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Anatomia fisiologia manejo e enfermidades de répteis

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Medicina de répteis
Anatomia, fisiologia, nutrição e enfermidades 
Taxonomia 
Reino Animalia, Filo Chordata, Classe Reptilia 
• Ordem Crocodylia – crocodilianos (23 espécies) 
• Ordem Squamata – lagartos (sáurios; 4675 
espécies), serpentes (2940 espécies), anfisbenas 
(160 espécies) 
• Ordem Testudinata – quelônios (302 espécies) 
 
Metabolismo 
É o conjunto de reações químicas que ocorrem no 
organismo afim de gerar energia 
• Regulação de temperatura 
 Pressão arterial 
 Batimentos cardíacos 
 Digestão e absorção de nutrientes 
 
Répteis são animais com baixo metabolismo, 1/5 
comparado aos mamíferos com a mesma massa 
corporal em mesmas temperaturas. 
• São animais ectotérmicos (20 – 38ºC), ou seja 
dependem do meio externo para regular a 
temperatura corporal 
 
VANTAGEM: economia de energia, conseguem 
habitar áreas desérticas e realizar brumação* 
 
• Brumação: estado de torpor que poupa energia 
com a queda drástica do metabolismo do animal 
 
DESVANTAGEM: atividades são limitadas pela 
temperatura em que se encontram 
 
Animais em estado de brumação (geralmente ocorre 
em temperaturas muito baixas), primeiro é 
necessário regular a temperatura, realizar 
fluidoterapia, e para corrigir a anorexia oferecer 30% 
da quantidade ideal de alimento e ir aumentando 
gradualmente 
 
Na anestesia de répteis, é necessário primeiro 
aquecer o animal afim de acelerar o metabolismo, 
induzir com MPA injetável, pois na inalatória a 
tendência é que gere uma apneia 
 
 
 
 
Serpentes – anatomia 
• 1 côndilo occipital (método de contenção – 
NUNCA levantar uma serpente pela cabeça, pois 
isso força essa articulação podendo ocasionar em 
uma luxação ou sub luxação) 
 
• Articulação do osso quadrado cartilaginosa muito 
elástica – confere maiores movimentos cranianos 
para que seja possível engolir presas maiores 
 
• Nunca há o fechamento das epífises ósseas – por 
isso podem crescer durante toda a vida 
• Alongamento do corpo e órgãos – mais de 400 
costelas e vértebras 
• Ausência de pálpebras – presença de escudo 
óptico feito de queratina que protege a córnea 
• A taxa de crescimento depende diretamente da 
oferta de comida, temperatura e fatores 
ambientais 
• Esplenopâncreas: algumas espécies possuem o 
baço e o pâncreas fundidos em um único órgão 
• Presença de “fat bodies” – reservas energéticas 
 
Cavidade celomática: onde todos os órgãos estão, 
SEM a presença de um diafragma 
 Répteis e aves 
 
• Órgão de Jacobson 
Revestido por células quimiorreceptoras que 
levam a informação ao cérebro 
- ao expor a língua bífida e úmida, substâncias 
presentes do ambiente se aderem a essa língua e 
entram em contato com o órgão de Jacobson 
 
 
 
 
Quelônios – anatomia 
• 1 côndilo occipital 
• Possuem corpo compacto 
• Sobreposição de órgãos envoltos por uma caixa 
óssea compacta, (carapaça queratinizada) 
 Fraturas de carapaça passam por 
procedimentos ortopédicos 
 
 
OBS: fluidoterapia intracelomática – os órgãos irão 
absorver, porém tomar o cuidado com a vesícula 
urinária que é extremamente vascularizada (e 
septada) 
 
• São animais que muitas vezes chegam na clínica 
com alterações hepáticas (esteatose hepática) 
devido ao péssimo manejo 
 
• Por questões anatômicas, deve-se evitar manter 
os quelônios em decúbito dorsal, pois todos os 
órgãos na cavidade irão comprimir o pulmão, 
ocasionando uma dificuldade para respirar 
 
 
 
• Possuem uma bifurcação traqueal na região 
cervical mais proximal 
- por isso, atentar-se ao tamanho das sondas para 
intubação, colocar 1/3 aproximadamente, para 
evitar uma intubação seletiva (quando a sonda 
ventila apenas um lado do pulmão) 
• Possuem músculos muito bem desenvolvidos, 
por isso é difícil puxar a pata desses animais para 
uma coleta de sangue por exemplo 
 
 
 
 
Lagartos – anatomia 
• 1 côndilo occipital 
• Corpo alongado 
• Pernas adaptadas para locomoção 
• Testículos na porção cranial do rim 
 
 
 
Sistema tegumentar 
• Epiderme espessa coberta por escamas de 
queratina 
 Termorregulação 
 Proteção mecânica contra atritos e injúrias 
• Aplicações e coletas sempre são feitas ENTRE as 
escamas, nunca furar uma escama no meio 
 
Ecdise 
• Pode ocorrer de forma contínua ou em partes 
• Mediada por hormônios tireoidianos 
 Apoptose da camada de queratina e formação de 
uma nova camada 
• Intervalo de semanas ou anos 
• No período da troca pode ocorrer: hiporexia, 
procura por locais úmidos e diminuição da 
atividade 
• Terrário precisa ter pontos de atrito (substrato 
ou objetos) para facilitar a remoção da pele 
 
OBS: Nessa imagem, nota-se que o olho da serpente 
está mais opaco, o que sinaliza que em breve esse 
animal irá realizar a ecdise. 
 
• Animais com canal auditivo curto 
• Externamente – simples depressão onde há a 
membrana timpânica 
- em algumas espécies é coberto por uma 
membrana, já no gecko por exemplo não 
• As serpentes não possuem canal auditivo, mas 
sim um canal timpânico que apenas capta 
vibrações no ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema Circulatório 
• Coração com 3 cavidades (tricavitário), exceto 
para crocodilianos 
 2 átrios e 1 ventrículo 
 
• Ventrículo subdividido em: 
- cavum venoso 
- cavum arterial 
- cavum pulmonar 
 
• NÃO há mistura significativa de sangue arterial e 
venoso devido ao septo intraventricular 
 
 
 
 
• O átrio direito recebe o sangue “sujo”, que chega 
até a porção cavum pulmonar, e pelas artérias 
pulmonares vai para o pulmão ser oxigenado 
• Após oxigenado, chega no átrio esquerdo pelas 
veias pulmonares, passa pelo cavum arterial e vai 
ser distribuído para o corpo pelas 2 artérias 
aortas 
 
Sangue AD cavum venoso cavum pulmonar 
Pulmão veias pulmonares AE cavum arterial 
 Corpo 
 
Os batimentos cardíacos dos répteis variam de 
acordo com a temperatura: 
 Temperatura Batimentos 
 
Sistema respiratório 
• Anéis traqueais cartilaginosos completos sem 
presença de faixa muscular (não há distensão, por 
isso não podemos inflar o Cuff – causa isquemia 
e necrose, pois comprime a parede da traqueia e 
compromete a circulação sanguínea da região) 
 Recomendação: sondas endotraqueais SEM Cuff 
Traqueotomia como consequência de uma 
intubação com Cuff 
*QUESTÃO DE PROVA 
 
• Ausência de diafragma 
- Movimentos respiratórios conferidos pelos 
músculos abdominais e pela movimentação dos 
membros (para algumas espécies) 
- Expiração ativa e inspiração passiva 
 
• Serpentes – possuem um pulmão funcional 
(direito) e sacos aéreos 
O pulmão esquerdo pode ser menor ou 
inexistente 
Os sacos aéreos não realizam trocas gasosas, 
apenas armazenam o ar (auxilio na flutuação) 
 
• Favéolos – unidade de trocas gasosas (não há 
alvéolos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema digestório 
• Cavidade oral – glândulas 
• Esôfago fino – secreta muco que ajuda a levar o 
alimento até o estômago 
• Estômago – pH ácido (2 a 3 nas serpentes), em 
herbívoros não é tão ácido 
• Intestino: carnívoros X herbívoros 
- Iguanas – septações – transito de 140 horas 
- quelônios – digestão pode variar de 3 a 8 dias 
- nos herbívoros o ceco e colon é bastante 
desenvolvido 
Em um manejo ruim, quelônios podem ficar até 28 
dias sem defecar 
• Fígado e vesícula biliar (biliverdina) – répteis não 
apresentam icterícia pois não possuem a 
bilirrubina 
• Pâncreas/esplenopâncreas 
• Cloaca – urina, fezes e ovo 
• Digestão relacionada a temperatura ambiente 
 
Sistema Urinário 
• Rins pareados 
- chamados de metanéfricos: ausência de pelve 
renal e alças de Henle (reabsorção de água) 
- por isso são animais que não conseguem 
concentrar a urina 
• Vesícula urinária- é responsável pela regulação da reabsorção de 
água 
- quelônios e lagartos possuem vesícula única ou 
septada, enquanto as serpentes e crocodilianos 
NÃO possuem vesícula urinária 
• Sistema porta-renal 
- em situações de adrenalina, ativação do sistema 
nervoso simpático, o sangue que chega da veia 
ilíaca externa passa pela válvula porta renal 
aberta e vai para a veia cava caudal 
- já em situações de relaxamento (sistema 
nervoso parassimpático) o sangue que chega da 
veia ilíaca NÃO consegue passar pela válvula 
porta renal, e segue DIRETO para os rins 
 Nessa situação os fármacos são excretados 
pelo rim sem serem metabolizados, podendo 
causar também uma nefrotoxicidade 
 
 
 
 
 
Para garantir o EFEITO dos fármacos, a aplicação 
é feita em membros anteriores (geralmente em 
bíceps e tríceps) e nas serpentes em terço inicial 
 Para aves: musculatura peitoral 
 
• Ureteres desembocam na cloaca ou vesícula 
urinária (para espécies que a possuem) 
• Suas excretas são na forma de ácido úrico 
(quelônios, serpentes e lagartos) 
 
 
 
Cloaca 
Onde desemboca o sistema digestório, urinário e 
reprodutor 
• Coprodeo – fezes 
• Urodeo – ureter/vesícula e oviduto 
• Proctodeo – junção dos dois e liberação para o 
meio externo 
 
 
Sistema reprodutor e sexagem 
Na ordem Squamata os machos possuem hemipênis 
e as fêmeas possuem vagina dupla 
 
 
 
 
 
• Para sexagem das serpentes, inserimos o sexador 
na cloaca, no sentido da cauda. 
• Nos machos o instrumento de sexagem consegue 
entrar de 5 a 7 escamas, enquanto na fêmea em 
média 3 escamas. 
 
 
 
 
 
 
 
• Nos quelônios, as fêmeas possuem plastrão reto 
enquanto os machos possuem plastrão côncavo, 
que facilita no momento da reprodução. 
• Em Tigre D’água só é possível diferenciar pois os 
machos possuem CAUDA e GARRAS maiores, que 
também facilitam na hora da monta. 
 
 
 
 
• Nas pogonas, o macho possui poros femorais 
muito mais evidentes que as fêmeas 
 
 
• Nos geckos, os machos também possuem poros 
cloacais mais evidentes que as fêmeas 
Instalações para répteis 
• Tamanho mínimo do recinto respeitando o 
tamanho do animal 
• Decoração 
• Substrato 
• Iluminação UVA/UVB 
- luminosidade de 14h no verão e 12h do inverno 
- tem influencia direta na reprodução 
 
• Temperatura de acordo com a espécie 
- répteis diurnos (teiú, iguana, pogona...) 
temperatura em média 27 – 35ºC, com áreas mais 
quentes medindo 45ºC 
- répteis noturnos (gecko) – 21 a 27ºC e áreas 
mais quentes com 32ºC 
- importante ter um gradiente de temperatura 
para todos os terrários 
 
• Umidade e fornecimento de água 
- mais difícil de controlar, principalmente se não 
houver boa higiene e ventilação adequada 
- potes de água e borrifadores ajudam a manter a 
umidade adequada para cada espécie 
- tomar cuidado para não propiciar o crescimento 
de fungos e bactérias 
- matérias de madeira não são indicados 
 
• Esconderijo 
• Local para postura de ovos 
 
 
 
• Uso de pedras quentes dentro do recinto é muito 
comum 
- atentar-se a temperatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contenção física 
Feita com laço, gancho e cambão 
 
• Ao escolher o laço como método de contenção, 
certificar-se de que o laço está prendendo o 
pescoço e um dos membros anteriores junto 
- dessa forma evitamos lesões na coluna 
• Em serpentes é mais comum o gancho 
- lembrar-se de não erguer a serpente pela 
cabeça, sempre apoiar o corpo 
- serpentes venenosas usa-se um tubo 
 
 
 
 
 
 
• Lembrar que alguns animais tem a capacidade de 
realizar autotomia – amputação espontânea de 
partes do corpo em situações de defesa 
- geckos, lagartos e iguanas, quando puxados pela 
cauda, realizam autotomia 
- a cauda não cresce mais da mesma forma, 
adquirem outra coloração 
 
 
 
 
 
 
• Para contenção de quelônios, basta deixa-los 
apoiados em regiões longe do solo 
 
 
Nutrição de serpentes 
• Animais carnívoros 
• São capazes de ingerir presas inteiras: 
camundongos, ratos, hamsters, cobaias, aves e 
coelhos 
• Requerem altos níveis de proteínas (30-60%) 
• Gordura (30-60%) 
• Baixos níveis de carboidratos (<10%) e fibras 
• Quantidade recomendada de alimento: 20 a 30% 
de seu peso vivo 
• Frequência: animais jovens a cada 7 dias 
- animais a partir de 1 ano a cada 10-15 dias 
- a partir de 3 anos a cada 15-20 dias 
 
 
 
É recomendado oferecer animais mortos, adquiridos 
de biotério, assim garantimos o bem estar da presa e 
também evitamos acidentes com a serpente 
- exemplo: se ela não estiver com fome e o rato 
começar a mordiscar suas escamas 
 
 
Nutrição de lagartos 
Animais herbívoros, onívoros, insetívoros e 
carnívoros 
• Herbívoros ingerem verduras, vegetais, frutas e 
capim/feno 
• Altos níveis de fibra (15-40%), e baixos níveis de 
proteínas (15 a 35%), e gordura <10% 
• Exemplo de dieta: 50 a 75% verduras, 15% 
vegetais, 5% frutas e feno ilimitado 
• Quantidade recomendada: 10 a 30% do peso vivo 
• Frequência: diariamente 
• Ração: 25 a 50% da dieta 
• Onívoros ingerem verduras, vegetais, frutas, 
insetos, ovos e pequenos vertebrados 
• Requerem 75% da dieta de herbívoros e 25% da 
dieta de carnívoros (>15% de proteínas) 
• Exemplo: 50 a 75% verduras, 15% vegetais e 5% 
frutas, ovos, carnes e insetos 
• Quantidade recomendada: 10 a 30% do peso vivo 
• Frequência: diariamente ou em dias alternados 
 
• Insetívoros ingerem insetos (larvas, grilos, 
baratas, etc) 
• Requerem altos níveis de proteína e gordura (30 
a 60%) baixos níveis de carboidratos (<10%) e 
pouca fibra 
• Quantidade recomendada: 10 a 30% PV 
• Frequência: em dias alternados ou a cada 2-3 dias 
 
• Carnívoros ingerem camundongos, ratos, aves 
etc 
• Requerem altos níveis de proteína (30 a 60%), 
gordura 25 a 60%, e baixos níveis de carboidratos 
e fibras 
• Quantidade recomendada: 10 a 30% PV 
• Frequência recomendada: dias alternados ou a 
cada 2-3 dias 
 
Nutrição de quelônios 
Onívoros, carnívoros e herbívoros 
• Onívoros ingerem verduras, vegetais, frutas, 
insetos, ovos (preferencialmente cozidos), 
pequenos vertebrados e ração 
• Requerem 75% da dieta de herbívoros e 25% da 
dieta de carnívoros (entre 15 a 30% de proteínas) 
• Exemplo: 50-75% verduras, 15% vegetais e 5% 
frutas, ovos, carnes e insetos 
• Ração 25-50% da dieta 
• Quantidade recomendada: 15 a 30% PV 
• Alimentar DIARIAMENTE 
 
OBS: lembrar que animais adultos requerem menos 
quantidade de proteínas do que animais filhotes. 
 
 
• Carnívoros ingerem carne, peixe, frango, ração 
etc 
• Requerem altos níveis de proteína e gordura (25 
a 60%) 
• Quantidade recomendada: 15 a 30% PV 
• Ração: 25 a 50% da dieta 
• Alimentar DIARIAMENTE 
 
• Herbívoros ingerem verduras, vegetais, frutas e 
capim/feno 
• Requerem altos níveis de fibras (15-35%), baixos 
níveis de proteína (15-35%) e gordura (<10%) 
• Exemplo: 50 a 75% verduras, 15% vegetais, 5% 
frutas e capim ilimitado 
• Ração: 25 a 50% da dieta 
 
 
1. Explique a importância de sabermos sobre o 
sistema porta renal no tratamento de 
enfermidades em répteis 
- É importante para garantir a eficácia da 
aplicação de medicamentos. Sabemos que as 
aplicações são em membros anteriores e 
primeiro terço no caso das serpentes, caso 
contrário é possível que o fármaco seja 
excretado pelo rim sem ser metabolizado. 
 
2. Explique qual a importância de sabermos 
sobre a ectotermia de répteis para o manejo 
alimentar e ambiental 
- Essa característica confere aos répteis a 
necessidade de aquecimento externo para 
manter um metabolismo equilibrado. Dessa 
forma, ao manter a temperatura corporal 
ideal para a espécie, o sistema digestório irá 
funcionar adequadamente. Animais que não 
possuem essa fonte de calor externa tem o 
metabolismo muito mais reduzido. 
 
3. Cite 3 características biológicase ou 
anatômicas comum a répteis 
- Ausência de diafragma, realização da ecdise, 
anéis traqueais completos, possuem apenas 
1 côndilo occipital, ectotérmicos, coração 
com 3 cavidades 
 
4. Explique a importância de sabermos as 
características anatômicas do sistema 
respiratório 
- É importante saber que os anéis traqueais 
são completos, para evitar uma intubação 
com sondas que possuem Cuff. Afim de evitar 
uma isquemia, necrose e possível 
traqueotomia. 
Além disso, também é necessário lembrar 
que os quelônios possuem uma bifurcação 
traqueal em região cervical proximal. Essa 
característica indica que devemos nos 
atentar ao tamanho da sonda e colocar 
apenas 1/3 dela, evitando uma intubação 
seletiva. 
Também lembrar que répteis são animais que 
não possuem diafragma, então todos os 
órgãos estão na mesma cavidade, chamada 
celomática. 
 
Principais enfermidades 
Anamnese 
• Identificação do animal na ficha clínica com: 
espécie, idade, sexo e nome científico (pois o 
nome popular muda conforme a região) 
• Histórico do animal 
Cativeiro x vida livre 
Tempo de cativeiro 
Fez quarentena ou não 
Quais contactantes (incluindo cachorro ou gato) 
• Queixa principal e sistemas 
• Instalação (tamanho, material, substrato, 
plantas, higiene etc) – se possível pedir fotos 
• Alimentação 
 
Exame clínico 
Exame físico: 
• Inspeção – observar o animal antes da contenção 
e do manejo, avaliar condição corporal, postura, 
nível de atividade, movimentação, resposta a 
estímulos, esforços respiratórios, excretas e 
instalações 
- Após contenção: exame de olhos (se a ecdise 
ocorreu de forma adequada, se não há úlceras – 
exame com fluoresceína), narinas, conjuntiva, 
boca e pele 
• Auscultação – geralmente é feita com Doppler e 
não com estetoscópio 
• Palpação da cavidade celomática 
• Olfação 
• Pesagem 
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DE DOR 
 
 
OBS: Jabutis com dispneia ficam com a cabeça 
levantada e boca aberta em busca de mais oxigênio, 
enquanto as serpentes formam um “papo” na região 
abaixo da boca. 
 
É importante lembrar também que não são todos os 
animais que demonstram agressividade ao sentir dor. 
Exemplo: Jabutis atropelados, com órgãos expostos e 
fratura de carapaça, que chegam na clínica 
aparentemente “bem”. 
 
Colheita de material 
• TESTUDINES 
Veia jugular (A) e Veia subcarapacial (B), cefálica e 
caudal 
 
A coleta na veia subcarapacial é dolorosa e por isso 
não é muito utilizada na clínica. 
 
• LAGARTOS 
Veia jugular, cefálica e caudal 
• SERPENTES 
Veia paravertebral, caudal e intracardíaca 
Técnica de coleta 
Nos répteis a técnica consiste em saber a anatomia de 
cada animal. Em um ângulo de 90º, inserimos a 
agulha ENTRE as escamas lentamente em direção a 
veia, fazemos uma pressão negativa puxando o 
embolo, e quando começar a entrar sangue na 
seringa estabilizamos a agulha e esperamos a 
quantidade necessária. 
OBS: o fluxo sanguíneo pode ser lento 
 
• As hemácias dos répteis são nucleadas 
• A amostra de sangue para hemograma deve ser 
colocada em tubos com HEPARINA, pois o tubo 
com EDTA irá causar hemólise 
 
OBS: A quantidade de sangue da coleta deve ser de 
1% do peso vivo do animal 
 
Vias de administração 
 
A via intraóssea é feita mais comumente em casos de 
emergência, pois é mais dolorosa. 
 
A subcutânea pode ser feita para animais levemente 
desidratados, mas em casos mais graves a opção é 
intravenosa. 
 
Disecdise 
Ocorre quando o animal não consegue realizar a troca 
completa do extrato córneo que recobre o corpo e 
pedaços de queratina permanecem aderidos. 
Etiologia 
- baixa umidade 
- falta de substrato abrasivo 
- lesões cutâneas 
- ectoparasitas 
Sinais clínicos 
- pedaços de queratina aderidos a pele 
- rachaduras cutâneas 
- infecções secundárias 
Diagnóstico: sinais clínicos e manejo inadequado 
Tratamento: 
- correção ambiental 
- banhos com água morna 
- remoção manual 
- pomadas oftalmológicas 
 
Indicado: 10 a 20mL/kg de ringer lactato 
dependendo do grau de desidratação do animal 
 
 
 
Hipovitaminose A 
É causada por dietas não suplementadas, mal 
formuladas e com carne bovina (exemplo: animais 
que comem só alface/muito alface) 
 
• Susceptíveis: animais jovens 
Sinais clínicos: 
- anorexia 
- edema de pálpebras 
- anormalidades oculares 
- blefaroespasmo 
- abcessos aurais (caseosos – remoção cirúrgica) 
- pneumonia – secundária 
- alterações em pele 
 
Animal com edema de pálpebra e presença de abcesso aural 
 
Diagnóstico: sinais clínicos e histórico + 
histopatológico 
Tratamento: vitamina A 2000 UI/kg IM por 7 dias, 
fazendo 4 tratamentos 
- tratar as infecções secundárias 
- suporte ao animal: fluido + aquecimento e alimentação 
- correção alimentar – explicar ao tutor o manejo 
 
OBS: a vitamina A não pode ser administrada 
preventivamente, pois uma vez que é lipossolúvel o 
organismo não a elimina; haveria um ACUMULO de 
vitamina A como consequência. 
 
 
 
Doença osteometabólica 
Hiperparatireoidismo nutricional secundário 
• Etiologia: erros de manejo na iluminação (luz 
UVB), falha no fornecimento de cálcio 
• Lagartos e quelônios jovens são mais suscetíveis, 
pois as serpentes NÃO precisam da luz UVB para 
metabolizar cálcio – obtém tudo que precisa na 
dieta 
• Sinais clínicos: 
- prostração 
- prolapso de cloaca (perdem a capacidade de 
controlar o esfíncter) 
- aumento do volume dos membros 
- amolecimento ou aumento dos ossos da 
mandíbula por osteomalácia, escoliose, fraturas 
- amolecimento de carapaça 
- espasmos musculares 
- convulsões 
 
 
Com a luz UVB e aquecimento adequados, a 
vitamina D3 (captada pela pele) será 
transformada pelo fígado em calcediol, que 
será transformada pelos rins na FORMA 
ATIVA da vitima D: calcetriol 
 
• Diagnóstico 
- dosagem sérica de fosfato e cálcio 
- exames RX que evidenciam fraturas patológicas 
- escoliose 
- perda de radiopacidade da córtex óssea 
 
• Tratamento 
- reposição de vitamina D3 e cálcio 
- medicação suporte com analgésicos e 
fluidoterapia (AINE + dipirona) 
- correção do manejo alimentar e ambiental – 
UVB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em situação de hipocalcemia o paratormônio puxa o 
cálcio dos ossos, por consequência a paratireoide 
trabalha mais que o normal para liberar mais 
paratormônio – hiperparatireoidismo secundário 
Distocia e Retenção de ovo 
Causas: manejo ambiental inadequado (falta de UVB 
e locais de postura – exemplo: pisos de cimento), 
deficiência de cálcio, alterações em trato reprodutivo 
 
Sinais clínicos: apatia, anorexia, prolapso de cloaca 
ou oviduto, edema de membros posteriores*, 
mudanças comportamentais 
 
*Os ovos acumulados na cavidade celomática 
comprimem todas as estruturas, incluindo vasos 
linfáticos e sanguíneos, causando edema em 
membros posteriores – pode causar inclusive 
dispneia por compressão do pulmão. 
 
 
Diagnóstico: exames RX, US, hemograma – irá 
apresentar leucocitose, bioquímico irá apresentar 
hipocalcemia devido ao quadro inflamatório 
 
 
 
• ESTASE FOLICULAR: produção de folículos 
ovarianos que não progridem para a formação do 
ovo, ou seja, não há deposito de cálcio – 
causando retenção 
Tratamento: 
- correção do manejo 
- aplicar gluconato de cálcio 100-200mg/kg IM e 1 
hora depois ocitocina (2 a 10 UI/kg IM) – pode ser 
repetida até 2 vezes a cada 4 a 6 horas 
- Celiotomia – abertura da cavidade celomática 
 
Ovos maiores que a pelve precisam ser retirados 
cirurgicamente, no seguinte procedimento: 
Plastrotomia celiotomia remoção de ovos 
 
 
Fraturas 
Etiologia: traumas (quedas, atropelamentos, ataques 
de outros animais) 
- Uso de placas e parafusos + resinas ou tecnologias 
3D conferem melhor estabilidade e cicatrização às 
fraturas 
 
 
Pneumonia 
Causa: Enterobacteriacae (Klebsiella spp., 
Citrobacter spp., Aeromonas spp. e Pseudomonasspp.) 
 
Fatores predisponentes: manejo inadequado e 
hipovitaminose A 
Sinais clínicos: anorexia, descarga nasal, respiração 
oral, dispneia – podem estar associados também aos 
sintomas da hipovitaminose A, visto que a pneumonia 
pode ser secundária a essa doença 
Diagnóstico: sinais clínicos, exames RX, lavado 
pulmonar, cultura bacteriana e antibiograma – 
importante pois há muita resistência bacteriana nos 
répteis 
- Para realizar o lavado pulmonar, sondamos o animal 
pela traqueia, injetamos soro fisiológico estéril, e com 
uma seringa puxamos o conteúdo. Parte desse líquido 
vai permanecer no pulmão do animal, mas não há 
problema. 
 
Tratamento: de acordo com o resultado da cultura e 
antibiograma, porém é possível aplicar gentamicina, 
enrofloxacina (quinolonas de amplo espectro), 
amicacina, e suporte com fluidoterapia, reposição de 
vitamina A, aquecimento, nutrição e nebulização 
 
Animal com sintomas visíveis de 
pneumonia (secreção nasal), e 
também da hipovitaminose A 
(edema ocular e aural) 
 
Estomatite 
É uma afecção de cavidade oral – pode evoluir de uma 
inflamação para ulceração e necrose de mucosa oral 
 
Fatores predisponentes: estresse, superpopulação, 
baixas temperaturas, má nutrição e traumatismos 
- serpentes são mais suscetíveis pela ingestão de 
presas inteiras (com garras, dentes etc) 
 
Sinais clínicos: salivação excessiva, anorexia, 
hiperemia da mucosa oral, edema gengival, 
petéquias, ulceração da mucosa e placas caseosas, 
osteomielite 
- infecções secundárias: pneumonia, infecções 
oculares, perda dos dentes etc 
 
Diagnóstico: swab da cavidade oral e culturas 
bacterianas com antibiograma 
 
Tratamento: limpeza e remoção de debris celulares, 
desinfecção com clorexidine diluída em soro 
fisiológico, antibióticos sistêmicos, AINES e 
fluidoterapia 
 
 
 
 
1. Cite quais os principais acessos venosos em 
répteis. 
Veia jugular, veia caudal – comum a todos 
Jabutis: seio occipital, plexo braquial, veia 
subcarapacial 
Serpentes: veia paravertebral 
Lagartos: veia abdominal 
 
2. Explique a importância do fornecimento de 
iluminação UVB e cálcio adequados para 
répteis, e cite qual a doença que implica na 
falta do seu fornecimento. 
Com a influencia da UVB, temos a formação 
da vitamina D3 na pele, que será absorvida 
pela corrente sanguínea. No fígado terá sua 
transformação para o calcediol e vai para 
corrente sanguínea em direção aos rins, neles 
será transformada na vitamina D ativa: 
calcitriol. No intestino, ela irá favorecer a 
absorção de cálcio fornecido pela dieta. Se 
esse processo não acontece, o animal entra 
em hipocalcemia estimulando a super 
produção de paratormônio, assim o 
organismo começa a retirar o cálcio dos ossos 
causando hiperparatireoidismo secundário 
nutricional. 
 
3. Um animal apresentava edema de 
pálpebras, secreção nasal, dispneia e 
anorexia. Cite o possível diagnóstico para 
esta enfermidade e explique como devem 
ser feitos o tratamento e manejo 
adequados. 
O animal possivelmente está com pneumonia 
secundária a hipovitaminose A. O tratamento 
deve ser com antibioticoterapia de acordo 
com o resultado do antibiograma, 
fluidoterapia com reposição de vitamina A, 
sondas para alimentação, aquecer o animal. 
Além disso, explicar para o tutor corrigir o 
manejo desse animal, mantendo sempre o 
recinto com temperatura e umidade 
adequada para a espécie, alimentação 
completa. 
 
4. Cite qual a região que devem ser feitas 
aplicações IM de antibióticos e outros 
fármacos em répteis, e explique o porquê. 
Membros anteriores e terço inicial das 
serpentes. Pois são animais que possuem 
sistema porta-renal, ou seja, válvulas 
condicionadas aos estímulos de sistema 
nervoso autônomo, que podem estar 
fechadas ou abertas dependendo do 
estímulo. Isso pode acarretar no desvio do 
medicamento direto para os rins causando 
nefrotoxicicdade e perdendo o efeito 
terapêutico desse fármaco, que não será 
metabolizado.

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