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Expansão da Cultura do Café

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P2-FEB
2) Quais as condições externas e internas que viabilizaram a expansão da cultura do
café no Brasil ao longo do século XIX?
R: A expansão da cultura do café no Brasil ao longo do século XIX foi viabilizada por diversas
condições externas e internas. Externamente, a desorganização do grande produtor de café,
que era a colônia francesa do Haiti, causou uma alta nos preços do café e abriu espaço para
que o produto brasileiro se tornasse mais competitivo. A elevação dos preços do café no
mercado internacional foi um fator crucial, tornando o café brasileiro mais atrativo para os
consumidores estrangeiros. Além disso, o aumento da renda nos EUA, que se tornou o
principal mercado consumidor de café, contribuiu para impulsionar a demanda pelo produto
brasileiro independente de flutuações nos preços ou na renda real per capita..
Internamente, a estagnação econômica e a ociosidade de recursos levaram
a um direcionamento desses recursos para outros setores, incluindo a produção de café. A
abundância de terras, a legislação de terras e a articulação da política migratória também
desempenharam um papel crucial. A Lei de Terras, por exemplo, estabeleceu as bases para
a aquisição de terras devolutas, facilitando a expansão da produção cafeeira. Além disso, a
política migratória, que incluía o custo de transporte financiado pelo governo federal e a
possibilidade de uso de pequenos lotes para os imigrantes, incentivou a vinda de
mão-de-obra para as regiões produtoras de café.
A possibilidade de trocar de entregador também foi um fator importante, pois
permitiu que os imigrantes tivessem mais liberdade para escolher onde trabalhar. O estímulo
à imigração europeia foi fundamental para suprir a demanda por mão-de-obra nas plantações
de café, contribuindo para o crescimento da produção. Os cafeicultores desempenharam um
papel crucial na articulação das diferentes partes produtivas, desde a produção até a
distribuição para os consumidores. Eles garantiram que o café chegasse ao mercado
consumidor, estabelecendo conexões e redes de distribuição eficientes.
Portanto, a expansão da cultura do café no Brasil foi resultado de uma
combinação de fatores externos e internos, bem como da atuação estratégica dos
cafeicultores na articulação de toda a cadeia produtiva e distribuição do café. A interação
desses fatores foi fundamental para o desenvolvimento e expansão bem-sucedida da
produção cafeeira no Brasil ao longo do século XIX.
3) Explique o sistema monetário do Padrão-Ouro e explicite as dificuldades dos países
agroexportadores, como o Brasil, para seguir suas regras.
O sistema monetário do Padrão-Ouro foi um arranjo monetário que vigorou
durante o século XIX e início do século XX. Ele se baseava na teoria quantitativa da moeda,
que estabelecia que a emissão monetária deveria ter um lastro em ouro, com um câmbio fixo.
Nesse sistema, cada unidade monetária era convertível em uma quantidade específica de
ouro, o que garantia a estabilidade e a confiança no valor da moeda.
Os países agroexportadores, como o Brasil, enfrentaram dificuldades para
seguir as regras do Padrão-Ouro devido à natureza de suas economias. Enquanto os países
industrializados acumulavam reservas de ouro devido aos valores das exportações maiores,
os países agroexportadores enfrentavam desafios significativos. Um exemplo disso é o
Brasil, que, como grande produtor de café, enfrentou dificuldades em manter o equilíbrio no
sistema do Padrão-Ouro.
Um dos principais desafios enfrentados pelos países agroexportadores era a
dependência em relação a um único produto de exportação. No caso do Brasil, a economia
era fortemente dependente das exportações de café. Isso tornava o país vulnerável a
flutuações nos preços internacionais das commodities. A sazonalidade das colheitas e a
imprevisibilidade das condições climáticas podiam levar a variações significativas na oferta e
nos preços das exportações, afetando a capacidade do país de manter o equilíbrio no
sistema do Padrão-Ouro.
Além disso, a necessidade de expandir a oferta monetária para financiar o
crescimento econômico e a expansão das atividades comerciais representava outro desafio.
No entanto, o sistema do Padrão-Ouro restringia a capacidade dos países de emitir moeda,
uma vez que a oferta monetária estava vinculada às reservas de ouro. Isso limitava a
capacidade de resposta a flutuações econômicas e dificultava a implementação de políticas
monetárias para estimular o crescimento.
Outro desafio significativo era a necessidade de manter reservas
significativas de ouro para apoiar a moeda nacional. Isso limitava a capacidade dos países
agroexportadores de investir em infraestrutura e desenvolvimento interno. A alocação de
recursos para manter as reservas de ouro reduzia os recursos disponíveis para investimentos
em setores como educação, saúde e industrialização.
Um exemplo concreto desse desafio pode ser observado no Brasil, que,
como grande produtor de café, dependia fortemente das exportações desse produto. As
flutuações nos preços do café e a necessidade de expandir a oferta monetária para financiar
o crescimento econômico colocaram o país em uma posição difícil dentro do sistema do
Padrão-Ouro.
Portanto, os países agroexportadores, como o Brasil, enfrentaram
dificuldades significativas para seguir as regras do Padrão-Ouro devido à natureza de suas
economias, à dependência de um único produto de exportação, à necessidade de expandir a
oferta monetária e à limitação imposta pelas reservas de ouro. Esses desafios contribuíram
para a instabilidade econômica e dificultaram o desenvolvimento sustentável desses países
dentro do sistema do Padrão-Ouro.
4) Discuta a importância das flutuações da taxa de câmbio sobre a evolução dos
setores exportador e industrial na economia Brasileira na segunda metade do século
XIX.
Na segunda metade do século XIX, a economia brasileira era fortemente
dependente do setor agroexportador, com destaque para a produção de café, que se tornou
a principal fonte de riqueza do país. Nesse contexto, as flutuações da taxa de câmbio
desempenharam um papel crucial na evolução dos setores exportador e industrial,
influenciando a competitividade, a inflação e as importações de equipamentos. Além disso,
as reformas bancárias desempenharam um papel importante na gestão da política cambial e
no impacto sobre a economia.
A política cambial desempenhou um papel fundamental na determinação da
competitividade do setor agroexportador. Durante esse período, a desvalorização da moeda
era frequentemente utilizada para garantir a lucratividade do setor agroexportador,
especialmente no caso do café. A desvalorização da moeda brasileira em relação a outras
moedas estrangeiras, como a libra esterlina, tornava os produtos brasileiros mais baratos no
mercado internacional, aumentando a competitividade das exportações. Isso beneficiava o
setor agroexportador, permitindo-lhe obter maiores receitas em moeda estrangeira.
No entanto, a desvalorização da moeda também tinha impactos significativos
sobre o mercado interno e o setor industrial. Com a desvalorização, os produtos importados
se tornavam mais caros, o que afetava a capacidade do setor industrial de adquirir
equipamentos e insumos do exterior. Isso criava dificuldades para o setor industrial, limitando
sua capacidade de modernização e expansão, e contribuía para pressões inflacionárias
devido ao aumento dos preços dos produtos importados.
Além disso, as flutuações da taxa de câmbio afetavam diretamente a
competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. A desvalorização da
moeda poderia aumentar a competitividade das exportações, mas também poderia levar a
uma maior volatilidade nos preços internacionais, afetando a rentabilidade do setor
agroexportador.
As reformas bancárias desempenharam um papel importante na gestão da
política cambial e no impacto sobre a economia. Através de reformas no sistema bancário, o
governo buscava controlar a oferta de moeda e regular as taxas de câmbio, visando
equilibrar as necessidadesdo setor agroexportador com as demandas do setor industrial e
do mercado interno. No entanto, essas reformas muitas vezes enfrentavam desafios devido à
complexidade das relações entre os setores exportador e industrial, bem como às pressões
inflacionárias resultantes das flutuações da taxa de câmbio.
Em resumo, as flutuações da taxa de câmbio na segunda metade do século
XIX tiveram um impacto significativo na economia brasileira, afetando a competitividade do
setor agroexportador, a capacidade do setor industrial de importar equipamentos e insumos,
e contribuindo para pressões inflacionárias. As reformas bancárias desempenharam um
papel importante na gestão da política cambial, buscando equilibrar as necessidades dos
diferentes setores da economia.
a) O cultivo do café tornou-se o estabilizador da economia do império, reforçando o
sistema de dominação dos senhores rurais. s
Verdadeiro. O cultivo do café se tornou um pilar da economia do Império, reforçando o
sistema de dominação dos senhores rurais devido à sua lucratividade e influência política.
b) A decretação do Bill Aberdeen ampliou o mercado consumidor de café no Oeste
Paulista e região do Vale do Paraíba, consolidando o escravismo
Falso. O Bill Aberdeen, ou Lei Eusébio de Queirós, de 1850, proibiu o tráfico de escravos, o
que impactou negativamente a mão de obra escrava nas plantações de café.
c) A tarifa Alves Branco foi criada com o objetivo de aumentar a arrecadação de
impostos e incentivar o desenvolvimento econômico do país. Essa tarifa criou taxas
alfandegárias preferenciais para a Inglaterra de 15%.
Falso. A Tarifa Alves Branco, de 1844, foi criada para proteger a indústria nacional,
aumentando as taxas alfandegárias para produtos estrangeiros, não estabelecendo taxas
preferenciais para a Inglaterra.
d) De 1830 a 1880, quase todos os esforços econômicos voltaram-se para o cultivo do
café, que se expandia consideravelmente.
Verdadeiro. Durante esse período, houve uma expansão considerável do cultivo do café,
tornando-se a principal atividade econômica do país.
e) As estradas de ferro foram construídas em decorrência do aumento das regiões
cultivadas e da necessidade de solucionar a questão dos transportes.
Verdadeiro. A expansão das regiões cultivadas, incluindo as plantações de café, e a
necessidade de melhorar os transportes foram fatores que impulsionaram a construção de
estradas de ferro.
f) A lei de terras, aprovada na década de 1850, instituiu um regime de distribuição de
lotes agrícolas similar às capitanias hereditárias.
Falso. A Lei de Terras de 1850 estabeleceu um novo regime fundiário, mas não foi similar às
capitanias hereditárias. Ela estabeleceu a venda de terras devolutas, mas não promoveu a
distribuição de lotes agrícolas.
g) A solução para a falta de mão de obra cafeeira após 1850 apoiou-se no incentivo à
imigração, cujas primeiras iniciativas estavam ligadas à firma Vergueiro & Cia.
Verdadeiro. Após 1850, a falta de mão de obra escrava levou a um incentivo à imigração,
com iniciativas como as da firma Vergueiro & Cia.
h) Com a intensa dificuldade de obtenção de escravizados para as plantações de café
e a acirrada disputa na definição das políticas migratórias, os cafeicultores optaram
por financiar a migração de regiões norte e nordeste para a região produtora de café.
Falso. Com a intensa dificuldade de obtenção de escravizados, os cafeicultores optaram por
financiar a imigração de europeus para a região produtora de café, não de regiões norte e
nordeste do Brasil.
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i) Na crise da década de 1870, os produtores de café no Brasil alavancaram o tráfico de
escravizados vindos de África e investiram na riqueza simbólica (artes, pintura,
arquitetura etc.) de suas propriedades.
Falso. Na crise da década de 1870, o tráfico de escravizados já estava proibido, e a crise
levou a uma diminuição do investimento em riqueza simbólica.
j) As políticas monetárias implementadas ao longo das décadas de 1870 e 1880 tinham
como principal objetivo a expansão do crédito para os setores produtivos.
Verdadeiro. As políticas monetárias implementadas visavam, de fato, a expansão do crédito
para os setores produtivos, incluindo o setor cafeeiro.
k) A expansão da economia do café para o Oeste Paulista, na segunda metade do
século XIX, e a grande imigração para a lavoura de café trouxeram modificações na
história do Brasil, como a divisão dos latifúndios no Vale do Paraíba.
l) A economia do café exerceu um papel essencial no início da industrialização do
Brasil, na medida em que estimulou atividades econômicas destinadas ao mercado
interno e diversificou a sociedade.
Verdadeiro. A economia do café desempenhou um papel essencial no início da
industrialização do Brasil, estimulando atividades econômicas destinadas ao mercado interno
e diversificando a sociedade.
m) Entre as possíveis causas da apreciação cambial do final do século XIX, pode-se
elencar o apogeu das exportações de borracha.
n) As classes urbanas assalariadas tinham interesses comuns aos dos cafeicultores
no que diz respeito aos ganhos de renda advindos da desvalorização cambial, o que
explica o apoio social amplo a políticas monetárias expansionistas.
Falso. As classes urbanas assalariadas não tinham interesses comuns aos dos cafeicultores
em relação à desvalorização cambial, pois a desvalorização prejudicava seu poder de
compra devido à inflação resultante.

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