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Aula 7_Ascaridiase_Enterobiose

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 É uma das infecções por helmintos mais 
comuns em humanos de todo o mundo.
 Causada pelo Ascaris lumbricoides, um 
nematóideo intestinal.
 Também chamado de “lombriga”.
 Estima-se que mais de um bilhão de pessoas 
do mundo estejam infectadas.
 A distribuição é mundial.
◦ Mais comuns em áreas com climas quentes e 
úmidos – em áreas tropicais e subtropicais, onde o 
saneamento e a higiene são pobres.
 A maioria dos indivíduos com ascaridíase vive 
na Ásia (73%), África (12%), e América do Sul 
(8%)
 Ocorre entre todas as faixas etárias, mas é 
mais comum em crianças de 2 a 10 anos de 
idade.
 A prevalência de infecção diminui com a 
idade de 15 anos. 
 Infecções tendem a se agrupar em famílias, e 
a carga de vermes se correlaciona com o 
número de pessoas que vivem em uma casa.
Ascaris lumbricoides
ASCARIDÍASE
 ASCARIDÍASE  É o parasitismo desenvolvido no homem
pelo Ascaris lumbricoides.
 Nome popular  Lombrigas
Prevalência  O Ascaris lumbricoides é encontrado
em quase todos os países do mundo e ocorre com frequência
variada em virtude das condições climáticas, ambientais e,
principalmente do grau de desenvolvimento da população.
ASCARIDÍASE
• A fêmea do Ascaris lumbricoides põe o
maior número de ovos, os quais possuem
maior longevidade e infectividade.
• Uma fêmea pode conter 27 milhões de óvolos,
chegando a botar 200 mil ovos por dia, durante
um ano.
ASCARIDÍASE
• Para manter a enorme produção de ovos
férteis, esses helmintos consomem grande
quantidade de nutrientes, espoliando o
hospedeiro;
• Nutrem-se basicamente de proteínas,
carboidratos, lipídios e vitaminas A e C.
ASCARIDÍASE
• CLASSIFICAÇÃO:
• Filo  Nematoda
• Ordem  Ascaridida
• Família  Ascarididae
• Gênero  Ascaris
• Espécie Ascaris lumbricoides
ASCARIDÍASE
 OVO  Mede cerca 50 μm, cor castanha possuindo
duas membranas internas e uma externa mamilonada (que
confere grande resistência ao ovo contra dessecação).
Esses ovos infectantes resistem no meio ambiente por
vários meses, talvez mais de um ano.
 Larva rabditóide (L1): possui o esôfago com duas 
dilatações, uma em cada extremidade e uma constrição no 
meio.
 Larva filarióide (L3): infectante com esôfago 
tipicamente filarióide (esôfago retilíneo)
Ovo fértil – L1 – L2 – L3 – L4 – L5
ASCARIDÍASE
OVO
ASCARIDÍASE
• MORFOLOGIA
 Macho  Mede 20 a 30 cm, cor leitosa, boca contornada por 3 lábios,
apresenta esôfago, intestino retilíneo, reto encontrado próximo à
extremidade posterior, testículo, canal ejaculador, com a extremidade
posterios recurvada.
 Fêmea  Mede 30 a 40 cm, sendo mais grossa, cor, boca e
aparelho digestivo semelhantes aos do macho e extremidade posterior
retilínea. Apresenta 2 ovários, úteros, vagina e vulva. Chega a fazer a
postura de 200.000 por dia, durante 1 ano.
OBS: Os vermes adultos vivem em torno de dois anos.
Ascaris lumbricóides
Extremidade 
posterior
Ascaris lumbricóides
Extremidade 
anterior
ASCARIDÍASE
• HÁBITAT
 Formas adultas vivem no intestino
delgado dos hospedeiros (principalmente no 
jejuno e íleo) 
ASCARIDÍASE
ASCARIDÍASE
ASCARIDÍASE
• TRANSMISSÃO
 Ingestão de ovos com L3 (larva
filarióide infectante)
 Cada fêmea pode pôr 200.000 ovos por
dia, durante 1 ano
ASCARIDÍASE
• CICLO EVOLUTIVO
 É do tipo monoxênico
1- A ingestão de água ou alimento (frutas e
verduras) contaminados pode introduzir ovos de
lombriga com L3 no tubo digestório humano.
2- No intestino delgado, cada ovo se rompe e libera
uma larva (presença de agentes redutores, o pH, a
temperatura, os sais e, o mais importante, a
concentração CO2)
3- Cada larva penetra no revestimento intestinal e
cai na corrente sanguínea, atingindo fígado,
coração e pulmões, onde sofre algumas mudanças
de cutícula e aumenta de tamanho.
CICLO EVOLUTIVO
CICLO EVOLUTIVO
4- Permanece nos alvéolos pulmonares podendo 
causar sintomas semelhantes ao de pneumonia.
5- Ao abandonar os alvéolos passam para os 
brônquios, traquéia, laringe (onde provocam tosse 
com o movimento que executam) e faringe.
L4 e L5 – dentro do hospedeiro
6- Em seguida, são deglutidas e atingem o 
intestino delgado, onde crescem e se transformam 
em vermes adultos (60 dias após a infecção).
Os vermes adultos têm uma longevidade de um a dois anos
CICLO EVOLUTIVO
7- Após o acasalamento, a fêmea inicia a liberação 
dos ovos. Cerca de 200.000 por dia. Todo esse ciclo 
que começou com a ingestão de ovos, até a 
formação de adultos, dura cerca de 2 meses.
8-Os ovos são eliminados com as fezes. Dentro de 
cada ovo, dotado de casca protetora, ocorre o 
desenvolvimento de um embrião que, após algum 
tempo, origina uma larva.
9- Ovos contidos nas fezes contaminam a água de 
consumo e os alimentos utilizados pelo homem. 
TRANSMISSÃO
- Ocorre através da ingestão de água ou alimentos conta-
minados com ovos contendo a L3.
- Contaminação das águas de córregos que são utilizadas
para irrigação de hortas levando a contaminação de
verduras com ovos viáveis.
- Poeira, aves e insetos (moscas e baratas) são capazes
de veicular mecanicamente ovos de A. lumbricoides.
- contaminação do depósito subungueal com
ovos viáveis, principalmente em crianças, verificando-se
níveis de contaminação que variavam de 20 a 52%.
- ovos não são removidos com facilidade por lavagens
 Principalmente através da ingestão de água ou 
alimentos contaminados com ovos.
 Manipulação do solo contaminado 
 Migração transplacentária de larvas também tem sido 
ocasionalmente relatados.
 A transmissão é reforçada por indivíduos infectados 
de forma assintomática que podem continuar a lançar 
ovos por anos. 
 Infecção anterior não confere imunidade protetora.
 Coinfecção com outras doenças parasitárias ocorre 
com certa regularidade por causa de semelhantes 
fatores predisponentes para a transmissão.
 A maioria é assintomática.
 Possível fase sintomática com a migração do 
verme:
◦ Tosse
 Sintomatologia variável, bem relacionada a 
carga elevada de vermes.
◦ Dor abdominal leve
◦ Grandes infecções ​​podem causar obstrução 
intestinal e prejudicar o crescimento em crianças.
 Os sintomas e as complicações da infecção 
pode ser classificada para o seguinte:
◦ Pulmonar e sintomas de hipersensibilidade
◦ Sintomas intestinais
◦ Obstrução intestinal
◦ Sintomas hepatobiliares e pancreáticas
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=x6-4rznrKy1sxM&tbnid=uJvjCSQopXTbzM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.personal.psu.edu/ncj111/Human%20Impact.htm&ei=LAsPUcH1EpSC9gTw6YD4Bw&bvm=bv.41867550,d.eWU&psig=AFQjCNHYXcuCTQOeDog0RzR5vq90_UiqpQ&ust=1360026759191984
 Sintomas respiratórios transitórios podem 
ocorrer em indivíduos sensibilizados durante 
a migração das larvas através dos pulmões.
 Os sintomas associados com essa 
pneumonite eosinofílica, conhecida como 
síndrome de Loeffler, tendem a ocorrer uma 
ou duas semanas após a ingestão de ovos. 
◦ Tosse seca, desconforto, queimação subesternal, 
dispnéia e escarro tingido de sangue. 
◦ Febre ocorre em muitos pacientes. 
 Rx de tórax pode demonstrar infiltrados 
redondos ou ovais que variam em tamanho 
desde vários milímetros a vários centímetros 
de ambos os campos pulmonares. 
 Eosinofilia pode estar ausente no início do 
período sintomático, mas pode aumentar em 
magnitude após vários dias de sintomas, e 
resolve, durante muitas semanas. 
 Diagnóstico definitivo, no momento de sintomas 
pulmonares requer a detecção de larvas em 
secreções respiratórias ou aspirados gástricos. 
 Os ovos não são detectáveis ​​nas fezes até um 
mínimo de 40 dias após os sintomas 
pulmonares, isto é o tempo necessário para a 
maturação das larvas intrapulmonar.
 Portanto, os exames de fezes negativos no 
momento de pneumonite não excluem Ascaris 
como a etiologia da pneumonia. 
 Após os vermes terem desenvolvido até à 
maturidade no intestino delgado, a terapia 
anti-helmíntica de ascaridíase intestinaldeve 
ser administrada. 
 Em geral, a terapia anti-helmíntica não deve 
ser administrada no momento de sintomas 
pulmonares devido a inflamação associada 
com organismos que morrem que pode 
provocar mais danos do que a migração. 
 Urticária ocorre geralmente no final do 
período de migração através dos pulmões.
 Os sintomas desaparecem geralmente dentro 
de 5 a 10 dias. 
 Desconforto abdominal, anorexia, náuseas e 
diarréia. Pode ocorrer esteatorréia.
 Ascaridíase tem sido associada com déficit de 
crescimento e desnutrição. 
◦ Também tem sido proposto que as 
superinfecções ​​podem estar associadas ao baixo 
desenvolvimento cognitivo em crianças em idade 
escolar.
 Uma carga elevada de infecção pode levar a 
problemas de absorção das proteínas 
alimentares, lactose, e vitaminas A e C.
 Uma das maiores causas de abdome agudo em 
determinados países africanos.
 Nas superinfecções, uma massa de vermes pode 
obstruir o lúmen do intestino, levando a uma 
obstrução intestinal aguda.
 Aproximadamente 85% das obstruções devido a 
ascaridíase ocorrem em crianças entre as idades 
de 1 e 5 anos. 
 A incidência global de obstrução associada a 
ascaridíase é de aproximadamente 1 em cada 
500 crianças. 
 Ocorrem devido a migração de vermes 
adultos pela via biliar.
 Podem causar: dor abdominal, cólica biliar, 
icterícia obstrutiva, ou perfuração do ducto 
biliar com peritonite.
 O ducto pancreático pode tornar-se 
obstruído, levando a pancreatite. 
 Normalmente é dada pela visualização de 
ovos nas fezes ou
 Eliminação de vermes.
 Hemograma pode mostrar eosinofilia, em 
especial se na fase de migração pulmonar.
◦ 5 a 12%, com relato de até 50%.
 Exames de imagem podem evidenciar a 
presença de vermes.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
 Reconhecimento de formas adultas nas
fezes
 Detecção de ovos na materia fecal 
Exame de fezes
 Métodos quantitativos  Kato – Katz
 Métodos qualitativos  Hoffmann, Willis, 
Ritchie, etc.
OVO
 Não deve ser instituído nos sintomas 
pulmonares.
 Albendazol 
 Mebendazol
 Gestante 
◦ Pirantel
 Outras opções:
 Ivermectina, nitazoxanida, piperazina, e 
levamisole.
 As terapias anti-helmínticos agem contra o 
verme adulto.
 Os pacientes devem ser reavaliados dentro de 
dois a três meses após o tratamento com 
microscopia de fezes de repetição. 
 Detecção de ovos sugere eliminação 
inadequada de vermes adultos ou reinfecção.
 Em áreas endêmicas, reinfecção ocorre com 
frequência, em algumas áreas mais de 80 por 
cento dos indivíduos tornam-se infectado 
dentro de seis meses
 PROFILAXIA
 Melhoria das condições de saneamento básico
 Construção de fossas sépticas
 Educação sanitária
 Lavar as mãos antes de tocar os alimentos
 Tratamento das pessoas parasitadas
 Proteção dos alimentos contra insetos.
Enterobiose
Enterobiose
A enterobíase, enterobiose ou oxiurose,
é a verminose intestinal causada pelo
Enterobius vermicularis. 
Conhecido popularmente como oxiúrus.
A infecção costuma ser benígna, mas
incômoda, pelo intenso prurido anal que
produz e por suas complicações,
sobretudo em crianças.
Enterobius vermiculares
MORFOLOGIA
MACHO  Mede cerca de 5 mm X 0,2 mm com
espículo presente
FÊMEA  Mede cerca de 1 cm X 0,4 mm
OVO  Mede cerca de 50 μm X 20 μm, aspecto
de “D”, membrana dupla lisa e transpa-
rente. Larva formada.
Larva
Camada externa Camada 
intermediaria
Camada interna
Ovo de Enterobius vermicularis
Enterobius vermiculares (ovo)
Enterobius vermiculares (ovo larvado)
Ovos
Enterobius vermiculares
HÁBITAT
 Machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice. As fêmeas
repletas de ovos, são encontradas na região perianal.
Em mulheres, às vêzes pode-se encontrar  vagina,
útero e bexiga.
◼ CICLO BIOLÓGICO
 Tipo monoxênico
MORFOLOGIAovoadulto - fêmeaVoltar
C
i
c
l
o
B
i
o
l
ó
g
i
c
o
Maturação do ovo na pele – temp 30º C – ocorre em 4 a 6hs
Da ingestão à maturação no intestino levam de 1 a 2 meses
http://www.fcfrp.usp.br/dactb/Parasitologia/Arquivos/Helmintos.htm
CICLO EVOLUTIVO
• Vermes adultos habitam a região cecal do 
intestino grosso humano e imediações;
• Machos e fêmeas vivem aderidos a mucosa ou 
livres na cavidade;
• Fêmeas fecundadas migram para o reto para 
realizar a postura dos ovos ;
• 5.000 a 16.000 ovos – completa-se vida do 
parasito que logo morrerá (35 a 50 dias);
TRANSMISSÃO
Predominantemente fecal-oral. São diversos os modos de transmissão:
Autoinfecção externa ou direta – Do ânus para a cavidade oral,
por meio dos dedos, principalmente nas crianças, doentes mentais
e adultos com precários hábitos de higiene.
Autoinfecção externa indireta – Ovos presentes na poeira ou
alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou.
Heteroinfecção – Os ovos presentes na poeira ou alimentos
atingem um novo hospedeiro.
Retroinfecção – Migração das larvas da região anal para as
regiões superiores do intestino grosso, chegando até o ceco, onde
se tornam adultas.
Autoinfecção interna – Processo raro no qual as larvas eclodem
ainda dentro do reto e depois migram até o ceco, transformando-se
em vermes adultos.
PATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA
• Provocam pequenas erosões da mucosa – nos pontos 
de fixação;
• Grande número de parasitas determina – inflamação;
• Geralmente assintomático;
• Sintoma mais frequente:
– Prurido anal;
– Margem do ânus avermelhada, congestionada;
– Recoberta por muco por vezes sanguinolento;
– Lesões na mucosa retal;
– Prurido intenso – coceira – abre caminho para 
infecções bacterianas.
Enterobius vermicularis
PATOGENIA 
 Prurido anal (noturno  Perda de sono e nervosismo)
 Enterite catarral
 Presença nos órgãos genitais femininos  vaginite,
ovarite e salpingite.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
 Prurido anal noturno
Enterobius vermicularis
◼DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
 O diagnóstico laboratorial reside no encontro do parasito
e de seus ovos.
 Como dificilmente é conseguido nos parasitológicos de
fezes de rotina, sendo achado casual quando o
parasitismo é muito intenso, deve-se pesquisar
diretamente na região perianal, o que deve ser feito
pelos métodos de Hall (swab anal) ou de Graham (fita
gomada), cuja colheita é feita na região anal, seguida de
leitura em microscópio.
 Também podem ser pesquisados em material retirado
de unhas de crianças infectadas, que oferecem alto
índice de positividade.
swab anal
Método de Hall
Método de Graham
1. Fixar, com um pedaço de 5 a 6cm de fita adesiva transparente,
nas duas extremidades, tiras de papel de aproximadamente 4cm,
que servirão de suporte para segurar e para a identificação do
material (do paciente).
2. Colocar a fita sobre o fundo de um tubo de ensaio com o lado
adesivo voltado para fora.
3. Abrir a prega anal do paciente e encostar o lado adesivo várias
vezes na região perianal.
4. Distender a fita sobre uma lâmina de microscopia, com o lado
adesivo voltado para baixo (como se fosse uma lamínula).
5. Examinar ao microscópio com a objetiva de 10x.
Observações:
Essa técnica deve ser feita ao amanhecer, antes do paciente
fazer a higiene e repetida, em dias sucessivos, caso dê negativo.
Caso a lâmina não possa ser examinada no mesmo dia,
deve ser embalada em papel alumínio e conservada em
geladeira.
Enterobius vermicularis
PROFILAXIA
 Tratamento de todas as pessoas parasitadas
 Corte rente das unhas
 Roupa de dormir e de cama não devem ser
sacudidas e sim enroladas e lavadas em água
fervente
Enterobius vermicularis
TRATAMENTO  Mesmo tratamento para o
Ascaris lumbricoides
 Pamoato de pirantel (Combantrim e Piranver)
 Mebendazol (Pantelmim, Panfugan, Sirbem)
 Albendazole (Zentel)
 Ivermectina (Revectina)

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