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RESENHA CRÍTICA DA OBRA LINGUAGEM E PERSUASÃO. Disciplina: Português Instrumental - 1º Semestre Bacharelado em Administração - Superior Discente: Ana Paula da Silva da Luz Docente: Clodoaldo Adamczuk A seguir será apresentada a resenha crítica do livro Linguagem e Persuasão do autor Adilson Citelli, mestre em Letras e Professor de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Na mesma instituição realizou seu mestrado e doutorado em Literatura Brasileira. Escreveu o livro Linguagem e Persuasão, da série Princípios da Editora Ática. O exemplar foi publicado em 2002 na cidade de São Paulo (sede da Editora), composto por 78 páginas, cinco capítulos e volume 17. A obra é dividida em 4 capítulos principais, sendo eles: A tradição retórica, Signo e persuasão, Modalidades discursivas e Textos Persuasivos. A obra inicia-se com o seguinte questionamento se existe a possibilidade de transmitir informação sem persuadir. O autor comenta sobre os típicos discursos das revistas e dos jornais que afirmam trazer informação sem ter a intenção de induzir o ouvinte. Adilson expõe que esse tipo de discurso busca sugestionar o receptor a uma única direção: a verdade criada pelo emissor, não abrindo espaços para dúvidas. Em seguida, é afirmado que elementos persuasivos e o discurso estão intimamente ligados e alegoricamente são representados, respectivamente, como pele e corpo. Em relação à tradição retórica, Citelli coloca a antiga sociedade grega como referência na arte de discursar e como seu modo de praticar a democracia exigia habilidades de argumentação. Ele descreve que no estado grego, dominar a linguagem e ter capacidade de expor suas ideias era ao mesmo tempo uma ciência e uma arte, esse apreço fez com que surgissem as primeiras reflexões acerca da linguagem. Os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles estudaram e debateram acerca do discurso, mas foi somente com o último, que o assunto foi estudado de modo aprofundado. Aristóteles, em seu livro Arte retórica, aborda elementos da gramática, lógica, filosofia da linguagem e estilística, bem como, apresenta um conjunto de normas e regras que visa desmembrar os procedimentos persuasivos. Para o filósofo grego, a retórica não precisa assumir uma atitude ética visto que seu objetivo é descobrir o que é próprio para persuadir. Entre algumas regras estão: exórdio(introdução), narração(argumentação), provas (comprovação da argumentação), peroração(conclusão). Dando continuidade, Verossimilhança é aquilo que se constitui em verdade a partir da sua própria lógica, ou seja, mesmo que algo seja uma mentira pode ser transformado em verdade. A verossimilhança é fundamental para a persuasão. A respeito de signos, o autor explica a diferença de significante e significado. O significante é o aspecto concreto do signo, sua realidade material, já o significado é o aspecto imaterial conceitual do signo. O autor ainda vai descrever os discursos autoritário, lúdico e polêmico, e como cada um deles apresenta diferentes graus de persuasão. O lúdico tendo o menor, polêmico o médio e o autoritário o maior. Acerca dos textos persuasivos, Citelli caracteriza o texto publicitário, o texto jornalístico e o texto literário. Ele vai identificar os elementos de cada um e sua maneira de persuadir o receptor. Por fim, o questionamento da introdução do livro “Existe informação sem persuasão?” é respondido. As discussões apresentadas no desenrolar da obra permitem o autor concluir que as informações estão sim vinculadas a persuasão e que apenas certos atos não tem como principal objetivo convencer alguém. A arte é um exemplo disso, já que é mais simbólica e livre e está menos preocupada com convencimento em si, por esse motivo tem uma natureza discursiva menos persuasiva e nas palavras do autor, mais lúdica. Contudo, o fato de a persuasão estar presente nos discursos não é algo necessariamente ruim, visto que, é compreendido na obra que existem várias formas de persuadir e que ela faz parte do cotidiano das pessoas e que nem todas esses tipos de persuasão têm finalidades nocivas. Conforme o autor, a persuasão está nas estruturas mais simples da sociedade, bem como nas mais complexas. As pessoas desde sua fase mais inocente e vulnerável estão sendo persuadidas. Para melhores fins de entendimentos sobre as diferentes formas de persuadir, a seguir serão apresentados casos que a representem. Por exemplo, pedir que alguém experimente um alimento diferente da qual está acostumada em sua rotina é uma forma leve e inofensiva de persuadir, ao passo que, buscar convencer uma população ao seguir determinada ideologia é algo mais complexo e prejudicial. Esses casos são diferentes, mas ao mesmo tempo similares, já que antes de mais nada para persuadir alguém, essa pessoa precisa estar aberta para ouvir e decide sozinha se quer ou não ser convencida. Para os indivíduos terem capacidade de tomarem decisões sozinhos, eles devem estar incluídos em governos democráticos e de livre circulação de ideias, já que em Estados autoritários a população não tem liberdade para fazer suas próprias escolhas e são obrigadas a seguir sem questionar. Além do mais, governos totalitários não utilizam da persuasão, a violência e repressão são seus meios de atuação. As notícias e a publicidade são meios que mais atingem as massas. A publicidade domina as ruas e mídias socias, usa de esquemas a fim de obter o convencimento dos receptores. Segundo o autor, o jornal tenta assumir uma posição “neutra” que tem como objetivo apenas de informar e não convencer ninguém, todavia, ele deixa claro que esse tipo de afirmação busca convencer os leitores de algo e por isso é persuasão. O veículo jornalístico é a melhore representação dos dois lados da persuasão. Uma notícia que anuncia sobre os benefícios de doar sangue para a população é uma persuasão positiva. Notícias que alertam sobre os perigos de doença e como se proteger e reportagens incentivando ações para o melhoramento das cidades são outros exemplos de persuasão positiva. Entretanto, classes sociais dominantes são favorecidas pela mídia e retratadas de maneira distintas das menos favorecidas. Por exemplo, dois jovens cometem o mesmo crime, enquanto um sempre será representado como “estudante” ou “jovem”, o outro por sua posição menos privilegiada e características físicas é sempre ladrão. Esse favoritismo colabora com estereótipos negativos a respeito de classes e bairros vulneráveis. Isso é uma forma de persuasão considerada negativa. Linguagem e persuasão é uma obra breve e bem explicada, é válida por compartilhar fatos que desmistificar rasas opiniões que resumem persuasão a mentiras. O conteúdo é útil para todos os públicos, porém mais indicado, para profissionais e estudantes do ensino superior de cursos, como: Administração, Comunicação, Letras, entre outros. É indicado para essas áreas porque é importante para aprender sobre a analise discursiva e saber utilizar ela corretamente. O livro é pequeno, mas não deixa de ser técnico, diante disso seria interessante ter alguns conhecimentos prévios antes de iniciar a leitura para melhor entendimento da temática em questão.
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