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FICHAMENTO Reforma Trabalhista 2017

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FICHAMENTO: REFORMA TRABALHISTA 2017: HERMENÊUTICA DO DIREITO DO 
TRABALHO E TERCEIRIZAÇÃO. 
TITULO I – TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO. 
De acordo com Maximiliano a hermenêutica é um termo utilizado em homenagem ao deus grego 
Hermes, que era encarregado de levar as mensagens dos deuses aos mortais. 
Hermenêutica jurídica é orientar o jurista na atividade de interpretação dos textos legais visando o 
correto significado da vontade da lei ou a vontade do legislador. 
A hermenêutica jurídica encontra-se em crise e de acordo com Lenio Streck se faz necessário 
buscar uma nova hermenêutica para enfrentar os conflitos intersubjetivos e os conflitos de massa. 
Existe uma incapacidade histórica da dogmática jurídica em lidar com os problemas decorrentes 
de uma sociedade diferente como a brasileira. 
Streck considera que hermenêutica jurídica é realizar um processo de compreensão do Direito. O 
papel da hermenêutica nesse contexto é de preservar a força normativa da Constituição e não se 
pendurar na política. A hermenêutica compreende a interpretação, a integração e a aplicação do 
direito. 
Atualmente existem duas vertentes interpretativas no Direito, a formalista ou tradicional e a 
particularista ou progressista. Cláudio Pereira de Souza Neto ensina que o particularista tende a 
produzir decisões mais justas, por permitir que juízes considerem particularidades que o 
legislador ao editar as normas gerais e abstratas não é capaz de prever. Já o formalismo, que 
vincula o juiz a aplicação da lei, tende a prover maior segurança jurídica. A opção por qualquer 
uma das metodologias jurídicas depende da confiança que os cidadãos depositam nos juízes. 
É o contexto em que as instituições têm seu funcionamento que define se a melhor opção é o 
particularismo ou o formalismo. 
No Direito do Trabalho a vertente formalista ou tradicional defende que a interpretação cuida da 
determinação do sentido da lei. Interpretar é descobrir o sentido e o alcance das expressões 
contidas nas normas jurídicas. 
Amauri Mascaro Nascimento sustenta que o interprete do direito do trabalho tem que alcançar o 
sentido social das leis trabalhistas e a função que exerce na sociedade empresarial. 
Francisco Meton Marques de Lima propõe duas regras básicas para a interpretação da norma 
trabalhista: restringir-se o desfavorável e amplie-se o favorável ao trabalhador e em caso de 
dúvida, sempre a favor do assalariado. 
Lenio Streck acredita que olhar o novo com os olhos do velho transforma o novo no velho e 
acrescenta que a máxima fidelidade à letra de um texto não é garantia de sua correta 
compreensão. 
Para Kátia Magalhães Arruda, entende que as normas que são hierarquicamente inferiores a 
Constituição, devem ser interpretadas nos estritos limites de suas atribuições de 
complementação, ordenação ou regulação, e não como instrumento, sem o qual a Constituição 
fica inerte. 
Maurício Godinho Delgado apresenta alguns obstáculos para a efetivação dos direitos 
fundamentais trabalhistas: análise de eficácia jurídica das normas constitucionais, a recusa a 
conferir efeitos jurídicos reais à função normativa dos princípios jurídicos, a insuficiente utilização 
do critério hermenêutico moderno intitulado interpretação normativa em conformidade com a 
Constituição e a insuficiente construção de uma sólida jurisprudência de valores constitucionais, 
de conteúdo e direção essencialmente sociais, na linha dos princípios, regras, fundamentos e 
valores que melhor caracterizam a Constituição. 
A função interpretativa das normas justrabalhistas é desempenhada primordialmente pelos 
órgãos da Justiça do Trabalho. 
Interpretar é descobrir o sentido e o alcance das expressões contidas nos enunciados dos textos 
com força normativa. O interprete deve inspirar-se nos princípios e valores que integram o 
ordenamento jurídico. 
Existem vários métodos de interpretação: gramatical, lógico, histórico, teológico, sistemático e o 
autêntico, não existindo um método único correto, inclusive no direito do trabalho. 
Encontram-se novos dispositivos na CLT que restringem a atividade interpretativa dos 
magistrados do trabalho, incompatível com o Estado Democrático de Direito, que impõe aos 
magistrados o dever de observar sempre os valores e normas constitucionais. 
A interpretação gramatical também é conhecida como literal, semântica ou filológica e tem 
fundamento nas regras da gramática e da lingüística. A palavra falada ou escrita é o coração do 
direito e sua interpretação é a questão principal, que tem por base a segurança jurídica e a 
justiça. 
A interpretação é a primeira tarefa do interprete do sistema jurídico calcado na “civil law”, sendo 
que nos países que utilizam o “common law” prevalecem os costumes e as tradições, Inglaterra 
por exemplo. 
A interpretação gramatical tem sido utilizada no direito processual em geral e no direito 
processual do trabalho, principalmente no cabimento de recursos de natureza extraordinária. 
O método da interpretação gramatical permite ao interprete ampliar ou reduzir o sentido do 
alcance dos termos e expressões contidos nas normas. 
O método lógico de interpretação tem o objetivo de desvendar o sentido e o alcance da norma 
para atingir a perfeita compatibilidade. A interpretação lógica serve de base para estabelecer a 
coerência e a harmonia das normas entre si. 
Método histórico leva em conta o processo legislativo que antecedeu a publicação e a vigência do 
texto normativo, auxiliando-o na descoberta do sentido e do alcance da norma. 
A interpretação histórica analisa a evolução temporal de determinado instituto ou instituição desde 
o seu surgimento até a compreensão da norma que o regule na atualidade. 
No método sistemático as normas jurídicas não existem isoladamente, mas sim formam um 
conjunto que exige uma relação de coerência entre elas. Quando existe uma contradição entre 
essas normas o intérprete deve adotar critérios de valores culturais, éticos, dos princípios e 
objetivos fundamentais, do princípio da proporcionalidade e da razoabilidade para solucionar as 
questões. 
O método teleológico o intérprete volta-se para os fins sociais a que a norma jurídica se propõe. 
Visa adaptar a finalidade da norma à realidade social, econômica e política em que vai incidir na 
prática. 
Esse método é muito utilizado no direito laboral, sobretudo em função das desigualdades 
existentes entre empregado e empregador. 
Os modernos métodos de interpretação constitucional são ferramentas que auxiliam o intérprete 
na tarefa de descobrir o significado e as conexões de sentido das normas supremas do Estado, 
sendo esses métodos perfeitamente aplicáveis ao direito do trabalho. 
O método da ponderação de valores auxilia o intérprete na avaliação de qual bem constitucional 
deve prevalecer num determinado caso concreto. Um exemplo de situação de colisão é o 
empregador que dispensa sem justa causa empregados, mas pública em jornal de circulação que 
somente os trabalhadores improdutivos foram dispensados, prevalece o direito à honra e à 
imagem dos trabalhadores dispensados, que podem, pleitear indenização por danos morais. 
Outro método de interpretação constitucional é o da otimização de princípios, em que o intérprete 
extrai da norma constitucional o que ela tem de melhor em sintonia com os princípios 
constitucionais. 
Método da filtragem constitucional no qual toda ordem jurídica deve ser interpretada sob a lente 
da Constituição, de modo a realizar os valores nela consagrados. Esse método serve para evitar 
a incompatibilidade entre o velho ordenamento e o novo texto constitucional. 
O método tópico-problemático o intérprete parte de um problema concreto para enquadrá-lo na 
norma constitucional. Por esse método prevalece à vontade do intérprete no caso concreto, 
sendo uma premissa que há consenso sobre o conteúdo e os valores contidos na Constituição. É 
levado em consideração um conjunto aberto devalores, regras e princípios, cabendo ao 
intérprete escolher aquele que seja mais adequado para uma solução justa do caso concreto 
apreciado. 
Existe também os métodos científico-espiritual, por Rudolf Smend, sustendo que a Constituição 
deve ser interpretada de forma dinâmica e o método normativo-estruturante, por Friedrich Muller, 
que faz distinção entre texto e norma, onde a norma jurídica só aprece depois da interpretação. 
Método hermenêutico-concretizador que submete a atividade hermenêutica a pressupostos 
subjetivos e objetivos, levando em conta a pré-compreensão do intérprete e a realidade enquanto 
problema concreto. 
Todos esses métodos apresentam dificuldades operacionais e o desafio é buscar descobrir o 
melhor método. 
A doutrina constitucionalista aponta diversos princípios destinados à interpretação da 
Constituição, como o princípio da unidade da Constituição, ou seja, não há hierarquia entre as 
normas que integram a constituição, o princípio da máxima efetividade da Constituição, onde o 
intérprete atribui a maior eficácia possível a norma constitucional, princípio da força normativa da 
Constituição, princípio da correção funcional, que auxilia o intérprete corrigir interpretações, 
princípio da concordância prática, utilizado nos caos de colisão de princípios de direitos 
fundamentais. 
Também existe o princípio da interpretação conforme a Constituição, desenvolvido pela doutrina e 
jurisprudência do direito alemão. 
Pedro Lenza expõe que diante de uma norma que possui mais de uma interpretação, alguns 
requisitos devem ser observados: prevalência da Constituição, conservação da norma, exclusão 
da interpretação contra o texto literal, espaço de interpretação, rejeição de aplicação de normas 
inconstitucionais e o intérprete não pode atuar como legislador positivo. 
A interpretação conforme a Constituição permite verificar se é possível, por questões de valores 
da norma constitucional, levar a efeito algum alargamento ou restrição da norma que a 
compatibilize com a Constituição Federal. 
A interpretação conforme a Constituição não é monopólio do STF, pois trata-se de um princípio 
de interpretação constitucional que auxilia na temática do controle difuso ou concentrado de 
constitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. A interpretação conforme a 
Constituição permite a releitura da norma infraconstitucional e a declaração de 
inconstitucionalidade parcial sem redução do texto. 
O ordenamento jurídico é coerente quando as normas que o compõem não sejam opostas ou 
conflituosas, pois elas têm que ter uma relação de coerência entre si. 
Integrar tem o sentido de completar, inteirar, fechar lacunas encontradas no interior de um 
ordenamento jurídico. 
A integração do direito como desdobramento da hermenêutica jurídica é uma autorização do 
direito para que o intérprete possa se valer de certas técnicas para solucionar o caso concreto, 
mesmo em caso de lacuna. 
Havendo lacuna na lei ou nos contratos de trabalho, poderão ser utilizados para suprimento de 
tais lacunas em primeiro lugar: a jurisprudência, a analogia, a equidade, os princípios gerais de 
direito (princípios do Direito do Trabalho), os usos e costumes e o direito comparado. Se nenhum 
desses for suficiente, o direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. 
Existem dois modelos de integração do ordenamento jurídico: a autointegração e a 
heterointegração. 
Na autointegração, que é o método tradicional, o intérprete vai fechar as lacunas nas suas 
próprias fontes primárias e no caso do Direito do Trabalho serão utilizadas as próprias normas 
contidas na CLT, nos contratos coletivos e na legislação trabalhista complementar. A 
autointegração reconhece apenas a existência de lacuna normativa. 
Na heterointegração, que é o método mais progressista e consentâneo com o fenômeno da 
constitucionalização do direito, o intérprete promove o “diálogo das fontes normativas”, contidas 
em diferentes subsistemas. A heterointegração busca a harmonização dos subsistemas do Direito 
do Trabalho e do direito comum como meio de obter a máxima efetividade dos direitos 
fundamentais sociais trabalhistas diante do caso concreto. 
A heterointegração pressupõe a existência não apenass das tradicionais lacunas normativas, 
como também das lacunas ontológicas e axiológicas. 
A heterointegração dos dois subsistemas (Direito Civil e Direito Trabalhista) pressupõe a 
interpretação evolutiva, para permitir a aplicação subsidiária do Código Civil não somente na 
hipótese tradicional de lacuna normativa do direito laboral, como também nos casos em que a 
norma do Direito do Trabalho apresentar manifesto envelhecimento que, na prática, impede ou 
dificulta a decisão judicial e constitucionalmente adequada. 
Maria Helena Diniz ensina que são três as principais espécies de lacunas: normativa (ausência de 
norma), ontológica (envelhecimento da norma) e axiológica (ausência de norma justa). 
A analogia permite que o aplicador da norma, utilizando-se da lógica razoável , promova a 
migração de uma norma que regule um casso previsto em lei para outro caso semelhante não 
previsto em lei. A analogia funda-se no princípio da igualdade jurídica e compreende a analogia 
legis e a analogia júris. 
A analogia legis consiste na migração de uma norma singular existente para regular de modo 
semelhante um caso não previsto em lei e a analogia júris consiste na utilização de um conjunto 
de normas donde serão extraídos elementos que viabilizem a sua aplicação ao caso similar não 
previsto. 
A equidade é um instituto de integração do direito e existem dois sentidos de equidade: sentido 
aristotélico epiqueia e no sentido pretoriano romano aequitas. 
Para Maria Helena Diniz a equidade apresenta-se como a capacidade que tem a norma de se 
adaptar ao caso concreto. Exemplo de decisão do juiz por equidade “nos dissídios sobre 
estipulação de salários, serão estabelecidas condições que, assegurando justos salários aos 
trabalhadores, permitam também justa retribuição às empresas interessadas. 
Já na decisão com equidade, o juiz se vale do seu sentimento de justiça acerca de determinada 
norma a ser aplicada no caso concreto. O julgamento com equidade vem sendo largamente 
utilizado pelo juiz do trabalho na fixação do quantum dos danos morais. 
Os princípios gerais de direito são valores ou idéias de justiça que dão sustentáculo a um 
ordenamento jurídico, propiciando a sua completude e coerência. 
Os princípios gerais do direito positivados na Constituição Federal deixaram de ser meros 
institutos de integração do direito e passaram à categoria de normas de introdução ao 
ordenamento jurídico brasileiro ou fontes formais diretas do ordenamento jurídico brasileiro. 
Quanto aos outros princípios gerais que ainda não receberam a vestimenta de normas 
positivadas, eles podem ser aplicados em ordem sucessiva à analogia e à equidade, para suprir 
lacuna legal ou contratual. 
O importante é que os princípios gerais do direito comum somente poderiam ser adotados 
posteriormente aos princípios do Direito do Trabalho. 
A aplicação do direito é a adaptação das situações de fato aos preceitos normativos, ou seja, o 
encaixe perfeito de um caso particular a uma norma jurídica. Mesmo que o caso se encaixe 
perfeitamente a norma, sempre existirá uma interpretação prévia. 
A aplicação do direito pode ser feita por todos aqueles que praticam atos jurídicos. 
Com relação aos direitos fundamentais a interpretação e aplicação no Direito do Trabalho 
deverão prevalecer o princípio da dignidade da pessoa humana. 
O estudo da eficácia das normas jurídicas pode ser objeto da sociologia, da filosofia ou da ciência 
do direito. Para a doutrina justrabalhista, a eficácia das normas trabalhistas deve ser analisada 
sob dois aspectos: eficácia no tempo e eficácia no espaço. 
A eficácia da norma trabalhista no tempo leva em conta dois princípios constitucionais gerais:irretroatividade, a lei não pode retroagir para prejudicar, pois deve respeitar o direito adquirido, a 
coisa julgada e o ato jurídico perfeito e da aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais, as 
normas de direitos fundamentais sociais entram em vigor imediatamente com o inicio da 
vigÇencia da lei. 
Para o STF a eficácia retroativa das leis não pode gerar lesão ao ato jurídico perfeito, ao direito 
adquirido e à coisa julgada. 
Existem dispositivos de caráter imperativo que são também denominados de normas cogentes ou 
de ordem pública. 
Para Francisco Amaral as normas são: imperativas (determinam uma ação) ou proibitivas 
(impõem uma abstenção). 
A Lei da Reforma Trabalhista (13.467/2017) é omissa a respeito da eficácia das suas normas no 
tempo, contudo quatro dias depois do término da vacatio legis dessa lei, veio a Medida Provisória 
808, a qual não foi convertida em lei. 
O Congresso Nacional não disciplinou nenhum decreto legislativo, sendo então rejeitada a 
Medida Provisória 808/2017 tacitamente, o problema são as relações jurídicas que foram 
constituídas nesse período. 
Conclusões acerca da eficácia temporal da Lei 13.467/2017 e da Medida Provisória 808: ambas 
não se aplicam aos contratos de trabalho iniciados e extintos antes de suas respectivas vigências, 
ambas não se aplicam aos contratos de trabalho iniciados e em vigor durante as suas respectivas 
vigências, as alterações introduzidas pela Lei 13.467/2017 poderão ser aplicadas aos contratos 
de trabalho celebrados depois de sua vigência, desde que: propiciem melhorias das condições 
sociais aos trabalhadores, observando os princípios da vedação do retrocesso social e da 
progressividade, respeitem as normas concernentes aos direitos humanos e fundamentais dos 
trabalhadores, especialmente os vinculados à saúde, à segurança e ao meio ambiente do 
trabalho e os contratos celebrados durante a vigência da Medida Provisória 808/2017 
conservarão seus efeitos desde que observadas algumas condições. 
A eficácia da norma trabalhista no espaço, o princípio que prevalece é o da territorialidade, ou 
seja, a lei nacional é aplicada tanto aos trabalhadores nacionais como estrangeiros que trabalhem 
no Brasil. 
Para trabalhadores brasileiros que trabalham no estrangeiro, o tema está em aberto e cada caso 
será resolvido de acordo com a lei mais favorável ao trabalhador. 
A hermenêutica moderna constitucional reconhece que todas as normas constitucionais são 
dotadas de eficácia. O que vai variar é o grau de eficácia, que pode ser: plena, contida e limitada. 
As normas constitucionais de eficácia plena produzem efeitos imediatos e ilimitados, independem 
de qualquer outra norma infraconstitucional. 
As normas constitucionais de eficácia contida são autoaplicáveis, pois os direitos podem ser 
direta e imediatamente exercidos, contudo esses direitos podem ser restringidos ou sofrer 
limitações. 
As normas constitucionais de eficácia limitada por não se encontrarem reguladas, dependem, 
para produzir efeitos, da edição de norma regulamentadora posterior. 
Já a moderna doutrina constitucional sustenta a eficácia de todas as normas constitucionais, no 
que diz respeito a direitos fundamentais e de ordem social. 
Também é importante a eficácia das normas jurídicas verticais e horizontais. A vertical impõe 
limites à atuação dos governantes em favor dos governados. A eficácia horizontal decorre do 
reconhecimento de que as desigualdades não se situam apenas nas relações entre particulares e 
o Estado, como também entre os próprios particulares. 
 
Terceirização 
No decorre da história globalização consistia na invasão territorial, mediante tomada do poder por 
ato de guerra e resultava num processo de escravização do vencido pelo vencedor. 
No direito moderno a globalização surge com a invenção do chip, desenvolvimento dos meios de 
comunicação, internet, surgindo uma nova concepção do capitalismo. 
Para Jorge Souto Maior a sociedade global é a limitação das soberanias dos Estados, conforme 
padrões estabelecidos pela estrutura global de poder. 
O efeito da globalização econômica atinge mais os países periféricos ou semiperiféricos, 
atingindo os direitos sociais já conquistados pelos trabalhadores ao longo dos anos. 
Boaventura de Sousa Santos adverte que um dos mais graves problemas da globalização é a 
ampliação das desigualdades não apenas entre os Estados ricos e pobres, como também no 
interior de todos os Estados, inclusive os ricos. 
Integrantes do G8 definiram que a globalização é o principal fator responsável pelo crescimento 
da prosperidade mundial nos últimos anos. A globalização favorece a expansão da circulação 
além das fronteiras de idéias e de informações, de bens e serviços, de tecnologia e de capital. 
Para a OIT a globalização revela uma preocupação, pois com os progressos tecnológicos houve 
um crescimento que não cria empregos e sim uma deterioração universal das condições de 
trabalho, como demonstram casos impressionantes de redução de pessoal e de desaparecimento 
de postos de trabalho. 
A globalização está fazendo com que o antiquado posto de trabalho fixo seja substituído por 
outras formas de trabalho: trabalho autônomo, em tempo parcial e o transitório e muitos países 
estão em situação de desenvolvimento sem emprego. 
A globalização reacende a discussão entre os defensores do Estado social e os adeptos do 
Estado liberal. Os que defendem o Estado social, sustentam a intervenção estatal nas relações 
de trabalho e os que defendem o Estado liberal, sustentam que as relações de trabalho devem 
ficar submetidas às leis do mercado. 
O capitalismo trouxe o aumento da desigualdade, o desemprego, a concentração de riquezas, a 
monopolização dos bens de produção, idiotia cultura para facilitar o estímulo ao consumismo de 
massa, tensão crescente entre todos em decorrência da competitividade, a valorização apenas 
dos vencedores materiais, mesmo sendo imorais, onde o que importa é ostentar, os mais fortes 
vencem o jogo. Uma sociedade que desconhece os valores da solidariedade e do amor, não 
poderá se sustentar por muito tempo. 
O socialismo foi derrotado porque não respeitou o direto à liberdade humana. O capitalismo 
poderá ruir porque não colocou a justiça como valor com o mesmo peso que a liberdade. O 
capitalismo poderá dar certo se incorporar o senso de justiça, caso contrário, naufragará, sem 
antes provocar “choro e ranger de dentes”, em nível global. 
Com o pós-guerra surgiu o aparecimento do mercado informal de trabalho,, a crise econômica 
dos anos 1980 provocou o surgimento de novas formas de contratação geradoras de relações de 
trabalho atípicas. 
Aos poucos foram surgindo diversos contratos intermitentes, a tempo parcial, por tempo 
determinado, temporários e de temporada, formação de mão de obra, aprendizagem, estágio, etc. 
Em função disso, surgiu a flexibilização que é um processo de quebra da rigidez das normas, com 
o objetivo de conciliar a fonte autônoma e a fonte heterônoma do direito do trabalho, preservando 
a saúde da empresa e a continuidade do emprego. 
A flexibilização pode ser: de proteção, de adaptação e de desregramento. 
A flexibilização de proteção visa à combinação das normas heterônomas e autônomas em sentido 
favorável aos trabalhadores, a flexibilização de adaptação decorre de estratégia sindical em face 
das dificuldades momentâneas ou de crise econômica no contexto empresarial e a flexibilização 
de desregramento consiste na quebra da rigidez da legislação do trabalho por via legal, ou seja, 
independentemente de negociação coletiva. É nesta modalidade de flexibilização que surge a 
chamada terceirização. 
Diversas empresas passaram a ver a terceirização como única forma de reduzir custos, 
mormente encargos sociais, trabalhistas e fiscais, procurando, com tal prática, diminuir o 
quantitativo de empregados e contratar com número cada vez maior de “colaboradores” 
autônomosou pequenos empresários. 
Terceirização, no sentido de intermediário, interveniente ou medianeiro. Simples entrega a 
terceiros de atividades não essenciais da empresa. Terceirização nada mais é do que a execução 
de certas partes da atividade empresarial por pessoas alheias aos quadros da empresa. 
Terceirização, é um procedimento adotado por uma empresa que, no intuito de reduzir os seus 
custos, aumentar a sua lucratividade e, em consequência, sua competitividade no mercado, 
contrata outra empresa que, possuindo pessoal próprio, passará a prestar aqueles serviços que 
seriam realizados normalmente pelos seus empregados. 
Com a análise da terceirização no direito comparado pode-se concluir que é um método de 
muitas incertezas e os países não confiam muito no mundo capitalista com relação a esta 
modalidade de trabalho, tendo em vista que há uma grande preocupação quanto a exploração do 
trabalhador. 
Existem várias disposições legais referente a prestação de serviços por interposta empresa são 
encontradas, em nosso País, tanto no direito do trabalho como no direito administrativo. 
A terceirização em atividade fim, além de precarizar as relações trabalhistas em geral, viola 
diversos princípios constitucionais, bem como tratados internacionais de direitos humanos, os 
quais estabelecem o primado do trabalho digno, o valor social do trabalho e da livre-iniciativa, a 
função socioambiental da empresa, a busca do pleno emprego etc. 
Em resumo a terceirização, em princípio, continua sendo ilegal no nosso país, contudo a Lei 
13.429/2017 ampliou consideravelmente as hipóteses de terceirização. 
A diferença basilar entre “terceirização lícita” e “terceirização ilícita” repousa na distinção que se 
faz entre prestação de serviços e locação permanente de mão de obra. 
A terceirização ilícita se desfaz, judicialmente, o vínculo entre o trabalhador e o empregador 
aparente, reconhecendo-se, para todos os efeitos, a relação de emprego do obreiro com o 
empregador dissimulado, efetivo tomador dos serviços. Constatada a licitude da terceirização, 
ainda assim o tomador será subsidiaria-mente responsável pelas obrigações trabalhistas dos 
empregados da empresa interposta. 
Se o tomador do serviço for a administração pública direta ou indireta (autarquias, fundações 
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista), ainda que ilícita a terceirização 
perpetrada pelo ente público, há óbice intransponível ao reconhecimento de vínculo empregatício. 
A Administração, posto que figure como real tomadora dos serviços, ser condenada, ainda que 
subsidiariamente, nas obrigações de fazer (por exemplo: anotação a CTPS e reintegração), já 
que esta obrigação é exclusiva do empregador formal. Nesse concerto, a Administração seria 
condenada apenas na obrigação de pagar as parcelas constantes do título executivo judicial, e, 
ainda assim, ao depois de excutidos (ou não encontrados) os bens do devedor principal. 
O novel art. 611-A da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017, impõe, na verdade, uma 
espécie de desestatização ou privatização dos direitos humanos, na medida em que afasta o 
Estado, principal responsável pela promoção da paz e justiça sociais, da complexa e desigual 
relação entre o Capital e o Trabalho. 
A autêntica negociação coletiva pressupõe a satisfação específica de quatro requisitos 
fundamentais: liberdade de negociação, a negociação livre exige um mínimo de garantia do 
emprego, a redução do custo Brasil não pode comprometer a dignidade do cidadão trabalhador e 
educação. 
O novel art. 611-A da CLT permite que direitos sociais trabalhistas previstos na CLT ou em outra 
lei infraconstitucional sejam negociados, ou melhor, renunciados. 
 
Conclusão: 
Todas as mudanças que foram realizadas nas leis, foram realizadas primeiramente por pessoas 
em que não se aplicam essas mesmas regras, então, não estão muito preocupados com os 
trabalhadores. 
Como o trabalhador poderá viver com dignidade com contratos de empregos que não passam 
segurança? 
Todos nós, seres humanos, trabalhamos na maioria dos casos por obrigação, pois precisamos 
pagar as contas, nos alimentar, ter moradia, ou seja, o básico que todos deveriam ter para poder 
ter uma vida digna e por vezes trabalhamos e sustentamos situações indignas nos trabalhos para 
podermos nos manter na vida com o mínimo de dignidade. 
A reforma trabalhista precisava ser feita, por que assim como todas as normas ela estava 
ultrapassada, contudo vários direitos conquistados ao longo dos anos foram retirados, sendo no 
meu ponto de vista um retrocesso. 
A única esperança que resta agora para a classe operária que é a maioria no Brasil é que o 
judiciário faça uma analise com base nos principais direitos fundamentais, para garantir o mínimo 
para o trabalhador. 
Porque a população brasileira não foi educada para ser empreendedor e sim trabalhador.

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