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Assédio no ambiente de trabalho

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Assédio Moral e Sexual no ambiente de Trabalho
O que é assédio moral?
Assédio moral é a exposição de pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício de suas atividades. É uma conduta que traz danos à dignidade e à integridade do indivíduo, colocando a saúde em risco e prejudicando o ambiente de trabalho.
É uma forma de violência que tem como objetivo desestabilizar emocional e profissionalmente o indivíduo e pode ocorrer por meio de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) e indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social). 
Essas condutas são incompatíveis com a Constituição da República e com diversas leis que tratam da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho. Por isso, devem ser combatidas!
No ambiente de trabalho, o assédio moral pode ser classificado de acordo com a sua abrangência: 
Existem várias classificações para os tipos de assédio moral, são esses, Interpessoal,institucional,vertical descendente, vertical ascendente e o horizontal e misto.
- Assédio moral interpessoal: Ocorre de maneira individual, direta e pessoal, com a finalidade de prejudicar ou eliminar o profissional na relação com a equipe; 
- Assédio moral institucional: Ocorre quando a própria organização incentiva ou tolera atos de assédio. Neste caso, a própria pessoa jurídica é também autora da agressão, uma vez que, por meio de seus administradores, utiliza-se de estratégias organizacionais desumanas para melhorar a produtividade, criando uma cultura institucional de humilhação e controle. 
- Assédio moral vertical: Ocorre entre pessoas de nível hierárquico diferentes, chefes e subordinados, e pode ser subdividido em duas espécies:
- Descendente: assédio caracterizado pela pressão dos chefes em relação aos subordinados. Os superiores se aproveitam de sua condição de autoridade para pôr o colaborador em situações desconfortáveis, como desempenhar uma tarefa que não faz parte de seu ofício e qualificação, a fim de puni-lo pelo cometimento de algum erro, por exemplo. 
- Ascendente: Assédio praticado por subordinado ou grupo de subordinados contra o chefe. Consiste em causar constrangimento ao superior hierárquico por interesses diversos. Ações ou omissões para “boicotar” um novo gestor, indiretas frequentes diante dos colegas e até chantagem visando a uma promoção são exemplos de assédio moral desse tipo.
- Assédio moral horizontal: Ocorre entre pessoas que pertencem ao mesmo nível de hierarquia. É um comportamento instigado pelo clima de competição exagerado entre colegas de trabalho.
- Assédio moral misto: Consiste na acumulação do assédio moral vertical e horizontal. A pessoa é assediada por superiores hierárquicos e também por colegas de trabalho. Em geral, a iniciativa da agressão começa sempre com um autor, fazendo com que os demais acabem seguindo o mesmo comportamento.
O que não é?
-	Exigências profissionais: Exigir que o trabalho seja cumprido com eficiência e estimular o cumprimento de metas não é assédio moral. Imposição de metas e objetivos não podem ser considerados assédio moral. No cotidiano do ambiente de trabalho, é natural existir cobranças, críticas e avaliações sobre o trabalho e o comportamento profissional dos colaboradores. Por isso, eventuais reclamações por tarefa não cumprida ou realizada com displicência não configuram assédio moral.
-	Aumento do volume de trabalho: Dependendo do tipo de atividade desenvolvida, pode haver períodos de maior volume de trabalho. A realização de serviço extraordinário é possível, se dentro dos limites da legislação e por necessidade de serviço. A sobrecarga de trabalho só se caracteriza como assédio moral quando é usada para denegrir ou punir o funcionário.
 -	Uso de mecanismos tecnológicos de controle: Para gerir o quadro de pessoal, as organizações cada vez mais se utilizam de mecanismos tecnológicos de controle, como ponto eletrônico. Essas ferramentas não podem ser consideradas meios de intimidação, uma vez que servem para o controle da frequência e da assiduidade dos colaboradores.
-	Más condições de trabalho: A condição física do ambiente de trabalho (ambiente pequeno e pouco iluminado, por exemplo) não representa assédio moral, a não ser que o profissional seja colocado nessas condições com o objetivo de desmerecê-lo frente aos demais.
Causas
As causas do assédio moral no ambiente de trabalho estão ligadas a fatores econômicos, culturais e emocionais. 
Consequências 
O assédio moral traz consequências psíquicas, físicas, sociais e profissionais para o assediado e prejudica o ambiente de trabalho, as organizações e o Estado.
Consequências para o indivíduo
Dores generalizadas; Distúrbios digestivos; Dores de cabeça; Hipertensão arterial (pressão alta); Alteração do sono; Irritabilidade; Crises de choro; Abandono de relações pessoais; Problemas familiares; Isolamento; Depressão; Síndrome do pânico; Estresse; Esgotamento físico e emocional; Perda do significado do trabalho; e Suicídio.
 Consequências para a organização
Redução da produtividade; Rotatividade de pessoal; Aumento de erros e acidentes; Absenteísmo (faltas); Licenças médicas; Exposição negativa da marca; Indenizações trabalhistas; e Multas administrativas.
O que é assédio sexual no ambiente de trabalho?
O assédio sexual no ambiente de trabalho é a conduta de natureza sexual, manifestada fisicamente, por palavras, gestos ou outros meios, propostas ou impostas às mulheres contra sua vontade, causando-lhes constrangimento e violando a sua liberdade sexual.
O assédio sexual viola a dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais da vítima, tais como a liberdade, a intimidade, a vida privada, a honra, a igualdade de tratamento, o valor social do trabalho e o direito ao meio ambiente de trabalho sadio e seguro. (Cartilha Assédio Sexual do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Procuradoria Geral do Trabalho, 2017).
A intenção do assediador no ambiente de trabalho pode ser expressa de várias formas, como comentários sexuais (piadas de duplo sentido, insinuações ou gracejos), fotos de mulheres nuas, brincadeiras tipicamente sexistas ou comentários constrangedores sobre a figura do gênero oposto.
Para que o assédio sexual se configure plenamente, não basta a conduta de natureza sexual. De fato, é essencial que esta conduta seja repelida pelo seu destinatário, expressamente ou pela observação do que ordinariamente acontece.
A doutrinadora Vólia Bomfim Cassar dispõe sobre requisitos necessários para caracterização do assédio sexual:
a) assediador e assediado;
b) conduta de natureza sexual;
c) conduta repelida pelo assediado;
d) reiteração da conduta, como regra geral.
Portanto, o assédio consiste em uma conduta indesejada pela vítima, o qual fere o direito à intimidade protegido pelo art. 5°, inciso X da CF/1988, onde referido dispositivo garante a inviolabilidade da intimidade, da honra, da imagem e da vida privada das pessoas, garantido o direito a indenização pelo dano moral ou/e dano material no caso de violação.
Espécies de Assédio Sexual
Há uma divisão em duas partes sobre o tema assédio perante a doutrina, portanto, tem-se o assédio por chantagem e o assédio por intimidação (também conhecida por assédio ambiental).
Assédio por chantagem:
O assédio por chantagem ou “quid pro quo” (isto por aquilo) ocorre quando o superior hierárquico, se valendo do seu poder ameaça a vítima com a perda de vantagens ou até mesmo do próprio emprego caso não lhe preste “serviços sexuais”, sendo esse o tipo de assédio mais comum.
A doutrinadora Vólia Bomfim Cassar (Direito do Trabalho de acordo com a Reforma Trabalhista, Ed. Método, Ano 2017) ainda dispõe que a chantagem pode acontecer com a promessa de promoção ou alguma vantagem ao empregado.
Em regra, quem tem proveito do assédio é o próprio agente, contudo é possível que seja praticado para terceiros, como obrigar a vítima a prestar “favores sexuais” para clientes da empresa, por exemplo.Assédio por intimidação
O assédio por intimidação ocorre quando a vítima é exposta a situações vexatórias/constrangedoras, humilhantes ou inoportunas.
Nesse caso a vítima é hostilizada com investidas sexuais, piadas, gestos sexuais, propostas etc.
Pode ser praticado pelo chefe, gerente, outro supervisor hierárquico e até mesmo por um ou por vários colegas de trabalho.
Os atos compõem um contexto e decorrem de ambiente de trabalho nocivo, onde na grande maioria, a intenção é prejudicar, pressionar ou até mesmo desestabilizar a vítima.
Formas de manifestação
Com relação a manifestação do assédio sexual, este poderá assumir as seguintes formas:
a) forma física;
b) forma verbal e;
c) forma não verbal.
Forma física: consiste em toques, encurralamento da vítima em determinado espaço, apertos, palmadas, esbarrões propositais, apalpadelas, agarramentos, entre outros, ou seja, com o toque na vítima.
Forma verbal: se caracteriza por convites reiterados a vítima para sair, pressões sexuais, telefonemas e mensagens obscenas, comentários desnecessários e inoportunos com teor sexual.
Forma não verbal: a doutrinadora Alice Monteiro de Barros (Curso de Direito do Trabalho, Ed. Ltr) dispõe que a forma não verbal é taxada por olhares indiscretos e maliciosos, exibição de fotos e até textos pornográficos seguidos de insinuações, perseguição a vítima, passeios próximos a residência da vítima ou em locais em que ela se encontre, exibicionismo etc.
Situações que podem ser consideradas assédio sexual
· Conversar ou contar piadas com caráter obsceno e sexual;
· Compartilhar ou mostrar imagens ou desenhos de conotação sexual;
· Enviar cartas, e-mails, mensagem ou fazer ligações telefônicas de natureza sexual;
· Avaliar uma pessoa unicamente pelos seus atributos físicos;
· Fazer comentários sexuais sobre a forma de se vestir ou se apresentar;
· Assobiar ou fazer sons inapropriados em público;
· Fazer gestos ou emitir sons de natureza sexual;
· Fazer ameaças diretas ou indiretas com o objetivo de conseguir favores sexuais;
· Convidar uma pessoa repetidamente para manter relações sexuais ou para saídas;
· Insultar ou dizer palavrões;
· Olhar de forma ofensiva;
· Levantar questões inapropriadas sobre a vida sexual de alguém;
· Abraçar, tocar, beijar ou encostar em uma pessoa sem permissão;
· Seguir uma pessoa ou tentar controlá-la;
· Tocar uma pessoa para que outros vejam;
· Molestar com palavras ou gestos;
· Atacar sexualmente.
Consequências ao Indivíduo 
O assédio sexual no ambiente de trabalho acarreta várias consequências, dentre elas emocionais, psicológicas e até mesmo físicas ao assediado (a), fazendo com que diminua a vontade de continuar ao trabalho, o que pode resultar em depressão, ansiedade e estresse emocional, entendendo desta maneira Cairo Júnior (2018, p.1069/1070).
 O assédio pode ser provado de diferentes formas, dentre elas gravações,mensagens por e-mail, bilhetes, car
tas, áudios, vídeos, ligações, aplicativo de mensagens diversos dentre eles whatsapp, pelas redes sociais, ou através de testemunhas. (IEIRI, 2017, n.p.) Acontece que por se tratar de um ato capaz de constranger e até mesmo de provar, dificilmente chegam até o judiciário, pois muitas vezes o assediador (a) não expõe publicamente sua conduta, ocorrendo em ambientes onde não se tem à presença de testemunhas o que dificulta a constatação do delito por não se tornar público. O medo de perder o emprego ou até mesmo de sofrer alguma discriminação impede que casos de assédio sejam expostos a públicos, pela falta de provas ou até mesmo pelas consequências da denunciação do ato. 
Responsabilidade do Empregador
Na esfera trabalhista, o assédio sexual poderá configurar justa causa do assediador, conforme o artigo 482, b e j da CLT, bem como o pedido de rescisão indireta do contrato de trabalho por parte do assediado (justa causa do empregador), de acordo com o artigo 483, e, do mesmo dispositivo (NASCIMENTO, 2015, p. 87). O Código Civil reconhece, além da responsabilidade civil por ato próprio, a responsabilidade civil indireta por ato de terceiro, que abrange o empregador ou comitente por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele.

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