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Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO FRATURAS ÓSSEAS: As fraturas são definidas como a perda da continuidade de um osso, resultante principalmente de traumas de alta energia. É possível também que esses fenômenos sejam provocados por sobrecarga repetitiva (fratura por estresse) ou por processos patológicos (neoplasias e alterações metabólicas). CLASSIFICAÇÕES DAS FRATURAS: As fraturas, com base em suas características topográficas, devem ser submetidas às seguintes estratificações, a saber: Tipo de traço: o Simples: conta com apenas dois fragmentos, apresentando-se em espiral, de forma oblíqua ou transversa; Conformações das fraturas simples o Em cunha: há a presença de um fragmento intermediário, “deslocado” do bloco ósseo principal o Complexas: não ocorre comunicação entre os fragmentos principais, podendo ser cominutiva (múltiplos fragmentos) ou segmentares. Representação geral dos traços das fraturas Desvio: o Angulars: pode se dar nos planos frontal (varo/valgo) e sagital (antecurvato/recurvato); o Rotacional: promove desvios externos ou internos; o Translacional: também se relaciona aos planos frontal (lateral/medial) e sagital (anterior/posterior), assim como o desvio angular; o Comprimento: causa encurtamento ou alongamento do membro lesado. Alinhamento normal (A), alongamento (B), translação (C), desvio angular (D) e misto entre encurtamento, translação e angulação (E) Localização: em ossos longos, pode afetar epífises (extremidades), diáfise (corpo) ou metáfise (área intermediária); Comprometimento de articulações: o Extra-articulares; Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO o Intrarticulares (maior risco de perda funcional). Comprometimento de partes moles: o Fechada: não há mudanças na solução de continuidade da pele, sejam elas decorrentes da fratura ou de seu hematoma; Representação de fratura fechada, destacando o edema associado ao hematoma fraturário o Exposta/Aberta: ocorre comunicação da fratura com o meio externo, podendo ou não ter exposição de espículas ósseas. Fratura exposta sem visualização do osso Fratura aberta com projeção de espícula óssea Por serem injúrias com maior potencial de gravidade, as fraturas expostas devem ainda ser divididas de acordo com o tamanho da ferida, cinética do trauma e grau de contaminação, pilares da classificação de Gustillo e Anderson: Tipo I: causada por traumas de baixa energia, é puntiforme, com menos de 1 cm e limpa (pouco risco de contaminação); Tipo II: a comunicação tem entre 1 e 10 cm, porém ainda é possível que o reparo cutâneo seja feito com aproximação de bordas. Há risco moderado de contaminação; Tipo III: associada a traumas de alta energia, costuma ser cominutiva, com comprometimento extenso da pele (maior que 10 cm). São consideradas lesões contaminadas. o Tipo IIIA: é mantido o revestimento do osso por tecido muscular; o Tipo IIIB: há perda de integridade de partes moles, impossibilitando reparo com retalhos; o Tipo IIIC: associação de lesão vascular ao quadro acima. Classificação de Gustillo e Anderson para fraturas expostas Até que se prove o contrário, toda lesão no mesmo segmento de uma fratura é considerada como sinal de fratura exposta Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO FRATURAS EM PEDIATRIA: Os ossos de crianças apresentam menor densidade mineral e maior presença de água do que as estruturas de um adulto, tornando-as mais resistentes a tensão do que a compressão. Também contribui com essa resistência a maior espessura do periósteo. Além disso, outra particularidade importante é a fise (placa) de crescimento, área cartilaginosa de espessura variável responsável pelo ganho de comprimento do osso, graças à presença de células hiperproliferativas. Essa área pode ser dividida em três regiões, a saber: Zona de reserva: realiza o armazenamento de nutrientes, como glicogênio, lipídios e proteoglicanos usados no crescimento; Camada proliferativa: é o segmento onde de fato ocorre o aumento longitudinal, graças ao estado de proliferação celular intensa e produção constante de MEC; Camada hipertrófica: conta com as zonas de maturação, degeneração e calcificação provisória. Marcada por um aumento gradual na concentração mitocondrial de cálcio, levando à morte celular. Organização histológica e funcional da placa de crescimento As fraturas fisiárias normalmente acometem a camada hipertrófica, que é mais frágil que as demais. Dependendo do grau de desvio observado, pode haver interrupção no crescimento e consequente encurtamento do membro. Nesse sentido, torna-se necessário graduar o comprometimento dessa placa a partir da classificação de Salter, a saber: I. Fratura transfisária entre as zonas hipertrófica e calcificada (“Separa a placa do osso”); II. Fratura transfisária que acomete a metáfise, formando um triângulo, o fragmento de Thurston-Holland (“Acima da placa”); III. Fratura intrarticular que compromete as zonas de reserva e proliferativa (“Longitudinal na placa”); IV. Fratura que atravessa as estruturas da fise e epífise óssea (“Toda a placa”); V. Lesão compressiva sobre a fise, apagando-a. Geralmente tem diagnóstico retroativo e mau prognóstico (“Esmaga a placa). São consideradas como tipo III as fraturas ocorridas em áreas muito contaminadas (áreas rurais, ambientes aquáticos), causadas por arma de fogo e atraso superior a 12h na avaliação e tratamento Traumas que promovem injúrias compressivas sobre o osso levam ao surgimento do tórus, deformidades impactadas (“amassado”) que raramente necessitam de redução Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO Representação do acometimento ósseo em cada tipo de fratura fisária Uma outra importante denominação é a fratura em galho verde, comum em crianças, nas quais há lesão incompleta, com preservação do periósteo oposto ao trauma (o osso fica “entortado”). Pode haver somente quadro de deformidade plástica, sem traços sugestivos de fratura. Fratura em galho verde em antebraço (seta preta indica ponto de ruptura, enquanto as brancas apontam para a área “torcida”) APRESENTAÇÃO CÍNICA E DIAGNÓSTICO: O quadro clínico típico em caso de fraturas é marcado por dor (aguda, progressiva ou até regressiva), diminuição da capacidade funcional e deformidade local, sendo que essas duas últimas podem estar ausentes. Outras manifestações comuns são edema, hematoma ou descoloração na área (lesão de vasos do próprio osso ou de partes moles) e alteração da sensibilidade. Assim, a abordagem inicial de um caso suspeito de fratura requer a coleta de anamnese detalhada, elucidando a história do trauma, e a realização de um bom exame físico, com inspeção e palpação do segmento afetado. A avaliação neurovascular é imprescindível, identificando pulsos periféricos, tempo de enchimento capilar e funções motora/sensorial. Em seguida, devem ser solicitadas radiografias em ao menos duas incidências (comumente AP e perfil), envolvendo segmentos/articulações adjacentes (distais e proximais) à lesão suspeita. Em caso de fraturas articulares, a tomografia pode ser indicada para a elaboração de um plano cirúrgico adequado, durante as intervenções definitivas. Fratura fechada de ulna em AP e perfil Destaca-se que a identificação de fraturas abertas nem sempre é clinicamente óbvia, uma vez que a observação do fragmento pode ser prejudicada em lesões puntiformes. Nesses casos, sinais radiológicos, como enfisema subcutâneo ou presença de gás junto ao foco da fratura podem fomentar o diagnóstico. Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO Exemplode enfisema subcutâneo em membro superior (imagem ilustrativa, sem fratura) ABORDAGENS TERAPÊUTICAS: De forma geral, as fraturas fechadas incompletas ou completas sem desvio podem ser tratadas de modo conservador, com uso de imobilização, redução da carga sobre o membro (uso de muletas) e repouso. Progressão da recuperação óssea em paciente com fratura na diáfise do úmero As técnicas incruentas também promovem a redução da fratura, frequentemente em caráter funcional, mantendo certa deformidade que não prejudicará a funcionalidade do membro lesado. Exemplo de redução incruenta em fratura distal de rádio Por não violar o foco da fratura, podem ser infligidas lesões às partes moles periféricas, como músculos e cartilagens. A abordagem cirúrgica (redução cruenta ou aberta), por sua vez, é necessária em casos de fraturas expostas e articulares, situações nas quais é necessário um maior controle sobre o processo de consolidação. Há manipulação direta dos fragmentos, de forma a promover redução anatômica com estabilidade absoluta mediada por placas de compressão e parafusos de tensão. Exemplo de fixação interna em fratura de úmero com resolução cirúrgica O manejo de fraturas na pediatria apresenta algumas peculiaridades, como a maior permissibilidade a deformidades na A fixação após redução não cirúrgica pode ser externa ou interna, essa última sendo representada por fios de Krischner, placas longas ou hastes intramedulares Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO redução funcional, desde que em áreas próximas à fise de crescimento. Esse público também costuma responder melhor à imobilização das articulações adjacentes ao segmento fraturado. A redução anatômica sempre estará indicada em caso de fraturas fisárias tipo III e IV, de forma a recuperar a congruência articular. Fratura em fise tibial com classificação tipo III (esq.), com bons resultados após redução cruenta e fixação interna (dir.) PARTICULARIDADES NO TRATAMENTO DE FRATURAS EXPOSTAS: A abordagem de fraturas expostas se inicia com a realização da avaliação mnemônica XABCDE do trauma, de forma a identificar comprometimentos sistêmicos graves associados ou não à lesão óssea. A ordem de importância segue “o que mata mais rápido e o que mata mais”, respectivamente hemorragias externas graves e oclusão de vias aéreas. Itens avaliados no manejo inicial do trauma Durante o transporte até o centro de saúde, é indicado não tentar reduzir a fratura exposta, uma vez que essa manipulação pode agravar lesões de partes moles ou promover danos vasculares. Nessa condição, é preferível a imobilização provisória na posição lesionada com uma tala gessada, garantindo a estabilidade do membro. A ferida associada à fratura deve ser irrigada com soro fisiológico 0,9% (volume médio de 10L) e coberta com curativos estéreis, protegendo-a de novas contaminações. Já no serviço de emergência, é necessário iniciar antibioticoprofilaxia de amplo espectro, tendo como alvo principal o Staphylococcus aureus, incluindo bactérias Gram-negativas em lesões de tipo II e III. Toda fratura ocorrida há mais de 6 horas deve ser imediatamente considerada como infectada, e tratada com o esquema apropriado para tipo III. Opções para a antibioticoprofilaxia em fraturas expostas Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO A profilaxia antitetânica é indicada a indivíduos submetidos a traumas de alto risco (ferimentos por PAF, mordeduras ou presença de corpo estranho), com esquema vacinal incerto ou última imunização há mais de 5 anos. Tabela para definição da abordagem profilática contra o tétano Após a análise inicial do paciente, este deve ser encaminhado precocemente (preferencialmente em até 6 horas) ao centro cirúrgico, onde ocorre a lavagem mecânico-cirúrgica (3 a 9 litros de SF 0,9%) e o desbridamento da lesão. O exame de viabilidade tecidual do músculo deve avaliar “4 Cs”, cor, consistência, contratilidade e capacidade de sangramento. A estabilização da fratura pode ser realizada com fixadores internos (placas, fios e parafusos) ou externos, sendo um importante artifício para potencializar o reparo ósseo e minimizar lesões secundárias e nervos e vasos. Por fim, o revestimento cutâneo deve ser reparado precocemente, em até 72 horas, empregando retalhos musculares (grande dorsal) ou de pele (área escapular ou lateral da coxa e braço) de acordo com a extensão da lesão. Exemplo de reparo com retalho do M. grande dorsal A decisão entre a preservação ou amputação de um membro pode ser direcionada pelo uso de escalas como o escore de gravidade de mutilação de extremidades (MESS), que identifica a severidade da lesão de partes moles, neurovascular e óssea, além do grau de contaminação e o tempo decorrido desde o trauma. Classificação MESS para estimar a necessidade de amputação de um membro (ponto de corte: ≥ 7) COMPLICAÇÕES: OSTEOMIELITE: A osteomielite pode ser causada tanto por fraturas expostas como pelo tratamento cirúrgico dessas lesões, podendo se desenvolver em torno dos equipamentos de fixação interna. Não há benefícios associados à realização de hemocultura precoce no manejo de fraturas expostas, pois o crescimento bacteriano é lento e o perfil pode mudar até a obtenção dos resultados Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO Em caso de fraturas intra- articulares, pode ainda ocorrer artrite séptica. Há presença de dor no local acometido, com ou sem saída de pus, associada a febre e alterações laboratoriais, como leucocitose e elevação do VHS. Na radiografia, observa-se ausência de consolidação, podendo haver áreas hipodensas com osso morto. Ainda que o diagnóstico possa ser suspeitado por exames de imagem, é necessária confirmação por meio de estudos bacteriológicos com um fragmento ósseo coletado para biópsia. Foco de infecção em radiografia da tíbia Com a definição do quadro, o tratamento é pautado por antibioticoterapia intravenosa e remoção cirúrgica do equipamento onde ocorreu a infecção, bem como desbridamento das áreas afetadas. SÍNDROME COMPARTIMENTAL: A síndrome compartimental descreve uma emergência ortopédica caracterizada pelo aumento da pressão musculofacial, implicando em possíveis lesões irreversíveis a músculos e nervos, bem como isquemia e gangrena. Septos de fáscia muscular segmentam grupamentos musculares nos membros, criando compartimentos individuais. Essa complicação é mais frequente nos compartimentos flexor do antebraço (fraturas supracondilianas) e anterior da perna (fraturas da tíbia). Anatomia topográfica dos compartimentos da perna As principais etiologias associadas a essa síndrome são o hematoma decorrente do rompimento de vasos e o edema associado à inflamação no foco da fratura ou ao fenômeno de isquemia-reperfusão de tecidos. Outras causas são queimaduras, esmagamentos, uso de imobilizações apertadas e lesões musculares diretas. O sintoma mais evidente dessa condição é a dor de alta intensidade e sem alívio, mesmo com o uso de analgésicos, que se agrava com o estiramento do compartimento acometido. Pode haver parestesia de extremidades. O exame físico revela dor à palpação e à mobilização passiva dos dedos, sendo a fraqueza motora um sinal tardio. O pulso não costuma ser comprometido. O diagnóstico clínico é confirmado por uma sequência de sinais e sintomas conhecidos como “os 5 Ps” em inglês, a saber: Pain (dor); Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO Paresthesis (parestesia); Paralysis (paralisia); Pallor (palidez) Pulseless (ausência de pulso). A sequela mais comum associada à síndrome compartimentalé a contratura de Volkmann, na qual o músculo necrótico é substituído em parte por tecido fibroso, que é encurtado, criando deformidades substanciais, como o dedo em garra e o pé equino. Dedos em garra causados pela contratura de Volkmann O tratamento, denominado fasciotomia descompressiva, deve ser realizado de forma imediata a confirmação diagnóstica. Os compartimentos devem ser deixados abertos, com a cicatrização ocorrendo por segunda intenção. Fasciotomia descompressiva em perna afetada por síndrome compartimental após fratura OSTEONECROSE: A osteonecrose é uma importante complicação de fraturas, especialmente as do colo do fêmur, platô tibial ou da região proximal do úmero, caracterizada pela lesão de artérias que nutrem o osso, seja pelo trauma ou pela redução da lesão. Esse quadro também pode ser induzido pelo uso de corticoides, lúpus, alcoolismo e trombofilias. Essa complicação pode ser estratificada em quatro fases, assim determinadas: Fase I: pré-necrótica, cursa com edema intersticial medular; Fase II: presença de tecido medular necrótico; Fase III: acometimento não só do músculo, como das trabéculas ósseas; Fase IV: há necrose e fibrose medular intensa, associada a neoformação óssea, radiologicamente descrita por áreas de hiperdensidade. A apresentação clínica dessa complicação é marcada por dor articular na região afetada, piorada com o movimento e a aplicação de carga, ocorrendo claudicação quando há o envolvimento do colo femoral. O estadiamento de Ficat determina a evolução desse quadro, baseando-se em sinais clínicos e radiológicos: Estágio 0: doença em fase subclínica, apenas com alterações histopatológicas; Estágio 1: presença somente de sinais na ressonância magnética (“sinal da dupla linha”); Sinal da dupla linha e saturação de gordura no colo do fêmur Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO Estágio 2: sinais evidentes na radiografia e tomografia, porém sem colapso do osso; Estágio 3: início do colapso ósseo; Estágio 4: há colapso intenso, com redução do espaço articular e demais sinais de osteoartrose. O tratamento é dependente de múltiplos fatores, como estágio da doença e idade, tendo como opções a terapia conservadora (redução da carga e uso de AINES), descompressão óssea, osteotomia (modificação da angulação articular) e, em último caso, a substituição por endoprótese. O uso de próteses totais é indicado principalmente a idosos e indivíduos com comprometimento avançado do osso, ao passo que estratégias menos invasivas devem ser direcionadas a pacientes jovens. EMBOLIA GORDUROSA: A embolia gordurosa é um quadro instalado em cerca de 24 a 72 horas após o trauma, marcado pela presença de taquidispneia súbita desproporcional à achados radiológicos, petéquias disseminadas (principalmente no tronco) e confusão mental. Destaca-se como maior fator de risco a fratura fechada da pelve ou de ossos longos, que apresentam grandes depósitos de medula óssea amarela, capaz de deslocar gotículas de gordura para a circulação. O diagnóstico é clínico, com tratamento envolvendo apenas medidas de suporte e apresentando evolução favorável na maioria dos casos. TVP E TEP: A formação de trombos é favorecida pela ocorrência tanto de lesões vasculares durante o trauma, como pela estase venosa induzida pela imobilização, principalmente em fraturas de pelve, fêmur e joelho. O quadro clínico, quando presente, é composto por edema, dor à palpação do músculo, aumento da temperatura local e empastamento de panturrilha. Mesmo sem sintomas, esse trombo pode se desprender e induzir o desenvolvimento de tromboembolismo pulmonar. A profilaxia é feita por meio da administração de heparina, idealmente de baixo peso molecular, como a enoxaparina. ALTERAÇÕES NA CONSOLIDAÇÃO: Quando a consolidação não se completa em 9 meses após a fratura, há desenvolvimento de um quadro de pseudoartrose, seja ela hipertrófica (bem vascularizada, cujo distúrbio recai sobre a falta de estabilidade, ou atrófica, na qual há pouca vascularização local. É definido como retardo na consolidação todo processo que se estende por mais de 4-8 meses, porém apresenta sinais radiológicos de evolução. Nessa situação, ocorre a formação de um “espaço articular” entre os fragmentos ósseos, sendo necessária intervenção cirúrgica com estabilização e enxertia óssea local. Júlia Figueirêdo – LOCOMOÇÃO E APREENSÃO Pseudoartrose em fratura diafisária de tíbia A consolidação também pode ser viciosa, levando a incorreções estéticas ou funcionais causadas por deformidades angulares significativas. Frequentemente é corrigida com uma osteotomia no sítio da fratura. Encurtamento do rádio por consolidação viciosa de fratura As principais causas para a pseudoartrose são a osteomielite, a necrose de fragmentos fraturário e a imobilização inadequada da fratura, tornando-a instável