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GLÂNDULA TIREOIDE
 ANATOMIA
Possui cor marrom-avermelhada e é altamente vascular. Pesa em média 25g. A glândula é ligeiramente mais pesada nas mulheres e aumenta durante a menstruação e a gravidez.
Está localizada profundamente aos músculos esternotireoideo e esterno-hióideo, na parte anterior e inferior do pescoço no nível das vértebras C5 a T1.
É revestida pela camada pré-traqueal da fáscia cervical profunda.
Possui dois lobos (direito e esquerdo) unidos inferiormente por um istmo estreito e mediano. Esses lobos são praticamente cônicos, com ápices ascendentes e bases à nível da quarta ou quinta cartilagens traqueais.
Cada lobo tem em média 5 cm de comprimento, sua maior extensão transversal é de 3 cm e anteroposterior de 2cm.
Já o istmo mede 1,25 transversal e verticalmente, geralmente é anterior às segunda e terceira cartilagens traqueais.
Suas relações anatômicas são:
· Superfície convexa lateral (superficial): Coberta pelo esternotireoideo, com ligação com a linha oblíqua da tireoide que impede que o polo superior estenda sobre o omo-hióideo.
· Superfície medial: Adaptada à laringe e traqueia. Inferiormente, a traqueia e, mais posteriormente, o nervo laríngeo recorrente e o esôfago.
· Superfície posterolateral: Bainha carótica, sobrepõe a artéria carótida comum.
· Istmo: Coberto pelo esterno-hióideo, veias jugulares anteriores, fáscia e pele.
Quanto a suas margens podemos citar:
· 
 SUPRIMENTO SANGUÍNEO
A glândula é suprida pelas artérias tireóideas inferior e superior. Esses vasos situam-se entre a cápsula fibrosa e a bainha fascial frouxa.
Em geral, os primeiros ramos das artérias carótidas externas, as artérias tireóideas superiores, descem até os polos superiores da glândula, perfuram a lâmina pré-traqueal da fáscia cervical e dividem-se em ramos anterior e posterior que suprem principalmente a face anterossuperior da glândula.
As artérias tireóideas inferiores, os maiores ramos dos troncos tireocervicais que se originam das artérias subclávias, seguem em sentido superomedial posteriormente às bainhas caróticas até chegarem à face posterior da glândula tireoide. Elas se dividem em vários ramos que perfuram a lâmina pré-traqueal da fáscia cervical e suprem a face posteroinferior, inclusive os polos inferiores da glândula.
As artérias tireóideas superiores e inferiores direita e esquerda fazem extensas anastomoses dentro da glândula, assegurando sua vascularização enquanto proporcionam potencial circulação colateral entre as artérias subclávia e carótida externa.
 DRENAGEM VENOSA
A drenagem venosa da glândula tireoide geralmente é através das veias tireóideas superior, média e inferior.
 DRENAGEM LINFÁTICA
Os vasos linfáticos tireóideos comunicam-se com o plexo traqueal e passam para os linfonodos pré-laríngeos, logo acima do istmo da tireoide, e para os linfonodos pré-traqueal e paratraqueal.
 INERVAÇÃO
Recebe inervação dos gânglios simpáticos cervicais superior, médio e inferior.
 ORIGEM EMBRIOLÓGICA
Começa seu desenvolvimento durante a quarta semana de gestação, a partir de um primórdio que se origina como um espessamento endodérmico do assoalho da faringe primitiva.
 HISTOLOGIA
A unidade estrutura e funciona da tireoide é o folículo tireoidiano. É um compartimento aproximadamente esférico, com uma parede formada por epitélio simples cuboide ou colunar baixo, o epitélio folicular. Esses folículos contém uma massa gelatinosa denominada coloide.
O principal componente do coloide é a tireoglobulina (grande glicoproteína iodada), que contém cerca de 120 resíduos de tirosina. Essa proteína é uma forma inativa de armazenamento dos hormônios tireoidianos.
Os hormônios tireoidianos ativos são liberados da tireoglobulina e lançados nos capilares sanguíneos fenestrados que circundam os folículos apenas após processamento celular adicional.
As superfícies apicais das células foliculares estão em contato com o coloide, enquanto as superfícies basais repousam sobre uma lâmina basal típica.
Centenas de milhares de folículos constituem quase toda a glândula tireoide, com diâmetro variável de 0,2 a 1,0 mm de diâmetro.
O epitélio folicular é composto de dois tipos de células:
· Células Foliculares (Principais):
· Responsáveis pela produção dos hormônios T4 e T3;
· Citoplasma basal ligeiramente basófilo com núcleos esféricos que contêm um ou mais nucléolos proeminentes;
· 
· Células Parafoliculares (Células C):
· Secretam calcitonina – hormônio que regula metabolismo do cálcio;
· Localizadas na periferia do epitélio folicular e situam-se dentro da lâmina basal dos folículos;
· Não estão expostas ao lúmen do folículo;
Uma extensa rede de capilares fenestrados, derivados das artérias tireóideas superior e inferior, circunda os folículos.
 HORMÔNIOS
A glândula tireoide produz três hormônios, que são essenciais para o metabolismo normal e a homeostasia:
· T4 (Tireoxina) e T3 (3,3′,5-triiodotironina):
· Sintetizadas e secretadas pelas células foliculares;
· Secreção regulada pelo TSH (liberado pela adeno-hipófise);
· Regulam o metabolismo basal dos tecidos (aumentam a taxa de utilização de carboidratos, a síntese e a degradação de proteínas e a síntese e degradação de gorduras);
· Regulam a produção de calor;
· Influenciam o crescimento corporal e tecidual e o desenvolvimento do sistema nervoso no feto e na criança pequena;
· Aumentam a absorção de carboidratos a partir do intestino.
· Calcitonina:
· Sintetizada pelas células parafoliculares;
· Atua como antagonista fisiológico do paratormônio;
· Reduz os níveis sanguíneos de cálcio ao suprimir a ação reabsortiva dos osteoclastos;
· Promove o depósito de cálcio no osso, aumentando a taxa de calcificação do osteoide;
· Níveis elevados de Cálcio estimulam sua secreção e níveis baixos inibem;
· Sua secreção NÃO é afetada pelo hipotálamo nem pela hipófise;
· Diminui os níveis sanguíneos de cálcio ao inibir a reabsorção óssea e estimular a absorção de cálcio pelos ossos.
 SÍNTESE HORMONAL
A síntese dos hormônios T3 e T4 consiste nas seguintes etapas:
1. Síntese de tireoglobulina.
a. Seu precursor é sintetizado no RER das células foliculares;
b. Após sua tradução no RER, é glicosilada no complexo de Golgi;
c. É acondicionada em vesículas e secretada por exocitose no lúmen do folículo.
2. Reabsorção, difusão e oxidação do iodeto.
a. Iodeto é transportado ativamente para as células foliculares (simportadores de sódio/iodeto por ATPase);
b. Captação mediada pela proteína transmembrana NIS;
c. Íons sofrem rápida difusão para a membrana celular apical;
d. Transportados para o lúmen do folículo pela pendrina (transportador de iodeto/cloreto);
e. Em seguida, iodeto é imediatamente oxidado a iodo, sua forma ativa;
f. Esse processo ocorre no coloide e é catalisado pela enzima tireoide peroxidase (TPO) ligada à membrana.
3. Iodação da tireoglobulina.
a. Ocorre no coloide, na superfície microvilosa das células foliculares, e é catalisado pela tireoide peroxidase (TPO);
b. Um ou dois átomos de iodo são então adicionados aos resíduos de tirosina específicos da tireoglobulina,
c. Adição de um átomo de iodo: forma a monoiodotirosina (MIT);
d. Adição de dois átomos de iodo: forma resíduo de di-iodotirosina (DIT).
4. Formação da T3 e T3.
a. Formados por reações de acoplamento oxidativas de dois resíduos de tirosina iodados próximos um do outro;
b. Quando dois resíduos de DIT e MIT vizinhos sofrem uma reação de acoplamento, ocorre formação de T3;
c. Quando dois resíduos de DIT reagem entre si, há formação de T4;
d. Após a iodação, a T4 e a T3, bem como os resíduos de DIT e MIT que ainda estão ligados a uma molécula de tireoglobulina, são armazenadas como coloide no lúmen do folículo.
5. Reabsorção de coloide.
a. Em resposta ao TSH, as células foliculares captam a tireoglobulina a partir do coloide por um processo de endocitose medida por receptor;
b. Após a endocitose, a tireoglobulina segue pelo menos duas vias intracelulares diferentes:
· Via lisossômica;
· Via transepitelial.
6. Liberação de T3 e T4 na circulação.
a. 
 AÇÃO HORMONAL
O transporte dos hormônios (HT)pela circulação depende de proteínas específicas por conta de sua baixa hidrossolubilidade. Mais de 99% dos HTs se encontram ligados a alguma proteína.
Essas proteínas são:
· TBG: Globulina Transportadora de Hormônios
· TBPA: Pré-albumina Transportadora de Hormônios Tireoidianos
· TTR: Transtiretina
· Albumina
À medida que os HTs vão sendo carreados na circulação, eles se dissociam e se associam novamente às proteínas transportadoras plasmáticas, o que permite que sejam transportados a grandes distâncias.
Quando dissociados da proteína carreadora, se tornam disponíveis por um curto período de tempo para os tecidos-alvos, onde exercerão seu efeito biológico.
Sua entrada para esses tecidos depende das seguintes proteínas:
· MCT8: Transportadores de Monocarboxilatos (T3)
· AOTPs: Peptídeos Transportadores de Ânions Orgânicos (T4)
Nessas células, os HTs são reconhecidos por proteínas nucleares, os receptores de HT (TR), que são fatores transcricionais que fazem parte da superfamília dos receptores nucleares.
Os TRs, como qualquer fator transcricional, reconhecem sequências específicas na região promotora de genes-alvo dos HTs, conhecidas como elementos responsivos aos HTs (TRE), às quais se ligam para posteriormente interagirem com a T3.
Quando o hormônio se liga ao seu receptor, ele ativa ou inibe (dependendo do gene) a transcrição de genes específicos e, portanto, a síntese de proteínas específicas, que são as responsáveis pelos efeitos biológicos. Esse mecanismo de ação é denominado genômico. A T3 é seu principal mediador.
Entretanto, existem efeitos dos HTs que ocorrem muito rapidamente e na presença de bloqueadores da transcrição gênica, o que indica que eles também exercem ações não genômicas. Essas ações são mediadas por T3, T4, rT3 e T2, hormônios considerados inativos sob o ponto de vista de ação genômica.
METABOLIZAÇÃO DAS IODOTIRONINAS
Após exercerem sua função biológica, os HTs são metabolizados, o que resulta na produção de produtos inativos.
Alguns desses processos são:
· Conjugação hepática: dos HTs com sulfatos e glicuronatos, forma pela qual são eliminados nas fezes.
· Conjugação renal: HTs são eliminados na urina.
· Desaminação e descarboxilação oxidativas: gera ácido tetraiodotiroacético (TETRAC) a partir de T4 e ácido tri-iodotiroacético (TRIAC) a partir da T3.
· Hidrólise da sua ligação éter.
Além desses, temos o processo de desiodação da T4, que ocorre por meio de enzimas desiodases (D1, D2 e D3).
 As D1 e D2 produzem T3 a partir de T4, e os tecidos que apresentam maior expressão de D1 (fígado, rins, músculo esquelético e os leucócitos) exercem predominantemente o papel de exportadores desse hormônio para a circulação, sendo os responsáveis pela maior parte da T3 presente na circulação.
Dessa forma, a redução da atividade dessa enzima, que ocorre, por exemplo, em situações de estresse físico e emocional, leva à diminuição da taxa de T3 circulante (síndrome da T3 baixa).
A D3 converte T4 a rT3 e T3 a T2, sendo responsável, portanto, pela inativação biológica dos HTs. Essa enzima tem sua atividade elevada em situações de hipertireoidismo e é bastante expressa no período embrionário, bem como logo após o nascimento.
Nesses períodos do desenvolvimento, vários tecidos ainda não atingiram a sua maturação completa, e o aporte de HT deve estar dentro de limites fisiológicos para que a expressão dos genes que controlam seus genes-alvo seja adequada.
 REGULAÇÃO NA FUNÇÃO
Sistema hipotálamo-hipófise-tireoide
Sua função geralmente é regulada pelo TSH, produzido pela adeno-hipófise. Ele estimula todas as etapas de síntese e secreção de HT, bem como a proliferação das células foliculares tireoidianas.
A síntese e secreção de TSH encontram-se sobre controle de:
· Dois hormônios hipotalâmicos, o hormônio liberador de TSH (TRH) e a somatostatina (SS ou GHRIH), os quais atuam em células específicas da adeno-hipófise responsáveis pela síntese e secreção de TSH, os tireotrofos;
· Dos HTs, os quais exercem efeitos diretos nos tireotrofos, reduzindo sua secreção, bem como sobre o hipotálamo, reduzindo a secreção de TRH e estimulando a de SS (FEEDBACK NEGATIVO).
Iodo
Redução da ingestão de iodo leva à diminuição da síntese de HT, cujo resultado é a elevação da secreção de TRH e TSH.
Outros fatores
Na gravidez, o aumento da concentração de estrógenos circulantes causa redução da taxa de metabolização das proteínas transportadoras de HT (TBG, TTR e albumina), elevando a sua meia-vida (t1/2) e a sua concentração plasmática.
Por conseguinte, a taxa de HT livre se reduz, o que aumenta a atividade do sistema HHT e eleva a concentração de HT livre circulante até a normalização.
 HORMÔNIOS NA GESTAÇÃO
Hormônios tireoidianos são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento normais dos fetos.
Durante a gravidez normal, tanto a T3 quanto a T4 atravessam a barreira placentária e são de importância crítica nos estágios iniciais de desenvolvimento do cérebro.
Além disso, a glândula tireoide fetal começa a funcionar com 14 semanas de gestação e também contribui com hormônios tireoidianos adicionais.
Deficiência de hormônios tireoidianos na gestação resulta em deficiência mental.