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E-book 4 - Atelier de projeto

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CONFORTO AMBIENTAL ECONFORTO AMBIENTAL E
LUMINOTÉCNICALUMINOTÉCNICA
ATELIER DE PROJETOATELIER DE PROJETO
Autor: Me. Thais Kawamoto Amarães
Revisor : Fernanda Delmutte de Andrade
IN IC IAR
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introdução
Introdução
A prática de projeto é pautada em uma série de fundamentos técnicos. Isso
signi�ca que não podemos projetar sem antes identi�carmos toda esta teoria
que serve de embasamento. Uma vez que compreendemos toda a
fundamentação teórica, chega a hora de �nalmente “botar no papel” tudo
aquilo que estudamos. Em nossas análises iremos compreender como aplicar,
na prática, princípios de conforto ambiental e do projeto luminotécnico. Para
isso, iremos observar como o conforto ambiental pode ser aplicado em
projeto e quais as diretrizes para um projeto luminotécnico. Em seguida,
�nalizamos nossos estudos com uma discussão sobre a idealização,
experimentação e evolução da proposta de projeto.
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A arquitetura bioclimática busca compatibilizar as construções com o meio
ambiente, de modo a otimizar os recursos naturais disponíveis e proporcionar
conforto ambiental ao ser humano. Durante a elaboração de um projeto
arquitetônico ou de interiores, o pro�ssional estará lidando diretamente com
uma série de condicionantes inerentes ao local do projeto. Neste ponto, uma
das características fundamentais a ser analisada é o clima, assim como o
microclima, da área do projeto.
Dentro de uma mesma cidade, ou seja, dentro de uma área com o mesmo
clima, iremos encontrar diversos microclimas, que devem ser considerados
pelo projetista. As variações de topogra�a, densidade construtiva, quantidade
de vegetação, tipo de piso e poluição na área fazem com que as regiões de
uma mesma cidade possuam características particulares.
Conforto AmbientalConforto Ambiental
Aplicado ao ProjetoAplicado ao Projeto
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Observar tais pontos é fundamental para que possamos projetar buscando o
conforto ambiental aos usuários dos espaços criados. O conceito de conforto
ambiental abrange diversos aspectos de uma edi�cação, como por exemplo,
os confortos acústico, lumínico e térmico.
Atualmente existem diversas normas que versam sobre os requisitos de
conforto ambiental que as edi�cações projetadas devem cumprir. Lembre-se
de sempre consultar tais referências antes de iniciar o seu projeto. Observe,
na relação a seguir, quais as principais normativas brasileiras sobre o conforto
ambiental.
Conforto acústico: NBR 10152:2017 Acústica- níveis de pressão
sonora em ambientes internos e edi�cações, NBR 12179:1992
Tratamento acústico em recintos fechados- Procedimentos.
Conforto lumínico: NBR 15575: 2013 Edi�cações habitacionais-
Desempenho.
Conforto térmico: NBR 15220:2005 Desempenho térmico das
edi�cações.
reflita
Re�ita
A paisagem urbana passou por diversas transformações.
Ações como a impermeabilização do solo e a verticalização
das edi�cações in�uenciaram na transformação do microclima
de diversos centros urbanos. Este novo contexto interfere,
também, no conforto ambiental das cidades e
consequentemente na qualidade de vida da população. Para
promovermos o conforto ambiental, devemos pensar não
apenas nas ações pontuais dentro da edi�cação, mas também
na cidade como um todo.
Fonte: Elaborado pela autora.
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Fique atento (a), pois as normas são revisadas e podem ser alteradas. É
importante sempre veri�car qual a norma em vigência a cada projeto que
realizamos.
Além de promover o conforto para o ser humano, a arquitetura bioclimática
envolve também técnicas para a melhoria da e�ciência energética nas
edi�cações. Este ponto está diretamente ligado à sustentabilidade das
edi�cações, tema que vem sendo discutido de forma recorrente, sobretudo
na construção civil. Segundo Mählmann et al. (2018), existem alguns princípios
básicos a serem observados em projeto:
Criar espaços saudáveis para os usuários.
Considerar ciclo de vida da estrutura edi�cada.
Minimizar desperdícios.
Usar fontes de energia e de materiais renováveis.
Os autores apontam, ainda, que o projetista pode adotar diversas técnicas
para promover o conforto na edi�cação, observando os princípios da
arquitetura bioclimática, como por exemplo:
Realizar estudos do clima e do microclima da região do projeto.
Utilizar o resfriamento evaporativo.
Utilizar o aquecimento solar passivo.
Priorizar a ventilação natural.
Prever sombreamento das aberturas.
Usar brises em aberturas.
Utilização de telhados e paredes verdes.
O conforto ambiental de uma edi�cação não deve ser um aspecto analisado
após a concepção do projeto arquitetônico ou de interiores, mas sim um
ponto a ser trabalhado em conjunto. Isso signi�ca que as concepções
estéticas e funcionais da edi�cação devem ser pensadas simultaneamente
com os princípios de conforto e suas respectivas normas.
Em algumas situações o projetista estará trabalhando com um espaço já
construído. Nestes cenários, caso o ambiente não apresente as condições
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adequadas de conforto ambiental, o pro�ssional deverá propor medidas para
corrigir os pontos necessários.
O tratamento das fachadas, coberturas e aberturas nas edi�cações merece
atenção especial do projetista, pois é através destas interfaces que o meio
interno (interior da edi�cação) e meio externo (meio ambiente) se relacionam.
Para a adequação do interior das edi�cações o uso correto dos materiais é
um princípio projetual que deve ser adotado. Todos os materiais possuem
comportamentos particulares de absorção de som, luz e calor. O modo como
aplicamos estes materiais no projeto faz a diferença no conforto ambiental de
cada espaço.
Com relação à absorção de som, os materiais de baixa densidade, ou seja,
aqueles com poros “mais abertos”, possuem maior capacidade de absorção
de som e são utilizados para promover o isolamento acústico e evitar o eco,
causado pela re�exão da onda sonora. Materiais como tecidos, feltros e
espumas são exemplos de bons absorvedores.
Analisando os materiais sob o ponto de vista da absorção da luz, cabe
destacar que quando um raio de luz incide sobre um material, podem ocorrer
três comportamentos: a re�exão, quando o raio é re�etido; a refração,
quando o raio atravessa a superfície e se propaga em outro meio; e a
absorção, quando o raio incide na superfície e é transformada em outro tipo
de energia, como o calor.
As cores escuras, como o preto, por exemplo, absorvem mais luz do que as
cores claras, que por sua vez re�etem esta energia. Isso signi�ca que, além de
nos preocuparmos com o tipo de material utilizado no projeto, a cor do
material também é fundamental para a promoção do conforto ambiental.
Com relação ao calor e o comportamento dos materiais, precisamos observar
quais são aqueles que apresentam propriedades de isolamento térmico. Os
bons isolantes são os materiais de baixa condutividade térmica, alta
porosidade e baixa densidade, como por exemplo, o isopor e a madeira.
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Deste modo, podemos perceber que a especi�caçãode materiais em um
projeto não deve ser feita exclusivamente com base em suas características
plásticas ou de custo. As características dos materiais re�etem diretamente
no conforto ambiental de um projeto.
praticar
Vamos Praticar
Com o objetivo de alcançar o conforto ambiental para uma residência através da
arquitetura bioclimática, um arquiteto projetou um espelho d´água na cobertura da
edi�cação. Esta estratégia permitiu que a cobertura fosse mantida a uma
temperatura abaixo do restante da construção. A partir do apresentado, assinale a
alternativa que corresponda ao princípio de arquitetura bioclimática empregado no
exemplo.
a) Brise soleil.
b) Resfriamento evaporativo.
c) Telhado verde.
d) Ventilação natural.
e) Aquecimento solar passivo.
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Durante muito tempo o projeto luminotécnico se resumia a projetar
iluminação adequada para que o usuário do espaço pudesse realizar as suas
tarefas de modo confortável e seguro. Neste cenário, o projeto luminotécnico
era um dos últimos pontos trabalhados dentro da arquitetura de interiores.
Hoje, sabemos que a iluminação exerce um papel fundamental na
composição dos espaços. É através dela que concebemos os ambientes,
destacamos elementos no projeto e valorizamos a edi�cação. Por meio da
iluminação é possível, ainda, despertar diferentes sensações e provocar
diversos estímulos nos ocupantes dos espaços projetados.
Deste modo, o projeto luminotécnico deve ser pensado simultaneamente
com o projeto arquitetônico e de interiores. Souza et. al. (2018) apontam que
existem diversos fatores que o projetista deve considerar em sua proposta
luminotécnica, como:
Ambiência e lugar.
Tarefas realizadas no ambiente.
Custos (iniciais e operacionais).
Diretrizes para o ProjetoDiretrizes para o Projeto
LuminotécnicoLuminotécnico
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Integração com arquitetura.
Instalação e manutenção.
Relações de contraste entre iluminação natural e arti�cial, evitando
ofuscamento.
Manutenção da aparência e da reprodução de cor.
E�ciência no consumo de energia.
Regulamentos e normas.
Entre os regulamentos e normas que versam sobre a iluminação, destacamos
a NBR ISSO/CIE 8995-1:2013 Iluminação de ambientes de trabalho. Segundo a
referida norma, o planejamento dos ambientes, sob o ponto de vista da
iluminação, deve ser feito conforme o tipo de ambiente e a tarefa realizada no
local. Enquanto uma sala de descanso demanda iluminância de 100 lux, uma
sala para desenho técnico exige 750 lux.
Ainda de acordo com tal norma, parâmetros como distribuição da luminância,
iluminância, ofuscamento, direcionalidiade da luz, aspecto da cor da luz e
superfícies, cintilação, luz natural e manutenção, devem ser observados para
o projeto luminotécnico com a �nalidade de contribuir para o ambiente
luminoso.
É importante destacarmos que nos parâmetros de iluminância o projetista
deve analisar não apenas a iluminância na área de tarefa, mas também os
índices de iluminância no entorno imediato. A norma aponta que o contraste
drástico nas iluminâncias do entorno imediato e da área de tarefa leva o
usuário a realizar um grande esforço visual que pode causar desconforto.
A e�ciência no consumo de energia em um projeto luminotécnico não diz
respeito apenas à e�ciência das luminárias especi�cadas. Um bom projeto
deve propor o uso adequado da iluminação natural, reduzindo o consumo de
fontes arti�ciais. Segundo Souza et. al. (2018), a luz solar direta nos espaços
de interiores pode chegar a até 100.000 lux, enquanto a lux difusa varia entre
5.000 e 20.000 lux.
As fontes arti�ciais, por sua vez, devem ser pensadas de forma a promover a
máxima e�ciência energética para atingir a proposta para o espaço. Mas
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a�nal, o que é e�ciência energética? É fundamental retomarmos este conceito
para podermos projetar corretamente.
De acordo com Souza et. al. (2018), a e�ciência energética, objeto de políticas
públicas nacionais de incentivo, relaciona o consumo energético usado
durante um processo a �m de obter um determinado resultado. Quanto
menor o consumo energético para produzir um mesmo resultado, mais
e�ciente o processo. 
Na arquitetura a própria implantação da edi�cação e suas aberturas com
relação à orientação solar já são medidas que podem tornar a construção
mais e�ciente sob o ponto de vista de consumo de energia.
Analisando o projeto luminotécnico para além de seu caráter utilitário, iremos
encontrar diversos efeitos de iluminação que podem ser obtidos no ambiente.
A seguir, relacionamos algumas das técnicas que você pode empregar em
seus projetos:
saiba mais
Saiba mais
Em 1984 o Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (INMETRO) iniciou o
Programa Brasileiro de Etiquetagem. Este
programa tem como objetivo informar ao
consumidor o consumo de energia de cada
equipamento, por meio de seu desempenho.
Hoje, o programa apresenta o desempenho
de equipamentos que não necessariamente
utilizam a energia elétrica como fonte.
Aquecedores a gás, fogões e até mesmo
carros tem a sua e�ciência energética
avaliada pelo instituto.
Fonte: Souza et. al. (2018)
ACESSAR
http://www.inmetro.gov.br/consumidor/tabelas.asp
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Downlight: uma das formas mais tradicionais de iluminação, nela a luz
é direcionada de cima para baixo, pode ser aplicada tanto de modo
difuso quanto de modo focado.
Uplight: ao contrário da técnica de downlight , neste caso a luz é
direcionada de baixo para cima. O efeito obtido é bastante cênico e
esta técnica é utilizada para evidenciar a verticalidade dos elementos,
como pilares e vegetações.
Wallwash: a luz é direcionada uniformemente para uma superfície
vertical, como uma parede. A sensação obtida com esta técnica é de
amplitude de espaço.
Grazing: assim como na técnica de wallwash , no grazing existe uma
“lavagem de luz sobre a superfície”. No entanto, a diferença é que
neste caso o objetivo é destacar a textura desta superfície, através do
jogo de luz e sombra.
Backlight: a luz é posicionada atrás do elemento que se deseja
destacar, criando um plano de luz de fundo e valorizando o contorno
dos objetos.
Através das técnicas de iluminação, é possível alcançarmos diversos efeitos
visuais. A iluminação é capaz de destacar uma área do projeto, separar
ambientes por usos ou setorizá-los, conectar ambientes separados
�sicamente, determinar a hierarquia espacial dos ambientes, além de atribuir
ritmo e movimento à composição visual. As de�nições espaciais de um
projeto estão relacionadas à manipulação da luz.
praticar
Vamos Praticar
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A iluminação pode ser utilizada tanto para permitir a visibilidade em um espaço
quanto para garantir efeitos que valorizem a composição. Neste sentido, o projeto
luminotécnico deve considerar os elementos arquitetônicos e de decoração no local
a ser projetado. Considerando a técnica de iluminação Uplight , assinale a alternativa
correta.
a) Esta técnica direciona a luz por detrás dos objetos e pode ser usada para
valorizar o contorno dos mesmos.
b) Esta técnica ilumina superfícies como paredes e pode ser usada para
destacar as texturas dos materiais.
c) Esta técnica garante sensação de amplitude de espaço e pode ser usada
sobre superfícies como paredes.
d) Esta técnica aplica a luz direcionada de cima para baixoe pode ser usada
de modo difuso ou focado.
e) Esta técnica apresenta efeito cênico e pode ser usada para valorizar
vegetações como palmeiras.
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Embora o cenário ideal seja aquele no qual o conforto ambiental é projetado
simultaneamente com o projeto arquitetônico, de interiores e lumínico,
muitas vezes isso não é possível. Apesar da temática de conforto, e�ciência e
sustentabilidade serem assuntos recorrentes nas discussões, ainda assim
atualmente existe um descaso generalizado na produção das edi�cações.
Podemos observar que em muitas situações existe a reprodução em massa
de projetos arquitetônicos, sem que sejam observadas as relações de entorno
bem como as particularidades do sítio e do usuário. O resultado desta ação
são construções de baixa qualidade de conforto ambiental.
Diante disso, durante a nossa jornada pro�ssional é necessário estarmos
aptos para promover a adequação de tais espaços em busca do conforto
ambiental para seus ocupantes. O processo de projeto, seja ele arquitetônico,
estrutural, de interiores ou luminotécnico, perpassa por uma sequência de
etapas que deve ser respeitada pelo projetista. É importante destacar que não
podemos simplesmente “pular etapas” de projeto, pois tal ação pode
desencadear uma reação inesperada que prejudicará o produto �nal.
Idealização eIdealização e
ExperimentaçãoExperimentação
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O primeiro passo para elaborar um projeto é o levantamento de todas as
condicionantes e particularidades do local no qual ele será inserido. Este é o
momento de identi�car as características que irão in�uenciar, seja
diretamente ou indiretamente, na proposta projetual. Neste levantamento
devem ser reconhecidas, também, qual o per�l do usuário dos ambientes
projetados, assim como quais as tarefas serão desenvolvidas em cada espaço.
Com todas estas informações em mãos, podemos passar para a próxima
etapa, que consiste na análise do local do projeto. Para compreendermos as
condicionantes do local existe uma grande diversidade de ferramentas que
dão suporte ao projeto. Ferramentas de avaliação térmica, ventilação,
conforto luminoso, radiação e acústica estão disponíveis em forma de
softwares que, além de analisar o existente também são capazes de emitir
avaliações e reproduzir simulações de cenários projetados. Através destas
análises podemos elaborar os diagnósticos para cada situação.
O diagnóstico obtido irá apontar qual o caminho devemos seguir em nosso
projeto. Por exemplo, uma sala de estúdio musical irá demandar ações
projetuais de conforto ambiental distintas de uma sala de escritório. Através
do diagnóstico temos compreensão de quais os parâmetros de conforto
ambiental devem ser trabalhados para que a proposta �nal seja adequada ao
tipo de uso esperado para o local.
É neste momento que se inicia a fase de idealização e experimentação do
projeto. Uma boa proposta não surge de uma hora para outra. Segundo Ching
(2014), o processo de projeto é um processo exploratório. Embora existam
métodos que orientem a produção de um projeto, é nesta fase que temos a
“liberdade” para explorar eventuais soluções, mesmo que elas não sejam as
mais adequadas. As ideias rudimentares vão sendo gradualmente
desenvolvidas, lapidadas, até alcançarmos a melhor solução para cada caso.
Durante esta etapa é fundamental que o projetista tenha �exibilidade para
explorar uma variedade de abordagens. Muitas vezes a primeira solução
projetual adequada que encontramos não é a melhor resposta para o
problema que tentamos solucionar. Neste sentido, precisamos testar o
projeto antes de sua execução. Deste modo, novamente as ferramentas
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digitais, como os softwares de simulação de conforto térmico, acústico e
lumínico, se demonstram fundamentais durante o processo.
Para avaliar a composição do projeto, é possível utilizarmos, também,
softwares de modelagem tridimensional, como o SketchUp, por exemplo.
Através da renderização de imagens e vídeos conseguimos obter uma
percepção de como será o projeto após executado. Isso é válido tanto para a
textura e cores dos materiais como para os efeitos obtidos com a iluminação
projetada. 
praticar
Vamos Praticar
O projeto luminotécnico deve ser feito preferencialmente em conjunto com o
projeto arquitetônico e de interiores. Entre as etapas de projeto destaca-se a fase
de levantamento. Neste momento, o projetista deve identi�car as condicionantes do
local para o qual irá projetar. Considerando esta etapa, assinale a alternativa
correta.
a) O levantamento deve ser feito preferencialmente de modo remoto.
b) Através dos dados coletados é possível realizar análise e diagnóstico do
local.
c) Esta etapa pode ser dispensada caso o projeto seja para uma edi�cação já
existente.
d) A visita in loco permite a identi�cação do programa de necessidades para
o projeto.
e) Durante esta etapa são feitas simulações através do uso de softwares.
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Durante a evolução do processo de projeto, uma das principais ferramentas
com as quais iremos lidar é o desenho. Seja o desenho construído
manualmente, ou então, aquele auxiliado pelo computador, a representação
grá�ca é um instrumento precioso tanto para transmitirmos nossas ideias
quanto para conseguirmos concebê-las.
Segundo Ching (2014), o uso de diagramas é uma das técnicas para a geração
de ideias. Através do diagrama é possível estudar e analisar as soluções e
tomar decisões projetuais. O diagrama é composto por formas abstratas que
simbolizam os elementos �nais, deste modo, é possível simpli�car elementos
mais complexos, o que torna mais dinâmica a sua edição e manipulação por
parte do projetista.
Neste sentido, o autor relaciona alguns dos principais tipos de diagramas que
podem ser empregados durante a evolução do processo projetual:
Diagrama de relações: este tipo de diagrama é bastante utilizado
quando estamos projetando a iluminação de um espaço ou
pensando em atender as demandas de conforto ambiental. Neste
EvoluçãoEvolução
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tipo de esquemas procuramos evidenciar os vínculos entre as
entidades. Para isso utilizamos linhas e setas, variando a sua largura
e valor tonal para destacar a hierarquia das relações. Através deste
tipo de diagrama é possível representar, por exemplo, ventos
dominantes em uma região, o caminho aparente do sol, a insolação
que incide sobre um brise, entre outros.
Diagrama de conceitos: este tipo de diagrama é mais recorrente nas
etapas iniciais de um projeto para esclarecer conceitos. Através
destes esquemas é possível descrever o partido de projeto, o terreno
ou até mesmo as questões formais de projeto. Segundo Ching (2014),
um diagrama de conceitos deve ser inclusivo, visualmente descritivo,
adaptável e sustentável.
Figura 4.1 – Exemplos de diagrama de relações. 
Fonte: Ching (2014, p. 219).
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Os diagramas são aplicados no contexto da concepção das ideias e tomadas
de decisões. Já para o registro e apresentação das decisões tomadas, sejapara o cliente ou para a execução da obra, utilizamos o desenho técnico.
A representação do projeto de iluminação usualmente é feita através de
planta baixa e corte. Por meio destas duas peças grá�cas é possível
compreender como será a relação estabelecida entre as luminárias e o
ambiente. Lembre-se que para isso é necessário considerarmos o layout do
espaço com o qual estamos trabalhando, assim como as aberturas de portas
e janelas para o ambiente externo.
Na planta, além da indicação de forro e seus componentes, como negativos,
sancas e cortineiros, é necessário representar os pontos de iluminação. Estes
pontos são registrados por meio de símbolos que devem constar em legenda
juntamente com sua descrição (tipo, potência da lâmpada, temperatura de
Figura 4.2 – Exemplos de diagrama de conceitos. 
Fonte: Ching (2014, p. 220).
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cor) e quantidade. Em planta baixa também é comum indicarmos números ou
letras junto ao símbolo de cada ponto de iluminação. Deste modo,
representamos também os circuitos de acionamento de cada luminária.
Embora a planta baixa e o corte sejam as peças grá�cas mais tradicionais,
também é possível utilizarmos o desenho de vistas para o registro da
iluminação. As arandelas, por exemplo, são melhor representadas e cotadas
quando desenhamos uma vista da parede na qual elas serão instaladas.
É importante destacar que determinados espaços, sobretudo aqueles com
grande �uxo de pessoas, demandam também projeto do sistema de
iluminação de emergência. Esta iluminação é composta por blocos
autônomos que orientam os ocupantes sobre a localização das saídas da
edi�cação durante as situações de falta de energia, seja ela por falha da
energia elétrica fornecida pela concessionária ou então em caso de
desligamento da energia elétrica em decorrência de incêndio. A NBR
10898:2013 Sistema de iluminação de emergência traz as diretrizes
necessárias para este tipo de projeto.
Apesar dos apontamos que apresentamos de forma sistematizada, o
desenvolvimento de um projeto nem sempre é um caminho claro e linear. O
processo de projeto, que envolve análise, correções, ajustes e novas
propostas é cíclico. Por este motivo, não desanime caso você sinta di�culdade
ao iniciar os seus primeiros projetos!
praticar
Vamos Praticar
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A representação grá�ca é parte fundamental do processo de elaboração de um
projeto. Nos diagramas, através de linhas, setas e �guras esquemáticas, o projetista
pode representar os elementos compositivos de sua proposta, assim como a
relação estabelecida entre eles. A partir desta a�rmativa, assinale a alternativa que
apresente a fase de projeto na qual utiliza-se o diagrama.
a) Levantamento.
b) Projeto executivo.
c) Execução.
d) Concepção da proposta.
e) Programa de necessidades.
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indicações
Material
Complementar
FILME
Uma verdade inconveniente
Ano: 2006
Comentário: Pensar no conforto ambiental dos
espaços projetados signi�ca adequá-los para que os
seres humanos possam ocupá-los de modo seguro. A
cada ano que passa percebemos que criar espaços
adequados do ponto de vista do conforto térmico é
cada vez mais complexo. Mas a�nal, por que isso
acontece?
O aquecimento global é uma realidade com a qual a
sociedade contemporânea vem vivendo. No
documentário indicado, Al Gore apresenta uma análise
sobre este cenário.
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TRA ILER
LIVRO
Manual de Arquitetura Bioclimática
Tropical para a redução de consumo
energético.
Oscar Corbella e Viviane Corner
Editora: Revan
ISBN: 9788571064089
Comentário: Reduzir o consumo energético das
edi�cações não é apenas uma medida para redução de
custos aos ocupantes, mas também uma
responsabilidade ambiental. Na leitura indicada você
irá aprofundar os seus conhecimentos sobre como as
ações projetuais podem interferir no consumo
energético de uma edi�cação. O livro, que é dividido em
duas partes, conta tanto com a fundamentação teórica
sobre o conforto ambiental e a arquitetura bioclimática,
quanto a prática, com estratégias que podem ser
aplicadas em projeto.
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conclusão
Conclusão
Para a criação de um projeto, teoria e prática devem caminhar lado a lado.
Não podemos criar um projeto sem o embasamento teórico, e da mesma
forma, apenas a teoria não é capaz de transformar os espaços. O projeto é
um processo longo no qual estamos constantemente mesclando teoria e
prática para responder questões espaciais. Deste modo, em nossos estudos
avaliamos como é realizado o processo de projeto considerando as questões
de conforto ambiental. Analisamos quais as diretrizes para um projeto
luminotécnico levando em consideração aspectos como a realização de
tarefas, efeitos compositivos e e�ciência energética. Finalizamos nossa
discussão compreendendo como ocorre a idealização, experimentação e
evolução do projeto.
referências
Referências
Bibliográ�cas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/CIE 8995-1:
Iluminação de ambientes de trabalho . Rio de Janeiro. 2013.
CHING, Francis D.K. Introdução à arquitetura . Porto Alegre: Bookman, 2014.
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MÄHLMANN, Fabiana Galves; SCOPEL, Vanessa Guerini; MARIANO, Gabriela
Ferreira; CASTAGNA, Ana Cristina; MOURA, Patricia Moreira. Conforto
Ambiental . Porto Alegre: SAGAH, 2018.
SOUZA, Camila Dias de; GRABASCK, Jaqueline Ramos; RODRIGUES, Amanda
Guimarães; ZINI, Giovana. Luminotécnica aplicada . Porto Alegre: SAGAH,
2018.

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