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Universidade de São Paulo Instituto de Física de São Carlos Licenciatura em Ciências Exatas – Habilitação em Física Disciplina SLC0650 – Laboratório de Estrutura da Matéria Relatório 3: EFEITO HALL Docente: Prof. Dr. Antonio R. Zanatta Discente: Fábio F. Pinto Jr – nºUSP São Carlos, 22 Novembro de 2021. 2 1. Introdução Entre as diversas tecnologias de detecção usadas atualmente para detectar campos magnéticos, o efeito Hall é talvez o mais difundido e comumente usado. Devido à possibilidade de se construir transdutores de efeito Hall de alta qualidade, com os processos padrões de circuito integrado usados na indústria de microeletrônica, e afim de integrar os circuitos auxiliares de processamento de sinal, na mesma matriz de silício, os sensores utilizáveis podem ser fabricados de forma rápida e barata.1 Centenas de milhões desses dispositivos são produzidos todos os anos para uso em uma gama das mais variadas aplicações. Alguns lugares onde os transdutores de efeito Hall podem ser encontrados são: Automóveis: Nos sistemas do tempo de ignição e nos freios antibloqueio (ABS); Computadores: Na comutação para ventiladores sem “escova” e nos sensores do índice da unidade de disco; Controles Industriais: Sensores de velocidade, sensores de fim de curso e codificadores; Dispositivos de consumo: Equipamentos de exercícios e telefones celulares. É notável que os experimentos de Hall permitiram que ele observasse o efeito em tudo, quando se considera a instrumentação disponível à época e a natureza sutil do experimento, que provavelmente forneceu sinais de apenas microvolts. No entanto, o efeito Hall tornou-se razoavelmente bem conhecido no início; o Smithsonian Institute Physical Tables de 1920 inclui uma tabela que descreve a magnitude do efeito Hall para uma série de substâncias.1,2 À medida que se tornou possível colocar mais transistores em uma matriz de silício de determinado tamanho, o transdutor básico pode ser aprimorado com mais funções de suporte a um pequeno custo adicional. Isso permitiu a construção de sensores de efeito Hall com lógica integrada para interface de barramento, compensação de temperatura e processamento de sinal específico 3 de aplicação. Os circuitos integrados, CIs, de efeito Hall com os circuitos sofisticados de interface no chip começaram a aparecer no final da década de 1980, com novos dispositivos ainda sendo desenvolvidos para atender às necessidades de aplicações especializadas.1 Embora o objetivo final de medir um campo magnético seja raro fora de um laboratório de física, os campos magnéticos são intermediários úteis para detectar outros fenômenos. Como grandes campos magnéticos não são comumente encontrados na natureza e que podem passar pela maioria dos materiais sem obstáculos, eles são indicadores flexíveis e vívidos do quanto podem ser controlados por outros fenômenos. Um exemplo simples disso é a detecção de proximidade, que é a função de detectar se um objeto está presente ou ausente. As características do objeto podem dificultar a percepção direta de sua presença em um determinado ambiente.1 Um ímã conectado, no entanto, pode facilitar a detecção em uma variedade de condições. Embora o objetivo final seja a detecção do objeto, ele é realizado, neste caso, pela detecção de um campo magnético. As aplicações de detecção mais comuns para sensores de efeito Hall são a proximidade, a posição, a velocidade e a corrente. Sensores de efeito Hall integrados são a escolha preferida por uma série de razões, como1: Tamanho pequeno - Sensores de efeito Hall integrados com amplificadores on-board podem ser obtidos em pacotes CI de montagem em superfície, ocupando não mais a área em uma placa do circuito impresso do que a mesma de um transistor discreto. Transdutores de efeito Hall simples podem ser obtidos em embalagens quase microscópicas. O pequeno tamanho dos sensores de efeito Hall permite que eles se encaixem fisicamente em muitos lugares onde outros transdutores magnéticos seriam muito volumosos.1 Robustez - Como a maioria dos sensores de efeito Hall são fabricados como circuitos integrados monolíticos, eles são muito imunes a choques e vibrações. Além disso, a embalagem CI padrão é altamente resistente à umidade e contaminantes ambientais. Finalmente, CIs monolíticos de efeito Hall que 4 operam na faixa de temperatura de -40 ~ a + 150 ~ estão prontamente disponíveis em várias fontes. Os CIs de efeito Hall têm sido usados com sucesso em ambientes hostis, como dentro de transmissões automotivas e em equipamentos de perfuração de poços de petróleo.1 Facilidade de uso- Embora os transdutores de efeito Hall não cheguem nem perto de ser o meio mais sensível ou preciso de medir campos magnéticos, eles são previsíveis e comportam-se bem. A saída de um transdutor de efeito Hall é quase linear em uma faixa substancial de campo magnético e não exibe histerese significativa ou efeitos de memória. Ao contrário de muitos tipos de sensores magnéticos, os transdutores de efeito Hall podem diferenciar os campos norte e sul. Por causa de seu pequeno tamanho, eles são efetivamente sensores "pontuais", medindo o campo em um único ponto no espaço. Finalmente, os transdutores de efeito Hall medem um único componente espacial de um campo, permitindo sentir a direção de um campo, bem como sua magnitude.1 Custo- Embora um sensor de efeito Hall de grau de instrumentação possa custar várias centenas de dólares, a grande maioria dos transdutores produzidos atualmente no mundo é vendida por menos de 50 cents, de dólar americano, incluindo eletrônicos de processamento de sinal. Os sensores efeito Hall estão entre os sensores de campo magnético mais econômicos disponíveis atualmente.1 Por todas as razões anteriores, os sensores de efeito Hall são itens úteis na caixa de ferramentas de todo projetista, mostrando a sua importância nestes quase de 150 anos e suas implicações e aplicações no atual mundo tecnológico.1 Por isso, neste relatório será discutido minunciosamente na parte teórica os aspectos fundamentais da técnica, obviamente após a contextualização histórica. 5 2. Contexto Histórico É claro que o professor Hall sempre será mais conhecido pelo efeito "Hall", e a maior parte de sua atividade científica estava ligada diretamente a esse efeito ou a fenômenos intimamente relacionados. O conhecimento do próprio efeito Hall é bastante antigo, pois foi descoberto experimentalmente por Edwin Herbert Hall em 1879, enquanto realizava o seu doutorado em Física sob a supervisão de Henry Augustus Rowland na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, EUA, e foi o tema de sua tese.3 A descoberta do efeito, aliás, precedeu a descoberta do elétron por Thomson em 1897 em quase 20 anos. Na época em que Hall realizava seus experimentos, acreditava-se comumente que a corrente elétrica era um fluido contínuo, não uma coleção de partículas elementares discretas.1 A teoria moderna do eletromagnetismo foi sistematizada por James Clerk Maxwell no artigo "On Physical Lines of Force", que foi publicado em quatro partes entre 1861 e 1862. Enquanto o artigo de Maxwell estabeleceu uma base matemática sólida para a teoria eletromagnética, os mecanismos detalhados da teoria ainda estavam sendo explorados. Uma dessas questões era sobre os detalhes da interação entre os ímãs e a corrente elétrica, incluindo se os campos magnéticos interagiam com os condutores ou com a própria corrente elétrica.3 Em seu artigo, On a New Action of the Magnet on Electric Currents 4, Hall afirma que enquanto lia uma passagem de Maxwell sobre Eletricidade e Magnetismo, juntamente com as aulas do Professor Rowland, ficou atraído por uma passagem em especial do penúltimo parágrafo do final do Capítulo 1, apontamento 501] da página 157do Tratado de Eletricidade & Magnetismo, Volume II, aqui livremente traduzida assim: 6 "Deve ser lembrado com muito cuidado, que a força mecânica que impele um condutor transportando uma corrente através das linhas de força magnética, atua, não na corrente elétrica, mas no condutor que a carrega. Se o condutor for um disco giratório ou um fluido se moverá em obediência a esta força, e este movimento pode ser acompanhado ou não por uma mudança de posição da corrente elétrica que carrega. Mas se a própria corrente for livre para escolher qualquer caminho através de um condutor sólido fixo ou uma rede de fios, dessa forma, quando uma força magnética constante for feita para atuar no sistema, o caminho da corrente através dos condutores não será permanentemente alterado, mas após certos fenômenos transitórios, chamados de correntes de indução, terem diminuídos, a distribuição da corrente será considerada a mesma como se nenhuma força magnética estivesse em ação. A única força que atua sobre as correntes elétricas é a força eletromotriz, que deve ser distinguida da força mecânica que é o assunto deste capítulo." 4,5 Segundo Hall, esta declaração parecia ser contrária à suposição mais natural no caso considerado, levando-se em consideração o fato de que um fio que não carrega corrente em geral não é afetado por uma rede magnética e que um fio que carrega uma corrente é afetado exatamente na proporção da intensidade da corrente, enquanto o tamanho e, em geral, do material e do fio são indiferentes. Além disso, ao explicar os fenômenos da eletricidade estática, é costume dizer que os corpos carregados são atraídos uns para os outros ou o contrário unicamente pela atração ou repulsão das cargas uns pelos outros.4 Então, logo após a leitura da declaração acima de Maxwell, Hall leu um artigo do Prof. Edlund, intitulado "Unipolar Induction”, no qual o autor, segundo Hall, evidentemente assume que um ímã atua sobre uma corrente em um condutor fixo da mesma forma que atua sobre o próprio condutor quando está livre para se mover.4 Estava criada a divergência em sua cabeça. Assim, ele começou a dar mais atenção ao assunto e encontrou um método que parecia prometer uma solução para o problema. Apresentou o seu plano ao Prof. Rowland, que aprovou meu método embora tivesse sugerido algumas mudanças significativas na forma proposta e no arranjo do aparelho.4 Com isso, ele encontrou no artigo do Professor Edlund, que apoiava seu sentimento de que havia problemas com a concepção de Maxwell, e foi encorajado a iniciar sua busca pelo efeito suspeito pela observação de Rowland de que ele duvidava a verdade da afirmação de Maxwell, e ele próprio fez uma experiência apressada para detectar alguma ação de um campo magnético em uma corrente, mas com resultados negativos.3 7 Dessa forma, o experimento proposto foi sugerido pela seguinte reflexão, conforme Hall descreve: Se a corrente de elétrica em um condutor fixo é atraída por um magneto, a corrente deve ser puxada para um lado do fio e, portanto, a resistência experimentada deve ser aumentada. Na primeira montagem experimental, após "mudanças importantes na forma proposta e no arranjo do aparelho" terem sido feitas por Rowland, foi feita a busca por um aumento da resistência em um fio conduzindo uma corrente quando um campo magnético era aplicado, o que pensava-se que seria o resultado de uma suspeita de aglomeração das linhas de fluxo da corrente sob a ação do campo. O resultado dessa primeira tentativa foi negativo novamente. Em seguida, Hall procurou por uma diferença transversal de potencial, os arranjos sendo praticamente os mesmos que os arranjos atuais, para medir o efeito e sendo também os mesmos que haviam sido tentados anteriormente por Rowland, mas novamente com resultados negativos. A razão para esta falha que agora sabemos foi meramente falta de sensibilidade, principalmente devido à grande espessura do condutor. Por sugestão de Rowland, ele tentou novamente com folha de ouro transportar a corrente, aumentando assim a sensibilidade ao aumentar a densidade da corrente, e imediatamente foi recompensado com um resultado positivo.3 O efeito parece ter sido vagamente previsto por Kelvin, em 1851, que indicou a possibilidade de um termo em suas equações correspondente ao efeito. Houve pelo menos três tentativas anteriores malsucedidas de descobrir o efeito: por Feilitzsch, Mach e Gore. Wiedemann, em seu "Galvanismus" descreveu um experimento para provar que o efeito não existiria, com aparato praticamente idêntico ao usado mais tarde aparentemente de forma independente por Rowland, e com aquele com o qual o efeito foi eventualmente descoberto.3 Embora um efeito tenha sido antecipado, procurado e a descoberta final de Hall deva ser reconhecida como a compensatória da sua persistência, que foi uma de suas características mais proeminentes, o efeito realmente encontrado 8 foi essencialmente diferente do predito. O efeito previsto foi conectado com a força “ponderomotriz” agindo sobre um condutor que conduz uma corrente. 3 Parecia quase necessário, que a ação primária responsável pela força “ponderomotriz” em um condutor carregando uma corrente em um campo magnético, deveria ser entre a corrente e o campo magnético. A ação na corrente sendo então propagada para o material do condutor, por algum tipo de ação secundária. Na verdade, essa ação primária é explicitamente escrita nas equações da teoria do elétron de Lorentz como uma força em um elétron movendo-se em um campo magnético. 3 Essa imagem simples estava definitivamente presente nas mentes de muitos dos primeiros experimentadores e levou a sérios equívocos quanto à natureza do efeito. Assim, houve muitas tentativas de detectar uma distorção das linhas de fluxo da corrente e uma consequente mudança da resistência efetiva, como na tentativa malsucedida original de Hall. 3 A impossibilidade de manter a imagem simples original era tão óbvia para todos quando, atualmente, foram encontrados metais em que o sinal do efeito era diferente do que se esperava da imagem simples. Isso é uma coincidência interessante que a maioria dos metais, incluindo aqueles medidos pela primeira vez, tenham o sinal esperado. Parece que temos aqui outro exemplo, do qual não são poucos na história da física, de um efeito suspeitado, buscado obstinadamente e descoberto atualmente, a partir de um quadro que se mostrou não pertinente. 3 9 3. Teoria Nos subitens seguintes de 3.1 até 3.5, que fazem parte desta teoria, você encontrará basicamente uma mescla da tradução de Hall-Effect Sensors – Theory and Applications, Chap.1 (pag.1-10), de E. Ramsden1, e da transcrição fiel com apenas algumas adequações para que o texto faça sentido de Lições de Física de Feynman, Cap.14, Vol.3. (pág. 222 – 229), de Richard P. Feynman8 3.1. Uma Breve Análise Qualitativa Conceitualmente, uma demonstração do efeito Hall é simples de configurar e está ilustrada na Figura 1. A Figura 1(a) mostra uma fina placa de material condutor, como o cobre por exemplo, que carrega uma corrente (I), neste caso alimentada por uma bateria. Pode-se posicionar um par de pontas de prova conectadas a um voltímetro opostas uma à outra ao longo das laterais desta placa de modo que a tensão medida seja zero.1 Figura 1 – O Efeito Hall em uma lâmina condutora Fonte: E. Ramsdem 1(pág.1) 10 Quando um campo magnético é aplicado à placa de forma que ele fique perpendicular ao fluxo da corrente, conforme mostrado na Figura 1(b), uma pequena tensão aparece na placa, que pode ser medida pelas pontas de prova. Se você inverter a direção (polaridade) do campo magnético, a polaridade dessa tensão induzida também será invertida. Este fenômeno é chamado de Efeito Hall, em homenagem a Edwin Hall, como já foi visto.1 O que tornou o efeitoHall uma descoberta surpreendente para a época (1879) é que ele ocorre em condições de estado estacionário, o que significa que a tensão na placa persiste mesmo quando a corrente e o campo magnético são constantes ao longo do tempo. Quando um campo magnético varia com o tempo, as tensões são estabelecidas pelo mecanismo de indução, e a indução era bem compreendida no final do século XIX. Observar um curto pulso de voltagem através da placa quando um ímã foi levado até ela, e outro quando o campo magnético foi removido, não teria surpreendido um físico da época. O comportamento contínuo do efeito Hall, no entanto, apresentou um fenômeno genuinamente novo.1 Na maioria das condições, a tensão de efeito Hall nos metais é extremamente pequena e difícil de medir e não é algo que provavelmente teria sido descoberto por acidente. A observação inicial que levou à descoberta do efeito Hall ocorreu na década de 1820, quando Andre A. Ampère descobriu que fios condutores de corrente sofriam força mecânica quando colocados em um campo magnético (Figura 2). A pergunta de Hall era se eram os fios ou a corrente nos fios que estavam sentindo a força. Hall raciocinou que, se a força estava agindo na própria corrente, ela deveria pressionar a corrente para um lado do fio. Além de produzir uma força, esse congestionamento da corrente também deve causar uma tensão leve, mas mensurável, no fio.1 11 Figura 2 - Um campo magnético (B) exercendo uma força mecânica (IxB) em um fio condutor de corrente. Fonte: E. Ramsdem 1(pág.2) A hipótese de Hall estava substancialmente correta; a corrente fluindo por um fio em um campo magnético se aglomera ligeiramente para um lado, conforme ilustrado na Figura 1(b), e o grau de aglomeração vai sendo altamente exagerado. Esse fenômeno ocorreria quer a corrente consistisse ou não em um grande número de partículas discretas, como agora se sabe, quer fosse um fluido contínuo, como comumente se acreditava à época de Hall.1 3.2. Uma Análise Quantitativa Atualmente, já se sabe o suficiente sobre o eletromagnetismo e as propriedades de vários materiais para permitir a análise e o projeto de transdutores magnéticos práticos baseados no efeito Hall. Onde na seção anterior descreveu o efeito Hall qualitativamente, esta seção tentará fornecer uma descrição mais quantitativa do efeito Hall e relacioná-lo com a teoria eletromagnética fundamental.1 Para entender o efeito Hall, é preciso entender como as partículas carregadas, como os elétrons, se movem em resposta a campos elétricos e 12 magnéticos. A força exercida sobre uma partícula carregada por um campo eletromagnético é descrita por:1 0 0F q E q v B (Equação 1) onde F é a força resultante, E é o campo elétrico, v é a velocidade da carga, B é o campo magnético e 0q é a magnitude da carga. Essa relação é comumente conhecida como equação de força de Lorentz. Observe que, exceto para 0q , todas essas variáveis são quantidades vetoriais, o que significa que contêm componentes x, y e z independentes. Essa equação representa dois efeitos separados:1 a resposta de uma carga a um campo elétrico; e, a resposta de uma carga em movimento a um campo magnético. No caso do campo elétrico, uma carga experimentará uma força na direção do campo, proporcional tanto à magnitude da carga quanto à intensidade do campo. Esse efeito é o que faz com que uma corrente elétrica flua. Os elétrons em um condutor são puxados pelo campo elétrico desenvolvido por diferenças de potencial (voltagem) em pontos diferentes.1 No caso do campo magnético, uma partícula carregada não experimenta nenhuma força a menos que esteja se movendo. Quando ela está se movendo, a força experimentada por uma partícula carregada é uma função de sua carga, da direção em que se move e da orientação do campo magnético através do qual está se movendo. Observe que as partículas com cargas opostas sofrerão força em direções opostas. Note que os sinais de todas as variáveis são significativos. No caso simples em que a velocidade está em ângulo perpendicular ao campo magnético, a força exercida também está em ângulos retos com a velocidade e com o campo magnético. O operador de produtos cruzados ( ) descreve essa relação exatamente. Expandido, a força em cada eixo , , x y z tem-se que ela está relacionada aos componentes de velocidade e campo magnético nos vários eixos por:1 13 0 0 0 ( ) ( ) ( ) x y z z y y x z z x z x y y x F q v B v B F q v B v B F q v B v B (Equação 2) As forças que uma carga em movimento experimenta em um campo magnético faz com que ela se mova em trajetórias curvas, conforme ilustrado na Figura 3. Dependendo da relação da velocidade com o campo magnético, o movimento pode ser em padrões circulares ou helicoidais.1 Figura 3 - Os campos magnéticos fazem com que as partículas carregadas se movam em caminhos circulares (a) ou helicoidais (b). Fonte: E. Ramsdem 1(pág.4) No caso de portadores de carga que se movem através de um transdutor de Hall, ou apenas transdutor Hall, a velocidade do portador de carga é substancialmente em uma direção ao longo do comprimento do dispositivo, como mostrado na Figura 4, e os eletrodos de detecção são conectados ao longo de um eixo perpendicular ao longo da largura. Ao restringir a velocidade da partícula portadora ao eixo x 0, 0y zv v e a detecção de desequilíbrio de carga ao eixo z , podemos simplificar os três conjuntos de equações acima apenas por1 0z x yF q v B (Equação 3) 14 o que implica que o transdutor de efeito Hall será sensível apenas ao componente y do campo magnético. Isso levaria alguém a esperar que um transdutor de efeito Hall fosse sensível à orientação, e este é realmente o caso. Dispositivos práticos são sensíveis aos componentes do campo magnético ao longo de um único eixo e são substancialmente insensíveis aos componentes nos dois eixos restantes. (Observe a Figura 4.)1 Embora o campo magnético force os portadores de carga para um lado do transdutor Hall, esse processo é autolimitado, porque a concentração excessiva de cargas em um lado e a consequente depleção no outro dá origem a um campo elétrico através do transdutor. Este campo faz com que as cargas tentem se redistribuir de maneira mais uniforme. Também dá origem a uma tensão que pode ser medida na placa. Um equilíbrio se desenvolve onde a força magnética empurra os portadores de carga para o lado e seja equilibrada pela força elétrica que tenta empurrá-los de volta para o meio.1 Figura 4 – Transdutor de efeito Hall mostrando dimensões críticas e eixo de referência. Do inglês observamos Length ‘L’ (Comprimento), Thickness ‘d’ (Espessura), Width ‘W’ (Largura), Applied Magnetic Field ‘B’ (Campo Magnético Aplicado), Carrier Drift Velocity ‘v’ (Velocidade de escoamento) e Sense Terminals on side of Transducer (Terminais de detecção na lateral do transdutor) Fonte: E. Ramsdem 1(pág.5) 0 0 0Hq E q v B (Equação 4) 15 onde HE é o campo elétrico de Hall através do transdutor. Resolvendo para o produto HE HE v B (Equação 5) o que significa que o campo de Hall é apenas uma função da velocidade dos portadores de carga e da força do campo magnético. Para um transdutor com uma dada largura ‘w’ entre os eletrodos de detecção, o campo elétrico Hall pode ser integrado sobre ‘w’, assumindo que seja uniforme, nos dando a tensão Hall. 1 HV wvB (Equação 6) A tensão Hall é, portanto, uma função linear: a. da velocidade do portador de carga no corpo do transdutor; b. do campo magnético aplicado no eixo "sensível", c. da separação espacial dos contatos sensoriais, em ângulos retos ao movimento da partícula portadora. 1 3.3. O Efeito Hall nos Metais Para estimara sensibilidade de um dado transdutor Hall, é necessário saber a velocidade média do portador de carga. Em um metal, os elétrons de condução são livres para se mover e o fazem aleatoriamente por causa de sua energia térmica. Essas "velocidades térmicas" aleatórias podem ser bastante altas para qualquer elétron, mas, como o movimento é aleatório, os movimentos dos elétrons individuais têm a média de um movimento líquido zero, resultando em falta de corrente. Quando um campo elétrico é aplicado a um condutor, os elétrons "derivam" na direção do campo aplicado, enquanto ainda realizam um passeio aleatório rápido a partir de sua energia térmica. Essa taxa média de movimento de um campo elétrico é conhecida como velocidade de deriva.1 16 No caso de metais altamente condutores, a velocidade de deriva pode ser estimada. A primeira etapa é calcular a densidade dos portadores de carga por unidade de volume. No caso de um metal como o cobre, por exemplo, pode-se presumir que cada átomo de cobre tem um elétron em sua camada externa que está disponível para conduzir corrente elétrica. A densidade volumétrica do portador é, portanto, o produto do número de átomos por unidade de peso e a gravidade específica, ou densidade relativa. Para o caso do cobre, isso pode ser calculado da seguinte forma: 1 23 1 3 22 3 1 6,02 10 ( ) 8,89( . ) 8,42 10 63,55( . ) A m N mol N D g cm cm M g mol (Equação 7) onde: N é o número de portadores de carga por centímetro cúbico; AN é a constante de Avogadro ( 23 16,02 10 mol ); mM é a massa molar do cobre ( 163,55 .g mol ); D é a densidade relativa ou gravidade específica do cobre ( 3.g cm ) Uma vez que se tem a densidade do portador de cargas, pode-se estimar a velocidade de deriva das cargas com base na corrente. A unidade de corrente, o ampere (A), é definida como a passagem de 186,2 10 portadores de carga por segundo e é igual a 0 1 q . 1 Considere o caso de um pedaço de material condutor com uma determinada área de seção transversal A . A velocidade dos portadores de carga será proporcional à corrente, já que o dobro da corrente empurrará o dobro de portadoras por unidade de tempo. Assumindo que a densidade do transportador é constante, e que os transportadores se comportam como um fluido incompressível, a velocidade também será inversamente proporcional à seção transversal. Assim, uma seção transversal maior significa menor velocidade do 17 transportador. Então, a velocidade de deriva dos transportadores de carga pode ser determinada por: 1 0 I v q NA (Equação 8) onde: v é a velocidade da carga, cm s I é corrente em amperes 0q é a carga em um elétron ( 191,60 10 C ) N é a densidade dos portadores de cargas, ou das cargas, A é a seção transversal em 2cm Um resultado surpreendente é a velocidade de deriva das cargas nos metais. Enquanto o campo elétrico faz com que os portadores de carga se movimentem se propagando, através de um condutor, a aproximadamente metade da velocidade da luz ( 6300 10 m s ), as cargas reais se movem em um ritmo médio muito mais lento. Para se ter uma ideia da disparidade, considere um pedaço de fio de cobre com o calibre #18 carregando um ampere. Esta bitola de fio, que é comumente usada para fiação de lâmpadas e outros eletrodomésticos, tem uma seção transversal de cerca de 20,0078cm . Sendo um ampere a quantidade de corrente necessária para acender uma lâmpada de 100 watts e usando a densidade dos portadores de carga do cobre, anteriormente descrita (Equação-7), e substituindo na equação anterior (Equação-8), obtém-se: 1 19 22 3 2 0 1 0,009 1,6 10 8,42 10 0,078 I A v cm s q NA C cm cm (Equação 9) 18 A velocidade de deriva das cargas no exemplo acima é consideravelmente mais lenta do que a velocidade da luz. Na verdade, ela é consideravelmente mais lenta do que a velocidade de um caracol comum de jardim. 1 Mas, ao combinarmos as equações (Equação-6) e (Equação-8), podemos derivar uma expressão que descreve a sensibilidade de um transdutor Hall como uma função das dimensões da seção transversal, corrente e densidade da portadora: 1 0 H IB V q Nd (Equação 10) onde d é a espessura do condutor. Agora, considere o caso de um transdutor consistindo de um pedaço de uma folha de cobre, semelhante ao mostrado na Figura 1. Suponha que a corrente seja de 1A e a espessura de 25 m (0,001'' ). Para um campo magnético de 1T (10 000 𝑔𝑎𝑢𝑠) a tensão Hall resultante será de: 1 6 19 28 3 6 0 1 1 3,0 10 1,6 10 8,42 10 25 10H IB A T V V q Nd C m m (Equação 11) Observe a conversão de todas as quantidades em unidades SI (metro- quilograma-segundo) para consistência no cálculo. Note também que, mesmo para o caso de um campo magnético tão forte quanto10 000 gauss, a voltagem resultante do efeito Hall é extremamente pequena e, por esse motivo, geralmente não é prático fazer transdutores de efeito Hall com a maioria dos metais. 1 19 3.4. Elétrons e Buracos em Semicondutores A partir da descrição anterior do efeito Hall em metais, pode-se ver que um meio de melhoria na busca de um aprimoramento pode ser o de encontrar materiais que não tenham tantos portadores por unidade de volume quanto os metais. Assim, um material com uma densidade de portadores de cargas mais baixa exibirá o efeito Hall mais fortemente para uma dada corrente e uma dada profundidade. Felizmente, materiais semicondutores como silício, germânio e o arseneto de gálio fornecem as baixas densidades de cargas necessárias para realizar a confecção de elementos transdutores mais práticos.1 As substâncias semicondutoras de uso mais comum hoje são o silício e o germânio. Esses elementos cristalizam-se na rede do diamante, uma espécie de estrutura cúbica na qual os átomos fazem ligações tetraédricas com os seus quatro vizinhos mais próximos. Eles são isolantes em temperaturas muito baixas – perto do zero absoluto – embora eles conduzam um pouco de eletricidade na temperatura ambiente. Como eles não são metais; eles são chamados de semicondutores.8 O transistor, assim como outros dispositivos úteis tais como os diodos semicondutores, diodos túneis, etc. fazem usos de semicondutores de impurezas, que resulta da adição controlada de certas impurezas a certos semicondutores intrínsecos. Considere, por exemplo, o efeito de adicionar uma pequena quantidade de arsênio a um cristal de germânio. O átomo de arsênio tem cinco elétrons livres de valência na camada 4n , em vez de 4 como o germânio. Se um átomo de germânio é substituído por um átomo de arsênio, quatro dos elétrons participam da ligação covalente na estrutura de natureza do diamante ne cristal de germânio. O restante dos elétrons do átomo de arsênio não fazem parte da ligação e são, de fato, apenas fracamente ligados ao átomo de arsênio. (Um cálculo da órbita de “Bohr” deste elétron mostra que ela é muito maior que o espaçamento da rede, de maneira que esse elétron está fracamente ligado e é facilmente libertado do seu átomo original) Este elétron extra ocupa um nível de energia que está ligeiramente abaixo da banda de condução (termo explicitado mais a frente) no cristal e é facilmente excitado nessa banda de condução, onde pode contribuir para o transporte de carga na condução elétrica. 10 20 No caso de semicondutores, a densidade de cargas é geralmente referida como a concentração de cargas. 1 Tabela 1 – Concentrações intrínsecas de cargas em ~300K. Fonte: E. Ramsdem 1(pág.8) Como pode ser visto na Tabela 1, esses materiais semicondutores têm concentrações de cargas com ordens de magnitude mais baixas do que aquelas encontradas nos metais. Isso ocorre porque nos metais a maioria dos átomos contribuicom um elétron de condução, ao passo que os elétrons de condução nos semicondutores são mantidos mais firmemente. Assim, os elétrons em um semicondutor só se tornam disponíveis para condução quando adquirem energia térmica suficiente para atingir um estado de condução. Isso torna a concentração dos transportadores de carga altamente dependente da temperatura. 1 Ao aprofundar essa questão do movimento do elétron no cristal, temos que se introduzirmos um elétron extra em um cristal de silício ou germânio que está em uma temperatura baixa, obteremos simplesmente a situação que o elétron será capaz de vagar pelo cristal saltando de um sítio atômico para outro. De fato, se somente investigássemos o comportamento de elétrons em uma rede retangular, e as equações obtidas seriam um pouco diferentes para a verdadeira rede do silício ou germânio, mas temos que todos os pontos essenciais são, contudo, ilustrados pelos resultados da rede retangular, como será apresentado.8 Como sabe-se por meio do estudo da propagação de um elétron em uma rede cristalina, e em específico do entendimento de um elétron em uma rede tridimensional (como explicados no cap. 13 do livro as Lições de Física de Feynman), em um cristal semicondutor, esses elétrons podem ter energias somente em certas banda de energia – chamada de banda de condução. Dentro 21 desta banda a energia está relacionada ao número de onda k da amplitude de probabilidade C por: 0 2 cos 2 cos 2 cosx x y y z zE E A k a A k b A k c (Equação 12) Os As são as amplitudes para saltar ao longo das direções ,x y e z , e ,a b e c são os parâmetros de rede nessas direções. Para energias próximas ao fundo da banda, podemos aproximar a Eq. (12) por: 2 2 2 2 2 2 min x x y y z zE E A a k A b k A c k (Equação 13) Se considerarmos o movimento do elétron em uma dada direção, de maneira que as componentes do vetor k estejam sempre na mesma proporção, a energia é uma função quadrática do número de onda – e do momento do elétron. Podemos escrever 2 minE E k (Equação 14) onde é uma constante, e podemos fazer um gráfico de E em função de k como na Fig. 5. Chamaremos esse gráfico de um “diagrama de energia”. Um elétron em um determinado estado de energia e momento pode ser indicado por um ponto, como o ponto S na figura (Fig.5).8 22 Figura 5 – Diagrama de energia de um elétron em um cristal isolante. Fonte: Richard P. Feynman8 Dessa forma, podemos ter uma situação semelhante se retirarmos um elétron de um isolante neutro. Então, um elétron pode saltar de um átomo próximo e preencher o “buraco”, mas deixando outro “buraco” no átomo do qual ele partiu. Podemos descrever este comportamento escrevendo uma amplitude para encontrar o buraco em qualquer um dos átomos, e dizendo que o buraco pode saltar de um átomo ao seguinte. (Claramente, a amplitude A que o buraco salte do átomo a ao átomo b é a mesma que a amplitude que um elétron no átomo b pule no buraco do átomo a ). A matemática é exatamente a mesma para o buraco como foi para o elétron adicional, e obtemos mais uma vez que a energia do buraco está relacionada ao seu número de onda por uma equação como a Eq. (12) ou (13), exceto, naturalmente, com valores numéricos diferentes para as amplitudes xA , yA e zA . O buraco tem a energia relacionada ao número de onda das suas amplitudes de probabilidade. As suas energias localizam-se em uma banda restrita, e próximo do fundo da banda a sua energia varia de maneira quadrática com o número de onda – ou momento – tal como na Fig. 5. Assim, encontraríamos que o buraco também se comporta como uma partícula clássica com uma certa massa efetiva – exceto que em cristais não-cúbicos a massa depende da direção do movimento. Portanto o buraco comporta-se como uma partícula positiva que se move pelo cristal. A carga da partícula-buraco é 23 positiva, porque ela está localizada no sítio de um elétron ausente; e quando ela se move em uma direção há de fato elétrons que se movem no sentido contrário.8 Em alguns metais, como o zinco e berílio por exemplo, o efeito Hall indica a presença efetiva de portadores de carga positiva. Isso é interpretado como sendo consequência de transições de elétrons da banda de valência cheia para a banda de condução, deixando buracos na banda de valência. No caso dos metais com uma configuração atômica 2s , como o zinco e o berílio, a mobilidade dos buracos da banda s é muito maior do que os elétrons da banda p . Como o sinal do coeficiente de Hall depende do tipo de portador que tem a maior mobilidade, o coeficiente de Hall é positivo para os metais 9, como veremos a seguir. Se pusermos vários elétrons em um cristal neutro, eles vão se mover pelo cristal de maneira parecida com os átomos de um gás à baixa pressão. Se não houver um número demasiado deles, as suas interações não serão muito importantes. Se então pusermos um campo elétrico através do cristal, os elétrons começarão a se mover e uma corrente elétrica fluirá. Eventualmente todos seriam levados a uma das bordas do cristal, e, se há um eletrodo metálico lá, eles seriam coletados, deixando o cristal neutro.8 Da mesma maneira podemos pôr muitos buracos em um cristal. Eles vagariam pelo cristal à toa a menos que haja um campo elétrico. Com um campo eles fluiriam em direção ao terminal negativo, e seriam “coletados” – o que de fato acontece é que eles são neutralizados por elétrons do terminal metálico. Podemos também ter tanto buracos como elétrons em conjunto no cristal. Se não houver um número demasiado, eles seguirão todos os seus caminhos de maneira independente. Com um campo elétrico, eles contribuirão todos para a corrente. Por razões óbvias, os elétrons são chamados de portadores negativos e os buracos são chamados de portadores positivos.8 Consideramos até o momento que os elétrons são inseridos no cristal do exterior, ou são retirados para fazer um buraco. É também possível “criar” um par elétron-buraco retirando um elétron de um átomo neutro e colocando-o distante, mas no mesmo cristal. Então temos um elétron livre e um buraco livre, e os dois podem se deslocar como já descrevemos.8 24 A energia necessária para colocar um elétron em um estado S – dizemos “para criar” o estado S – é a energia E – mostrada na Fig. 5. Ela é uma energia um pouco acima de minE . A energia necessária para “criar” um buraco em algum estado 'S é a energia E da Fig. 6, que é uma energia um pouco maior do que minE . Agora, se criamos um par nos estados S e 'S , a energia necessária é simplesmente E E .8 Figura 6 – Energia E necessária para “criar” um buraco no estado 'S . Fonte: Richard P. Feynman8 A criação de pares é um processo tão comum, que muitas pessoas gostam de colocar as Fig. 5 e Fig. 6 juntas no mesmo gráfico – com a energia do buraco traçada para baixo, embora seja, naturalmente uma energia positiva. Combinamos os nossos dois gráficos deste modo na Fig. 7.8 25 Figura 7 – Diagrama de energia para um elétron e um buraco desenhados juntos. Fonte: Richard P. Feynman8 A vantagem de tal gráfico é que a energia parE E E necessária para criar um par com o elétron em S e o buraco em 'S é simplesmente a distância vertical entre S e 'S , como mostrado na Fig. 7. A energia mínima necessária para criar um par é chamada de energia do “gap” e é igual a min minE E .8 Às vezes pode ser possível ver um diagrama mais simples chamado de diagrama de níveis de energia, que é desenhado quando as pessoas não estão interessadas na variável k . Tal diagrama – mostrado na Fig. 8 – simplesmente apresenta as energias possíveis dos elétrons e buracos.†8 26 Figura 8 – Diagrama de níveis de energia para um elétrons e um buracos. Fonte: Richard P. Feynman8 Comoos pares elétron-buraco podem ser criados? Há várias maneiras. Por exemplo, fótons de luz (ou Raios x) podem ser absorvidos e criar um par se a energia do fóton for maior que a energia do gap. A taxa com a qual os pares são produzidos é proporcional à intensidade da luz. Se uma bolacha (“wafer”) do cristal for colocada entre dois eletrodos e uma diferença de potencial é aplicada, os elétrons e os buracos serão conduzidos aos eletrodos. A corrente no circuito será proporcional à intensidade da luz. Este mecanismo é responsável pelo fenômeno da fotocondutividade e a operação de células fotocondutoras.8 Os pares elétron-buraco também podem ser produzidos por partículas de alta energia. Quando uma partícula rápida e carregada, por exemplo, um próton ou um píon com uma energia de dezenas ou centenas de MeV – atravessa um cristal, o seu campo elétrico irá retirar elétrons para fora dos seus estados ligados criando pares elétron-buraco. Tais eventos ocorrem centenas de milhares de vezes por milímetro ao longo do caminho da partícula carregada. Após a passagem da partícula, os portadores podem ser coletados e nesse processo gerarão um pulso elétrico. Este é o mecanismo em jogo nos detectores semicondutor recentemente empregados em experimentos de física nuclear. † Em muitos livros este mesmo diagrama de energia é interpretado de um modo diferente. A escala de energia refere-se só a elétrons. Em vez de pensar na energia do buraco, eles pensam na energia que um elétron teria se ele preenchesse o buraco. Esta energia é mais baixa do que a energia do elétron livre – com efeito, exatamente pelo valor mais baixo que você vê na Fig. 8. Com esta interpretação da escala de energia, a energia do gap é a energia mínima que deve ser dada a um elétron para movê-lo do seu estado ligado para a banda de condução. 27 Tais detectores não necessitam semicondutores: eles também podem ser feitos com cristais isolantes. De fato, o primeiro de tais detectores foi feito usando um cristal de diamante que é um isolante à temperatura ambiente. Cristais extremamente puros são necessários se os buracos e os elétrons devem ser capazes de mover-se livremente aos eletrodos sem serem aprisionados. Os semicondutores silício e germânio são utilizados porque eles podem ser produzidos com alta pureza e em tamanhos razoavelmente grandes (dimensões de centímetros).8 Por enquanto estivemos preocupados com cristais de semicondutores em temperaturas próximas do zero absoluto. Em qualquer temperatura finita há ainda outro mecanismo pelo qual os pares elétron-buraco podem ser criados. A energia do par pode ser fornecida pela energia térmica do cristal. As vibrações térmicas do cristal podem transferir a sua energia para um par – dando origem à uma criação “espontânea”.8 A probabilidade por unidade de tempo que uma energia tão grande quanto a energia do gap, gapE , seja concentrada em um sítio atômico é proporcional a /gapE Te , onde T é a temperatura e é a constante de Boltzmann. Perto do zero absoluto não há nenhuma probabilidade apreciável, mas com o aumento da temperatura existe uma probabilidade crescente de produzir tais pares. Em qualquer temperatura finita a produção deve continuar para sempre com uma taxa constante produzindo mais e mais portadores negativos e positivos. Obviamente isso não ocorre porque após um tempo os elétrons e buracos acidentalmente se encontram – o elétron pula para o buraco e a energia em excesso é fornecida à rede. Dizemos que o elétron e o buraco se “aniquilam”. Há uma certa probabilidade por segundo que um buraco encontre um elétron e que os dois se aniquilem.8 Se o número de elétrons por unidade de volume for nN ( n para portadores negativos) e a densidade de portadores positivos for pN ( p para portadores positivos), a possibilidade por unidade de tempo que um elétron e um buraco encontrem um ao outro e se aniquilem é proporcional ao produto n pN N . Em equilíbrio esta taxa deve ser igual a taxa com a qual os pares são criados. 28 Você vê que em equilíbrio o produto n pN N deve ser dado por uma constante vezes o fator de Boltzmann, assim8: n pN N const /gapE Te (Equação 15) Quando dizemos constante, queremos dizer quase constante. Uma teoria mais completa – que inclui mais detalhes sobre como os buracos e os elétrons se “encontram” – mostra que a “constante” é ligeiramente dependente da temperatura, mas a dependência principal com a temperatura está no fator exponencial.8 Vamos considerar, como um exemplo, um material puro que está originalmente neutro. Em uma temperatura finita você esperaria que o número de portadores positivos e negativos fosse igual, n pN N . E cada um deles deve variar com a temperatura como /2gapE Te . A variação de muitas das propriedades de um semicondutor – a condutividade, por exemplo – é basicamente determinada pelo fator exponencial porque todos os outros fatores variam muito mais lentamente com a temperatura. A energia do gap para o germânio é aproximadamente 0,72eV e para o silício é1,1eV .8 Na temperatura ambiente T é aproximadamente 1 / 40 de um elétron volt. Nessas temperaturas há suficientes buracos e elétrons para dar uma condutividade significante, enquanto que, digamos, a 30º K – um décimo da temperatura ambiente – a condutividade é imperceptível. A energia do gap do diamante é 6 ou 7 eV eV e o diamante é um bom isolante na temperatura ambiente.8 Os materiais semicondutores, no entanto, raramente são usados em sua forma pura, normalmente são dopados com materiais para aumentar deliberadamente a concentração das cargas a um nível desejado. Ao adicionar uma substância como o fósforo, por exemplo, que tem cinco elétrons em seu orbital externo (e aparece na coluna V da tabela periódica) adicionam-se os elétrons como os portadores de carga. Isso resulta no que é conhecido como semicondutor do tipo N. Da mesma forma, também se pode adicionar portadores de carga positiva dopando um semicondutor com materiais da coluna III (três 29 elétrons no orbital externo), como o boro. Embora isso não signifique que existam prótons flutuantes disponíveis para transportar a carga, ao adicionar um átomo da coluna III remove-se um elétron do cristal semicondutor para criar um "buraco" que se move e se comporta como se fosse na verdade uma partícula carregadora de carga, como foi explicado anteriormente. Esse tipo de semicondutor é chamado de material do tipo P. 1 Para fins de fabricação de transdutores Hall, existem várias vantagens em usar materiais semicondutores dopados. A primeira é que, por causa das baixas concentrações intrínsecas dos portadores de carga dos semicondutores puros, a menos que os materiais possam ser obtidos com níveis de pureza parcelados, o material será dopado de qualquer forma – mas será desconhecido com o quê ou em que grau. 1 A segunda razão para dopar o material é que ele permite a escolha do portador de carga predominante. Nos metais, não há escolha pois os elétrons são os portadores de carga padrão. No entanto, nos semicondutores existem as escolhas dos elétrons ou das lacunas (dos “buracos”). Uma vez que os elétrons tendem a se mover mais rápido sob um determinado conjunto de condições do que os buracos, os transdutores Hall mais sensíveis podem ser feitos usando um material do tipo N no qual os elétrons são os portadores majoritários do que com um material do tipo P no qual a corrente é transportada pelos buracos. 1 A terceira razão para usar materiais dopados é que para semicondutores puros a concentração de portadores tem uma forte função com a temperatura. Já a concentração do carreador resultante da adição de dopantes é principalmente uma função da concentração de dopante, que não vai mudar com a temperatura. Com isso, usando uma concentração suficientemente alta de dopante, pode-seobter concentrações de transportadores relativamente estáveis em relação à temperatura. Como a tensão Hall é uma função da concentração do portador, o uso de materiais altamente dopados resulta em um transdutor com temperatura mais estáveis. 1 No caso dos transdutores Hall em circuitos integrados, CI, há mais uma razão para usar silício dopado – principalmente porque é tudo o que está disponível. As várias camadas de silício usadas em processos de CI comuns são dopadas com vários níveis de materiais N e P, dependendo de sua função 30 pretendida. Camadas de silício puro geralmente não estão disponíveis como parte dos processos de fabricação de CI padrão. 1 Quando um campo elétrico é aplicado a um semicondutor do tipo-n, cada portador negativo será acelerado neste campo, ganhando velocidade até que seja espalhado por um dos sítios doadores. Isto significa que os portadores, que estão em geral se deslocando de uma maneira aleatória com as suas energias térmicas, adquirirão uma velocidade de arrasto média ao longo das linhas do campo elétrico e darão origem a uma corrente pelo cristal. A velocidade de arrasto é em geral bastante pequena quando comparada com a velocidade térmica típica de tal forma que podemos estimar a corrente supondo que o tempo médio que os portadores se deslocam entre espalhamentos é uma constante. Vamos considerar que um portador negativo tem uma carga elétrica efetiva nq . Na presença de um campo elétrico , a força no portador será nq . Sabendo que a velocidade média de arrasto em tais circunstâncias é dada por /F m , onde F é a força na carga, é o tempo médio entre colisões, e m é a massa. Deveríamos utilizar a massa efetiva, mas como desejamos fazer somente uma estimativa vamos supor que essa massa efetiva é a mesma para todas as direções. Aqui iremos chamá-la de nm . Com essa aproximação a velocidade de arrasto média será dada por 8: n n arrasto n q v m (Equação 16) Conhecendo a velocidade de arrasto podemos encontrar a corrente. A densidade de corrente elétrica j é simplesmente o número de portadores por unidade de volume, nN , multiplicado pela velocidade de arrasto média, e pela carga de cada portador. A densidade de corrente é, portanto,8 2 n n n n arrasto n n N q j N v q m (Equação 17) 31 Vemos que a densidade de corrente é proporcional ao campo elétrico; tal material semicondutor obedece a lei de Ohm. O coeficiente da proporcionalidade entre j e , a condutividade , é8 2 n n n n N q m (Equação 18) Para um material do tipo- n a condutividade é relativamente independente da temperatura. Em primeiro lugar, o número de portadores majoritários nN é determinado principalmente pela densidade de doadores no cristal (contanto que a temperatura não seja tão baixa que muitos dos portadores sejam aprisionados). Em segundo lugar, o tempo médio entre colisões n é principalmente controlado pela densidade de átomos de impureza, que é, naturalmente, independente da temperatura.8 Podemos aplicar todos os mesmos argumentos a um material do tipo- p , modificando somente os valores dos parâmetros que aparecem na Eq. (18). Se há números comparáveis de portadores negativos e positivos presentes no cristal ao mesmo tempo, devemos acrescentar as contribuições de cada espécie de portadores. A condutividade total será dada por8 22 p p pn n n n p N qN q m m (Equação 19) Para materiais muito puros, nN e pN serão quase iguais. Eles serão menores do que em um material dopado portanto, a condutividade será menor. Eles também variarão rapidamente com a temperatura (como /gapE Te como já vimos), portanto a condutividade pode modificar-se de maneira bastante rápida com a temperatura. 32 3.5. O Efeito Hall em Semicondutores É certamente uma coisa peculiar que em uma substância onde os únicos objetos relativamente livres são elétrons, deve haver uma corrente elétrica transportada por buracos que se comportam como partículas positivas. Gostaríamos, por isso, de descrever um experimento que mostra de um modo bastante claro que o sinal dos portadores da corrente elétrica é, de forma bastante definitiva, positivo. Suponha que temos um bloco feito de material semicondutor – ele também poderia ser um metal – e colocamos um campo elétrico nele de tal forma a estabelecer uma corrente em alguma direção, por exemplo, na direção horizontal como desenhado na Fig. 9. Figura 9 – O Efeito Hall resulta de forças magnéticas nos portadores. Fonte: Richard P. Feynman8 Agora suponha que colocamos um campo magnético no bloco fazendo um ângulo reto com a corrente, digamos, para dentro do plano da figura. Os portadores livres sentirão uma força magnética ( )q v B . E desde que a velocidade de arrasto média é ou para a direita ou para a esquerda – dependendo do sinal da carga do portador – a força magnética média nos portadores será ou para cima ou para baixo. Não, isso não está correto! Para as direções que consideramos para a corrente e para o campo magnético a força magnética nas cargas móveis será sempre para cima. As cargas positivas que se movem na direção de j (para a direita) sentirão uma força para cima. Se a corrente é transportada por cargas negativas, elas estarão movendo-se para a esquerda (para o mesmo sinal da corrente de condução) e elas também sentirão uma força para cima. Em condições estacionárias, contudo, não há nenhum movimento dos portadores para cima porque a corrente pode fluir somente da 33 esquerda para a direita. O que acontece é que algumas das cargas inicialmente fluem para cima, produzindo uma densidade de carga de superfície ao longo da superfície superior do semicondutor – deixando uma densidade de carga de superfície igual e oposta ao longo da superfície inferior do cristal. As cargas acumulam-se nas superfícies superior e inferior até que as forças elétricas que elas produzem nas cargas móveis cancelem exatamente a força magnética (na média) de tal maneira que a corrente estacionária flua horizontalmente. As cargas nas superfícies superior e inferior produzirão uma diferença de potencial vertical através do cristal que pode ser medida com um voltímetro de alta resistência, como mostrado na Fig. 10. O sinal da diferença de potencial registrada pelo voltímetro dependerá do sinal das cargas dos portadores responsáveis pela corrente.8 Figura 10 – Medindo o Efeito Hall. Fonte: Richard P. Feynman8 Quando tais experimentos foram feitos pela primeira vez era esperado que o sinal da diferença de potencial seria negativo como se esperaria para elétrons de condução negativos. As pessoas ficaram, entretanto, bastante surpresas ao encontrar que para alguns materiais o sinal da diferença de potencial era na direção contrária. Parecia que o portador da corrente era uma partícula com uma carga positiva. Da nossa discussão de semicondutores dopados é compreensível que um semicondutor do tipo- n deva produzir o sinal da diferença de potencial apropriado a portadores negativos, e que um semicondutor do tipo- p deva dar uma diferença de potencial oposta, pois a corrente é transportada pelos buracos positivamente carregados.8 34 A descoberta original do sinal anômalo da diferença de potencial no efeito Hall foi feita em um metal e não em um semicondutor. Supunha-se que em metais a condução seria sempre por elétrons; contudo, descobriu-se que para o berílio a diferença de potencial tinha o sinal incorreto. Hoje em dia entendemos que em metais como em semicondutores é possível, em certas circunstâncias, que os “objetos” responsáveis pela condução sejam buracos. Embora sejam, no final das contas, os elétrons no cristal que se movem, a relação entre o momento e a energia, e a resposta a campos externos são exatamente as que se esperariampara uma corrente elétrica transportada por partículas positivas.8 Vamos ver se podemos fazer uma estimativa quantitativa da magnitude da diferença de voltagem esperada no efeito Hall. Se a corrente através do voltímetro na Fig. 10 for desprezível, então as cargas dentro do semicondutor devem estar se movendo da esquerda para a direita e a força magnética vertical deve ser precisamente cancelada por um campo elétrico vertical que chamaremos tr (o “tr” é para “transversal”). Se este campo elétrico dever cancelar as forças magnéticas, devemos ter 8 tr arrastov B (Equação 20) A utilização da relação entre a velocidade de arrasto e a densidade de corrente elétrica dada na Eq. (17), fornece8 1 tr jBqN (Equação 21) A diferença de potencial entre o topo e o fundo do cristal é, naturalmente, essa intensidade de campo elétrico multiplicado pela altura do cristal. A intensidade de campo elétrico tr no cristal é proporcional à densidade de corrente e à intensidade do campo magnético. A constante de proporcionalidade 1/ qN é chamada de coeficiente Hall e é normalmente representada pelo símbolo HR . O coeficiente Hall depende somente da densidade de portadores – contanto que os portadores com um dado sinal estejam em ampla maioria. A 35 medida do efeito Hall é, por isso, uma maneira conveniente de determinar experimentalmente a densidade de portadores em um semicondutor.8 3.6. Resumindo o que Foi Visto para o Experimento A fim de entender o efeito, consideremos uma chapa de material condutor de faces paralelas ao plano x y (Fig. 11). Figura 11 – Medindo o Efeito Hall. Fonte: Antonio R. Zanatta6 Um campo elétrico externo é aplicado na direção x (com o auxílio de um gerador de corrente constante CCG), fazendo com que uma corrente I atravesse o material. Se a largura do condutor é w e a sua espessura é t , teremos que a densidade de corrente é dada por 6 x I j wt (Equação 22) Se, agora, um campo magnético B é aplicado na direção Z , a força de Lorentz ( mF qv B ) sobre os elétrons aponta na direção y . Isto faz com que elétrons sejam acumulados na parte superior do condutor, dando origem a um campo elétrico yE no interior do mesmo. Este campo é responsável por uma 36 diferença de potencial ao longo do eixo y (também conhecida por voltagem Hall HV ) e este é o Efeito Hall.6 A diferença de potencial entre as partes inferior e superior da placa da Fig.11 também pode ser chamada de tensão de Hall. Pode-se calcular o módulo da tensão de Hall em termos da velocidade de migração, como foi visto. Assim, o módulo da força magnética sobre os portadores de carga é qvB . Essa força magnética é equilibrada pela força eletrostática de módulo HqE , em que HE é o campo elétrico devido à separação de cargas. Assim, têm-se HE vB . Se a largura da placa for w , a diferença de potencial é HE w . Dessa forma, a tensão de Hall é 11,12 H HV E w vBw (Equação 23) Ainda que haja uma corrente fluindo pelo condutor, sempre que o campo magnético B (externo e perpendicular à superfície do condutor) for nulo, a voltagem HV será igual a zero. Na medida em que ambos os campos elétrico e magnético externos são aplicados sobre o condutor, desenvolver-se-á HV , a qual é proporcional: à intensidade dos campos aplicados, à densidade de portadores de carga presentes, e ao tipo de portador de carga (elétrons ou buracos - os quais determinam o sinal de HV ).6 Em condições de estado estacionário, i.e., quando a força magnética (devida ao campo B ) é contra-balanceada pela força elétrica interna (devida ao acúmulo de cargas em uma das extremidades do condutor)6 eE evB (Equação 24) a corrente “induzida” será dada por I neAv (Equação 25) 37 onde: n densidade de portadores de carga; e carga elementar do elétron; A área da superfície do condutor ( A wt ). Rearranjando as Equações (22), (24) e (25) chegamos a6 H H V t R IB (Equação 26) ou, simplesmente, 1 HR ne (Equação 27) para a expressão para aquilo que é conhecido como coeficiente Hall. 38 4. Objetivos Determinar a voltagem Hall presente em metais (Alumínio, Cobre e Ouro) e no semicondutor Germânio. Calcular o coeficiente Hall e a concentração de portadores de carga nestes materiais. 39 5. Parte Experimental Para a realização deste experimento será utilizado o simulador Hall Effect Experiment: - Determination of Carrier Density (disponível em http://vlab.amrita.edu/?sub=1&brch=282&sim=879&cnt=4) conforme o roteiro.6 Figura 12 – Imagem do Esquema Experimental do Simulador Fonte: A. R. Zanatta 6 A primeira etapa consistiu na calibração do campo magnético, uma vez que as quantidades relativas ao Efeito Hall dependem da intensidade deste campo, conforme explicado na teoria. Dessa forma, após a inserção da haste de prova variou-se a corrente de 1 A até 5 A. Com os valores obtidos construiu-se uma tabela de Corrente (A) X B (T) e o seu referido gráfico.6 A segunda etapa, é o experimento em si, em que foram realizadas as medições dos materiais constituídos por Germânio, Alumínio, Cobre e Ouro. No entanto, para o elemento Germânio foram realizadas todas as possíveis variações de Espessura, 100 900 m com variação de 100 m em 100 m , da Corrente de Hall, de 1 5mA com variação de 0,5mA em 0,5mA ,e do valor da Corrente aplicada nas bobinas, de 1 5A com variações de 0,5A entre uma e outra. Já para o Alumínio, o Cobre e o Ouro, foram definidas a espessura em 0,1mm e a corrente Hall de 1mA . Todos os valores obtidos foram anotados na planilha que se encontra na Pasta Efeito Hall, disponível no Google Drive. E com 40 os valores obtidos e anotados na planilha, foram construídos os gráficos do produto “ HV t ” em função de “ I B ”, em que se obteve o valor de HR ,como sendo a inclinação da curva obtida e que em alguns gráficos aparecerá como sendo slope, do inglês inclinação. Na planilha ainda apresentam-se o cálculo da obtenção dos portadores de carga para cada um destes elementos. Então, as tabelas que serão apresentadas foram construídas por meio da cópia dos valores obtidos na planilha em questão discutida que contém: COLUNA A: Valores da corrente em ampère, referentes à calibração; COLUNA B: Valores do campo magnético em tesla, referentes à calibração; COLUNA C: Vazia; COLUNA D: O tipo de material utilizado na haste de prova; COLUNA E: Espessura, t (do inglês thickness), da haste de prova; COLUNA F: Repetição da coluna A, para efeito de cálculo na planilha; COLUNA G: Repetição da coluna B, para efeito de cálculo na planilha; COLUNA H: Valor da tensão de Hall, VH, em mili Volt obtido da leitura durante o experimento; COLUNA I: Valor da corrente de Hall, IH, em mili Ampère obtido da variação no simulador durante o experimento; COLUNA J: Vazia; COLUNA K: Produto da espessura pela tensão de Hall, t*VH, com o devido acréscimo do fator de 0,001 para o SI e usando a fórmula: =CÉLULA DA COLUNA E*(0,001)*CÉLULA DA COLUNA H*(0,001); COLUNA L: Produto do campo magnético pela corrente de Hall, B*IH, com o devido acréscimo do fator de 0,001 para o SI e usando a fórmula: =CÉLULA DA COLUNA G*CÉLULA DA COLUNA I*(0,001); 41 COLUNA M: Cálculo do coeficiente de Hall, RH, obtida pela divisão da coluna K pela L com o uso da fórmula: =CÉLULA DA COLUNA K / CÉLULA DA COLUNA L; COLUNA N: Densidade dos portadores de carga, n, obtido pelo inverso do produto do coeficiente Hall pelo valor da carga do elétron, usado 1,6x10-19 coulombs, com o uso da fórmula: =1 / (CÉLULA DA COLUNA M * ( 1,6E-19)). 42 6. Resultados Experimentais A seguir, serão apresentados todos resultados experimentais obtidos conformedescritos anteriormente. 6.1. Apresentação Tabela de Corrente, I, (A) X Campo Magnético, B, (T) Os valores apresentados na tabela a seguir, repetiu-se para todos os materiais testados, ou seja, para o Germânio, Alumínio, Cobre e Ouro. Assim, tem-se: I(A) B(T) 1,0 0,1482 1,5 0,2223 2,0 0,2964 2,5 0,3706 3,0 0,4447 3,5 0,5188 4,0 0,5929 4,5 0,6670 5,0 0,7411 Tabela 2 – Pontos de Calibração BxI Fonte: Elaborado pelo autor 43 6.2. Gráfico de Corrente, I, (A) X Campo Magnético, B, (T) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 B (T ) I(A) Equação do tipo y = a + b*x Interceção -2,33333E-5 ± 2,569 Inclinação 0,14823 ± 7,86796E Figura 13 – Curva de Calibração BxI Fonte: Elaborado pelo autor 44 6.3. Tabelas e Gráficos com as Medições para o Germânio com todas as Variações para a Corrente Hall, de 1,0 – 5,0 mA, e para a Espessura de 0,1-0,9 mm 6.3.1. Tabela e Gráfico da variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,1 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,1 1,0 0,1482 28,756 1,0 2,876E‐06 0,000148 0,019404 3,2211E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,1 1,5 0,2223 43,133 1,0 4,313E‐06 0,000222 0,019403 3,2211E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,1 2,0 0,2964 57,511 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019403 3,2211E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,1 2,5 0,3706 71,889 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019398 3,222E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,1 3,0 0,4447 86,267 1,0 8,627E‐06 0,000445 0,019399 3,2218E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,1 3,5 0,5188 100,645 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,0194 3,2217E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,1 4,0 0,5929 115,023 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2216E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,1 4,5 0,6670 129,400 1,0 1,294E‐05 0,000667 0,0194 3,2216E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,1 5,0 0,7411 143,778 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,019401 3,2215E+20 Tabela 3.1 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 1,00539E-6 RH - Germânio - t (0,1mm) IH(1,0mA) Figura 14 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 45 6.3.2. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,2 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,2 1,0 0,1482 14,378 1,0 2,876E‐06 0,000148 0,019404 3,2211E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,2 1,5 0,2223 21,567 1,0 4,313E‐06 0,000222 0,019404 3,2211E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,2 2,0 0,2964 28,756 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019404 3,2211E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,2 2,5 0,3706 35,945 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019398 3,2219E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,2 3,0 0,4447 43,133 1,0 8,627E‐06 0,000445 0,019399 3,2219E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,2 3,5 0,5188 50,322 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,019399 3,2218E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,2 4,0 0,5929 57,511 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2217E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,2 4,5 0,6670 64,700 1,0 1,294E‐05 0,000667 0,0194 3,2216E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,2 5,0 0,7411 71,889 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,019401 3,2215E+20 Tabela 3.2 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 RH - Germânio - t (0,2mm) IH(1,0mA) V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 1,06111E-6 Figura 15 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 46 6.3.3. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,3 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,3 1,0 0,1482 9,585 1,0 2,876E‐06 0,000148 0,019403 3,2212E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,3 1,5 0,2223 14,378 1,0 4,313E‐06 0,000222 0,019404 3,2211E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,3 2,0 0,2964 19,170 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019403 3,2212E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,3 2,5 0,3706 23,963 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019398 3,222E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,3 3,0 0,4447 28,756 1,0 8,627E‐06 0,000445 0,019399 3,2218E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,3 3,5 0,5188 33,548 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,019399 3,2218E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,3 4,0 0,5929 38,341 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2216E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,3 4,5 0,6670 43,133 1,0 1,294E‐05 0,000667 0,0194 3,2216E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,3 5,0 0,7411 47,926 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,019401 3,2215E+20 Tabela 3.3 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 RH - Germânio - t (0,3mm) IH(1,0mA) V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 9,74692E-7 Figura 16 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 47 6.3.4. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,4 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,4 1,0 0,1482 7,189 1,0 2,876E‐06 0,000148 0,019404 3,2211E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,4 1,5 0,2223 10,783 1,0 4,313E‐06 0,000222 0,019403 3,2212E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,4 2,0 0,2964 14,378 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019404 3,2211E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,4 2,5 0,3706 17,972 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019398 3,222E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,4 3,0 0,4447 21,567 1,0 8,627E‐06 0,000445 0,019399 3,2218E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,4 3,5 0,5188 25,161 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,019399 3,2218E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,4 4,0 0,5929 28,756 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2216E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,4 4,5 0,6670 32,350 1,0 1,294E‐05 0,000667 0,0194 3,2216E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,4 5,0 0,7411 35,945 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,019401 3,2215E+20 Tabela 3.4 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 RH - Germânio - t (0,4mm) IH(1,0mA) V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 1,10044E-6 Figura 17 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 48 6.3.5. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,5 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,5 1,0 0,1482 5,751 1,0 2,876E‐06 0,000148 0,019403 3,2212E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,5 1,5 0,2223 8,627 1,0 4,314E‐06 0,000222 0,019404 3,221E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,5 2,0 0,2964 11,502 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019403 3,2212E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,5 2,5 0,3706 14,378 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019398 3,2219E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,5 3,0 0,4447 17,253 1,0 8,627E‐06 0,000445 0,019398 3,2219E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,5 3,50,5188 20,129 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,0194 3,2217E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,5 4,0 0,5929 23,005 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2216E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,5 4,5 0,6670 25,880 1,0 1,294E‐05 0,000667 0,0194 3,2216E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,5 5,0 0,7411 28,756 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,019401 3,2215E+20 Tabela 3.5 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 RH - Germânio - t (0,5mm) IH(1,0mA) V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 1,08803E-6 Figura 18 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 49 6.3.6. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,6 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,6 1,0 0,1482 4,793 1,0 2,876E‐06 0,000148 0,019405 3,2208E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,6 1,5 0,2223 7,189 1,0 4,313E‐06 0,000222 0,019404 3,2211E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,6 2,0 0,2964 9,585 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019403 3,2212E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,6 2,5 0,3706 11,982 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019399 3,2218E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,6 3,0 0,4447 14,378 1,0 8,627E‐06 0,000445 0,019399 3,2218E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,6 3,5 0,5188 16,774 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,019399 3,2218E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,6 4,0 0,5929 19,170 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2217E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,6 4,5 0,6670 21,576 1,0 1,295E‐05 0,000667 0,019409 3,2202E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,6 5,0 0,7411 23,963 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,019401 3,2215E+20 Tabela 3.6 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 RH - Germânio - t (0,6mm) IH(1,0mA) V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 3,4873E-6 Figura 19 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 50 6.3.7. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,7 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,7 1,0 0,1482 4,108 1,0 2,876E‐06 0,000148 0,019404 3,2211E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,7 1,5 0,2223 6,162 1,0 4,313E‐06 0,000222 0,019404 3,2211E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,7 2,0 0,2964 8,216 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019404 3,2211E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,7 2,5 0,3706 10,270 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019398 3,2219E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,7 3,0 0,4447 12,324 1,0 8,627E‐06 0,000445 0,019399 3,2218E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,7 3,5 0,5188 14,378 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,0194 3,2217E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,7 4,0 0,5929 16,432 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2216E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,7 4,5 0,6670 18,486 1,0 1,294E‐05 0,000667 0,019401 3,2215E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,7 5,0 0,7411 20,540 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,019401 3,2215E+20 Tabela 3.7 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 RH - Germânio - t (0,7mm) IH(1,0mA) V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 1,02972E-6 Figura 20 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 51 6.3.8. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,8 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,8 1,0 0,1482 3,594 1,0 2,875E‐06 0,000148 0,019401 3,2215E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,8 1,5 0,2223 5,392 1,0 4,314E‐06 0,000222 0,019404 3,2209E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,8 2,0 0,2964 7,189 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019404 3,2211E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,8 2,5 0,3706 8,986 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019398 3,222E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,8 3,0 0,4447 10,783 1,0 8,626E‐06 0,000445 0,019398 3,2219E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,8 3,5 0,5188 12,581 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,0194 3,2216E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,8 4,0 0,5929 14,378 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2216E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,8 4,5 0,6670 16,175 1,0 1,294E‐05 0,000667 0,0194 3,2216E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,8 5,0 0,7411 17,972 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,0194 3,2216E+20 Tabela 3.8 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 RH - Germânio - t (0,8mm) IH(1,0mA) V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 1,18248E-6 Figura 21 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 52 6.3.9. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,9 mm e IH de 1,0 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t IH *B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,9 1,0 0,1482 3,195 1,0 2,876E‐06 0,000148 0,019403 3,2212E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,9 1,5 0,2223 4,793 1,0 4,314E‐06 0,000222 0,019405 3,2208E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,9 2,0 0,2964 6,390 1,0 5,751E‐06 0,000296 0,019403 3,2212E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,9 2,5 0,3706 7,988 1,0 7,189E‐06 0,000371 0,019399 3,2218E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,9 3,0 0,4447 9,585 1,0 8,627E‐06 0,000445 0,019398 3,2219E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,9 3,5 0,5188 11,183 1,0 1,006E‐05 0,000519 0,0194 3,2217E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,9 4,0 0,5929 12,780 1,0 1,15E‐05 0,000593 0,0194 3,2217E+20 4,5 0,6670 Germânio 0,9 4,5 0,6670 14,378 1,0 1,294E‐05 0,000667 0,019401 3,2215E+20 5,0 0,7411 Germânio 0,9 5,0 0,7411 15,975 1,0 1,438E‐05 0,000741 0,0194 3,2216E+20 Tabela 3.9 – Tabela com os dados das variações da Corrente no Germânio Fonte: Elaborado pelo autor 1,0E-04 2,0E-04 3,0E-04 4,0E-04 5,0E-04 6,0E-04 7,0E-04 8,0E-04 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05 RH - Germânio - t (0,9mm) IH(1,0mA) V H ( m V ) * t (m m ) IH (A)*B (T) Equation y = a + b*x Slope 0,0194 ± 1,00152E-6 Figura 22 – Curva para obtenção do RH Fonte: Elaborado pelo autor 53 6.3.10. Tabela e Gráfico da Variação da Corrente no Germânio com Espessura de 0,1 mm e IH de 1,5 mA I(A) B(T) Material t (mm) I(A) B(T) VH (mV) IH (mA) VH * t I*B RH n 1,0 0,1482 Germânio 0,1 1,0 0,1482 43,133 1,5 4,313E‐06 0,000222 0,019403 3,2211E+20 1,5 0,2223 Germânio 0,1 1,5 0,2223 64,700 1,5 6,47E‐06 0,000333 0,019403 3,2211E+20 2,0 0,2964 Germânio 0,1 2,0 0,2964 86,267 1,5 8,627E‐06 0,000445 0,019403 3,2211E+20 2,5 0,3706 Germânio 0,1 2,5 0,3706 107,834 1,5 1,078E‐05 0,000556 0,019398 3,222E+20 3,0 0,4447 Germânio 0,1 3,0 0,4447 129,400 1,5 1,294E‐05 0,000667 0,019399 3,2218E+20 3,5 0,5188 Germânio 0,1 3,5 0,5188 150,967 1,5 1,51E‐05 0,000778 0,0194 3,2217E+20 4,0 0,5929 Germânio 0,1 4,0 0,5929 172,534 1,5 1,725E‐05
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