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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 2 2 NUTRIÇÃO E SAÚDE............................................................................... 3 2.1 Guia alimentar para a População Brasileira (GAPB) .......................... 4 2.2 Pirâmide Alimentar ............................................................................. 7 3 NECESSIDADES NUTRICIONAIS DE REFERÊNCIA ............................. 9 4 HIGIENE ALIMENTAR E SEGURANÇA ALIMENTAR ........................... 14 4.1 Doenças veiculadas por alimentos (DVA) ........................................ 16 5 APLICAÇÃO PRÁTICA DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO ATENDIMENTO INDIVIDUAL ................................................................................. 18 6 NUTRIÇÃO E CICLOS DE VIDA ............................................................ 20 6.1 Nutrição na Gestação ....................................................................... 20 6.2 Nutrição na Lactação........................................................................ 22 6.3 Nutrição da criança .......................................................................... 27 6.4 Nutrição do adolescente ................................................................... 29 6.5 Nutrição do adulto ............................................................................ 30 6.6 Nutrição do idoso ............................................................................. 31 7 DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS FREQUENTES ...................................... 33 7.1 Obesidade ........................................................................................ 33 7.2 Diabetes Melittus .............................................................................. 35 8 TRANSTORNOS DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR (TCA) ............ 37 8.1 Anorexia nervosa ............................................................................. 38 8.2 Bulimia nervosa ................................................................................ 40 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 42 2 1 INTRODUÇÃO O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 NUTRIÇÃO E SAÚDE Fonte: atraining.com.br No Brasil, o direito à saúde e à alimentação são garantias constitucionais inseridas entre os direitos sociais. A alimentação adequada é um requisito básico para a promoção e a proteção da saúde, sendo reconhecida como um fator determinante e condicionante da situação de saúde de indivíduos e coletividades (BRASIL, 1990). A alimentação e a nutrição, enquanto área temática no Ministério da Saúde, mas também como expressão de atores sociais historicamente involucrados no tema, participou ativamente das discussões da reforma sanitária e estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) (VASCONCELOS; BATISTA, 2011). Exemplo disto foi a 1a Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição, realizada em 1986, como desdobramento e em seguimento imediato da 8a Conferência Nacional de Saúde. Essa conferência representou, por um lado, o engajamento da área de alimentação e nutrição na reforma sanitária e, por outro, lançou um conjunto de proposições que se tornaram referências permanentes em Segurança Alimentar e Nutricional (BRASIL, 1986). Segundo a Lei Orgânica da Saúde, estão inclusas no campo de atuação do SUS a vigilância nutricional e a orientação alimentar (BRASIL, 1990). A partir deste entendimento e compromisso inicial foi possível ir além e propor uma política específica para o tema, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), 4 aprovada em 1999 e atualizada em 2011 (BRASIL, 2012). Essa Política norteia a organização e a oferta da atenção nutricional, tendo como propósito, [..] a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis; a vigilância alimentar e nutricional; e a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição, contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados (BRASIL, 2012). A alimentação insere-se nesse contexto como uma das condicionantes para o fim pretendido. Não é só a ideia de indivíduo bem-nutrido, mas de um direito de todos se alimentarem de acordo com as suas necessidades, provenham elas do físico ou do espírito – costumes, tradições e práticas alimentares e culturais. Mais além da comida e do acesso, a ideia do direito à alimentação somente se consubstancia na realização dos demais direitos básicos que compõem a noção de vida. Portanto, a condição de Segurança Alimentar e Nutricional também deveria expressar uma noção para além da garantia de acesso físico aos alimentos (GOMES; NEWTON, 2015). Deveria desbordar essa exigência e avançar, ir além, até os aspectos relacionados às técnicas de produção e pesquisa agrícolas, à matriz industrial de transformação e processamento, à propaganda, ao meio ambiente, à autonomia do país em produzir e consumir aquilo que é parte das tradições de seu povo. Logo, a construção da condição de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), e sua consequente garantia, é um requerimento válido para todos da sociedade, pobres ou ricos, ilustrados ou não, pois trata-se de algo muito mais complexo do que dispor ou não de alimentos para o consumo. Assim, a insegurança alimentar, que dá significado ao conceito, não pode apenas se referir às condições de riscos que se abatem sobre os mais pobres. Seu significado, de fato, diz respeito a todo e qualquer potencial de risco que em alguma medida possa ameaçar a ideia compreendida pela noção de Direito Humano à Alimentação (GOMES; NEWTON, 2015). 2.1 Guia alimentar para a População Brasileira (GAPB) Guias alimentares são instrumentos educativos que traduzem recomendações nutricionais técnico-científicas em mensagens diretas, curtas, positivas e culturalmente aceitas, que orientam a população-alvo de cada país a 5 selecionar e consumir alimentos nutritivos, habituais e tradicionais que contribuem para uma vida saudável (Food and Nutrition Board / World Health Organization – FAO/WHO, 1996). Para a elaboração do guia alimentar a Food And Nutrition Board e a World Health Organization (FAO/WHO, 1996) recomendam cinco etapas: 1) identificação dos problemas de saúde relacionados com a dieta estimando a magnitude desses problemas e estabelecendo as prioridades; 2) avaliação dos padrões de consumo alimentar coletados a partir de diferentes métodos dietéticos; 3) integração dos guias às políticas e programas nacionais de saúde e alimentação; 4) construção do guia com objetivo de prevenir déficit ou excesso de energia, incluindo a adequação de macronutrientes, promover um aporte adequado de vitaminas e minerais, bem como ressaltar a importânciada atividade física e 5) avaliação da aceitação do guia e de sua representação visual para que se processe a divulgação ao público alvo por diversos meios de comunicação. Mediante essas recomendações, percebe-se que a elaboração de um guia alimentar é um processo complexo. Mas apesar disso, mais de 100 países já desenvolveram orientações oficiais sobre os alimentos, grupos de alimentos e padrões alimentares que promovem a saúde e protegem contra enfermidades. Recentemente, a Food and Agriculture Organization of the United Nations lançou um site com guias alimentares de 67 países (FAO, 2015). No Brasil, o primeiro guia para a população adulta, “Guia Alimentar para a População Brasileira”, foi publicado em 2006. O mesmo contém mensagens para promoção da saúde e para prevenção de doenças crônicas, infecciosas e má nutrição (BRASIL, 2006). Contudo, diante das transformações sociais ocorridas fez- se necessário a elaboração de novas recomendações. Em 2014, o Ministério da Saúde publicou a segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira. O mesmo prioriza [...] o consumo de alimentos frescos (in natura ou minimamente processados), recomenda preparações culinárias feitas em casa e remoção de alimentos ultra processados do consumo alimentar cotidiano, com atenção especial, aos impactos socioambientais do sistema agroalimentar contemporâneo (BRASIL, 2014). A ideia central do GAPB 2014 é encorajar o consumo alimentos in natura ou minimamente processados, preparações culinárias e refeições baseadas nestes alimentos. Para tanto, o material utiliza os seguintes princípios (BRASIL, 2014): 6 “A alimentação é mais que a ingestão de nutrientes; recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo; alimentação adequada e saudável deriva de sistemas alimentar socialmente e ambientalmente sustentável; diferentes saberes geram o conhecimento para a formulação de guias alimentares; guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas alimentares (BRASIL, 2014). ” Os alimentos no novo guia foram definidos em categorias de acordo com o tipo de processamento empregado na sua produção. São elas (BRASIL, 2014): Alimentos in natura: essencialmente partes de plantas ou de animais. Ex.: carnes, verduras, legumes e frutas. Alimentos minimamente processados: quando submetidos a processos que não envolvam agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex.: arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho, de tapioca ou de trigo e massas frescas. Alimentos processados: são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar a alimentos para torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes. Ex.: conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum enlatados, queijos e pães. Alimentos ultra processados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro. Contém aditivos. Ex.: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets. A elaboração de guias alimentares firma-se em ações de diversos setores, os quais têm como objetivo aprimorar os padrões de alimentação e nutrição da população, contribuindo para a promoção da saúde. A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico, envolvendo o acesso regular e os aspectos biológicos e sociais do indivíduo. Assim, o Guia Alimentar para População Brasileira fundamenta-se em uma das estratégias para implementação da diretriz de promoção da alimentação adequada e saudável que inclui a Política Nacional da Alimentação e Nutrição (BRASIL, 2014). 7 Devido à mudança nos padrões de alimentação, o principal reflexo desta realidade é a substituição de alimentos in natura ou minimamente processados de origem vegetal (arroz, feijão, legumes, verduras, etc.) por produtos industrializados prontos para consumo. Tal fato acarreta diversas consequências, entre elas o desequilíbrio na oferta de nutrientes e a ingestão excessiva de calorias (BRASIL, 2014). O GAPB 2014 incorporou os estudos sociológicos e antropológicos e os saberes populares aos estudos epidemiológicos e clínicos em seus referenciais teóricos. A incorporação de referenciais teóricos das ciências humanas representa uma tentativa de abarcar o caráter multidimensional da alimentação, a complexidade da vida dos indivíduos e sua interação na sociedade. Tal ampliação pode ser percebida nas fotografias do GAPB 2014 que apresentam a alimentação de maneiras mais realista através do ato de comer, dos grupos sociais, das relações familiares, da comensalidade e dos alimentos locais e regionais (por exemplo, tapioca, cuscuz, polenta, feijão, feijoada) (FARDET; ROCK, 2014). Alimentos específicos, preparações culinárias que resultam da combinação e preparo desses alimentos e modos de comer particulares constituem parte importante da cultura de uma sociedade e, como tal, estão fortemente relacionados com a identidade e o sentimento de pertencimento social das pessoas com a sensação de autonomia, com o prazer propiciado pela alimentação e, consequentemente, com o seu estado de bem-estar (BRASIL, 2014). 2.2 Pirâmide Alimentar A Pirâmide Alimentar é um guia para orientar e ajudar na escolha, seleção de todos os grupos de alimentos. Auxilia as pessoas a planejarem suas refeições diárias de maneira adequada e variada, visando promover saúde e hábitos alimentares saudáveis (PHILIPPI, 2013). 8 Fonte: PHILIPPI (2013) A Pirâmide Alimentar defende os princípios básicos de uma alimentação saudável: variedade, equilíbrio e moderação. Variedade: Fornecer uma ampla seleção de alimentos diariamente. Não há um alimento completo, que forneça todos os nutrientes necessários a uma boa nutrição e consequente manutenção da saúde. Uma alimentação variada incluir alimentos de todos os grupos da Pirâmide que juntos atenderão as recomendações nutricionais; Equilíbrio: Uma alimentação equilibrada incorpora diariamente quantidade adequada e indicação do número de porções recomendadas, dos diferentes grupos alimentares, provendo calorias e nutrientes necessários. Moderação: Controle no consumo dos alimentos do grupo das gorduras e açúcares, sal e quantidade de calorias (CUPPARI, 2005; BRASIL, 2014). 9 Os grupos de alimentos devem ser distribuídos ao longo dia e os alimentos de um grupo não podem ser substituídos por alimentos de outros grupos, pois, todos são importantes e necessários, e nenhum grupo deve ser excluído ou inadequadamente substituído. Os alimentos dever ser consumidos principalmente em sua forma natural e integral (como pães, massas e cereais), reforçando o consumo dos grupos das frutas e dos legumes e verduras. Utilizar corretamente o número de porções de cada grupo da pirâmide alimentar, na proporção e variedade recomendadas (PHILIPPI, 2013). 3 NECESSIDADES NUTRICIONAIS DE REFERÊNCIA Necessidades nutricionais representam as menores quantidades de um determinado nutriente, que devem ser consumidas por meio dos alimentos, quantidades essas suficientes para promover a saúde e prevenir as manifestações patológicas derivadas da carência desse nutriente em particular. O conceito de necessidade para um nutriente essencial proposta pela Food and Agriculture Organization (FAO), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela United Nations University (UNU), desde 1985. A curva mostra a relação entre o nível de ingestão e a probabilidade de que a ingestão seja inadequada ou excessiva. A ingestão mínimana qual se julga que o risco de inadequação seja essencialmente zero é considerada como a necessidade desse determinado nutriente. A FAO e a OMS também propuseram a utilização do termo variação segura de ingestão (safe range of intake) para designar níveis de ingestão que se situam entre o nível seguro e o nível acima do qual pode ser detectada evidência de efeito adverso (CHEMIN; MURA, 2010). Abaixo, tabelas de ingestões diárias de referência (DRI): 10 Fonte: CHEMIN; MURA, (2010). 11 Fonte: CHEMIN; MURA, (2010). 12 Fonte: CHEMIN; MURA, (2010). 13 Fonte: CHEMIN; MURA, (2010). Fonte: CHEMIN; MURA, (2010) 14 4 HIGIENE ALIMENTAR E SEGURANÇA ALIMENTAR Fonte: verdeghaia.com.br A segurança alimentar é um campo de conhecimento pertencente à saúde coletiva, que objetiva a promoção da saúde juntamente com a prevenção de riscos associados à alimentação (MARTINS, TANCREDI & GEMAL, 2014). Em conjunto com a segurança alimentar, a gestão da qualidade compõe fundamentos básicos para que o processo de produção de alimentos seja feito de forma a evitar o surgimento de doenças veiculadas pelos alimentos (PEREIRA & ZANARDO, 2020). As doenças transmitidas por alimentos (DTA’s) tem crescido em todo o mundo, sendo justificadas pelo aumento da população, aumento de grupos vulneráveis, processo desordenado de urbanização e produção de alimentos em larga escala (ANDRADE & STURION, 2015). Mas não são apenas os agentes biológicos que podem causar prejuízos à segurança alimentar, deve-se ter atenção também quanto aos riscos físicos e químicos implicados em todo o processo de fabricação, manipulação, estocagem e fornecimento dos alimentos (SEBRAE, 2018). As Boas Práticas de Manipulação entram em cena como um conjunto de procedimentos que devem ser adotados pelos serviços de alimentação, para garantir a qualidade e segurança dos produtos lá oferecidos (NUNES, ADAMI & FASSINA, 2017). É a resolução RDC n° 216 de 2004, que determina as Boas Práticas no serviço de Alimentação, sendo ela o referencial para consulta, porém, outros manuais e cartilhas foram elaborados posteriormente para auxiliar no processo de adequação por parte das empresas (SEBRAE, 2018; BRASIL, 2019). 15 Os manipuladores possuem papel importante na garantia da segurança dos alimentos fornecidos em serviços de alimentação e, faze-los entender tal importância é vital para a fluidez com segurança da produção (PEREIRA & ZANARDO, 2020). A gestão de pessoas nas empresas que fornecem alimentos é importante visto que, a qualificação dos funcionários na área da segurança alimentar compõe aspecto essencial na garantia da qualidade do processo (BARBOSA et al., 2018). Os manipuladores de alimentos, geralmente possuem nível socioeconômico baixo e escolaridade incompleta, sendo estes fatores que prejudicam diretamente na implementação e adoção das boas práticas de higiene na manipulação dos alimentos (JORGE, 2018). O mesmo fato foi observado por Ferreira et al., (2013) identificaram que o limitado conhecimento dos manipuladores de alimentos em unidades hospitalares sobre a segurança de alimentos, é empecilho para a adoção das Boas Práticas de manipulação e consequente segurança alimentar. Estudo realizado por Silva et al., (2015) observou-se que 41,89% das causas que levavam os manipuladores a não atenderem às Boas Práticas é relacionada a falta de funcionários, o que implica em resultados insatisfatórios da qualidade da produção. Portanto, a atenção dos gestores para este setor deve ser redobrada e reforçada com frequência, observando sempre a necessidade de capacitação e cursos de reciclagem ofertados aos trabalhadores (ANDRADE &STURION, 2015). Para garantir a segurança alimentar nos serviços de alimentação A adoção de check list, organização das planilhas de controle e treinamento dos manipuladores são os princípios para garantia da higiene dos produtos e segurança alimentar dos consumidores, pois deixa claro quais são os pontos falhos no processo e propicia a produção de um alimento de qualidade (PEREIRA & ZANARDO, 2020). A elaboração e implantação do Manual de Boas Práticas são descritas por Zurlini et al., (2018) como fundamentais para que os alimentos sejam produzidos com qualidade, tanto do ponto de vista da segurança alimentar quando nutricional. A preocupação com a segurança dos alimentos servidos em estabelecimentos destinados a venda de refeições compreende não apenas o alimento pronto, mas todas as etapas do processo, incluindo o recebimento da matéria prima, onde os produtos embalados deverão ser observados com cuidado visto que, a condição embalagem pode dar a noção do alimento em seu interior (BARBOSA et al., 2018). É sempre recomendado que os estabelecimentos adotem o uso de produtos 16 sanitizantes nos vegetais, com o objetivo de higienizar todos os alimentos que são servidos sem nenhum tratamento térmico (FERREIRA et a., 2013). A qualidade das instalações e edificações dos estabelecimentos de serviços de alimentação tem alta relação com a precaução de contaminações do alimento, sendo que as instalações devem ser estruturadas de forma a evitar cruzamentos entre áreas limpas e contaminadas e devem ser mantidas em condições adequadas de higiene (NUNES, ADAMI & FASSINA, 2017). Ferreira et al., (2011) consideraram em seus estudos, que aqueles estabelecimentos que possuem estruturas planejadas e que mantem uma rotina de higienização, são capazes de garantir também um controle eficiente de pragas, protegendo assim os alimentos. 4.1 Doenças veiculadas por alimentos (DVA) Doenças transmitidas por alimentos (DTA’s) são causadas e disseminadas no mundo todo devido a contaminação microbiana ou parasitária de água e alimentos de origem vegetal ou animal. Diversos são os agentes microbianos causadores de DTA’s que, somados a fatores como a exposição a água contaminada e más condições de higiene, geram riscos para a ocorrência de patologias tanto na forma de infecções ou intoxicações: acometendo de forma crônica ou aguda; podendo caracterizar surtos epidêmicos; sendo disseminada ou localizada e se apresentando de variadas formas clínicas (BRASIL, 2010). As DTA’s são parte de um dos maiores problemas de saúde pública, atingem toda população e majoritariamente as camadas menos favorecidas, crianças e idosos (WELKER et al., 2010). Muitos dos alimentos contaminados aparentam características sensoriais normais (sem alterações de textura, sabor e odor) dessa forma muitas vezes quem o consome não tem percepção e consciência de que o alimento que parece perfeito ao olhar traz, intrinsicamente, risco ao ser ingerido podendo culminar em DTA’s (MARCHI et al., 2012). Essa dificuldade em avaliar a presença de micro-organismos patogênicos se dá pela dose infectante de patógenos alimentares: normalmente é menor que a quantidade de microorganismos essencial para degradar os alimentos e dificultar que se consiga identificar alterações organolépticas como fontes de contaminação, assim sendo difícil rastrear os alimentos causadores de surtos e seu agente causador (OLIVEIRA et al., 2010). 17 Dentre as DTA’s, os agentes mais comuns no Brasil entre os anos 2000 e 2015 foram Salmonella spp.; Staphhylococcus aureus; Escherichia coli e Bacilos cereus (BRASIL, 2015). - Salmonella spp: É um dos principais agentes etiológicos sendo uma bactéria gram negativa entérica, geradora de infecções alimentares graves, com período de incubação entre 12 e 72 horas, durando entre 2-7 dias tendo como principais sintomas a diarreia e vômito. - Staphhylococcus aureus: É gerador de intoxicação alimentar, com toxina resistente a pasteurização e fervura, período de incubação é de 1 a 6 horas, com duração de 1-2 dias, sendo o vômito seu principal sintoma. - Escherichia coli: É uma bactéria gram negativa, causadoratanto de infecção quanto toxinfecção alimentar, seu período de incubação é de 12 a 72 horas e a doença dura entre 2-7 dias e seus principais sintomas são diarreia e vômito. - Bacilos cereus: É uma bactéria gram positiva, a DTA dura entre 1-2 dias, os principais sintomas são diarreia e vômito dependendo da toxina, com período de incubação diferente para vômito (1-6 horas) e diarreia (8-24 horas), essa bactéria é formadora de endósporo, sendo tanto este como a toxina emética resistente à fervura e pasteurização, já a toxina diarreica. As DTA’s originadas no lar, provavelmente, ocorrem como consequência de falhas nas condições de higiene e na segurança ao lidar com o alimento (SORAGNI; BARNABE; MELLO, 2019): Conservação ineficiente dos alimentos; Falhas nas operações de cocção e contaminação cruzada, possível também de acontecer em cozinhas domiciliares e não somente em cozinhas profissionais, evidências indicam que parcelas importantes desses aconteçam em casa, tanto pelos alimentos como pela água, por falhas nesses procedimentos. Na manipulação doméstica cinco práticas representam maiores riscos à segurança alimentar, sendo elas (SORAGNI; BARNABE; MELLO, 2019): - Contaminação cruzada; - Local em que se lida com o alimento; - Utensílios usados no preparo das refeições; - Baixa higiene pessoal e ambiente impróprio para manipulação; - Ineficiência no controle de temperatura e consumo de alimentos que apresentem perigo à saúde. 18 5 APLICAÇÃO PRÁTICA DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO ATENDIMENTO INDIVIDUAL Fonte: saudeunivates.com.br A avaliação do consumo alimentar é um importante indicador indireto do estado nutricional. Avaliar a ingestão de nutrientes de maneira qualitativa e quantitativa é essencial para a promoção de mudanças no comportamento alimentar, e, com isso melhorar a qualidade de vida e diminuir o risco de doenças. Os métodos de investigação do consumo alimentar considerados como principais são o recordatório alimentar de 24 horas, o registro alimentar, a história alimentar e o questionário de frequência alimentar. A aplicação do registro alimentar ou do recordatório de 24 horas por pelo menos dois dias, permite estimar a ingestão habitual do indivíduo e, portanto, avaliar se suas necessidades biológicas estão sendo supridas, por meio da comparação com as recomendações nutricionais de referência (DRI) (BRAGA; PATERNEZ, 2019). As DRI’s são um conjunto de quatro categorias de valores utilizados para o planejamento e avaliação de dietas para indivíduos saudáveis. Tendo como base as recomendações das DRI’s e o consumo habitual, é possível calcular a probabilidade de adequação ou inadequação da ingestão. Assim, a partir da observação do consumo médio de um nutriente específico, é possível obter um valor de escore-Z e, a partir da tabela de valores de Z, encontrar a probabilidade de adequação no respectivo percentual de confiabilidade. No caso de micronutrientes que possuem valores de EAR, é possível obter o valor de escore-Z por meio de equação específica 19 e a tabela de valores de escore-Z permite observar a probabilidade da adequação (BRAGA; PATERNEZ, 2019). A avaliação da ingestão de nutrientes de forma qualitativa e quantitativa é fundamental na promoção de mudanças no comportamento alimentar, e, portanto, contribui na diminuição dos riscos de adoecer, como também na melhora da qualidade de vida. A procura por atendimento nutricional, tanto em clínicas e consultórios quanto na rede básica de Saúde, tem crescido significativamente, em decorrência do crescimento da prevalência de doenças crônicas e do reconhecimento de que a adoção de uma dieta saudável retrata um dos principais determinantes dessas doenças. Neste cenário, o aumento da longevidade e o maior domínio das doenças infecciosas colocaram em pauta a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, doenças cerebrovasculares e doenças cardiovasculares. Além da complexidade da avaliação da dieta, considerando a imperfeição reconhecida dos métodos de inquérito alimentar, esta deve fazer parte da avaliação nutricional e pode proporcionar dados imprescindíveis ao estabelecimento da conduta dietoterápica e dietética. Ter as ferramentas necessárias para a avaliação nutricional individualizada é muito importante, facilitando a prática clínica e auxiliando o trabalho profissional dos nutricionistas (BRAGA; PATERNEZ, 2019). A avaliação dietética atual é realizada por meio das DRI’s, passando por algumas etapas. Para avaliar a ingestão de nutrientes, é necessário primeiramente conhecer a ingestão habitual do indivíduo e, em seguida, contrastar com as necessidades deste mesmo indivíduo. Pela perspectiva dietética, as recomendações nutricionais podem também conduzir as escolhas alimentares, isto é, o conjunto e a seleção de alimentos que propiciem a saúde por meio de uma alimentação adequada, que deve integrar preparações e alimentos que ofereçam energia e nutrientes em proporções e quantidades equilibradas suficientes (AQUINO; PHILIPPI, 2017). De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN nº 600, 2018), [...] a elaboração do diagnóstico de nutrição, com base na avaliação nutricional é uma tarefa exclusiva do nutricionista. Dessa forma, é possível perceber a importância deste profissional na avaliação nutricional do indivíduo, sendo o único habilitado a exercer esta fundamental prática (BRASIL, 2018). 20 6 NUTRIÇÃO E CICLOS DE VIDA 6.1 Nutrição na Gestação Fonte: googleusercontent.com Durante a gestação as demandas nutricionais estão aumentadas e que ter bons hábitos alimentares é essencial para o crescimento saudável do feto, mas isto não significa que a gestante deve “ comer por dois”. Desta forma, as recomendações nutricionais para uma gestante tornam-se diferente das recomendações nutricionais para mulheres não grávidas (PORTUGAL, 2015). Assistência nutricional vem apoiar a atenção o pré-natal, uma vez que ela previne o surgimento de carências nutricionais e promove o estabelecimento do estado nutricional materno adequando, importante para o desenvolvimento e crescimento do concepto (VIELLAS; DOMIGUES; DIAS, 2014). A assistência nutricional fornecida durante o pré-natal deve propiciar um diagnóstico nutricional das gestantes e se necessário promover a recuperação nutricional, bem como o ganho adequado de peso na gestação, com a intenção de evitar desvios do crescimento fetal (FRANCISQUET; RUGOLO, 2012). Por tais motivos, faz-se necessária uma adequada alimentação na gestação. Na assistência nutricional durante o pré-natal, o nutricionista fará uma avaliação dietética que permitirá a identificação de gestantes em risco nutricional, realização 16 de orientações individualizada visando sempre a manutenção ou melhoria do 21 estado nutricional gestacional, uma vez que, este pode contribuir positivamente para os desfechos gestacionais (SATO; FUJIMORI, 2012). Reconhecendo a importância de se estabelecer um estado nutricional materno adequado, compreende-se a relevância da inserção do profissional de Nutrição na atenção básica de saúde, uma vez que estes profissionais estão aptos para solucionar problemas alimentares e prevenir doenças causadas pela 18 insegurança alimentar, além de promover uma recepção rápida e humanizada, buscando muitas vezes uma solução imediata do problema (MALTA, 2010). A atuação do nutricionista inserido na equipe multidisciplinar, torna-se relevante, uma vez que, estes profissionais estão devidamente capacitados em orientar, promover incentivo as gestantes quanto aos hábitos de vida saudável e aos hábitos nutricionais saudáveis, identificar gestantes em riscos nutricionais e encaminhar quando necessário for, as gestantes a médicos especialistas. Para Lisboa et al. (2017), a inclusão do nutricionista na equipe da Unidadede saúda de Família se caracteriza como uma necessidade essencial, uma vez que este profissional irá proporcionar as gestantes orientações adequadas á cerca da alimentação e da nutrição, orientações essas que na maioria das vezes é realizada por enfermeiras e por médicos que apresentam uma formação deficiente quanto a orientação alimentar. As orientações nutricionais são de extrema relevância, uma vez que, durante a gestação ocorre um aumento na demanda de nutrientes e minerais que são importantes para formação do concepto e para manter a homeostase materna, sendo assim uma alimentação balanceada e diversificada permite um adequado porte de nutrientes, entre os nutrientes essenciais destacam-se o ferro e o ácido fólico (PORTUGAL, 2015). É importante destacar que o processo de orientação nutricional durante o pré- natal deve ser entendido pelos profissionais de saúde como uma estratégia de intervenção dietética que podem contribuir para aa reeducação alimentar das gestantes e consequentemente para o desfecho obstétrico favorável (MALTA, 2010). 22 6.2 Nutrição na Lactação Fonte: nutrianapaulamartins.com.br O leite materno fornece todos os nutrientes, vitaminas e minerais de que o recém-nascido precisa para o seu crescimento nos seis primeiros meses de vida, não sendo necessário nenhum outro líquido ou alimento (BRASIL, 2015). Estudos de Victora et al., (2016) demonstraram que os bebês amamentados têm um menor risco de doenças como pneumonia, obesidade infantil, leucemia, gastroenterite, e síndrome da morte súbita infantil. A amamentação traz vantagens como a aceleração da perda do peso ganho na gravidez e da involução uterina pós-parto, proteção contra anemia decorrente da amenorreia puerperal mais prolongada, menor incidência de câncer de mama e de ovário, além de diabetes tipo 2 para a mãe. A primeira secreção láctea é o colostro, que permanece até o 4º ou 6º dia pós- parto, contém maiores concentrações de proteína e de minerais, porém menos gordura e carboidrato do que o leite maduro. Do 7º ao 21º dia pós-parto o leite é chamado de transição, fase em que ocorre a diminuição da concentração de imunoglobulinas e proteínas e aumento nos níveis de lactose e gordura, até atingir as características do leite maduro. Após o 21º dia pós-parto o leite maduro é o que permanece durante todo o restante do período da lactação, sendo importante sua avaliação quanto aos teores nutritivos (BRASIL, 2013) O leite materno muda de composição ao longo da lactação (LIMA; DIMENSTEIN; RIBEIRO, 2014). Fatores maternos como a variação genética, composição da dieta e exposições ambientais são importantes na modulação e no desempenho da lactação, incluindo a variação no volume e composição do leite. 23 Como consequência, destaca-se o aumento das necessidades nutricionais nesse período. Desta forma, as deficiências nutricionais nas lactantes podem resultar na falha na ativação da atividade secretora de várias perspectivas, como ineficiente capacidade de resposta hormonal e defeitos nos processos celulares envolvidos na morfogênese e vias secretoras (LEE; KELLEHER, 2016) Para evitar o desenvolvimento da DVA e DVE na fase da lactação, é importante um adequado estado nutricional em micronutrientes de relevância significativa para a saúde e crescimento dos lactentes, como a vitamina A e vitamina E, sendo essencial a manutenção das concentrações adequadas destas vitaminas no leite materno, (SILVA, 2018). "Vitamina A" refere-se a compostos que possuem atividade biológica do retinol todo trans, incluindo o retinal, o retinol e ácido retinoico, enquanto que o termo que inclui formas de vitamina A e os muitos análogos sintéticos do retinol, com ou sem atividade biológica é “retinoides” (SILVA, 2018). A vitamina A está conexa à expressão gênica e ao adequado funcionamento do sistema visual, sendo o retinal um componente ativo dos pigmentos visuais nos cones e bastonetes da retina. E está envolvida no crescimento e desenvolvimento celular atuando nas células produtoras de queratina em vários tecidos epiteliais. Atua também na manutenção da integridade das células epiteliais a partir da participação na comunicação das células adjacentes, além de participar da função imunológica, atuando nos processos de manutenção da imunocompetência, principalmente, em relação aos linfócitos de respostas mediadas pelas células T e de ativação de macrófagos. Exibe, ainda, papel fundamental na gestação e lactação, considerando- se as demandas da gestante, fetais e do lactente (ERDMAN JR.; MACDONALD; ZEISEL, 2012). A vitamina A pré-formada é encontrada em alimentos de origem animal, como no fígado ou associada à gordura em ovos, leite e derivados e leite materno. Nos alimentos de origem vegetal, estes contêm precursores de vitamina A que são carotenóides, particularmente o β caroteno. Dentre as principais fontes de carotenóides estão os vegetais amarelo alaranjados, tais como mamão, cenoura, abóbora e vegetais verde-escuros, como espinafre e brócolis (SILVA, 2018). A vitamina A encontrada nos alimentos é expressada em termos de equivalentes de retinol (RAE), que é a soma das vitaminas provenientes do retinol pré-formado e dos carotenoides (ERDMAN JR.; MACDONALD; ZEISEL, 2012). 24 Assim sendo, para realização das funções da vitamina A e evitar sua deficiência, as Dietary Reference Intakes, elaboradas pelo Institute of Medicine, recomendam a ingestão de 1200 µg/dia de vitamina A para lactantes menores de 18 anos de idade e 1300 µg/dia para lactantes de 19 a 50 anos de idade, considerando que a Estimated Average Requirement (EAR) e Tolerable Upper Intake Level (UL) são as categorias de referência mais adequadas para a avaliação de dietas, enquanto Recommended Dietary Allowances (RDA) ou Adequate Intake (AI) devem ser utilizadas como metas de ingestão (SILVA, 2018). Recomendações dietéticas (EAR, RDA/AI e UL) de vitamina A para indivíduos em diferentes estágios de vida: Estágios da vida EAR (µg/dia) RDA/AI* (µg/dia) UL (µg/dia) Bebês 0 a 6 meses 7 a 12 meses ND ND 400* 500* 600 600 Mulheres 14 a 18 anos Acima de 19 anos 485 500 700 700 2800 3000 Gestantes ≤ 18 anos 19 a 50 anos 530 550 750 770 2800 3000 Lactantes ≤ 18 anos 19 a 50 anos 885 900 1200 1300 2800 3000 Fonte: Institute of Medicine, 2000 No leite humano a composição da vitamina A pode ser influenciada por fatores diversos, como o tempo de gestação, estágio de lactação, período da mamada, e estado socioeconômico da materno, hábitos alimentares e suplementação (BEZERRA et al., 2010). Durante os primeiros seis meses de vida, sabe-se que as reservas hepáticas de vitamina A estão limitadas, principalmente, se o leite materno consumido for proveniente de lactantes com dieta pobre na vitamina. Assim, o monitoramento e a melhora do estado nutricional de vitamina A de mulheres na lactação podem ajudar a aumentar os estoques hepáticos e fornecer uma quantidade 25 adequada de vitamina A às crianças por meio do consumo do leite materno, evitando assim o desenvolvimento da Deficiência dessa vitamina (NEVES et al., 2015). A nomenclatura vitamina E é utilizado para designar oito diferentes compostos lipossolúveis denominados tocoferóis (α-, β-, δ- e γ-tocoferol) e tocotrienóis (α-, β-, δe γ-tocotrienol) encontrados nos alimentos, diferindo entre si pela presença de insaturações e pelo número de grupamentos metil nos tocotrienóis. O alfa-tocoferol é a forma biologicamente mais ativa da vitamina E, representando 90% aproximadamente da vitamina encontrada em tecidos animais. A principal ação da vitamina E é a proteção dos ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa das membranas celulares e das lipoproteínas contra a oxidação. É muito importante nos estágios iniciaisde vida, desde a concepção até o desenvolvimento pós-natal da criança, quando o feto passa para um ambiente que contém excessivo oxigênio. O leite humano é a única fonte de vitamina E para bebês em aleitamento materno exclusivo, desempenhando importante fator de proteção contra os possíveis danos causados pelos radicais livres, principalmente para as crianças nascidas prematuramente (< 37 semanas gestacionais), pois a transferência placentária da vitamina E é limitada durante a gestação (SILVA, 2018). Os óleos vegetais polinsaturados, sementes, óleo de peixe, nozes, ovos, fígado, laticínios e vegetais verdes são as principais fontes naturais do alfa-tocoferol. As Dietary Reference Intakes recomendam para lactantes de todas as idades, com intuito de repor a vitamina secretada no leite e garantir o estado nutricional adequado a ingestão de 19 mg/dia de vitamina E (ERDMAN JR.; MACDONALD; ZEISEL, 2012). Recomendações dietéticas (EAR, RDA/AI e UL) de vitamina E para indivíduos em diferentes estágios de vida: Estágios da vida EAR (µg/dia) RDA/AI* (µg/dia) UL (µg/dia) Bebês 0 a 6 meses 7 a 12 meses ND ND 4* 5* ND ND Mulheres 14 a 18 anos Acima de 19 anos 12 12 15 15 800 1000 26 Gestantes ≤ 18 anos 19 a 50 anos 12 12 15 15 800 1000 Lactantes ≤ 18 anos 19 a 50 anos 16 16 19 19 800 1000 Fonte: Institute of Medicine, 2000 Segundo TORRES et al., (2014) [...] não é conhecido o mecanismo de passagem da vitamina E do sangue materno para o leite, mas descarta-se uma transferência passiva com o triglicerídeo pela diferença entre o perfil lipídico e alfa-tocoferol no leite. Estima-se que a secreção quantitativa de alfa-tocoferol para o leite siga uma cinética tipo Michaelis-Menten para o transporte ativo através das membranas, quando a taxa de secreção é independente da quantidade de leite produzida e secreção de gordura. Em vacas, o aumento da secreção de vitamina E no leite colostro foi associado a uma maior atividade do receptor de lipoproteína de baixa densidade (LDL) na glândula mamária, e acredita-se que em humanos isso também ocorra, já que em mulheres na lactação o alfa-tocoferol circulante foi primariamente relacionado às frações LDL/lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL). Mas ainda não se sabe qual a principal lipoproteína carreadora de alfa-tocoferol para a glândula mamária. As concentrações de vitamina E no leite materno variam no decorrer da lactação, sendo o colostro particularmente rico neste micronutriente e sua ingestão pelo recém-nascido é essencial para fortalecer suas defesas contra a toxicidade do oxigênio, evitando o aparecimento da deficiência dessa vitamina. Além disso, no leite pode variar a composição da vitamina E de acordo com a prematuridade, tipo de parto e populações (SILVA, 2018). A avaliação das concentrações de vitaminas no leite materno é recomendada pela OMS como o único indicador do estado nutricional da mãe e do recém-nascido. Portanto, essa avaliação como parâmetro de diagnóstico nutricional ainda é escassa apesar do conteúdo de alfa-tocoferol no leite ter sido o foco de alguns estudos (RIBEIRO et al., 2016). 27 6.3 Nutrição da criança Fonte: sbp-static.cworks.cloud O processo de crescimento e desenvolvimento é dinâmico, contínuo, complexo e segue fases e direções. Além disso, depende da harmonia entre os vários fatores, como os genéticos, nutricionais, hormonais e ambientais (CARDOSO- DEMARTINI et al., 2011). Por meio da alimentação adequada em quantidade e qualidade, o organismo adquire a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção de um bom estado de saúde. É importante, contudo, conhecer, também, os prejuízos decorrentes do consumo alimentar insuficiente e do consumo alimentar excessivo (ZUCHETTO, 2011). O crescimento no consumo de alimentos com excesso de calorias e baixo teor nutricional pode repercutir, inclusive, no aumento do risco de obesidade na fase adulta e morbimortalidade por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT’s) (BRASIL, 2009a; NASCIMENTO; MUNIZ; PINHEIRO, 2010). O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento é essencial para a avaliação do estado de saúde e nutricional do paciente pediátrico. A antropometria, pela facilidade de execução e baixo custo, tem se revelado o método isolado mais utilizado para o diagnóstico nutricional populacional, principalmente na infância (MIRANDA et al., 2012). A avaliação antropométrica se dá, mais frequentemente, por meio de variáveis, como peso (kg), estatura/altura (cm) e Índice de Massa Corporal (IMC) (Kg/m2). A assistência à criança deve prever, ainda, a educação em saúde e o preparo dos educadores e da família para o cuidado integral à criança. Assim, avaliar o estado nutricional da população infantil, dentre outros aspectos, traduz-se em apontar caminhos para as transformações necessárias das práticas oferecidas a este grupo (FREITAS et al., 2018). 28 Segundo o Ministério da Saúde (2013), o crescimento é um processo dinâmico e contínuo, um dos principais indicadores de saúde na criança. É influenciado por fatores intrínsecos (específicos de cada indivíduo) e fatores extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança. De acordo com Sigulem, Devincenzi e Lessa (2013), a avaliação do crescimento é à medida que melhor define a saúde e o estado nutricional de crianças, pois distúrbios na saúde e nutrição afetam o crescimento infantil. Nos países de baixa e média renda, a maioria dos problemas de saúde e nutrição durante a infância está relacionada com consumo alimentar inadequado e infecções de repetição, posto que essas duas condições estão intimamente relacionadas com o padrão de vida da população, que inclui o acesso à alimentação, moradia e assistência à saúde. O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade, por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade (BRASIL, 2014). O conceito de desenvolvimento, por sua vez, refere-se a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais. Crescimento e desenvolvimento são aspectos interligados, que influenciam mutuamente a vida do indivíduo (FREITAS, et al., 2018). 29 6.4 Nutrição do adolescente Fonte: static6.depositphotos.com A Organização Mundial da Saúde define a adolescência como o período de vida de 10 a 19 anos, e das fases do desenvolvimento humano é considerada a mais significativa para a estruturação da imagem corporal, por se tratar de um período marcado por mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Tais mudanças podem influenciar na avaliação que o adolescente possui a respeito de sua imagem, envolvendo a percepção que se possui quanto ao tamanho e às formas corporais, tendo a preocupação excessiva com o peso, um dos principais fatores associados ao aumento da insatisfação com a imagem corporal (FERREIRA, 2014). As práticas alimentares inadequadas e o aumento do sedentarismo são prevalentes nessa faixa etária, estando diretamente relacionados com a insatisfação corporal, nível socioeconômico e Índice de Massa Corporal (IMC). Portanto, dependendo do grau, a insatisfação pode interferir em aspectos da vida, como no comportamento alimentar, autoestima, desempenhos físico, cognitivo e psicossocial, e também no estado nutricional (MOTA et al., 2012). De acordo com Pérez (2014), os fatores sociais, influências socioculturais, pressões da mídia e a busca incessante por um padrão de corpo ideal associado às realizações e felicidade estão entre as causas das alterações da percepçãoda imagem corporal, tendo como consequência uma imagem negativa e distorcida do próprio corpo, podendo levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares. 30 6.5 Nutrição do adulto Fonte: static.brasilescola.uol.com.br A alimentação na fase adulta é voltada para uma nutrição defensiva, isto é, uma nutrição que enfatiza fazer escolhas de alimentos saudáveis para promover o bem-estar e prover os sistemas orgânicos de maneira que tenham um funcionamento ótimo durante o envelhecimento. É uma nutrição baseada no consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais, nozes, leguminosas, peixes, ovos e aves. O consumo de carne vermelha deve ser limitado. As gorduras saudáveis, que devem ser ingeridas (ácido graxo ômega 3 e ômega 6), são encontradas nos óleos vegetais, oliva e nos peixes de água fria; e as não saudáveis, saturadas e trans, como gorduras de origem animal (manteiga, carnes gordurosas), e as gorduras de origem vegetal que sofrem saturação (margarina, recheio de bolachas), devem ser evitadas. Uma dieta de base predominantemente vegetal, aliada a exercícios físicos bem dosados pode ter um impacto positivo sobre o envelhecimento pela redução do risco de doença cardiovascular, obesidade, câncer e diabetes (MAHAN et al, 2005). 31 6.6 Nutrição do idoso Fonte: mgtnutri.com.br/wp-content O processo de envelhecimento está associado a uma maior probabilidade de acometimento por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) devido às alterações nos níveis molecular, morfofisiológico e funcional. Estas alterações estão associadas à própria idade e também se originam do acúmulo de danos ao longo da vida, causados, sobretudo pela interação entre fatores genéticos e os fatores ligados ao estilo de vida (SILVA et al., 2014; SCHWANKE et al., 2011). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o envelhecimento saudável é definido com um processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar na idade avançada, considerado idoso o indivíduo que apresenta idade igual ou superior a 60 anos (WHO, 2015). Ressalta-se que sérios problemas podem acontecer em decorrência do envelhecimento devido às alterações fisiológicas e metabólicas, considerando a diminuição da capacidade funcional, que faz com que o idoso esteja mais exposto à fragilidade e à submissão de cuidados, os quais poderiam ser evitados, caso a população adquirisse estilo de vida saudável, como os hábitos alimentares adequados e a prática de atividade física (AQUINO et al., 2018). O idoso pode apresentar deficiências nutricionais devido ao declínio das funções fisiológicas e cognitivas do corpo humano, as quais prejudicam o consumo alimentar e o metabolismo dos nutrientes, aumentando o risco de desnutrição energético-proteica, que pode originar-se, também, pela ausência de variedade de alimentos que compõem a dieta habitual do indivíduo (FISBERG et al., 2013). 32 No envelhecimento acontecem alterações na composição corporal que aumentam o risco de desenvolvimento do quadro de sarcopenia, caracterizada pela perda de massa magra associada à fraqueza muscular (IZQUIERDO et al., 2014). Diante disso, recomenda-se a ingestão energético-proteica adequada juntamente com a prática de atividade física, como estratégias importantes para reduzir a progressão da perda de massa e função muscular relacionada à idade (BEASLEY et al., 2013; MITHAL et al., 2013). Visando a garantia da longevidade e melhor qualidade de vida da pessoa idosa, foi implantada em 2005 a Política de Envelhecimento Ativo, que aborda como um dos determinantes da garantia do envelhecimento ativo, a alimentação saudável, a qual pode ser promovida mediante a prática da educação alimentar e nutricional (EAN), que por sua vez é reconhecida como estratégia que visa à promoção e a proteção da saúde por meio da criação de hábitos e estilo de vida mais saudável (MANUSO et al., 2016). Para Nakano et al., (2016) diante de seu estudo, através da educação alimentar e nutricional com adultos e idosos portadores de hipertensão arterial, foi possível observar a efetividade na redução dos níveis pressóricos em decorrência a restrição dietética de sal mediante ao consumo diminuído de sal de adição. Segundo Hoepfner et al (2010) o controle da pressão arterial é prevalente tanto em adultos como em idosos, sendo seu controle imprescindível para a redução da morbimortalidade associada à doença e que ações de educação alimentar e nutricional contribuíram para a adesão dos pacientes a restrição de sódio recomendada. Arija et al., (2012) abordaram a prática de educação nutricional para os cuidadores de pacientes inclusos no programa Home Care, visando melhorar o estado nutricional dos idosos e do próprio cuidador, com o objetivo de garantir que eles tenham uma alimentação saudável, evitando uma deficiência de nutrientes e até mesmo incentivando na melhor escolha dos alimentos. Possivelmente a escolha alimentar dos responsáveis pelos idosos, tanto garante sua saúde e em decorrência disso uma melhor assistência ao paciente que está sobre seus cuidados e, além disso, representa reflexos importantes no desenvolvimento desses pacientes (MASSON, 2016). 33 7 DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS FREQUENTES 7.1 Obesidade Fonte: nutritotal.com.br No Brasil, a obesidade está presente em diversas classes sociais, principalmente nas classes mais altas, estando está intimamente relacionada à mudança na rotina alimentar diária. O alto consumo de açúcares e comidas gordurosas, entre elas os fast foods e os alimentos industrializados; além do marketing liderado pelas mídias e o estilo de vida, levou a população, de maneira geral, a quadros de obesidade (TEIXEIRA, et al, 2016). O brasileiro tem vivenciado um período de transição nutricional, comum em grandes países em desenvolvimento, acarretando em quadros de sobrepeso e obesidade. Nota-se, acrescento no consumo de calorias per capita, através de um nítido aumento no consumo de produtos de origem animal e dos açúcares em geral, além da diminuição do consumo de produtos de origem vegetal (SANTOS; OLIVEIRA, 2011). Considera-se obesa a pessoa que acumulou gordura corporal de maneira anormal ou excessiva, podendo ocasionar algumas patologias, sendo esta, uma doença de múltiplos fatores desencadeadores. Entre eles estão os fatores fisiológicos, corporais, genéticos e ambientais (como o consumo alimentar e a atividade física) (TEIXEIRA, et al, 2016). 34 O excesso de peso entre crianças e adolescentes se associa a outras Doenças e Agravos não Transmissíveis (DANT’s) que podem ter início precoce e alta probabilidade de permanência na vida adulta ou conduzirem a aumento futuro na prevalência de hipertensos, diabéticos e cardiopatas (DANIELS, HASSINK, COMITTEE ON, 2015; GAZOLLA et al., 2014; MARENO, 2014). A modificação deste cenário é possível através de estratégias de prevenção e intervenção com enfoque nos fatores de risco modificáveis (RODRIGUES; ALVES; AMORIM, 2015). As ações devem ser fundamentadas na promoção de estilos de vida saudáveis (alimentação adequada e atividade física regular) e prevenção e tratamento dos problemas de saúde decorrentes, com oferta de apoio social e atividades interativas (FISBERG et al., 2016; MASSABKI et al., 2016; RODRIGUES; ALVES; AMORIM, 2015). As estratégias de prevenção são urgentes e necessitam de abordagem ainda na infância, pois hábitos adquiridos nessa idade tendem a continuar durante a vida adulta (COSTA et al., 2012). Porém, uma vez diagnosticado com obesidade, o tratamento deve ser realizado precocemente, pois apresenta maior taxa de sucesso e eficiência na redução do risco de desenvolvimentode DANT’s (MASSABKI et al., 2016). As principais estratégias de intervenção estão centradas na família, na qual os pais devem ser os primeiros educadores nutricionais e, portanto, esse ambiente exerce grande influência sobre crianças e adolescentes (ABESO, 2016). A escolha do tratamento depende da gravidade e/ou presença de complicações decorrentes e deve se basear na reeducação alimentar, aumento do gasto energético e modificação comportamental, om vistas a diminuir o risco de complicações futuras (ABESO, 2016; NIEMEIER; HEKTNERE; ENGER, 2012). 35 7.2 Diabetes Melittus Fonte: dhg1h5j42swfq.cloudfront.net O diabetes mellitus (DM) é caracterizado por um distúrbio metabólico que consiste em hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo. Atinge proporções epidêmicas, com estimativa de 415 milhões de portadores de DM mundialmente (IDF, 2015). A persistência da hiperglicemia está associada a complicações crônicas micro e macrovasculares, aumentando a morbimortalidade e reduzindo a qualidade de vida (WHO, 2016). A classificação do DM tem sido baseada em sua etiologia (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2017). O diabetes tem um relevante impacto econômico nos países e nos sistemas de saúde. Isso ocorre devido maior utilização dos serviços de saúde, perda de produtividade e cuidados prolongados requeridos para tratar suas complicações crônicas, como insuficiência renal, cegueira, problemas cardíacos e pé diabético (SBD, 2017). O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune, poligênica, decorrente da destruição das células β pancreáticas, ocasionando a deficiência completa na produção de insulina (FRONZO; FERRANNINI; ZIMMET, 2015). Embora o DM1 seja menos comum na população geral quando comparado ao diabetes mellitus tipo 2, sua incidência ainda aumenta em cerca de 3% ao ano, particularmente em crianças (OLIVEIRA; MONTENEGRO JUNIOR; VENCIO, 2017). 36 Estima-se que o Brasil ocupe o terceiro lugar em prevalência de DM1 no mundo de acordo com a International Diabetes Federation (IDF), e que mais de 30 mil brasileiros sejam portadores de DM1(IDF, 2017). As complicações crônicas do DM são as principais causas de morbimortalidade relacionadas à doença. São desfechos micro e macrovasculares, acarretando disfunções em vários órgãos, como doenças cardiovasculares, neuropatia, nefropatia, diminuição da acuidade visual e cegueira, desfechos esses incapacitantes, que têm um grande impacto socioeconômico pelo comprometimento da produtividade, da qualidade de vida e da sobrevida dos diabéticos (RUSSELL; COOPER, 2015). O diabetes tipo 2 tem sido caracterizado como próprio da maturidade, com incidência após a terceira década. Nos últimos anos, entretanto, tem sido perceptível um incremento da incidência de diabetes tipo 2 em adolescentes, geralmente associada a importante história familiar, excesso de peso e sinais de resistência insulínica (MAYER-DAVIS et al., 2013). A Atenção Básica à Saúde (ABS) é caracterizada como a instância organizadora do Sistema Único de Saúde (SUS) e a coordenadora do cuidado ofertado à população, considerada o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde (LAVRAS, 2011). O tratamento disponível na ABS para o paciente com diabetes, inclui além da consulta clínica, o fornecimento gratuito de medicamentos e de insumos para auto- monitoramento da glicemia capilar, além de protocolos orientadores para o manejo clínico e de medidas não farmacológicas (BRASIL, 2013). Grandes estudos clínicos prospectivos mostraram forte associação entre níveis glicêmicos e complicações microvasculares e macrovasculares, tanto no DM1, quanto no tipo 2 (DM2). Esses estudos são a base para a atual recomendação do alvo de HbA1c < 7%. No entanto, a maioria dos pacientes com diagnóstico de DM não atinge esse alvo (OLIVEIRA et al., 2021). Desde os resultados do Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), compreendeu-se que o controle efetivo do diabetes contribui para diminuir o risco de c se atingir o controle glicêmico recomendado, mesmo com o tratamento intensivo (múltiplas injeções diárias de insulina ou bomba de insulina). O estudo pós-DCCT demonstrou, ainda, que os benefícios de um controle glicêmico mais estrito se mantinham por mais tempo, e os pacientes no grupo de tratamento intensivo apresentaram menores taxas de eventos cardiovasculares no 11o ano do que os 37 pacientes que receberam tratamento convencional, mesmo com níveis similares de HbA1c, LDL-colesterol, HDL-colesterol e triglicerídeos (OLIVEIRA et al., 2021). Outros fatores de risco associados ao desenvolvimento das complicações crônicas do diabetes são a hipertensão arterial sistêmica, o tabagismo, a genética, a dislipidemia, a obesidade e a etnia. O controle glicêmico e pressórico são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de complicações crônicas do DM. Também o perfil lipídico é considerado um fator de risco para as complicações microvasculares, além de sua tradicional associação com as complicações macrovasculares como visto na população sem DM (OLIVEIRA et al., 2021). 8 TRANSTORNOS DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR (TCA) Fonte: eliasfarias.com.br Os Transtornos de Comportamento Alimentar (TCA) são denominados como distúrbios psiquiátricos de etiologia multifatorial, caracterizados por consumo, padrões e atitudes alimentares extremamente distorcidas e de preocupação exagerada com o peso e a forma corporal (ALVARENGA; SCAGLIUSI; PHILIPPI, 2011). Os portadores dos TCA são caracterizados por demonstrarem uma alteração em relação ao comportamento alimentar e distorção da imagem corporal, essas alterações ocasionam o aparecimento de patologias que podem ter início na infância e adolescência, acarretando graves problemas de saúde, sendo a população mais afetada a de mulheres. 38 Os TCA têm aumentado de forma significativa e o seu desenvolvimento está associado a fatores biológicos, psicológicos e socioculturais (BANDEIRA et al., 2016), porém não foi elucidado se esse aumento corresponde ao número de casos ou de diagnóstico precoce. A prevalência de TCA em todo o mundo atualmente é de 0,5 a 3,7% (BERMUDEZ et al., 2016). Os TCA correspondem a Anorexia Nervosa (AN), Bulimia Nervosa (BN) e Transtorno Alimentar Sem Outra Especificação (TASOE). Esses TCA estão relacionados a uma desorganização e desequilíbrio do comportamento alimentar (SOUZA e PESSA, 2016), sendo a insatisfação corporal apontada como o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença (CARVALHO et al., 2013). 8.1 Anorexia nervosa A percepção da imagem corporal tem influência na concepção de si próprio e está relacionada especialmente com a insatisfação e o medo de ganhar peso, além da auto avaliação corporal, sendo que a distorção da imagem corporal é apontada como fator desencadeante para o desenvolvimento de TCA (LEITE; AMARAL, 2015). AN apresentam um perfil característico como ansiedade ao extremo, perfeccionismo intenso e incapacidade de se sentirem realizados e satisfeitos (CAMPOS; HAACK, 2012). Na anorexia nervosa, ocorre perda significativa de peso por meio de restrição calórica, prática excessiva de atividade física, uso indevido de purgantes intestinais, uso de fármacos anorexígenos ou diuréticos e/ou indução de vômitos. Há também a preocupação exacerbada com o corpo, acompanhada de autojulgamento e medo de perda de controle quanto ao consumo de calorias e ganho de peso ponderal. Além disso, há diminuição da libido em homens e mulheres, sendo que as mulheres acabam desenvolvendotambém amenorreia (ausência de menstruação) (MESQUITA et al., 2014). Com o agravo do transtorno alimentar acontece a perda de peso e as consequências fisiológicas e psicológicas começam a aparecer. No que diz respeito aos sinais físicos, é possível identificar alguns, como mostra a tabela abaixo. Sinais físicos da anorexia nervosa: 39 Fonte: Mesquita et al. (2014) e Alvarenga et al. (2012). O início do tratamento geralmente acontece de forma ambulatorial, mas quando o paciente apresenta condições físicas e psiquiátricas de risco, ou não responde a este tratamento, é necessário que ocorra a internação do mesmo de forma imediata. Na maioria dos casos é neste instante que tanto a família quanto o paciente percebem a gravidade da doença (NUNES; SANTOS; SOUZA, 2017). A terapêutica é fundamentada em uma abordagem multidisciplinar integrada, com participação de psiquiatras, psicólogos, clínico geral, nutricionistas, acompanhantes terapêuticos, enfermeiros e educadores físicos, sendo que cada profissional desempenha um papel específico durante o tratamento. É importante a presença de uma equipe multidisciplinar devido ao grau de complexidade da doença, em razão das alterações endocrinológicas, nutricionais, comportamentais e psicodinâmicas, ou seja, perturbações tanto do funcionamento psíquico quanto somático do paciente (NUNES; SANTOS; SOUZA, 2017). 40 8.2 Bulimia nervosa A bulimia nervosa caracteriza-se por episódios recorrentes de uma grande ingestão de quantidade de alimentos em um curto período de tempo associada a uma sensação de perda de controle, os chamados episódios bulímicos que buscam não só saciar a fome excessiva como também atender aos estados emocionais e às situações de estresse. Estes episódios são acompanhados de métodos compensatórios inadequados para o controle de peso, como: vômitos auto induzidos, uso de medicamentos, dietas inadequadas e prática de exercícios físicos extenuantes. Diferentemente da AN, na BN não ocorre necessariamente à perda de peso, e assim médicos e familiares têm dificuldade de identificar o problema. A doença ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer mais raramente em homens e mulheres com mais idade (NUNES; SANTOS; SOUZA, 2017). Uma característica predominante no indivíduo com bulimia é a falta de controle do que ele ingere, comendo de maneira exagerada e sem limite. Somados a isso existem os mecanismos de compensação decorrentes de sentimento de culpa após os episódios, como vômitos auto induzidos, uso abusivo de laxantes e diuréticos, períodos intercalados de jejum, consumo de fármacos supressores de apetite ou anorexígenos, hormônios tireóideos e/ou prática de exercícios físicos de maneira exagerada (MESQUITA et al., 2014). Por fim, assim como na anorexia nervosa, o indivíduo com bulimia apresenta a mesma preocupação exacerbada com o corpo e tenta controlar a ingestão calórica por medo de ganhar peso. Diferentemente dos casos de anorexia nervosa, as pessoas com bulimia nervosa costumam permanecer com o peso dentro da normalidade, não sendo esse um sinal físico tão relevante a ser observado. As mulheres podem apresentar menstruação irregular ou ausente, fraqueza e letargia, dores abdominais e de dente (ALVARENGA; KORITAR; POLACOW, 2012; MESQUITA et al., 2014). Os sinais físicos associados à bulimia nervosa: 41 Fonte: Mesquita et al. (2014) e Alvarenga et al. (2012). 42 BIBLIOGRAFIA ALVARENGA, M.S.; SCAGLIUSI, F.B.; PHILIPPI, S.T. Comportamento de risco para transtorno alimentar em universitárias brasileiras. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 03-07, 2011. Alves KPA, Jaime PC. A Política Nacional de alimentação e Nutrição e seu diálogo com a Política Nacional de Segurança alimentar e Nutricional. Cien Saude Colet 2014; 19(11):4331-4340. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of medical care in diabetes. Diabetes Care 2017; 40(Suppl 1) S1-131. ANDRADE, M. 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