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Mecânica de motores de popa Dois e quatro tempos AUTOMOTIVA Mecânica de motores de popa Dois e quatro tempos Antonio Eduardo Rosendo dos Santos Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) SANTOS, Antonio Eduardo Rosendo dos Mecânica de motores de popa 2 e 4 tempos / Antonio Eduardo Rosendo dos Santos. – São Paulo : SENAI-SP Editora, 2016 116 p. : il Inclui referências ISBN 978-85-8393-382-3 1. Barcos - Motores 2. Barcos – Manutenção e reparos I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial II. Título. CDD 623.87 Índices para o catálogo sistemático: 1. Barcos – Motores 623.87 SENAI-SP Editora Avenida Paulista, 1313, 4o andar, 01311 923, São Paulo – SP F. 11 3146.7308 | editora@sesisenaisp.org.br | www.senaispeditora.com.br Departamento Regional de São Paulo Presidente Paulo Skaf Diretor Regional Walter Vicioni Gonçalves Diretor Técnico Ricardo Figueiredo Terra Gerente de Educação João Ricardo Santa Rosa Revisão técnica Alder Evandro Massuco Fotografias Gerson Ferreira de Souza Alder Evandro Massuco Material didático utilizado nos cursos do SENAI-SP. Apresentação Com a permanente transformação dos processos produtivos e das formas de organização do trabalho, as demandas por educação profissional se multiplicam e, sobretudo, se diversificam. Em sintonia com essa realidade, o SENAI-SP valoriza a educação profissional para o primeiro emprego, dirigida a jovens. Privilegia também a qualificação de adultos que buscam um diferencial de qualidade para progredir no mercado de trabalho. E incorpora firmemente o conceito de “educação ao longo de toda a vida”, oferecendo modalidades de formação continuada para profissionais já atuantes. Dessa forma atende às prioridades estratégicas da Indústria e as prioridades sociais do mercado de trabalho. A instituição trabalha com cursos de longa duração como os cursos de Aprendizagem Industrial, os cursos Técnicos e os cursos Superiores de Tecnologia. Oferece também cursos de Formação Inicial e Continuada, com duração variada nas modalidades de Iniciação Profissional, Qualificação Profissional, Especialização Profissional, Aperfeiçoamento Profissional e Pós- Graduação. Com satisfação, apresentamos ao leitor esta publicação, que integra uma série da SENAI-SP Editora, especialmente criada para apoiar os alunos das diversas modalidades. Walter Vicioni Gonçalves Diretor Regional do SENAI-SP Sumário 1. Motor de combustão interna Definição Princípio termodinâmico Generalidades Por centelhamento (ICE) Por compressão (ICO) Princípios de dimensões e rendimentos Cilindrada Cilindrada total Relação de compressão (Rc) Potência Funcionamento Tipos de motores Posição do comando de válvulas Cabeçote do motor de dois tempos Cabeçote do motor de quatro tempos Árvore comando de válvulas Face de assentamento Procedimento de inspeção e manutenção Ajuste da folga de válvulas Cilindro Êmbolo Pino do êmbolo Anéis de segmento Biela Árvore de manivelas 2. Sistema de alimentação Combustível Componentes do sistema Mangueira de combustível Filtro de combustível Bomba de combustível Carburador Sistema de partida Fluxo do combustível Funcionamento dos circuitos Manutenção e ajustes 3. Sistema de ignição Definição Tipos Funcionamento do sistema Componentes do sistema de ignição 4. Sistema de lubrificação Definição Lubrificantes em motores Lubrificação dos motores de dois tempos Motor de quatro tempos Tipos de sistemas de lubrificação Sistema por salpico Óleos lubrificantes Anomalias no sistema de lubrificação dos motores de dois tempos 5. Sistema de arrefecimento Introdução Sistema de arrefecimento de motores de popa Funcionamento Componentes do sistema de arrefecimento Procedimentos para adoçamento de motor Defeitos no sistema de arrefecimento 6. Hélice Partes do hélice Aspectos gerais do hélice Teoria da propulsão Escorregamento Cavitação Referências 1. Motor de combustão interna Definição Princípio termodinâmico Generalidades Por centelhamento (ICE) Por compressão (ICO) Princípios de dimensões e rendimentos Cilindrada Cilindrada total Relação de compressão (Rc) Potência Funcionamento Tipos de motores Posição do comando de válvulas Cabeçotes do motor de dois tempos Cabeçote do motor de quatro tempos Árvore comando de válvulas Face de assentamento Procedimento de inspeção e manutenção Ajuste da folga de válvulas Cilindro Êmbolo Pino do êmbolo Anéis de segmento Biela Árvore de manivelas Definição O motor de combustão interna transforma energia termoquímica em energia mecânica de movimento circular. Princípio termodinâmico Para que o motor de combustão interna funcione, é necessário que haja a combinação de três elementos em uma proporção adequada, como se observa na Figura 1. Figura 1 – Triângulo do fogo. Generalidades Os motores à combustão interna do tipo convencional, fundamentalmente, são iguais. Possuem as mesmas peças, a saber: bloco, cabeçote, cárter, árvore de manivelas, cilindros, êmbolos, bomba de água nos motores de dois tempos; nos motores de quatro tempos: bloco, cabeçote, cárter, árvore de manivelas, cilindros, êmbolos, bomba de água, árvore de comando de válvulas, tuchos, varetas, balancins, engrenagens de distribuição. Há, todavia, divergência nos órgãos dos sistemas de combustível e ignição, resultando daí a diferença básica de funcionamento. Existem dois tipos de combustão: por centelhamento (ICE) e por compressão (ICO). Por centelhamento (ICE) Esse processo usa como dispositivo de queima velas de ignição (spark plug), que recebem a corrente elétrica proveniente de uma fonte de energia “bateria e/ou gerador”. Elas são instaladas uma em cada cilindro do motor, onde provocam centelhas elétricas, iniciando a queima da massa gasosa (combustível e ar) previamente vaporizada e introduzida nos cilindros. Nos motores de baixa compressão do tipo explosão (gasolina ou álcool), o sistema de combustível é encarregado de dosificar e distribuir proporcionalmente ar e combustível, em uma mistura homogênea, aos cilindros, no tempo de admissão. Por compressão (ICO) Esse processo é usado nos motores de combustão lenta (diesel), em que somente o ar é aspirado e comprimido até alcançar uma temperatura elevada (acima de 600°C). Sobre essa massa de ar incandescente, é feita a pulverização de combustível, que, combinado com as moléculas de oxigênio, inflama-se, dando início aos ciclos normais de funcionamento. Princípios de dimensões e rendimentos Figura 2 – Medição dos cilindros. Curso do êmbolo: •PMS – Ponto morto superior é o ponto máximo que o pistão atinge em seu movimento de subida, invertendo o sentido do movimento em seguida. •PMI – Ponto morto inferior é o ponto máximo que o pistão atinge em seu movimento de descida, invertendo o sentido do movimento em seguida. O curso é a distância, expressa em milímetros, que o êmbolo percorre desde o ponto morto superior (PMS) até o ponto morto inferior (PMI). Figura 3 – Curso do pistão. A relação entre o curso do pistão e o diâmetro dos cilindros influencia as características do motor. É essa relação que irá estabelecer se o motor terá mais rotação ou mais torque. O Quadro 1 apresenta as características físicas dos motores. Quadro 1 – Características físicas dos motores Cilindrada É o volume definido pelo espaço criado dentro do cilindro quando o pistão se desloca do PMS ao PMI. Figura 4 – Cálculo de cilindrada. Para determinar o volume de um cilindro, primeiro calcula-se a sua área. A = π · r² O volume de um cilindro é determinado multiplicando-se a área pelo curso do cilindro de PMI até PMS. Assim, tem-se que: V = A · comp. Esse volume é dado em cm³. Portanto, para efetuar o cálculo, devem-se primeiro transformar todas as medidas em cm. Cilindrada total A cilindrada total é a multiplicação do volume de um cilindro pela quantidade de cilindros do motor. Onde: V = cilindrada total. Relação de compressão(Rc) É a relação entre: Onde: V = volume do curso do pistão (cilindrada); v = volume da câmara de compressão. Potência É a medida do trabalho realizado em uma unidade de tempo. Como trabalho é o resultado de uma força que desloca seu ponto de aplicação, tem-se que: A potência de um motor é expressa normalmente nas seguintes unidades: kW – quilowatt É a unidade de potência do Sistema Internacional de Unidades (SI). Por definição, um kW é a potência desenvolvida quando se realiza, contínua e uniformemente, um trabalho decorrente da aplicação de uma força necessária para elevar um peso de 100 quilos a uma distância de um metro em um segundo. Figura 5 – Explanação de quilowatt. HP – horsepower É a unidade de medida de potência da norma SAE (Society of Automotive Engineers). Por definição, um HP é a potência desenvolvida quando se realiza, contínua e uniformemente, um trabalho decorrente da aplicação de uma força necessária para elevar um peso de 33.000 libras (± 14.970 kg) a um pé (± 0,3 m) de altura em um minuto (Figura 6). Figura 6 – Explanação de horsepower. cv – cavalo-vapor É a unidade de medida da norma DIN (Deutsches Institut für Normung), para expressar a potência do motor. Por definição, um cv é a potência desenvolvida quando se realiza, contínua e uniformemente, um trabalho decorrente da aplicação de uma força necessária para elevar um peso de 75 kg a um metro de altura em um segundo. A unidade mais comum para expressar a potência de uma máquina é o cavalo-vapor (cv). Figura 7 – Explanação de cavalo-vapor. Funcionamento Motores de dois tempos São os motores que completam seu ciclo de trabalho com dois movimentos do êmbolo, ou seja, uma volta da árvore de manivelas. Esses motores têm aberturas nas paredes dos cilindros, chamadas janelas, através das quais entra a mistura e saem os gases resultantes de sua queima. Vamos estudar o funcionamento de um motor de dois tempos que possui três janelas: •janela de admissão; •janela de escapamento; •janela de transferência da mistura do cárter para a câmara de combustão. Figura 8 – Funcionamento do motor de dois tempos. O ciclo de dois tempos compõe-se de dois movimentos do êmbolo: um ascendente e outro descendente. No primeiro, o êmbolo cria uma depressão no cárter, admitindo a mistura ar/combustível. Essa mistura vem do carburador, entra pela janela de admissão e dirige-se para o cárter. Ao mesmo tempo, o êmbolo comprime a mistura que está na câmara de combustão. Um pouco antes de o êmbolo atingir o PMS, solta uma centelha na vela, provocando a combustão da mistura. Os gases produzidos expandem-se e empurram o êmbolo para baixo, iniciando seu movimento descendente. Figura 9 – Funcionamento do motor de dois tempos. No movimento descendente do êmbolo, os gases da combustão são expelidos pela janela de escape. Em seguida, abre-se a janela de transferência e a mistura do cárter é forçada a se dirigir para o interior do cilindro. Uma vez que a mistura passa pelo cárter, este tem de ser seco, isto é, não pode ter óleo. E é por esse motivo que, nos motores de dois tempos, o lubrificante tem de ser diluído no combustível. Figura 10 – Funcionamento do motor de dois tempos. Os motores de dois tempos não estão mais sendo instalados em veículos terrestres, em razão de os níveis de emissões de poluentes emitidos não mais atenderem às legislações vigentes do Brasil. Os motores de popa continuam a ser fabricados como motores de dois tempos, pois a legislação no Brasil ainda permite. Porém, em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, apenas alguns com injeção direta de combustível ainda podem ser comercializados. Figura 11 – Motor de dois tempos com injeção direta de combustível. Motores de quatro tempos São os motores que completam seu ciclo de trabalho com quatro movimentos do êmbolo, ou seja, duas voltas da árvore de manivelas. O motor de combustão interna pode ter um ou mais cilindros. Entretanto, como todos têm o mesmo funcionamento, basta explicar o que ocorre com um deles. O motor de quatro tempos funciona pela repetição ordenada de quatro movimentos: admissão, compressão, combustão, escapamento. Primeiro tempo: admissão. A válvula de admissão abre-se progressivamente. O êmbolo desloca-se do ponto morto superior PMS ao ponto morto inferior PMI, aspirando a mistura ar/combustível para o interior do cilindro. Figura 12 – Primeiro tempo do motor (admissão). Segundo tempo: compressão. A válvula de admissão se fecha e a de escapamento permanece fechada. O êmbolo inverte seu movimento do PMI para o PMS, comprimindo a mistura na câmara. Figura 13 – Segundo tempo do motor (compressão). Terceiro tempo: combustão. As válvulas de admissão e de escapamento continuam fechadas. A mistura comprimida é inflamada por uma centelha que salta entre os eletrodos da vela. Com a queima, formam-se gases, que se expandem, impulsionando o êmbolo de volta para o PMI. Figura 14 – Terceiro tempo do motor (combustão). Quarto tempo: escapamento. A válvula de admissão permanece fechada e a de escapamento abre-se, progressivamente, à medida que o êmbolo vai do PMI ao PMS, expelindo os gases resultantes da combustão. Figura 15 – Quarto tempo do motor (escapamento). Conclui-se que, dos quatro tempos, apenas o terceiro (combustão) produz trabalho. Tipos de motores Os motores são classificados de várias formas: •Ciclo de funcionamento : •Motores de quatro tempos. •Motores de dois tempos. •Número de cilindros : •Monocilíndrico – o motor possui um cilindro. •Policilíndrico – o motor tem dois ou mais cilindros. •Curso do êmbolo : •Motor subquadrado ou retângulo: o diâmetro do cilindro é menor que o curso do êmbolo. •Motor quadrado – o diâmetro do cilindro e o curso do êmbolo são iguais. •Motor superquadrado – o diâmetro do cilindro é maior do que o curso do êmbolo. •Tipo de arrefecimento : •Arrefecido a água. •Disposição dos cilindros : De acordo com a disposição dos cilindros, os motores podem ser classificados em: •Motores em linha – todos os cilindros estão instalados em uma só linha. Figura 16 – Motor em linha. •Motores em V – os cilindros estão distribuídos em duas linhas, de forma que os cilindros opostos conservam um determinado ângulo entre si. Figura 17 – Motor em V. Posição do comando de válvulas Motores OHC – Over Head Camshaft: comando no cabeçote. Possui apenas um comando de válvulas localizado no cabeçote. O acionamento do comando pode ser por corrente ou por correia. Figura 18 – Posição do comando de válvulas. Motores DOHC – Double Over Head Camshaft: duplo comando no cabeçote. Possui dois comandos de válvulas localizados no cabeçote (Figura 19). Figura 19 – Posição do duplo comando de válvulas. Cabeçote do motor de dois tempos Nos motores de dois tempos, o cabeçote do motor tem a função de tampa dos cilindros. Nele estão localizadas apenas as velas, não tendo comando nem balancins. Figura 20 – Motor de dois tempos não possui comando de válvulas. Cabeçote do motor de quatro tempos Função O cabeçote desempenha uma série de funções importantes. Ele serve de passagem para diversas substâncias necessárias ao funcionamento do motor e, por isso, dispõe de dutos apropriados que permitem: •entrada de mistura para as câmaras de combustão; •saída dos gases produzidos na queima da mistura; •circulação do líquido de arrefecimento para resfriar o cabeçote; •passagem de óleo para lubrificação do conjunto de balancins e guias de válvulas; •alojamento dos bicos injetores e em alguns casos, a câmara de combustão. O cabeçote serve de fixação para guias de válvulas, válvulas e mancais de apoio do conjunto dos balancins ou comando de válvulas. É submetido a enormes esforços térmicos, razão pela qual é usada, para a sua composição, uma liga de alumínio que possui boa condutibilidade térmica, muito resistente a altas temperaturas. Figura 21 – Cabeçote dos motores de popa de quatro tempos. Funcionamento Nas câmaras, estão asválvulas apoiadas em suas sedes. As válvulas movem-se ao longo das guias das válvulas. Na parte superior do cabeçote, estão os mancais de apoio do conjunto dos balancins. A vedação entre o cabeçote e o bloco do motor isola, também, condutos, orifícios e câmaras uns dos outros, para que cada um cumpra suas funções, sem sofrer interferência do outro. Isso é possível porque as perfurações da vedação, do cabeçote e do bloco se correspondem perfeitamente. Essa vedação é, normalmente, feita por uma junta e recebe reforços metálicos para resistir às altas temperaturas e pressões causadas pela combustão da mistura. Como a junta sofre esmagamentos durante a instalação do cabeçote, ela deve ser substituída toda vez que ele for retirado. Ela pode ser de aço, que, além de resistente, permite boa intercambiabilidade de calor entre bloco e cabeçote. Componentes do cabeçote Sede A sede fixa está usinada no cabeçote, enquanto a removível consiste em um anel instalado cabeçote. As sedes dos cabeçotes de liga leve são sempre removíveis. Figura 22 – Sede de válvulas instalada no cabeçote. São características principais das sedes, tanto fixas como removíveis, serem paralelas à cabeça da válvula e concêntricas à respectiva guia de válvula. As sedes removíveis têm as seguintes vantagens: •Permitem o emprego de metais diferentes do cabeçote, que tenham melhores características para suportar as condições de trabalho. •Podem-se trocar as sedes danificadas para a recuperação do cabeçote. O ângulo de inclinação das sedes é praticamente igual ao ângulo da face de assentamento das válvulas, para que se acasalem perfeitamente e causem a vedação da câmara de combustão da mistura. Como estão submetidas a temperaturas elevadas, as sedes são fabricadas de aços especiais para resistirem a desgastes e deformações. Guias de válvulas São feitas de aço e, em alguns casos, a superfície interior está coberta com grafite para melhorar as condições de lubrificação. A guia fixa é usinada no cabeçote. A guia removível consiste em uma peça cilíndrica instalada no cabeçote. Figura 23 – Guia de válvulas. As guias removíveis apresentam a vantagem de serem substituídas quando estiverem danificadas. Retentor de válvulas Para controlar a lubrificação das válvulas nas guias, utilizam-se retentores, que são colocados sobre a extremidade das guias com interferência mecânica ou nas hastes das válvulas. Figura 24 – Retentor de válvulas. Válvulas Permitem a entrada de ar para o cilindro (válvula de admissão) e liberam os gases queimados após a combustão (válvula de escape). Elas são acionadas pelos tuchos, varetas e balancins, ou diretamente pela árvore de comando de válvulas, quando ela está instalada no cabeçote. Fora alguns casos especiais, as válvulas estão dispostas verticalmente, por causa da forma plana da câmara de combustão. As válvulas devem resistir a altas temperaturas, a pressões e à corrosão (principalmente à de escape). Para situações mais críticas, a válvula de escapamento pode ser oca e possuir sódio em seu interior. O sódio, acima de 100ºC, fica líquido, tornado a troca de calor mais eficiente. Figura 25 – Válvula. Constituição das válvulas •Cabeça: parte circular da válvula, que pode ser plana, convexa ou côncava. •Margem: espessura que apresenta a válvula entre a cabeça e o assento para evitar que, por causa do calor, ela se deforme ou se queime. •Face de assentamento: parte da válvula que se apoia sobre a sede dela, para produzir um fechamento hermético. O ângulo do assento normalmente varia de 30° a 45°. •Haste: parte cilíndrica da válvula que desliza na guia e tem no seu extremo ranhuras para o encaixe das chavetas. •Canaleta: espaço destinado à fixação das travas. •Pé da válvula: região que entra em contato com o balancim ou o tucho. Figura 26 – Partes da válvula. Características Válvula de admissão A válvula de admissão caracteriza-se por ter a cabeça com maior diâmetro que a de escape. É construída de aço cromo-níquel. Em alguns tipos, o assento da válvula é recoberto com “stelite”, que é uma liga de aço cromo, tungstênio e carbono, aplicada por meio de solda. Válvula de escape Os materiais são semelhantes aos empregados na válvula de admissão, porém adiciona-se tungstênio, para que suporte altas temperaturas. As hastes da válvula são praticamente iguais. Usa-se aço e níquel na sua composição. Em alguns casos, as hastes da válvula de escape têm uma zona de menor diâmetro perto da cabeça, para evitar o acúmulo de carvão, o que pode travar o movimento da válvula. Na extremidade da haste, está situada uma ranhura que aloja as chavetas. Nos motores mais modernos, a haste e a cabeça são de materiais diferentes, unidos por termofusão. Mola da válvula Sua finalidade é manter a válvula fechada, quando não acionada. Figura 27 – Conjunto de fixação da válvula no cabeçote. As molas são resistentes à fadiga para permitir uma vedação das válvulas com as sedes (anéis de aço) e, assim, ter uma perfeita estanqueidade do cilindro no momento de compressão e combustão. Tipos O tipo de mola usado normalmente nos motores é a mola helicoidal. Existem molas cilíndricas, retas e cônicas. Construção As molas são fabricadas normalmente com arame de aço trefilado ou ligas especiais. Características As molas caracterizam-se pela forma das espiras. Em algumas, as espiras estão uniformemente espaçadas; em outras, há certo número de espiras unidas em ambas as extremidades. Alguns fabricantes indicam o lado de montagem da mola com pintura. Deve-se seguir essa orientação. Outro detalhe é que, em alguns motores, são instaladas duas molas por válvulas para maior eficiência de vedação e inibição de frequências de vibração. Condições de uso Antes de as molas serem instaladas, deve-se comprovar se elas têm a altura e a tensão especificadas pelo fabricante. As molas cilíndricas devem estar retas. Figura 28 – Mola da válvula. Conservação Para proteger as molas, alguns fabricantes as recobrem com pintura à prova de ácidos ou aplicam outro tipo de proteção, para evitar a corrosão e diminuir a possibilidade de ruptura. Se mola apresentar trincas ou corrosões, deve ser substituída, pois se quebra com facilidade. Balancim O balancim e seu suporte são montados na parte superior do cabeçote e formam uma alavanca dupla – em uma das extremidades, há um parafuso de ajustagem, cuja parte inferior fica em contato com a vareta; a outra extremidade fica em contato com a haste da válvula (motor OHV) ou direto no came do eixo de comando (motor OHC). Figura 29 – Balancins. Características Acionado pelo comando ou através das varetas, os balancins abrem as válvulas. Construção O eixo dos balancins é bem polido, geralmente oco, com orifício, para lubrificação e para os parafusos de fixação dos suportes. Pelo eixo de balancins circula o óleo que os lubrifica e as hastes das válvulas. O comprimento do eixo depende do tipo do motor. Os parafusos de fixação têm, em alguns casos, furos rosqueados para alojar o parafuso da tampa dos balancins. Também é comum que tais parafusos sejam ocos, para permitir a entrada do óleo lubrificante da galeria de lubrificação do cabeçote até o eixo dos balancins. Árvore comando de válvulas Esse componente é um eixo acionado pela árvore de manivelas, por intermédio de engrenagem, correntes ou correia, que tem a função de comandar precisamente as aberturas e os fechamentos das válvulas de admissão e escapamento. Posições do comando Os comandos de válvulas podem ser instalados no motor em três diferentes posições: •OHV ( overhead valve ): comando de válvulas no bloco; •OHC ( overhead camshaft ): comando simples de válvulas no cabeçote; •DOHC ( double overhead camshaft ): comando duplo de válvulas no cabeçote. Figura 30 – Árvore do comando de válvulas. Face de assentamento A face tem como característica ser usinada uniformemente a fim de permitir, com a junta do cabeçote, a vedação da parte superior com a parte inferior do motor. Procedimentode inspeção e manutenção Os procedimentos de inspeção e manutenção do cabeçote devem seguir orientações do manual do fabricante do motor de popa em questão. Vale a pena lembrar que, nesses manuais, encontram-se os valores de referência para que se possa realizar o diagnóstico do motor com maior precisão e confiabilidade. Também encontram-se as ferramentas necessárias para uma melhor manutenção. O conjunto de balancins deve ter seus elementos inspecionados periodicamente e de acordo com as instruções do fabricante do motor. A inspeção tem como finalidade realizar possíveis substituições e regulagens. A seguir, estão descritos os principais pontos a observar. Quadro 2 – Possíveis defeitos Item de inspeção Falhas que devem ser verificadas Eixo de comando •Empenamento •Desgaste Balancins •Folga excessiva em relação ao eixo •Deformação nas roscas dos dispositivos de regulagem •Obstrução em orifícios e canais de lubrificação •Desgaste dos contatos com varetas e tuchos Dispositivos de regulagens •Deformação nas roscas •Desgaste nos contatos com o pé da válvula •Folga incorreta entre balancins e pés de válvulas Ajuste da folga de válvulas Consulte sempre o manual de reparação ou do proprietário, para verificar o plano de manutenção (período) para ajustes de válvulas e as especificações de folga. Vale lembrar que, em alguns modelos, a especificação de folga para a válvula de admissão é diferente da válvula de escapamento. Passos para ajuste de folga de válvulas: •Utilizar as seguintes ferramentas: chave de fenda ou Allen para o fuso ajustador, chave estrela para porca da trava do ajustador e calibre de lâminas. •Girar o motor até que o pistão fique em PMS (ponto morto superior) e as válvulas fiquem fechadas (ciclo de explosão do motor). •Soltar as porcas de trava do ajustador. •Girar o ajustador no sentido anti-horário, aumentando a folga entre o balancim a e válvula. •Colocar a lâmina de espessura recomendada no manual de reparação entre a cabeça da válvula e o ajustador. •Girar o fuso ajustador até que ele encoste na lâmina, aplicando uma leve pressão sobre ele. •Movimentar a lâmina para a frente e para trás, verificando se existe uma leve resistência na movimentação. •Apertar a porca de trava do ajustador, aplicando o torque recomendado no manual de reparação. •Fazer o mesmo processo na válvula de escapamento. Atenção : verificar se o valor da folga é o mesmo da válvula de admissão. Figura 31 – Ajuste da folga de válvula. Cilindro Definição É o componente no qual o êmbolo fica montado internamente. Por meio da combustão da mistura ar/combustível, ocorre a execução do trabalho necessário para a movimentação da árvore de manivelas. O diâmetro interno do cilindro e o curso do pistão definem o volume (cilindrada) do motor. Figura 32 – Cilindro. Características construtivas Os cilindros são fabricados com materiais de alta resistência ao desgaste. Nos cilindros de alumínio, são colocadas camisas de aço para diminuir o desgaste provocado pela movimentação do pistão. Brunimento: é o nome dado ao acabamento do diâmetro interno dos cilindros. Tem grande importância nas características e vida útil do motor, além de proporcionar um pequeno período de amaciamento. Conforme a rugosidade especificada, o brunimento tem a função de: •vedação; •controle de consumo do lubrificante; •dissipação de calor entre anéis e camisa. Os riscos de brunimento são de 60° a 120°. Figura 33 – Ângulo de brunimento. Procedimento de inspeção e manutenção •Inspeção de ovalização e conicidade : utilizando um súbito, meça os valores de ovalização e conicidade do cilindro. Essa medição deve ser feita em três pontos do cilindro e em “x”. As medições superior e inferior devem ser realizadas afastando-se o instrumento das bordas do cilindro. Figura 34 – Medição do cilindro. Êmbolo Função Agindo como um fundo móvel dentro do cilindro, o êmbolo recebe a força ocasionada pela queima do combustível e transfere-a, por meio da biela, para a árvore de manivelas. Funcionamento Ao executar essa função, o êmbolo sujeita-se a grandes esforços alternados, pois é acionado nos quatro tempos do motor: admite e comprime o ar, recebe o impulso provocado pela expansão dos gases após a combustão e expulsa os gases queimados para o exterior. Para deslizar livremente no interior do cilindro e ter arrefecimento rápido, o êmbolo deve ter baixo coeficiente de dilatação e alta condutibilidade, razão pela qual o material mais comumente usado na sua fabricação é uma liga de metais leves. Característica construtiva Figura 35 – Pistão. Zona de fogo (cabeça do êmbolo) Os tratamentos superficiais dos pistões têm uma proteção adicional que reduz o atrito do êmbolo no cilindro, enquanto, simultaneamente, melhora a capacidade do êmbolo de evitar desgaste excessivo, trazendo como principais benefícios a diminuição de folgas, ruídos, vibrações e atrito. Vários tipos de combinações de tratamentos superficiais podem ser realizados, melhorando a performance do motor. Além desses tratamentos superficiais, também podem ser utilizados: estanhagem, fosfatização e anodização. A anodização no topo ou na primeira canaleta é outro tipo de tratamento superficial que possui as funções de prevenção de trincas, se aplicado no topo, e contra desgaste, quando aplicado na primeira canaleta e em zonas de fogo. Os pistões de alumínio oferecem confiabilidade com opção de serem leves e possuírem capacidade de resistência às pressões em motores de ciclo diesel de alto desempenho. Além disso, a introdução das ligas avançadas de alumínio permite que as cargas térmicas e mecânicas possam ser aumentadas, com a utilização das galerias de refrigeração. Saia A saia dos êmbolos tem como função evitar o seu deslocamento lateral. Começa quando terminam as canaletas dos anéis. Geralmente é lisa, sem cortes, mas tem o inconveniente de apresentar maior dilatação que as outras, exigindo maior folga entre ela e a parede do cilindro. Para diminuir essas folgas, a saia é dotada de fendas, que podem estar ao seu redor ou longitudinalmente. Inspeção e manutenção •Fazer uma inspeção visual no êmbolo e verificar desgastes visíveis, riscos ou trincas aparentes. •Medir o diâmetro da saia do êmbolo, comparando-o com a especificação do manual de serviço, e verificar a folga existente entre o êmbolo e o cilindro. Figura 36 – Local onde se mede o pistão (saia do lado contrário do pino). •Medir o diâmetro do furo do pistão em “x” e comparar com o manual de serviço do motor. Substituir o êmbolo caso o valor esteja acima do especificado. Figura 37 – Medição do alojamento do pino. Pino do êmbolo Função Esse pino, que liga o êmbolo à biela, pode ser oco ou maciço, e sua função é transmitir para a árvore de manivelas, por meio da biela, a força provocada pelos movimentos alternados do êmbolo. É uma peça sujeita a grandes esforços. Se for oca, seu peso será sensivelmente reduzido, minimizando a força da inércia causada pelos movimentos do êmbolo. O pino do êmbolo deve ser resistente a altas temperaturas. Figura 38 – Pistão e pino do pistão. Em muitos motores, projetam-se os pistões com os furos para pino deslocados lateralmente em relação ao eixo de simetria do êmbolo. Essa descentralização pode tanto ser feita no sentido da superfície de maior pressão, como no de menor pressão, conforme o efeito que se queira tirar dessa descentralização. Figura 39 – Pino descentralizado. Portanto, o deslocamento do furo para pino, para o lado de maior pressão, evita as batidas da saia, provocando um funcionamento mais silencioso do motor. Esses ruídos não eram importantes no passado, quando havia muitas outras fontes de barulho. Também a intensidade dessas batidas e o perigo de rompimento da película de óleo agravaram-se com o emprego de pistões de diâmetro maior que o comprimento e maiores rotações por minuto nos motores. Tratamento térmico dos pinos Um pino de êmbolo, por causa do tipo de trabalho que realiza, deve apresentar uma superfíciedura, para resistir ao desgaste superficial, e um núcleo flexível (dúctil), para que não fique frágil e possa acomodar-se, resistindo às deformações elásticas que lhe são impostas no funcionamento do motor. São feitos três tratamentos térmicos nos pinos. Cementação A cementação tem a finalidade de elevar o teor de carbono na superfície do pino, para torná-lo mais resistente ao desgaste. Têmpera O tratamento térmico de têmpera é exigido para aumentar ainda mais a elevada resistência ao desgaste, conseguida pela formação de uma estrutura martensítica na camada cementada. Após atingirem a temperatura de têmpera, os pinos são resfriados bruscamente em óleo, martêmpera ou salmoura. O líquido usado na têmpera deve ser agitado para promover resfriamento mais rápido. Revenimento para alívio de tensões O processo de têmpera introduz, nos pinos, tensões internas. Para eliminar as tensões residuais, os pinos passam por um revenimento, que consiste em aquecê- los em fornos de banho de sal ou com circulação de ar forçado ou banho de óleo, a uma temperatura e por um tempo especificados para cada tipo de pino. A seguir, os pinos são protegidos em óleo. Com isso, eles estão prontos para as operações finais. Anéis de segmento Função A função dos anéis de compressão é a de vedar em dois sentidos: tanto a pressão da compressão como a passagem de óleo lubrificante para a câmara de combustão, com a ajuda do próprio lubrificante. Em geral, os anéis cumprem funções básicas como: vedação de compressão, controle de lubrificante nas camisas e dissipação do calor entre pistão e camisa. Características Os anéis de segmento são construídos de forma a adaptar-se às pequenas variações que, dentro de certos limites, ocorrem nas medidas do êmbolo. Com o funcionamento do motor carregado, os anéis sofrem uma torção prevista no projeto dos anéis. Por isso, funcionar o motor em marcha lenta ou com pouca carga provoca o desgaste prematuro do conjunto anéis/camisa, em virtude do mau acomodamento dos anéis. Construção O primeiro anel de compressão é feito de uma liga de ferro fundido revestido com cromo, oferecendo maior resistência ao desgaste e ao calor. O segundo anel de compressão é feito também de uma liga de ferro fundido, revestido com cromo somente na face de contato com a parede do cilindro. O anel de óleo também é de liga de ferro fundido, com algumas aberturas feitas para acumular o óleo. Sua função é a de controlar a lubrificação das paredes do cilindro, do êmbolo e dos anéis. Revestimentos de face de anel Revestimentos especiais podem ser aplicados às faces de anel dos anéis do pistão, para aumentar a durabilidade e evitar a formação de marcas de engripamento. Revestimentos de cromo ou aspergidos por plasma de materiais cerâmicos ou metálicos são usados para esse propósito. Figura 40 – Anel de pistão. Tipos de perfis de anéis Quadro 3 – Perfil do anel de pistão Procedimento de inspeção e manutenção •Medir a folga entre o anel e a canaleta do pistão e comparar com a especificação do manual de serviço. Se a folga for acima do especificado, inspecionar o êmbolo, substituindo-o se necessário. Figura 41 – Medindo folga da canaleta de pistão. •Colocar o anel no cilindro seguindo a altura indicada pelo fabricante do motor. •Medir a folga entre pontas do anel comparando com a especificação do manual de serviço. Se a folga for acima do especificado, substituir o conjunto de anéis. Figura 42 – Medindo folga entre pontas dos anéis. Instalação dos anéis do pistão •Existe uma marca em um dos lados do anel. Ela deverá ficar para cima (virada para a cabeça do pistão). •Instalar os anéis no êmbolo, de forma que as pontas fiquem a uma distância de 120º entre si. Figura 43 – Montagem dos anéis no pistão. Observação Aplicar no cilindro óleo lubrificante para motores antes da instalação do êmbolo. Biela Função É o elemento do motor que se encarrega de converter o movimento alternativo retilíneo do êmbolo em movimento circular contínuo da árvore de manivelas. Característica construtiva As bielas são fabricadas em ligas de alumínio e aço especial e podem receber tratamentos distintos. A determinação do entrecentros é realizada com grande precisão. Para facilitar a lubrificação do pino e de sua bucha, quando houver bucha, são usadas duas formas: na primeira, perfura-se a biela desde a cabeça até o pé; na segunda, é feita uma perfuração de um lado da cabeça, de maneira que ela fique orientada para o ponto que deve lubrificar. Elas são compostas de: •Cabeça – é a parte da biela que se fixa ao moente da árvore de manivelas. •Corpo – constitui a parte média da biela. •Pé – é a parte da biela que se liga ao êmbolo por intermédio do pino do êmbolo. Procedimento de inspeção e manutenção A manutenção da biela é feita apenas no recondicionamento do motor e se deve observar se há empenos do corpo da biela e desgastes acentuados na bucha e na cabeça da biela. Árvore de manivelas Figura 44 – Árvore de manivelas. Função É o eixo do motor responsável pela transformação do movimento retilíneo do êmbolo em movimento rotativo (princípio da manivela). Componentes A árvore de manivelas é formada pelos munhões (colos fixos) e pelos moentes (colos móveis), onde trabalham as bielas. Um dos munhões serve de apoio ao deslocamento axial (longitudinal) da árvore de manivelas. Características construtivas As árvores de manivela são construídas de aço forjado de grande resistência. Na sua composição, entram o níquel, o cromo, o molibdênio, o magnésio e o silício. Os munhões e moentes são tratados termicamente para adquirirem maior dureza. Quando seu tamanho permite, a árvore de manivelas é perfurada internamente, para facilitar a lubrificação dos munhões e moentes. Inspeção e manutenção As inspeções de controle dimensional devem ser executadas com a biela instalada na árvore de manivela, como indicado a seguir. •Utilizando um calibre de lâminas, medir a folga lateral entre a biela e a árvore de manivela. Figura 45 – Medindo folga radial da biela. •Utilizar um relógio comparador e medir a folga radial da biela. 2. Sistema de alimentação Combustível Componentes do sistema Mangueira de combustível Filtro de combustível Bomba de combustível Carburador Sistema de partida Fluxo do combustível Funcionamento dos circuitos Manutenção e ajustes Antes de entender o sistema de alimentação, é preciso entender como funciona o fenômeno da combustão. Combustível Combustível é uma substância que, quando queimada, gera calor e pode ser utilizada como fonte de energia. Então, os combustíveis são geralmente classificados como fonte geradora de energia e utilizados para criar potência em motores. Tipos de combustíveis Quando se fala de combustível, logo vêm à cabeça os combustíveis fósseis. Eles são os derivados do petróleo. Mas de onde vem o petróleo? Petróleo é material orgânico em decomposição durante milhares de anos no mar. Para que o material orgânico vire petróleo, é necessário pressão; e a água faz esse papel. Desse material orgânico, depositado no fundo do mar durante milhares de anos (petróleo), podem ser extraídos combustíveis com propriedades físicas diferentes. Combustíveis sólidos: os mais comuns a serem encontrados são o carvão, coque, carvão vegetal, entre outros. Combustíveis líquidos: podem ser representados por produtos petroquímicos. Os mais conhecidos são: gasolina, tíner, querosene, diesel, entre outros. Combustíveis gasosos: são os que resultam da decomposição ou são resultado do processo de destilação do petróleo. Os mais comuns são o GLP e o GNV. Observação Sempre que se trata do estado físico dos combustíveis, deve-se levar em consideração as condições de temperatura e de pressão. Os combustíveis líquidos são retirados do óleo cru, por meio de um processo denominado destilação. Esse processo de destilação fraciona o petróleo em diferentes produtos, de acordo com as diferenças de temperatura. Figura 1 – Craqueamento do combustível.Será abordada aqui apenas a gasolina, pois é o que alimenta os motores de popa, ou de borda, como também são chamados. O número de octanas, propriedade antidetonante da gasolina, é a sua característica mais importante para os motores, pois, quando o combustível é misturado com o ar no carburador e invade a câmara de combustão, ele tem de se manter sem autoinflamar para evitar pré- ignição ou ignição espontânea. As gasolinas comercializadas no Brasil são divididas em duas categorias: •Tipo A: é a gasolina sem adição de álcool, ou seja, da maneira que o combustível sai da refinaria; •Tipo C: é a gasolina para comercialização em postos, com adição de álcool. É utilizada em automóveis, embarcações, motocicletas etc. Após 1991, a gasolina teve a adição de álcool em sua composição, em substituição ao chumbo, que é prejudicial à saúde. Existe outro tipo de gasolina, a Podium, desenvolvida por uma equipe de competição. Tem melhor rendimento do que a gasolina tipo C, menor formação de resíduos e atende a normas de emissões de países europeus e dos Estados Unidos. Esse combustível não é comercializado em todos os estados do Brasil. Vamos relembrar que octanagem é a resistência que o combustível tem à detonação. Existem vários tipos de motores de popa. Cada um tem o seu combustível apropriado. Combustíveis não devem conter impurezas nem água misturada em sua composição. Quando o combustível não estiver puro, o tanque estiver sujo, a mangueira esfarelando ou outros tipos de impurezas, elas ficarão presas no filtro e poderão comprometer o bom funcionamento do motor. O filtro de combustível deve ser limpo ou substituído, conforme orientação do fabricante ou a cada revisão que for feita no sistema de alimentação. Componentes do sistema Os motores de popa de menor porte (portáteis) trabalham com tanque de combustível móvel. Existem vários modelos de tanque de combustível, mas o mais importante é que, ao navegar, calcula-se a quantidade de combustível da seguinte forma: dividindo a quantidade de combustível por três. •Primeira parte: ida da navegação; •Segunda parte: volta da navegação; •Terceira parte: fator de segurança. Pode-se, no retorno da navegação, pegar maré ruim, vento contra, desvios inesperados ou qualquer outro fator que possa fazer com que o consumo seja maior que o esperado. Isso já deve estar previsto. Figura 2 – Tanque de combustível. Mangueira de combustível Nas embarcações com motores de popa portáteis, esse acessório deve ser de muito boa qualidade. Cada fabricante de motor tem o seu tipo de engate rápido. É preciso cuidado na instalação do componente. Para encher o filtro de combustível: •conectar os engates rápidos; •certificar-se de que o lado de instalação da bomba primária esteja correto; •apertar a bomba primária até que ela fique rígida, pois assim o filtro estará cheio; •inspecionar vazamentos. No caso de vazamentos na mangueira, substituir todo o conjunto. Se for preciso retirar o engate rápido, instalar abraçadeiras e certificar-se de que não haja vazamentos. Figura 3 – Mangueira de combustível. Filtro de combustível Responsável pela retenção de impurezas, para que elas não cheguem ao carburador. Os filtros devem ser limpos ou substituídos conforme orientação do fabricante. •Inspecionar sempre quanto a vazamento. •Não fazer funcionar o motor com as mangueiras sem abraçadeiras. •Toda vez que for dada a partida no motor, esse item deve ser inspecionado. Figura 4 – Filtro e combustível. Bomba de combustível Existem bombas de combustível para motores de dois e quatro tempos. As duas bombas são similares na forma construtiva. A diferença está na operação interna do diafragma. •Quando encher o filtro, verificar se há vazamento nas mangueiras. •No início da partida, verificar se há vazamento nas mangueiras. •Não deixe as mangueiras sem abraçadeiras. Observação Em motores de quatro tempos, quando o nível de óleo lubrificante aumentar, faça teste na membrana da bomba. Em motores de dois tempos, quando houver encharcamento ou isolamento da vela de ignição por excesso de combustível, faça o teste na membrana da bomba. Figura 5 – Bomba de combustível. Carburador Função A função do carburador é de pulverizar o combustível, misturando-o com ar vindo do filtro de ar, criando, assim, a mistura necessária para possibilitar a expansão no interior do cilindro. Esse processo ocorre dentro da seção venturi do carburador. A quantidade de combustível é controlada pela maior ou menor quantidade de ar que passa pela região do venturi, o que se obtém pela maior ou menor abertura dele, subindo ou baixando o êmbolo de aceleração, que funciona como válvula reguladora do fluxo de ar. Figura 6 – Carburador. Funcionamento Todo ar que passa com velocidade na extremidade de um orifício tende a sugar um líquido na outra extremidade, pela diferença de pressão. Figura 7 – Efeito produzido pelo venturi do carburador. Para que a mistura ar/combustível mantenha a proporção correta, uma agulha em formato cônico está fixada ao pistonete e é inserida dentro de um pequeno orifício ligado à cuba. Fixado dentro desse orifício, encontra-se o giclê. Esse componente tem um diâmetro específico para controlar a quantidade exata de combustível, a fim de que haja a melhor relação estequiométrica dentro da câmara de combustão. Como essa agulha é apoiada sobre a parte interna do pistonete, o movimento de subida e descida dela é realizado em conjunto com o mesmo pistonete. Dessa maneira, consegue-se uma mistura proporcional de aproximadamente 14:1 (razão estequiométrica), na medida em que o manete do acelerador é acionado. Sistema de aspiração O sistema de aspiração é dividido em três tipos: •fluxo ascendente; •fluxo horizontal; •fluxo descendente. Classificação de acordo com tipos de válvulas do acelerador De acordo com o movimento de subida e descida do pistão do motor, podemos variar a velocidade do fluxo de ar com a regulagem. Esse tipo de carburador de venturi variável é utilizado em pequenos motores. Figura 8 – Venturi horizontal. Sistema de partida Para o motor partir de manhã, é necessário enriquecer a mistura. Para isso, existe no carburador o sistema de partida do motor. O sistema de afogador é independente do carburador e, quando utilizado, restringe a passagem de ar nele. Desse modo, o combustível passa pelo giclê do afogador e é misturado com ar, regulado na passagem pelo afogador, produzindo mistura rica necessária para o funcionamento do motor na partida. Fluxo do combustível Figura 9 – Fluxo do combustível. Funcionamento dos circuitos É considerado circuito de baixa quando o operador acelera o motor de 0 a ¼ de abertura da borboleta de aceleração. Nesse sistema, o combustível entra pelo giclê de alta e passa para o giclê de baixa por meio de uma passagem (passagem “A”). O ar entra pelo giclê de ar e se mistura com o combustível (passagem “B”) homogeneizando. O resultado é pulverizado através do orifício bypass pelo orifício de marcha lenta. Quando a borboleta começa a abrir, ocorre uma queda de pressão no circuito de baixa e a mistura é pulverizada pela saída bypass. Quando a borboleta está operando na faixa de 1/8 a 1/4, o combustível passa pelo circuito principal e também pelo circuito de baixa. Quando a borboleta do acelerador estiver totalmente aberta, há um aumento do fluxo de ar, gerando uma pressão menor do que a pressão atmosférica no corpo principal do carburador. Isso causa uma retirada de combustível da cuba, que sai pulverizado pelo difusor. Toda vez que a abertura da borboleta for alterada pelo operador do motor, essa diferença de pressão varia, alterando a pulverização do combustível compatível com a variação. Figura 10 – Fluxo do ar/combustível. Manutenção e ajustes Inspeção A inspeção e manutenção do carburador se fazem necessárias sempre que: •o motor de popa estiver falhando e o sistema de ignição não apresentar nenhuma avaria; •o motor de popa ficar parado por muito tempo comgasolina na cuba; •o carburador apresentar vazamento de combustível; •for feita uma limpeza no tanque de combustível; •houver um consumo de combustível muito elevado. Remoção e desmontagem do carburador •Remover o capô, o duto de tomada de ar. •Soltar o chicote do afogador. •Soltar a haste do acelerador. •Soltar os parafusos de fixação do carburador no motor. •Drenar o combustível existente na cuba do carburador. •Desmontar o carburador. Inspeção e limpeza do carburador •Inspecioná-los visualmente quanto a rachaduras, danos ou obstruções dos seguintes itens: corpo e cuba do carburador, alojamento dos giclês, boia, válvula de agulha, agulha do pistonete, giclê de alta, giclê de baixa e parafuso do ar, válvula afogadora. •Lavar o carburador. •Aplicar ar comprimido em todos os orifícios de passagem de combustível, desobstruindo-os. Observação Não utilizar arames para limpeza de dutos e giclês, pois essa operação danifica os diâmetros, afetando o rendimento do motor. Montagem do carburador •Montar o carburador na ordem inversa da desmontagem. Utilize um jogo de juntas novas. •Antes da montagem da cuba, instalar a boia no carburador e coloque a válvula- agulha em sua sede. •O pino da boia deve ser encaixado no devido lugar no carburador e ser travado com seu parafuso de fixação. •Verificar a altura da boia e ajuste conforme orientação do fabricante. Observação Após a instalação, verificar se o conjunto boia e agulha está funcionando corretamente. Instalação do carburador •Instalar o carburador e o duto de ar. •Conectar a mangueira de combustível, o chicote do afogador e a haste do acelerador. Ajuste da marcha lenta •Primeiro, girar o parafuso da mistura no sentido horário, até que ele atinja o final de curso, e, em seguida, soltá-lo na quantidade de voltas especificada. •Funcionar o motor de popa e deixe aquecer por aproximadamente 10 minutos. •Desligar o motor e instalar um tacômetro no cabo de vela. •Colocar o motor para funcionar novamente e ajustar a rotação de marcha lenta, conforme indicado pelo fabricante. Observação Para motores de popa, não há nenhuma norma específica para emissão de gases. Portanto, ajustar conforme recomendação do fabricante. 3. Sistema de ignição Definição Tipos Funcionamento do sistema Componentes do sistema de ignição Definição O sistema serve para provocar uma inflamação na mistura ar/combustível dentro da câmara de combustão, no momento exato (expansão), para que haja uma perfeita combustão, fornecendo assim a força necessária para realização do trabalho do motor. Tipos O sistema de ignição de motores de popa de baixa cilindrada pode ser de dois tipos: •Convencional – com utilização de platinado para controlar o momento de emissão da faísca. •Eletrônico – composto de uma unidade eletrônica de controle da ignição. Funcionamento do sistema Sistema convencional Movimentado pelo eixo da árvore de manivelas, esse sistema controla a centelha elétrica emitida entre os eletrodos da vela de ignição, provocando a queima da mistura ar/combustível dentro da câmara de combustão. O platinado é composto de dois eletrodos de platina, acoplados em duas lâminas de metal flexível. A abertura e o fechamento do contato do platinado são feitos por um ressalto no eixo da árvore de manivelas. Quando acionada a partida do motor, a bobina de campo gera uma tensão (dependendo da rotação do motor). Pode-se verificar que, quando o platinado está fechado, a corrente elétrica é desviada para massa, não deixando, portanto, que ela chegue ao enrolamento primário da bobina de ignição. Já com os contatos do platinado aberto, a corrente é, então, direcionada para o enrolamento primário da bobina de ignição que, por sua vez, cria um fluxo magnético, gerando uma corrente milhares de vezes maior no secundário. Figura 1 – Platinado. Sistema eletrônico Conhecido como CDI (Capacitive Discharge Ignition), esse sistema é composto de uma unidade eletrônica de controle do sistema de ignição. Uma corrente elétrica é induzida na bobina de excitação e retificada por um diodo carregando o capacitor de ignição, localizado dentro da CDI. Figura 2 – Circuito transistorizado. Quadro 1 – Legenda do circuito transistorizado 1 Diodo 2 Capacitor 3 Vela de ignição 4 Bobina de ignição 5 SCR (Retificador Controlado de Silício) 6 Bobina impulsora 7 Bobina de excitação Com o giro do motor, a cada 360º, um sinal é fornecido pela bobina impulsora que alimenta o GATE do SCR, ativando-o. Quando o SCR é ativado (de forma alternada), uma corrente elétrica é armazenada no capacitor e descarregada do enrolamento primário da bobina de ignição. Essa corrente induz uma alta-tensão no enrolamento secundário da bobina, provocando, assim, uma centelha elétrica entre os eletrodos da vela de ignição. Nesse tipo de sistema, a interrupção do funcionamento do motor ocorre por meio do interruptor de ignição que, quando desligado, tem um de seus contatos ligado à massa, desviando assim a alimentação da CDI, anulando o seu funcionamento. Componentes do sistema de ignição Bobina de ignição Definição Com os mesmos princípios de funcionamento de um transformador, a bobina de ignição tem um enrolamento primário (entrada de baixa tensão elétrica) e um secundário (saída de alta tensão), enrolados sobre um núcleo de ferrite. Função A bobina de ignição tem como função elevar a tensão elétrica fornecida no enrolamento primário para um valor aproximado de 20.000 V, a fim de provocar uma centelha elétrica entre os eletrodos da vela de ignição. Manutenção e reparação A seguir estão os passos para se testar o bom funcionamento da bobina de ignição. Teste utilizando um centelhador: •Remover o cabo supressivo no enrolamento secundário da bobina de ignição e instalar um centelhador. •Ligar a outra ponta do centelhador a um ponto massa do motor da moto. •Ligar o interruptor de ignição e acionar a cordinha de partida do motor (ou o motor de partida se houver). •Verificar se há centelha elétrica no centelhador. Caso não haja, seguir para o próximo passo. Teste de resistência dos enrolamentos da bobina de ignição: •Medir a resistência do enrolamento primário da bobina e conferir com a especificação contida no manual de serviço do motor. •Medir a resistência do enrolamento secundário da bobina e conferir a especificação contida no manual de serviço do motor. Caso se constate uma resistência nula ou um valor muito diferente do especificado, substituir a bobina de ignição. Figura 3 – Origem da centelha de ignição. Vela de ignição Função A função da vela de ignição é conduzir a alta-tensão elétrica para o interior da câmara de combustão, convertendo-a em centelha elétrica para inflamar a mistura ar/combustível. O seu desempenho está diretamente ligado ao rendimento do motor, aos níveis de consumo de combustível, à maior ou à menor carga de poluentes nos gases expelidos pelo escapamento. Característica construtiva Grau térmico Na câmara de combustão, é gerada uma alta temperatura, absorvida na forma de energia térmica, que passa pelo sistema de refrigeração e pela vela de ignição. A capacidade da vela de dissipar esse calor é denominada grau térmico. Como existem vários tipos de motores com maior ou menor carga térmica e diferentes tipos de combustíveis, são necessários diferentes tipos de velas, com maior ou menor capacidade de dissipação de calor. Portanto, existem velas quentes ou frias. Figura 4 – Dissipação de calor (vela quente e vela fria). Tipo quente: é a vela de ignição que trabalha quente o suficiente para queimar depósitos de carvão quando o veiculo está em baixa velocidade. Possui um longo percurso de dissipação de calor, o que permite manter alta temperatura na ponta do isolador. Tipo frio: é a vela de ignição que trabalha fria, porém o suficiente para evitar a carbonização quando o veículo está em baixa velocidade. Possui um percurso mais curto, permitindo a rápida dissipação de calor. É adequada aos regimes com alta solicitação do motor.A especificação da vela de ignição (quente ou fria) pode ser verificada de acordo com a numeração localizada na sua própria carcaça. Vale salientar que cada fabricante possui uma numeração específica, que não segue um padrão. Consulte sempre o manual do proprietário, manual de serviço da motocicleta ou até mesmo o site do fabricante da vela de ignição para identificar, por exemplo, qual é o modelo adequado para a motocicleta que está sendo reparada. Observação Velas de ignição com especificação incorreta de aplicação podem ocasionar sérios problemas no motor ou no sistema de ignição, além de interferir diretamente no desempenho e no rendimento da motocicleta. Manutenção Por ser um componente que trabalha em condições severas de temperatura e pressão, além de sofrer um desgaste muito rápido por causa da eletroerosão provocada pela centelha elétrica emitida entre os eletrodos, a vela de ignição deve ser inspecionada periodicamente e substituída de acordo com o plano de manutenção. Sempre que for feita uma revisão no motor de popa, verificar: •se a vela instalada no motor de popa segue a especificação recomendada pelo fabricante; •a folga entre os eletrodos central e lateral da vela. A tensão elétrica necessária para que haja uma centelha elétrica cresce proporcionalmente com o aumento da folga entre os eletrodos; •se há carbonização entre os eletrodos da vela. Observação Consultar sempre o manual de serviço para identificar o valor mínimo e máximo dessa folga. Respeitar o tempo de substituição da vela de ignição anotada no manual de serviço do motor de popa. Assim, o sistema de ignição não será sobrecarregado. Instalação da vela de ignição Apertar a vela de ignição com a mão até que ela encoste no cabeçote. Em seguida, utilizar um torquímetro, aplicando o torque recomendado no manual de serviço ou manual do proprietário. Figura 5 – Vela de rosca cônica. 4. Sistema de lubrificação Definição Lubrificantes em motores Lubrificação dos motores de dois tempos Motor de quatro tempos Tipos de sistemas de lubrificação Sistema por salpico Óleos lubrificantes Anomalias no sistema de lubrificação dos motores de dois tempos Definição O sistema de lubrificação tem a função de garantir a circulação do óleo lubrificante, sob pressão, até as partes móveis do motor. O sistema possui um filtro para reter as impurezas suspensas no óleo e uma bomba de óleo para transferi-lo, sob pressão, às partes do motor que necessitam de lubrificação. Antes de tratar do sistema de lubrificação, é preciso lembrar o que é atrito. Atrito é a força que resiste ao movimento. Existem algumas maneiras de reduzir essa resistência. Pode ser reduzindo a aspereza das superfícies e a área de contato e diminuindo o peso. Superfícies mais lisas ajudam na redução do atrito. Redução do peso também diminui esse atrito na movimentação de duas superfícies. Já a redução da área de contato pode ser entendida como a aplicação de uma película de lubrificante as faces de contato. Lubrificantes em motores As superfícies de contato que requerem lubrificação são expostas a altas temperaturas e altas cargas. Sendo assim, os óleos para lubrificar esse sistema devem ser selecionados e adequados para as características específicas das condições em que serão aplicados. Os lubrificantes para motores de quatro tempos podem ser classificados em algumas categorias: SAE (Sociedade de Engenheiros Automotivos dos EUA) – classifica a viscosidade do lubrificante. O lubrificante muito viscoso gerará uma película mais espessa e pode suportar mais carga. No entanto, se a película for muito espessa, pode ocasionar aumento da carga e perda de potência. Se a película for muito fina, pode acontecer o seu rompimento, e, por consequência, aumento de atrito. Uma característica da viscosidade é que ela se altera com a temperatura. A viscosidade diminui conforme a temperatura aumenta. Figura 1 – Índice de viscosidade. A categoria de utilização do óleo não é determinada apenas pela temperatura de utilização, mas também pelas condições de navegação. Os óleos multiviscosos exibem pequena mudança da viscosidade com a temperatura, de modo que não é necessário o aquecimento na partida. API (Instituto Americano de Petróleo) – classifica o desempenho do óleo lubrificante. A primeira letra representa o tipo de motor (C= por compressão, para motores diesel e S = spark ou centelha elétrica, para motores a álcool, gasolina e gás). A segunda representa a classificação do lubrificante, que é alterada conforme a bolsa de aditivos. Observação A JASO (Japanese Automobile Standards Organization) define especificações para a classificação de lubrificantes para motores de dois tempos (FA, FB e FC, em ordem crescente de desempenho) e quatro tempos (MA, MA1, MA2 e MB). Lubrificação dos motores de dois tempos Em motores de dois tempos, a mistura ar-combustível admitida é comprimida na carcaça do motor, impossibilitando, assim, a permanência de lubrificante na carcaça. Por esse motivo, esses motores necessitam que o óleo lubrificante seja misturado previamente no combustível. Pelo tipo de construção do motor, essa pré-mistura de lubrificante no combustível garante que todos os componentes internos do motor sejam lubrificados. Figura 2 – Óleo lubrificante adicionado à gasolina do motor. Alguns motores de dois tempos têm o sistema de alimentação de lubrificante independente, ou seja, não é misturado no tanque de combustível, e sim injetado por meio de uma bomba. Figura 3 – Óleo de motor em um recipiente separado. Motor de quatro tempos Funcionamento do sistema de lubrificação O óleo circula pelo motor por ação de uma bomba, passando por uma tela de filtro e um filtro de papel ou um centrífugo (que devem, respectivamente, ser limpos e substituídos conforme especificação do fabricante), E, após a lubrificação, retorna para o cárter, por força da gravidade. Figura 4 – Lubrificação do motor de quatro tempos. O sistema de lubrificação mantém o óleo lubrificante em circulação forçada entre as peças móveis do motor. Dessa forma ele produz, ao mesmo tempo, dois efeitos: •diminui o atrito entre as peças móveis do motor; •auxilia o sistema de arrefecimento a manter a temperatura ideal do motor. Tipos de sistemas de lubrificação Em algumas embarcações, encontramos dois sistemas de lubrificação, o de cárter seco e o de cárter úmido e salpico (motores de quatro tempos). Sistema com cárter seco Esse sistema é utilizado em alguns motores de quatro tempos e em todos os motores de dois tempos. É caracterizado por ter um reservatório de óleo externo ao motor. No caso de motos antigas e modelos de competição atuais, não existe esse reservatório; o óleo 2T é misturado com a gasolina no tanque de combustível. Figura 5 – Sistema de cárter seco usado em moto aquática. Sistema com cárter úmido O sistema com cárter úmido é utilizado apenas em motores de popa de quatro tempos. O reservatório de óleo fica localizado dentro da carcaça do motor, com capacidade para a quantidade total de óleo que o motor necessita para sua lubrificação. Figura 6 – Cárter úmido. Sistema por salpico O sistema por salpico já não é muito utilizado, atualmente, em altas rotações porque a lubrificação se torna deficiente. Figura 7 – Lubrificação por salpico. Óleos lubrificantes Função •Lubrificar as partes móveis e reduzir o atrito. •Resfriar o motor. •Prevenir o desgaste das partes em movimento. •Proteger contra a corrosão. •Drenar as impurezas. •Dar partida no motor facilmente em qualquer temperatura operacional. •Atuar como elemento vedador entre anéis e pistões. Substituição do óleo lubrificante Basicamente, para substituir o lubrificante, é necessário verificar a orientação do fabricante do motor. É importante saber que, no período de amaciamento, não se pode acelerar o motor (uma hora no tanque de teste). Depois desse período, que geralmente é feito no serviço autorizado, até completar as primeiras dez horas (varia de fabricante parafabricante), não é aconselhável acelerar mais de três quartos de rotação do motor, por estar no período de amaciamento. É quando se troca o lubrificante do motor pela primeira vez. É importante lembrar que o desempenho do óleo lubrificante é afetado por potência, manutenção do motor, temperatura que o óleo atinge e viscosidade do óleo à temperatura normal de trabalho. Procedimento para substituição do óleo •Ligar o motor e deixá-lo aquecer (dentro do tanque de água). •Desligar o motor e colocá-lo no cavalete. •Colocar um recipiente sob o motor para coletar o lubrificante e remover o bujão de dreno. •Aguardar até que todo o lubrificante seja drenado. •Substituir o filtro de lubrificante. •Substituir a arruela de vedação e apertar o bujão de drenagem com o torque especificado. •Abastecer o motor com a quantidade de lubrificante recomendada pelo fabricante. •Ligar o motor e deixá-lo funcionando em marcha lenta por aproximadamente três minutos. •Desligar o motor, aguardar alguns minutos e verificar se o nível do lubrificante se encontra na marca especificada na vareta. Observações •Abastecer o motor com lubrificante indicado pelo fabricante. •O óleo usado do motor é totalmente reciclável e deve ser encaminhado para uma empresa que dê o tratamento adequado. Anomalias no sistema de lubrificação dos motores de dois tempos Motor dois tempos Quadro 1 – Causas e defeitos em relação à falta de lubrificação Causa Defeito Barulho anormal no motor Deficiência de lubrificação Isolamento de vela de ignição Excesso de fumaça no sistema de exaustão; Motor não pega e falha. Motor travado Motor com as câmaras oxidadas. Barulho anormal no motor Deficiência de lubrificação Lâmpada piloto do óleo acesa.Deficiência de lubrificação 5. Sistema de arrefecimento Introdução Sistema de arrefecimento de motores de popa Funcionamento Componentes do sistema de arrefecimento Procedimentos para adoçamento de motor Defeitos no sistema de arrefecimento Introdução Durante a operação, todos os motores de combustão interna geram calor. Esse calor é causado pela queima da mistura ar/combustível. O sistema de arrefecimento deve ter a capacidade de remover parte desse calor para manter o motor dentro dos limites normais de funcionamento. Porém, não deve retirar todo o calor, para que o motor não funcione a frio e não cause danos posteriores em outros sistemas, prolongando, assim, a vida útil destes. Figura 1 – Sistema de arrefecimento. Existem vários tipos de sistemas de arrefecimento. A maioria deles usa um radiador e um ventilador para remover o calor do motor. Outros sistemas usam um trocador de calor, arrefecedores de quilha ou torres de arrefecimento para remover. O sistema de arrefecimento é empregado em alguns motores estacionários ou navais. Nele, aproveita-se líquido de arrefecimento contido em um tanque, lago, rio ou mar, de onde ele é retirado e posto em circulação, arrefecendo o motor e retornando ao lugar de origem. Sistema de arrefecimento de motores de popa Antigamente a maior preocupação era refrigerar os motores, até porque do calor gerado pela queima do combustível apenas um quarto era usado como força de trabalho; os outros três quartos eram dissipados pelo sistema de refrigeração. Em razão de mudanças em suas características, o sistema de refrigeração, como era chamado, passa a ser sistema de arrefecimento, e a água do radiador passou a ser chamada de solução arrefecedora (água + aditivo). Como podemos observar, os motores modernos trabalham mais quentes, reaproveitando parte do calor que antes era eliminada pelo sistema de refrigeração. Foi constatado pela engenharia que os motores mais quentes sofrem menos desgaste, já que as ligas metálicas que os compõem atingem seu ponto máximo de dilatação. Com isso, eles reduzem os atritos e sofrem um desgaste menor. Comparando novamente, a temperatura da água dos motores antigos girava em torno de 80oC, contra a atual de 95oC dos motores modernos. Essas temperaturas ficam muito próximas do ponto de ebulição da água, que é de 100oC. Além desse fator, há também a corrosão do sistema e o congelamento da água em algumas regiões mais frias. Funcionamento Figura 2 – Circuito da água (doce ou salgada) dentro do motor de popa. Conforme mostrado na Figura 2, o gás de escape é descarregado do motor e a água de refrigeração, admitida pelo orifício de entrada de água, é forçada a circular no interior do motor de popa. Então a água é descarregada através do orifício de escape. Uma parte dessa água de refrigeração é descarregada acima da água, para assegurar que a água de refrigeração atinja com certeza o grupo de força. Essa água é chamada de água-piloto. A água circula sob pressão por todas as partes internas das galerias de água do motor. A bomba de água é responsável pela circulação dela por todo esse circuito. A bomba é do tipo rotativo, acionada pelo motor. A água, em seu percurso, passa por diversos canais dentro do bloco motor, cabeçote e mangueiras, efetuando, assim, a troca de calor. Porém, enquanto a temperatura desse motor for baixa (motor frio), esse circuito de circulação permanecerá fechado até que o motor atinja a temperatura ideal de funcionamento. A partir desse instante, a válvula termostática iniciará o processo de troca da água. Componentes do sistema de arrefecimento Válvula termostática Faz com que o motor atinja rapidamente a temperatura ideal de trabalho, atuando como reguladora de temperatura. Figura 3 – Válvula termostática. Rotor da bomba de água É o responsável pela circulação do líquido de arrefecimento em todo o sistema. Figura 4 – Rotor da bomba de água. Mangueiras Fazem a conexão entre os componentes do sistema. Figura 5 – Mangueira de circulação da água dentro do motor. Sensor de temperatura Monitora a temperatura de trabalho do líquido de arrefecimento do motor e informa o módulo de injeção eletrônica e o painel de instrumentos. Figura 6 – Sensor de temperatura da água. Procedimentos para adoçamento de motor Depois de navegar tanto em água doce quanto em água salgada, torna-se necessário o adoçamento do motor. Adoçamento é a lavagem interna do motor com água potável. A água de rios, lagos e do mar tem muitos sais minerais que, se não forem retirados por completo do motor, poderão cristalizar e prejudicar o sistema de troca de calor. Existem dois tipos de adoçamento: •tanque; •orelhão. No tanque, o motor de popa é instalado e posto em funcionamento durante aproximadamente 10 minutos, para que sejam removidos todos os resíduos de água salgada do interior do motor. Toda vez que um motor for retirado do adoçamento deve-se testar a água do tanque quanto à alcalinidade à ou acidez. Figura 7 – Adoçamento em tanque. No caso do adoçamento com orelhão, instala-se o aparelho na captação de água da rabeta e abre-se a água potável, para que ela invada o sistema de arrefecimento do motor e lave os resíduos de água salgada. Esse procedimento deve ser feito por aproximadamente 10 minutos. Observação Deve-se tomar cuidado com a pressão da água que será injetada no sistema de arrefecimento. No caso de colunas de água muito altas ou bombas para retirada de poços, essa água poderá entrar na câmara de combustão do motor, podendo causar calço hidráulico. Defeitos no sistema de arrefecimento Alguns defeitos que são ocasionados por peças que compõem o sistema de arrefecimento estão listados a seguir. Quadro 1 – Defeitos do sistema de arrefecimento Causa Motor não atinge a temperatura ideal de funcionamento ou demora muito para aquecer. Válvula termostática travada na posição aberta. Válvula termostática fora de especificação. Motor com temperatura muito alta. Rotor de bomba de água desgastado. Interrupção na entrada de água. Motor em temperatura normal, mas indicador registrando temperatura muito alta ou muito baixa. Sensor com defeito. Motor superaqueceu. 6. Hélice Partes do hélice Aspectos gerais do hélice Teoria da propulsão Escorregamento Cavitação O hélicepara motor de popa é similar, por exemplo, a um hélice de ventilador, cata-vento ou avião. Enquanto gira em seu eixo, movimenta o objeto onde está fixado. Os hélices de aviões e motores de popa produzem empuxo quando giram em seu eixo. O hélice produz empuxo de acordo com a teoria do parafuso. Sendo assim, um barco utiliza esse princípio para impulsioná-lo. Toda energia produzida pelo motor é enviada como um movimento rotativo ao eixo de transmissão e ao eixo do hélice. Esse eixo do hélice fica submerso, proporcionando a força necessária para movimentar a embarcação. Observação No meio naval, o termo hélice é tratado no masculino, ou seja, “o hélice”. Figura 1 – O hélice. Partes do hélice O hélice é dividido em várias partes, as quais serão descritas na sequência. Figura 2 – Partes do hélice. Aspectos gerais do hélice As dimensões dos hélices são indicadas pelo: •diâmetro; •passo; •número de pás; •sentido de rotação. Diâmetro Diâmetro de um hélice é o círculo formado pelas pás do hélice que está girando. Figura 3 – Diâmetro do hélice. Passo do hélice É a projeção do deslocamento do hélice em que ele dá uma volta no seu eixo. Figura 4 – Efeitos de empuxo, em função do passo do hélice. Número de pás É a quantidade de pás que existe em cada hélice. Os números de pás dos hélices interferem diretamente no seu desempenho. As pás são responsáveis pelo empuxo, mas, se aumentarmos a quantidade de pás, aumentaremos, também, a sua resistência, pois o aumento desse número eleva a área protegida, aumentando a resistência subaquática. Figura 5 – Efeitos do número de pás do hélice. Sentido de rotação do hélice Os hélices podem ser classificados como direito e esquerdo, dependendo do sentido de rotação. Quando a embarcação está avançando, o hélice direito gira no sentido dos ponteiros do relógio (sentido horário); o esquerdo gira no sentido contrário aos dos ponteiros do relógio (sentido anti-horário). Figura 6 – Sentido de giro do hélice. Teoria da propulsão Quando se gira um cilindro com certo número de pás fixado a ele, a água fluirá na direção vertical em relação ao cilindro. Se torcermos as extremidades dessas pás, a água fluirá na direção horizontal em relação ao cilindro. Figura 7 – Direcionamento da água arrastada pelo hélice, em função do abaulamento da sua pá. Se colocarmos um lado abaulado no hélice, quando girarmos, ele produzirá uma força de sustentação nas pás. A força de sustentação é produzida em cada pá, o que resulta na força que empurra o hélice para a frente. Figura 8 – Efeitos provocados na água pelas pás do hélice. Essa força resultante transforma o movimento rotativo em empuxo. Escorregamento Se aplicarmos a relação do passo do parafuso com o passo do hélice, eles deveriam ser projetados na mesma proporção. Não é isso que acontece. As perdas ocorridas na água são muito grandes. Essa perda é denominada escorregamento. Figura 9 – Escorregamento. Cavitação A alta pressão que ocorre na parte posterior do hélice em alta rotação provoca uma pressão negativa, que pode fazer com que a água entre em ebulição, produzindo bolhas. Quando esse fenômeno ocorre, resulta na perda de pressão nas pás do hélice e na implosão das bolhas nas faces, deteriorando o hélice. Figura 10 – Cavitação. Referências SENAI-SP. Fundamentos de Mecânica Automotiva. São Paulo, 2013, 120 p. ______. Motocicleta de Alto Desempenho. São Paulo, 2013. Yamaha Technical Academy. Motor de Popa: 4 tempos. [S.l.]:[S.d.] ______. Motor de Popa: 2 tempos. [S.l.]:[S.d.] ______. Motor de Popa: FI/HPI. [S.l.]:[S.d.] ______. Motor de Popa: Ignição. [S.l.]:[S.d.] ______. Motor de Popa: Lubrificação. [S.l.]:[S.d.] ______. Motor de Popa: Arrefecimento. [S.l.]:[S.d.] ______. Motor de Popa: Hélice. [S.l.]:[S.d.] Conselho Editorial Paulo Skaf Walter Vicioni Gonçalves Débora Cypriano Botelho Ricardo Figueiredo Terra Roberto Monteiro Spada Neusa Mariani Editor chefe Rodrigo de Faria e Silva Produção editorial e gráfica Paula Loreto Editora assistente producaoeditorial@sesisenaisp.org.br Juliana Farias Analista editorial mailto:producaoeditorial@sesisenaisp.org.br Monique Gonçalves Produção gráfica producaografica@sesisenaisp.org.br Camila Catto Daniela Marcelino Rodrigues Valquíria Palma Administrativo e financeiro Valéria Vanessa Eduardo Edilza Alves Leite Flávia Regina Souza de Oliveira Priscila Ferri Thaís dos Santos Sousa Comercial Raimundo Ernando de Melo Junior Bruna Mataran Volpe José Benedito dos Santos Neto Colaboradora mailto:producaografica@sesisenaisp.org.br Marília Fontana Garcia Revisão Célia Regina N. Camargo Marcela Magari Diagramação Inventum Design Tratamento de imagens Ivan Navarro Sardella/Globaltec Inventum Design Capa Inventum Design © SENAI-SP Editora, 2016 A SENAI-SP Editora empenhou-se em identificar e contatar todos os responsáveis pelos direitos autorais deste livro. Se porventura for constatada omissão na identificação de algum material, dispomo-nos a efetuar, futuramente, os possíveis acertos. Cover Page Capa Folha de Rosto Créditos Apresentação Sumário 1. Motor de combustão interna Definição Princípio termodinâmico Generalidades Por centelhamento (ICE) Por compressão (ICO) Princípios de dimensões e rendimentos Cilindrada Cilindrada total Relação de compressão (Rc) Potência Funcionamento Tipos de motores Posição do comando de válvulas Cabeçote do motor de dois tempos Cabeçote do motor de quatro tempos Árvore comando de válvulas Face de assentamento Procedimento de inspeção e manutenção Ajuste da folga de válvulas Cilindro Êmbolo Pino do êmbolo Anéis de segmento Biela Árvore de manivelas 2. Sistema de alimentação Combustível Componentes do sistema Mangueira de combustível Filtro de combustível Bomba de combustível Carburador Sistema de partida Fluxo do combustível Funcionamento dos circuitos Manutenção e ajustes 3. Sistema de ignição Definição Tipos Funcionamento do sistema Componentes do sistema de ignição 4. Sistema de lubrificação Definição Lubrificantes em motores Lubrificação dos motores de dois tempos Motor de quatro tempos Tipos de sistemas de lubrificação Sistema por salpico Óleos lubrificantes Anomalias no sistema de lubrificação dos motores de dois tempos 5. Sistema de arrefecimento Introdução Sistema de arrefecimento de motores de popa Funcionamento Componentes do sistema de arrefecimento Procedimentos para adoçamento de motor Defeitos no sistema de arrefecimento 6. Hélice Partes do hélice Aspectos gerais do hélice Teoria da propulsão Escorregamento Cavitação Referências
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