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Toxicologia - Atividade II

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE FARMÁCIA 
Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bairro Ininga, 
Teresina, Brasil. CEP: 64049-550 Contato: 3215 5870 / 
farmaciatheufpi@gmail.com 
 
DISCIPLINA: TOXICOLOGIA GERAL 
PROFESSOR: MAURÍCIO PIRES DE MOURA DO AMARAL 
ALUNO: CARLOS MÁRIO FREITAS DE OLIVEIRA (20189053410) 
 
ATIVIDADE II 
(Avaliação Toxicológica) 
 
Texto: Avaliação de toxicidade aguda: Estratégias após a “Era do teste DL50” 
 
1. O texto fala sobre como a DL50 foi superada como estratégia de estudo em segurança 
toxicológica. Explique o teste e fale sobre suas principais críticas. 
O teste de DL50 de início consistia em uma única dose letal de uma substância e era 
realizado com mais de 100 animais, foi aplicado pela primeira vez na década de 90 para testes 
de produtos para pessoas e a partir daí começou a ser utilizado como método para classificar 
a toxicidade das substâncias, principalmente por instituições fiscalizadoras de produtos 
pessoais. 
Levando em consideração o bem estar do animal no teste, algumas mudanças foram 
sendo adotadas para diminuir a quantidade de animais usados, sendo a primeira através de 
uma diretriz do OECD (OECD 401), estabelecendo o uso de apenas 5 animais por sexo, por 
dose, por grupo, sendo 3 grupos de doses em cada teste, onde as doses eram escolhidas a 
partir de um referencial teórico comprobatório de efeito para se estimar DL50, pois até então, 
os valores eram imprecisos, não se tinha um padrão de duração dos efeitos, e os resultados 
poderiam ser distintos para diferentes espécies. Posteriormente, essa diretriz foi revisada e 
excluiu a necessidade de um mesmo protocolo de testes em sexos diferentes do animal, 
diminuindo a quantidade de cobaias e também a dose limite. 
2. Fale sobre o método sugerido pela Organization for Economic Cooperation and 
Development (OECD) como nova forma de estudo para segurança toxicológica. 
 O método foi sendo adaptado ao longo do tempo, desde de 1983, onde a primeira 
modificação ocorreu com o intuito de melhor o bem-estar do animal diminuindo assim tanto a 
quantidade de animais por sexo utilizados no procedimento quanto a dose limite utilizada 
passando de 5000 para 2000mg/kg e posteriormente se baseando no método TDF. 
Atualmente o método sugerido é o OECD 423 que é um procedimento gradual de doses com 
o uso de um número mínimo de animais por etapa além de padronizar a administração que 
vai ser feita por via oral e as doses com o intuito de obter informações suficientes sobre a 
toxicidade aguda da substancia, assim permitindo a sua classificação. Nesse método o que 
mailto:farmaciatheufpi@gmail.com
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determinará o avanço para a próxima etapa vai ser a ausência ou presença de mortalidade 
relacionada às doses das substâncias. 
3. Quais critérios devem ser levados em consideração na escolha do método no estudo 
de toxicidade aguda oral? 
O método deve ser escolhido com o critério principal o do bem-estar animal, seguido 
do uso da menor quantidade de cobaias possíveis. Além disso, se destaca o objetivo buscado 
pelo teste, por exemplo, o TDF busca verificar a toxicidade evidente ao invés de mortalidade, 
como é objetivo principal do TAC. Já o TUD, estimula o valor da DL50, o intervalo de confiança 
e tem uma certa redução da mortalidade devido à introdução de regras de parada durante o 
procedimento. 
4. Fale sobre o teste de toxicidade basal e os ensaios mais empregados no mesmo. 
A citotoxicidade basal são efeitos que alteram processos celulares essenciais, e deve 
ser avaliada pois mesmo a nível basal, terá influência sobre a função celular de órgãos 
específicos. Grande parte dos métodos utilizados são importantes na toxicologia in vitro, onde 
as células estarão na presença de um agente químico durante um tempo determinado, e 
depois sua função será avaliada e comparada com os dados obtidos nos testes sem a 
presença do agente, em diferentes alvos. 
Alguns exemplos de testes são os testes de redução do tetrazolium MTT e o teste da 
captação do corante vital vermelho neutro, que consistem no plaqueamento de células de 
fibroblastos normais murinos em placas de ELISA, onde serão incubadas e expostas a 
concentrações variadas da substância estudada. Após esse período, a placa é lavada e o 
corante vermelho neutro adicionado e haverá a formação de cristal, que será solubilizado e 
levado para medir a sua absorbância. Os dados obtidos poderão ser estudados em um gráfico 
de concentração-resposta para avaliação da CI50 (concentração que inibe 50% das células 
quando comparado às células controle não-tratadas). 
 
Texto: Avaliação da toxicidade aguda e potencial neurotóxico do óleo-resina de 
copaíba (Copaifera reticulata Ducke, Fabaceae) e Avaliação de toxicidade agudo: 
Estratégias após a “Era do teste DL50” 
 
1. Discuta o protocolo de toxicidade utilizado no estudo com óleo-resina de copaíba 
com base no texto sobre Estratégias após a “Era do teste DL50”a 
O protocolo adotado foi o Guia OECD 423, que determina a utilização de três animais 
do mesmo sexo em cada etapa do teste, onde esses animais recebem doses padronizadas 
que variam até 2000 mg/Kg (dose limite). Substâncias em que se sabe que causam dor e 
irritações não são administradas, já que o objetivo final não se trata mais de um critério morte, 
como em protocolos anteriores e sim a observação do aparecimento de sinais claros de 
toxicidade decorrentes da exposição a uma série de doses fixas. 
2. Fale sobre os parâmetros de avaliação neurotóxicos utilizados no estudo com óleo-
resina de copaíba. Qual o motivo de terem sido realizados e qual significado dos 
parâmetros para a pesquisa? 
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Os animais foram avaliados no Campo Aberto observando-se locomoção, tempo de 
parada, tempo de limpeza, frequência de apoio, passagem pelo quadrante central, bolos 
fecais (por 5 minutos); pinçamento da cauda; impressão plantar e endireitamento postural. 
Além disso, foi realizada observação em Labirinto em Cruz Elevado, para avaliar o potencial 
efeito ansiolítico do óleo-resina de copaíba, conduzido por 5 minutos segundo. O motivo foi 
analisar os efeitos neurotóxicos do óleo-resina de copaíba nas ratas fêmeas, através da 
avaliação quanto à função comportamental, motora e sensorial delas, permitindo assim, 
afirmar que, esse óleo apresenta uma relativa margem de segurança para utilização como 
agente terapêutico. 
3. Qual a importância para o estudo, a análise sobre o peso dos animais? 
O peso vai determinar as doses a serem utilizadas no estudo (5 mg/kg, 50 mg/kg, 300 
mg/kg ou 2000 mg/kg) de acordo com o Guia OEDC-423, onde vai ser possível classificar a 
substância através do seu potencial de toxicidade. Além disso, o peso corporal permite a 
monitoração da significativa diferença do peso dos animais em teste e o consumo da ração 
deles, com o objetivo de avaliar o aparecimento de sinais e sintomas de toxicidade. 
 
Texto: Utilização de biomarcadores de genotoxicidade e expressão gênica na 
avaliação de trabalhadores de postos de combustíveis expostos a vapores de 
gasolina 
 
1. A detecção precoce de uma exposição é importante para a segurança do 
trabalhador? 
 Sim, pois essa detecção precoce a uma ou mais substâncias pode diminuir 
significativamente a ocorrência de efeitos adversos à saúde, já que as informações 
provenientes da avaliação da exposição possibilitam a tomada de medidas de prevenção e 
controle dos agentes causadores, possibilitando também uma cura mais facilmente. 
2. O que são biomarcadores e quais são as características de um biomarcador ideal? 
 São definidos como toda substância ou seu produto de biotransformação, assim como 
qualquer alteração bioquímica precoce, cuja determinação nos fluídos biológicos, tecidos ou 
ar exalado, expresse a intensidade da exposição e/ou o seu potencial risco à saúde. Desse 
modo, um biomarcador ideal deve reunircaracterísticas como: alta especificidade para o efeito 
de interesse; refletir o efeito desde o início; ser passível de determinação; ser analisado por 
técnica não invasiva; ter alta sensibilidade no fluído/matriz biológico escolhido. Além disso, 
deve existir uma relação bem estabelecida entre a concentração do biomarcador e a 
exposição ao agente, o dano induzido e a susceptibilidade pesquisada. 
3. Segundo o texto quais são os principais testes de genotoxicidade descritos na 
literatura? 
 Ensaio cometa, micronúcleo, aberrações cromossômicas e formação de adultos, que, 
em conjunto com os ensaios utilizados para avaliação de indicadores de estresse oxidativo e 
polimorfismos, permitem avaliar os efeitos de exposições sofridas pelo material genético. 
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4. Explique o princípio do teste do cometa e em qual situação o mesmo pode ser 
aplicado? 
 Tal princípio consiste de uma eletroforese do material genético de células 
individualizadas, embebidas em agarose (polissacarídeo extraído da parede celular de uma 
de alga vermelha marinha). Em função do tratamento aplicado, as células têm suas 
membranas lisadas e suas proteínas de matriz celular extraídas por solução salina 
adstringente. Consequentemente, o DNA que estava compactado no núcleo celular ocupará 
o espaço no gel que antes estava sendo ocupado por toda estrutura celular íntegra, formando 
o nucleoide. Durante a eletroforese em condições alcalinas (pH>13) como descrito por Singh 
et al. 26, o DNA íntegro permanecerá no nucleoide formado, enquanto o DNA fragmentado 
será carreado em direção ao ânodo da cuba de eletroforese formando então uma “cauda de 
cometa”, que pode ser visualizada no microscópio após a coloração. A visualização final das 
lâminas pode ser realizada tanto em microscópio de fluorescência quanto no de luz visível, 
dependendo do tipo de coloração utilizada. A etapa final do teste do cometa é a avaliação do 
grau de migração do DNA visualizado nos cometas presentes nas lâminas, sendo essa 
migração classificada em categorias (0, 1, 2, 3 e 4), de acordo com o tamanho do nucleoide 
e da cauda formados. 
 O teste de ensaio cometa possibilita a observação de lesões genômicas que, após 
serem processadas pelo aparato enzimático celular, podem iniciar o processo de reparo ou 
darem origem a mutações e danos cromossômicos, como quebras, dicêntricos e 
micronúcleos. Isso permite sua aplicação teste de genotoxicidade in vitro, in vivo; no 
biomonitoramento ambiental e no monitoramento populacional humano. Além disso, outra 
aplicação comum é a avaliação da capacidade antioxidante das células pela sua resistência 
a danos causados por espécies reativas de oxigênio, como o H2O2, por exemplo. Estudos 
sugerem que as espécies reativas de oxigênio (ERO’s), por intermédio de danos oxidativos 
no DNA, estejam associadas ao aparecimento de várias doenças. Portanto, é importante 
considerar a aplicabilidade de indicadores sensíveis, como o ensaio cometa, no 
monitoramento populacional. 
5. Fale, sucintamente, sobre o teste do micronúcleo e aberrações cromossômicas. 
 O micronúcleo é um tipo de dano cromossômico ou anomalia mitótica que tem sua 
origem a partir de fragmentos de cromossomos ou cromossomos inteiros. Durante a fase da 
anáfase da mitose eles não são capazes de interagir com o eixo formado na citocinese e, 
portanto, não são incorporados aos núcleos filhos. Os micronúcleos podem ser analisados em 
células tratadas ou não com bloqueio do processo de citocinese. Um ensaio denominado 
CBMN Cit (ensaio citômico de micronúcleos com bloqueio de citocinese) permite contabilizar 
brotos nucleares (BNUC) em células binucleadas (BN) que são respectivamente 
biomarcadores de cromossomas dicêntricos e de amplificação gênica. Os procedimentos de 
marcação e hibridação podem ser usados também quando há um aumento na formação de 
micronúcleos e o investigador pretende determinar se esse aumento é resultado de eventos 
clastogênicos ou aneugênicos. 
As aberrações cromossômicas são classificadas em numéricas (aneuploidia e 
euplodia) e estruturais (quebras, deleções, formação de anéis, translocações e inversões do 
DNA) e o aumento de sua ocorrência indica a presença de fatores estressantes sobre um 
determinado tecido, órgão ou organismo. E por essa característica, a ocorrência de 
aberrações cromossômicas (ACs) representa um importante biomarcador de efeito quando se 
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busca prevenir um processo de doença. Avaliação das mudanças ocorridas no DNA é 
realizada por meio do “teste de avaliação cromossômica”, que consiste em preparar uma 
cultura de linfócitos T a partir de uma amostra de sangue, interromper sua atividade na 
metáfase – etapa do processo de mitose onde os cromossomos encontram-se sob a forma 
mais espiralada e, portanto, bem definidos – observar e quantificar, ao microscópio (ampliação 
de 1000 vezes), a ocorrência de alterações estruturais nos cromossomos. 
 
Referências: 
SACHETTI, C. G.; FASCINELI, M. A.; SAMPAIO, J. A.; LAMEIRA, O. A.; CALDAS, E. D. 
Avaliação da toxicidade aguda e potencial neurotóxico do óleo-resina de copaíba 
(Copaifera reticulata Ducke, Fabaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, Belém Pará, 
v. 19, p. 937-941, 28 set. 2009. 
VALADARES, M. C. Avaliação de toxicidade aguda: estratégias após a “era do teste 
dl50“. Revista Eletrônica de Farmácia, Goiana - Goiás, v. 3, p. 93-98, 16 nov. 2006. 
VALENTE, D. et al. Utilização de biomarcadores de genotoxicidade e expressão gênica 
na avaliação de trabalhadores de postos de combustíveis expostos a vapores de 
gasolina. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, [S. l.], v. 42, p. 2317-6369, 16 mar. 2016. 
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2317-6369000124415. Acesso em: 25 abr. 2021.

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