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relação dos terceiros molares com canal mandibular

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS
RELAÇÃO DOS TERCEIROS MOLARES COM CANAL MANDIBULAR EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS
IPATINGA-MG
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS
ALINE PRADO LANGAME ARAUJO
FLÁVIA EDUARDA DE OLIVEIRA VIEIRA
RELAÇÃO DOS TERCEIROS MOLARES COM CANAL MANDIBULAR EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, como exigência parcial para a obtenção de título Cirurgião Dentista sob orientação da Professor Emiliano Mansur
IPATINGA-MG
2020
ALINE PRADO LANGAME ARAUJO
FLÁVIA EDUARDA DE OLIVEIRA VIEIRA
RELAÇÃO DOS TERCEIROS MOLARES COM CANAL MANDIBULAR EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, como exigência parcial para a obtenção de título Cirurgião Dentista sob orientação da Professor Emiliano Mansur
Aprovada em:__ / ____ / ____. Por:
_____________________________________________________________
Profª Drª- Unileste
_____________________________________________________________
Prof. Dr. – Unileste
_____________________________________________________________
Profª Me – Unileste
IPATINGA-MG
2020
Sumário
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................5
1 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................................6
2.1 TERCEIRO MOLAR EM RADIOGRAFIAS...................................................................6
2.2 PREVALÊNCIA DE TERCEIROS MOLARES...............................................................7
2.3. CLASSIFICAÇÃO DO TERCEIRO MOLAR................................................................7
4 METODOLOGIA...................................................................................................................11
4.1 Área de Estudo.....................................................................................................................11
4.2 Coletada de Dados................................................................................................................11
4.3 Analise de dados...................................................................................................................11
4.4 Critérios de Inclusão............................................................................................................12
4.5 Critérios de Exclusão...........................................................................................................12
RESULTADO	12
DISCUSSÃO	16
CONSIDERAÇÕES FINAIS	19
REFERÊNCIA	20
RELAÇÃO DOS TERCEIROS MOLARES COM CANAL MANDIBULAR EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICA
RELATIONSHIP OF MOLAR THIRD PARTIES WITH MANDIBULAR CHANNEL IN PANORAMIC RADIOGRAPHIES
 
 ALINE PRADO LANGAME ARAUJO1
 FLÁVIA EDUARDA DE OLIVEIRA VIEIRA2
 EMILIANO MANSUR3
 RESUMO
Os terceiros molares mandibulares podem apresentar diversos sinais radiográficos sugestivos de proximidade com o canal alveolar inferior. Com isso o objetivo desse estudo foi analisar a relação dos terceiros molares com canal mandibular, através da avaliação por radiografia panorâmica, analisando os principais elementos que compõem tal observação. Utilizou-se como métodos a revisão de literatura integrativa, com análise de dados e organização de informações encontradas em bancos de dados científicos, utilizando revistas acadêmicas e artigos científicos disponíveis na internet. A revisão bibliográfica foi adotada como método de agrupamento dos dados e síntese do conhecimento acerca da temática proposta. Assim conclui-se que o conhecimento das posições e classificações dos terceiros molares em radiografias panorâmicas pelo cirurgião dentista,contribui para um diagnóstico e planejamento cirúrgico adequados, visto que algumas complicações durante a excisão do terceiro molar e pós operatório, deve-se ao planejamento inadequado. 
Palavras-chaves: Terceiro molar, radiografia, canal mandibular, Cirugião dentista.
ABSTRACT
The third mandibular molars may present several radiographic signs suggestive of proximity to the lower alveolar canal. Thus, the objective of this study was to analyze the relationship of the third molars with the mandibular canal, through the evaluation by panoramic radiography, analyzing the main elements that make up the observation. Used as methods of integrative literature review, with data analysis and organization of information found in scientific databases, using academic journals and scientific articles available on the internet. A bibliographic review was adopted as a method of grouping data and knowledge about the thematic proposal. Thus, it is concluded that the knowledge of the positions and third molars in panoramic radiographs by the dentist, contributes to a diagnosis and surgical surgical planning, since some complications during excision of the third molar and postoperatively, must be performed during the test .
Keywords: Third molar, radiography, mandibular canal, dental surgeon
_________________________ 
1-Graduanda do curso de Odontologia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. E-mail: alinearaujo_@hotmail.com
2-Graduanda do curso Odontologia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. E-mail: flavia.vieira@a.unilest.edu.br
3
3- Professor Adjunto do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste, Especialista em Cirurgia e Traumatologia bucomaxilofacial pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Especialista em Implantodontia pela Associação de Minas Gerais. Brasileira de Odontologia Regional de Ipatinga. Mestre em Clinicas Odontológicas- Pontifícia Universidade Católica E-mail: Emiliano.mansur@p.unilest.edu.br.
 INTRODUÇÃO 
		A cirurgia do terceiro molar está entre as práticas mais realizadas pelos cirurgiões bucomaxilo faciais, visto a predominância de dentes retidos, a causa não está totalmente definida, porquanto cabe ao dentista a avalição precisa para escolha do procedimento efetivo. Bouloux (2007), afirma que devido essa grande demanda de cirurgias do terceiro molar, o risco de parestesia deve ser levado em consideração, junto ao paciente, na hora da avalição pré-cirurgica, junto ao paciente.
		Embora não haja causa pré-definida, a retenção dental é quase que exclusivamente decorrente de fatores mecânicos, quando o dente encontra, em seu caminho, obstáculo que o impede de irromper na cavidade bucal. A falta de espaço ou uma condensação seja óssea ou fibrosa podem ser suficientes para reter um dente, assim como inúmeros processos neoplásicos (RIBEIRO, 2017).
		Tem se demonstrado que os terceiros molares mandibulares podem apresentar diversos sinais radiográficos sugestivos de proximidade com o canal alveolar inferior, tais como interrupção da parede do canal mandibular, obscurecimento dos ápices, desvio do canal mandibular e estreitamento dos ápices (SUOMALAINEN, 2010).
		 As impacções dos terceiros molares inferiores são queixas comuns observadas no consultório odontológico. A remoção imediata após uma meticulosa avaliação pré-operatória é importante para evitar complicações indesejáveis ​​relacionadas à sua presença ou durante a remoção cirúrgica. A radiografia panorâmica fornece informações essenciais relacionadas às mandíbulas e suas estruturas circundantes e de suporte em um filme. Eles são usados ​​como filmes de triagem básicos na prática odontológica de rotina para diagnosticar anomalias da dentição e dos maxilares (MAHESH, 2011).
Visto isso, esse estudo de revisão tem como finalidade, analisar a relação dos terceiros molares com canal mandibular, através da avaliação por radiografia panorâmica, analisando os principais elementos que compõem tal observação, já descrita na literatura.
1 REVISÃO DE LITERATURAOs dentes permanentes de uma pessoa começam a serem formados entre o terceiro e quarto mês de vida intrauterina como os incisivos, caninos e primeiros molares. Os outros dentes somente após o nascimento, sendo o primeiro e segundo pré-molares até o décimo mês de vida, o segundo molar entre o nono e o décimo segundo mês de vida (MILORO, 2016).
		Os terceiros molares inferiores são responsáveis ​​pela pericoronite, apinhamento primário e / ou secundário da dentição, tumores e cistos odontogênicos, defeitos periodontais associados à parte posterior dos segundos molares inferiores (MM2s), cárie entre MM2s e MM3s e miofascial e dor neurogênica (HASEGAWA, 2011).
2.1 TERCEIRO MOLAR EM RADIOGRAFIAS
		Os dois tipos de radiografias mais utilizadas são a periapical e a panorâmica, a periapical que é obtida apenas a imagem do elemento dentário selecionado, e o filme é colocado diretamente dentro da boca do paciente, já a radiografia panorâmica é considerada padrão ouro, o filme é colocado fora da boca do paciente e podemos ter a imagem da arcada superior quanto a inferior e estruturas associadas na mesma imagem, tem por vantagem proporcionar mais possibilidades de avaliação das estruturas anatômicas vizinhas e abrange áreas maiores do que a periapical ( TEXEIRA, 2018).
		A radiografia panorâmica é o método de imagem padrão para avaliação pré-operatória antes da remoção dos terceiros molares inferiores (ARAUJO, 2019). É o exame mais utilizado, por ser um exame em que é possível o diagnóstico dos dentes inclusos e impactados e por seu baixo custo (DUDHIA, 2011).
 Devido à ampla utilização da radiografia panorâmica e suas vantagens diagnósticas, classificações foram propostas, com o objetivo de avaliar o posicionamento dos terceiros molares, bem como sua proximidade com estruturas nobres. Assim, permitem a antecipação de possíveis transtornos e possibilitam a previsão de algumas modificações durante o ato operatório (SANTANA, 2000).
Na ausência de sintomas subjetivos, pelo menos três fatores radiográficos geralmente determinam a decisão de remover um terceiro molar mandibular impactado/semi-impactado: reabsorção na superfície distal do segundo molar, perda óssea marginal na superfície da raiz distal do segundo molar e um aumento do espaço periodontal ou cisto ao redor da coroa do terceiro molar (EA, 2018).
 		As técnicas de preparo atuais são, no máximo, semi-automatizadas e dependem de interações manuais propensas à variabilidade do operador (BANAR, 2020).
2.2 PREVALÊNCIA DE TERCEIROS MOLARES 
	Os dentes com maior probabilidade de serem considerados inclusos são os terceiros molares superiores e inferiores seguidos pelos caninos superiores (MOREIRA, 2019).
		A impactação do terceiro molar é recorrente na população Europeia, registrada em torno de 73% da população de jovens adultos. Este fenômeno ocorre mais frequentemente em indivíduos do sexo feminino do que do masculino (SANTOSH, 2015). Devido à grande variação na morfologia da coroa e raiz, e erupção, até 50% dos seres humanos experimentam problemas com o M3, como impactação, patologias incluindo cárie, inflamação ou cistos (CARTER, 2015).
	Em suma, um pré-operatório adequado, avaliação clínica radiográfica do dente impactado, boa seleção do método cirúrgico e uso correto de instrumentos são recomendados (CARVALHO, 2020).
2.3. CLASSIFICAÇÃO DO TERCEIRO MOLAR
A exodontia de terceiros molares é um dos procedimentos mais realizados no que tange a cirurgia oral nos consultórios odontológicos. Para que houvesse uma comunicação mais eficaz entre os cirurgiões dentistas a fim de evitar acidentes durante e após a realização desse tipo de exodontia que geralmente estão relacionadas com a posição dentária, durantes os anos foram criadas diversas classificações de dentes inclusos e impactados. Das diversas classificações as com maior destaque são as propostas por Winter (NORMANDO, 2015). Os dentes impactados são avaliados de acordo com sentido ocluso-apical e entre a distal do segundo molar e o ramo da mandíbula e da classificação de Winter (WU, 2017). Como mostra a (Figura 1) e (Figura 2).
Figura 1- Classificação de Winter.
Fonte: (JÚNIOR, 2019)
Figura 2- Classificação de Winter
Fonte: (Adaptada de Peterson, 2005).
	 A profundidade ou o nível dos terceiros molares superiores e inferiores pode ser classificado usando o sistema de classificação Pell e Gregory (JÚNIOR, 2019). As classificações de Pell e Gregory são um método confiável de avaliar a dificuldade de uma exodontia de um terceiro molar impactado. Assim, cabe ao profissional reconhecer a dificuldade de cada procedimento para melhor avaliar sua conduta (FERREIRA, 2019).
	
Figura 3- Classificação da posição dos terceiros molares segundo Pell & Gregory
	 Fonte: (Adaptada de Peterson, 2005).
Figura 4- Classificação da posição dos terceiros molares
	
Fonte: (Adaptada de Peterson, 2005).
4 METODOLOGIA
4.1 Área de Estudo 
	Trata-se de um estudo de revisão de literatura integrativa, com análise de dados e organização de informações encontradas em bancos de dados científico, utilizando revistas acadêmicas e artigos científicos disponíveis na internet. 
4.2 Coletada de Dados 
Utilizou-se o meio bibliográfico, por se tratar de uma pesquisa que de ampla relevância científica, delimitando-se a utilização da auditoria interna como um meio de confiabilidade.
De acordo com Gil (2007, p. 44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”, permitindo novos posicionamentos e interpretações acerca do tema estudado. 
Assim, além de permitir o levantamento das pesquisas relacionadas ao tema estudado, uma pesquisa bibliográfica permite ainda o aprofundamento teórico que norteia a pesquisa (PIANA, 2009).
A revisão bibliográfica foi adotada como método de agrupamento dos dados e síntese do conhecimento acerca da temática proposta, de modo a responder a seguinte questão norteadora: Sobre a relação dos terceiros molares com canal mandibular em radiografias panorâmicas.
Optou-se por selecionar estudos publicados no período temporal de 2015 a 2020, escritos nos idiomas inglês, espanhol e português. Foram utilizadas bases acadêmicas como: Pumed, Medical Literature Analysisand Retrieval System on-line (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO).
 
4.3 Analise de dados
 
	Os estudos foram selecionados e agrupados em tabelas para analise, com os respectivos dados que estavam de acordo com o critério de inclusão e exclusão. Após a seleção os estudos foram organizados em tabelas e incluídos no trabalho.
4.4 Critérios de Inclusão 
	Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados nos últimos cinco anos, até abril de 2020. Tais publicações foram organizadas em tabelas para análise. Estudos de analise pratica foram inclusos.
4.5 Critérios de Exclusão 
	Foram excluídos, estudos realizados fora do período abordado, estudos com metodologia e objetivos repetidos, estudos fora do contexto dessa pesquisa
RESULTADO
	
Foram selecionados 25 artigos com correlação ao tema abordado, após analise textual e seleção dentro dos critérios de exclusão e inclusão, mantivemos sete artigos, 4 do Pubmed, 2 Scielo e um artigo do Lilacs, os quais estavam dentro dos critérios metodológicos.
TABELA 1- Estudos Relacionados ao terceiro molar em canal mandibular
	Autor 
	Título
	Resultados
	Conclusão
	SOUZA, 2019
	AVALIAÇÃO DAS VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO CANAL DA MANDÍBULA EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS
	Foram observados 52,7% de canais altos; 15,8% de canais intermediários; 23,1% de canais baixos, e 8,4% de canais com outras variações das quais 6,2% são bifurcações do canal da mandíbula.
	A maior prevalência foi para canais sem bifurcação
	
RYALAT, 2018
	Impaction of lower third molars and their association with age: radiological perspectives
	Padrão constante de aumento na classe 1 de Pell-Gregory, com o aumento da idade,pois a prevalência da classe 1 era de 0% aos 18 anos, em comparação com 54,9% aos 26 anos.
	A frequência da impactação vertical dos terceiros molares inferiores foi observada mais em uma idade mais avançada (> 20 anos) neste estudo, com um aumento no espaço retromolar. A extração tardia dos dentes do terceiro molar inferior (ou seja, após os 20 anos) é, portanto, recomendada quando a extração profilática é considerada.
	
GIOVACCHINI, 2018
	Association Between Third Molar and Mandibular Angle Fracture: A Systematic Review and Meta-Analysis
	O risco relativo de fratura do ângulo mandibular relacionado à posição do terceiro molar (de acordo com a classificação de Pell e Gregory) foi de 1,18 (IC95% = 0,62-2,25), 1,98 (IC95% = 0,95-4,10), 2,72 (IC95% = 1,78-4,16), 1,31 (IC95% = 0,80-2,14), 2,21 (IC95% = 1,69-2,87) e 2,99 (IC95% = 2,12-4,22) para Classe A, Classe B, Classe C, Classe I, Classe II e Classe III, respectivamente.
	O Estudo relatou um risco duas vezes maior de fratura do ângulo mandibular com a presença de um terceiro molar em pacientes que apresentaram fraturas mandibulares. Até a posição do terceiro molar parecia influenciar a fratura do ângulo mandibular, principalmente as classes C, Classe II e III.
	
FONSECA, 2018
	Estudo da frequência e da variabilidade de posições dos terceiros molares 
nas radiografias panorâmicas no serviço de radiologia da Faculdade de 
Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
	Os terceiros molares inferiores estavam na posição vertical, seguida pelas posições mesioangular e horizontal. Em primeira posição foi a classe II
, seguida pela classe I e III. O sinal radiográfico mais frequente foi o 
obscurecimento dos ápices.
	O conhecimento das sobre as posições e classificações dos terceiros molares em radiografias panorâmicas 
pelo cirurgião dentista contribui para um diagnóstico efetivo e planejamento cirúrgico adequados.
	
BOTREL, 2018
	
	Para os canais mandibulares, 38,5% localizavam-se abaixo das raízes
dos terceiros molares inferiores, 27,9% por vestibular, 27,4% por lingual e 6,2%
encontravam-se entre as raízes.
	
A concordância entre os exames de Tc e radiografia panorâmica pode demonstrar dados relevantes, como a posição do canal mandibular e a relação entre o posicionamento do terceiro molar ao rebordo ósseo alveolar.
	
RIBEIRO,2016
	Análise radiográfica e tomográfica da íntima relação dos terceiros molares inferiores com o canal mandibular
	Os sinais radiográficos mais prevalentes foram canal estreito e ápice em forma de ilhota na classificação de Félez-Gutiérrez, enquanto na classificação Koong, os sinais de canal estreito e ápices sobrepostos foram os mais frequentes
	De acordo com a classificação de Winter, a posição mais frequente dos terceiros molares inferiores foi Mesio Angular. Os sinais radiográficos mais prevalentes foram canal estreito e ápice em forma de ilhota na classificação de Félez-Gutiérrez, enquanto na classificação Koong, os sinais de canal estreito e ápices sobrepostos foram os mais frequentes.
	
BALADI, 2015
	
	As posições do canal mandibular foram: lingual (41,2%), central (35,2%), intermediária (15,2%) e vestibular (8,4%).
	O resultado demonstrou que a TC é um exame importante, na avaliação da proximidade do terceiro molar com o canal mandibular, podendo prevenir lesões nessa area. A utilização de filtros nesse exame, não influenciou na interpretação das imagens.
Na análise pré-operatória com radiografias panorâmicas, caso não sejam evidenciados sinais de íntima relação entre as raízes e o canal mandibular, considera-se que a informação anatômica obtida é suficiente para se planejar a técnica cirúrgica (RIBEIRO, 2016).
Observa-se que a impactação de terceiros molares em canal mandibular é frequente, diagnosticado através de radiografias panorâmicas, exame de imagem com baixa dose de radiação utilizados em consultórios odontológicos, esse tipo de impactação é comum, porém desconhecido se sua ocorrência difere entre homens e mulheres.
Os sinais das radiografias panorâmicas mostraram alta sensibilidade, especificidade e precisão para prever a proximidade dos terceiros molares com o canal mandibular (SILVEIRA, 2016). Observou-se que o achado radiográfico do tipo 2 (escurecimento das raízes) observado na radiografia panorâmica foi mais relacionado com a ausência de osso cortical entre o canal mandibular e o terceiro molar (FONSECA, 2018).
	Porém as radiografias podem levar a sobreposições, assim como apresentar sinais radiopacos dificultando o estudo da mesma. (Figura 1).
 Fonte: (FONSECA, 2018).
Figura 1- Radiografia panorâmica: evidência de retenção dos dentes 38 e 48; escurecimento dos ápices radiculares ou a interrupção da linha radiopaca da cortical superior do canal mandibular em radiografias panorâmicas de pacientes cujos dentes sisos estavam em contato com o canal da mandíbula.
DISCUSSÃO
Diante da necessidade de um correto diagnóstico, é fundamental realizar um exame detalhado previamente à cirurgia de extração de terceiro molar, pois o conhecimento da relação do nervo alveolar inferior com o terceiro molar inferior assegura uma cirurgia com maior previsibilidade e com menos riscos (FERREIRA, 2020).
 Pode ocorrer durante ou após o procedimento cirúrgico a fratura mandibular, porém é uma complicação que pode ser evitada, com a utilização de exames de imagem e uma técnica cirúrgica bem executada. Os procedimentos cirúrgicos realizados para remoção destes dentes muitas vezes requerem osteotomias e odonto secção com brocas cirúrgicas e o uso de alavancas, sendo que o mal uso de ambas, associado ao padrão de inclusão geram fragilidade do osso mandibular aumentando a possibilidade de fratura no trans ou pós-operatório (LIMA, 2017).
Os terceiros molares inferiores apresentam-se frequentemente retidos e suas raízes podem estar envolvidas pelo canal da mandíbula, representando risco de injúria nervosa durante a exodontia. Na avaliação pré-cirúrgica desses dentes, comumente utiliza-se a radiografia panorâmica, que muitas vezes evidencia a sobreposição das imagens das raízes dentárias sobre o canal da mandíbula, com possibilidade de proximidade entre estas estruturas (FERRAZ, 2019).
A radiográfica panorâmica no diagnóstico pré-operatório dos terceiros molares com o canal mandibular é o exame de imagem mais utilizado, porém dependendo do caso e suas complicações, alguns profissionais podem optar pelo diagnóstico através das imagens tridimensionais. Além disso, o estudo em que Peteesen (2014), que realizou a comparação custo-efetividade entre os dois exames, demonstrou como resultado o valor de até quatro vezes mais caro a utilização da Tomografia computadorizada, quando comparada à radiográfica panorâmica, para diagnóstico de terceiros molares em canal mandibular.
No entanto a tomografia computadorizada (TC) tem complementado o diagnóstico e planejamento cirúrgico de casos mais complexos, pois permite a visualização de estruturas anatômicas tridimensionalmente, devendo ser indicada com critério e em casos bem selecionados, quando houver indícios de proximidade das raízes de terceiros molares em canal mandibular (ALMEIDA, 2019).
A prevalência mundial de impactação dos terceiros molares é de 24,40% (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 18,97% a 30,80%). P <0,0001 no canal mandibular (CARTER, 2016).
Um padrão constante de aumento na classe 1 de Pell-Gregory com o aumento da idade, terá um grande efeito na redução de complicações cirúrgicas, uma vez que o dente pode favorecer a erupção. Isso significa a importância de reavaliar a radiografia do paciente, considerando as possíveis alterações dos terceiros molares inferiores impactados que podem ocorrer com o tempo, principalmente em pacientes mais jovens 
Marchi (2020), em seu estudo de análise de radiografias panorâmicas, relatou que segundo a classificação de George Winter em 1926, os terceiros molares mais prevalentes na mandíbula foram em posição vertical.
De acordo com os estudos analisados pode-se observar que as posiçõesmais frequentes são dos terceiros molares são as posições verticais seguidas de posição mesioangular. Em relação aos sinais radiográficos mais frequentes estão o escurecimento radicular, interrupção da linha radiopaca do canal, desvio do canal, deformação da raiz, estreitamento do canal, estreitamento radicular, escurecimento e ápice bífido da raiz, com a presença de um ou mais desses sinais indicam que provavelmente o terceiro molar esteja em proximidade com o canal mandibular (FERRAZ, 2019). 
Ribeiro (2016) em seu estudo também observou que os sinais radiográficos mais prevalentes foram canal estreito e ápice em forma de ilhota na classificação de Félez-Gutiérrez, enquanto na classificação Koong, os sinais de canal estreito e ápices sobrepostos foram os mais frequentes.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento das posições e classificações dos terceiros molares nas radiografias panorâmicas pelo cirurgião dentista contribui para um diagnóstico e planejamento cirúrgico adequados, visto que algumas complicações durante a excisão do terceiro molar e pós operatório, se deve ao planejamento inadequado. Portanto é necessário que o profissional, esteja qualificado e preparado tecnicamente para a realização do mesmo.
Diante de tal análise, a radiografia panorâmica continua sendo o exame mais requisitado, exame de baixo custo e de visualização satisfatória, outro método de imagem é a tomografia computadorizada que pode ser utilizada em caos mais específicos quando o caso for de difícil visualização, pois a imagem possui estrutura de visualização tridimensional, porém com um custo elevado aos pacientes.
Através do exame de imagem o cirurgião irá analisar os sinais radiográficos mais frequentes para os terceiros molares em canal mandibular, que são a linha radiopaca do canal, desvio do canal, deformação da raiz, estreitamento do canal, estreitamento radicular, escurecimento e ápice bífido da raiz. Para que o profissional obtenha um bom planejamento é necessário o conhecimento anatômico, para identificação de estruturas próximas ou sobrepostas na radiografia, mantendo uma margem de segurança durante o processo operatório. No que se refere a posição mais comum em relação ao terceiro molar e canal mandibular pode-se observar a posição vertical seguidas de posição mesioangular, bem visualizadas em radiografias panorâmicas.
	Logo, pode-se inferir que tais conhecimentos são indispensáveis tanto na fase de diagnostico para a identificação de dificuldades, melhorando a programação pré cirúrgica, como também para limitações de traumas pós cirúrgicos, minimizando as complicações durante o tratamento, portanto cabe ao cirurgião dentista o conhecimento adequado na área em que atua.
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