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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Grupo 03 
Emanuel Alves Bréscia, Gabriel Augusto Martins, Henrique Milone Silva, João Marcelo 
Xavier, Jordan Tinte dos Santos e Rodrigo Gomes Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Estudo Dirigido de Formação Econômica do Brasil 
Profº Édil Carvalho Guedes Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2021
 
Questões 
 
Questão 01 – Caracterize o complexo minerador do séc. XVIII (organização econômica, 
sociedade, administração, fluxo de renda). 
Organização econômica: A economia na era do Ouro se tornou ligeiramente mais 
descentralizada em relação à era açucareira devido ao fato de mais pessoas terem acesso à 
exploração do ouro e ser gerado um comércio interno para a demanda de exploração. Com 
esse aumento do acesso ao minério foram implementadas maneiras de realizar o controle e 
imposto sobre o ouro em circulação. O imposto cobrado pela Coroa Portuguesa sobre todo o 
ouro encontrado em suas colônias correspondia a 20%, ou seja, 1/5 (um quinto) do metal 
extraído que era registrado em "certificados de recolhimento" pelas casas de fundição, que 
recolhiam o ouro extraído pelos mineiros, purificavam-no e o transformavam em barras, nas 
quais era aposto um cunho que a identificava como "ouro quintado". 
 
Sociedade: Maior complexidade do que no período açucareiro, trouxe mais possibilidades para 
a sociedade evoluir, dando espaço para as pessoas mudarem de classes de acordo com seu 
ganho, dessa forma, escravos poderiam conquistar de certa forma a “liberdade”, o que não era 
possível antigamente, com isso houve um aumento de imigração voluntária. A exploração de 
ouro de aluvião não necessitava de grandes investimentos iniciais e, por isso, abria 
oportunidades para uma parcela maior da população. 
 
Administração: Em resumo, o sistema estabelecido era o seguinte: para dirigir a mineração, 
fiscalizá-la e cobrar tributo (o quinto, como ficou denominado), criava-se uma administração 
especial, a Intendência de Minas, sob a direção de um superintendente; em cada capitania em 
que se descobrisse ouro, seria organizada uma destas intendências que independia inteiramente 
de governadores e quaisquer outras autoridades da colônia, e se subordinava única e 
diretamente ao governo metropolitano de Lisboa. 
 
Fluxo de renda: Em comparativo temos que a economia mineira possuía uma renda média 
substancialmente inferior à era açucareira, no entanto, os potenciais de seu mercado eram muito 
maiores. Outra característica, que se pode dizer ser um dos cernes do problema, devido a um 
maior percentual de população livre a renda se tornou mais descentralizada na economia. A 
população que se encontrava em um território vasto se reuniu em grupos urbanos e semiurbanos 
e, por último, a grande distância e o difícil acesso da região mineira até os portos contribuiu 
para encarecer os artigos importados. O somatório desses fatores apontava para um 
desenvolvimento da região mineira mais ligado ao mercado interno do que até o momento se 
havia visto na região açucareira. Entretanto, o desenvolvimento endógeno naquela região não 
ocorreu muito provavelmente devida a dois fatores: a princípio a atividade mineradora 
absorveu todos os recursos para se iniciar e estabelecer e posteriormente a incapacidade técnica 
dos imigrantes que chegaram na região impossibilitou o desenvolvimento de forma ponderável 
e significativa das atividades manufatureiras. 
 
 
 
 
 
Questão 02 – Analise e explique o processo de decadência da economia (e da sociedade) 
mineira em seus aspectos fundamentais (geológico, técnico-administrativo, político-
fiscal). Considere também, além da economia do ouro, o caso especial da mineração 
diamantina. 
Aspecto geográfico e econômico: 
O setor meridional do planalto estende-se de São Paulo para o sul. Desaparecem aí as serranias 
alcantiladas de Minas Gerais, substituídas por um relevo mais uniforme e unido que se reveste 
de uma sucessão de florestas subtropicais (os excessos da latitude são corrigidos pela altitude) 
e de campos naturais. No lugar daquelas, onde o solo é mais fértil, instalou-se a agricultura, 
avantajada por um clima privilegiado em que se dão perfeitamente, lado a lado, as mais variadas 
espécies vegetais, desde as dos trópicos até as das zonas temperadas. 
A decadência da mineração do ouro (que já começa a se fazer sentir desde meados do século) 
deriva de várias causas. A principal é o esgotamento das jazidas e a sua técnica deficiente. 
Enquanto se tratava de depósitos superficiais de aluvião, não foi difícil extrair o metal. Mas 
quando foi preciso aprofundar a pesquisa, entranhar-se no solo, a capacidade dos mineradores 
fracassou; tanto por falta de recursos como de conhecimentos técnicos. 
Político-fiscal: 
É preciso lançar a culpa principal sobre a administração pública, que manteve a colônia num 
isolamento completo; e não tendo organizado aqui nenhum sistema eficiente de educação, por 
mais rudimentar que fosse, tornou inacessível aos colonos qualquer conhecimento técnico 
relativo às suas atividades. 
O contexto Político Fiscal da época era de um escopo muito fechado, a colônia não era capaz 
de gerar um crescimento endógeno pois era sufocada pela Coroa, que adentrava as jazidas e 
minas e as explorava até seu total esgotamento, deixando todo o capital investido nessa 
atividade. O não investimento em educação e capacitação deixava a mão de obra pouco 
produtiva e foi fator importante para a perda de mercado na Europa, uma vez que o fluxo de 
metais aumenta ocorre uma queda no seu valor, enquanto na colônia os custos de extração se 
mantêm elevados tornando essa atividade menos lucrativa. 
Diamantina: 
Demarcou-se cuidadosamente o território em que se encontravam os diamantes, isolando-o 
completamente do exterior. Este território, que se chamou o Distrito Diamantino, é o que 
circunda a atual cidade de Diamantina, em Minas Gerais. E a exploração foi outorgada como 
privilégio a determinadas pessoas que se obrigavam a pagar uma quantia fixa pelo direito de 
exploração. Em 1771 modifica-se este sistema, passando a Real Fazenda a fazer ela mesma, 
diretamente, a exploração. Organizou-se uma Junta da administração geral dos diamantes, sob 
a direção de um intendente, para ocupar-se da matéria. Esta administração, como se dava com 
as Intendências do ouro, independe completamente de quaisquer autoridades coloniais, e 
somente prestava contas ao governo de Lisboa. Sua autonomia ainda era maior, porque se 
estendia soberana sobre todo um território. Verdadeiro corpo estranho enquistado na colônia, 
o Distrito Diamantino vivia inteiramente isolado do resto do país, e com uma organização sui 
generis: não havia governadores, câmaras municipais, juízes, repartições fiscais ou quaisquer 
outras autoridades ou órgãos administrativos. Havia apenas o Intendente e um corpo submisso 
de auxiliares que eram tudo aquilo ao mesmo tempo, e que se guiavam unicamente por um 
regimento colocado acima de todas as leis e que lhes dava a mais ampla e ilimitada 
competência. Na área do Distrito ninguém podia estabelecer-se, nem ao menos penetrar ou sair 
sem autorização especial do Intendente, e a vida de seus habitantes (que pelo final do séc. XVIII 
montavam a 5.000 pessoas) achava-se inteiramente nas mãos daquele pequeno régulo que 
punha e dispunha dela a seu talante. Seus poderes iam até o confisco de todos os bens e 
decretação da pena de morte civil sem forma de processo ou recurso algum. Um naturalista 
alemão que, em princípio do séc. XIX visitou o Distrito, assim se refere a ele: "Única na história 
esta ideia de isolar um território no qual todas as condições da vida civil de seus habitantes 
ficassem sujeitas à exploração de um bem da coroa". Além do Distrito Diamantino, outras áreas 
da colônia onde seencontram diamantes também foram destacadas e isoladas, proibindo-se o 
acesso a qualquer pessoa: rio Jequitinhonha (Minas Gerais); rio Claro e Pilões (Goiás); sudoeste 
da Bahia; alto Paraguai (Mato Grosso). Estas áreas não foram aproveitadas e se conservaram. 
A decadência da mineração dos diamantes, que é mais ou menos paralela à do ouro, tem 
também causas semelhantes. Veio a gravá-la um fator: a depreciação das pedras, devido ao seu 
grande afluxo no mercado europeu. O governo português tentou impedir a queda dos preços 
restringindo a produção e a venda; mas seus crônicos apertos financeiros obrigavam-no 
frequentemente a abrir mãos das restrições e lançar inoportunamente no mercado grandes 
quantidades de pedras. O seu valor veio assim, de queda em queda, até princípios do séc. XIX. 
Ao mesmo tempo, uma administração inepta e ineficiente foi incapaz de racionalizar a 
produção e reduzir o custo da extração; tudo se conservou até o fim na mesma rotina de sempre. 
O desastre foi completo, e a exploração de diamantes deixou inteiramente de contar como 
atividade econômica de alguma expressão desde fins do séc. XVIII.

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