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– 1 • Anatomia sA glândula tireoide está localizada na porção ANTERIOR do pescoço, sobre a parte SUPERIOR DA TRAQUEIA, estando profundamente aos músculos esternocleidomastóideo e esterno-hióideo. A glândula é circundada por uma CÁPSULA FIBROSA que envia septos para o interior do órgão, além de haver tecido conjuntivo denso para fixar a tireoide à CARTILAGEM CRICOIDEA e aos ANEIS TRAQUEAIS SUPERIORES. É a maior glândula puramente endócrina do corpo humano, sendo dividida anatomicamente em LOBOS e ISTMO, sendo este último localizado entre os 2º e 4º anéis traqueais e é responsável por conectar os dois lobos. A vascularização desta glândula é proveniente das ARTÉRIAS TIREÓIDEAS SUPERIOR (ramo da carótida externa) E INFERIOR (ramo do tronco tireocervical da artéria subclávia). Um terceiro lobo, o lobo piramidal, pode ser encontrado fixado ao istmo, como se fosse uma porção remanescente do DUCTO TIREOGLOSSO. Este ducto é o caminho pelo qual, durante a embriologia, a tireoide descende do assoalho da faringe primitiva (ao nível do forame cego) até a região cervical anterior. Tireoide Sublingual – em alguns casos, por uma migração incompleta da glândula, pode se encontrar a TIREOIDE SUBLINGUAL, que possui atividade hormonal PRESERVADA! – 2 • Histologia A tireoide é composta por FOLÍCULOS OCOS e aproximadamente esféricos que estão separados por um tecido CONJUNTIVO FROUXO ricamente vascularizado por capilares. As paredes dos folículos são compostas por uma camada simples de CÉLULAS CUBOIDES ou ESCAMOSAS, que são denominadas CÉLULAS FOLICULARES, e o centro do folículo é preenchido por COLOIDE, uma substância gelatinosa composta por TIROGLOBULINA (proteína a qual o hormônio tireoidiano é derivado). No tecido conjuntivo frouxo que separa os folículos, estão as CÉLULAS PARAFOLICULARES! • Fisiologia As células foliculares possuem DOIS POLOS e, portanto, DUAS MEMBRANAS: uma apical me contato com o coloide e uma basal em contato com o interstício. As reações de produção hormonal ocorrem ao nível da MEMBRANA APICAL, que é onde está localizada a PEROXIDASE TIREOIDEA (TPO). Hormônios São dois os hormônios tireoidianos: T4 – TIROXINA e T3 – TRI- IODOTIRONINA, ambos são formados pela IODAÇÃO de resíduos de tirosina da TIREOGLOBULINA, uma proteína com cerca de 5.496 aminoácidos (dentre eles, a tirosina) que é secretada pelas células foliculares e armazenada no coloide! O iodo, sob a forma de iodeto, é captado da corrente sanguínea pela tireoide por meio do CARREADOR Na/I da membrana em contato com os capilares sanguíneos, a membrana basal. Devido a esse transporte ativo, a concentração de IODETO é cerca de 30-40x maior na glândula do que no plasma sanguíneo! – 3 Peroxidase Tireoidea Esta enzima tem papel importante no catabolismo de 3 reações: ➔ Oxidação do Iodo – combina o iodeto da corrente sanguínea com o peróxido de oxigênio. ➔ Iodação dos resíduos de tirosina da tireoglobulina – forma a MONOIODOTIROSINA (MIT) e a DIIODOTIROSINA (DIT). ➔ Acoplamento das iodotirosinas – esse acoplamento forma os hormônios tireoidianos. • TRIIODOTIRONINA = MIT + DIT • TETRAIODOTIRONINA = DIT + DIT Armazenamento e Liberação Os hormônios produzidos são armazenados na tireoglobulina iodada, que, por sua vez, está localizada no colóide. Para que haja a liberação para a corrente sanguínea, há PINOCITOSE de porções coloide pelas células foliculares, o que forma vesículas no interior do citoplasma que irão se fundir a outras VESÍCULAS LISOSSOMIAIS. Já em contato com as enzimas provenientes dos lisossomos, haverá HIDRÓLISE da tireoglobulina iodado, liberando MIT, DIT, T3 e T4. O T3 e o T4 ganham a corrente sanguínea, enquanto o MIT e o DIT sofrem ação da DESIODASE TIPO 1, que libera novamente iodeto para a célula (uma forma de conservação do iodo). ➔ T3 e T4 – a produção de T4 é muito maior do que a de T3 na tireoide (20:1), embora já se saiba que o T3 é o responsável pela atividade fisiológica nos tecidos periféricos. Devido a isso, grande parte do T4 que penetra nos órgãos-alvo é logo convertida em T3 por meio da DESIODASE TIPO 1 (grande parte) e da DESIODASE TIPO 2 (cérebro, hipófise, tecido adiposo marrom). – 4 Eixo Hipotálamo-Hipófise-Tireoide Os neurônios hipotalâmicos dos núcleos supraóptico e supraventricular sintetizam e liberam o HORMÔNIO LIBERADOR DA TIREOTROFINA (TRH) na circulação porta hipofisária (irriga as células da adeno-hipófise). Ao atingir os TIREOTROFOS (células que produzem e secretam o Hormônio Tireoestimulante – TSH), o TRH estimula a liberação do TSH = TIREOTROFINA. ➔ TSH – é uma glicoproteína composta por 2 SUBUNIDADES: alfa e beta. A porção alfa é comum a diversos outros hormônios glicoproteicos (LH, FSH, hCG), enquanto a porção BETA é responsável pelo EFEITO ESPECÍFICO hormonal. A liberação do TSH na corrente sanguínea é feita de forma PULSÁTIL (apx a cada 2h) em um ciclo circadiano com pico máximo no INÍCIO DA MADRUGADA (0h e 4h). Ao chegar até a CÉLULA FOLICULAR, o TSH se liga ao seu receptor, causando os seguintes efeitos: ▪ Efeito Trófico – promove hipertrofia das células foliculares bem como um aumento da vascularização da glândula. ▪ Estímulo para a síntese do TH – aumenta a produção da enzima TPO, da TIREOGLOBULINA e do CARREADOR Na/I. ▪ Estímulo para liberação do TH – aumenta a pinocitose do coloide e, consequentemente, da tireoglobulina iodada contida nele. ➔ Regulação do Eixo – A glândula tireoide libera T3 e T4, sendo que este último, nos órgãos-alvo, é convertido em T3. O T3, então, tem a capacidade de INIBIR a liberação hipotalâmica do TRH por um mecanismo de RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVA. Diante disso, percebe-se que os próprios hormônios tireoidianos regulam a sua produção – se houver uma diminuição do TH por algum motivo, a produção de TRH e TSH vai estimular a liberação. ▪ Distúrbios - Assim, classificamos os distúrbios tireoidianos em PRIMÁRIOS (de origem na própria glândula tireoide), SECUNDÁRIOS (de origem hipofisária) ou TERCIÁRIOS (de origem hipotalâmica). A dosagem do TSH diferencia com precisão o distúrbio primário do secundário/terciário. Nos distúrbios primários, o TSH sempre varia de forma inversa aos níveis plasmáticos de hormônios tireoidianos, devido ao feedback negativo. Calcitonina As células PARAFOLICULARES do interstício tireoidiano secretam CALCITONINA, um hormônio proteico liberado mediante a elevação dos níveis de CÁLCIO no sangue! A calcitonina é responsável por DIMINUIR os níveis de cálcio no sangue por meio da lentificação da atividade dos OSTEOCLASTOS e do aumento da excreção de cálcio pelos RINS. Este hormônio parece tem maior atividade na INFÂNCIA, quando o sistema ósseo está em constante crescimento. – 5 Referências • ELAINE N. MARIEB, Patricia Brady Wilhelm e Jon Mallatt. Anatomia humana, 7ed. • MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. • SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010 • https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12203/000624306.pdf?sequence=1 • http://www.reproducao.ufc.br/tireoide.pdf https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12203/000624306.pdf?sequence=1 http://www.reproducao.ufc.br/tireoide.pdf
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