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CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ DIREITO ADMINISTRATIVO Regime jurídico administrativo e Princípios da Adm. Pública Regime jurídico administrativo: O regime jurídico administrativo se resume a um conjunto de prerrogativas e sujeições especiais que permitem, de um lado, o alcance da finalidade pública do Estado e, de outro, a preservação dos direitos fundamentais e do patrimônio público. Princípios EXPRESSOS (CF, art. 37, caput): L I M P E Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência. Aplicáveis a toda Administração Pública, direta e indireta, de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e aos particulares no exercício de função pública. Legalidade * A Administração só pode agir segundo a lei (em sentido amplo). * Para a Administração: restrição de vontade; para os particulares: autonomia de vontade. * Legalidade (agir conforme a lei) X Legitimidade (observar também os demais princípios). * Restrições à legalidade: estado de defesa, estado de sítio e medidas provisórias. Impessoalidade * Atos devem ser praticados tendo em vista o interesse público, e não os interesses pessoais do agente ou de terceiros. * Três aspectos: isonomia, finalidade pública e não promoção pessoal. * Ex: concurso público e licitação. * Proíbe nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal, inclusive do partido. * Permite que se reconheça a validade de atos praticados por agente de fato. * Ato pode ser anulado, por desvio de finalidade. Observação do Professor: Os Agentes públicos de fato são particulares que, sem vínculos formais e legítimos com o Estado, exercem, de boa-fé, a função pública com o objetivo de atender ao interesse público, inexistindo investidura prévia nos cargos, emprego e funções públicas. Os agentes públicos de fato dividem-se em duas categorias: os Agentes de Fato Putativos, que são aqueles que exercem a função pública em situação de normalidade e possuem a aparência de servidor público (ex.: agentes públicos que desempenham a função pública sem pública sem a aprovação em concurso público válido);e os Agentes de Fato Necessário, sendo os que exercem função pública em situações de calamidade e emergência. Ex.: particulares que, espontaneamente, auxiliam vítimas de desastres naturais. Moralidade * Necessidade de atuação ética dos agentes públicos (moral administrativa). * Conceito indeterminado, mas passível de ser extraído do ordenamento jurídico. * Aspecto vinculado; permite a anulação dos atos administrativos. * Nepotismo: não necessita de lei formal; não se aplica a agentes políticos. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ Publicidade Art. 37, § 1º – CF/1988: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. → A Administração deve dar transparência a seus atos. → Permite o controle da legalidade e da moralidade dos atos administrativos. → Restrições à publicidade: segurança da sociedade e do Estado; proteção à intimidade ou ao interesse social. → Publicidade (diversos meios) ≠ Publicação (divulgação em órgãos oficiais). → Publicidade não é considerada elemento de formação do ato administrativo, e sim requisito de eficácia. → O ato não publicado permanece válido, mas sem produzir efeitos perante terceiros. → STF permite a divulgação do nome, do cargo e da remuneração dos servidores públicos, mas não do CPF, da identidade e do endereço, como medida de segurança. Eficiência →Atividade administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, buscando-se maior produtividade e redução dos desperdícios de recursos. Adentrou em nossa CF/1988 com a EC nº 19 de 1998. → Princípio ligado à Reforma do Estado (administração gerencial). → Possui dois focos: conduta do agente público e organização interna da Administração. → Ex: avaliação de desempenho; contratos de gestão com fixação de metas; celeridade na tramitação dos processos administrativos e judiciais. → Não pode se sobrepor ao princípio da legalidade (deve ser buscada com observância aos parâmetros e procedimentos previstos na lei). QUESTÕES PARA FIXAÇÃO _______________________________________ 1 – (VUNESP 2022) A respeito dos princípios do Direito Administrativo, assinale a alternativa correta. A) O princípio da moralidade administrativa impede a prática do nepotismo na Administração Pública, estendendo-se a vedação a nomeações de cargos políticos. B) É compatível com o princípio da legalidade a ação administrativa que, embora não esteja estritamente autorizada por lei, tem por base os princípios constitucionais e visa assegurar os direitos fundamentais do cidadão. C) O princípio da eficiência exige que a correção da ação administrativa seja analisada exclusivamente sob o prisma econômico. D) O princípio da impessoalidade não impede a realização de propagandas que tenham por objetivo promover a imagem do gestor público. E) Em função do princípio da publicidade, todos os atos administrativos devem ter o seu conteúdo veiculado no Diário Oficial do respectivo ente federativo. ______________________________________________ 2 - A máxima segundo a qual as realizações públicas não podem ser tidas como feitos pessoais dos seus respectivos agentes, mas, sim, da respectiva entidade administrativa, devendo a publicidade dos atos do Poder Público ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, “dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos” (Art. 37, § 1º, da CRFB), corresponde ao princípio da: A) Legalidade. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ B) Impessoalidade. C) Moralidade. D) Publicidade. E) Eficiência. ______________________________________________ 3 - Assinale a alternativa que indica corretamente o princípio da Administração Pública cujo objetivo é assegurar que os atos administrativos, assim como os serviços públicos, devem beneficiar a coletividade. A) Princípio da eficiência B) Princípio da legalidade C) Princípio da moralidade D) Princípio da impessoalidade E) Princípio da supremacia do interesse público ______________________________________________ 4 - “Nepotismo é o favorecimento dos vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou emprego. As práticas denepotismo substituem a avaliação de mérito para o exercício da função pública pela valorização de laços de parentesco”. O nepotismo é prática proibida pela Constituição Federal, particularmente porque viola o princípio administrativo da: A) Publicidade. B) Impessoalidade. C) Proporcionalidade. D) Ampla defesa. E) Supremacia do interesse privado. ______________________________________ 5 - A atuação da Administração Pública deve ocorrer sem prejuízo ou benefício de parte do público atendido, mantendo um tratamento isonômico, para realizar o interesse coletivo. O princípio descrito é o de: A) legalidade. B) publicidade. C) moralidade. D) impessoalidade. E) eficiência. ______________________________________________ Gabarito regime jurídico administrativo: 1-B 2-B 3-D 4-B 5-D ________________________________________ PODERES DA ADMINISTRAÇÃO O Grande doutrinador José dos Santos Carvalho Filho define poderes administrativos como “o conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins”. Ou seja, para que sejam realizados os objetivos da Administração Pública é necessário fornecer poderes aos agentes estatais. Todavia é necessário observar que esses poderes também são verdadeiros deveres, isto é, mandamentos legais para que os agentes atuem, quando assim a situação exigir. PODER HIERÁRQUICO → Relação de coordenação e subordinação que se estabelece nas organizações administrativas. → O poder hierárquico não depende de lei. → Permite ao superior hierárquico dar ordens, fiscalizar, controlar, aplicar sanções, delegar e avocar competências. → Só abrange sanções disciplinares a servidores, e não sanções a particulares. → Delegação pode ocorrer fora da estrutura hierárquica; já a avocação, não pode. → Não há hierarquia: entre diferentes pessoas jurídicas; entre Adm. direta e indireta; no exercício de funções típicas (ex: tribunais do Judiciário); entre os Poderes da _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ República; entre Administração e administrados. PODER DISCIPLINAR → Prerrogativa para aplicar sanções àqueles que, submetidos à disciplina interna da Adm., cometem infrações (servidores e particulares com vínculo contratual com a Adm.). → Admite discricionariedade (gradação e escolha da penalidade). PODER REGULAMENTAR →Poder inerente ao Chefe do Executivo para editar decretos. → Decreto de execução: dar fiel execução às leis administrativas; não pode ser delegado; atos de caráter geral e abstrato. → Atos normativos secundários: não podem inovar o ordenamento jurídico. → Decreto autônomo (espécie legislativa primária, pois recebe os seus fundamentos direto da CF/88, de certa forma pode inovar no ordenamento jurídico): não precisa de lei prévia; apenas para (i) organizar a Adm. Pública, sem aumento de despesa ou criação/extinção de órgãos (ii) mas pode extinguir cargos públicos, desde que estejam vagos. Pode ser delegado. → O Congresso Nacional pode sustar atos normativos do Executivo que exorbitem do poder regulamentar. PODER DE POLÍCIA → Prerrogativa de condicionar e restringir o exercício de atividades privadas. → Qualquer medida restritiva deve observar o devido processo legal (ampla defesa). → Poder de polícia preventivo: anuência prévia para a prática de atividades privadas: Licença: anuência para usufruir um direito; ato administrativo vinculado e definitivo. Autorização: anuência para exercer atividade de interesse do particular;ato administrativo discricionário e precário. → Poder de polícia repressivo: aplicação de sanções administrativas a particulares. → Podem ser cobradas taxas (espécie de tributo, e não preços públicos ou tarifas) em razão do exercício (efetivo) do poder de polícia. Dispensa a fiscalização “porta a porta”. → Ciclo de polícia: legislação (ordem), consentimento, fiscalização e sanção. → Legislação e fiscalização são as únicas fases que sempre existirão num ciclo de polícia. →Delegação a entidades da adm. indireta de direito privado: Posição do STF: admite, desde que a entidade seja prestadora de serviço público de atuação própria do Estado, em regime não concorrencial e capital social majoritariamente público. Poderá receber a delegação das fases de consentimento, fiscalização e sanção. (RE 633782/MG. Rel. Min. Luiz Fux, 23/10/2020) Posição do STJ: admite apenas nas fases consentimento e fiscalização. OBSERVAÇÃO!! Tanto o STJ quanto o STF não admitem, de forma alguma, delegação da fase “ordem”, também chamada de “legislação”, pois se trata de fase absolutamente indelegável por envolver a função legislativa. → Não pode ser delegado a entidades privadas não integrantes da Adm. Pública formal. → Atributos: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. Entretanto, alguns atos de polícia podem ser vinculados (ex: _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ licenças) ou não autoexecutórios e coercitivos (ex: atos preventivos, cobrança de multa não paga). → Polícia administrativa: caráter preventivo; exercida por diversos órgãos administrativos; incide sobre atividades, bens e direitos. → Polícia judiciária: caráter repressivo; exercida por corporações especializadas (polícias civil, federal e militar); prepara a função jurisdicional; incide sobre pessoas. Trabalha com infração Penal. ________________________________________ QUESTÕES SOBRE PODERES 1 – (fgv – Juiz – tjap – 2022) A sociedade de economia mista Beta do Município X recebeu formalmente, por meio de lei específica, delegação do poder de polícia do Município para prestar serviço de policiamento do trânsito na cidade, inclusive para aplicar multa aos infratores. Sabe-se que a entidade Beta é uma empresa estatal municipal de capital majoritariamente público, que presta exclusivamente serviço público de atuação própria do poder público e em regime não concorrencial. Por entender que o Município X não poderia delegar o poder de polícia a pessoa jurídica de direito privado, o Ministério Público ajuizou ação civil pública pleiteando a declaração de nulidade da delegação e das multas aplicadas, assim como a assunção imediata do serviço pelo Município. No caso em tela, de acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal em tema de repercussão geral, a pretensão ministerial: A) não deve ser acolhida, pois é constitucional a delegação do poder de polícia na forma realizada, inclusive no que concerne à sanção de polícia; B) não deve ser acolhida, pois é constitucional a delegação do poder de polícia a qualquer pessoa jurídica de direito privado, desde que cumprido o único requisito que é a prévia autorização legal; C) deve ser acolhida, pois é inconstitucional a delegação do poder de polícia,em qualquer das fases de seu ciclo, a pessoa jurídica de direito privado integrante da administração indireta; D) deve ser acolhida parcialmente, pois é inconstitucional a delegação do poder de polícia, nas fases de seu ciclo de ordem de polícia e de sanção de polícia, a pessoa jurídica de direito privado integrante da administração indireta; E) deve ser acolhida parcialmente, pois, apesar de ser constitucional a delegação do poder de polícia para o serviço público de fiscalização de trânsito, é inconstitucional tal delegação no que concerne à aplicação de multa, que deve ser feita por pessoa jurídica de direito público. ______________________________________ 2 - Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional no combate ao novo coronavírus, o Estado Alfa, regularmente, no âmbito de sua competência, adotou a medida de quarentena, consistente na restrição de atividades e separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estavam doentes e de mercadorias suspeitas de contaminação, de maneira a evitar a possível propagação do coronavírus. A citada medida restritiva teve base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde feitas pelo comitê técnico estadual e foi limitada no tempo e no espaço ao mínimo indispensável à promoção e à preservação da saúde pública. No caso em tela, a quarentena foi embasada no chamado poder administrativo: A) de polícia, mediante imposição de restrições ao exercício de liberdades individuais e ao direito de propriedade do particular, em prol do interesse coletivo; B) de segurança pública, mediante imposição de restrições legais, cujo descumprimento merece repressão na esfera administrativa e criminal pelos órgãos de segurança pública; C) disciplinar, mediante o estabelecimento de normas sanitárias que regem a vida em sociedade, com base na supremacia do interesse público sobre o privado; D) hierárquico, mediante imposição de restrições por autoridades administrativas, que condicionam liberdade e propriedade individual em prol do interesse público; E) regulamentar, mediante edição de normas concretas e específicas para disciplinar situação urgente que demanda sacrifícios individuais em prol do interesse coletivo. ________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ 3 – (FGV – TJ-RO – 2021) O Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, após regular processo licitatório, contratou a sociedade empresária Alfa para prestar serviços de jardinagem e paisagismo no canteiro existente ao redor do prédio do fórum central. Ocorre que a contratada deu causa à inexecução parcial do contrato. Após regular processo administrativo, o contratante aplicou-lhe a sanção administrativa da advertência, pois não se justificou a imposição de penalidade mais grave. Com base na doutrina de Direito Administrativo, o poder administrativo que embasou diretamente a aplicação da mencionada sanção é o poder: A) hierárquico, que consiste na superioridade contratual da Administração Pública contratante em relação à sociedade contratada, em razão das cláusulas limitantes; B) regulamentar, que consiste na possibilidade de a Administração Pública contratante impor unilateralmente penalidades, com base na supremacia do interesse público; C) disciplinar, que consiste em um sistema punitivo interno a que se sujeita a contratada que tem um vínculo com a Administração Pública contratante; D) de polícia, que consiste na necessidade vinculante de a Administração Pública contratante condicionar e limitar a propriedade da sociedade contratada em prol do interesse público; E) de justiça, que consiste na superioridade e na imperatividade das decisões jurisdicionais proferidas pela Administração Pública contratante em face da sociedade contratada, que deve se sujeitar às sanções impostas. ______________________________________ 4 - (FCC – 2021 – PGE – GO) Recentemente, o Supremo Tribunal Federal enfrentou um dos temas mais controversos no âmbito do Direito Administrativo, tendo fixado algumas balizas sobre a delegação do poder de polícia, fixando tese de Repercussão Geral a respeito, em Recurso Extraordinário ajuizado pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A − BHTRANS (Tema 532 − RE 633782, Relator: Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgado em 26/10/2020). Por meio deste precedente, o STF consolidou o entendimento no sentido de que a competência administrativa relativa ao poder de polícia é A) delegável a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração pública, desde que limitado às fases do ciclo de polícia administrativa relativas ao consentimento e à fiscalização, excluída a fase sancionatória. B) delegável, por lei, a pessoas jurídicas de direito privado não integrantes da Administração pública, inclusive no tocante à fase sancionatória do ciclo de polícia, contanto que no exercício sejam observados os princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. C) indelegável, sendo reservado apenas aos órgãos da Administração direta, dada a natureza de potestade pública da atividade. D) delegável, por lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração pública indireta, desde que sejam de capital social majoritariamente público e prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado, em regime não concorrencial. E) delegável, por lei, apenas às pessoas jurídicas de direito público integrantes da Administração pública indireta, visto que o regime jurídico estatutário de seus servidores lhes confere a estabilidade indispensável ao exercício da atividade. ______________________________________________ 5 - No enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, o Estado Alfa editou lei estadual, nos termos da Lei federal nº 13.979/20, dispondo que o setor privado de bens e serviços deverá adotar medidas de prevenção à proliferação de doenças, como a assepsia de locais de circulação de pessoas e a disponibilização aos usuários de produtos higienizantes e saneantes, e que incorrerá em multa o estabelecimento autorizado a funcionar durante a pandemia da Covid-19 que deixar de disponibilizar álcool em gel a 70% (setenta por cento) em locais próximos a suas entradas, elevadores e escadas rolantes, tudo conforme regulamento já devidamente editado. Obedecidas as formalidades legais, a aplicação da citada multa pelo Estado Alfa ao particular que inobservar as medidas sanitárias impostas, decorre diretamente do poder: A) hierárquico, que decorre da supremacia do interesse público sobre o privado. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ B) disciplinar, que autoriza o poder público a impor penalidades a quem descumprir medidassanitárias legalmente impostas. C) normativo, que incide individualmente sobre cada pessoa natural ou jurídica, após o devido processo legal. D) de regulamentação, que autoriza os agentes públicos estaduais a aplicarem discricionariamente a sanção. E) de polícia, que autoriza limitações ao exercício de liberdades individuais em prol do interesse coletivo. ______________________________________________ Gabarito: 1-A 2-A 3-C 4-D 5-E ______________________________________________ ATOS ADMINISTRATIVOS Conceito: Pelo critério formal, ato administrativo é o que ditam os órgãos administrativos, ficando excluídos dessa conceituação os atos provenientes dos órgãos legislativo e judicial, ainda que tenham a mesma natureza daqueles (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). O Direito Civil faz distinção entre ato e fato, sendo o primeiro imputável ao homem, e o segundo decorrente de acontecimentos naturais, que independem do homem ou que dele dependem apenas indiretamente. Quando o fato corresponde à descrição contida na norma legal, ele é chamado fato jurídico e produz efeitos no mundo do direito. Quando o fato descrito na norma legal produz efeitos no campo do direito administrativo, ele é um fato administrativo, como a morte de um funcionário, que produz a vacância de seu cargo. Se o fato não produz qualquer efeito jurídico no Direito Administrativo, ele é chamado fato da administração. Fato administrativo é acontecimento material da Administração, que produz consequências jurídicas. No entanto, não traduz uma manifestação de vontade voltada para produção dessas consequências, na verdade, tem sentido de atividade material no exercício da função administrativa, visando ao efeito de ordem prática, como, por exemplo, a construção de uma obra pública, a desapropriação de bens privados, a apreensão de mercadorias. Acrescenta-se ainda que até fenômenos naturais, quando repercutem na esfera administrativa, constituem fatos administrativos, como é o caso, por exemplo, de um raio que destrói um bem público ou de uma enchente que inutiliza equipamentos pertencentes ao serviço público. O fato administrativo é toda atividade pública material em cumprimento de uma decisão administrativa. O fato administrativo nem sempre resultado ato administrativo, que o determina – caso do raio que atinge a escola (não há suporte de ato administrativo aqui). Ato administrativo Praticado no exercício da atividade administrativa; Administração expressa a sua vontade. Ex.: nomeação de um servidor. Fato administrativo Materialização da função administrativa. Produz efeito jurídico no Direito Administrativo Ex. morte de um Servidor que produz a vacância do cargo; construção de um viaduto. __________________________________________ QUESTÃO - O fato administrativo é conceituado como a materialização da função administrativa. Gabarito: C __________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ O Fato Administrativo é a execução material do Estado. Exemplos: – Um médico operando em hospital público; – Um gari da prefeitura varrendo as ruas da cidade; – Um professor lecionando em uma escola pública; Obs.: É importante ainda lembrar que o fato administrativo nem sempre produz efeitos jurídicos caso em que o fato administrativo ele é chamado de fato da administração. ATO ADMINISTRATIVO = Ato material por expressar manifestação de vontade da Adm. Pública. Ex.: A construção de uma escola. O fato administrativo é nada mais que uma vontade da administração que se materializou/concretizou e que, portanto, cumpriu sua função. Dessa forma, pode-se afirmar que o fato administrativo se trata da “materialização da função administrativa”. ____________________________________ QUESTÃO - Os fatos administrativos não produzem efeitos jurídicos, motivo pelo qual não são enquadrados no conceito de ato administrativo. Gabarito: Errada ____________________________________ QUESTÃO - A pavimentação de uma rua pela administração pública municipal representa um fato administrativo, atividade decorrente do exercício da função administrativa, que pode originar-se de um ato administrativo. Gabarito: Certa __________________________________________ QUESTÃO - A construção de uma ponte pela administração pública caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma atividade pública material em cumprimento de alguma decisão administrativa. Gabarito: Certa ______________________________________________ QUESTÃO - Para concretizar a desapropriação de um imóvel, a administração toma providência para tomar a posse desse imóvel, situação que constitui exemplo de fato administrativo. Gabarito: Certa ______________________________________________ A grande sacada da questão é que a execução ou concretização de um ato pela própria Administração é uma atividade material e esta atividade é um Fato Administrativo, por isso a questão está correta. __________________________________________ QUESTÃO - Um fato administrativo pode se consumar sem o suporte de um ato administrativo. Gabarito: Certa __________________________________________ Um fato administrativo pode se consumar sem o suporte de um ato administrativo. Há fatos administrativos que possuem suporte de um ato administrativo como é a pavimentação de uma rua. A pavimentação é um fato administrativo que só foi possível por conta de um ato administrativo promovido pela autoridade pública – como o prefeito. Contudo, existem os fatos administrativos que não possuem suporte de um ato administrativo. A título de exemplo, podemos citar os fenômenos da natureza quando repercutem na esfera administrativa! Exemplos: Raio que destrói um bem público; • Enchente que inutiliza equipamentos pertencentes ao serviço público; • Etc. __________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ QUESTÃO - Considere: I. Constituem exemplos de fatos administrativos a apreensão de mercadorias, a desapropriação de bens privados, a requisição de serviços ou bens privados, dentre outros. II. A expressão fato jurídico é sinônima de fato administrativo, pois ambos englobam também os fatos simples, ou seja, aqueles que não repercutem na esfera de direitos, mas estampam evento material ocorrido no seio da Administração. III. Fatos administrativos naturais são aqueles que se originam de fenômenos da natureza, cujos efeitos se refletem na órbita administrativa. No que concerne aos fatos administrativos, está correto o que se afirma em: I e III, apenas. ______________________________________________ QUESTÃO - Quando a Administração pública atua executando atos materiais, como a edificação de um muro, realização da poda de árvores ou, direta ou indiretamente, promovendo o recolhimento do lixo, pratica: fatos administrativos, que não têm conteúdo queexpresse manifestação de vontade decisória, não obstante possam gerar efeitos e consequências na esfera de direitos dos administrados. Gabarito: Certa. __________________________________________ QUESTÃO - O fato administrativo trata de ações que não representam uma vontade, mas puramente a necessidade executória, ao passo que um ato administrativo pode ser considerado uma manifestação de vontade e uma declaração do Estado com produção imediata de efeitos. Gabarito: Certa __________________________________________ ELEMENTOS ou REQUISITOS (Com Fi For M Ob) COMpetência: poder atribuído pela lei. FInalidade: interesse público (resultado mediato) FORma: como o ato vem ao mundo. Motivo: pressupostos de fato e de direito. OBjeto: conteúdo (resultado imediato) ATRIBUTOS ou CARACTERÍSTICAS DOS ATOS Presunção de legitimidade: conformidade do ato com a ordem jurídica e veracidade dos fatos (sempre existe). Autoexecutoriedade: permite que a Administração atue independente de autorização judicial, todavia pautada na lei e em situações emergenciais. Tipicidade: vem sempre definido em lei. Imperatividade: faz com que o destinatário deva obediência ao ato, independentemente de concordância. OBS: Fique atento acerca da teoria dos motivos determinantes, conforme ensinamento da própria jurisprudência do STJ: “Pela Teoria dos Motivos Determinantes, a validade do ato administrativo está vinculada à existência e à veracidade dos motivos apontados como fundamentos para a sua adoção, a sujeitar o ente público aos seus termos.” Ex.: Exoneração ad nutum. A administração resolve exonerar um servidor (de cargo comissionado - livre nomeação e exoneração) sob a justificativa da falta de recursos financeiros, e, logo em seguida, nomeia outro servidor para ocupar a mesma função. Assim, pela referida teoria supramencionada, o ato deve ser anulado pelo seu fundamento não corresponder com a realidade fática. O ato pode ser anulado pela própria Adm. P., assim como pelo Judiciário. Destaca-se que só poderá ser anulado pelo judiciário se este for provocado. A Adm. Pública poderá fazê-lo de ofício. ______________________________________________ 1 – (FGV – 2022/MS – Defensor) João, observadas as formalidades legais, firmou ato de permissão de uso de bem público com o Estado Alfa, _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ para instalação e funcionamento de um restaurante em hospital estadual, pelo prazo de 24 meses. Passados seis meses, o Estado alegou que iria instalar uma nova sala de UTI no local onde o restaurante está localizado, razão pela qual revogou unilateralmente a permissão de uso. Três meses depois, João logrou obter provas irrefutáveis no sentido de que o Estado não instalou nem irá instalar a UTI no local. Inconformado, João buscou assistência jurídica na Defensoria Pública, pretendendo reassumir o restaurante. Ao elaborar a petição judicial, o defensor público informou a João que pleitear judicialmente a invalidação da revogação do ato de permissão é: A) inviável, por se tratar de ato precário, mas cabe o ajuizamento de ação indenizatória diante da extinção da permissão antes do prazo previsto; B) inviável, por se tratar de ato discricionário, mas cabe o ajuizamento de ação indenizatória diante da extinção da permissão antes do prazo previsto; C) viável, eis que, com base no princípio da continuidade dos serviços públicos, João tem direito de explorar o restaurante no prazo acordado, ainda que, de fato, o Estado Alfa fosse instalar a UTI no local; D) viável, eis que, apesar de ser um ato discricionário, aplica-se a teoria dos motivos determinantes, de maneira que o Estado está vinculado à veracidade do motivo fático que utilizou para a revogação. Gabarito: D ______________________________________________ O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A CONVALIDAÇÃO: FUNDAMENTO LEGAL: Lei Nº 9.784/1999 - Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. – Legalidade e legitimidade (vícios sanáveis). – Efeito Ex tunc (retroage). – Competência da Administração. – Incide nos Atos vinculados e discricionários. – Em regra incide sobre os elementos competência (também chamado de sujeito), desde que não seja uma competência privativa ou exclusiva e sobre o elemento Forma, contanto que não se trate de uma forma essencial ou que a lei a tenha declarado como necessária para a validade do ato. ATENÇÃO!! 1. Não pode convalidar a COMPETÊNCIA se ela for exclusiva ou privativa. 2. Não pode convalidar a FORMA se a LEI estipular a forma necessária. 3. Não poderão ser convalidados os seguintes atos: -Com vício no motivo ou finalidade. -Aquele em que o defeito foi impugnado perante a Adm. Pública ou Judiciário. -Se a convalidação causar danos à Adm. Pública ou prejuízos. -Prejudicar direitos ou interesses de terceiros. ESPÉCIES DE CONVALIDAÇÃO: Macete: CoRRE Conversão: É a modificação do ato anterior, considerado inválido, substituindo a parte inválida por outra válida. Ratificação: Supre vício de competência. REforma: Suprime, Retira a parte inválida e mantém a válida. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ OBSERVAÇÃO DE CORAÇÃO DO PROFESSOR!! Vício quanto ao objeto, pode ser convalidado? Regra: Não pode. Exceção: Quando o Objeto for “Plúrimo”. Ex.: Ato de promoção de “A” e também de “B”. Posteriormente verifica-se que B não preenche os requisitos para tal promoção. Assim, retira-se do ato apenas a parte viciada (objeto plúrimo), ou seja, de apenas um dos interessados, permanecendo normalmente o ato para a promoção de “A”. ______________________________________________ 2 – (Vunesp – 2022 - Câmara Legislativa de SP – Técnico Legislativo) O Diretor Administrativo da Câmara Municipal emitiu ato administrativo vinculado que possui vício de forma. A autoridade administrativa entende que o interesse público será melhor atendido caso o ato seja preservado. Com base na situação hipotética e na teoria do ato administrativo, é correto afirmar que: A) por se tratar de vício sanável, será cabível a convalidação, que produzirá efeitos retroativos. B) em função do princípio da legalidade, qualquer ato administrativo viciado deve ser anulado. C) o ato deverá ser revogado. D) será possível a convalidação, ainda que haja prejuízo a terceiro, sempre que essa conduta se mostrar adequada a atender o interesse público. E) o ato administrativo deve ser anulado, pois o vício de forma não é passível de convalidação. Gabarito: A ______________________________________________ 3 – (Vunesp – 2022 – Câmara Legislativa de SP) Acerca dos atributos dos atos administrativos, assinale a alternativa correta. A) A presunção de veracidade se aplica aos atos privadosda Administração Pública. B) A imperatividade constitui na prerrogativa de a Administração Pública executar, diretamente, os seus atos, independentemente da manifestação do Poder Judiciário. C) A presunção de veracidade não implica na inversão do ônus da prova, pois o cidadão tem o direito de exigir sempre que a autoridade pública comprove que está agindo de acordo com o princípio da legalidade. D) Prevalece na doutrina o entendimento de que a autoexecutoriedade prescinde prévia autorização legislativa ou a caracterização de situação emergencial. E) A autoexecutoriedade autoriza a Administração a, em determinados casos, utilizar de forma moderada a força para viabilizar a execução do interesse público. Gabarito: E. ______________________________________________ 4 – (FCC – 2017 – DPE/SC) Os atos administrativos podem ser produzidos em desrespeito às normas jurídicas e, nestes casos, é correto afirmar que: A) existe, no direito brasileiro, apenas duas formas de convalidação, a ratificação e a reforma. B) ainda que o ato tenha sido objeto de impugnação é possível falar-se em convalidação, com o objetivo de aplicar o princípio da eficiência. C) à vícios que podem ser sanados e, nestes casos, a convalidação terá efeitos ex nunc. D) a violação das normas jurídicas causa um vício que só pode ser corrigido com a edição de novo ato, pelo poder Judiciário. E) é possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, mas apenas quando se tratar de conteúdo plúrimo. Gabarito: E ____________________________________________ PONTOS RELEVANTES SOBRE COMPETÊNCIA, DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO NA LEI nº 9.784/99: DA COMPETÊNCIA _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. MACETE DO PROFESSOR PARA GRAVAR OS ATOS QUE NÃO PODEM SER OBJETO DE DELEGAÇÃO: CE NO RA – Competência Exclusiva. – Edição de atos NOrmativos. – Decisão de Recursos Administrativos. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 5 – (FGV – Adaptada) Considerando o instituto da convalidação e a Lei Federal nº 9.784/99, assinale a afirmativa incorreta. A) A convalidação do ato com vício de competência é efetivada por meio da ratificação. B) O ato pode ser reformado, caso o objeto seja plúrimo, com a manutenção de sua parte válida. C) A Administração, quando retira uma parte válida do ato e a substitui por uma nova também válida, realiza a conversão. D) O decurso do tempo pode gerar a convalidação de ato inválido. E) A convalidação somente se admite caso o vício seja sanável. Gabarito: C ____________________________________________ Os atos administrativos valem até a data neles prevista ou, como regra geral, até que outro ato os revogue ou anule. Desde o nascimento, seja ele legítimo ou não, produz seus efeitos, em face da presunção de legitimidade e veracidade. Duas são as maneiras de um ato ser desfeito: revogação e anulação. Anulação Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi produzido com alguma ilegalidade. Pode ser _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ declarada pela própria Administração Pública, no exercício de sua autotutela, ou pelo Judiciário. Opera efeitos retroativos, “ex tunc”, como se nunca tivesse existido, exceto em relação a terceiros de boa-fé. PRAZOS PARA A AD. P. ANULAR ATOS ADM. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco anos), contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Revogação Revogação é a forma de desfazer um ato válido, legítimo, mas que não é mais conveniente, útil ou oportuno. Como é um ato perfeito, que não mais interessa à Administração Pública, só por ela pode ser revogado, não cabendo ao Judiciário fazê- lo, exceto no exercício de sua atividade atípica administrativa, ou seja, só pode revogar seus próprios atos administrativos. Assim, seus efeitos são proativos, prospectivos (futuros), “ex nunc”, pois não retroagem, sendo válidas todas as situações atingidas antes da revogação. Se a revogação é total, nomeia-se ab-rogação; se parcial, chama-se derrogação. Ex.: Considerando a implantação temporária do atendimento à população, uma repartição pode, via ato administrativo, ampliar o horário para fazer face a essa demanda. Com o passar do tempo, voltando ao normal, revoga-se o ato que instituiu o novo horário, retornando o atendimento à hora normal, estando válidos todos os efeitos produzidos no período de exceção. Acerca da anulação e revogação, você deve conhecer, obrigatoriamente, as seguintes Súmulas do STF e o art. 53 da Lei nº 9.784/99: “Súmula 346: A Administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.” “Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” Lei nº 9.784/99, “Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.” NÃO PODEM SER REVOGADOS: 1. Vinculados 2. Consumados 3. Procedimento Administrativo 4. Declaratório 5. Enunciativo 6. Complexos 7. Direito adquirido OBS!! STJ possui decisãono sentido de que a licença para construção (ato vinculado), pode ser revogada em razão de fundamentado interesse público, com indenização do particular pelos prejuízos comprovados. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ Lembrando que isso não é unânime nos Tribunais e nos concursos. Prevalece que atos vinculado não podem ser revogados, todavia tome nota dessa exceção do STJ. ______________________________________ 6 - A distinção entre revogação e anulação dos atos administrativos decorre de: A) construção doutrinária e corrente jurisprudencial majoritária. B) princípios constitucionais implícitos da Administração Pública. C) entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça. D) súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal. E) expressa disposição legal e também entendimento sumulado. Gabarito: E ____________________________________________ 7 – (FCC – TJ-PE) Quanto a invalidação dos atos administrativos consistentes em sua revogação e anulação, é certo que a: A) revogação e a anulação que, embora constituam meios de invalidação dos atos administrativos, se confundem e se empregam indistintamente. B) faculdade de invalidação dos atos administrativos pela própria Administração é bem mais ampla do que se concede à Justiça Comum, porque esta só pode desfazer seus atos quando ilegais. C) anulação é a declaração de invalidade de um ato administrativo legítimo e eficaz, enquanto que pela revogação se invalida um ato ilegítimo ou ilegal. D) faculdade de revogar o ato administrativo só pode ser executada a pedido, e por autoridade superior, nunca pelo mesmo agente que o praticou. E) anulação de um ato administrativo é exclusividade do Poder Judiciário, devendo, de regra, ser levado à sua apreciação por meios procedimentais Gabarito: B ____________________________________________ 8 - (ALAP-2020-ANALISTA LEGISLATIVO) Se o Poder Judiciário, no exercício do controle judicial, considerar ilegal determinado ato discricionário praticado pelo Poder Executivo, A) poderá anulá-lo, inclusive se o considerar apenas inconveniente ou inoportuno, aferindo seu mérito, desde que mediante provocação de interessado ou legitimado, não podendo nenhuma lesão a direito ser excluída do Poder Judiciário. B) poderá revogá-lo, pois o Poder Judiciário realiza o controle, no exercício da sua atividade jurisdicional, sobre os atos administrativos editados, no exercício de função administrativa, pelo Poder Executivo. C) não poderá revogá-lo, sendo possível, entretanto, que o Poder Judiciário revogue ato administrativo discricionário válido por ele mesmo praticado, em sua função atípica administrativa, atuando como administração. D) não poderá anulá-lo, pois não se admite análise do ato administrativo pelo Poder Judiciário praticado legitimamente pela Administração, pois os poderes são independentes e harmônicos entre si, não podendo haver interferência de um no outro. E) poderá revogá-lo, sendo também possível a revogação de ato administrativo discricionário ilegal pelo Poder Judiciário quando praticado por ele mesmo, em sua função atípica administrativa, atuando como administração. Gabarito: C ______________________________________________ 9 – (CESPE – 2018 – Auditor – PB) A administração pública pode anular e revogar os seus atos, independentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade. O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da: A) moralidade administrativa. B) supremacia do interesse público. C) autotutela. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ D) especialidade. E) legalidade. Gabarito: C ______________________________________________ 10 – (FCC – 2015 – TRT 9 – Analista Judiciário) O denominado Poder de autotutela é uma decorrência do princípio da legalidade. Cuida-se de controle que a Administração exerce sobre seus próprios atos, que podem ser: A) anulados, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, sendo vedada, no entanto, pela via administrativa, a revogação por motivos de conveniência e oportunidade. B) anulados ou revogados, no entanto, na hipótese de revogação há a necessidade de participação do judiciário, que exerce controle de razoabilidade e proporcionalidade da medida. C) declarados nulos, ante a presença de vício de legalidade, ou revogados, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e rassalvada, quando o caso, a apreciação judicial. D) revogados ou anulados, respectivamente por motivo de conveniência e oportunidade e em razão de vício de legalidade, sendo passível de controle judicial tão somente a retirada do ato, pela Administração, por motivo de legalidade, restrito ao judiciário o controle da autotutela fundamentado em juízo discricionário. E) anulados por ilegalidade e revogados por motivo de conveniência e oportunidade, sempre por meio de recurso ao Poder judiciário, em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição. Gabarito: C ______________________________________________ TREDESTINAÇÃO e RETROCESSÃO A tredestinação ocorre quando um bem expropriado alcança ou busca finalidade diversa da que se planejou inicialmente. Divide-se em lícita e ilícita. TREDESTINAÇÃO LÍCITA: ocorre quando a Administração dá destinação outra que não a planejada quando da expropriação, porém, mantém o atendimento ao interesse público. Assim, o motivo continua sendo o interesse público, mas, como ensina Carvalho Filho, o "aspecto específico" dentro desse interesse público é diferente. Logo, não se vislumbra ilicitude porque o fim especial foi diferente, porém, o motivo que deu ensejo à expropriação (interesse público) permanece, isto é, o fim geral que é atender ao interesse público permanece no ato. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 2021). Ex: Desapropriar um imóvel para construir uma escola, mas, diante das novas circunstâncias, decidiu-se construir um posto de saúde. TREDESTINAÇÃO ILÍCITA: é traduzida na verdadeira desistência da expropriação e dá ensejo à retrocessão. Ou seja, quando a Administração pratica desvio de finalidade ou, ainda, transmite o bem a terceiros (quando não é possível). Não há a mantença do interesse público, o qual motivou a expropriação. Assim, na tredestinação ilícita a conduta da Adm. Pública, posterior à expropriação, foge tanto a finalidade específica (que motivou o ato originário) quanto a finalidade geral (interesse público), surgindo, por consequência, o direito doantigo proprietário solicitar a Retrocessão de seu imóvel. OBSERVAÇÃO DO PROFESSOR: Vale ressaltar que a simples demora na utilização do bem não significa tredestinação. RETROCESSÃO Também denominada reversão ou reaquisição é a devolução do domínio _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ expropriado, para que se integre ou regresse ao patrimônio daquele de quem foi tirado, pelo mesmo preço da desapropriação. Assim, retrocessão é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo não tenha o destino para o qual se desapropriou, ou seja, a Administração Pública dando outra finalidade ao bem adquirido, finalidade esta que também não busca o interesse público (tredestinação ilícita). Ex: Desapropriar um imóvel para construção de um hospital mas, na verdade, construiu em seu lugar um estacionamento privado para beneficiar o filho do prefeito. Assim, surge para o antigo proprietário o direito de requerer a retrocessão de seu bem imóvel. ______________________________________________ 1 - O direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso este não tenha o destino para o qual foi desapropriado, denomina-se: A) tredestinação. B) preempção. C) desafetação. D) retrocessão. E) redestinação. Gabarito: D ______________________________________________ Ato administrativo simples, complexo e composto SIMPLES: Ato administrativo simples é o que decorre de uma única manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal (ato simples singular) ou colegiado (ato simples colegiado). Não interessa o número de pessoas que pratica o ato, mas a expressão da manifestação de vontade que não pode depender de outras, seja concomitante ou posterior. Reiterando, aperfeiçoa-se (ato perfeito) com uma única manifestação. COMPLEXO: O ato complexo, por sua vez, decorre da manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos ou autoridades e, somente assim, alcança a perfeição (completo, concluído, formado). Duas ou mais pessoas (agentes ou órgãos) para a prática de um único ato. MACETE: ATO COM SEXO (Dois órgão para um só ato. OBSERVAÇÃO DO PROFESSOR: Os atos administrativos praticados dentro de um processo administrativo são dotados de perfeição e conclusão, podendo ser impugnados administrativa ou judicialmente. Os atos administrativos complexos, por outro lado, são imperfeitos enquanto não há a efetiva manifestação de vontades distintas necessárias à sua formação, e só podem ser impugnados após isso. COMPOSTO: É aquele cujo conteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção de seus efeitos depende de um outro ato que o aprove. A função desse outro ato é meramente instrumental: autorizar/ratificar a prática do ato principal, ou conferir eficácia a este. O ato acessório ou instrumental em nada altera o conteúdo do ato principal. Citamos como exemplo um parecer exarado por servidor público integrante do departamento jurídico de determinado órgão da administração direta, que depende de homologação ainda pendente, de autoridade superior para ser validado (CESPE - 2016). Veja que esses atos complexos podem receber a denominação de aprovação, ratificação, homologação, visto, entro outros, conforme for o caso. ____________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ 1 - Quando um ato administrativo é praticado unicamente por um órgão, dotado de competência e legitimidade para realiza-lo, porém, composto por um colegiado de servidores, uma vez realizado tal ato administrativo, é correto dizer que se trata de um ato: A) complexo, pois exige a vontade de várias pessoas, seja por unanimidade ou maioria, para a realização do ato. B) composto, pois exige a vontade de várias pessoas, seja por unanimidade ou maioria, para a realização do ato. C) simples, pois exige a vontade de um único órgão, ainda que composto por várias pessoas, que decidirão por unanimidade ou maioria. D) se a decisão for unânime, será um ato composto; se for por maioria, será um ato complexo. Gabarito: C ______________________________________________ ATUALIZAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO STF Art. 71 (CF/1988) - O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório. No dia 19/02/2020, o STF concluiu julgamento do RE 636553, definindo a seguinte tese de repercussão geral (Tema 445): “Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima”. Portanto, atualmente, apesar de o STF ter mantido o entendimento de que o ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão se trata de ato administrativo de natureza complexa, julgou necessário impor ao Tribunal de Contas o prazo máximo de 05 (cinco) anos para avaliar, para fins de registro, tal ato de concessão, utilizando-se por analogia o prazo prescricional do Decreto 20.910/32, tendo em vista que é imposto o mesmo prazo quinquenal para que o particular busque qualquer direito em face da Administração Pública. Ultrapassado o referido prazo, haverá o registro tácito da concessão do benefício. O Tribunal de Contas, dessa forma, ao proceder ao registro acima referido, integra a vontade declarada pelo administrador público na aposentação do servidor, aperfeiçoando e concluindo a formação do ato. E essa atuação do Tribunal de Contas envolve atividade homologatória que não deve divergir das conclusões apresentadas pelo órgão que procedeu à concessão da aposentadoria propriamente dita. Não possui qualquer prerrogativa de poder modificá-la. ______________________________________________ 2 – (FGV – TJSC – Analista Judiciário) João, Oficial de Justiça do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, se aposentou. Três meses depois, foi informado que o Tribunal de Contas Estadual não aprovou o ato administrativo de sua aposentadoria, eis que faltam dois meses para completar o tempo de contribuição necessário. A interferência da Corte de Contas, no caso em tela, em tese, é: _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP.CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ A) ilegítima, eis que o ato administrativo de aposentadoria é simples, e o Tribunal de Contas não tem competência para interferir em ato administrativo do Poder Judiciário; B) ilegítima, eis que o ato administrativo de aposentadoria é composto, sendo formado pela manifestação do Diretor de Recursos Humanos e Presidente do TJSC, sem controle pelo Tribunal de Contas; C) ilegítima, eis que o ato administrativo de aposentadoria é composto, e a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria do Tribunal de Contas imprescinde do contraditório e da ampla defesa; D) legítima, eis que o ato administrativo de aposentadoria é simples e deve ser praticado somente pelo agente público competente para tal, qual seja, o Presidente do Tribunal de Contas; E) legítima, eis que o ato administrativo de aposentadoria é complexo, e a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria do Tribunal de Contas prescinde do contraditório e da ampla defesa. Gabarito: E ______________________________________________ 3 - O ato de aposentadoria do servidor público segurado do regime próprio de previdência social dos servidores públicos (RPPS) é classificado como ato: A) complexo, porque pressupõe a concessão do benefício previdenciário pela unidade gestora do RPPS ou pelo órgão de vinculação do servidor e a homologação dessa concessão pelo Tribunal de Contas, que tem a prerrogativa de alterar o ato de concessão. B) complexo, porque pressupõe a concessão do benefício previdenciário pela unidade gestora do RPPS ou pelo órgão de vinculação do servidor e a homologação dessa concessão pelo Tribunal de Contas, que não pode registrar ato diverso do que lhe foi apresentado para apreciação. C) composto, porque pressupõe a concessão do benefício previdenciário pela unidade gestora do RPPS ou pelo órgão de vinculação do servidor e a homologação dessa concessão pelo Tribunal de Contas, que tem a prerrogativa de alterar o ato de concessão. D) composto, porque pressupõe a concessão do benefício previdenciário pela unidade gestora do RPPS ou pelo órgão de vinculação do servidor e a homologação dessa concessão pelo Tribunal de Contas, que não pode registrar ato diverso do que lhe foi apresentado para apreciação. E) simples, porque não depende de manifestação do Tribunal de Contas, que deve apenas proceder o registro do ato de concessão oriundo da unidade gestora do RPPS ou pelo órgão de vinculação do servidor. Gabarito: B ______________________________________________ ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Centralização: o Estado executa as tarefas diretamente, por intermédio da Administração Direta. Descentralização: distribui funções para outra pessoa, física ou jurídica. Não há hierarquia. Pode ocorrer das seguintes formas: Por serviços, funcional, técnica ou por outorga: transfere a titularidade e a execução. Depende de lei. Prazo indeterminado. Controle finalístico (ex: criação de entidades da Adm. Indireta). Por colaboração ou delegação: transfere apenas a execução. Pode ser por contrato ou ato unilateral. Prazo: determinado (contrato). Indeterminado (se for ato) . Controle amplo e rígido (ex: concessão ou autorização). Territorial ou geográfica: transfere competências administrativas genéricas para entidade geograficamente delimitada (ex: Territórios Federais). Desconcentração: a entidade se desmembra em órgãos, organizados em hierarquia. É técnica administrativa para melhorar o desempenho. Só _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ uma pessoa jurídica. Ocorre na Adm. Direta e na Indireta. ADMINISTRAÇÃO DIRETA: conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (U, E, DF, M), aos quais foi atribuída a competência para o exercício de atividades administrativas, de forma centralizada. Órgãos Públicos: não possuem capacidade processual, exceto órgãos autônomos e independentes para mandado de segurança na defesa de suas prerrogativas e competências. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: entidades administrativas vinculadas à Adm. Direta para o exercício de atividades de forma descentralizada. A administração indireta é criada para prestar serviços de forma especializada, por isso obedece ao princípio da especialidade e finalidade. Supervisão Ministerial / Tutela administrativa / Controle finalístico / Vinculação Administrativa: verifica os resultados das entidades descentralizadas, a harmonização de suas atividades com a política do Governo, a eficiência de sua gestão e a manutenção de sua autonomia. Depende de previsão em lei (tutela ordinária), podendo extrapolar a lei em caso de problemas graves. Significa a Administração Direta tomando as rédeas para exercer o controle sob a entidade criada. OBSERVAÇÃO: Isso não significa que há hierarquia, tampouco subordinação entre a Adm. Direta sobre a Indireta, mas tão somente um controle/fiscalização de suas atividades. AUTARQUIAS: Criação e extinção: diretamente por lei. Objeto: atividades típicas de Estado, sem fins lucrativos. “Serviços públicos personalizados.” Regime jurídico: direito público. Prerrogativas: prazos processuais especiais; prescrição quinquenal; precatórios; inscrição de seus créditos em dívida ativa; imunidade tributária; não sujeição à falência. Classificação: geográfica ou territorial; de serviço ou institucional; fundacionais; corporativas ou associativas e outras. Autarquias de regime especial: maior autonomia que as demais. Estabilidade dos dirigentes (ex: agências reguladoras). Patrimônio: bens públicos (impenhorabilidade, imprescritibilidade e restrições à alienação). Pessoal: regime jurídico único (igual ao da Adm. Direta). Foro judicial: Justiça Federal (federais) e Justiça Estadual (estaduais e municipais) FUNDAÇÕES: Criação e extinção: diretamente por lei (se de dir. público); autorizada por lei, mais registro (se de dir. Privado). Objeto: atividades que beneficiam a coletividade, sem fins lucrativos. “Patrimônio personalizado”. Regime jurídico: direito público ou privado. Prerrogativas: mesmas que as autarquias (se de dir. público); imunidade tributária (dir. público ou privado). Patrimônio: bens públicos (se de dir. público); bens privados, sendo que os bens empregados na prestação de serviços públicos possuem prerrogativas de bens públicos (se de dir. Privado). Pessoal: regime jurídico único (se dir. público); regime jurídico único ou celetista – divergência doutrinária (se dir. Privado). _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________Foro judicial: igual às autarquias (se de dir. público); p/ doutrina, Justiça Estadual (se de dir. privado); p/ jurisprudência, Justiça Federal (se de dir. privado federal). EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: Criação e extinção: autorizada por lei, mais registro. Subsidiárias: depende de autorização legislativa; pode ser genérica, na lei que autorizou a criação da matriz. Objeto: atividades econômicas, com intuito de lucro. Pode ser: (i) intervenção direta no domínio econômico (só nos casos de segurança nacional ou relevante interesse coletivo; ou monopólio) ou (ii) prestação de serviços públicos. Personalidade jurídica: direito privado. Regime jurídico: + direito privado (exploradores de atividade empresarial); + direito público (prestadoras de serviço público). Sujeições ao direito público: controle pelo Tribunal de Contas; concurso público; licitação na atividade-meio. Estatuto: aplicável às exploradoras de atividade empresarial. Prevê sujeição ao regime próprio das empresas privadas e estatuto próprio de licitações e contratos. Patrimônio: bens privados. Nas prestadoras de serviço público, os bens empregados na prestação dos serviços possuem prerrogativas de bens públicos. Pessoal: celetista. Sem estabilidade. Demissão exige motivação. Não cabe ao Legislativo aprovar o nome de dirigentes. É possível mandado de segurança contra atos dos dirigentes em licitações. Falência e execução: não se sujeitam. Forma jurídica: SEM = sociedades anônimas; EP = qualquer forma admitida em direito. Composição do capital: SEM = público (majoritário) e privado; EP = exclusivo público, podendo participar mais de uma entidade pública. Foro judicial: SEM federal = Justiça Estadual, regra; ou, se a União atuar como assistente ou oponente = Justiça Federal. EP federal = Justiça Federal, sempre. EP ou SEM estadual ou municipal = Justiça Estadual. Ações trabalhistas = Justiça do Trabalho. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ DIREITO PENAL _________________________________ APLICAÇÃO DA LEI PENAL De acordo com o princípio da legalidade do Direito Penal, os crimes e as penas apenas podem ser definidos por meio de lei. A Lei Penal, assim como qualquer outra lei, é inserida no mundo jurídico em um determinado momento e permanece em vigor até a sua revogação, regulando todos os fatos praticados nesse período. Porém, durante esse processo de mudança, há algumas situações em que essas leis penais entram em conflito, gerando diferentes consequências para cada tipo de cenário. Há 4 tipos de conflitos da lei penal: • Abolitio Criminis. • Novatio Legis Incriminadora (Lei Nova Incriminadora). • Novatio Legis in Pejus (Lex Gravior – Lei Nova mais Severa). • Novatio legis in Mellius (Lex Mitior – Lei Nova mais Benéfica). ______________________________ Abolitio Criminis A abolitio criminis é a situação de abolição de um crime, ou seja, é quando uma conduta deixa de ser considerada como um crime, através da revogação de uma lei penal incriminadora por outra lei. Um exemplo é o já extinto crime de adultério, que deixou de ser considerado conduta delituosa em 2005. Isso mesmo pessoal, até o ano de 2005, o parceiro que cometesse infidelidade conjugal estaria sujeito à pena de 15 dias a 6 meses de detenção. Quando ocorre o abolitio criminis, há a retroatividade benéfica da lei penal, extinguindo a punibilidade do agente, ou seja, todos aqueles que estavam respondendo a esse crime que foi abolido terão seus processos arquivados, além disso, aqueles que já cumprem pena, serão liberados. FIQUE ATENTO: Nesses casos, o abolitio criminis apenas faz cessar os efeitos penais, sendo que os efeitos civis da pena persistem (extrapenais). Por exemplo, caso o réu tenha sido condenado a pagar uma indenização cível ao ofendido, essa pena persistirá, mesmo no caso da abolição do crime. FIQUE ATENTO: Para que ocorra, de fato, a abolitio criminis, é necessário que haja uma revogação (pela lei posterior) Formal e material. Isto é, abolir formalmente o delito do tipo legal e essa conduta não continuar sendo punida por outro tipo penal. Caso esta última ocorra, estaremos não diante de uma abolitio criminis, senão do instituto da “continuidade normativo-típica”. Continuidade normativo-típica: Significa a manutenção do caráter proibido da conduta, porém com o deslocamento do conteúdo criminoso para outro tipo penal. A intenção é que a conduta permaneça criminosa. Ex.: como ocorreu com o crime de atentado violento ao pudor (CP, art. 214), o qual passou a ter continuidade normativa no art. 213 do CP. Novatio Legis Incriminadora (Lei Nova Incriminadora) Esse é o caso mais simples, em que uma nova lei entra em vigor e passa a criminalizar uma conduta que antes não era considerada _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ como crime. Nessa situação, não há a retroatividade da lei penal, uma vez que ela não é benéfica ao agente, ou seja, ela apenas produzirá efeitos a partir de sua entrada em vigor. Por exemplo, se uma lei que considera o consumo bebida alcoólica como crime entrar em vigor em 10/03/2022, apenas as pessoas que ingerirem essa bebida a partir dessa data serão penalizadas, sendo que aquelas que consumiram a bebida antes dessa data não poderão ser enquadradas nessa lei. Novatio Legis in Pejus (Lex Gravior – Lei Nova mais Severa) Essa situação é quando uma lei estabelece uma situação mais gravosa ao réu em algum delito já existente. Por exemplo, vamos supor que uma lei altere a pena máxima do crime de homicídio simples de 20 anos para 30 anos de reclusão. Assim, houve uma alteração em um crime que já existe, agravando a situação do acusado. Nesses casos, não há a retroatividade prejudicial da nova lei penal, sendo que apenas aqueles que cometeram o delito depois da entrada em vigor da nova lei poderão sofrer as consequências dessa nova regra legal. Novatio legis in Mellius (Lex Mitior – Lei Nova mais Benéfica) Esse é o oposto à situação acima, em que uma nova lei beneficia o agente em um delito existente. Nesse caso, supomos que o crime de homicídio simples terá agora uma redução da pena máxima de 20 anos para 15 anos de reclusão. Diferentemente do Novatio Legis in Pejus, no Novatio legis in Mellius haverá a retroatividade da lei, sendo aplicada a situações ocorridas antes da nova lei mais benéfica ao acusado. Assim, mesmo que um criminoso tenha praticado um homicídio simples antes da vigência da nova lei, no caso da situação hipotética acima, o máximo que ele poderá cumprir de pena será 15 anos de reclusão e não mais 20 anos. PARA FIXAR: A Lei Penal: • RETROAGE nos casos benéficos ao acusado: Abolitio Criminis e Novatio Legis in Mellius; • NÃO RETROAGE nos casos prejudiciais ao acusado: Novatio Legis Incriminadorae Novatio Legis in Pejus. O Tempo do Crime Você sabe QUANDO um delito é considerado praticado? Por exemplo, suponha-se que uma pessoa atire em outra no dia 21/02, mas ela apenas venha a falecer no dia 23/02. A data do crime de homicídio será o dia 21/02 ou 23/02? Há 3 teorias que buscam responder a esse questionamento: • Teoria da atividade: Considera-se praticado o crime quando ocorre a ação ou a omissão delituosa, não importando quando ocorre o resultado; • Teoria do resultado: Considera-se praticado o crime quando da ocorrência do resultado, independentemente de quando fora praticada a ação ou a omissão; • Teoria da ubiquidade ou mista: Considera-se praticado o crime tanto no momento da ação ou omissão, quanto no momento do resultado. Mas qual dessas teorias é aplicada no ordenamento penal brasileiro? Bom, o nosso _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ Código Penal adota a teoria da atividade, ou seja, um crime será considerado cometido quando houver a ação ou a omissão delituosa. Desse modo, respondendo à questão do início desse assunto, a data do crime de homicídio será o dia 21/02, que foi a data da ação de atirar na vítima. Lei Penal no Espaço Iremos determinar agora ONDE que o crime ocorre, para fins penais. Porém, primeiramente, será discutido quando a lei penal brasileira poderá ser aplicada, analisando os conceitos de Territorialidade e Extraterritorialidade. Territorialidade “Art. 5º do CP - Aplica-se a lei Brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras do direito internacional, ao crime cometido no território nacional. “ A Territorialidade dispõe que a lei penal brasileira será aplicada sempre que um crime for cometido dentro do território nacional. Assim, em regra, caso alguém cometa um homicídio dentro do Brasil, essa pessoa será julgada pelas leis brasileiras. Mas a pergunta que fica é: o que está compreendido dentro do conceito de território nacional? Bom, podemos separar o território brasileiro em dois tipos: Território propriamente dito: • Superfície territorial; • Mar territorial; • Espaço aéreo dos locais acima. Território por extensão: • Os navios e aeronaves públicos, em qualquer lugar que se encontrem; • Os navios e aeronaves particulares que se encontrem em alto-mar ou no espaço aéreo do alto-mar. Vamos exemplificar o território por extensão: Caso haja um crime dentro de um avião da Força Aérea Brasileira (aeronave pública) no espaço aéreo de outro país, os criminosos serão julgados pelas leis brasileiras, independentemente de onde esteja esse avião ou de quem tenha cometido o crime. Agora imagine que haja um crime em um avião de uma empresa particular brasileira que esteja sobrevoando o espaço aéreo de outro país. Desse modo, as leis brasileiras não serão aplicadas, uma vez que só haverá essa aplicação se a aeronave estiver no solo ou espaço aéreo brasileiro ou quando estiver sobrevoando o alto-mar (águas internacionais). FIQUE ATENTO: Há situações em que um crime será cometido no Brasil e que não haverá a aplicação da lei penal brasileira. São os casos em que há convenções, tratados e regras do direito internacional que dispõem especificamente sobre essas situações. Vamos dar dois exemplos: 1. Sabemos que, se houver um crime em um avião privado estrangeiro no solo ou no espaço aéreo brasileiro, haverá a aplicação da lei penal brasileira. Porém, isso acontece apenas se o Brasil for o destino dessa aeronave. Caso ela apenas esteja de passagem pelo nosso espaço aéreo, não ocorrerá a aplicação das leis brasileiras. Isso ocorre em decorrência de um tratado internacional que permite o direito de passagem inocente em mar territorial ou espaço aéreo de uma nação. 2. Outra situação é no caso de um crime cometido por embaixadores estrangeiros no território do Brasil. Desse modo, eles _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ serão apenas julgados em seus países de origem e não pelas leis brasileiras, de acordo com as regras do direito internacional. Extraterritorialidade Agora iremos adentrar às situações de extraterritorialidade, que é o cenário em que há a aplicação da lei brasileira mesmo quando os crimes são cometidos fora dos limites territoriais do Brasil, não sendo cometidos nos territórios brasileiros propriamente ditos ou naqueles por extensão. Ela é dividida em extraterritorialidade condicionada e incondicionada. Extraterritorialidade Incondicionada Nesse caso, há alguns crimes em que a lei brasileira será sempre aplicada, independentemente de onde o crime seja praticado ou de qualquer outra condição. São os crimes: • contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; • contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; • contra a administração pública, por quem está a seu serviço; • de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Desse modo, sempre que houver a prática de qualquer um dos crimes acima em território estrangeiro, o agente responderá perante as leis brasileiras, mesmo se ele for absolvido ou condenado no país onde ocorreu a prática do crime. PARA FIXAR: Atente-se ao fato de que não é qualquer crime contra o presidente da república que possui caráter de extraterritorialidade incondicionada, mas apenas aqueles praticados com a sua vida ou liberdade. Extraterritorialidade Condicionada Por sua vez, a extraterritorialidade condicionada é quando um crime cometido em terras estrangeiras é abrangido pelas leis brasileiras apenas se preenchidas algumas condições específicas. Primeiramente, vamos listar quais os crimes se encaixam nessa situação: • aqueles que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; • praticados por brasileiro; • praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Assim, para que os crimes acima cometidos fora do território brasileiro sejam abrangidos pelas leis nacionais do nosso país, as seguintes condições precisam ser preenchidas: • entrar o agente no território nacional; • ser o fato punível também no país em que foi praticado; • estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; • não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; • não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou não estar extinta a punibilidade. Há muitas condições, não é mesmo? Por haver uma quantidade tão numerosa de exigências, é extremamente raro que alguém seja enquadrado nas leis brasileiras através da extraterritorialidade condicionada. _____________________________________________________________________________________________Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ Além dos crimes citados acima, é possível também que um estrangeiro que cometa qualquer crime contra qualquer brasileiro fora do Brasil seja punido também pelas leis brasileiras. Isso acontecerá quando também forem preenchidas todas as condições acima, além de mais outras duas exigências: • não foi pedida ou foi negada a extradição do criminoso; • houver requisição do Ministro da Justiça para que seja aplicada a lei brasileira. Vamos exemplificar: Suponhamos que um italiano assassinou um brasileiro em território francês. Para que esse estrangeiro responda pelas leis brasileiras, será necessário que ele entre em território brasileiro, que esse crime seja também punível na França, que o autor não seja absolvido, perdoado ou não tenha cumprido pena no país do crime e que a lei brasileira autorize a extradição de pessoas que tenham praticado o crime de homicídio. Além disso, será essencial que não tenha sido realizado o pedido ou que tenha sido negada a extradição do criminoso e que o Ministro da Justiça tenha requisitado a aplicação da lei brasileira para esse caso específico. Como você pode perceber, é quase impossível que uma situação dessa seja concretizada na prática. Lugar do Crime Assim como determinamos QUANDO um crime é cometido, temos que definir agora ONDE que ele é praticado, para efeitos da lei penal. De acordo com o Código Penal, para determinar o local de um crime, é adotada a teoria da ubiquidade ou mista, ou seja, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, bem como onde se produziu ou deveria se produzir o resultado. Por exemplo, suponha-se que uma pessoa atire em um indivíduo na cidade de Uberlândia e essa vítima seja levada para um hospital na cidade de Belo Horizonte, onde ela veio a falecer. O local do crime de homicídio, para fins penais, será tanto o município de Uberlândia (onde aconteceu a ação de atirar), quanto o município de Belo Horizonte (onde aconteceu o resultado morte). Um macete para nunca mais esquecer sobre o lugar e o tempo do crime é através do mnemônico LU TA. Lugar –> Teoria da Ubiquidade Tempo –> Teoria da Atividade __________________________________________ 1 – (FGV – 2021 – TJ-RO) Quanto ao “tempo do crime”, o Código Penal brasileiro adota a teoria: A) da atividade; B) do resultado; C) da ubiquidade; D) da consumação; E) do efeito. Gabarito: A __________________________________________ 2 - Leia o dispositivo do Código Penal transcrito abaixo, bem como assinale a alternativa que indica o princípio a que se refere. “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.” A) Lugar do crime. B) Extraterritorialidade. C) Territorialidade. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ D) Tempo do crime. Gabarito: C __________________________________________ 3 - No que tange a Lei Penal no tempo, analise as alternativas e assinale a correta: A) A abolitio criminis consiste apenas na revogação formal do tipo penal. B) A novatio legis incriminadora somente tem eficácia para o futuro. Jamais para o passado. C) A abolitio criminis tem o condão de extirpar juridicamente os efeitos penais e extrapenais da condenação; D) O juízo competente para apreciar o conflito de Leis Penais no tempo, em que se tenha uma mudança favorável ao réu, é sempre o da execução. Gabarito: B __________________________________________ 4 - Ficam sujeitos à lei brasileira, mesmo cometidos no estrangeiro, os crimes contra o patrimônio ou a fé pública de Município, entre outros entes. Esse texto está compreendido no Código Penal Brasileiro e consagra o princípio: A) do tempo do crime. B) da anterioridade da lei. C) do lugar do crime. D) da lei excepcional ou temporária. E) da extraterritorialidade. Gabarito: E __________________________________________ O que é um crime? Crime é um ato proibido pela legislação penal, que possui a determinação de uma pena como consequência, caso seja praticado. É um fato que tem como consequência um dano a um bem jurídico que é protegido por lei penal. Por exemplo: o crime de homicídio atinge o bem jurídico "vida", que é tutelado (protegido) pela lei. Por definição de seus elementos, um crime será todo fato que for típico, ilícito e culpável. Elementos do crime Um crime é formado por 3 componentes: tipicidade, ilicitude e culpabilidade. • Tipicidade: inclui conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. • Ilicitude: pode incluir características como excludentes de ilicitude, legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de um dever legal e exercício regular de um direito. • Culpabilidade: inclui os conceitos de imputabilidade (responsabilidade), exigibilidade de uma conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude. fato típico Os conceitos de crime e de fato típico são relacionados, já que o fato típico é considerado o primeiro elemento que caracteriza um crime. O fato típico é a indicação de que um ato praticado consiste em uma conduta que a lei considera como criminosa. É composto por 4 elementos: 1 - conduta 2 - resultado 3 - nexo causal (relação de causalidade) 4 - tipicidade. Vejamos cada um deles: _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ A conduta é o comportamento (ação) praticado pela pessoa. Exemplos: agredir alguém, dirigir sob efeito de bebida alcoólica (e assumir o risco de causar um acidente de trânsito). O resultado é a modificação causada pela ação tomada. Por exemplo: lesão corporal causada na pessoa agredida, morte de uma pessoa por atropelamento. O nexo de causalidade é a comprovação da relação entre o ato e o resultado. Por exemplo: nas situações citadas, o nexo de causalidade é a comprovação da relação existente entre a agressão e as lesões causadas ou a comprovação de que o atropelamento aconteceu em razão da embriaguez ao volante. Já a tipicidade é o enquadramento da lei para conduta praticada. Exemplo: o crime de lesão corporal é determinado no artigo 129 do Código Penal (ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem). O crime de homicídio na direção é enquadrado no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor). _________________________________________ 5 – (FCC – 2008 – TCE/RR – Procurador) São elementos que compõem o fato típico: A) nexo causal, conduta, tipicidade e punibilidade. B) resultado, tipicidade, nexo causal e antijuridicidade. C) conduta, resultado, nexocausal e tipicidade. D) culpabilidade, tipicidade, conduta e resultado. E) conduta, resultado, nexo causal e subjetividade. Gabarito: C _________________________________________ DO CRIME Relação de causalidade Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. OBS DO PROFESSOR “1”: O art. 13. do CP adotou a teoria da equivalência dos antecedentes causais ou conditio sine qua non. OBS 2: O estudo da relação de causalidade em direito penal somente é válida aos crimes MATERIAIS. OBS 3: A relação de causalidade no crimes omissivos impróprios é normativa, pois a norma é que confere relevância jurídica ao não- fazer. O § 2º, do artigo 13, do Código Penal traz esse liame entre o não- agir e o resultado, ao descrever hipóteses em que a omissão é "penalmente relevante". Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. OBS DO PROFESSOR: O art. 13, §1º do CP adotou a teoria da “Causalidade adequada”, “condição qualificada” ou “individualizada”. Criada por Von Kries. Essa teoria considera causa a pessoa, fato ou circunstância que, além de praticar um antecedente indispensável à produção do resultado, realize uma atividade adequada à sua concretização . O que importa é se há um nexo que _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ liga a conduta do agente como causa ao resultado como efeito. CONCAUSAS NO CÓDIGO PENAL São 2 espécies: 1 – Concausas absolutamente independentes: Nessa espécie, a causa efetiva do resultado não se origina direta ou indiretamente do comportamento concorrente, paralelo, podendo ser: 1 – Preexistente: A causa efetiva acontece antes do comportamento concorrente. Ex.: Maria, por volta das 20h, serve insidiosamente, veneno para João, seu marido. Uma hora depois, João é atingido por um disparo efetuado por Antônio, seu desafeto. Socorrido, João morre na madrugada do dia seguinte em razão do veneno. Assim, Maria responderá por homicídio consumado. Antônio, quem atirou, vai responder por homicídio tentado, pois mesmo eliminando a sua conduta (comportamento), a vítima morreria envenenada. 2 – Concomitante: A causa efetiva do resultado (elemento propulsor) é simultânea ao comportamento concorrente (paralelo). Ex.: O mesmo caso anterior, todavia agora Antônio efetua o disparo na mesma hora em que Maria tivera ministrado o veneno. João Morre em decorrência do tiro, vindo Antônio a responder por homicídio consumado e Maria pelo homicídio tentado, pois eliminada a sua conduta, a morte de João ocorreria como ocorreu. Outro Ex.: "A" efetua disparos de arma de fogo contra "B", que vem a falecer em razão de um súbito colapso cardíaco (cuidado, não se trata de doença cardíaca preexistente, mas sim de um colapso ocorrido no mesmo instante da conduta do agente!); 3 – Superveniente: A causa efetiva (elemento propulsor do resultado) é posterior ao comportamento paralelo. Ex.: "A" administra dose letal de veneno para "B". Enquanto este último ainda está vivo, desprende-se um lustre da casa, que acaba por acertar qualquer região vital de "B" e vem a ser sua causa mortis. CONCLUSÃO: Em se tratando de concausa absolutamente independente, não importa a espécie (preexistente, concomitante ou superveniente), o comportamento paralelo será sempre punido na forma TENTADA. 2 – Concausas relativamente independentes: Agora, a causa efetiva do resultado se origina, ainda que indiretamente, do comportamento concorrente (paralelo). As causas se conjugam para a produção do evento final. Analisadas isoladamente não seriam capazes de produzir o resultado. 1) Preexistente: a causa existe antes da prática da conduta, embora seja dela dependente. O clássico exemplo é o agente que dispara arma de fogo contra a vítima, causando-lhe ferimentos não fatais. Porém, ela vem a falecer em virtude do agravamento das lesões pela hemofilia. 2) Concomitante: Ocorre simultaneamente à conduta do agente. Outro clássico exemplo é o do agente que dispara arma de fogo contra a vítima, que foge correndo em via pública e morre atropelada por algum veículo que ali trafegava. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ Nessas duas hipóteses, por expressa previsão legal (art. 13, caput, CP), aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes causais e o agente responde pelo resultado naturalístico causado, já que se suprimindo mentalmente sua conduta, o crime não teria ocorrido como e quando ocorreu. Assim, responde por homicídio consumado. A grande e essencial diferença aparece na terceira causa relativamente independente: 3) Superveniente: aquela que ocorre posteriormente à conduta do agente. Neste específico caso, torna-se necessário fazer uma distinção, em virtude do comando expresso ao artigo 13, §1º, CP: A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Ora, da simples leitura deste artigo, depreende-se que existem as causas relativamente independentes, sendo as que, por si só, excluem o resultado e as que não excluem o resultado. Sendo assim, novamente pelo expresso comando legislativo, apenas as que produzem por si só o resultado naturalístico terão tratamento diverso. Respondendo o agente pelo seu dolo e não pelo resultado. Para resumir: 1) Causa Superveniente Relativamente Independente que não produz por si só o resultado: aplica-se a teoria da conditio sine qua non - regra geral - por não se enquadrar na exceção do §1º do artigo 13. Como exemplo clássico, tem-se a vítima que é alvejada por disparos não fatais, mas vem a falecer em virtude de imperícia médica na oportunidade da cirurgia a qual teve que ser submetida em virtude dos ferimentos. Resta claro que a imperícia médica não mata qualquer pessoa, mas somente aquela que enseja a intervenção médica. Como a lei manda aplicar a teoria da equivalência dos antecedentes, constata-se que a vítima somente faleceu em virtude da intervenção cirúrgica necessária em razão dos ferimentos causados por disparos de arma de fogo (suprimindo-se os disparos, a cirurgia não seria necessária e, portanto, temos a causa do homicídio). Logo, neste caso, o agente responde por homicídio consumado. 2) Causa Superveniente Relativamente Independente que produz por si só o resultado: é a situação excepcional, que se amolda ao artigo 13, §1º, CP. Aqui, aplica-se a teoria da Causalidade Adequada e temos como exemploa vítima que é atingida por disparos de arma de fogo não fatais, mas vem a falecer em virtude do acidente automobilístico de sua ambulância e a vítima que, também alvejada, vem a falecer em razão de um incêndio na ala de feridos do hospital. O resultado era anormal, improvável, imprevisível e inesperado. ____________________________________ (QUESTÃO FCC – 2008 – TCE/SP) A relação de causalidade é regulada, em nosso sistema, pela teoria da conditio sine qua non. Gabarito: Certo. _______________________________________ Relevância da omissão § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços . TENTATIVA PERFEITA, ACABADA ou CRIME FALHO: Ocorre quando o agente percorre todo o "iter criminis", porém não consegue consumar o delito. Ou seja, o agente emprega todos os meios executórios postos à sua disposição, mas, ainda assim, não obtém o resultado almejado. TENTATIVA IMPERFEITA ou INACABADA - O agente não termina a execução por motivos alheios a sua vontade, isto é, não utiliza todos os meios disponíveis ao seu alcance, por exemplo: alguém desarmar o agente antes dele deflagrar todos os projéteis da arma. Tentativa Branca ou Incruenta: A vítima não é atingida, nem vem a sofrer ferimentos. Tentativa Cruenta ou Vermelha: Ocorre quando o agente atinge o bem jurídico tutelado, a vitima é ferida. Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. (A Doutrina chama esses institutos de “ponte de ouro”). Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. ( A Doutrina chama esse instituto de “ponte de prata”). Crime impossível Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. (A doutrina também chama por tentativa inidônea, impossível, inútil, inadequada ou quase crime) _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Agravação pelo resultado Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminantes putativas § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Erro determinado por terceiro § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Erro sobre a pessoa § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Erro sobre a ilicitude do fato Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Coação irresistível e obediência hierárquica Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no IV - exercício regular de direito. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Estado de necessidade Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. DA IMPUTABILIDADE PENAL Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entendero caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Emoção e paixão Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão; Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. _________________________________________ QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES (FCC – TCE/SP – Auditor de contas) A respeito da relação de causalidade, é INCORRETO afirmar: A) Se o evento resultou de causa absolutamente independente, o agente por ele responde a título de culpa. B) Concausa é a confluência de uma causa na produção de um mesmo resultado, estando lado a lado com a ação do agente. C) A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado, imputando-se, porém, os fatos anteriores a quem os praticou. D) O Código Penal brasileiro considera causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. E) O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Gabarito: A MACETE PARA GRAVAR – BRONCOPNEUMONIA. – INFECÇÃO HOSPITALAR. – PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA. – ERRO MÉDICO. O agente deverá RESPONDER PELO RESULTADO MORTE, por se tratarem de CAUSAS SUPERVENIETES RELATIVAMENTE INDEPENDENTES que se encontram na linha de desdobramento natural da conduta do agente, razão pela qual o NEXO CAUSAL NÃO É QUEBRADO, não havendo por isso a aplicação do art. 13, §1o, CP. Por sua vez, se a questão trouxer como causa da morte da vítima: I D A – INCÊNDIO; – DESABAMENTO; – ACIDENTE com a ambulância. Aplicar-se-á o art. 13, §1o CP, onde HAVERÁ O ROMPIMENTO DO NEXO CAUSAL e o agente responderá pela TENTATIVA. Portanto, decorem a palavra B I P E (responde pelo resultado morte) e a palavra I D A (responde pela TENTATIVA). _________________________________________ (FUMARC – PC/MG – Delegado de Polícia) Considerando-se a relação de causalidade, é INCORRETO afrmar que: A) o Código Penal adota a teoria da equivalência dos antecedentes causais. B) a superveniência de causa relativamente independente exclui o crime quando, por si só, produzir o resultado, podendo, entretanto, os fatos anteriores serem imputados a quem os praticou. C) o agente que efetua disparo de arma de fogo contra outrem, atingindo-o e, arrependido, leva a vítima para o hospital, vindo esta a falecer, em razão de infecção hospitalar, responde pelo crime de homicídio consumado. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ D) pratica crime comissivo por omissão, o delegado de polícia que, de forma indulgente, deixa de lavrar auto de prisão em fagrante no qual o conduzido é seu vizinho. Gabarito: D __________________________________________ (FCC – TCM/RJ – Auditor) A respeito da relação de causalidade, é INCORRETO afirmar que A) o resultado, de que depende a existência do crime, só é imputável a quem lhe deu causa. B) não há fato típico decorrente de caso fortuito. C) não há crime sem resultado. D) a omissão também pode ser causa do resultado. E) o Código Penal adotou a teoria da equivalência das condições. Gabarito: C __________________________________________ (FCC – TJ/RR – 2015 – Juiz Substituto) No que toca à relação de causalidade, é correto afirmar que A) é normativa nos crimes omissivos impróprios. B) a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado, não se podendo imputar os fatos anteriores a quem os praticou. C) a previsão legal de que a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado, se tinha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, é aplicável aos crimes omissivos próprios. D) se adota em nosso sistema a teoria da conditio sine qua non, distinguindo-se, porém, causa de condição ou concausa. E) a teoria da imputação objetiva estabelece que somente pode ser objetivamente imputável um resultado causado por uma ação humana quando a mesma criou, para o seu objeto protegido, uma situação de perigo juridicamente relevante, ainda que permitido, e o perigo se materializou no resultado típico. Gabartito: A __________________________________________ (CESPE – TCE/PR – Analista de Controle) Considerando a relação de causalidade prevista no Código Penal, assinale a opção correta. A) As causas supervenientes relativamente independentes possuem relação de causalidade com conduta do sujeito e não excluem a imputação do resultado. B) As causas preexistentes relativamente independentes não possuem relação de causalidade com a conduta do sujeito e excluem a imputação do resultado. C) As causas preexistentes absolutamente independentes possuem relação de causalidade com a conduta do sujeito e não excluem o nexo causal. D) As causas concomitantes relativamente independentes não possuem relação de causalidade com a conduta do sujeito e não excluem a imputação do resultado. E) As causas concomitantes absolutamente independentes não possuem relação de causalidade com a conduta do sujeito e excluem o nexo causal. Gabarito: E __________________________________________ (FCC – TCE/SP – Auditor) No que concerne aos crimes consumado e tentado, é correto afirmar: A) Há crime consumado quando o agente praticou todos os atos necessários à consumação do delito, que não ocorreu por circunstâncias alheias à sua vontade. B) A cogitação não externada a terceiros da prática de um delito só é punível a título de culpa. C) O crime de peculato culposo não admite tentativa. D) Por ser a tentativa a realização incompleta do tipo penal, no crime tentado não há tipicidade. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxioe Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ E) A consumação do crime de concussão ocorre com o recebimento da vantagem indevida. Gabarito: C MNEMÔNICO Para os crimes que não admitem tentativa: "P U C C A C H O" Preterdoloso Unissubsistente Contravenção penal Culposo Atentado (ou empreendimento) Condicionados Habituais Omissivos próprios __________________________________________ (VUNESP – PC/BA) Dentro do tema do crime consumado e tentado, é correto afirmar que: A) os crimes unissubsistentes admitem tentativa. B) os crimes omissivos impróprios consumam-se com a ação ou omissão prevista e punida na norma penal incriminadora. C) só haverá consumação do crime quando ocorre resultado naturalístico ou material. D) há tentativa cruenta quando o objeto material não é atingido, ou seja, o bem jurídico não é lesionado. E) não admitem tentativa os crimes de atentado ou de empreendimento. Gabarito: E __________________________________________ (CESPE – SEGESP/AL – Papiloscopista) O crime omissivo próprio admite tentativa. Gabarito: Errada. __________________________________________ (CESPE – 2014 – TJ/SE) No direito penal brasileiro, as penas previstas para os crimes consumados são as mesmas previstas para os delitos tentados. Gabarito: Errada. __________________________________________ (VUNESP – TJ/MT - 2008) I. No crime consumado, reúnem-se todos os elementos de sua definição legal. II. O crime tentado é aquele que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. III. A pena do crime consumado está prevista na parte geral do código penal, enquanto que a pena do crime tentado é a mesma do crime consumado diminuída de 1 a 2/3. Está correto o contido em: A) I e II, apenas. B) I e III, apenas. C) II e III, apenas. D) I, II e III. E) III, apenas. Gabarito: D __________________________________________ (PUC/PR – 2017 – TJ/MS – Analista Judiciário) Marque a alternativa CORRETA sobre crime consumado e crime tentado. A) Define-se como tentado o crime que, quando ainda não iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. B) Na tentativa perfeita, o agente inicia a execução sem, contudo, utilizar todos os meios que detinha ao _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ seu alcance, e o crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. C) O critério para diminuição da pena no crime tentado está relacionado com a maior ou a menor proximidade da consumação, quer dizer, a distância percorrida do iter criminis. D) Os crimes materiais e formais comportam a possibilidade de tentativa, entretanto, no que se refere aos crimes de mera conduta, não é possível sua configuração. E) O crime falho, também chamado de tentativa inacabada, é uma espécie de tentativa na qual o agente pratica o fato em erro, ou seja, o agente elabora uma falsa percepção da realidade ao praticar sua conduta. Gabarito: C ______________________________________________ COMENTÁRIO PERTINENTE À QUESTÃO: Em geral, os crimes dolosos são compatíveis com a tentativa, pouco importando sejam materiais, formais ou de mera conduta. De fato, a admissibilidade ou não da tentativa tem a ver com o caráter plurissubsistente do delito, isto é, com a composição da conduta em diversos atos executórios, podendo, consequentemente, ser fracionada. Crimes formais e de mera conduta comportam o conatus, desde que sejam plurissubsistentes. A regra, portanto, é a compatibilidade dos crimes com o conatus (CLEBER MASSON). ______________________________________________ (DPE/PE – 2015) Acerca do crime tentado e do crime consumado, assinale a alternativa correta: A) a ocorrência do resultado é indispensável para a caracterização do crime culposo. B) os atos preparatórios fazem parte da execução do delito, caracterizando o crime tentado. C) a consumação do crime de corrupção passiva ocorre com o recebimento da vantagem indevida. D) a interrupção da execução do delito por desistência do agente caracteriza o crime tentado. E) a consumação do crime de concussão ocorre com o recebimento da vantagem indevida Gabarito: A ____________________________________________ (FGV – SEAD/AP – 2010 – Auditor de receitas) Um funcionário público apropria-se de valores particulares, dos quais tinha posse em razão do cargo, em proveito próprio. Posteriormente, acometido por um conflito moral, arrepende-se e, antes do recebimento da denúncia, por ato voluntário, restitui os valores indevidamente apropriados e repara totalmente os danos decorrentes de sua conduta. De acordo com o Código Penal, a hipótese será de: A) causa de inadequação típica pelo arrependimento eficaz. B) desistência voluntária com exclusão da tipicidade. C) arrependimento posterior que extingue a punibilidade. D) circunstância atenuante genérica pela reparação eficaz do dano. E) causa de diminuição de pena pelo arrependimento posterior. Gabarito: E ____________________________________________ MACETE PARA GRAVAR: Seu padre... pequei e me arrependi posteriormente, mesmo assim, o que eu faço? Reze 1/3 e depois 2/3. E faça isso antes de receber o castigo....(Antes do recebimento da denúncia). ____________________________________________ (ACAFE – PC/SC - Escrivão) “Marius” tinha um revólver eficiente, municiado com seis projéteis. Com a intenção de matar, efetuou com esta arma dois disparos contra “Tercius”, sem acertá- lo. Podia prosseguir atirando, mas, por vontade própria, não prosseguiu no seu intento. _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. CLUBE DO CONCURSO WORKSHOP – Direito Penal, Direito Administrativo e Direitos Humanos ORGANIZADORES: Nayara Cavalcante & Paulo Antunes _______________________________________________________________________________________ No exemplo ocorreu: A) desistência voluntária. B) arrependimento eficaz. C) crime-falho. D) arrependimento posterior. Gabarito: A ____________________________________________ (MPE/PR – Promotor de Justiça) Assinale a alternativa incorreta: A) Segundo a sistemática do Código Penal, a desistência voluntária é compatível com a tentativa perfeita ou crime falho; B) O chamado arrependimento posterior, nos moldes previstos no Código Penal, é causa de redução de pena; C) Para que o agente somente responda pelos atos já praticados, o chamado arrependimento eficaz deve ser suficiente para impedir a ocorrência resultado, pouco importando, a voluntariedade do arrependimento do agente ou a reparação posterior do dano, caso o resultado venha a ocorrer; D) Segundo a doutrina, para a que ocorra a desistência voluntária ou o arrependimento eficaz, basta voluntariedade por parte do agente, não sendo exigida espontaneidade em sua decisão de abandonar a trajetória criminosa ou de impedir a ocorrência do resultado;E) Pode-se afirmar que a desistência voluntária é incabível nos chamados crimes unissubsistentes. Gabarito: A ____________________________________________ (NUCEPE – PC/PI – Delegado) Considerando os elementos que, segundo a doutrina majoritária, compõem o conceito analítico de crime, é CORRETO afirmar que o erro de proibição inevitável, o erro de tipo inevitável, os movimentos reflexos, a coação moral irresistível e o estado de necessidade configuram, respectivamente, causas de exclusão: A) Tipicidade, culpabilidade, tipicidade, conduta e antijuridicidade. B) Culpabilidade, tipicidade, conduta, culpabilidade e antijuridicidade. C) Tipicidade, tipicidade, conduta, antijuridicidade e antijuridicidade. D) Culpabilidade, antijuridicidade, conduta, culpabilidade e antijuridicidade. E) Antijuridicidade, tipicidade, conduta, conduta e culpabilidade. Gabarito: B ____________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Avenida Presidente Vargas, 2001, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. Anulação Revogação Ato administrativo simples, complexo e composto Abolitio Criminis Novatio Legis Incriminadora (Lei Nova Incriminadora) Novatio Legis in Pejus (Lex Gravior – Lei Nova mais Severa) Novatio legis in Mellius (Lex Mitior – Lei Nova mais Benéfica) O Tempo do Crime Lei Penal no Espaço Territorialidade Extraterritorialidade Extraterritorialidade Incondicionada Extraterritorialidade Condicionada Lugar do Crime O que é um crime? Elementos do crime fato típico