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INSTITUTO PEDREIRENSE DE EDUCAÇÃO E EXTENSÃO (IPEDE) CURSO TÉCNICO EM ESTÉTICA DOCENTE: BRENNO BEZERRA PRESIDENTE DUTRA – MA , ABRIL DE 2022 INTRODUÇÃO HISTÓRICA Os primeiros experimentos feitos em microbiologia de que se têm notícia datam do final do século XVII e início do século XIX. Como já se sabia, empiricamente, que várias moléstias eram causadas por microrganismos, a pesquisa microscópica em busca desses "minúsculos seres infernizantes" começou quando a ciência ganhou um novo impulso, fato que se deu, principalmente na França e na Inglaterra, após a penúltima década do século XVIII. Os grandes primeiros experimentos feitos em microbiologia ocorreram nos séculos XIX e XX. Entre as várias descobertas que abriram um horizonte mais promissor no campo da microbiologia encontram-se: • 1675: descoberta dos micróbios por Leeuwinshock, com as lentes polidas; • 1772: descoberta de que cada doença tinha um micróbio correspondente, por Plenciz; • 1735: Proposta Karl Yan Lineur, derivada da palavra latina para denominação dos organismos; • 1864: descoberta dos micróbios (Germes) causadores do azedamento do vinho, por Louis Pasteur (França); • 1867: desenvolvimento da cirurgia asséptica • 1894: processo de aquecimento rápido com subsequente esfriamento do leite, chamado processo de pasteurização, por Louis Pasteur; • 1928: descoberta da penicilina, por Alexander Fleming (Escócia), a partir do fungo Penicillium notatum; • 1876-1890: descoberta do bastonete (bactéria) causador do carbúnculo do gado (Bacillus anthracis), por Robert Koch. • 1876-1890: descoberta do bacilo (bactéria) causador da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis (conhecido popularmente por Bacilo de Koch), por Robert Koch; A MICROBIOLOGIA MODERNA Atualmente, a microbiologia, como as demais áreas das ciências médicas, segue o caminho do deve-se especializar o máximo que se puder. Assim, encontramos os bacteriologistas (especializados em bactérias), os virologistas (especializados em vírus), os micologistas (especializados em fungos), os ficologistas (especializados em algas microscópicas) etc. O QUE É MICROBIOLOGIA? A microbiologia é ramo da ciência que estuda os microrganismos e suas relações recíprocas com os demais seres vivos, sua distribuição natural, seus efeitos benéficos ou prejudiciais aos outros seres, suas alterações físicas e químicas no ambiente, preocupando-se com a caracterização morfológica, estrutural, fisiológica, metabólica e reprodutiva. A microbiologia também trata da diversidade e evolução das células microbianas, abrangendo o porquê e como os diferentes tipos de microrganismos surgiram. Ela ainda compreende a ecologia, por isso também trata do local onde os microrganismos vivem na Terra, como eles se associam e cooperam uns com os outros, e o que eles fazem no mundo em geral, no solo, na água, em animais e plantas. Esta ciência gira em torno de dois temas interconectados: o entendimento da natureza e funcionamento do mundo microbiano, e a aplicação do nosso entendimento acerca da microbiologia para benefício da humanidade e do planeta Terra. Como uma ciência biológica aplicada, a microbiologia está na linha de frente de vários avanços importantes na medicina humana e veterinária, agricultura e indústria. De doenças infecciosas para a fertilidade do solo, até o combustível que você coloca no seu automóvel, os microrganismos afetam a vida cotidiana dos seres humanos tanto de forma benéfica quanto de forma prejudicial. Os microrganismos já existiam na Terra há bilhões de anos antes do surgimento das plantas e dos animais. São as menores formas de vida e coletivamente constituem maior parte da biomassa da Terra, executando muitas reações químicas essências para os organismos superiores. Na ausência dos microrganismos, as formas de vida superiores nunca teriam surgido e não poderiam ser sustentadas. De fato, o próprio oxigênio que respiramos é o resultado de atividade microbianas precedente. Além disso, seres humanos, plantas e animais são intimamente dependentes da atividade microbiana para a reciclagem de nutrientes-chave e para a degradação de matéria orgânica. Os microrganismos podem ser subdivididos em quatros grupos gerais: as bactérias, os fungos, os vírus e os parasitas, cada um apresentando o seu próprio grau de complexidade. Alguns microrganismos apresentam uma relação com o hospedeiro (onde se hospeda) que é chamada de simbiose. Existem três classificações para a simbiose: • Comensalismo; • Mutualismo e • Parasitismo COMENSALISMO No comensalismo há uma relação harmônica entre as espécies e por este motivo não há prejuízo para nenhuma das partes. Um exemplo dessa classificação é a relação entre o tubarão e a rêmora (peixe): este peixe acompanha de perto o tubarão, alimentando-se dos restos de alimentos descartados pelo tubarão. Assim, a rêmora é transportada pelo tubarão enquanto alimenta-se dos restos de sua alimentação. Esse processo não prejudica nenhuma das partes. MUTUALISMO No mutualismo existe um tipo de comensalismo onde as duas espécies se beneficiam. Veja que interessante: abelhas se alimentam do néctar das flores. O néctar é produzido na base das pétalas das flores, cujo o qual é um líquido rico em açúcares. Quando as abelhas colhem o néctar, grãos de pólen se depositam em seu corpo, esse pólen contém células reprodutoras masculinas da planta. Pousando em outra flor, esses insetos deixam cair o pólen na parte feminina da planta. As duas células reprodutoras – a masculina e a feminina – irão então se unir e dar origem ao embrião (contido dentro da semente). Perceba que existe uma relação entre esses insetos e a planta em que ambos lucram. PARASITISMO Já o parasitismo acontece quando uma única espécie se beneficia trazendo prejuízos ao hospedeiro, como os mosquitos ou vírus da raiva, por exemplo. É caracterizado com uma espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe, em consequência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria morte do indivíduo parasitado. QUAIS SÃO OS PATÓGENOS QUE PODEM PREJUDICAR A SAÚDE? Uma infinidade de microrganismos estão presentes no ambiente e podem desencadear uma série de doenças. Quem são esses microrganismos? Bactérias: as bactérias patogênicas de origem humana causam, tipicamente, doenças do trato gastrointestinal, como febre tifoide e paratifoide, disenteria, diarreia e cólera. As bactérias causam cerca de metade de todas as doenças humanas. Por exemplo, mais de 1 milhão de pessoas morrem a cada ano de tuberculose pulmonar, causada por Mycobacterium tuberculosis. E outros 2 milhões de pessoas morrem anualmente de doenças diarreicas causadas por várias bactérias. Algumas doenças bacterianas são transmitidas por outras espécies, como pulgas ou carrapatos. As enfermidades de origem alimentar ocorrem quando uma pessoa contrai uma doença devido à ingestão de alimentos contaminados com microrganismos ou toxinas indesejáveis. Essa condição é frequentemente denominada infecção e intoxicação alimentar. Os microrganismos geralmente causadores das infecções alimentares são: Salmonella sp, Listeria monocytogenes, Campylobacter jejuni, Escherichia Coli, entre outros. FUNGOS Fungos: estão por toda parte. No ar, nas superfícies e até em nosso corpo. Por isso, é inevitável nossa exposição a eles. Mas em condições favoráveis, os fungos se desenvolvem. E quando isso acontece no nosso organismo, podem dar origem a um processo infeccioso, as chamadas micoses. Micoses superficiais são aquelas que atingem a parte externa da pele, ao redor dos pelos e até as unhas. Uma das mais comuns é a frieira. As unhas tambémsão um alvo frequente dos fungos. Esta infecção é chamada de onicomicose. VÍRUS AIDS. PROTOZOÁRIOS animais, e na maioria das vezes dependem de um hospedeiro para sua sobrevivência e reprodução. Por exemplo a doença de Chagas causada pelo Tripanosoma Cruzi e transmitida pelo inseto barbeiro e a malária causada pelo Plasmodium sp. e transmitida pelo mosquito Anopheles. ESPOROS Esporos: são células envolvidas por uma parede celular resistente para proteção quando existe uma condição de risco, mantendo-a latente até que as condições sejam favoráveis e ela volte a sua atividade normal. Em geral, são muito resistentes, podendo resistir até mesmo a desinfecções de alto nível. PERIGOS FRENTE AOS PATÓGENOS Muitos microrganismos são considerados como riscos biológicos, dentre eles temos os vírus, as bactérias, os parasitas, os protozoários, os fungos e os bacilos. O risco biológico está diretamente associado por meio do contato direto com o indivíduo, ambiente, ou qualquer material contaminado. Os microrganismos mais frequentes são as bactérias. Patógenos que necessitam de um meio de transporte para a sua proliferação no ambiente, esses transportes são: as mãos, roupas, equipamentos, utensílios e superfícies de contato. A contaminação biológica nos indivíduos se estabelece de forma cutânea ou percutânea, com ou sem lesões, contaminação via aérea (respiratória), conjuntiva (pele), oral (ingestão) e via ocular (mucosa conjuntival). Existem evidências sobre contaminação em manicures, pedicures, podólogos, cabeleireiros e barbeiros em locais como: salões de beleza, barbearias, hospitais e instituição para idosos. ESSE TIPO DE CONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA PODE OCORRER POR INÚMEROS FATORES: Reuso de materiais descartáveis como lâminas; Inadequada desinfecção e esterilização de instrumentais e equipamentos; Uso incorreto de soluções químicas desinfetantes; Falta de assistência no pós-trauma à pele e mucosas; Desconhecimento sobre a prevenção através do uso de vacinações; Incorreto descarte de materiais cortantes e perfurantes; Uso incorreto ou o não uso q ( I’ ); Falhas na prevenção de acidentes. MICROBIOLOGIA DENTRO DA ESTÉTICA: HIGIENIZAÇÃO E TRANSMISSÃO DE PATÓGENOS POR MEIO DAS MÃOS As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos, sendo a pele um possível reservatório de diversos germes, que podem ser transferidos de uma superfície para a outra, pelo contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfície contaminados. A pele das mãos hospeda, principalmente, duas populações de microrganismos: Os pertencentes à microbiota residente – são constituídos por microrganismos de baixa virulência. É mais difícil de ser removida pela higienização das mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele ligada às camadas mais profunda da pele. Não é facilmente removível com a lavagem das mãos. Os pertencentes à microbiota transitória – colonizam a camada mais superficial da pele, o que permite sua remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais facilidade quando utiliza uma solução anti-séptica. Exemplo das bactérias de Gram-negativo, como as enterobactérias (Escherichia coli) bactérias não fermentadoras (Pseudomonas aeruginosa) além dos fungos. Coloniza as camadas superficiais da pele, sendo adquirida no contato com pacientes ou com superfícies contaminadas em proximidade com os pacientes. É a mais frequentemente associada a Infecções Hospitalares, sendo facilmente removível com a lavagem adequada das mãos. A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades: Remoção da sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato. Prevenção e redução das infecções causadas pela transmissão cruzada. PRINCÍPIOS ATIVOS USADOS COMO DESINFETANTES (MAIS COMUNS E DE FÁCIL ACESSO/CUSTO) Água – A água deve ser livre de contaminantes químicos e biológicos. SABÕES Sabões – Recomendam-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Não tem atividade antimicrobiana. Retiram a sujeira, várias substâncias orgânicas e a flora transitória frouxamente aderida à pele. PAPEL TOALHA Papel Toalha – Deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente aceitável e não liberar partículas. AGENTES ANTI-SÉPTICOS Agentes Anti-sépticos – São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente. Entres os principais antissépticos utilizados para higienização das mãos destacam-se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. IODO Iodo: Além do uso como antisséptico pode ser usado na desinfecção de vidros, ampolas, metais resistentes à oxidação e bancadas. A formulação pode ser de álcool iodado, contendo 0,5 e 1,0 % de iodo livre em álcool etílico de 77% (v/v), que corresponde a 70% em peso ou iodóforos na concentração de 30 a 50 mg/L de iodo livre. O (PVPI) Iodopovidona pode ser utilizado na assepsia das mãos, regiões para injeção, campos cirúrgicos etc. Não se recomenda o uso em mucosas (ex. boca, olhos, ânus etc.). CLORO Cloro: O hipoclorito está indicado para desinfecção e descontaminação de superfícies e de artigos plásticos e borracha. Também é utilizado em superfícies de áreas como lavanderia, lactário, copa, cozinha, balcões de laboratório, banco de sangue, pisos etc. É um agente desinfetante de amplo espectro, barato, não tóxico dentro de suas especificações (utilizar equipamento de proteção individual como máscara, óculos, luvas e aventais). Em sua concentração a 5% com aproximadamente 20 minutos de exposição, destrói. ÁLCOOL Álcool: O álcool é amplamente usado como desinfetante, tanto o álcool etílico, 70% (p/v), como o isopropílico, 92% (p/v), por terem atividade germicida, menor custo e pouca toxicidade, sendo que o álcool etílico tem propriedades germicidas superiores ao isopropílico. O seu uso é restrito pela falta de atividade esporicida, rápida evaporação e inabilidade em penetrar na matéria proteica. É recomendável para desinfecção de nível médio, com tempo de exposição de 10 minutos, sendo recomendáveis três aplicações intercaladas pela secagem natural. A concentração ideal é da faixa de 60% a 90%. O mecanismo de ação do álcool depende de sua concentração. Diferentemente de outros desinfetantes o álcool mais concentrado ou absoluto não exerce maior poder de desinfecção. Em concentrações de álcool superiores a 50%-70% eles dissolvem membranas lipídicas, desestabilizam a tensão da superfície celular, comprometendo a integridade da membrana levando as células a lise. Já as concentrações 60% a 70% álcool entra no nucleoplasma (meio que contorna o material genético) desnatura proteínas através de coagulação, outro fato importante é que o álcool 70% possui maior tempo de ação (evapora mais devagar). A água é necessária para a coagulação das proteínas, e, portanto, a concentração ideal para a atividade microbicida é de 70% álcool. No entanto, é eficaz contra formas vegetativas de muitas bactérias e esporos de fungos. CLOREXIDINA Clorexidina: O composto clorexidina (Hibiclens, Hibitane) é um complexo orgânico contendo cloro e anéis fenólicos. Seu mecanismo de ação ocorre nas duas membranas celulares pela diminuição da tensão superficial e da estrutura proteica através de desnaturação.Em concentrações moderadoaltas é um bactericida para bactérias tanto gram-positivas quanto gramnegativas, porém ineficaz contra esporos. Sua ação em fungos e vírus é variável. Clorexidina: O composto clorexidina (Hibiclens, Hibitane) é um complexo orgânico contendo cloro e anéis fenólicos. Seu mecanismo de ação ocorre nas duas membranas celulares pela diminuição da tensão superficial e da estrutura proteica através de desnaturação. Em concentrações moderado a altas é um bactericida para bactérias tanto gram-positivas quanto gramnegativas, porém ineficaz contra esporos. Sua ação em fungos e vírus é variável. A clorexidina tem vantagens sobre outros antissépticos devido seu caráter suave/benigno, baixa toxicidade, ação rápida e baixa absorção tecidual. É o antisséptico mais utilizado no controle de Staphylococcus MRSA (cepasbacterianas resistentes a antibióticos) em hospitais. Dentre as suas principais aplicações, destacam-se: degermação das mãos eantebraço da equipe; preparo da pele (pré-operatório e procedimentos invasivos); lavagem simples das mãos. HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS Finalidade: Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como, o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade que propiciam a permanência e a proliferação de microrganismos. Duração do procedimento: 40 a 60 segundos. A simples limpeza das mãos de forma correta, pode prevenir uma série de contaminações, seja ela por fungos ou bactérias. A higienização tem como objetivo eliminar as mãos da sujeira, removendo bactérias, transitórias e residentes, como também, células descamativas, pelos, suor, oleosidade da pele, e deve ser feita antes e depois de atender cada cliente. PASSO A PASSO: LAVAGEM DAS MÃOS 1. Molhar as mãos com água 2. Aplique na palma das mãos a quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir todas as superfícies das mãos 3. Ensaboe as palmas das mãos, friccionando-as entre si 4. Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa 5. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais 6. Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando com os dedos, com movimentos de vai-e-vem e vice-versa 7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se do movimento circular e vice e versa 8. Friccione as polpas digitais e unhas da mão esquerda, fazendo movimentos circulares e vice-versa. 9. Enxague bem as mãos com água 10. Seque as mãos com papel toalha descartável RISCOS QUE SÃO OBSERVADOS NAS CLÍNICAS DE ESTÉTICA Os riscos principais ligados a microbiologia dentro da estética são riscos biológicos, bioquímicos e químicos, físico-acidentais e ergonômicos. RISCOS BIOLÓGICOS Este risco está associado a qualquer tipo de ser vivo que possa apresentar algum tipo de ameaça: Bactérias, Leveduras, Fungos, Parasitas e também outros seres humanos. A transmissão desses patógenos podem ser realizadas pelos materiais utilizados pelos profissionais como alicates, espátulas, escovas, máscaras, luvas, touca, entre outros utensílios. RISCOS BIOQUÍMICOS E QUÍMICOS Este tipo de risco é quando se envolve algum perigo ao manusear materiais químicos que podem causar danos físicos ou prejudicar a saúde, podemos dizer que substâncias tóxicas se encaixam nessa categoria. Exemplo: tintas de cabelo, produtos de limpeza, emulsões, ou algum outro tipo de substancia. Os riscos químicos são gases, vapores que podem entrar em contato com o organismo principalmente por vias áreas. RISCOS FÍSICO-ACIDENTAIS Nessa classificação entram os riscos com equipamentos, máquinas usadas pelo profissional de estética, e também a infraestrutura e instalação da clínica. Entra-se nessa categoria temperaturas excessivas, vibrações, radiações, umidade, eletricidade e incêndio. RISCOS ERGONÔMICOS Nesse risco estão o esforço físico, postura inadequada durante procedimentos, situação de estresse e monotonia/repetitividade. PROCEDIMENTOS EXIGIDOS PARA GARANTIR UM AMBIENTE LIVRE DE CONTAMINAÇÕES É importante salientar que em ambiente coletivo onde há contato com diversas pessoas de origem e costumes diversificados, é necessário adotar procedimentos de higienização diferentes dos comumente utilizados em ambientes domésticos. Segundo o decreto no 23.915 da Covisa (Vigilância Sanitária Municipal), os profissionais de beleza devem seguir as seguintes normas sanitárias: Possuir paredes e pisos lisos e impermeáveis para não acumular microrganismos, poeira ou resquícios de secreções; Deve ter: lixeira de pedal com saco plástico para descarte de material contaminado, lavatório com sabonete líquido e papel toalha; Maca com superfície lisa ou lavável, forrada de lençol TNT ou papel branco (resistente); Todos descartáveis devem ser trocados a cada cliente; Mesa auxiliar (carrinho) com superfície lisa e lavável, para acomodar bandeja forrada com papel toalha para os materiais de uso; Touca e faixas devem ser descartáveis; Utilizar instrumentos esterilizados ou descartáveis; Na cabine de estética ou na clínica, a esteticista deve estar atenta para higienização de materiais. Os profissionais de estética devem adotar este procedimento como um hábito e seguir as recomendações corretamente. Alguns pontos devem ser cuidados em relação aos produtos de higienização. Por exemplo, o sabonete em barra, ao formar rachaduras, pode abrigar muitas bactérias. A água que se acumula na saboneteira, somada aos restos que se dissolveram, também é criadouro para os microrganismos, pois esse tipo de sabão não contém álcool em sua formulação. LIMPEZA DE MATERIAIS LIGADOS A MICROBIOLOGIA DENTRO DA ESTÉTICA EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Os EPIs são “ trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a ú ” Ou seja, equipamentos fundamentais para a proteção dos trabalhadores perante os riscos de uma atividade ou local de trabalho. OS PRINCIPAIS EPIS PARA ESTÉTICA SÃO: • Luvas de Segurança; • Óculos de Proteção; • Calçado de Segurança. Além destes produtos, outros itens são fundamentais e, mesmo não sendo considerados EPIs, também são importantes para a proteção do trabalhador. Alguns exemplos são: • Jaleco; • Touca; • Máscara Cirúrgica; • Avental; LUVA DESCARTÁVEL DE SEGURANÇA Esteticistas estão sujeitos à exposição direta ou indireta a sangue, secreções, excreções ou objetos visivelmente contaminados com fluidos corporais dos clientes. Esse tipo de contato pode causar contaminações indesejadas e, por isso, o uso de Luvas de Segurança pode ser fundamental para evitar qualquer problema futuro. É importante lembrar que as luvas deverão ser utilizadas em todos os procedimentos e ser descartadas ao final de cada um deles, pois são de uso único. ÓCULOS DE SEGURANÇA O Óculos de Segurança é um dos EPIs para Estética e deverá ser utilizado pelo profissional que está exposto a partículas volantes, por exemplo. Protegem os olhos do usuário evitando respingos que podem causar irritação ou até mesmo uma contaminação. Além disso, podem ser usados para proteger os clientes, também, contra raios infravermelhos ou luminosidade intensa de algum aparelho. SAPATOS FECHADOS Eles são imprescindíveis porque sua utilização recobre toda a superfície do pé para evitar que você possa ter algum acidente com vidrarias ou perfurocortantes; • OBS: NÃO UTILIZAR SAPATOS ABERTOS. JALECO Geralmente o mais utilizado é o Jaleco Branco de mangas longas. Os jalecos de tecidos devem ser lavados e trocados diariamente, sendo utilizados somente nos espaços de atendimentoe contato com o cliente. TOUCA A utilização da touca pelo profissional da estética previne a contaminação cruzada de micro-organismos presentes no cabelo. Além disso, também protege contra a queda de cabelo do profissional durante as atividades. MÁSCARAS Muitas vezes nas clínicas estéticas possuem ambientes onde há muito vapor e gases químicos devido aos procedimentos ali realizados. Nesses casos, é recomendado o uso de máscaras para proteção das vias aéreas do usuário. Além disso, as máscaras também protegem o cliente de qualquer gotícula que saia da boca do trabalhador enquanto realiza um procedimento, por exemplo. Lembre-se que as máscaras são descartáveis e, portanto, devem ser descartadas ou trocadas a cada 2 horas. LEMBRETE Os profissionais que atuam na área de estética devem fazer o uso de equipamentos de proteção individual durante procedimentos de limpeza de pele, aplicação de produtos químicos, massagens e procedimentos similares, pois os mesmos podem entrar em contato com micro-organismos patógenos nas mãos, roupas, cabelos e equipamentos, prejudicando assim ambos. IMUNOLOGIA Conceito: Estuda o antígeno, os anticorpos e as funções de defesa do hospedeiro, em particular quando estas estão relacionada a imunidade e doenças, reações biológicas de hipersensibilidade alérgica e rejeição a tecido estranhos. Inflamação: reação do organismo. Infecção: Implantação, multiplicação e crescimento de seres inferiores em organismo especializado. As relações desses seres com o hospedeiro podem ser dentre outras: Parasitismo: Existe prejuízo para o hospedeiro, pois eles perdem nutrientes e não recebem nada em troca. ALERGIAS Os sintomas da alergia podem variar segundo o seu tipo, todavia, nós podemos distinguir sintomas leves, moderados e graves. Se um sintoma for classificado como leve, a pessoa pode se automedicar (peça conselhos ao seu farmacêutico), o que não é o caso dos sintomas moderados e, sobretudo dos graves, que necessitam de uma consulta médica. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A GRAVIDADE DOS SINTOMAS DA ALERGIA: Leve: os sintomas leves são aqueles que afetam um local específico do organismo, por exemplo, um edema leve, um nariz congestionado (devido a uma rinite alérgica, por exemplo), olhos avermelhados. Estas reações não “ ” Moderado: os sintomas moderados são aqueles que podem se propagar a outras partes do corpo. Por exemplo, uma coceira geral ou dificuldades respiratórias (asma). Grave: os sintomas graves podeM provocar uma queda de pressão muito forte e pode levar a uma perda da consciência. Isto necessita de uma consulta médica urgente! Para tratar os sintomas e evitar que isso se reproduza (prevenção). QUEM TEM ALERGIA PODE FAZER LIMPEZA DE PELE? Antes de se fazer a limpeza, é necessária uma avaliação prévia da condição da pele da pessoa, porque nem sempre existe indicação. A pele é um órgão muito complexo e caso esteja com lesões, como alergias ou acne externas, a limpeza não pode ser realizada. Se você fizer a limpeza em uma pele muito lesionada, a dor vai ser muito grande e o resultado não vai ser o melhor. Outro detalhe é quanto à associação de produtos durante a limpeza. Isso pode gerar processos alérgicos sérios, que deixam manchar no rosto. PORQUE LIMPAR A PELE? A Limpeza de pele deve ser feita porque a pele se renova a cada 28 dias e a camada de células mortas permanece dando aspecto de uma pele mais grossa, oleosa e desidratada. Os objetivos desse tratamento são a eliminação de impurezas, desobstrução dos poros, retiradas de células mortas e o não surgimento de cravos e espinhas. Para isso, o especialista usa sabonete, vapor, produtos cicatrizantes, anti-sépticos, máscaras, calmantes e protetor solar para finalizar. Em cada tipo de pele são usados produtos próprios e é comum o aparecimento de pequenas manchas vermelhas durante dois ou três dias após o procedimento. Espinhas também são normais, porque a limpeza mexe com as glândulas. A periodicidade do tratamento depende do tipo de pele do individuo. Peles oleosas necessitam de uma limpeza mensal, enquanto as normais, secas e mistas, podem esperar três meses para um próxima sessão. Feita a limpeza na clínica especializada, é preciso que a pessoa faça a manutenção do tratamento em casa. Isso em envolver cuidados específicos para cada tipo de pele para não sofrer reações. As oleosas, por exemplo, devem ser lavadas duas vezes ao dias com sabonetes neutros e jamais devem ser expostas a cremes. Todos os produtos para esse tipo de pele, inclusive os filtros solares, devem ser a base de gel. Para as peles secas e normais, está proibido o uso de sabonetes porque retiram a oleosidade, mas as substâncias cremosas estão liberadas, desde que sob orientação. Para as peles mistas, nem creme, nem gel; existe um produto chamado gel-creme que é o mais indicado para esse tipo de pele. DOENÇAS ADQUIRIDAS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA Entre os diversos micro-organismos causadores de doenças, estão: Hepatite A, B e C (transmitidas pelo sangue, secreções, lágrimas e suor), Herpes Labial e Genital (uso de equipamentos em outro cliente contaminado sem devida esterilização e limpeza), Gripes (incluindo a H1N1), Tuberculose (por isso é importante o uso de máscaras do profissional), Micoses (oriundas de equipamentos compartilhados) e a AIDS (em contato com agulhas contaminadas). A contaminação pode ocorrer pela via direta ou indireta, a via direta se baseia na transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por gotículas, contato com a mucosa dos olhos e via cutânea. Via Indireta – transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão por meio de mãos, como em perfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies. O PAPEL DA ANVISA No Brasil, diversos profissionais ligados à área de saúde estética, como esteticistas, manicures, pedólogos, cabeleireiros precisam seguir regras e normas estipuladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obter o Alvará Sanitário, sem o qual o estabelecimento não pode funcionar. Existe a necessidade de cumprir essas regras. A esterilização de materiais usados, o tamanho adequado do local de trabalho, o que pode e o que não pode estar nesse ambiente de trabalho, as boas condições físico-estruturais, o local dos equipamentos para evitar a contaminação cruzada e as boas práticas dos profissionais da área. O papel da Anvisa é o de fiscalizar e fazer cumprir essas regras, podendo a empresa ser inspecionada sem prévio aviso. A esterilização deve ser realizada em um local exclusivo ou na área de procedimento de modo a facilitar a remoção completa de riscos frente a contaminações. Antes da esterilização é preciso a higienização de equipamentos que sejam de metais ou não. Ela também pode ser feita com equipamentos específicos para este fim, como as autoclaves.