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HEMODINÂMICA (Fisiologia Humana)

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1 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
Hemodinâmica 
É o conjunto de componentes físicos que constituem o bombeamento de sangue no sistema 
cardiovascular. O coração, que funciona como uma bomba, propele o sangue através do sistema 
de vasos arterial e venoso. 
Existem dois tipos de circulação, a sistêmica e a pulmonar. Na sistêmica, uma vez que o 
ventrículo esquerdo contrai, ele ejeta o sangue 
para a artéria aorta, que vai irrigar todo o corpo, 
chegando aos capilares (onde ocorrerá as trocas 
gasosas, de nutrientes e dejetos celulares)  uma 
vez que ocorre essas trocas, o sangue é coletado 
pelo sistema venoso e é levado para o átrio, e 
posteriormente ventrículo, direito do coração  o 
contrair, o ventrículo direito ejeta o sangue para as 
artérias pulmonares, que levam o sangue pobre em 
oxigênio para os pulmões  uma vez oxigenado, o 
sangue volta para o coração através das veias 
pulmonares, indo para o átrio esquerdo e, 
posteriormente, ventrículo esquerdo, iniciando 
novamente a circulação sistêmica. 
Na circulação pulmonar, é a veia que 
carrega o sangue rico em oxigênio (veia pulmonar) 
e a artéria carrega sangue rico em dióxido de 
carbono (artéria pulmonar). Na sistêmica ocorre o 
inverso. 
A circulação é um sistema unidirecional  
isso é garantido pelas válvulas e pelos constituintes 
de parede dos vasos (ex: fibras elásticas) que 
permitem o retorno ao estado original rapidamente, propelindo o sangue para frente. 
No corpo humano existe cerca de 50.000Km de 
vasos, que transportam aproximadamente 10.000L de 
sangue por dia. 
O sangue é um líquido fluido, graças a 
hemostasia, mas não é simples, tendo muitos 
constituintes  glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, 
plaquetas, plasma (solução complexa de sais, proteínas, 
carboidratos e lipídios. 
 
➞ Constituintes do Sistema Circulatório 
• Artérias: transportam o sangue sob alta pressão para os tecidos; 
• Arteríolas: são os últimos pequenos ramos do sistema arterial e controlam o fluxo capilar. Além 
disso, dentre todos os vasos, as arteríolas são as que apresentam maior resistência à passagem do 
 
 
 
2 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
sangue e acabam participando do controle do valor pressórico, determinando o nível de 
atividade cardíaca (quando o coração vai contrair), por exemplo; 
• Capilares: são os responsáveis pela troca entre sangue e líquido intersticial; 
• Vênulas: coletam sangue dos capilares e se unem aos poucos em veias maiores; 
• Veias: transportam sangue dos tecidos ao coração e são grande reservatório de sangue, graças 
a sua capacidade de se distender bastante (complacência). 
 
➞ Constituintes dos Vasos 
Túnica íntima │ Túnica Média │ Adventícia 
 Obs. 1: o fato das veias terem uma túnica média (tecido muscular, colágeno, fibras elásticas) 
menos desenvolvida, permite que elas se distendam mais facilmente e, consequentemente, 
consigam armazenar mais sangue. Por outro lado, a maior espessura da túnica média das artérias, 
faz com que elas precisem de uma ajuda maior para distender, ajuda essa proveniente da 
contração cardíaca, que gera a pressão. 
 Obs. 2: algumas grandes veias apresentam válvulas em seu interior, que favorecem o retorno 
venoso (sangue para o coração) pois elas evitam que o sangue retorne, favorecendo sua subida. 
 Obs. 3: os capilares são formados por uma única camada celular, o endotélio, fato que favorece 
as trocas que ocorrem nesses capilares. 
• As artérias pulsam: a distensão radial da aorta ascendente após ejeção ventricular, inicia uma 
onda de pressão que se propaga. A onda de pressão viaja mais rapidamente que o sangue e 
pode ser detectado na palpação. 
 
 
 
➞ Classificação do Sistema Microvascular 
Funcionalmente pode ser dividido em três: 
• Vasos de resistência: apresentam maior resistência à passagem do sangue  arteríolas; 
• Vasos de troca: onde ocorre as trocas gasosas, de nutrientes e de dejetos celulares  capilares; 
• Vasos de capacitância/complacência: têm uma maior capacidade de armazenamento de 
sangue, veias. 
 
 
3 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
➞ Hemodinâmica 
Ramo da fisiologia que se ocupa com os princípios físicos que regulam a pressão, o fluxo, a 
resistência, o volume e a complacência, à medida que esses fatores se relacionam com o sistema 
cardiovascular. 
 
⟹ Fluxo sanguíneo 
O sangue flui pelo sistema devido a um gradiente de pressão (ΔP) gerado pelo decaimento 
da pressão sanguínea ao longo do trajeto  maior na aorta e menor nas veias cavas. 
ΔP = P1 – P2 
ΔP: Gradiente de pressão │ P1: Pressão no ponto inicial │ P2: Pressão no ponto final 
Sempre que existir a variação pressórica num sistema fechado, vai existir o fluxo de algum 
líquido, no caso do sistema circulatório o líquido é o sangue. Fluxo sanguíneo (Q) é diretamente 
proporcional ao ΔP, ou seja, a diminuição da 
variação pressórica gera uma diminuição no 
fluxo sanguíneo e o aumento da variação 
pressórica gera um aumento no fluxo 
sanguíneo; 
 Sem variação pressórica, ΔP = 0, não há 
fluxo. O fluxo depende do ΔP, e não da P 
absoluta. 
 
 
⟹ Resistência ao fluxo sanguíneo 
É a tendência do sistema a se opor ao fluxo sanguíneo. 
• Q é inversamente proporcional a R, onde R = resistência ao fluxo. Então toda vez que um vaso 
oferece uma resistência maior à passagem do sangue, o fluxo sanguíneo diminui. 
Lei de Poiseuille: R = 
𝟖𝜼𝑳
𝝅𝒓⁴
 
η = Viscosidade do fluido │ L = comprimento do tubo │ r = raio │ 8 e π = constantes geométricas 
 
 
 
4 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
→ Variáveis que influenciam a R: 
• η = viscosidade do fluido (fisiologicamente falando, a viscosidade do sangue não muda muito, 
então ela terá pouca influência na resistência); 
• L = comprimento do tubo (fisiologicamente falando, também não influencia muito na resistência, 
pois os vasos acompanham o crescimento do corpo, quando o indivíduo para de crescer, seus 
vasos também irão parar); 
• r = raio (a variável que mais influencia na resistência, de forma constante e frequente, visto que 
altera por ação de produtos das células endoteliais, por exemplo – vasoconstrictores e/ou 
vasodilatadores – por influência do SNA Simpático – aumenta a contração do vaso, diminuindo o 
raio. Matematicamente, por ser elevado à 4° potência, também exerce uma 
influência maior); 
 OBS.: o raio é inversamente proporcional à resistência. Portanto, se ele 
diminui, a resistência aumenta. Se a resistência aumenta, o fluxo diminui e o 
contrário também se faz verdadeiro. 
 
⟹ Taxa de Fluxo e Velocidade de Fluxo 
𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 (𝑽) =
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒇𝒍𝒖𝒙𝒐 (𝑸)
Á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒆 𝒔𝒆𝒄çã𝒐 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒗𝒆𝒓𝒔𝒂𝒍
 
taxa de fluxo = quantidade (L/min) │ velocidade de fluxo = distância percorrida (cm/min) 
 
A velocidade é diretamente proporcional ao fluxo de sangue e inversamente proporcional 
à área transversal, ou seja, quanto maior a área 
de secção transversal menor a velocidade, em 
qualquer nível do sistema cardiovascular. Por 
exemplo, a velocidade do fluxo sanguíneo é 
maior na aorta (área transversal pequena) do 
que na soma de todos os capilares (grande 
área transversal). A menor velocidade do fluxo 
sanguíneo nos capilares maximiza o tempo 
para a troca de substâncias através da parede 
capilar. 
Dentro do sistema, a artéria aorta 
apresenta menor área de secção transversal, 
dessa forma, o sangue passa mais rapidamente 
por ela. 
• Área de secção transversal: Aorta de seres 
humanos: ~4,5 cm2, menor área  arteríolas: 
~100vezes a da aorta (~400cm2)  capilares: ~4500cm2  veias cavas: ~18cm2. 
➞ Resistência em Série e em Paralelo 
A resistência de órgãos individuais é em série. No sistema cardiovascular a circulação dos 
diversos órgãos está arranjada em paralelo. 
⟹ Resistencia em série 
 
 
 
5 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
A resistência em série (1) é ilustrada pela disposição dos vasos sanguíneos em determinado 
órgão. Cada órgão é irrigado por uma artéria de grande calibre, por artérias menores, arteríolas, 
capilares e veias dispostas em série. A resistência total é a soma das resistências individuais, 
expressa pela seguinte equação: 
R total = R1 (ex: artéria) + R2 (ex: arteríolas) + R3 (ex: capilares) 
A maior proporção da resistência nessa série é dada pelas arteríolas. 
Cada vaso sanguíneo (ex: a maior artéria) ou conjunto de vasos sanguíneos (ex: todos os 
capilares) em série, recebe o mesmo fluxo sanguíneo total. Desse modo, o fluxo sanguíneo através 
da artéria de maior calibre é igual ao fluxo sanguíneo total através de todos os capilares. À medida 
que o sangue flui pelos vasos sanguíneos dispostos em série, a pressão diminui. 
Se em todo o sistema cardiovascular existisse apenas a distribuição em série, a resistência 
seria muito elevada, visto que nessa distribuição o que ocorre é a soma de valores absolutos 
(R1+R2+R3...) e isso gera um aumento no R ao adicionar mais uma resistência. 
 
⟹ Resistência em paralelo 
A artéria aorta vai se ramificar em várias outras artérias para levar sangue para todos os 
órgãos. À medida em que ela se ramifica, cria um sistema de vasos com distribuição em paralelo 
(2). Toda vez que se tem uma distribuição em paralelo, há uma diminuição na resistência total do 
sistema, ao contrário do que se vê numa distribuição em série. Na distribuição em paralelo o que 
se tem é soma de frações: 
𝟏
𝑹(𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍)
=
𝟏
𝑹𝟏
+ 
𝟏
𝑹𝟏
+
𝟏
𝑹𝟑
… 
𝟏
𝑹𝒏
 
R1, R2 e Rn, por exemplo, são as resistências das artérias renal, hepática e de outras artérias, 
respectivamente. Cada artéria em paralelo recebe uma fração do fluxo sanguíneo total. 
A resistência total é menor do que a resistência de qualquer uma das artérias individuais. 
Quando uma artéria é adicionada em paralelo, a resistência total diminui e em cada artéria 
paralela, a pressão é a mesma. 
1 2 
A resistência é importante para manter a pressão arterial, mas uma resistência muito 
elevada prejudica a taxa de fluxo sanguíneo e implica em um trabalho cardíaco maior – o 
coração contrai mais para “lutar” contra a resistência e manter o fluxo sanguíneo, o que gera uma 
pressão maior. 
➞ Fluxo Laminar e Fluxo Turbulento 
 
6 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
Fisiologicamente falando o fluxo é laminar (B), nele a velocidade central é maior e à medida 
que o sangue se aproxima da parede do 
vaso essa velocidade vai diminuindo. A 
menor velocidade próxima a parede do 
vaso está relacionada com o fato de existir 
nessa área outras células que não 
circulam livremente, ligada a proteínas 
que se ligam as células endoteliais, como 
os neutrófilos, transportadas por 
rolamento. No centro, as hemácias 
circulam livremente. 
Numa situação não fisiológica, o 
fluxo é turbulento (C), onde há perda de energia durante o seu percurso, resultado do choque 
entre as partículas e a parede do vaso  fluxo menos eficiente. 
Para calcular se o sangue é laminar, turbulento ou se existe a possibilidade de ser turbulento 
existe uma equação chamada Número de Reynold (NR): 
𝑵𝑹 =
𝒑𝒅𝑽
𝜼
 
p = densidade │ d = diâmetro │ V = velocidade │ η = viscosidade 
 
NR < 2000  Fluxo laminar │ NR > 3000  Fluxo turbulento │ NR 2000-3000  Probabilidade de ser 
turbulento 
 
Quanto maior o número de Reynold, maior a possibilidade de o fluxo ser turbulento. 
A viscosidade é inversamente proporcional ao número 
de Reynold e à velocidade, sendo assim, se ela diminuir, as 
outras variáveis aumentam. No caso da velocidade, se a 
viscosidade diminuir demais, a velocidade do sangue pode 
chegar ao nível crítico e dessa forma o sangue se tornará 
turbulento. 
 OBS.: Quem determina a viscosidade é a taxa de 
hematócritos (porcentagem de hemácias no sangue), 
podendo variar de um vaso para outro, pois quanto menor for 
o vaso menor a quantidade de hemácias circulantes e, 
consequentemente, menor é a viscosidade. 
• Velocidade crítica: é a velocidade máxima que o sangue 
pode atingir, passando dela o fluxo que era laminar passa a 
ser turbulento. Sendo assim, conclui-se que, dentre todas as variáveis, a da velocidade é a que 
mais influencia no NR. 
 
➞ Exemplos clínicos: 
• Anemia: numa pessoa anêmica, a taxa de hematócritos é menor – por ter menos hemácias – e 
essa taxa de hematócritos influencia diretamente na viscosidade do sangue. Dessa forma, a 
viscosidade é menor nesses pacientes, consequentemente o NR e a velocidade são maiores, 
aumentando a possibilidade de o fluxo ser turbulento. 
 
 
 
7 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
• Trombo: aumenta a velocidade do fluxo, consequentemente aumenta a possibilidade de o fluxo 
se tornar turbulento. 
• Turbulência fisiológica: na artéria aorta, por exemplo, logo após a valva aórtica o sangue é 
turbulento, pois essa artéria recebe o sangue em alta pressão e alta velocidade após a contração 
cardíaca, e quanto maior a pressão, maior a velocidade, sendo a velocidade acima da crítica 
nessa região. 
 
➞ Pressões em Várias Regiões do Sist. Cardiovascular 
Do ventrículo esquerdo até o átrio 
direito, o sangue sofre uma queda de 
pressão, podendo chegar a 0 nesse 
último. 
Ao longo do trajeto, do lado 
arterial há uma variação pressórica, que 
vai variando de máxima e mínima até 
chegar aos capilares, não apresentando 
mais essa variação neles. Essa variação 
acontece no lado arterial devido a 
contração que elas mesmas exercem 
(possibilitada pela extensão da túnica 
média nesses vasos), com grande 
quantidade de fibras elásticas que fazem 
com que elas voltem ao estado inicial rapidamente. 
 Mediante as variações pressóricas existe a pressão 
arterial média, um valor que representa a variação pressórica 
existente do lado arterial. 
• Pressão de pulso ou diferencial: diferença entre a pressão 
sistólica e diastólica. Clinicamente tem uma importância 
grande, sendo usada como marcador para diversas doença. 
• Pressão sistólica: é a pressão de contração. 
• Pressão diastólica: pressão de relaxamento. 
 
 ⟹ Valores de referência para hipertensão: 
 
No Brasil, o tratamento farmacológico é iniciado a partir de 140 para sístole e 90 para 
diástole. 
➞ Energias que Garantem o Gradiente de Pressão e o Fluxo Sanguíneo 
 
 
 
8 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
• Energia potencial: pressão hemodinâmica produzida pela contração do ventrículo esquerdo e 
que é armazenada na parede dos vasos elásticos. 
• Energia cinética: associada a movimentação do sangue. 
• Pressão hidrostática: força da gravidade. A pressão em qualquer vaso abaixo do coração é 
aumentada 0,77 mmHg/cm, e acima do coração é diminuída em 0,77 mmHg/cm pelo efeito da 
gravidade. A medida da pressão arterial é feita, preferivelmente, no braço, pois ele está próximo 
ao coração, quanto mais distante do coração maior será a pressão. 
 
➞ Gradiente Pressórico da Circulação Sistêmica e Pulmonar 
À medida que o sangue flui pela circulação sistêmica, sua pressão cai progressivamente 
para cerca de 0 mm Hg ao chegar ao fim das veias cavas no átrio direito – Gradiente de pressão95-0 = 95mmHg. Na circulação pulmonar isso não ocorre, pois o ventrículo direito gera uma pressão 
muito pequena ao contrair, tendo pouca diferença ao chegar na veia pulmonar – Gradiente de 
pressão 15-4 = 11mmHg. Isso ocorre, pois, a resistência ao escoamento do sangue que os sistemas 
apresentam são diferentes, na circulação pulmonar essa resistência é baixa, não havendo a 
necessidade de gerar uma pressão elevada, visto que a pressão é gerada em função da 
resistência que o sangue encontra. 
 
 OBS.: Por precisar exercer uma maior força de contração, o ventrículo esquerdo tem a parede 
mais espessa que o esquerdo. 
➞ Débito Cardíaco e Retorno Venoso 
• Débito Cardíaco (DC): Volume sanguíneo bombeado pelo ventrículo esquerdo para a aorta, a 
cada minuto: 
DC = Volume de ejeção x Frequência cardíaca 
• Volume de ejeção: Volume sanguíneo bombeado pelo ventrículo esquerdo para a aorta, a 
cada batimento. 
• Frequência cardíaca: Frequência de vezes que o coração contrai. 
• Retorno Venoso (RV): Volume sanguíneo que retorna pelas veias ao átrio direito, por minuto. 
No equilíbrio, esses dois fluxos são iguais  se sai 5 litros pelo átrio esquerdo deve retornar 5 
litros para o átrio direto. 
 
9 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
 
 
DC e RV são variáveis intimamente acopladas! 
 
⟹ Retorno Venoso em Diferentes Situações 
→ Variação da Pressão Abdominal 
• Repouso: Pressão venosa > Pressão intra-abdominal. 
Exercício físico │ Tosse │ Defecação │ Inspiração 
Tendo-se o aumento dessa pressão intra-abdominal, inicialmente há um aumento de RV. 
Porém se essa situação é mantida, num próximo ciclo – quando o sangue for retornar – ocorre um 
aumento do colapso dos vasos venosos, e ao invés de aumentar o RV vai diminuir. 
→ Mudanças Posturais 
• Posição ortostática: Dois mecanismos fisiológicos que limitam o armazenamento de sangue nos 
membros inferiores. O fechamento das válvulas, que existem nas veias dos membros inferiores, que 
evita que o sangue retorne para baixo e a deambulação; 
• OBS.: Situações  Carência valvular venosa, posição ortostática sem nenhuma movimentação, 
posição ortostática com transferência da pressão venosa para os capilares = Diminuição do RV, 
da PA e geração de Edema (pés inchados); 
• Deambulação: Movimentação da musculatura esquelética da perna, quando se está em pé, 
caminhando, os músculos da perna estão contraindo, essa contração favorece o retorno venoso 
por ação do gastrocnêmico – funciona como uma “bomba cardíaca” na perna. 
 
➞ Grau de Expansão dos Vasos 
Determinado principalmente pela: 
• Complacência ou Capacitância (C) = Volume que um 
vaso pode armazenar em uma dada pressão. 
𝑪 = 
𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆
𝑷𝒓𝒆𝒔𝒔ã𝒐
 
O volume é diretamente proporcional a 
complacência. Essa C é o que determina quanto um 
vaso pode expandir para armazenar um determinado 
volume numa determinada pressão. 
A veia é mais complacente que a artéria, devido 
à baixa elasticidade e a baixa expansão da túnica média nesses vasos. 
 
 
10 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
 
• Artérias: menos volume sob alta pressão; 
• Veias: grandes volumes sob baixa pressão; 
• Complacência: capacidade de distensão, diferente de elasticidade, que é a capacidade de 
retornar ao estado original. 
→ Alteração na complacência de veias causa redistribuição de sangue 
 Ex.: uma vasoconstricção na veia diminui sua complacência e, consequentemente, o volume 
armazenado, gerando um deslocamento de sangue 
para as artérias e traz consequências para a pressão 
arterial (aumentando-a). 
• Envelhecimento: a complacência nas artérias já é 
menor que a das veias. No caso das artérias 
envelhecidas, a complacência é ainda menor. O 
envelhecimento gera enrijecimento arterial, visto que os 
constituintes da sua parede vão ficando mais fibróticos. 
 OBS.: Indivíduos de idade avançada tem uma maior 
probabilidade de se tornar hipertenso, pois a 
complacência das artérias diminui, exigindo um trabalho 
maior do coração, e consequentemente a pressão aumenta. 
 OBS.: Tanto a diminuição da complacência venosa, quanto da arterial podem causar um 
aumento na pressão arterial. 
 
➞ Pressão Arterial 
• O que é? pressão que o sangue exerce na parede dos vasos, gerada pela contração ventricular. 
• Quais os elementos responsáveis pela geração e 
manutenção da PA? a contração ventricular é o 1° 
parâmetro que gera e mantem pressão, mas 
existem outros pontos que garantem isso, como a 
resistência que o sangue vai encontra ao passar 
pelos vasos – quanto maior a resistência, maior a 
pressão, visto que o trabalho ventricular necessário 
é maior. As arteríolas são os vasos de maior 
resistência do sistema, por terem um raio menor; 
• Qual a importância do controle da PA para a 
função cardiovascular? Fornecimento de nutrientes 
e oxigênio para as células de forma adequada, 
evitar doenças – hipertensão, por exemplo – sobrecarga e desgaste dos órgãos. 
 
⟹ Fatores Físicos Determinantes da Pressão Arterial 
𝑪 = 
𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆
𝑷𝒓𝒆𝒔𝒔ã𝒐
→ 𝑷 = 
𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆
𝑪𝒐𝒎𝒑𝒍𝒂𝒄ê𝒏𝒄𝒊𝒂
 
volume diretamente proporcional a pressão │complacência inversamente proporcional a pressão 
 
⟹ Fatores Fisiológicos Determinantes da Pressão Arterial 
 
 
 
11 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
• Débito Cardíaco: VE x FE. 
• Resistência vascular periférica: por ação hormonal, do SNA Simpático, o diâmetro dos vasos 
periféricos está sendo sempre alterado, isso altera o RPV, e consequentemente a PA. 
São considerados fatores fisiológicos pois estão sendo constantemente alterados, se não 
estiverem em equilíbrio a PA estará sempre sendo alterada. 
PA ~ DC x RVP 
PA = Pressão arterial │ DC = Débito cardíaco │ RVP = Resistência vascular periférica 
 
⟹ Pressão Arterial Média 
A pressão arterial sanguínea é de natureza pulsátil, ou seja, ele pulsa em valores máximos e 
mínimos do lado arterial, mas pode-se calcular a pressão arterial média do sistema arterial. 
• Pressão arterial média (PAM): valor representativo da pressão no sistema arterial: 
PAM = PAD + 
(𝐏𝐀𝐒 – 𝐏𝐀𝐃)
𝟑
 
 
PAD = Pressão arterial diastólica │ PAS = Pressão arterial sistólica │ (PAS-PAD)/3 = 1 terço da 
pressão de pulso ou diferencial 
 
⟹ Pressão de Pulso Arterial 
Amplitude da variação (diferença) entre as pressões sistólica e diastólica. Reflete o volume 
de sangue que é ejetado do ventrículo esquerdo em um único batimento cardíaco. Podendo ser 
usada como um marcador de risco cardiovascular, diferença entre sístole e diástole, 
fisiologicamente, deve estar em um valor entre 30 e 60, estando abaixo de 30 – insuficiência 
cardíaca congestiva – estando acima de 60 – rigidez arterial. 
 OBS.: Além da pressão arterial existe um outro marcador de risco cardiovascular, a 
velocidade de onda de pulso (VOP), quanto menor a VOP, mais elástico e saudável se encontra 
o vaso. 
 
➞ Determinantes da Resistência ao Escoamento do Sangue 
• Diâmetro das arteríolas: determinado pelo pequeno calibre natural e estado contrátil do músculo 
liso – contração sustentada – que constitui sua camada média (contração tônica ou tônus 
miogênico). 
O Tônus miogênico é regulado a partir do momento que o sangue chega nas arteríolas, 
com variações pressóricas. Essa chegada do sangue com variações pressóricas diferentes faz com 
que a arteríola inicie a regulação da pressão, para que ocorra a chegada do fluxo sanguíneo em 
uma pressão X nos capilares, favorecendo para mais ou para menos a filtração capilar. 
• O tônus do músculo liso vascular sofre influência de: Inervação, substâncias vasoativas 
circulantes – hormônios – e locais– produzidos pelas células endoteliais – e atividade contrátil 
intrínseca do músculo liso vascular. 
• Mecanismo da gênese e autorregulação do tônus miogênico: Toda vez que o sangue chega 
nas arteríolas elas se distendem, isso gera a abertura de canais sensíveis ao estiramento – Ca2+ e 
Na+ – a entrada dos íons por esses canais despolariza a célula e gera a contração. Além disso, a 
despolarização muda a voltagem, que gera a abertura de canais sensíveis a voltagem – entrada 
 
12 3º módulo – Fisiologia Cardiovascular Brenda Araújo - Odontologia 2020.1 
de Ca2+ e saída de K+ – a saída de potássio 
hiperpolariza a célula, consequentemente, ela 
relaxa. Sendo assim, os principais reguladores do 
nível de contração são os canais de K+, visto que a 
contração está sempre existindo, mas graças a 
hiperpolarização gerada pela abertura deles a 
contração é regulada para mais ou para menos, 
controlando dessa forma o fluxo sanguíneo e a 
pressão com que o sangue chega aos capilares. 
 
⟹ Importância do Ajuste Momentâneo da Resistência Vascular Periférica 
Esse ajuste na resistência é importante para ajustar o fluxo sanguíneo regional, a filtração 
capilar e, consequentemente, o retorno venoso, visto que o sangue que é filtrado nos capilares 
segue para as veias. Além disso, o ajuste da resistência vascular periférica tem uma influência 
direta no controle da pressão arterial, de forma que,se a resistência aumenta, a pressão aumenta, 
o contrário também é verdadeiro.

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