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DISCIPLINA: ANIMAIS SELVAGENS 2022/1 Prof. Eduardo Burgarelli Mayrink Cardoso Graduação em Medicina Veterinária – Universidade Federal Fluminense (2019) Residência em Clínica e Cirurgia de Animais Selvagens – UNESP campus de Botucatu (2022) Pós-graduação em Neurologia Veterinária – Instituto Bioethicus (em andamento) MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • Família Canidae Cerdocyon thous Speothos venaticus Lycalopex vetulus Lycalopex gymnocercus Chrysocyon brachyurus Canis lupus Atelocynus microtis Vulpes lagopusLycaon pictus G O O G L E I M A G E N S MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • Família Canidae • Ampla distribuição geográfica; • Anatomia similar a do cão doméstico; • Peso varia entre 2 e 40 kg; • Fórmula dentária típica dos canídeos: I 3/3, C 1/1, P 4/4 e M 3/3, com algumas variações; • Dentes caninos são longos, proeminentes e pontiagudos; • Molares adaptados para mastigação, sendo o primeiro molar inferior e o terceiro pré-molar superior adaptados para rasgar; • Normalmente apresentam rosto longo e são adaptados para locomoção cursorial; • Andam sobre seus dedos; • Normalmente apresentam cinco dedos nas patas dos membros torácicos e quatro dedos nas patas dos membros pélvicos; • Unhas não retráteis; • Hábito alimentar onívoro, com exceção do cachorro-vinagre, classificado como exclusivamente carnívoro; • Hábitos solitários e noturnos, em sua maioria, podendo ocorrer variações entre espécies que caçam em pares (exceção do cachorro-vinagre que vive em grupos familiares). CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • CONTENÇÃO FÍSICA A contenção física de canídeos silvestres pode ser realizada para intervenções simples e de curta duração, como a aplicação de fármaco. O estresse causado pela contenção inadequada e/ou excessivamente prolongada pode levar a graves consequências, até mesmo à morte do animal em situações extremas. A contenção física pode ser feita com auxílio de puçás, com diâmetro do aro adequado ao porte do animal. Para espécies que vivem em tocas, como é o caso do cachorro-vinagre, ou em recintos em que há compartimentos onde os animais podem se esconder no momento do manejo, pode ser utilizado o cambão para capturar e conter o indivíduo. No entanto, como o cambão restringe o animal pelo pescoço, é necessário bastante cuidado e domínio do equipamento para que o animal possa ser solto rapidamente, evitando o seu sufocamento. Equipamentos com dispositivo automático de afrouxamento do laço dão mais segurança ao manuseio (Cubas et. al. 2014). MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • CONTENÇÃO QUÍMICA • Medicação Pré-Anestésica (MPA/Sedação): Cetamina, Tiletamina, Dexmedetomidina, Medetomidina, Midazolam, Zolazepam, Xilazina, Acepromazina, Clorpromazina, dentre outros; • Anestesia Geral: Inalatória (Isoflurano e Sevoflurano) & Intravenosa Total ou Parcial (Propofol); • Analgésicos: Fentanil, Metadona, Morfina, Nalbufina, Butorfanol, Buprenorfina, Naloxona, Tramadol, Meloxicam, Cetoprofeno, Carprofeno, Coxibes, Dipirona, Gabapentina, Amitriptilina, dentre outros. ARQUIVO PESSOAL MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • Principais Afecções NÃO INFECCIOSAS: • Traumatismos; • Urolitíase; • Artropatia medicamentosa (filhotes): • Enrofloxacina. ARQUIVO PESSOAL MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • CIRURGIA • Ortopedia de Membros Pélvicos • PELVE • Fraturas de alto impacto; • Indicação cirúrgica para luxação sacroiliaca, fratura de íleo e fratura de acetábulo devido a transmissão de carga do esqueleto axial para o apendicular e a possibilidade de estreitamento do canal pélvico; • Estabilização cirúrgica de fraturas é indicada através de placas e parafusos ou parafusos e cimento ósseo (PMMA – polimetilmetacrilato); • Estabilização cirúrgica de luxação sacroilíaca é indicada através da utilização de parafusos corticais. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • CIRURGIA • Ortopedia de Membros Pélvicos • FÊMUR • Fraturas de alto impacto; • Indicação cirúrgica na maioria dos casos; • Estabilização cirúrgica de fraturas proximais e distais, próximas a articulação, através de parafusos lag, fios de kirschner, pinos de rush e banda de tensão; possibilidade de utilização de placas e parafusos dependendo da fratura; • Estabilização cirúrgica de fraturas diafisárias através de placas e parafusos, podendo ou não associar cerclagem e/ou pinos intramedulares; possibilidade de utilização de haste bloqueada e fixadores externos associados ao pino intramedular; ARQUIVO PESSOAL MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • CIRURGIA • Ortopedia de Membros Pélvicos • TÍBIA & FÍBULA • Facilidade de fraturas expostas, devido a pouca cobertura de tecidos moles; • Indicação cirúrgica na maioria dos casos; • Estabilização cirúrgica de fraturas proximais e distais através de pinos cruzados, fios de kirschner, parafusos lag, pinos de rush e banda de tensão; possibilidade de utilização de placas e parafusos, pinos intramedulares e/ou fixador externo dependendo da fratura; • Estabilização cirúrgica de fraturas diafisárias através de placas e parafusos, fixador externo, pino intramedular associado à cerclagem ou à placas ósseas e haste bloqueada. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • Principais Afecções INFECCIOSAS: • VIRAIS: Cinomose; • Parvovirose; • Raiva (zoonose). • BACTERIANAS: • Erliquiose; • Anaplasmose; • Leptospirose (zoonose). • FÚNGICAS: • Dermatofitoses; • Coccidioidomicose (zoonose). GOOGLE IMAGENS MAMIFEROS (CARNÍVORA) - CANIDAE • Principais Afecções PARASITÁRIAS: • Leishmaniose (zoonose); • Babesiose • Sarna sarcóptica (zoonose); • Infestação por pulgas. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • Família Felidae Panthera unciaAcinonyx jubatus Panthera tigris Caracal caracal Panthera leo Lynx lynx Panthera pardus G O O G L E I M A G E N S MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • Família Felidae Leopardus geoffroyi Panthera onca Leopardus pardalis Puma concolor Leopardus wiedii Puma yagouaroundi Leopardus tigrinus Leopardus colocolo G O O G L E I M A G E N S MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • Família Felidae • Ampla distribuição geográfica; • Anatomia similar a do gato doméstico; • Peso varia entre 1,5 e 300 kg; • Fórmula dentária típica dos felídeos: : I3/3, C1/1, P2-3/2, M1/1, com algumas variações; • Jovens têm a dentição esbranquiçada e adultos e senis apresentam a dentição amarelada; • Caninos são compridos; • Pré-molares e molares são adaptados para segurar a presa e rasga-la para facilitar a ingestão; • Grupo sanguíneo AB similar ao do gato doméstico; • Variação entre as espécies com relação a ovulação da fêmea e necessidade de estudos (literatura sugere que algumas espécies apresentam ovulação induzida, similar ao gato doméstico, enquanto outras espécies apresentam ovulação espontânea); • Normalmente apresentam cinco dedos nas patas dos membros torácicos e quatro dedos nas patas dos membros pélvicos; • Apresentam garras retráteis (exceção do guepardo); • Hábito alimentar carnívoro estrito; • Hábitos solitários e noturnos, em sua maioria. • Gênero Leopardus têm ossificação completa do aparato hioide (limitação em rugir e capacidade em ronronar); • Gênero Panthera têm ossificação incompleta do aparato hioide (capacidade de rugir e limitação do ronronar). CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • CONTENÇÃO FÍSICA Pequenos felídeos são facilmente contidos fisicamente com puçá ou caixa de contenção e, em seguida, utiliza-se a contenção química. Equipamentos necessários para a contenção física podem ser: luvas de couro, puçá, escudo, gaiola de contenção e de prensa. Grandes felídeos apresentam elevado grau de periculosidade, sendo possível apenas contenção química, no qual o manejo é iniciado com a utilização de dardos anestésicos à distância (Cubas et. al. 2014). ARQUIVO PESSOAL CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • CONTENÇÃO QUÍMICA • Medicação Pré-Anestésica (MPA/Sedação): Cetamina,Tiletamina, Dexmedetomidina, Medetomidina, Midazolam, Diazepam, Zolazepam, Xilazina, Acepromazina, Clorpromazina, dentre outros; • Anestesia Geral: Inalatória (Isoflurano e Sevoflurano) & Intravenosa Total ou Parcial (Propofol); • Analgésicos: Fentanil, Metadona, Morfina, Nalbufina, Butorfanol, Buprenorfina, Naloxona, Tramadol, Meloxicam, Cetoprofeno, Carprofeno, Coxibes, Dipirona, Gabapentina, Amitriptilina, dentre outros. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • Principais Afecções NÃO INFECCIOSAS: • Osteodistrofia; • Insuficiencia renal; • Intoxicações; • Obesidade; • Neoplasias; • Doença do disco intervertebral; • Intussuscepção; • Traumatismos; • Cegueira medicamentosa: • Enrofloxacina. ARQUIVO PESSOAL MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • CIRURGIA • Tecidos Moles • OVARIOSSALPINGO-HISTERECTOMIA (OSH) • Indicação cirúrgica para casos de patologias associadas ao útero (piometra, hemometra, neoplasias uterinas, dentre outras); • Incisão em linha média ventral: pele, subcutâneo e linha alba; • Ruptura dos ligamentos suspensórios dos ovários; transfixações nos pedículos ovarianos; ligadura dos complexos arteriovenosos ovarianos; incisão dos pedículos ovarianos e liberação dos cornos uterinos; • Ligadura do vasos do ligamento largo do útero, veias e artérias uterinas; transfixações realizadas no corpo do útero; incisão e retirada do útero da cavidade; sutura em padrão Parker-kerr no tecido restante em processos infecciosos; • Sutura de musculatura em padrão Suttan (X); aproximação de subcutâneo com sutura festonada (caso seja necessário); aproximação do tecido intradérmico com sutura continua; aproximação de pele em padrão U Horizontal (caso seja necessário). A R Q U IV O P E S S O A L MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • CIRURGIA • Tecidos Moles • RUPTURA DE BEXIGA - UROABDOME • Cirurgia emergencial, deve ser realizada imediatamente após o diagnóstico, correção dos eletrólitos e equilíbrio ácido-básico e redução dos produtos nitrogenados residuais circulantes; • Incisão em linha média ventral: pele, subcutâneo e linha alba; • Retirar o tecido desvitalizado ou necrosado da bexiga e suturar a abertura com uma ou duas camadas de sutura contínuas com fio absorvível; se o tecido estiver evidentemente espessado, executar padrão aposicional de camada única; quando utilizar camada dupla suturar as camadas seromusculares com duas linhas de sutura contínuas invertidas; • Se os tecidos forem friáveis e uma vedação segura não for conseguida, realizar um retalho da serosa sobre a linha de ruptura; • Realizar o teste de repleção da bexiga após a sutura; • Realizar omentalização (cobrir com o omento) na bexiga após o correto fechamento; • Realizar lavagem da cavidade abdominal com solução fisiológica estéril aquecida; • Sutura de musculatura em padrão Suttan (X); aproximação de subcutâneo com sutura festonada (caso seja necessário); aproximação do tecido intradérmico com sutura continua; aproximação de pele em padrão U Horizontal (caso seja necessário). ARQUIVO PESSOAL MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • Principais Afecções INFECCIOSAS: • VIRAIS: Rinotraqueíte; • Panleucopenia felina; • Vírus da leucemia felina (FeLV); • Vírus da Imunodeficiência felina (FIV); • Peritonite infecciosa felina (PIF); • Cinomose (CDV); • Raiva (zoonose). MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • Principais Afecções INFECCIOSAS: • BACTERIANAS: • Erliquiose; • Gastrite bacteriana (Helicobacter spp.); • Leptospirose (zoonose); • Salmonelose. • FÚNGICAS: • Dermatofitoses; • Coccidioidomicose (zoonose); • Esporotricose (zoonose). MAMIFEROS (CARNÍVORA) - FELIDAE • Principais Afecções PARASITÁRIAS: • Dirofilariose; • Toxoplasmose (zoonose); • Infestação por pulgas. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - PROCYONIDAE • Família Procyonidae Procyon lotor Potos flavus Procyon cancrivorus Nasua nasua G O O G L E I M A G E N S MAMIFEROS (CARNÍVORA) - PROCYONIDAE • Família Procyonidae • Distribuição geográfica restrita ao continente Americano (novo mundo); • Animais de porte médio, pernas curtas, orelhas arredondadas e pelagem densa; • Fórmula dentária típica dos procyonideos: I 3/3, C 1/1, P 4/4, M 2/2, podendo existir variações; • Molares largos, bem adaptados ao esmagamento dos alimentos; • Plantígrados, possuem cinco dedos bem desenvolvidos em todas as patas; • Garras não retráteis; • Hábitos arborícolas, podendo ocorrer forrageamento em solo; • Hábito alimentar onívoro, consomem invertebrados, pequenos vertebrados, frutas e néctar; • Hábitos podem ser solitários ou gregários, noturnos ou diurno, ocorrendo variação entre as espécies. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - PROCYONIDAE • CONTENÇÃO FÍSICA A contenção física de animais adultos é difícil, requer habilidade e força para imobilização da cabeça e do resto do corpo. Para a contenção física de animais jovens, luvas de couro protegem adequadamente as mãos da pessoa que a faz. A contenção física de animais adultos pode ser feita com rede, cambão, puçá ou gaiola de contenção. Ao utilizar cambão, o laço deve imobilizar o animal pelo pescoço e um dos membros torácicos, na altura da axila, ao mesmo tempo, para evitar que ele seja sufocado ou morto por estrangulamento. Ao utilizar puçás, recomenda-se revestir o aro com material macio, como mangueira de borracha, corda ou tiras de couro para evitar danos nos dentes do animal ao tentar se defender (Cubas et. al. 2014). CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - PROCYONIDAE • CONTENÇÃO QUÍMICA • Medicação Pré-Anestésica (MPA/Sedação): Cetamina, Tiletamina, Dexmedetomidina, Medetomidina, Midazolam, Diazepam, Zolazepam, Xilazina, Acepromazina, Clorpromazina, dentre outros; • Anestesia Geral: Inalatória (Isoflurano e Sevoflurano) & Intravenosa Total ou Parcial (Propofol); • Analgésicos: Fentanil, Metadona, Morfina, Nalbufina, Butorfanol, Buprenorfina, Naloxona, Tramadol, Meloxicam, Cetoprofeno, Carprofeno, Coxibes, Dipirona, Gabapentina, Amitriptilina, dentre outros. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - PROCYONIDAE • Principais Afecções NÃO INFECCIOSAS: • Traumatismos. ARQUIVO PESSOAL MAMIFEROS (CARNÍVORA) - PROCYONIDAE • CIRURGIA • Tecidos Moles • VASECTOMIA • Indicado em casos necessários de se impedir a reprodução em cativeiro ou em vida livre; • Realiza-se duas incisões paramediais à linha alba (incisão bilateral recomendada em machos que possuem osso peniano); • Acesso aos cordões espermáticos e, após uma pequena incisão na túnica vaginal, isolamento do ducto deferente; • Evitar lesões no plexo pampiniforme (artéria e veias testiculares); • Ligadura e secção de ambos os ductos deferentes; • Aproximação do tecido subcutâneo e sutura de pele. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - PROCYONIDAE • Principais Afecções INFECCIOSAS: • VIRAIS: Raiva (zoonose). • BACTERIANAS: • Leptospirose (zoonose); • Salmonelose. • FÚNGICAS: • Dermatofitoses. IFRJ, 2017 MAMIFEROS (CARNÍVORA) - PROCYONIDAE • Principais Afecções PARASITÁRIAS: • Leishmaniose (zoonose); • Infestação por pulgas. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • Família Mustelidae Pteronura brasiliensis Mustela putorius furo Eira barbara Galictis vittataG O O G L E I M A G E N S Enhydra lutris Lontra longicaudis MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • Família Mustelidae • Relação próxima com humanos há milhares de anos, onde eram criados para combater roedores, quanto caçados para retirada da pele; • Na Europa, Ásia e EUA, algumas espécies são criadas em fazendas para a produção de pele, além de serem utilizados em pesquisas de laboratórios, na indústria de cosméticos e, com grande frequência, como animais de estimação; • Animais de pelagem densa, corpo alongado, cabeça pequena, pernas relativamente curtas e cauda geralmente longa (sempre menor do que o corpo); • Fórmula dentária típica dos mustelídeos: I 3/3, C 1/1, PM 3/3, M 1/2, podendo existir variações;• Possuem cinco dedos em todas as patas; • Garras não retráteis; • Hábitos terrestres e semi-aquáticos, a depender da espécie; • Hábito alimentar carnívoro, existindo variações entre algumas espécies consideradas onívoras; • Hábitos principalmente noturnos ou crepusculares, mas atividades diurnas não são incomuns; • Presença de um par de glândulas anais bem desenvolvidas, que produzem líquido seroso amarelado de odor forte, usado tanto para demarcação de território quanto como mecanismo de defesa. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • CONTENÇÃO FÍSICA Os mustelídeos selvagens podem ser contidos com rede, puçá, gaiola de compressão ou caixa de transporte. Com o uso de puçás, principalmente, podem ocorrer traumatismos orais, como fraturas dentárias. A contenção física desses animais sem equipamentos adequados é muito arriscada, devido à força, ao pescoço robusto em relação ao tamanho da cabeça e à pele solta. O uso de luvas de couro é indicado para reduzir o risco de mordidas, mas deve-se estar ciente de que os dentes podem perfurar luvas ou comprimir os dedos do operador e causar ferimentos graves. Filhotes em cativeiro e animais mantidos como companhia (ferrets) podem ser contidos através da pele da nuca e suspensão do animal. Animais dóceis podem ser contidos de forma mais delicada (Cubas et. al. 2014). CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • CONTENÇÃO QUÍMICA • Medicação Pré-Anestésica (MPA/Sedação): Cetamina, Tiletamina, Dexmedetomidina, Medetomidina, Midazolam, Diazepam, Zolazepam, Xilazina, Acepromazina, Clorpromazina, dentre outros; • Anestesia Geral: Inalatória (Isoflurano e Sevoflurano) & Intravenosa Total ou Parcial (Propofol); • Analgésicos: Fentanil, Metadona, Morfina, Nalbufina, Butorfanol, Buprenorfina, Naloxona, Tramadol, Meloxicam, Cetoprofeno, Carprofeno, Coxibes, Dipirona, Gabapentina, Amitriptilina, dentre outros. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • Principais Afecções NÃO INFECCIOSAS: • Neoplasias (insulinoma); • Hiperadrenocorticismo; • Diabetes; • Ingestão de corpo estranho; • Doença inflamatória intestinal; • Cardiopatia; • Nefrite; • Urolitíase; • Megaesôfago; • Traumatismos. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • CIRURGIA • Tecidos Moles • ADRENELECTOMIA • Indicado em casos de patologias e neoplasias em glândula adrenal uni ou bilateral; • Celiotomia via linha média ventral pré-retroumbilical; • Dissecção da gordura perirreneal na área e plena visualização das adrenais para observar a coloração e a vascularização local; • Pode ou não ser necessário a ligadura da veia frênico-abdominal esquerda com fio absorvível, para evitar hemorragia; • Dissecção e remoção da glândula esquerda de forma mais fácil (sangramentos podem ser contidos com pressão local ou esponjas hemostáticas); • Glândula adrenal direita intimamente ligada à veia cava; • Ligaduras nas ramificações da veia cava que drenam a adrenal direita são necessárias (recomendado uso de hemoclip); • A excisão parcial da glândula direita pode ser realizada quando há ligação íntima com a parede da veia cava (técnica controversa em casos de neoplasia); • Flebotomia como alternativa: pinças hemostáticas de Satinsky aplicadas temporariamente na veia cava, na base da glândula adrenal direita, parede da veia é dissecada juntamente com a glândula comprometida e suturada com fio absorvível em padrão contínuo; • Suplementação com glicocorticoides em casos de síndrome de Cushing; • Sutura de musculatura em padrão Suttan (X); aproximação do tecido intradérmico com sutura continua; aproximação de pele em padrão U Horizontal (caso seja necessário). CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • CIRURGIA • Tecidos Moles • PANCREACTOMIA PARCIAL/NODULECTOMIA • Indicado em casos de insulinoma, com objetivo de diminuir o volume do tumor e assim fazer com que o tratamento médico posterior tenha maior sucesso; • Celiotomia via linha média ventral pré-retroumbilical • Avaliação do suprimento sanguíneo entre o lobo direito do pâncreas e o duodeno e entre o lobo esquerdo e o baço, para evitar necrose avascular; • Realização de dissecção romba gentil no mesentério ao redor do pâncreas, criando uma fenestração; • Realizar ligadura com fio absorvível e ressecção do tecido acometido; • Nodulectomia é realizada por dissecação romba gentil com hastes flexíveis ao redor do nódulo, que geralmente é separado facilmente; • Hemorragia local pode ser controlada com pressão direta ou com esponjas hemostáticas; • Após remoção do tecido, lavar copiosamente o pâncreas, com solução fisiológica aquecida estéril, para limpeza das enzimas pancreáticas que possam ter sido liberadas pela manipulação tecidual; • Sutura de musculatura em padrão Suttan (X); aproximação do tecido intradérmico com sutura continua; aproximação de pele em padrão U Horizontal (caso seja necessário). • Manter o animal internado para aferição da glicose sérica, que deve ser realizada a cada 6 a 12 h, até que se estabilize entre 60 e 80 mg/d ℓ , sem uso de dextrose; • Diferente de cães, pancreatite é extremamente rara após cirurgia de insulinoma em ferrets. CUBAS, 2ed. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • Principais Afecções INFECCIOSAS: • VIRAIS: Raiva; • Influenza (gripe); • Cinomose; • Plasmocitose / Parvovirose; • Infecção por Coronavírus. • BACTERIANAS: • Colite bacteriana (Campylobacter spp.); • Pneumonia bacteriana (E. coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Bordetella bronchiseptica e Listeria monocytogenes). • FÚNGICAS: • Dermatofitoses. MAMIFEROS (CARNÍVORA) - MUSTELIDAE • Principais Afecções PARASITÁRIAS: • Dirofilariose; • Leishmaniose (zoonose) • Coccidiose e Giardíase; • Sarna sarcóptica (zoonose) e otodécica; • Infestação por pulgas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • FOWLER, M.E., MILLER, R.E. Zoo & Wild Animal Medicine. 8th ed. St. Louis: Elsevier Saunders, 2015. • CUBAS, Z. S., SILVA, J. C. R., CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens Medicina Veterinária. 2 ed. São Paulo: Roca, 2014. • CARPENTER, J. W. Exotic Animal Formulary. 5th ed. St. Louis: Elsevier, 2018. • FEITOSA, F. L. F. Semiologia Veterinária: A arte do diagnóstico. 3 ed. São Paulo: Roca. 2014. • JUNGHANNS, M. E. K., PEES, M., REESE, S., TULLY, T., Diagnostic Imaging of Exotic Pets. 2 ed. Germany: Schlütersche. 2011. burgarellieduardo@gmail.com eduardo.burgarelli@baraodemaua.br
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