para os quais foi instituída.
Contudo, o STF, na ADI 2.794/DF afirmou incidentalmente que é atribuição do Ministério Público Federal a veladura pelas fundações federais de direito público. Isto não significa que o Ministério Público vai atuar como nas fundações privadas (em que a fundação privada precisa prestar satisfação permanente ao MP), na verdade ele age quando se verificam indícios de irregularidade. Não é veladura no sentido de curadoria, como nas fundações privadas, mas no sentido de controle de eventual ilegalidade.
Essa atuação do Ministério Público Federal não é restrita as fundações, mas de toda a administração pública.
Foro: 
* fundações públicas de direito público: têm foro na Justiça Federal
* fundações públicas de direito privado: é controvertida a possibilidade de enquadrar-se no art. 109, I, da Constituição. O STJ, sem fazer distinção entre fundação pública de direito público ou privado, tem vários julgados afirmando ser da Justiça Federal a competência para julgamento. Há também a lei dos juizados federais (lei 10.259/01) que prescreve ser competente nas ações em que as fundações forem parte. Novamente não há menção sobre a personalidade jurídica da fundação. Assim, parece-nos que a competência é da Justiça Federal.
4.6.3 EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
4.6.3.1 INTRODUÇÃO
a) Atividades não-econômicas:
a.1) Atividades exclusivas de Estado: são aquelas que envolvem o exercício do poder de império. Somente podem ser desempenhadas por pessoas jurídicas de direito público e não há possibilidade de serem exploradas com intuito de lucro, são não-econômicas por sua própria natureza.
a.2) Atividade de interesse social, sem intuito de lucro: relativo aos direitos constitucionais sociais:
* pela administração pública direta e indireta: essas atividades são serviços públicos em sentido estrito; não são passíveis de serem exploradas com intuito de lucro e não existe delegação para particulares
* pelo setor privado, sem fins lucrativos: trata-se de prestação de serviço privado, isto é, atividade aberta à livre iniciativa e executada sob o regime jurídico de direito privado; são as atividades exercidas pelas entidades filantrópicas (terceiro setor).
b) Atividades econômicas em sentido amplo: são atividades empresárias exploradas com finalidade de lucro e os serviços públicos passíveis de serem explorados com intuito de lucro
b.1) Atividades econômicas em sentido estrito: são as atividades comerciais e industriais, bem como a prestação de serviços privados, abertos à livre iniciativa, exercidos com finalidade de lucro. A Constituição reserva a exploração dessas atividades, como regra aos particulares, sujeitas ao regime de direito privado. Em caráter excepcional, o Estado desempenha essas atividades quando sua exploração é necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo. (art. 173, CF)
b.2 Serviços Públicos passíveis de serem explorados com intuito de lucro: sãoos serviços públicos em sentido estrito que têm possibilidade de serem explorados segundo os princípios da atividade empresarial e que poderiam ser delegados a particulares mediante concessão ou permissão. No entanto, por serem serviços públicos, mesmo que explorados com intuito de lucro, estão sujeitos obrigatoriamente ao regime jurídico de direito público.
	Art. 175, CF. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
O nosso ordenamento jurídico confere preponderância ao critério formal, ou seja, somente se enquadram como serviço público, seja em sentido amplo ou estrito, atividades realizadas sob o regime jurídico de direito público. 
Observando o critério formal, podemos ter:
Serviço público em sentido amplo: são todas as atividades exercidas pelo Estado, ou por seus delegatários, sob regime jurídico de direito público. Ex: atividades internas de uma repartição pública, serviços prestados mediante concessão e permissão, etc.
Serviço público em sentido estrito: restringem-se às prestações que representem, em si mesmas, uma utilidade ou comodidade material para a população em geral, executadas sob regime jurídico de direito público. 
Os serviços a que se referem o art. 175 podem ser prestados pela administração direta, indireta, ou mediante delegação ao particular. A titularidade desses serviços é sempre do Poder Público, mas eles são passíveis de exploração com intuito de lucro.
Os serviços pertinentes ao Título VIII da Constituição de 1988 (Da Ordem Social, ex: educação e saúde), quando prestados pela administração pública, direta ou indireta, são serviços públicos em sentido estrito. Diferem, entretanto, dos serviços públicos a que se reporta o art. 175 da Carta Política em relevantes aspectos: em relação aos serviços públicos do Título VIII (a) não há possibilidade de serem explorados pelo Estado com intuito de lucro; e (b) não existe delegação a particulares (quando tais atividades são exercidas por particulares o são como serviço privado).
A execução das atividades relacionadas ao Título VIII da Constituição de 1988 (“Da Ordem Social”), como serviço público, por entidades da Administração Indireta, é própria das autarquias e fundações públicas. 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista foram idealizadas para se dedicarem à exploração de atividades econômicas em sentido estrito (art. 173, CF). Essa é, efetivamente, a regra geral. Existem todavia, empresas públicas e sociedades de economia mista que atuam como prestadoras de serviço público em sentido estrito. Nessa hipótese, é própria dessas entidades a prestação dos serviços públicos enquadrados como atividade econômica em sentido amplo, a que se refere o art. 175, CF.
OBS: nos tópicos seguintes o autor utilizou a expressão “atividade econômica” sem qualificação para o sentido estrito. E também no sentido estrito para a expressão “serviço público” sem especificação.
4.6.3.2 CONCEITO
O Decreto-Lei 200/67 conceitua as empresas públicas e as sociedades de economia mista como pessoas jurídicas de direito privado criadas pelo Estado como instrumento de sua atuação no domínio econômico, ou seja, foram elas originalmente concebidas para funcionar como braços do denominado Estado-empresário.
Empresa pública: pessoa jurídica de direito privado, integrante da administração indireta, instituída pelo Poder Público, mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente público, para a exploração de atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos.
Sociedade de Economia Mista: pessoa jurídica de direito privado, integrante da administração indireta, instituída pelo Poder Público, mediante autorização de lei específica sob a forma de sociedade anônima, com participação obrigatória de capital privado e público, sendo da pessoa política instituidora ou de entidade respectiva administração indireta o controle acionário, para a exploração de atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos.
	EMPRESAS PÚBLICAS
	SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
	São pessoa jurídicas de direito privado
	São pessoa jurídicas de direito privado
	Prestam serviços delegados por lei
	Prestam serviços delegados por lei
	Finalidade:
-Prestação de um serviço público
-Exploração de uma atividade econômica
	Finalidade:
-Prestação de um serviço público
-Exploração de uma atividade econômica
	Capital: capital público, exclusivamente
	Capital: misto (parte do capital é privado e parte é público). A pessoa política que a institui possui seu controle acionário.
	São formadas por qualquer modalidade empresarial
	Só podem ser S/A
	Ex: 
Empresa Brasileiro de Correios e Telégrafos - ECT;
Serviço Postal de Processamento de Dados - SERPRO;
Caixa Econômica Federal - CEF;
Casa da Moeda do Brasil;
BNDES
	Ex: 
Banco do Brasil S/A
Petrobrás S/A
A verdade é que a diferença entre as duas entidades são unicamente formais. Não há distinção quanto ao objeto, quanto às possíveis áreas de atuação.
A Constituição Federal só se refere expressamente a empresas públicas e sociedades de economia mista “que explorem atividade econômica” (art. 173, CF). Apesar disso, a doutrina majoritária e, também, a jurisprudência apontam que essas entidades podem dedicar-se à exploração de atividades econômicas em sentido estrito ou à prestação de serviços públicos, sendo, entretanto, menos freqüente a última hipótese. Então, é como se houvessem duas categorias dessas entidades, tendo o art. 173, da Constituição só se referido a uma categoria.
Em síntese, temos o seguinte:
a) todas as empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da administração pública indireta;
b) as empresas públicas e sociedades de economia mista, conforme o seu objeto dividem-se em:
b.1) Exploradoras de atividades econômicas - enquadram-se no art. 173 da Constituição Federal, sendo sua atividade regida predominantemente pelo direito privado;
b.2) Prestadoras de serviços públicos - enquadram-se no art. 175 da Constituição Federal, sendo a sua atividade regida predominantemente pelo direito público;
c) os controles administrativos a que elas estão sujeitas (que decorrem de regras de direito público) são os mesmo em qualquer caso.
4.6.3.3 CRIAÇÃO
A criação da empresa pública e da sociedade de economia mista depende de autorização por lei específica. (lei ordinária, de conteúdo especifico) Esta lei já estabelecerá as diretrizes gerais relativas aos fins, às competências e à estrutura.
Depois de autorizada por lei o ente federado editará o ato constitutivo, que geralmente se dá por decreto, e providenciará sua inscrição no registro público competente, podendo ser no registro civil das pessoas jurídicas ou no registro público de empresas mercantis. Somente com o registro haverá aquisição de personalidade jurídica.
A criação de empresa pública e sociedade de economia mista não é livre, devendo ser observadas as limitações constitucionais. A atuação do Poder Público como Estado-Empresário é excepcional, só admissível quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo (art. 173, CF) e no caso de atividades econômicas sujeitas a regime constitucional de monopólio (art. 177, CF). Por outro lado, a criação de empresa pública e sociedade de economia mista prestadora de serviço público somente ocorrerá quando o serviço público tiver natureza econômica em sentido amplo, ou seja, serviços de que trata o art. 175, CF.
A iniciativa da lei que autoriza a criação será do ente federado (União, Estado, Município ou Distrito Federal) e do Poder (Legislativo, Executivo ou Judiciário) que a deseja criar. Sendo do Executivo Federal a iniciativa é do Presidente da República .
A criação de subsidiária da empresa pública e da sociedade de economia mista também será por lei que autorizesua criação, no entanto, neste caso, não há necessidade de ser lei especifica, podendo haver esta autorização dentro da lei que instituiu a empresa pública e a sociedade de economia mista a que esteja vinculada.
4.6.3.4 OBJETO
São criadas principalmente com o objetivo de permitir ao Estado a exploração de atividades em sentido estrito. Essa atuação do Estado como agente econômico é admitida em duas hipóteses, previstas no art. 173 e 177, da CF
	Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
	V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. 
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.
Admite-se também a criação de empresa pública e sociedade de economia mista cujo objeto seja a prestação de um serviço público. De um modo geral, estas entidades podem prestar aqueles serviços públicos que se enquadram no conceito de atividade econômica em sentido amplo, que têm potencial para ser explorados com intuito de lucro, segundo os princípios orientadores da atividade empresarial. Em regra, podem ter como objeto aqueles serviços públicos a que se refere o art. 175, CF. Note-se que são os mesmos serviços que podem ser delegados aos particulares, mediante contrato de concessão e permissão.
Assim, as atividades exclusivas de Estado, que envolvam o exercício do poder de império, que exijam atuação fundada no poder de polícia, enfim, serviços públicos (em sentido amplo) que somente pessoa jurídicas de direito público tem aptidão para prestar não podem ser objeto de empresas públicas e sociedade de economia mista.
4.6.3.5 REGIME JURÍDICO
4.6.3.5.1 SUJEIÇÃO AO DIREITO PRIVADO E AO DIREITO PÚBLICO
As empresas públicas e sociedades de economia mista são entidades de natureza híbrida. Formalmente, são pessoas jurídicas de direito privado. Entretanto, nenhuma dessas entidades atua integralmente sob regência do direito privado.
Em face dessa dualidade de atividades desempenhadas pelas empresas públicas e pelas sociedade de economia mista (exploração de atividade econômica ou prestação de serviços públicos), temos regimes jurídicos distintos, a saber:
Aquelas que se dedicam à exploração de atividades econômicas: sujeitam-se predominantemente e sobretudo no exercício de suas atividades-fim, ao regime jurídico próprio das empresas privadas, conforme art. 173, CF. 
prestadoras de serviços públicos: sujeitam-se predominantemente, sobretudo no exercício de suas atividades-fim, ao regime jurídico de direito público, conforme art. 175, da CF. 
Em qualquer caso, cabe repetir, nenhuma dessas entidades está sujeita só a normas de direito privado ou só a normas de direito público. Tanto às exploradoras de atividades econômicas quanto às prestadoras de serviços públicos aplicam-se preceitos de ambos os ramos do direito, predominando um ou outro conforme o objeto da pessoa jurídica. Ressalta-se, por fim, que os controles a que elas se submetes são os mesmos, e decorrem de normas de direito público, uma vez que, formalmente, todas as empresas públicas e sociedade de economia mista são integrantes da administração pública brasileira.
4.6.3.5.2 CONTROLE
Esses controles administrativos estão estabelecidos em normas de direito público e incidem tanto sobre as empresas públicas e sociedade de economia mista exploradoras de atividade econômicas quanto sobre as empresas públicas e sociedade de economia mista prestadoras de serviços públicos.
Não há hierarquia entre a entidade e a pessoa política que a criou. Há vinculação administrativa, e não subordinação. O controle que decorre desse tipo de relação é o denominado controle finalísitico ou tutela administrativa ou supervisão.
Tendo em conta a inexistência de hierarquia, o exercício desse controle pressupõe expressa previsão legal, que determinará os limites e instrumentos de controle (atos de tutela).
Esse controle visa assegurar que a entidade controlada esteja em conformidade com os fins que a lei instituidora lhe impôs, esteja atuando segundo a finalidade para cuja persecução foi criada; verificação do atingimento de resultados. Este controle não impede que a entidade atue com autonomia administrativa.
É oportuno registrar que, sem prejuízo desse controle finalistico, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como as demais entidades da administração indireta e os órgãos da administração direta, tem a possibilidade de ampliar sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira, mediante celebração do contrato de gestão com o Poder Público.
Contrato de gestão = tem por objeto a fixação de metas de desempenho para a entidade, a qual se compromete a cumpri-las, nos prazos estipulados, fazendo jus, em contrapartida, à mencionada ampliação de autonomia. O atingimento de metas será aferido pelo Poder Público segundo critérios objetivos de avaliação de desempenho descrito no próprio contrato de gestão.
Apesar de firmarem contrato de gestão, as empresas públicas e as sociedades de economia mista não recebem a qualificação de agências executivas, tal qualificação é exclusiva das autarquias e das fundações.
** toda e qualquer entidade da administração indireta, não importa seu objeto, nem sua forma jurídica, sujeita-se integralmente ao art. 71, II da Constituição, inclusive no que se refere a tomada de contas especial, aplicável a quem dê causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. (entendimento jurisprudencial, STF, a partir de 2005). 
	Art. 71. CF O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
4.6.3.5.3 ESTATUTO DAS EMPRESAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA EXPLORADORAS DE ATIVIDADES ECONÔMICAS
O§1° do art. 173, da CF, pela redação dada pela emenda 19/98, prevê a edição de um estatuto para disciplinar, quanto aos seus aspectos gerais, o regime jurídico, a estrutura e o funcionamento das empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas.
Este estatuto será uma lei ordinária de caráter nacional, isto é, editada pela União, e obrigatória para todos os entes federados.
	Art. 173. CF Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economiamista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
Abrangência desse dispositivo: o art. 173 diz respeito ao exercício de atividades econômicas em sentido estrito. O caput do art. 173 fala das atividades que o Poder Público o faz de modo excepcional (exploração de atividade econômica). Além disso no art. 175, CF há referência aos serviços públicos. Assim, a realização de serviços públicos pelo Estado não pode ser considerado de forma excepcional, concluindo-se que o art. 173 não alcança nenhum serviço público. 
Segundo a literalidade do §1° do art. 173, suas disposições aplicam-se às empresas públicas e sociedades e economia mista:
Que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens;
Que explorem atividade econômica de prestação de serviços.
Deve-se ressaltar o que está previsto no II, do §1°, do art. 173, da CF em que dispõe sobre a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas. Isso tem como objetivo assegurar que todas as empresas que atuam no mercado, isto é, no domínio econômico em sentido estrito tenham iguais condições de operação, em atenção ao postulado da livre concorrência (art. 170, V, CF).
Esta sujeição ao regime jurídico de direito privado não afasta as derrogações do direito privado por preceitos de direito público expressos no próprio texto constitucional, ou mesmo leis administrativas, desde que derivados de normas constitucionais implícitas ou explicitas.
4.6.3.5.4 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO MEDIANTE OUTORGA LEGAL “DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS”
As empresas públicas e sociedades de economia mista sempre têm sua criação autorizada por lei. A própria lei traz a competência que a entidade poderá exercer. Caso se trate de uma entidade cujo objeto autorizado seja a prestação de um serviço público, a própria lei, desde logo, atribui a ela competência para a prestação desse serviço público.
O autor segue a corrente de que todas as atribuições de competências que decorram de lei implicam transferência da própria titularidade da competência transferida, e não de seu mero exercício. (outorga/ outorga legal/ descentralização por serviços).[1: Descentralização: pode ocorrer por outorga (descentralização por serviços) ou por delegação (descentralização por colaboração). - Descentralização por outorga ou delegação legal: quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere determinado serviço público. Isto por meio de lei que institua a entidade ou autorize sua criação. Normalmente seu prazo é indeterminado. É o que ocorre na criação das entidades da administração indireta (autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública). Na outorga transfere a própria titularidade do serviço público e não sua mera execução, como ocorre na delegação. - Descentralização por delegação ou delegação negocial: quando o Estado transfere por contrato (concessão ou permissão) ou ato unilateral (autorização de serviços públicos), unicamente a execução do serviço, para que a pessoa delegada o preste à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado.- delegação por contrato: sempre efetivada por prazo determinado.OBS: a concessão só é possível para pessoas jurídicas, enquanto a permissão é possível para pessoas jurídicas ou físicas.- delegação por ato administrativo: como regra não há prazo certo, em razão de sua precariedade (possibilidade de revogação a qualquer tempo).OBS: a autorização é possível para pessoas jurídicas e físicas.Ademais, não pode o poder público simplesmente encampar, ou decretar a caducidade de um serviço outorgado; a retomada do serviço pela pessoa política sempre exige lei e, se for total, implica a extinção da pessoa jurídica.EXPLICAÇÃO DO CURSO DE REVISÃO DO LFG PARA DELEGADO EM 2010Descentralização ocorre de duas maneiras:1) por outorga: serviços outorgados. O instrumento para que ocorra é a lei.Serviço outorgado é aquele em que é transferido para as pessoas jurídicas de direito público tanto a titularidade do serviço como a sua execução. Aqui tem:* Autarquias / * Fundação Pública de Direito Público2) por delegação: serviços delegados. O instrumento utilizado para a delegação pode ser a lei, o contrato administrativo, ou ainda um ato unilateral. A delegação só transfere a execução do serviço.A descentralização por delegação por instrumento lei vai ocorrer para as pessoas jurídicas de direito público:* Fundações Públicas de Direito Privado / * Empresas Públicas / * Sociedade de Economia MistaA descentralização por delegação por contrato administrativo:* os concessionários * os permissionáriosA descentralização por delegação por ato unilateral:* os autorizatários / ]
Por esse entendimento tornar-se despropositado cogitar a celebração de contrato de concessão ou de permissão de serviços públicos pelas empresas públicas e sociedade de economia mista cuja criação tenha sido autorizado em lei para prestação de determinado serviço.
Indagações à corrente que afirma não transferir titularidade, colocando a necessidade de participar de licitação:
o que ocorreria com a empresa pública ou sociedade de economia mista senão ganhasse a licitação? Seria extinta, ficaria inativa?
Qual a razão de se ter dois instrumentos, distintos, de atribuição de competência?
Conclui-se, então que a circunstância de a lei autorizadora da criação da entidade atribuir a ela a competência para a prestação do serviço transfere a ela a titularidade desse serviço, o que torna inteiramente descabido falar em concessão ou permissão.
Alguns autores não aceitam a possibilidade de uma pessoa jurídica de direito privado ser titular de um serviço público. A nosso ver, essa posição manifesta um excessivo apego a formalismos, desconsiderando o ponto que pensamos ser realmente relevante: a competência para a prestação do serviço público por uma empresa pública ou sociedade de economia mista é atribuída por lei.
Deve-se ressaltar que na hipótese de uma empresa pública ou uma sociedade de economia mista prestar serviço público da competência de uma pessoa política distinta do ente federado que a criou, evidentemente não cabe falar em outorga legal, neste caso haverá necessidade de vencer o processo licitatório e, então, celebrar o contrato de concessão ou permissão. (hipótese de descentralização por colaboração)
4.6.3.5.5 BENEFÍCIOS FISCAIS
	Art. 173, § 2º, CF - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
O princípio da livre concorrência é o fundamento desse dispositivo
Conquanto este dispositivo não faça referência ao objeto das entidades, é amplamente majoritário o entendimento de que a vedação alcança somente as empresas púbicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas, e não as prestadoras de serviços públicos. Isto porque o art. 173, caput, trata especificamente da atuação do Estado no domínio econômico em sentido estrito. 
Então, é vedada a concessão de benefício fiscais exclusivos para as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas. É oportuno atentar que essas entidades podem gozar de privilégios fiscais, desde que eles sejam concedidos de maneira uniforme a elas e às empresas privadas.
Pode, então, o legislador, atendendo aos princípios constitucionais

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