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Pressão Arterial e Venosa Pressão arterial é um parâmetro oriundo do débito cardíaco pela resistência vascular periférica. Débito cardíaco é oriundo do débito sistólico pela frequência cardíaca. Débito sistólico é oriundo da pré-carga e contratilidade. Todas essas coisas estão trabalhando para manter a pressão arterial adequada, porque ela que vai dar o indicativo da situação da pressão em relação aos vasos. Se a pressão está muito alta, o vaso vai lesar. Ritmo circadiano da PA A pressão arterial segue um ritmo circadiano ou sono-vigilia. Nota-se no diagrama um perfil do comportamento da pressão arterial durante as 24h. De início, no decorrer do dia, a pressão se estabiliza e se mantêm em torno de 140 por 80 nesse caso. Chegando a noite, a pressão cai (senso noturno), pessoas com hipertensão geralmente não têm senso noturno. O perfil da PA na vasculatura: A pressão arterial na artéria aorta é alta , é resultado do grande volume de sangue ejetado pelo ventrículo e a baixa complacência da parede arterial, por que a artéria é elástica e a pressão no sangue a medida que segue na vasculatura vai diminuindo, até chegar no lado venoso, onde ela é mínima. Essa diferença de pressão é importante para o fluxo sanguíneo. Definições Complacência e Distensibilidade: Referem-se à capacidade de distensão do vaso. A distensibilidade tem a ver com a capacidade elástica do vaso, que é uma característica própria da artéria aorta , ela está mais próximo da elasticidade.A complacência está pareando mais com a capacitância do vaso, e tem a ver com a distensão dos vasos de modo geral e não só da artéria aorta. Os vasos podem ser mais ou menos complacentes, então eles podem possuir uma maior ou menor capacidade de se adequar ao volume de sangue que está chegando Rigidez e Stiffness: Significam o inverso da distensibilidade. Ou seja, o quanto o vaso está rígido e dificultando a passagem do sangue Elasticidade: É usado para descrever o quanto distensível é o vaso. Uma parte do sistema vascular tem maior elasticidade e conseqüentemente distensibilidade (parte da artéria aorta, arterial), enquanto outros têm uma maior capacitância (que tem a ver com a complacência), que é a capacidade que o vaso possui de armazenar maior quantidade de sangue por pressões mais baixas(lado venoso). Então há maior distensibilidade e elasticidade no lado arterial, complacência e capacitância, no lado venoso PRESSÃO ARTERIAL Fisiologia Complacência Vascular: Todos os vasos têm complacência, ou seja, têm a capacidade da parede do vaso sanguíneo expandir e contrair passivamente de acordo com as variações na pressão, constitui uma importante função das grandes artérias e veias. A capacidade que o vaso tem de armazenar sangue em determinada pressão é denominada de capacitância vascular (C). Para cada variação de volume, se tem uma variação de pressão, isso é a capacitância. C= V/ P Sabendo que a variação de volume, leva a variação de pressão menor nas veias, a gente diz que ela tem maior capacitância. Porque se consegue colocar volume nesse vaso, com uma menor pressão. Nota-se no gráfico, uma capacitância mais alta na veia, porque com menor pressão, se tem um grande volume. Então na artéria que tem maior pressão, se tem volumes menores, porque embora ela tenha complacência, ela tem menos capacitância. Uma artéria envelhecida (aterosclerótica), observa-se a perda de complacência (nesse caso, a capacidade de variar o seu tamanho). As artérias possuem complacência mais relacionada com a elasticidade e as veias possuem complacência mais relacionadas com a capacitância. Complacência da Artéria Aorta: Como ela é mais elástica, ela aumenta seu tamanho para acomodar esse sangue, então no primeiro momento (sístole ventricular), a complacência dela está alta. Durante a diástole, o que mantêm o fluxo sanguíneo na aorta é a retração elástica da artéria aorta, ou seja, por causa da complacência dela relacionada à elasticidade. À medida que essa artéria envelhece e ela perde a elasticidade e para dar continuidade o fluxo, o coração deve bombear o sangue mais fortemente, por isso que o idoso pode ter uma hipertensão arterial chamada hipertensão arterial sistólica isolada. Artéria aorta rígida: Retração Elástica da Artéria Aorta. Nota-se que ela tem uma complacência alta relacionada à elasticidade e não com a capacitância. Se a complacência do vaso está relacionada com a elasticidade, o lado é arterial e se está relacionado com a capacidade de armazenamento, é do lado da veia. A retração elástica vai ocorrer na diástole, a aorta se expande (porque ela é elástica) na sístole ventricular e na diástole ela volta ao seu tamanho original. Perda da Complacência Vascular Na perda de elasticidade, a pressão vai aumentando para poder conseguir manter o fluxo. Observea relação faixa etária e pressão arterial. Pressão Arterial Pulsátil: Sistóle e Diastóle A pressão arterial pulsátil é a sístole e a diástole, a sístole vai a 120 e a diástole vai a 80. Quando se fala em pressão arterial máxima e mínima, refere-se à pressão sistólica e diastólica na aorta. Em azul se observa a pressão pulmonar, que é menor e vai de aproximadamente 20 a 40. Pressão do pulso é a diferença entre a PAS e PAD, reflete o débitos sistólico. Pulso (Pulsação): É a onda mecânica que foi transmitida pela ejeção da contração do coração e o fluxo sanguíneo vem logo em seguida a ela. É uma medida grosseira para se identificar uma pulsação adequada e também o volume adequado do fluxo na circulação. Medida da pressão arterial: Pode ser feita de várias maneiras, mas é comum a medida indireta da pressão arterial (a medida direta é deita com a colocação de um cateter dentro do vaso do paciente), que é dada pela utilização de dois equipamentos: esfigmomanômetro (tem-se um manguito e um manômetro com a unidade em mmHg) e estetoscópio (medida auscultatória). Primeiro é colocado o manguito no braço, depois ele é insuflado num valor que seja superior a pressão sanguínea do indivíduo (a ideia é obstruir o fluxo sanguíneo no braço). Nenhum som no estetoscópio pode ser ouvido, porque o fluxo é laminar e quando obstruído, também não pode ser ouvido por causa da obstrução. Então quando o sangue do manguito é liberado aos poucos, o sangue volta a passar, o fluxo é turbilhonar e pode ser auscultado pelo estetoscópio. A primeira passagem de jato já auscultada (primeiro som de korotkoff) apresenta o valor ligeiramente menor do que o da pressão sistólica e representa esse tipo de pressão arterial. A medida que se vai desinsuflando a artéria vai voltando a circulação, apresentando vários sons devido ao fluxo turbilhonar, até chegar a um ponto em que o vaso volta a sua circulação comum e o fluxo vira laminar. Quando o som para de ser auscultado, apresenta-se o valor da pressão arterial mínimo (pressão diastólica). A base da medida da pressão arterial auscultatória é dado pela imposição do fluxo turbilhonar na artéria. Pressão arterial média: É a média da pressão em um ciclo cardíaco completo. Representa a pressão que está chegando em todos os tecidos e órgãos, sendo um bom determinando do fluxo sanguíneo. Nela deve ser levando em conta a pressão arterial diastólica e um terço da diferença entre a pressão arterial sistólica e diastólica. Isso porque no ciclo cardíaco a área de diástole é muito maior do que a área de sístole, então não se pode fazer média aritmética das duas, porque elas têm tempos diferentes. Essa pressão gira em torno de 90 mmHg e ela diz como é a pressão de perfusão de todo o corpo e é a mais utilizada na clinica. Abaixo de 60 ou 40, indica problemas no fluxo sanguíneo e que os órgãos não estão sendo perfundidos adequadamente. Determinantes da Pressão Arterial Os determinantes da pressão arterial são: é o produto dodébito cardíaco pela resistência vascular periférica. A pressão sanguínea no sistema arterial (pressão arterial) é gerada e mantida pela interação entre a força propulsora cardíaca (pela bomba), a capacidade elástica da aorta (retração elástica) e a resistência ao fluxo de sangue exercido, predominantemente, pelas arteríolas e artérias de calibres inferiores a 200 µm de diâmetro. Pressão arterial= o produto do débito cardíaco pela resistência vascular periférica. Sabe-se que o débito cardíaco depende do débito sistólico e da frequência cardíaca e a resistência vascular periférica depende principalmente do tônus e diâmetro das arteríolas, que é modulado principalmente pelo sistema simpático. Microcirculação: A manutenção da microcirculação em níveis ótimos é a principal condição para a manutenção e sobrevivência de todas as células, tecidos e órgãos. A incapacidade de manter a microcirculação em níveis ótimos, resulta em anóxia ou hipóxia tecidual, falta de nutrição, acúmulo de metabólitos e morte celular. O sistema microvascular é um termo genérico que inclui todos os vasos menores do que 300 µm A estreita relação entre o sangue e as células dos órgãos é assegurada pela circulação do sangue através de vasos cujo diâmetro interno chega ao tamanho de um único eritrócito (8 µm), ou seja, um diâmetro muito pequeno para facilitar a troca de nutrientes. A microcirculação consiste de: Arteríolas: bastante musculo liso, e quando há constrição quase se obstrui a passagem de sangue. Esfincteres pré-capilares: pequenos agrumpamentos de células musculares lisas que vão se contrair, se elas se contraem, o fluxo capilar diminui, então o fluxo capilar pode ser direcionado e vai ser direcionado de acordo com a necessidade metabólica do tecido. Considerações gerais (curiosidades): Existem cerca de 2000 capilares em 1 mm2 de músculo esquelético. Um homem com 70 Kg possui cerca de 6300 m2 de área superfície que estão disponíveis para troca. O sistema microvascular constitui mais de 99% dos vasos do sistema cardiovascular (por isso que a área de secção transversa é grande). As trocas são controladas pela resposta do endotélio, que além de desempenhar importantes funções, também funciona como uma membrana semipermeável. O arranjo espacial dos vasos em um órgão está relacionado com a sua função e é refletido na complexidade do padrão vascular e número de vasos por unidade de área. A vascularização de um órgão é diretamente proporcional à sua atividade metabólica. Estrutura Capilar: Os capilares tem aproximadamente 4-9 µm de diâmetro (comparados com as hemácias de 8x2 µm) As paredes capilares tem fenestrações intercelulares de aproximadamente 6-7 nm de largura. Isso permite a passagem de determinadas moléculas. Fenestrações estão ausentes no cérebro, por isso os capilares cerebrais formam uma barreira hemato-encefálica. Isso para impedir que moléculas indesejáveis, bactéria e vírus adentrem nessa região. Fenestrações são grandes nos fígado (sinusóides), devido sua função no corpo. Tipos de Capilares: Capilares contínuos: impedem ou dificultam a passagem de vários elementos para os órgãos em questão a fim de se proteger o tecido. Capilar fenestrado: Permite uma passagem maior dos elementos Capilar descontínuo: Permite a passagem dos elementos em grande quantidade porque os órgãos que apresentam esse tipo de capilar possuem funções que necessitam disso. Fluxo Capilar -Normalmente 7.200 L/dia fluem pelos capilares -20 L/dia são filtrados (sai do sangue para a célula e interstício) pelos capilares e 17 L/dia são reabsorvidos (sai da célula para o sangue) pelos capilares, então 3 L/dia são coletados pelos sistema linfático. -O fluxo não é contínuo ou pulsátil mas sim intermitente. Ou seja, varia entre contínuo e pulsátil pela ação dos esfíncteres pré-capilares. -As contrações dos esfíncteres precapilares podem fechar o capilar e interromper o fluxo. -Em repouso, nem todos os capilares estão abertos. -Os capilares oscilam entre abertos e fechados. -As células sanguíneas necessitam deformar-se para poderem passar através dos capilares estreitos. Por isso que na anemia falciforme, na hora de passar no capilar, ela se rompe (hemólise), podendo causar trombos e até a morte -Ao passarem pelos capilares, as células sanguíneas ficam em estreita proximidade com as células endoteliais. Transporte Através dos Capilares - Substâncias lipossolúveis passam através da membrana celular. P. ex. O2 , CO2 , N2 , anestésicos, álcool. -Substâncias hidrossolúveis de tamanho médio difundem-se entre as células endoteliais, geralmente por canais ou pelos poros. P. ex. água, Na+ , Cl- , Ca2+, ureia, glicose, lactato, ADH (vasopressina), insulina -Substâncias maiores podem passar por pinocitose. P. ex. lipoproteinas. O colesterol, por exemplo, é absorvido por meio do mecanismo de endocitose, chamado pinocitose. -As células podem migrar através do endotélio. -Proteínas plasmáticas tipo albumina normalmente não atravessam a membrana capilar devido ao grande tamanho e isso tem importância porque elas devem ficar no meio vascular para causar a pressão oncótica ou coloidosmótica. Forças Determinantes nas Trocas Capilares: Filtração e Absorção: Existem 4 pressões que vão estar atuando na filtração (do vaso para a célula) e na absorção (da célula para o vaso) Pressão hidrostática capilar: vai forçar a saída do líquido em direção ao interstício (a favor da filtração). Pressão coloidosmótica ou oncótica capilar(geralmente dada pela albumina): vai impedir a filtração. Pressão hidrostática intersticial: é se opõe à filtração por ser uma pressão já no líquido intersticial, então ela se opõe a chegada de mais líquido Pressão coloidosmótica intersticial: é a favor da filtração. Equilíbrio de Starling diferença da pressão hidrostática entre o interior do capilar e o interstício, empurra o fluido para fora do capilar. A diferença da pressão oncótica entre o interior do capilar e o interstício puxa o fluido para dentro do capilar. PH: Pressão hidrostática; PI: Pressão oncótica No lado arterial, a pressão hidrostática é maior que a pressão oncótica e, com isso, se favorece a saída de líquido para o insterstício (faverece a filtração). A medida que o líquido sai, a pressão hidrostática e oncótica se esquilibra e a medida que se segue para o lado venoso, a pressão hidrostática fica menor que a pressão oncótica e, com isso, se favorece a reabsorção. No balanço final, a filtração é maior do que a reabsorção, pois sempre fica mais líquido no intestício, e para se evitar edemasiação do local, o sistema linfático age. Fatores que Influenciam a Filtração - pressão capilar, logo filtração. (o aumento da pressão hidrostática capilar vai favorecer a filtração) - proteínas plasmáticas (dentro do capilar ) pressão oncótica plasmática filtração (a diminuição dessas duas coisas leva o aumento da filtração) - proteínas intersticiais pressão oncótica intersticial, logo: filtração - tamanho da fenestração capilar saída de proteinas p fora dos capilares , logo filtração Distribuição do sangue na circulação Deve-se lembrar novamente que a maior parte do sangue está no sistema venoso, por isso que se chama de sistema de capacitância. Estrutura das Veias: Nota-se grande quantidade de fibras colágenas que permite conferir a suporte estrutural a veia e sua capacidade de capacitância. Na veia em relação às artérias: a camada muscular é menor, apresenta maior quantidade de fibras colágenas e apresentam também folhetos de tecido conjuntivo que são conhecidos como válvulas. Essas válvulas têm o papel de impedir que o sangue reflua, para ajudar o sangue venoso a voltar ao coração, se tem uma bomba formada pelo coração e outra bomba muscular (a contração muscular comprime as veias, levando auxiliando o retorno venoso). A atividade simpática(pela inervação), o aumento do volume sanguíneo (durante a gravidez, por exemplo) e a inspiração (por compressão da veia cava) também ajudam o retorno venoso. O retorno venoso aumentado favorece o aumento da pressão venosa, favorece o aumento do volume sanguíneo no final da diástole e, com isso, ejeção de mais sangue pelo coração no débito sistólico e débito cardíaco. Em locais em que os vasos estão extremamente dilatados, há o acumulo de sangue onde as válvulas ficam incompetentes, gerando varizes. Sistema Linfático Os Vasos do sistema linfático interagem com três sistemas Fisiológicos: o cardiovascular, digestório e imune. Suas funções incluem: • Restaurar fluídos e proteínas filtradas para fora dos capilares para o sistema cardiocirculatório; • Coletar as gorduras absorvidas no intestino delgado e transferir para o sistema circulatório, então as gorduras são transportadas pelos quilomícrons no sistema linfático; • Servir como um filtro para auxiliar na captura e destruição de patógenos externos. A drenagem linfática estética tem como objetivo favorecer a drenagem dos líquidos que estão no interstício. Transporte Linfático: O transporte linfático é feito por contrações peristálticas do músculo liso das paredes dos vasos linfáticos. As válvulas possibilitam o movimento da linfa para fora dos ductos torácicos. Na entrada do linfático (fundo cego), as moléculas entram pelo gradiente de concentração e por pressão e não saem mais e é conduzido p elos ductos linfáticos. Nos tecidos, os capilares linfáticos unem-se para formar grandes vasos coletores que progressivamente aumentam de tamanho. Estes vasos têm um sistema de válvulas semilunares às válvulas da circulação venosa. O sistema linfático drena para o ducto torácico que desembocará na veia cava. Então todo o sistema linfático drena para a veia cava inferior e superior.
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