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Medicina de répteis Anatomia, fisiologia, nutrição e enfermidades Taxonomia Reino Animalia, Filo Chordata, Classe Reptilia • Ordem Crocodylia – crocodilianos (23 espécies) • Ordem Squamata – lagartos (sáurios; 4675 espécies), serpentes (2940 espécies), anfisbenas (160 espécies) • Ordem Testudinata – quelônios (302 espécies) Metabolismo É o conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo afim de gerar energia • Regulação de temperatura Pressão arterial Batimentos cardíacos Digestão e absorção de nutrientes Répteis são animais com baixo metabolismo, 1/5 comparado aos mamíferos com a mesma massa corporal em mesmas temperaturas. • São animais ectotérmicos (20 – 38ºC), ou seja dependem do meio externo para regular a temperatura corporal VANTAGEM: economia de energia, conseguem habitar áreas desérticas e realizar brumação* • Brumação: estado de torpor que poupa energia com a queda drástica do metabolismo do animal DESVANTAGEM: atividades são limitadas pela temperatura em que se encontram Animais em estado de brumação (geralmente ocorre em temperaturas muito baixas), primeiro é necessário regular a temperatura, realizar fluidoterapia, e para corrigir a anorexia oferecer 30% da quantidade ideal de alimento e ir aumentando gradualmente Na anestesia de répteis, é necessário primeiro aquecer o animal afim de acelerar o metabolismo, induzir com MPA injetável, pois na inalatória a tendência é que gere uma apneia Serpentes – anatomia • 1 côndilo occipital (método de contenção – NUNCA levantar uma serpente pela cabeça, pois isso força essa articulação podendo ocasionar em uma luxação ou sub luxação) • Articulação do osso quadrado cartilaginosa muito elástica – confere maiores movimentos cranianos para que seja possível engolir presas maiores • Nunca há o fechamento das epífises ósseas – por isso podem crescer durante toda a vida • Alongamento do corpo e órgãos – mais de 400 costelas e vértebras • Ausência de pálpebras – presença de escudo óptico feito de queratina que protege a córnea • A taxa de crescimento depende diretamente da oferta de comida, temperatura e fatores ambientais • Esplenopâncreas: algumas espécies possuem o baço e o pâncreas fundidos em um único órgão • Presença de “fat bodies” – reservas energéticas Cavidade celomática: onde todos os órgãos estão, SEM a presença de um diafragma Répteis e aves • Órgão de Jacobson Revestido por células quimiorreceptoras que levam a informação ao cérebro - ao expor a língua bífida e úmida, substâncias presentes do ambiente se aderem a essa língua e entram em contato com o órgão de Jacobson Quelônios – anatomia • 1 côndilo occipital • Possuem corpo compacto • Sobreposição de órgãos envoltos por uma caixa óssea compacta, (carapaça queratinizada) Fraturas de carapaça passam por procedimentos ortopédicos OBS: fluidoterapia intracelomática – os órgãos irão absorver, porém tomar o cuidado com a vesícula urinária que é extremamente vascularizada (e septada) • São animais que muitas vezes chegam na clínica com alterações hepáticas (esteatose hepática) devido ao péssimo manejo • Por questões anatômicas, deve-se evitar manter os quelônios em decúbito dorsal, pois todos os órgãos na cavidade irão comprimir o pulmão, ocasionando uma dificuldade para respirar • Possuem uma bifurcação traqueal na região cervical mais proximal - por isso, atentar-se ao tamanho das sondas para intubação, colocar 1/3 aproximadamente, para evitar uma intubação seletiva (quando a sonda ventila apenas um lado do pulmão) • Possuem músculos muito bem desenvolvidos, por isso é difícil puxar a pata desses animais para uma coleta de sangue por exemplo Lagartos – anatomia • 1 côndilo occipital • Corpo alongado • Pernas adaptadas para locomoção • Testículos na porção cranial do rim Sistema tegumentar • Epiderme espessa coberta por escamas de queratina Termorregulação Proteção mecânica contra atritos e injúrias • Aplicações e coletas sempre são feitas ENTRE as escamas, nunca furar uma escama no meio Ecdise • Pode ocorrer de forma contínua ou em partes • Mediada por hormônios tireoidianos Apoptose da camada de queratina e formação de uma nova camada • Intervalo de semanas ou anos • No período da troca pode ocorrer: hiporexia, procura por locais úmidos e diminuição da atividade • Terrário precisa ter pontos de atrito (substrato ou objetos) para facilitar a remoção da pele OBS: Nessa imagem, nota-se que o olho da serpente está mais opaco, o que sinaliza que em breve esse animal irá realizar a ecdise. • Animais com canal auditivo curto • Externamente – simples depressão onde há a membrana timpânica - em algumas espécies é coberto por uma membrana, já no gecko por exemplo não • As serpentes não possuem canal auditivo, mas sim um canal timpânico que apenas capta vibrações no ambiente. Sistema Circulatório • Coração com 3 cavidades (tricavitário), exceto para crocodilianos 2 átrios e 1 ventrículo • Ventrículo subdividido em: - cavum venoso - cavum arterial - cavum pulmonar • NÃO há mistura significativa de sangue arterial e venoso devido ao septo intraventricular • O átrio direito recebe o sangue “sujo”, que chega até a porção cavum pulmonar, e pelas artérias pulmonares vai para o pulmão ser oxigenado • Após oxigenado, chega no átrio esquerdo pelas veias pulmonares, passa pelo cavum arterial e vai ser distribuído para o corpo pelas 2 artérias aortas Sangue AD cavum venoso cavum pulmonar Pulmão veias pulmonares AE cavum arterial Corpo Os batimentos cardíacos dos répteis variam de acordo com a temperatura: Temperatura Batimentos Sistema respiratório • Anéis traqueais cartilaginosos completos sem presença de faixa muscular (não há distensão, por isso não podemos inflar o Cuff – causa isquemia e necrose, pois comprime a parede da traqueia e compromete a circulação sanguínea da região) Recomendação: sondas endotraqueais SEM Cuff Traqueotomia como consequência de uma intubação com Cuff *QUESTÃO DE PROVA • Ausência de diafragma - Movimentos respiratórios conferidos pelos músculos abdominais e pela movimentação dos membros (para algumas espécies) - Expiração ativa e inspiração passiva • Serpentes – possuem um pulmão funcional (direito) e sacos aéreos O pulmão esquerdo pode ser menor ou inexistente Os sacos aéreos não realizam trocas gasosas, apenas armazenam o ar (auxilio na flutuação) • Favéolos – unidade de trocas gasosas (não há alvéolos) Sistema digestório • Cavidade oral – glândulas • Esôfago fino – secreta muco que ajuda a levar o alimento até o estômago • Estômago – pH ácido (2 a 3 nas serpentes), em herbívoros não é tão ácido • Intestino: carnívoros X herbívoros - Iguanas – septações – transito de 140 horas - quelônios – digestão pode variar de 3 a 8 dias - nos herbívoros o ceco e colon é bastante desenvolvido Em um manejo ruim, quelônios podem ficar até 28 dias sem defecar • Fígado e vesícula biliar (biliverdina) – répteis não apresentam icterícia pois não possuem a bilirrubina • Pâncreas/esplenopâncreas • Cloaca – urina, fezes e ovo • Digestão relacionada a temperatura ambiente Sistema Urinário • Rins pareados - chamados de metanéfricos: ausência de pelve renal e alças de Henle (reabsorção de água) - por isso são animais que não conseguem concentrar a urina • Vesícula urinária- é responsável pela regulação da reabsorção de água - quelônios e lagartos possuem vesícula única ou septada, enquanto as serpentes e crocodilianos NÃO possuem vesícula urinária • Sistema porta-renal - em situações de adrenalina, ativação do sistema nervoso simpático, o sangue que chega da veia ilíaca externa passa pela válvula porta renal aberta e vai para a veia cava caudal - já em situações de relaxamento (sistema nervoso parassimpático) o sangue que chega da veia ilíaca NÃO consegue passar pela válvula porta renal, e segue DIRETO para os rins Nessa situação os fármacos são excretados pelo rim sem serem metabolizados, podendo causar também uma nefrotoxicidade Para garantir o EFEITO dos fármacos, a aplicação é feita em membros anteriores (geralmente em bíceps e tríceps) e nas serpentes em terço inicial Para aves: musculatura peitoral • Ureteres desembocam na cloaca ou vesícula urinária (para espécies que a possuem) • Suas excretas são na forma de ácido úrico (quelônios, serpentes e lagartos) Cloaca Onde desemboca o sistema digestório, urinário e reprodutor • Coprodeo – fezes • Urodeo – ureter/vesícula e oviduto • Proctodeo – junção dos dois e liberação para o meio externo Sistema reprodutor e sexagem Na ordem Squamata os machos possuem hemipênis e as fêmeas possuem vagina dupla • Para sexagem das serpentes, inserimos o sexador na cloaca, no sentido da cauda. • Nos machos o instrumento de sexagem consegue entrar de 5 a 7 escamas, enquanto na fêmea em média 3 escamas. • Nos quelônios, as fêmeas possuem plastrão reto enquanto os machos possuem plastrão côncavo, que facilita no momento da reprodução. • Em Tigre D’água só é possível diferenciar pois os machos possuem CAUDA e GARRAS maiores, que também facilitam na hora da monta. • Nas pogonas, o macho possui poros femorais muito mais evidentes que as fêmeas • Nos geckos, os machos também possuem poros cloacais mais evidentes que as fêmeas Instalações para répteis • Tamanho mínimo do recinto respeitando o tamanho do animal • Decoração • Substrato • Iluminação UVA/UVB - luminosidade de 14h no verão e 12h do inverno - tem influencia direta na reprodução • Temperatura de acordo com a espécie - répteis diurnos (teiú, iguana, pogona...) temperatura em média 27 – 35ºC, com áreas mais quentes medindo 45ºC - répteis noturnos (gecko) – 21 a 27ºC e áreas mais quentes com 32ºC - importante ter um gradiente de temperatura para todos os terrários • Umidade e fornecimento de água - mais difícil de controlar, principalmente se não houver boa higiene e ventilação adequada - potes de água e borrifadores ajudam a manter a umidade adequada para cada espécie - tomar cuidado para não propiciar o crescimento de fungos e bactérias - matérias de madeira não são indicados • Esconderijo • Local para postura de ovos • Uso de pedras quentes dentro do recinto é muito comum - atentar-se a temperatura Contenção física Feita com laço, gancho e cambão • Ao escolher o laço como método de contenção, certificar-se de que o laço está prendendo o pescoço e um dos membros anteriores junto - dessa forma evitamos lesões na coluna • Em serpentes é mais comum o gancho - lembrar-se de não erguer a serpente pela cabeça, sempre apoiar o corpo - serpentes venenosas usa-se um tubo • Lembrar que alguns animais tem a capacidade de realizar autotomia – amputação espontânea de partes do corpo em situações de defesa - geckos, lagartos e iguanas, quando puxados pela cauda, realizam autotomia - a cauda não cresce mais da mesma forma, adquirem outra coloração • Para contenção de quelônios, basta deixa-los apoiados em regiões longe do solo Nutrição de serpentes • Animais carnívoros • São capazes de ingerir presas inteiras: camundongos, ratos, hamsters, cobaias, aves e coelhos • Requerem altos níveis de proteínas (30-60%) • Gordura (30-60%) • Baixos níveis de carboidratos (<10%) e fibras • Quantidade recomendada de alimento: 20 a 30% de seu peso vivo • Frequência: animais jovens a cada 7 dias - animais a partir de 1 ano a cada 10-15 dias - a partir de 3 anos a cada 15-20 dias É recomendado oferecer animais mortos, adquiridos de biotério, assim garantimos o bem estar da presa e também evitamos acidentes com a serpente - exemplo: se ela não estiver com fome e o rato começar a mordiscar suas escamas Nutrição de lagartos Animais herbívoros, onívoros, insetívoros e carnívoros • Herbívoros ingerem verduras, vegetais, frutas e capim/feno • Altos níveis de fibra (15-40%), e baixos níveis de proteínas (15 a 35%), e gordura <10% • Exemplo de dieta: 50 a 75% verduras, 15% vegetais, 5% frutas e feno ilimitado • Quantidade recomendada: 10 a 30% do peso vivo • Frequência: diariamente • Ração: 25 a 50% da dieta • Onívoros ingerem verduras, vegetais, frutas, insetos, ovos e pequenos vertebrados • Requerem 75% da dieta de herbívoros e 25% da dieta de carnívoros (>15% de proteínas) • Exemplo: 50 a 75% verduras, 15% vegetais e 5% frutas, ovos, carnes e insetos • Quantidade recomendada: 10 a 30% do peso vivo • Frequência: diariamente ou em dias alternados • Insetívoros ingerem insetos (larvas, grilos, baratas, etc) • Requerem altos níveis de proteína e gordura (30 a 60%) baixos níveis de carboidratos (<10%) e pouca fibra • Quantidade recomendada: 10 a 30% PV • Frequência: em dias alternados ou a cada 2-3 dias • Carnívoros ingerem camundongos, ratos, aves etc • Requerem altos níveis de proteína (30 a 60%), gordura 25 a 60%, e baixos níveis de carboidratos e fibras • Quantidade recomendada: 10 a 30% PV • Frequência recomendada: dias alternados ou a cada 2-3 dias Nutrição de quelônios Onívoros, carnívoros e herbívoros • Onívoros ingerem verduras, vegetais, frutas, insetos, ovos (preferencialmente cozidos), pequenos vertebrados e ração • Requerem 75% da dieta de herbívoros e 25% da dieta de carnívoros (entre 15 a 30% de proteínas) • Exemplo: 50-75% verduras, 15% vegetais e 5% frutas, ovos, carnes e insetos • Ração 25-50% da dieta • Quantidade recomendada: 15 a 30% PV • Alimentar DIARIAMENTE OBS: lembrar que animais adultos requerem menos quantidade de proteínas do que animais filhotes. • Carnívoros ingerem carne, peixe, frango, ração etc • Requerem altos níveis de proteína e gordura (25 a 60%) • Quantidade recomendada: 15 a 30% PV • Ração: 25 a 50% da dieta • Alimentar DIARIAMENTE • Herbívoros ingerem verduras, vegetais, frutas e capim/feno • Requerem altos níveis de fibras (15-35%), baixos níveis de proteína (15-35%) e gordura (<10%) • Exemplo: 50 a 75% verduras, 15% vegetais, 5% frutas e capim ilimitado • Ração: 25 a 50% da dieta 1. Explique a importância de sabermos sobre o sistema porta renal no tratamento de enfermidades em répteis - É importante para garantir a eficácia da aplicação de medicamentos. Sabemos que as aplicações são em membros anteriores e primeiro terço no caso das serpentes, caso contrário é possível que o fármaco seja excretado pelo rim sem ser metabolizado. 2. Explique qual a importância de sabermos sobre a ectotermia de répteis para o manejo alimentar e ambiental - Essa característica confere aos répteis a necessidade de aquecimento externo para manter um metabolismo equilibrado. Dessa forma, ao manter a temperatura corporal ideal para a espécie, o sistema digestório irá funcionar adequadamente. Animais que não possuem essa fonte de calor externa tem o metabolismo muito mais reduzido. 3. Cite 3 características biológicase ou anatômicas comum a répteis - Ausência de diafragma, realização da ecdise, anéis traqueais completos, possuem apenas 1 côndilo occipital, ectotérmicos, coração com 3 cavidades 4. Explique a importância de sabermos as características anatômicas do sistema respiratório - É importante saber que os anéis traqueais são completos, para evitar uma intubação com sondas que possuem Cuff. Afim de evitar uma isquemia, necrose e possível traqueotomia. Além disso, também é necessário lembrar que os quelônios possuem uma bifurcação traqueal em região cervical proximal. Essa característica indica que devemos nos atentar ao tamanho da sonda e colocar apenas 1/3 dela, evitando uma intubação seletiva. Também lembrar que répteis são animais que não possuem diafragma, então todos os órgãos estão na mesma cavidade, chamada celomática. Principais enfermidades Anamnese • Identificação do animal na ficha clínica com: espécie, idade, sexo e nome científico (pois o nome popular muda conforme a região) • Histórico do animal Cativeiro x vida livre Tempo de cativeiro Fez quarentena ou não Quais contactantes (incluindo cachorro ou gato) • Queixa principal e sistemas • Instalação (tamanho, material, substrato, plantas, higiene etc) – se possível pedir fotos • Alimentação Exame clínico Exame físico: • Inspeção – observar o animal antes da contenção e do manejo, avaliar condição corporal, postura, nível de atividade, movimentação, resposta a estímulos, esforços respiratórios, excretas e instalações - Após contenção: exame de olhos (se a ecdise ocorreu de forma adequada, se não há úlceras – exame com fluoresceína), narinas, conjuntiva, boca e pele • Auscultação – geralmente é feita com Doppler e não com estetoscópio • Palpação da cavidade celomática • Olfação • Pesagem CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DE DOR OBS: Jabutis com dispneia ficam com a cabeça levantada e boca aberta em busca de mais oxigênio, enquanto as serpentes formam um “papo” na região abaixo da boca. É importante lembrar também que não são todos os animais que demonstram agressividade ao sentir dor. Exemplo: Jabutis atropelados, com órgãos expostos e fratura de carapaça, que chegam na clínica aparentemente “bem”. Colheita de material • TESTUDINES Veia jugular (A) e Veia subcarapacial (B), cefálica e caudal A coleta na veia subcarapacial é dolorosa e por isso não é muito utilizada na clínica. • LAGARTOS Veia jugular, cefálica e caudal • SERPENTES Veia paravertebral, caudal e intracardíaca Técnica de coleta Nos répteis a técnica consiste em saber a anatomia de cada animal. Em um ângulo de 90º, inserimos a agulha ENTRE as escamas lentamente em direção a veia, fazemos uma pressão negativa puxando o embolo, e quando começar a entrar sangue na seringa estabilizamos a agulha e esperamos a quantidade necessária. OBS: o fluxo sanguíneo pode ser lento • As hemácias dos répteis são nucleadas • A amostra de sangue para hemograma deve ser colocada em tubos com HEPARINA, pois o tubo com EDTA irá causar hemólise OBS: A quantidade de sangue da coleta deve ser de 1% do peso vivo do animal Vias de administração A via intraóssea é feita mais comumente em casos de emergência, pois é mais dolorosa. A subcutânea pode ser feita para animais levemente desidratados, mas em casos mais graves a opção é intravenosa. Disecdise Ocorre quando o animal não consegue realizar a troca completa do extrato córneo que recobre o corpo e pedaços de queratina permanecem aderidos. Etiologia - baixa umidade - falta de substrato abrasivo - lesões cutâneas - ectoparasitas Sinais clínicos - pedaços de queratina aderidos a pele - rachaduras cutâneas - infecções secundárias Diagnóstico: sinais clínicos e manejo inadequado Tratamento: - correção ambiental - banhos com água morna - remoção manual - pomadas oftalmológicas Indicado: 10 a 20mL/kg de ringer lactato dependendo do grau de desidratação do animal Hipovitaminose A É causada por dietas não suplementadas, mal formuladas e com carne bovina (exemplo: animais que comem só alface/muito alface) • Susceptíveis: animais jovens Sinais clínicos: - anorexia - edema de pálpebras - anormalidades oculares - blefaroespasmo - abcessos aurais (caseosos – remoção cirúrgica) - pneumonia – secundária - alterações em pele Animal com edema de pálpebra e presença de abcesso aural Diagnóstico: sinais clínicos e histórico + histopatológico Tratamento: vitamina A 2000 UI/kg IM por 7 dias, fazendo 4 tratamentos - tratar as infecções secundárias - suporte ao animal: fluido + aquecimento e alimentação - correção alimentar – explicar ao tutor o manejo OBS: a vitamina A não pode ser administrada preventivamente, pois uma vez que é lipossolúvel o organismo não a elimina; haveria um ACUMULO de vitamina A como consequência. Doença osteometabólica Hiperparatireoidismo nutricional secundário • Etiologia: erros de manejo na iluminação (luz UVB), falha no fornecimento de cálcio • Lagartos e quelônios jovens são mais suscetíveis, pois as serpentes NÃO precisam da luz UVB para metabolizar cálcio – obtém tudo que precisa na dieta • Sinais clínicos: - prostração - prolapso de cloaca (perdem a capacidade de controlar o esfíncter) - aumento do volume dos membros - amolecimento ou aumento dos ossos da mandíbula por osteomalácia, escoliose, fraturas - amolecimento de carapaça - espasmos musculares - convulsões Com a luz UVB e aquecimento adequados, a vitamina D3 (captada pela pele) será transformada pelo fígado em calcediol, que será transformada pelos rins na FORMA ATIVA da vitima D: calcetriol • Diagnóstico - dosagem sérica de fosfato e cálcio - exames RX que evidenciam fraturas patológicas - escoliose - perda de radiopacidade da córtex óssea • Tratamento - reposição de vitamina D3 e cálcio - medicação suporte com analgésicos e fluidoterapia (AINE + dipirona) - correção do manejo alimentar e ambiental – UVB Em situação de hipocalcemia o paratormônio puxa o cálcio dos ossos, por consequência a paratireoide trabalha mais que o normal para liberar mais paratormônio – hiperparatireoidismo secundário Distocia e Retenção de ovo Causas: manejo ambiental inadequado (falta de UVB e locais de postura – exemplo: pisos de cimento), deficiência de cálcio, alterações em trato reprodutivo Sinais clínicos: apatia, anorexia, prolapso de cloaca ou oviduto, edema de membros posteriores*, mudanças comportamentais *Os ovos acumulados na cavidade celomática comprimem todas as estruturas, incluindo vasos linfáticos e sanguíneos, causando edema em membros posteriores – pode causar inclusive dispneia por compressão do pulmão. Diagnóstico: exames RX, US, hemograma – irá apresentar leucocitose, bioquímico irá apresentar hipocalcemia devido ao quadro inflamatório • ESTASE FOLICULAR: produção de folículos ovarianos que não progridem para a formação do ovo, ou seja, não há deposito de cálcio – causando retenção Tratamento: - correção do manejo - aplicar gluconato de cálcio 100-200mg/kg IM e 1 hora depois ocitocina (2 a 10 UI/kg IM) – pode ser repetida até 2 vezes a cada 4 a 6 horas - Celiotomia – abertura da cavidade celomática Ovos maiores que a pelve precisam ser retirados cirurgicamente, no seguinte procedimento: Plastrotomia celiotomia remoção de ovos Fraturas Etiologia: traumas (quedas, atropelamentos, ataques de outros animais) - Uso de placas e parafusos + resinas ou tecnologias 3D conferem melhor estabilidade e cicatrização às fraturas Pneumonia Causa: Enterobacteriacae (Klebsiella spp., Citrobacter spp., Aeromonas spp. e Pseudomonasspp.) Fatores predisponentes: manejo inadequado e hipovitaminose A Sinais clínicos: anorexia, descarga nasal, respiração oral, dispneia – podem estar associados também aos sintomas da hipovitaminose A, visto que a pneumonia pode ser secundária a essa doença Diagnóstico: sinais clínicos, exames RX, lavado pulmonar, cultura bacteriana e antibiograma – importante pois há muita resistência bacteriana nos répteis - Para realizar o lavado pulmonar, sondamos o animal pela traqueia, injetamos soro fisiológico estéril, e com uma seringa puxamos o conteúdo. Parte desse líquido vai permanecer no pulmão do animal, mas não há problema. Tratamento: de acordo com o resultado da cultura e antibiograma, porém é possível aplicar gentamicina, enrofloxacina (quinolonas de amplo espectro), amicacina, e suporte com fluidoterapia, reposição de vitamina A, aquecimento, nutrição e nebulização Animal com sintomas visíveis de pneumonia (secreção nasal), e também da hipovitaminose A (edema ocular e aural) Estomatite É uma afecção de cavidade oral – pode evoluir de uma inflamação para ulceração e necrose de mucosa oral Fatores predisponentes: estresse, superpopulação, baixas temperaturas, má nutrição e traumatismos - serpentes são mais suscetíveis pela ingestão de presas inteiras (com garras, dentes etc) Sinais clínicos: salivação excessiva, anorexia, hiperemia da mucosa oral, edema gengival, petéquias, ulceração da mucosa e placas caseosas, osteomielite - infecções secundárias: pneumonia, infecções oculares, perda dos dentes etc Diagnóstico: swab da cavidade oral e culturas bacterianas com antibiograma Tratamento: limpeza e remoção de debris celulares, desinfecção com clorexidine diluída em soro fisiológico, antibióticos sistêmicos, AINES e fluidoterapia 1. Cite quais os principais acessos venosos em répteis. Veia jugular, veia caudal – comum a todos Jabutis: seio occipital, plexo braquial, veia subcarapacial Serpentes: veia paravertebral Lagartos: veia abdominal 2. Explique a importância do fornecimento de iluminação UVB e cálcio adequados para répteis, e cite qual a doença que implica na falta do seu fornecimento. Com a influencia da UVB, temos a formação da vitamina D3 na pele, que será absorvida pela corrente sanguínea. No fígado terá sua transformação para o calcediol e vai para corrente sanguínea em direção aos rins, neles será transformada na vitamina D ativa: calcitriol. No intestino, ela irá favorecer a absorção de cálcio fornecido pela dieta. Se esse processo não acontece, o animal entra em hipocalcemia estimulando a super produção de paratormônio, assim o organismo começa a retirar o cálcio dos ossos causando hiperparatireoidismo secundário nutricional. 3. Um animal apresentava edema de pálpebras, secreção nasal, dispneia e anorexia. Cite o possível diagnóstico para esta enfermidade e explique como devem ser feitos o tratamento e manejo adequados. O animal possivelmente está com pneumonia secundária a hipovitaminose A. O tratamento deve ser com antibioticoterapia de acordo com o resultado do antibiograma, fluidoterapia com reposição de vitamina A, sondas para alimentação, aquecer o animal. Além disso, explicar para o tutor corrigir o manejo desse animal, mantendo sempre o recinto com temperatura e umidade adequada para a espécie, alimentação completa. 4. Cite qual a região que devem ser feitas aplicações IM de antibióticos e outros fármacos em répteis, e explique o porquê. Membros anteriores e terço inicial das serpentes. Pois são animais que possuem sistema porta-renal, ou seja, válvulas condicionadas aos estímulos de sistema nervoso autônomo, que podem estar fechadas ou abertas dependendo do estímulo. Isso pode acarretar no desvio do medicamento direto para os rins causando nefrotoxicicdade e perdendo o efeito terapêutico desse fármaco, que não será metabolizado.
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