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DESCRIÇÃO A construção histórica da eletroterapia, com noções básicas de eletricidade, formas de energia e suas características, instalações elétricas, propriedades elétricas das células e dos tecidos e uso dos aparelhos elétricos para tratamentos estéticos. PROPÓSITO Compreender os elementos envolvidos na eletroterapia, assim como as noções básicas do conceito de eletricidade e de outras formas de energia, permitindo a aplicação da termoterapia estética pelo profissional. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer a história e os princípios básicos da eletricidade, os tipos de energia e o conceito de eletroterapia MÓDULO 2 Identificar as instalações elétricas e o uso de aparelhos, bem como as propriedades elétricas das células e dos tecidos MÓDULO 3 Analisar hipertermoterapia estética e suas principais técnicas INTRODUÇÃO Neste conteúdo, abordaremos os conceitos sobre a origem da eletroterapia, tal como seu funcionamento. É importante ressaltar que conhecer a história da técnica é fundamental para compreender os fatores que a levaram a ser uma grande alternativa no tratamento de diversas disfunções. Também serão abordadas questões como o entendimento da eletricidade e de outras formas de energia e como elas podem divergir por causa de suas características, e até mesmo se são renováveis ou não renováveis. Aspectos estruturais das clínicas de estética e principalmente da sua segurança quando se trata de aparelhagem elétrica também serão discutidos. Como ponto final do tema, não podemos deixar de descrever as propriedades elétricas das células e dos tecidos, pois é de suma importância que o aluno compreenda como as células e os tecidos vão se portar ao receber o estímulo elétrico dos tratamentos, assim como esses tecidos irão se portar em técnicas que alterem a temperatura corporal. O profissional da estética deve compreender os conceitos fisiológicos e aplicá-los tanto em suas técnicas quanto em sua rotina clínica. MÓDULO 1 Reconhecer a história e os princípios básicos da eletricidade, os tipos de energia e o conceito de eletroterapia ORIGEM DA ELETRICIDADE A eletricidade é nomeada por causa de uma série de fenômenos que ocorrem devido ao desequilíbrio ou movimento de cargas elétricas, prótons e elétrons e às características inerentes dos objetos carregados. Na eletricidade, existem a eletricidade estática e os fenômenos eletrocinéticos, que estão relacionados às cargas estática e móvel, respectivamente. Foto: stock.adobe.com O primeiro registro da observação de fenômenos elétricos é atribuído à história do filósofo grego Tales de Mileto. Ele percebeu que, quando esfregado com uma tira de couro, o âmbar ((uma resina vegetal fóssil)) tem a capacidade de atrair pequenos objetos ((como folhas secas)) . O âmbar é chamado de elétron em grego e seu nome vem da partícula que produz a maioria dos fenômenos eletrônicos, a saber, os elétrons. Como outros fenômenos da natureza, a eletricidade existia muito antes do surgimento dos humanos. Por exemplo, a radiação é um fenômeno elétrico que produz a maior parte do ozônio na atmosfera terrestre. Os raios se originam da nuvem, que é carregada pela fricção entre uma grande quantidade de cristais de gelo, ar e vapor d'água, e finalmente é liberada. Isso faz com que o ar forme uma grande quantidade de corrente elétrica, resultando em grandes flashes e impactos e uma temperatura de cerca de milhares de graus. Foto: stock.adobe.com Um pedaço eletrizado de âmbar atrai pedaços de papel. Por exemplo, a ligação química que forma a primeira molécula de água na Terra é o produto da atração elétrica entre cargas, que é matematicamente descrita pela lei de Coulomb. Somente devido à compatibilidade de cargas, essa força faz com que os diferentes componentes sejam unidos, prolongando, assim, a vida útil. Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Flávio Borges. Lei de Coulomb mostrando como as cargas iguais se repelem e as opostas se atraem. HISTÓRIA DA ELETRICIDADE A eletricidade é o resultado de pesquisas de longo prazo e do trabalho incansável de muitos físicos, químicos, engenheiros e matemáticos, tornando possível produzir, distribuir e emergir máquinas e tecnologias movidas a eletricidade, que tornam-se cada vez mais populares e fáceis de usar. Veja a história da eletricidade na linha do tempo a seguir. LINHA TEMPORAL DA ELETRICIDADE 1660 Otto Von Guericke inventa uma máquina que gera cargas eletrostáticas por atrito. 1730 Charles Francis Dufay descobre que a eletricidade gerada por atrito pode ser dividida em duas categorias diferentes: positiva e negativa, como as conhecemos hoje. 1744 Benjamin Franklin conecta o acumulador de carga a um fio que mantém a pipa presa durante a tempestade e percebe que os raios são um fenômeno elétrico. 1780 Luigi Galvani descobre que a eletricidade pode mover os membros de animais falecidos, indicando que os músculos se contraem devido à transferência de cargas elétricas. 1796 Um grande número de discos de cobre e zinco são empilhados em um pano embebido em uma solução ácida. Alessandro Volta inventa a primeira bateria. 1820 Hans Christian Oersted descobre que a corrente elétrica pode produzir um campo magnético. 1827 George Simon Ohm descobre a relação matemática entre resistência, voltagem e corrente, agora chamada de primeira lei de Ohm. 1831 Michael Faraday descobre a indução eletromagnética. 1875 Alexander Graham Bell inventa o telefone. 1880 Thomas Edison inventa a lâmpada. 1886 George Westinghouse, o primeiro sistema de distribuição de energia por corrente alternada, inventado por Nikola Tesla. 1890 Nikola Tesla desenvolve um sistema de distribuição de corrente trifásico. 1905 Albert Einstein explica o funcionamento do efeito fotoelétrico e desenvolve os painéis solares. 1911 Kamerlingh Onnes (Kamerlingh Onnes) descobre o fenômeno da supercondutividade, que é muito importante para a geração de energia elétrica moderna. A especialista Priscila Souza faz uma contextualização do conceito e a aplicação na estética. TIPOS DE ENERGIA Atualmente, seria muito difícil pensar em um mundo no qual a energia elétrica não exista, já que nos tornamos dependentes de computadores, banho aquecido, luz elétrica e da necessidade de nos aquecer ou refrescar. Foto: stock.adobe.com Painéis de energia solar, uma fonte renovável que se converte em energia elétrica. Ao longo dos anos, a humanidade tem aprimorado teorias e formas de expansão do uso de energia e métodos de aquisição em todo o mundo. Assim, o uso de dispositivos eletrônicos como máquinas, telefones celulares, computadores, aquecedores e ventiladores tem aumentado bastante. Muitos recursos renováveis e não renováveis são usados para produzir energia, como as usinas ((hidrelétricas, nucleares, térmicas)) . Os produtos originais são obtidos na natureza e convertidos em energia para atender a muitas necessidades humanas. Existem diversas formas de obter energia a partir de energia renovável ((energia limpa)) ou não renovável ((energia suja)) . Uma das formas mais recomendadas de energia renovável é a eólica, proveniente dos ventos. Vejamos os tipos de energia: TIPOS DE ENERGIAS RENOVÁVEIS Energia hidráulica Energia eólica Biomassa Energia do hidrogênio Energia solar Energia geotérmica Energia gravitacional Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal ENERGIA HIDRÁULICA Obtida pela força da água dos rios. ENERGIA SOLAR javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Obtida pela energia do sol. ENERGIA EÓLICA Obtida pela força dos ventos. ENERGIA GEOTÉRMICA Obtida pelo calor do interior da Terra. BIOMASSA Obtida de matérias orgânicas. ENERGIA GRAVITACIONAL Obtida pela força das ondas dos oceanos. ENERGIA DO HIDROGÊNIO Obtida do hidrogênio. TIPOS DE ENERGIAS NÃO RENOVÁVEISCombustíveis fósseis Energia nuclear Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS Formados por processos naturais, como a decomposição de organismos mortos enterrados. ENERGIA NUCLEAR Energia liberada nas reações nucleares, ou seja, durante a transformação dos núcleos atômicos. javascript:void(0) javascript:void(0) SAIBA MAIS Se a energia não renovável não for consumida de forma razoável, causará vários problemas ambientais. Devido ao esgotamento de seus recursos, seu uso pode significar um desequilíbrio no ecossistema. Esse processo de produção de energia costuma prejudicar o homem e o meio ambiente porque muitas plantas liberam gases e resíduos tóxicos na atmosfera, causando uma série de problemas na água e no ar, assim como poluição do solo e disseminação de doenças. Foto: Shutterstock.com Barragem Elétrica de Itaipu, responsável por grande parte da produção de energia elétrica do Brasil. Nas hidrelétricas, a energia hídrica do rio é utilizada para gerar energia mecânica, e a energia mecânica chega aos moradores na forma de energia elétrica, que é indispensável para o uso de computadores, baterias, eletrodomésticos, iluminação, televisores etc. RESUMINDO A eletricidade é a principal fonte de energia do mundo, gerada pelo potencial de dois pontos de um condutor. O filósofo grego Tales de Mileto descobriu as cargas elétricas por meio de experimentos e, desde então, o termo eletricidade é usado. Em grande medida, a eletricidade é gerada nas usinas hidrelétricas, mas sua geração também pode ser realizada a partir das energias eólica, solar, térmica e nuclear. No Brasil, quase 90% da energia é proveniente de usinas hidrelétricas. A maior hidrelétrica do Brasil é a usina de Itaipu, no rio Paraná, na junção do Brasil com o Paraguai. CÁLCULO DE ENERGIA ELÉTRICA No Sistema Internacional (SI), a energia elétrica é expressa em joules (J). No entanto, a unidade de medida mais comumente usada é o quilowatt-hora (kWh), como pode ser visto na medição do consumo de eletricidade de uma empresa de energia. Para o cálculo básico da energia elétrica, utiliza-se a seguinte equação: Onde: ELETROTERAPIA E SUA ORIGEM EEL = P . Δ t EEL : energia elétrica P : potência Δt : variação do tempo A origem da eletroterapia remonta aos tempos em que os homens moravam em cavernas. Scribonius Largus (46 d.C.) afirmou que Antero usava peixes elétricos para tratar dores nos nervos, dores de cabeça e artrite, o que gerava sono. Ele também descobriu que o sono é contínuo. Portanto, mesmo após o contato com o peixe ser interrompido, esse sono vai continuar. Em 1855, Guillaume Duchenne, o pai da eletroterapia, anunciou que a corrente alternada é melhor do que a corrente contínua para a ativação da eletroterapia para a contração muscular. O chamado efeito de aquecimento por corrente contínua estimula a pele. Além disso, independentemente da condição do músculo, a corrente alternada produzirá forte contração muscular, enquanto a corrente contínua causará contração forte em músculos fortes e fraca em músculos fracos. Desde então, quase toda a reabilitação envolvendo contrações musculares tem sido realizada por meio de ondas bissimétricas. Contudo, na década de 1940, quando o Departamento de Guerra dos EUA estudou a aplicação da eletroterapia, descobriu-se que a estimulação elétrica não só poderia atrasar e prevenir a atrofia, mas também restaurar a massa e a força muscular. Eles realizaram os chamados exercícios elétricos nas mãos de pacientes que sofriam de lesões nervosas. Esses movimentos elétricos usam corrente contínua monofásica. ELETROTERAPIA Eletroterapia é o uso de corrente elétrica para fins terapêuticos, como alívio da dor ou estimulação muscular funcional. Quando uma corrente é aplicada, ela produzirá a indução do nervo motor ou do nervo sensorial, que depende do tipo de corrente usada e dos parâmetros definidos. A estimulação nervosa sensível tem efeito analgésico, que está diretamente relacionado à liberação de endorfinas endógenas. No entanto, a estimulação do nervo motor tem efeito na produção da contração muscular. Dessa forma, a função do movimento é obtida. A eletroterapia é um recurso fisioterapêutico amplamente utilizado como tratamento de reabilitação para os mais diversos tipos de patologias. Sua tecnologia envolve o uso de correntes de baixa intensidade por meio de eletrodos que são aplicados diretamente na pele. A eletroterapia tem muitos usos. Alguns deles incluem: Controle da dor; Disfunção neuromuscular; Amplitude de movimento articular; javascript:void(0) Reparo de tecidos; Edema agudo e crônico. A eletroterapia pode aliviar os espasmos musculares, prevenir e retardar a atrofia causada pela descontinuação, aumentar a circulação sanguínea local, realizar reabilitação muscular e reeducação da estimulação elétrica muscular, manter e aumentar a amplitude de movimento e controlar a dor aguda crônica e intratável após dor traumática. Foto: Shutterstock.com Eletroterapia utilizada para estimular o processo de crescimento e fortalecimento muscular. VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM ELETROTERAPIA ESTÉTICA? O processo é a utilização de aparelhos que realizam estimulação elétrica de baixa intensidade para melhorar a circulação, o metabolismo, a nutrição e a oxigenação da pele, promover a produção de colágeno e elastina, além do equilíbrio e manutenção da pele. Esse procedimento pode ser utilizado para beleza corporal ou facial, bastando observar a área e suas necessidades. É recomendado para remover manchas escuras na pele e cicatrizes de acne; pode até suavizar rugas ou linhas de expressão. Combate a flacidez, estrias ou gordura em áreas locais. A eletroterapia é muito benéfica no processo de reabilitação, por ser uma terapia que pode ser usada na maioria dos pacientes ((com poucas contraindicações)) . É um método não invasivo, não causa dependência e pode ser usada todos os dias, até mesmo várias vezes no mesmo dia ((se necessário)) . Não há efeitos colaterais e é totalmente seguro. Pode ser usado em várias patologias ortopédicas, neurológicas, respiratórias e ginecológicas em adultos ou crianças. Benefícios especiais Controlar a dor; Reduzir o edema; Reduzir as cãibras musculares; Melhorar a aparência da pele; Promover fortalecimento muscular; Promover a cura do tecido. Obtendo resultados visíveis desde o primeiro tratamento, a eletroterapia é um método que envolve o uso de dispositivos que utilizam correntes de baixa intensidade em diferentes partes do corpo humano a fim de proporcionar maior estimulação à circulação sanguínea, metabolismo, nutrição e oxigenação da pele. Promove a produção de colágeno e elastina, o equilíbrio e a manutenção da pele. BENEFÍCIOS NA ESTÉTICA FACIAL A eletroterapia, como já mencionado, pode ser usada no corpo ou rosto, para remover manchas escuras na pele, cicatrizes de acne ou outras operações, eliminar rugas ou linhas de expressão, resistir à flacidez, celulite, estrias ou gordura localizada. Nas clínicas de estética e saúde, os principais tratamentos procurados com a eletroterapia são o elevador elétrico, a ionização e os tratamentos com microcorrentes. O lifting elétrico é uma tecnologia de corrente contínua que pode promover rugas e escarificações nas linhas de expressão. Pode-se usar ou não agulhas para choques elétricos. O objetivo é estimular a produção de colágeno e elastina e, ao mesmo tempo, nutrir o tecido desvitalizado. Foto: Shutterstock.com A tecnologia de ionização pode promover a penetração de ativos específicos através da corrente para garantir uma penetração profunda na pele, enquanto a microcorrente é uma tecnologia um pouco mais profunda. Além de estimular o colágeno e melhorar a nutrição do tecido, também tem estímulos poderosos nas fibras musculares. Os benefícios da eletroterapia para a saúde são: Controlar a dor; Fortalecer os músculos; Prevenir a atrofia; Reduziros espasmos musculares e o edema; Ajudar na cura. Além disso, apresenta resultados de curto prazo, e a principal diferença reside no seu efeito a nível celular, com efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e regeneradores dos tecidos. SAIBA MAIS Galvani (1780) acreditava que a energia elétrica contida no corpo humano era diferente daquela presente em um corpo inanimado. Por isso, a aplicação de corrente externa pode potencializar ou complementar a energia do corpo, de forma a obter o tratamento de certas doenças ou lesões. Portanto, a eletroterapia pode ser usada para: paralisia espinhal, pós-acidente vascular cerebral, incontinência urinária e fecal, contratura muscular ou condições estéticas, para reduzir a gordura e gorduras locais, estimular a contração muscular para melhorar o contorno corporal, recuperação pós-operatória e, por meio da produção de proteína de colágeno e elastina, reduz rugas e linhas de expressão. BENEFÍCIOS NA ESTÉTICA CORPORAL A eletroterapia envolve o uso de corrente elétrica em um sistema fisiológico. Por isso, o profissional coloca eletrodos na superfície da pele, e uma corrente de baixa intensidade flui por meio deles. O que não representa uma ameaça à saúde e é muito útil no tratamento de inchaços, dores, cãibras ou no fortalecimento dos músculos, por exemplo. Durante a sessão, pelo menos um dispositivo de eletroterapia é geralmente usado para ajudar a controlar a dor, cãibras, melhorar o suprimento de sangue, acelerar a cicatrização da pele e a regeneração de outros tecidos. Todos os protocolos de tratamento devem respeitar a individualidade fisiológica de cada paciente, assim como seus limites. Um dos pontos interessantes envolvendo o procedimento de eletroterapia é o uso da eletricidade em níveis controlados pelo profissional e preestabelecidos para cada tipo de tratamento. Partindo da compreensão da relação entre a eletricidade e o corpo humano, vários estudos têm sido realizados desde o início do século XVIII para compreender como esses dois elementos interagem. E muitas descobertas foram feitas, especialmente na área médica. A primeira tecnologia médica eletrônica começou a se espalhar na Europa no século XIX. No entanto, no século passado, muitos estudiosos iniciaram essa prática com o objetivo de encontrar uma cura para doenças e conduziram os mais diversos experimentos no corpo humano. Antes disso, o principal modelo de função cerebral baseava-se na pesquisa do filósofo René Descartes, que propôs o conceito de arco reflexo ao perceber o movimento involuntário de uma pessoa cujas mãos e pés estão queimando numa chama. Portanto, ele determinou que os componentes do arco reflexo são: a dor, a condução através dos nervos que levam ao sistema nervoso central, a excitação dos nervos motores e os músculos que são os responsáveis finais pela ação. Imagem: Shutterstock.com René Descartes, filósofo que propôs o conceito do arco reflexo e a forma como a eletricidade atua no corpo humano. Até agora, o que se viu foram muitas teorias sem base científica. Somente na última década do século XVIII, foi possível resolver o problema da condução nervosa por meio de métodos experimentais. A partir desse período, médicos e físicos passaram a seguir a rota de pesquisa da primeira revolução científica, e a focar suas pesquisas na interação entre eletricidade e fisiologia a fim de buscar novas descobertas para que as pessoas tivessem um melhor entendimento da biologia. Imagem: Shutterstock.com Luigi Galvani, médico e físico italiano que descobriu o fenômeno da eletricidade nos animais. A maior parte das pesquisas sobre a aplicação da eletricidade na medicina foi realizada por Luigi Galvani, um médico e físico contemporâneo em Genebra. Nas décadas de 1770 e 1780, Galvani descobriu que o tecido nervoso pode ser eletricamente excitado. Em uma série de experimentos, Galvani usou geradores eletrostáticos e garrafas de Leiden como ferramentas para aplicar corrente elétrica a animais mortos. Portanto, é possível estimular os músculos e nervos de sapos causando reações de contração muscular. Galvani chamou esse fenômeno de eletricidade animal, e sua descoberta da resposta muscular causada pela estimulação elétrica é denominada efeito de corrente ou galvanismo. GARRAFAS DE LEIDEN A garrafa de Leiden (ou de Leyden), ou ainda, na sua forma portuguesa, de Leida, é uma espécie primitiva de capacitor, dispositivo capaz de armazenar energia elétrica. Foi inventada acidentalmente em 1746 por Pieter van Musschenbroek, professor da Universidade de Leiden, Países Baixos, quem estudou suas propriedades e a popularizou. javascript:void(0) VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. EM RELAÇÃO AO LIFTING ELÉTRICO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) Não apresenta efeito a nível celular tampouco efeitos anti-inflamatórios. B) Tem por objetivo estimular a produção de colágeno e elastina, nutrindo, ao mesmo tempo, o tecido desvitalizado. C) O lifting elétrico apresenta benefícios apenas às dores musculares. D) O efeito não é suficiente para ser percebido nas primeiras sessões, já que a técnica não é capaz de provocar reposição dos componentes cutâneos. E) O lifting elétrico precisa de outras técnicas associadas para ser efetivo. 2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UM TIPO DE ENERGIA NÃO RENOVÁVEL: A) Energia eólica. B) Energia solar. C) Energia proveniente de combustíveis fósseis. D) Energia geotérmica. E) Energia gravitacional. GABARITO 1. Em relação ao lifting elétrico, assinale a alternativa correta: A alternativa "B " está correta. Um dos efeitos clássicos do processo da eletroterapia é estimular a produção dos componentes do tecido cutâneo como colágeno e elastina, provocando o efeito lifting justamente pelo aumento da qualidade na pele. 2. Assinale a alternativa que apresenta um tipo de energia não renovável: A alternativa "C " está correta. Os combustíveis fósseis são recursos não renováveis, já que levam milhares de anos para se formar; dessa forma, as reservas desses combustíveis estão a esgotar-se, justamente por seu consumo ser maior que a produção. MÓDULO 2 Identificar as instalações elétricas e o uso de aparelhos, bem como as propriedades elétricas das células e dos tecidos NORMAS TÉCNICAS DE BIOSSEGURANÇA — INSTALAÇÕES Em termos de projeto, instalação e manutenção, os dispositivos e sistemas elétricos relacionados a equipamentos médicos eletrônicos em hospitais e clínicas de saúde requerem atenção especial. Esse tipo de equipamento precisa de energia de alta qualidade para atender às suas necessidades, pois são equipamentos diretamente relacionados à vida humana e, portanto, geralmente devem atender a requisitos de segurança e confiabilidade. A instalação inadequada trará riscos para os operadores e usuários do equipamento; logo, problemas como choques elétricos devem ser minimizados para garantir a utilização segura do equipamento. Os sistemas de proteção nessas instalações devem obedecer às normas de biossegurança referentes à aparelhagem elétrica. Imagem: Shutterstock.com IEC 60601 A série de padrões internacionais IEC 60601 determina a segurança e a eficácia dos equipamentos médicos eletrônicos e estabelece as condições mínimas e o desempenho desse equipamento. Esse padrão internacional é a base para a formulação de padrões técnicos nacionais. NBR (NORMA BRASILEIRA) 5410 No Brasil, a especificação de equipamentos elétricos mais reconhecida é a NBR (Norma Brasileira) 5410, que estipula as condições para operação normal e segura desses equipamentos em baixa tensão (até 1000 V em tensão alternada). Para equipamentos elétricos hospitalares, temos as especificações ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e NBR, principalmente a norma número 13534. Em relação à instalação elétrica de instituições médicas, tanto as instituições públicas quanto as privadas devem atender à regulamentação da NBR e, no caso de reformas em instituições existentes que nãoatendam às regulamentações, também devem seguir a norma. Depois de entender a tecnologia envolvida nesse tipo de instalação, uma análise completa da infraestrutura elétrica do hospital pode ser realizada para que o tamanho dos componentes que serão integrados na instalação elétrica possa ser determinado, a fim de atender à segurança e à proteção conforme as condições funcionais necessárias para o correto funcionamento do mecanismo. A prescrição da ABNT NBR 13534 complementa a prescrição de caráter contida na NBR 5410. Portanto, para normas de produtos, prescrições não incluídas nessa norma, aplicam-se as prescrições da NBR 5410 e normas específicas. É importante ressaltar que as normas em questão não incluem os dispositivos eletromédicos, que estão sujeitos à NBR IEC 601-1. Com o objetivo de melhorar a segurança, em hospitais e clínicas, eles dispõem de uma fonte segura em caso de avaria no sistema de abastecimento que têm autonomia em determinado período e ainda garantem o tempo de transferência necessário. Essas instalações devem garantir a segurança dos serviços básicos, manter a vida e a segurança ou funcionar em emergências. Foto: Shutterstock.com Clínica de estética e utilização correta das cores e luzes para tornar o ambiente mais seguro na realização dos procedimentos. A execução correta dos planos estratégicos que visam melhorar a eficiência da infraestrutura das instituições de saúde, sejam hospitais ou clínicas de estética, é essencial para a aplicação de tecnologias modernas no tratamento e diagnóstico de pacientes. É importante lembrar que, após o trabalho de projeto, devem ser tomados cuidados para garantir a funcionalidade dos próprios equipamentos e instalações elétricas. ELETROFISIOLOGIA A especialista Priscila Souza fala sobre os principais tópicos e conceitos da eletrofisiologia. ELETROFISIOLOGIA A eletrofisiologia é o estudo das propriedades elétricas em células e tecidos, e envolve medir as diferenças de potencial em várias escalas, desde proteínas de canais iônicos simples até órgãos intactos (como o coração). Na neurociência, inclui a medição da atividade elétrica dos neurônios, especialmente a medição da atividade dos potenciais de ação. As células vivas dependem de uma série de reações químicas internas que são articuladas entre si, em ordem ou em paralelo, para manter um equilíbrio dinâmico frágil, isso é, para manter as células "vivas". Esse vórtice bioquímico constante libera energia quebrando as ligações químicas dos nutrientes ingeridos, construindo e reconstruindo biopolímeros como proteínas, ácidos nucleicos, lipídios e glicerol e decompondo e descartando os resíduos dessas substâncias. javascript:void(0) Mas a atividade biológica não envolve apenas reações químicas, embora elas sejam sempre o ponto de partida para a captura e distribuição de energia e para a síntese de componentes moleculares em qualquer organismo vivo. Também podemos encontrar atividades biológicas derivadas: elétricas, mecânicas ((movimento e comportamento)) , térmicas ((especialmente em vertebrados endotérmicos)) e até luminescentes ((bioluminescência)) . BIOELETRICIDADE O fenômeno da bioeletricidade pode envolver a produção e o resultado do efeito do campo elétrico ou corrente nos processos biológicos. OS vertebrados, como os humanos, são particularmente proeminentes em três tipos de tecidos: nervos ((incluindo suas interfaces com diferentes órgãos sensoriais)) , músculos ((esqueléticos, lisos ou cardíacos)) e endócrinos ((glândulas secretoras)) . A atividade elétrica no tecido vivo é um fenômeno que ocorre no nível celular e depende estritamente da membrana celular. Na verdade, em todas as células vivas medidas, alguma diferença de potencial ((DDP)) foi detectada entre o citoplasma e o exterior da célula. Isso é chamado de potencial de repouso ou potencial de membrana, e seu valor varia em diferentes tipos de baterias, de 5 a 100mV (milivolts), quando o interior é negativo em relação ao exterior. Como não existem elétrons livres disponíveis nos tecidos biológicos, a carga em questão só pode existir nos íons compostos dissociados no meio aquoso preenchido com todas as substâncias no meio intracelular. Portanto, a principal razão para o potencial de repouso é a distribuição desigual de íons na solução em ambos os lados da membrana, que são ativamente ou passivamente separados pelo mecanismo seletivo de transporte de íons por meio da membrana. Nesse caso, a membrana trabalha com o capacitor para armazenar energia nessa distribuição espacial de íons carregados. Além de estabilizar a membrana, essa energia elétrica potencial também pode ser rapidamente recuperada, evitando que o sistema seja perturbado por quaisquer fatores secundários. Como dissemos, o potencial de repouso das células vivas é de cerca de 0,1V (volt) ou menos, o que é negativo em relação ao exterior. Isso é especialmente óbvio em células eletroestimuláveis ((são excitadas com a eletricidade)) , como células nervosas, musculares e endócrinas: nessas células, após a ativação, o potencial elétrico será liberado do "choque elétrico" e mudará seu valor para inverter sua polaridade já que o interior da unidade é positivo e o exterior é negativo. Então, a membrana celular rapidamente recupera seu potencial de repouso. javascript:void(0) O processo tem fases de despolarização e repolarização, envolvendo íons de corrente transmembrana (iônicos) fluindo para dentro e para fora em diferentes estágios — o que leva cerca de um milissegundo e é chamado de potencial de ação. O potencial de ação se propaga ao longo da membrana celular, do ponto inicial ao outro extremo, mobilizando estritamente todos os recursos da membrana (canais e bombas). Esse evento possibilita a passagem do impulso nervoso nas células do sistema nervoso. ATENÇÃO A proteína do canal se estende pela membrana e forma um canal hidrofílico por meio dela, permitindo que suas moléculas-alvo se difundam. O canal é altamente seletivo e aceitará apenas um tipo de molécula (ou um pequeno número de moléculas intimamente relacionadas) para transporte. Imagem Shutterstock.com, adaptado por Flávio Borges. Estrutura de um Neurônio. NEURÔNIOS javascript:void(0) Os neurônios são as unidades estruturais e funcionais do sistema nervoso que se especializam em comunicação rápida e apresentam as funções básicas de recebimento, processamento e envio de informações. São células altamente excitáveis e se comunicam entre si ou basicamente com outras células eletrônicas usando o mecanismo de transmissão elétrica. A maioria dos neurônios tem três áreas responsáveis por funções especiais: corpo celular, dendritos e axônios. CORPO CELULAR O corpo celular de um neurônio é o centro metabólico do neurônio e é responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular variam muito, dependendo do tipo de neurônio. Corpos celulares e dendritos também são locais que recebem estimulação por meio do contato sináptico. DENDRITOS Os dendritos são geralmente muito curtos e ramificados, como ramos com ângulos agudos, resultando em dendritos de diâmetro menor. Normalmente, os dendritos não têm bainha de mielina. Um neurônio pode ter milhares de dendritos. Portanto, os dendritos são dedicados a receber estimulação. A grande maioria dos neurônios possui um axônio longo e esguio que se origina do corpo celular ou dos dendritos principais. O comprimento do axônio é muito variável, de alguns milímetros a mais de um metro. Eles são o processo de transmissão de impulsos que saem dos corpos celulares ou dendritos dos neurônios. A parte terminal do axônio se molda em vários ramos para formar de centenas a milhares de extremidades do axônio, nas quais os neurotransmissores químicos são armazenados. Dessa forma, os axônios são dedicados a gerar e conduzir potenciais de ação. A transmissão do impulso nervoso ocorre por que os neurônios têm a bainha de mielina, ondevárias doenças degenerativas podem se aproveitar da retirada desse revestimento para impossibilitar a transmissão de impulsos nervosos. SINAPSES Os neurônios entram em contato com outros neurônios, principalmente por meio das extremidades dos axônios para transmitir informações. A localização desse contato é chamada de sinapse. Em outras palavras, os neurônios se comunicam entre as sinapses — os pontos de contato entre os neurônios, onde encontramos vesículas sinápticas, nas quais os neurotransmissores são armazenados. A comunicação ocorre por meio de neurotransmissores — substâncias químicas liberadas ou secretadas pelos neurônios. Foto: Shutterstock.com Neurônios se comunicando a partir do processo de sinapse, no qual os neurotransmissores são secretados. TIPOS DE NEURÔNIOS Temos três tipos de neurônios: sensitivo, motor e interneurônio ou neurônio de associação. Os neurônios sensoriais, também chamados de neurônios aferentes, conduzem informações da periferia para o sistema nervoso central. Neurônio sensorial Os neurônios sensoriais e neurônios motores são encontrados no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico. Neurônio motor Os neurônios motores conduzem informações do sistema nervoso central para os arredores e são chamados de neurônios eferentes. Neurônio Já os interneurônios ou neurônio de associação fazem a conexão de interneurônio um neurônio com o outro. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Portanto, podemos concluir que o sistema nervoso apresenta três funções fisiológicas. Função sensitiva A função sensitiva será responsável por captar as informações externas e internas e transformá-las em sensações, além de ser capaz de dar particularidade aos nossos sentidos. Função integradora A função integradora vai trabalhar com as informações captadas pela função sensorial e irá imediatamente traduzi-las e encaminhá-las ao sistema nervoso central para sua interpretação. Função motora Dito isso, a função motora é a última de nossas funções nervosas, e ela é totalmente responsável por traduzir as informações do sistema nervoso central em movimentos. Todos os nossos movimentos, sejam eles voluntários ou involuntários, são controlados a partir das funções motoras do sistema nervoso. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal O tecido da pele é ricamente inervado, composto de nervos autônomos e nervos somatossensoriais. O sistema autônomo é composto por fibras simpáticas e é responsável pela penugem, vasoconstrição da pele e secreção de suor. As fibras que inervam as glândulas endócrinas são simpáticas, mas têm a acetilcolina como neurotransmissor. O sistema corporal é responsável pela dor, coceira, toque suave, pressão, vibração, propriocepção (capacidade de reconhecer a posição espacial do corpo) e calor. Os nervos sensíveis têm receptores especializados, que são funcionalmente divididos em mecanorreceptores, termorreceptores e nociceptores. Os mecanorreceptores são estruturas especializadas em perceber sensações envolvendo movimento, tato e pressão; já os termos e nociceptores, são capazes de perceber as alterações de temperatura e dor, respectivamente. Morfologicamente, esses receptores podem formar estruturas especializadas, como: Corpúsculos De Vater-Pacini Corpúsculos De Meissner Corpúsculos De Krause Corpúsculos De Ruffini Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal CORPÚSCULOS DE VATER-PACINI Localizados nas mãos e nos pés para estímulos vibratórios e de pressão. CORPÚSCULOS DE MEISSNER Localizados nos dedos para reconhecimento do tato. CORPÚSCULOS DE KRAUSE Reconhecimento de baixa temperatura e sensação de frio. CORPÚSCULOS DE RUFFINI Responsáveis pela sensibilidade ao calor. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Eles também podem não ter características estruturais específicas, que são terminações nervosas livres que causam sensibilidade à dor, coceira e um pouco de calor. A partir disso, podemos concluir a importância da dinâmica elétrica das células e principalmente dos nossos tecidos, afinal, quando se trabalha com eletroestimulação, é necessário compreender o quanto a sua técnica pode interferir na fisiologia elétrica do paciente. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DENTRE AS TERMINAÇÕES NERVOSAS QUE PODEM CONTRIBUIR PARA A PERCEPÇÃO SENSORIAL, EXISTEM AQUELAS CAPAZES DE PERCEBER OS ESTÍMULOS RELACIONADOS À TEMPERATURA. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) Corpúsculos de Vater-Pacini e Meissner. B) Corpúsculos de Ruffini e Vater-Pacini. C) Corpúsculos de Ruffini e Krause. D) Corpúsculos de Krause e Vater-Pacini. E) Nenhuma das alternativas anteriores. 2. QUAL ESTRUTURA PERTENCENTE À ANATOMIA DO NEURÔNIO É CAPAZ DE RECEBER A ESTIMULAÇÃO E DIRECIONÁ-LA ATRAVÉS DE SEUS PROLONGAMENTOS? A) Axônio. B) Dendritos. C) Mielina. D) Soma. E) Nódulo de Ranvier. GABARITO 1. Dentre as terminações nervosas que podem contribuir para a percepção sensorial, existem aquelas capazes de perceber os estímulos relacionados à temperatura. Assinale a alternativa correta: A alternativa "C " está correta. Os corpúsculos de Ruffini e Krause fazem parte de um sistema complexo de reconhecimento neural de sensações externas presentes no tecido epitelial. Graças a essa capacidade, eles são capazes de promover a percepção das sensações de calor e frio, respectivamente. 2. Qual estrutura pertencente à anatomia do neurônio é capaz de receber a estimulação e direcioná-la através de seus prolongamentos? A alternativa "B " está correta. Os dendritos são prolongamentos dos neurônios capazes de receber os estímulos nervosos e direcioná-los. MÓDULO 3 Analisar hipertermoterapia estética e suas principais técnicas HIPERTERMOTERAPIA ESTÉTICA A terapia por calor refere-se à aplicação terapêutica de qualquer substância no corpo humano, que fará com que a temperatura do tecido humano aumente ou diminua, estimulando a regulação da temperatura do corpo humano. Como os fisioterapeutas são profissionais, eles utilizam recursos físicos e naturais para avaliar e tratar os pacientes. O organismo humano tem temperatura constante, ou seja, pode manter sua temperatura dentro de certos limites fisiológicos. Para manter a temperatura dentro desses limites, ela pode ser ajustada por meio dos mecanismos de aquecimento e resfriamento ativados pelo cérebro. Esses mecanismos acelerarão o metabolismo basal quando ativados, acelerando assim a queima de calorias, o que leva à perda de peso e à redução de gordura. A hipertermoterapia refere-se à terapia de calor. O uso de qualquer substância fará com que a temperatura do tecido aumente, estimulando assim a regulação da temperatura do corpo. Quando a temperatura aumenta excessivamente, o sistema termostático usa três mecanismos importantes para reduzir o calor do corpo humano: Estimula o processo de vasodilatação, aumentando a transferência de calor para a pele. Aumenta a transpiração e a evaporação da água cutânea. Possibilita um maior número de trocas metabólicas favorecendo a absorção de cosméticos e cosmecêuticos. METABOLISMO BASAL A Taxa Metabólica Basal (TMB) é o mínimo de energia necessária para manter as funções do organismo em repouso, como os batimentos cardíacos, a pressão arterial, a respiração e a manutenção da temperatura corporal. O calor causa estimulação geral do metabolismo celular, aumentando a síntese de proteínas e a atividade enzimática causada por mudanças na permeabilidade da membrana celular. A terapia de hipertermia é adequada para: Perda de peso; Celulite; javascript:void(0) Modelagem corporal; Tratamentos corporais que requerem aquecimento local (como redução da dor de doenças musculares crônicas). O profissional esteticista também pode usar essa técnica para combater a celulite, a gordura localizada e a flacidez. Existem duas versões de hipertermia: hipertermiapor calor e crioterapia por temperatura mais baixa. No primeiro tipo, a fonte de calor pode trocar energia por contato, como matéria comprimida, bolsa d'água e pedras quentes. VOCÊ SABIA Desde 5000 A.C., os médicos egípcios usam terapia térmica para tratar tumores. Os gregos perceberam o valor das calorias em certos tratamentos médicos. Logo, o termo hipertermia vem das palavras gregas hyper (aumentada) e therme (calor). Por muitos anos, os cientistas afirmaram que as células cancerosas são mais sensíveis ao calor do que as células normais e morrerão em altas temperaturas. O efeito do calor tem despertado a atenção das pessoas para a remissão da doença após uma febre alta, o que prova porque o motivo da regressão dos tumores espontâneos costuma ser febre alta em torno de 40℃. Nos séculos XIX e XX, relatos semelhantes chamaram a atenção das pessoas para a terapia térmica. O vapor quente também é usado. E um exemplo disso é a sauna, que pode aumentar a temperatura corporal, causar suor e, assim, eliminar toxinas. ATENÇÃO Em alguns casos, a hipertermoterapia pode ser contraindicada ou os profissionais médicos podem precisar avaliar sua relação custo-benefício com base nas características do paciente e na finalidade do tratamento para evitar complicações e efeitos colaterais desnecessários. Atenção especial deve ser dada àqueles com hipertensão e histórico de trombose, pois as calorias aumentam a atividade sanguínea. Por outro lado, as seguintes pessoas devem evitar a radiofrequência: as que têm certas doenças de pele na área a ser tratada e as que usam marca-passo/desfibrilador ou qualquer implante eletrônico. VAPOR DE OZÔNIO A especialista Priscila Souza fala sobre o vapor de ozônio e seus benefícios. O vapor de ozônio é um dispositivo que libera vapor de água e pode ser combinado ou não com o ozônio. Além disso, pode ser usado para aromaterapia. O objetivo do vapor de ozônio é promover nutrição e hidratação, além de limpar a pele. ETAPA 01 ETAPA 02 ETAPA 03 Existe um tanque com água, que vai ferver, fazendo com que o vapor escape do equipamento. O ozônio pode ser combinado, e então a aromaterapia pode ser realizada. Quando a corrente elétrica gera uma faísca desencadeada pela fervura da água, ela libera o ozônio presente no aparelho. Em outras palavras, o ozônio só pode ser usado em combinação com o vapor, e o vapor não precisa ser usado junto com o ozônio. RECOMENDAÇÃO Um uso muito comum do vapor de ozônio é limpar a pele para obter efeitos emolientes e ajudar a extrair ou promover a penetração de ativos. Além disso, devido à transpiração, o vapor libera toxinas que se acumulam no tecido cutâneo. O vapor de ozônio também tem efeitos bactericidas e fungicidas e é amplamente utilizado em peles com tendência a acne. Ao produzir um efeito vasodilatador, o vapor também pode ser usado para doenças capilares, como queda de cabelo. Foto: Shutterstock.com Uso do vapor de ozônio para revitalização facial. O ozônio é uma molécula formada por três átomos de oxigênio (O3). Quando se promove o aumento da temperatura, o oxigênio da molécula de água (H2O) é desprendido; quando três moléculas se juntam, formam o ozônio. O ozônio tem efeito anti-inflamatório, antisséptico, bactericida, fungicida e funciona também contra vírus envelopados. Ele gera um efeito hipertérmico, fazendo com que haja aumento do fluxo sanguíneo por consequência da vasodilatação causada pelo aumento da temperatura. Sendo assim, há uma melhora no aporte de oxigênio e nutrientes no tecido e há melhora no trofismo. Pode ser utilizado também para acelerar o processo de cicatrização de feridas, ampliando os efeitos da reparação tecidual. O ozônio tem propriedades antioxidantes que influenciam eventos bioquímicos no metabolismo celular, combatendo até mesmo o fotoenvelhecimento. OZONIOTERAPIA A ozonioterapia é um método de tratamento que utiliza uma mistura de dois gases: oxigênio (95%) e ozônio (5%). A mistura é composta por um gerador de ozônio medicinal, capaz de gerar uma descarga de cerca de 15 mil volts e aplicá-la ao oxigênio medicinal puro ((consistindo em 2 átomos)) , dissociando-se e causando o ozônio medicinal ((consistindo em oxigênio ligado a 1 átomo)) . O processo parece complicado, mas é muito simples. O dispositivo pode fazer todas as operações para você. É possível usar o ozônio com o apertar de um botão. Embora seja tratada há mais de um século e seja muito eficaz, a técnica ainda é pouco conhecida e utilizada pelos profissionais de beleza. A primeira coisa que você, aluno, precisará saber é como esse tratamento afetará o corpo do paciente e como ele pode se beneficiar do processo. O ozônio é uma biomolécula, ou seja, o tratamento não traz riscos ao paciente. A alergia ao ozônio não pode acontecer. O gás também é considerado um poderoso oxidante, sendo essa propriedade responsável pela esterilização de bactérias, vírus e fungos. Mecanismos de ação do ozônio: Modula o sistema imunológico, melhorando sua atividade. Auxilia no processo de drenagem linfática. Apresenta efeito lipolítico, quebrando gorduras. Aumenta a proliferação de fatores de crescimento, influentes na regeneração tecidual. Tem efeito bactericida, fungicida e virucida. Aumenta o processo de síntese de enzimas antioxidantes intracelulares. Produz efeito vasodilatador, contribuindo para a oxigenação dos tecidos (vasodilatação). O equipamento necessário para a realização desse exercício dependerá do tipo de aplicação que o profissional escolher realizar, mas os mais necessários são: geradores de ozônio medicinal, seringas, agulhas, materiais estéreis, bolsas e coberturas quentes e banhos de ozônio. Todos os protocolos demandam equipamentos não muito difíceis de encontrar, inclusive o gerador de ozônio, de custo baixíssimo e que não requerem manutenção frequente. Baixo investimento, facilidade de uso, resultados impressionantes e recursos totalmente indolores fazem da ozonoterapia uma poderosa aliada nos tratamentos de beleza. MÁSCARA TÉRMICA A máscara térmica é uma excelente técnica estética que promove o aquecimento facial eficaz necessário para a expansão dos poros, a penetração de cosméticos e o amolecimento de cravos e espinhas, assim como ajuda a remover cravos e espinhas durante a limpeza da pele. Esse aquecimento também pode promover uma melhor oxigenação da pele facial, alcançar uma hidratação profunda e combater o cansaço e o envelhecimento da pele. Há algumas marcas no mercado, então é possível escolher aquela que melhor se adapta à sua prática diária e aos objetivos que deseja alcançar. Algumas têm infravermelho e promovem aumento da circulação sanguínea e abertura dos poros, o que proporciona melhor perfusão dos cosméticos e, assim, potencializa os resultados. Dessa forma, teremos ação do calor ((termoterapia)) combinada com os ativos cosméticos. DICA Há pacientes que apresentam desconforto com o uso da máscara, com sensação de sufocamento. NÃO coloque a máscara diretamente na pele do cliente, é importante ter proteção nos olhos e demais regiões da face. ETAPA 01 ETAPA 02 ETAPA 03 A máscara apresenta temperatura baixa, média e alta. Inicie com a baixa e aumente gradativamente, sempre perguntando: “Está tudo bem?” NUNCA deixe o cliente na máscara e vá fazer outras coisas, pois pode queimar a pele. É importante ter muita atenção. De um cliente para outro, é necessário higienizar a máscara térmica devidamente, esperar secar e guardar SEM dobrar. Há no mercado uma máscara para face que pode ser usada juntamente com a máscara térmica e com o emoliente, assim como gaze ou algodão. Não se esqueça de SEMPRE proteger os olhos da cliente. RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS Sugestão de protocolo clínico: Retirar a sujidade de pele, como impurezas, maquiagem (pode utilizar lenço umedecido sem álcool e cheiro). Higienizar a pele com sabonete apropriado, de acordo com a pele. Aplicar esfoliante em movimentos circulares, esperar apele absorver e retirar toda a microesfera não absorvida pela pele. Aplicar termorregulador na pele, pode ser com algodão ou com a mão tipo concha protegida com luva, é claro. Aplicar uma camada de creme emoliente (capaz de amolecer os cravos). Posicionar e ligar a máscara térmica ajustando no rosto e respeitando o tempo máximo de 20 minutos (observe sempre a tolerância da paciente). Após esse tempo, devemos realizar a retirada da máscara e do algodão ou gaze e promover uma higienização para retirar o creme em excesso. Depois, podemos seguir ou para o protocolo de extração dos cravos (caso esteja realizando uma limpeza de pele) ou podemos utilizar recursos hidratantes, já que agora a penetração dos ativos será mais fácil e potencializará os resultados; Após extração dos cravos, pode-se utilizar a alta frequência. Se caso for uma hidratação facial, não realize a retirada de cravos, pule essa etapa. Há clientes que nos procuram para realizar sessão de hidratação ou nutrição facial, podendo utilizar uma máscara nutritiva, hidratante ou com ativos específicos. Ao final, sempre aplicar fotoproteção. O aquecimento faz com que os poros se dilatem e isso resulte numa maior facilidade de penetração de ativos para a hidratação da pele ou quaisquer outros tratamentos e protocolos que estejam sendo utilizados no paciente. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DENTRE OS EFEITOS LISTADOS A SEGUIR, ASSINALE AQUELE QUE SE ENQUADRA NOS EFEITOS DA HIPERTERMOTERAPIA: A) Diminuição da temperatura corporal. B) Diminuição no fluxo sanguíneo. C) Vasodilatação. D) Diminuição da transpiração. E) Desaceleração do metabolismo. 2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA CORRETAMENTE O TEMPO MÁXIMO QUE PODEMOS UTILIZAR NA MÁSCARA TÉRMICA E O NOME DADO AO TIPO DE CREME UTILIZADO SIMULTANEAMENTE À MÁSCARA QUE POSSIBILITA A REMOÇÃO DOS CRAVOS COM MAIS FACILIDADE: A) 10 minutos; hidratante. B) 20 minutos; emoliente. C) 5 minutos; emoliente. D) 12 minutos; inflamatório. E) 1 minuto; hidratante. GABARITO 1. Dentre os efeitos listados a seguir, assinale aquele que se enquadra nos efeitos da hipertermoterapia: A alternativa "C " está correta. O aumento da temperatura provocado pelos protocolos envolvendo a hipertermoterapia provoca a aceleração e o aumento do fluxo sanguíneo, portanto, isso envolve uma vasodilatação, e não uma vasoconstrição. 2. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o tempo máximo que podemos utilizar na máscara térmica e o nome dado ao tipo de creme utilizado simultaneamente à máscara que possibilita a remoção dos cravos com mais facilidade: A alternativa "B " está correta. Para a segurança do paciente, é necessário manter o tempo máximo de 20 minutos, já que é uma técnica que promove aquecimento na região da face e pode resultar em efeitos negativos caso perdure por muito tempo. Esses 20 minutos são mais que suficientes para, juntamente com um creme emoliente, facilitar a remoção dos cravos. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Estética é ciência. Sempre precisamos estudar os conteúdos científicos para levar atualização e técnicas eficazes para nossos pacientes. No decorrer dos temas e dos módulos, nós estudamos como funciona a técnica de eletroterapia desde o seu histórico, passando por seus efeitos fisiológicos, as formas pelas quais a eletricidade influencia tanto de forma positiva quanto negativa o nosso corpo, as técnicas que podemos utilizar e, principalmente, o efeito benéfico dessas técnicas em nossos clientes. Também abordamos como promover a adaptação nas clínicas e centros de estética para o uso das técnicas de eletroterapia. No último módulo, vimos a importância das técnicas que utilizam o calor de forma manipulável para obter resultados incríveis em muitos tipos de protocolos estéticos, sempre associando com a fisiologia para aprendermos a respeitar os limites dos corpos de nossos pacientes. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRITO, Rafael et al. Associação de protocolos em eletroterapia na redução de tecido adiposo subcutâneo. Brazilian Journal of Health Review, v. 2, n. 4, p. 3634-3650, 2019. Consultado na internet em: 28 abril 2021. COSTA, Raíssa Biff; GARCEZ, Valéria Ferreira; LIMANA, Mirieli Denardi. Terapia combinada (ultrassom e eletroterapia) na redução da adiposidade abdominal: relato de casos. ConScientiae Saúde, v. 15, n. 4, p. 665-670, 2016. Consultado na internet em: 28 abril 2021. DE SOUZA, Vanessa. Eletroterapia no tratamento de estrias. Consultado na internet em: 28 abril 2021. GUYTON, Arthur Clifton. Tratado de fisiologia médica. São Paulo: Elsevier Brasil, 2006. LEONHARDT, Letícia et al. Acne e seus tratamentos. In: XIV Fórum de ensino, pesquisa e extensão (Carazinho), 2016. Consultado na internet em: 28 abril 2021. LOW, J. Reed A. Eletroterapia explicada: princípios e prática. 3. ed. Barueri: Manole, 2001. MAIA, Maria Eduarda Nogueira da Cruz. Análise da qualidade da água na eficácia do vapor de ozônio na estética facial. Unicesumar, 2017. Consultado na internet em: 28 abril 2021. RODRIGUES, Bruna. Estudo comparativo do tratamento de hiperpigmentação axilar utilizando ativos cosméticos e eletroterapia. Unisc, 2016. Consultado na internet em: 28 abril 2021. EXPLORE+ Para ampliar seus estudos, leia o artigo História da eletroterapia, de CAPPA CARDOSO, C.; SARAIVA DOS SANTOS, L.; SCHMIDT, P. e FOLMER, V. Veja como Rafael Sacramento e colaboradores utilizam a eletroterapia no artigo Associação de protocolos em eletroterapia na redução de tecido adiposo subcutâneo, de BRITO, Rafael Sacramento et al. Podemos também exemplificar como os conceitos da eletricidade são abordados nas tecnologias estéticas biomédicas no artigo O ensino de física médica em uma abordagem à Biomedicina estética, de CHAVES, G. F. CONTEUDISTA Max Willian Lisboa Gomes CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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