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Fraturas Ósseas: Tipos e Consolidação

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Mariana Costa Teixeira 
ORTOPEDIA 
O conceito de fratura é a perda da continuidade óssea. 
Ou seja, qualquer perda de continuidade óssea, 
mesmo que não seja completa, é uma fratura. 
 
 
 
Geralmente as fraturas surgem através de traumas de 
alta energia. 
O osso, em condições normais, possui a habilidade de 
suportar cargas e absorver essa energia. Caso haja um 
grande nível de energia associado ao trauma, o osso 
não consegue suportar e acaba sofrendo uma fratura. 
 
Fraturas relacionadas a traumas de baixa energia 
devem acender um alerta sobre a possibilidade de 
fraturas patológicas, ou seja, associadas a doenças 
ósseas, entre outras que culminam com a fragilidade 
óssea, como por exemplo a Osteoporose ou Lesões 
Tumorais. 
 
As fraturas podem acometer a epífise do osso (região 
articular), metáfise ou na diáfise (corpo ósseo). 
 
 
 
Para cada tipo de energia aplicada ao osso, podemos 
observar tipos específicos de fratura relacionadas. 
 
Forças angulares implicam em fraturas transversas ou 
oblíquas, forças de torção implicam em fratura em 
espiral, forças de tração implicam em fratura por 
avulsão e forças compressivas implicam em fraturas 
de compressão. 
 
De uma maneira geral, elas podem ser classificadas por 
seu traço, pelo comprometimento articular e pelo 
comprometimento de partes moles. 
 
Classificação por Traço 
De acordo com o traço da fratura observado 
radiograficamente, podemos classifica-la em simples, 
quando há apenas um traço, sendo uma lesão única 
que realiza a transfixação de todo o osso. Caso sejam 
observados dois traços de fratura formando uma 
cunha, considera-se a fratura como em cunha. Por fim, 
quando observam-se múltiplos traços de fratura, com 
o osso fraturado em vários seguimentos, podemos 
classificar esse tipo de fratura como cominutiva. 
 
 
 
 
 
Classificação quanto Comprometimento Articular 
Quanto ao comprometimento articular da lesão, 
podemos ter fraturas intra-articulares ou extra-
articulares. Na primeira, pode-se observar a invasão do 
traço da fratura até na articulação e na segunda 
podemos verificar que o traço fraturário não acomete 
a articulação. 
 
 
 
Classificação Quanto o Comprometimento de Partes 
Moles 
Por fim, de acordo com o comprometimento de partes 
moles, uma fratura pode ser classificada como aberta 
ou fechada. 
Fraturas abertas, também chamada de expostas, são 
aquelas em que há o contato do foco da fratura com o 
meio externo, podendo culminar desde em lesões 
puntiformes até fraturas extensas, como no 
esmagamento. 
As fraturas fechadas, por outro lado, são aquelas em 
que não há contato do foco da fratura com o meio 
externo. 
 
 
 
 
A fratura gera um processo de cicatrização chamado de 
consolidação, que é um processo único e natural, 
ocorrendo de forma espontânea em conjunto com as 
ferramentas pertencentes ao organismo para tal. 
 
Sendo assim, a consolidação é a capacidade de 
regeneração dependente da reindução das cascatas 
osteogênicas do período embrionário. Ou seja, durante 
a consolidação há necessidade que ocorra uma nova 
osteogênese, como se tivéssemos retornado para o 
período de formação óssea. 
 
A estabilização dos fragmentos ósseos fraturados 
ocorre, portanto, de forma gradativa, através da 
reindução das cascatas osteogênicas, gerando uma 
dureza progressiva ao osso. 
 
 
 
Toda vez que pensamos em consolidação, devemos ter 
em mente que o osso sofrerá um processo de 
reparação da lesão. Em seguida, em um período mais 
tardio, o osso passará por um período de 
remodelamento ósseo, para o retorno 
anatomofuncional. Para que a reparação e 
remodelamento ocorram, é necessário que haja a 
estabilidade, permitindo um retorno a função anterior 
à fratura. 
 
Fatores 
Existem alguns fatores que influenciam diretamente no 
processo de consolidação, sendo eles o fator mecânico 
e o fator biológico. Caso haja deficiência em um desses 
fatores, dificilmente ocorrerá a consolidação. 
Fator Mecânico 
Para que o osso consolide, há a necessidade de 
estabilização do foco fraturário por imobilização. O 
osso não consolidará caso haja uma movimentação 
excessiva. 
A principal célula responsável pelo processo de 
consolidação é o osteoblasto, o qual necessita de um 
espaço entre os fragmentos ósseos reduzido para que 
possa realizar a deposição óssea, o que explica a 
necessidade de estabilização. 
 
Para a imobilização pode-se utilizar tala gessada, 
aparelho gessado e imobilizadores internos e externos. 
 
 
A escolha do imobilizador utilizado é fundamental para 
o sucesso da estabilização. Em casos selecionados, 
como fraturas instáveis, há necessidade de lançar mão 
da cirurgia para promoção da estabilização adequada. 
 
Fator Biológico 
Está relacionado com o aporte sanguíneo e a chegada 
de substâncias essenciais na consolidação óssea, 
incluindo o aporte de oxigênio e nutrientes. Nesse 
caso, é imprescindível a manutenção da irrigação no 
foco da fratura. Como células e substâncias essenciais, 
podemos citar as células sanguíneas, mediadores 
químicos inflamatórios (como as citocinas), células 
osteogênicas e células de preenchimento (tecido 
conjuntivo). 
 
Etapas 
O processo de consolidação ocorre, didaticamente, em 
3 etapas que se sobrepõem durante esse processo. 
Inicialmente, ocorre a inflamação, seguida do reparo e, 
por fim, da remodelação. 
De um modo geral, o hematoma fraturário recruta 
plaquetas para reduzir o processo de sangramento. As 
plaquetas liberam fatores de crescimento, gerando o 
recrutamento de células inflamatórias, como 
neutrófilos, linfócitos e monócitos, os quais também 
participam da cascata imunológica da consolidação 
óssea. 
 
Os macrófagos teciduais participam de uma maneira 
expressiva da consolidação, liberando citocinas 
inflamatórias e fatores de crescimento. Todo esse 
processo culmina na diferenciação celular de células 
mesenquimais presentes no periósteo, gerando a 
diferenciação do pré-osteoblasto a osteoblasto, as 
células responsáveis pela deposição óssea. 
 
 
 
 
O tipo de estabilidade realizado para o tratamento das 
fraturas pode ser de dois tipos, relativa ou absoluta. 
 
Estabilidade Relativa 
Gera uma movimentação controlada no foco da 
fratura, o que promove uma consolidação do tipo 
secundário, como já foi explicitado. Sendo assim, existe 
uma movimentação interfragmentária adequada e 
controlada para a formação do calo ósseo. Podem ser 
utilizadas sínteses flexíveis (como placa e parafuso). 
 
Estabilidade Absoluta 
Existem métodos que podem ser utilizados de forma 
cirúrgica para promover a estabilidade absoluta, como 
certos tipos de placa e parafusos, parafusos 
interfragmentários, entre outros. Nesse caso, não 
existe no foco fraturário a formação de hematoma ou 
calo ósseo, ocorrendo uma restauração óssea 
anatômica com a junção dos fragmentos fraturários, 
após redução dos mesmos. 
 
 
 
 
O quadro clínico habitual do paciente que sofreu uma 
fratura é composto de dor (não necessariamente 
aguda, podendo ser inclusive progressiva ou 
regressiva), incapacidade funcional (nem sempre está 
presente, muitas vezes o paciente mantém a 
funcionalidade), impotência funcional (redução da 
funcionalidade, dificuldade de realizar as ações) e 
deformidade (nem sempre está presente). 
 
A abordagem inicial para um caso suspeito de fratura 
envolve o exame clínico, checando alterações 
anatômicas no local da lesão, assim como alterações 
funcionais e neurovasculares associadas. 
 
Além disso, em um segundo momento, é fundamental 
a realização do exame radiológico, o qual deve ser 
realizado em pelo menos 2 incidências ortogonais. 
 
 
Geralmente realiza-se as incidências AP 
(Anteroposterior) e em Perfil nas lesões ortopédicas 
em geral. 
 
 
 
Já o tratamento definitivo envolve o alívio da dor, a 
redução da fratura (recolocação do osso em suaposição habitual, podendo ser realizado de forma 
aberta (cirúrgica) ou fechada), a imobilização (manter o 
contato estável entre os fragmentos fraturários para 
favorecer a consolidação) e restaurar a função do 
paciente (após a consolidação, buscar a reabilitação). 
 
 
Contenção Externa 
Utilização do aparelho gessado, em torno de todo o 
membro onde houve a fratura ou com uma tala 
gessada, apenas em uma face do local onde houve a 
fratura. 
 
Fixação Cirúrgica Externa 
Utilização de fixadores externos, como os fixadores 
circulares Ilizarov, com estabilização do foco fraturário, 
possibilitando a consolidação. 
 
 
 
Fixação Cirúrgica Interna 
Categoria usualmente mais conhecida no âmbito das 
cirurgias ortopédicas, pautada pelo uso de placas e 
parafusos que realizam a fixação óssea. 
 
 
Osteomielite 
Existe um risco associado às fraturas de ocorrência de 
infecções, principalmente as fraturas expostas, as quais 
possuem um contato do foco fraturário com o meio 
externo, possibilitando o contato com bactérias que, 
inoculadas no osso, podem gerar uma Osteomielite. A 
osteomielite é uma complicação muito séria e de difícil 
tratamento, já que na grande maioria das vezes há 
uma cronificação e necessidade de antibioticoterapia 
estendida. 
 
Trata-se de uma infecção do osso, que pode ser 
classificada de acordo com o mecanismo de infecção 
(hematogênico ou não hematogênico) ou de acordo 
com a duração da patologia (aguda ou crônica). 
Com relação as fraturas, o tipo mais comum de 
osteomielite é a não hematogênica, que resulta da 
disseminação direta para osso de tecidos moles 
adjacentes ou por inoculação direta, principalmente 
por mecanismos de trauma ou cirurgia. Pode ser 
polimicrobiana ou monomicrobiana, predominando as 
bactérias S. aureus, Staphylococcus coagulase 
negativos ou bacilos aeróbios gram negativos. 
 
Lesão Arterial 
As fraturas podem estar associadas a lesões vasculares 
da região de partes moles envolvida, sendo que 
devemos ressaltar as lesões arteriais, as quais possuem 
um maior nível de gravidade. Muitas vezes o 
fragmento ósseo se torna muito “afiado”, 
possibilitando as lesões vasculares. 
 
Síndrome Compartimental 
Os grupamentos musculares humanos são divididos em 
compartimentos, circundados por fortes fáscias 
membranosas. Quando há um aumento da pressão 
nesses compartimentos, devido principalmente ao 
acúmulo de edema ou sangramento, pode ocorrer a 
Síndrome Compartimental. 
É uma importante complicação das fraturas, sendo 
uma emergência cirúrgica, justamente por implicar em 
compressão de estruturas como vasos e nervos, 
gerando isquemia tecidual e sintomas de compressão 
nervosa periférica, devendo ser imediatamente 
abordadas através de fasciotomia. 
 
Trombose Venosa Profunda 
A fratura pode gerar trombos pela hemostasia que 
ocorre ao redor da lesão, sendo que esses trombos 
podem migrar, gerando TVP e, em alguns casos, 
 
 
Tromboembolismo Pulmonar (TEP). 
 
Necrose Avascular 
A depender do tipo e localização da fratura, pode 
ocorrer um rompimento tão acentuado dos vasos da 
região que o suporte sanguíneo para uma área do osso 
pode ficar comprometido, gerando isquemia e necrose 
óssea avascular. 
 
Pseudoartrose 
É uma complicação que ocorre em 5 a 10% das 
fraturas, culminando na não união óssea. 
Se existe uma deficiência em algum dos fatores que 
influenciam a consolidação, como a irrigação local ou a 
estabilização da fratura, é possível que a fratura não 
venha a se consolidar. 
 
 
 
 
Existecontato do foco de fratura com o meio externo. 
Nem sempre uma fratura exposta é tão bem 
visualizada no exame clínico, podendo ocorrer fraturas 
expostas que geram lesões puntiformes, pouco visíveis 
ao exame físico, dificultando a sua percepção. 
 
A evolução da fratura exposta está relacionada com a 
quantidade de tecidos moles que sofreram lesão e 
foram desvitalizados, justamente pela maior 
dificuldade que o organismo encontrará em distribuir o 
sangue nessa região e promover a cicatrização desse 
foco. 
As fraturas expostas podem ser classificadas de acordo 
com a Classificação de Gustilo e Anderson. Essa 
classificação guia a necessidade de 
antibioticoprofilaxia de acordo com o tipo de lesão 
ocorrida, visto que a prevalência de infecções ósseas é 
alta no caso de fraturas expostas. 
 
 
 
As fraturas do úmero podem ocorrer proximalmente, 
na diáfise ou distalmente. Os sinais e sintomas mais 
comuns são dor intensa e edema no local da fratura. 
 
A maioria das fraturas do úmero proximal e do eixo 
médio não são deslocadas e podem ser tratadas de 
forma conservadora. Por outro lado, as lesões distais 
possuem tratamento cirúrgico superior ao 
conservador. 
 
 
As fraturas proximais deste osso são responsáveis por 
4 a 5% de todas as fraturas no corpo e são a terceira 
fratura mais comum em pacientes idosos, depois das 
do quadril e do rádio distal. 
A incidência de fraturas do úmero proximal aumenta 
com a idade, com mais de 70 por cento ocorrendo em 
pacientes com mais de 60 anos de idade e a maior 
incidência entre 73 e 78 anos de idade. 
As fraturas do eixo médio são responsáveis por cerca 
de 2% de todas as fraturas, possuindo distribuição 
bimodal com o primeiro pico observado na terceira 
década em homens, e costuma estar associado a 
traumas de alta velocidade, e o segundo pico 
observado em mulheres na sétima década e está 
associado a quedas de baixa velocidade. 
A incidência da das fraturas distais de úmero é 
estimada destas lesões no adulto ronda os seis casos 
por 100.000 habitante por ano. Também são lesões 
com uma distribuição bimodal apresentando um pico 
entre os 12 e 19 anos de idade. Um segundo pico nos 
indivíduos idosos, principalmente do género feminino, 
resultante de traumatismo de baixa energia. 
 
 
Em idosos, as quedas são a causa mais comum de 
fraturas do úmero proximal, sendo aproximadamente 
87 a 93 % das fraturas ocorrem após uma queda da 
posição ortostática. 
 
 
As fraturas do eixo médio geralmente resultam de 
trauma, como um golpe direto ou força de flexão no 
úmero e, menos comumente, de uma queda com a 
mão estendida ou cotovelo. Elas também podem 
resultar de fortes contrações musculares, como em 
arremessos de alta velocidade ou luta de braço. 
 
Nas fraturas distais, ocorre principalmente entre os 
indivíduos do género masculino em contexto de 
traumatismo de elevada energia, mas na população 
idosa pode ser gerado por impactos de baixa energia 
como as quedas da própria altura. 
Fraturas proximais do úmero: Radiografias simples do 
ombro que incluem uma visão anteroposterior (AP) 
verdadeira, uma visão axilar e uma visão escapular em 
Y devem ser obtidas se houver suspeita de fratura do 
úmero proximal. Esta é a série de radiografias de 
trauma padrão. O sistema de classificação de Neer é 
baseado na relação anatômica dos quatro segmentos 
principais do úmero proximal: o colo anatômico, o colo 
cirúrgico, a tuberosidade maior e a tuberosidade 
menor. 
1. Fraturas em uma parte são 
definidas como fraturas nas quais 
nenhum fragmento é deslocado; 
2. As fraturas em duas partes são 
definidas por um fragmento 
deslocado; 
3. As fraturas em três partes são 
definidas por dois fragmentos 
deslocados, mas a cabeça do úmero 
permanece em contato com a 
glenoide; 
4. As fraturas em quatro partes são 
definidas por três ou mais 
fragmentos deslocados e 
deslocamento da superfície 
articular da glenoide; 
 
 
 
 
 
Pacientes com fraturas do úmero proximal apresentam 
dor moderada a intensa no ombro, que aumenta com 
o movimento do ombro e tendem a segurar o braço 
afetado aduzido contra o lado do corpo. 
Já os paciente com fraturas do eixo médio do úmero 
geralmente apresentam dor intensa no meio do braço, 
mas podem ter referido dor no ombro ou cotovelo. 
Edema e equimoses podem ser aparentes logoapós a 
lesão. 
Na fratura proximal podem ocorrer deformidades 
grosseiras no ombro, principalmente se a fratura 
estiver associada a um deslocamento anterior ou 
posterior da cabeça do úmero. Nas fraturas distais, 
ocorre dor intensa, edema na área do cotovelo e 
amplitude do movimento do cotovelo é limitada. 
 
A articulação do punho é formada pela porção final 
dos ossos do antebraço (rádio e ulna) que se unem 
com os ossos do carpo. São oito ossos dispostos em 
duas fileiras de quatro. Todos eles são fortemente 
unidos por ligamentos que ajudam a manter a 
estabilidade e permitem o movimento. 
 
A porção final do rádio é a parte óssea mais frágil do 
punho, por isso, é a que com maior frequência se 
fratura. Existem dois grupos principais de pacientes 
que apresentam fratura de punho. O mais comum é de 
senhoras que sofrem quedas e que traumatizam o 
punho ao se protegerem do impacto com o solo. 
Esta fratura é frequente em mulheres após a 
menopausa, visto que é nessa fase que, por fatores 
hormonais, desenvolve-se uma doença óssea 
denominada de osteoporose. 
 
Outro grupo de pacientes que apresenta fratura do 
rádio distal é de adultos jovens, geralmente homens, 
que se envolvem em trauma de alta energia, 
principalmente em acidentes de carro ou moto. Essas 
fraturas apresentam múltiplos fragmentos, podendo 
ter exposição óssea. Têm uma grande incidência de 
lesões associadas, como de ligamentos, cartilagem ou 
outras fraturas. 
 
Já no local do acidente, nos casos mais graves, a 
deformidade gerada pela fratura do punho é bem 
evidente. O punho fica angulado, semelhante à forma 
de um garfo. Já nos casos leves, o que se observa, é um 
inchaço e dor no dorso do punho. Ao procurar um 
 
 
serviço de traumatologia de emergência o paciente 
será examinado pelo médico. Se houver suspeita de 
fratura, será solicitada uma radiografia. Com esse 
exame de imagem pode se ter com clareza o 
diagnóstico definitivo. 
Em caso de dúvida no diagnóstico ou necessidade de 
analisar os fragmentos ósseos pode ser solicitada uma 
tomografia computadoriza. 
Já a ressonância nuclear magnética é utilizada em caso 
de suspeita de lesão ligamentar ou de cartilagem 
associada. 
 
O objetivo do tratamento da fratura do punho é 
conseguir a consolidação com um posicionamento dos 
ossos o mais próximo do normal. Por isso, em caso de 
fratura não deslocada ou quando a fratura tem um 
deslocamento pequeno e no atendimento de urgência 
se consegue um posicionamento adequado, o 
tratamento é realizado imobilizando com gesso. As 
fraturas do punho consolidam em média após seis 
semanas (45 dias). Nesse período o paciente 
permanece imobilizado quatro semanas com gesso 
acima do cotovelo e mais duas semanas com uma luva 
gessada (cotovelo livre). Para conseguir esse 
posicionamento correto dos ossos fraturados não se 
pode colocar a tala de gesso muito apertada, nem 
colocar o punho e a mão numa posição muito forçada. 
Isso leva a uma alta taxa de complicações, como 
inchaço e rigidez dos dedos. Então, o que se quer no 
tratamento com o gesso é encontrar um equilíbrio 
entre colocar a imobilização numa posição o mais 
confortável possível e sem correr o risco de deslocar a 
fratura. 
 
O tratamento cirúrgico é indicado para os casos em 
que o deslocamento da fratura é grave ou quando não 
se consegue um posicionamento adequado dos ossos, 
principalmente quando há fragmentos ósseos 
deslocados dentro da articulação. Também quando a 
fratura é considerada instável, tendo a tendência de se 
deslocar dentro do gesso, é indicado o tratamento com 
cirurgia. Existem poucas situações onde se tem que 
realizar cirurgia de urgência, ou seja, logo após o 
acidente. Entre elas estão as fraturas expostas, lesão 
de nervos ou vasos sanguíneos ou quando há um 
edema grave que pode comprometer a vascularização 
da mão. 
 
O tratamento das fraturas do terço distal do rádio 
baseia-se na idade biológica do paciente, demanda 
funcional e crité-rios de instabilidade. Pacientes com 
nível de atividade maior e com maior demanda 
funcional necessitam melhor restabe-lecimento da 
posição radial. A presença de pelo menos três critérios 
indica instabilidade da fratura. 
 
Critérios de instabilidade para fraturas do terço distal 
do rádio: 
- Perda do comprimento radial maior que 10 mm. 
- Ângulo de inclinação dorsal maior que 20°. 
- Cominuição metafisária dorsal. 
- Desvio articular maior que 2 mm. 
- Fraturas intra-articulares. 
- Fraturas da base do processo estilóide da ulna. 
 
 
 
 
Conceito: Coluna cervical alta – C1 e C2. 
A amplitude dos movimentos da coluna cervical alta é 
relativamente limitada, com exceção da rotação ao 
nível da articulação atlanto-axial, que corresponde a 
cerca de 50% de toda a rotação da coluna cervical. 
 
As lesões traumáticas da coluna cervical alta são 
relativamente raras e sua exata incidência não é bem 
conhecida, pela sua ocorrência em vítimas fatais de 
acidentes automobilísticos. As lesões neurológicas são 
raras, devido à relação entre o diâmetro do canal 
vertebral e o espaço ocupado pela medula espinhal. No 
entanto, as lesões neurológicas na coluna cervical alta 
 
 
apresentam prognóstico diferente e podem ser fatais, 
devido à presença do centro medular da respiração 
nesse nível da medula espinhal. 
 
O mecanismo de trauma dessas lesões é indireto e as 
forças absorvidas pela cabeça são transmitidas para a 
coluna vertebral, devendo ser considerada de extrema 
importância para o diagnóstico a presença de lesões na 
face ou no couro cabeludo. 
 
O diagnóstico das lesões traumáticas da coluna cervical 
alta é muito difícil apenas com as informações 
fornecidas pelas radiografias simples. A tomografia 
computadorizada possibilitou a realização de 
diagnóstico em maior escala e também a identificação 
de lesões que não eram conhecidas. 
 
FRATURA DO CÔNDILO OCCIPITAL 
As fraturas do côndilo occipital são lesões pouco 
frequentes ou raramente diagnosticadas e a menção a 
estas fraturas é feita na grande maioria por meio de 
relato de casos. As fraturas do côndilo occipital 
geralmente ocorrem associadas com outras fraturas, 
especialmente com as do atlas. 
 
As fraturas do côndilo occipital foram classificadas por 
Anderson e Montesano (1988) em três tipos: 
Tipo I - fraturas cominutivas impactadas do côndilo 
occipital. 
Tipo II - fratura da base do crânio que se estende 
através do côndilo occipital. 
Tipo III - fratura por avulsão de fragmento ósseo do 
côndilo occipital conectado ao ligamento alar. 
 
As fraturas dos tipos I e II seriam causadas por 
compressão vertical, enquanto as do tipo III seriam 
ocasionadas por mecanismos combinados de 
translação e rotação. As fraturas do tipo II podem estar 
acompanhadas de lesão dos nervos cranianos (IX, XII) e 
as do tipo III, associadas com a luxação atlanto-
occipitocervical. 
 
O diagnóstico das fraturas do côndilo occipital por 
meio de radiografias simples é muito difícil e grande 
parte delas é diagnosticada por acaso, durante a 
observação de tomografia computadorizada da coluna 
cervical alta. O espectro da estabilidade dessas lesões é 
muito variável. Podem ocorrer lesões estáveis ou 
luxações, que são muito instáveis. A instabilidade é 
muitas vezes difícil de ser determinada e deve ser 
avaliada durante o acompanhamento do paciente. 
 
O tratamento das lesões dos tipos I e II é conservador, 
por meio de colar ou órtese cervical durante seis a oito 
semanas. 
As fraturas do tipo III requerem imobilização mais 
rígida, recomendando-se a utilização de halo-gesso por 
um período de oito a 12 semanas, estando indicada a 
artrodese nos casos de instabilidade atlanto-occipital. 
 
LUXAÇÃO ATLANTO-OCCIPITAL 
As lesões atlanto-occipitais são extremamente raras e 
as informações acerca desse tipo têm sido fornecidas 
pelos relatos de casos esporádicos depacientes que 
sobreviveram ou pela sua observação em vítimas fatais 
de atropelamento. 
 
A grande maioria dos pacientes que sobreviveram com 
esse tipo de lesão apresentava déficit neurológico de 
diferentes graus, desde parada cardiorrespiratória, 
cuja sobrevivência ocorreu graças ao imediato suporte 
respiratório, até quadros variáveis de quadriplegia. 
 
A paralisia de nervos cranianos, especialmente do 
nervo abducente, tem sido também relatada. O déficit 
neurológico pode apresentar considerável melhora nos 
pacientes que sobrevivem. No entanto, o índice de 
óbito é alto durante a hospitalização, devido à 
gravidade das lesões associadas e à presença de déficit 
neurológico. Nos pacientes sem déficit neurológico ou 
parada cardiorrespiratória, a dor ao nível da coluna 
cervical alta ou occipital pode ser a única manifestação 
clínica, dificultando o diagnóstico. 
 
A artrodese occipito-cervical, após a redução da lesão 
por meio de tração, é o tratamento de escolha devido 
à instabilidade desse tipo de lesão. 
 
LESÃO DO LIGAMENTO TRANSVERSO 
A lesão do ligamento transverso pode ocorrer por meio 
da rotura das suas fibras ou avulsão da sua inserção na 
massa lateral do atlas, com pequeno fragmento ósseo. 
 
Essa lesão é geralmente resultante do mecanismo de 
hiperflexão aguda da coluna cervical, provocada por 
queda ou trauma direto sobre o occipital. 
 
A manifestação clínica da lesão está diretamente 
relacionada com o grau de deslocamento do atlas 
provocado pela lesão do ligamento transverso. Nas 
lesões mais graves o paciente pode apresentar déficit 
neurológico e desvio visível nas radiografias, enquanto 
nas mais simples o quadro clínico é discreto, sem 
déficit neurológico, apenas com dor cervical, e os 
exames radiográficos são normais. Nessa situação o 
diagnóstico é difícil e o aumento da sombra do espaço 
 
 
retrofaríngeo na radiografia de perfil pode ser o único 
indício da presença da lesão. 
 
O diagnóstico da lesão do ligamento transverso é 
realizado por meio de radiografias dinâmicas da 
coluna cervical, tomografia computadorizada (TC) ou 
ressonância magnética (RM). 
Os valores da distância do espaço atlantodental 
anterior acima de 5mm nas crianças e 3mm nos 
adultos são indicativos de lesão. 
Deve ser lembrado que a realização de radiografias 
dinâmicas está contra-indicada nos pacientes que 
apresentam lesão recente e déficit neurológico; 
mesmo na presença de lesão do ligamento transverso, 
o espasmo muscular pode impedir sua identificação. 
 
O tratamento das lesões do ligamento transverso está 
relacionado com o tipo (rotura ou avulsão), das 
condições gerais do paciente e da filosofia de 
tratamento adotada pelo cirurgião. 
As roturas do ligamento devem ser tratadas por meio 
da artrodese C1-C2, pois o ligamento não possui 
capacidade de cicatrização capaz de conferir 
estabilidade. 
Existem diferentes opções técnicas de artrodese, que 
utilizam cerclagem (Brooks, Gallie), parafusos 
transarticulares (Magerl), parafusos no maciço 
articular de C1 e C2 (Harms) ou apenas enxerto ósseo. 
Do ponto de vista biomecânico, a estabilização com 
parafusos transarticulares C1-C2 é a mais estável. 
 
SUBLUXAÇÃO ROTATÓRIA 
O diagnóstico desse tipo de lesão é dificultado pelos 
seus sinais clínicos discretos, frequente ausência de 
déficit neurológico e dificuldade de obtenção de bons 
exames radiográficos. 
Os pacientes geralmente apresentam dor e espasmo 
muscular na região cervical, ou torcicolo nos casos 
mais graves. 
Na incidência em AP transoral a assimetria e o 
apagamento das articulações entre C1-C2 podem ser 
observados (wink signal ). 
A tomografia computadorizada facilita a realização do 
diagnóstico e avaliação do grau de desvio, sendo o 
exame de escolha nessas lesões. 
 
A lesão é puramente ligamentar e sua característica 
rotacional é devida à integridade do ligamento 
transverso, que permite a rotação do atlas sobre o 
processo odontóide. 
Fielding e Hawkins (1977) classificaram essas lesões em 
quatro tipos: 
Tipo 1 - luxação rotatória anterior com desvio < 3mm. 
Tipo 2 - luxação rotatória com desvio 3-5mm. 
Tipo 3 - luxação rotatória com desvio > 5mm. 
Tipo 4 - desvio posterior. 
 
O tratamento dessas lesões deve ser iniciado por meio 
de tração craniana para a redução da lesão, que deve 
ser imobilizada por meio de halo-gesso ou gesso 
minerva durante 12 semanas, após a obtenção da 
redução. 
 
A redução pode ser de difícil obtenção em alguns 
casos, sendo necessárias manobras sob anestesia geral, 
que devem ser realizadas com muita cautela devido ao 
risco de lesão neurológica. A palpação transoral direta 
da faceta articular desviada do atlas (C1) e a sua 
redução manual podem ser também efetuadas com o 
paciente anestesiado. 
A artrodese C1C2 está indicada na presença de 
instabilidade C1-C2 ou de déficit neurológico. A 
instabilidade deve ser rotineiramente avaliada no final 
do tratamento conservador, por meio de radiografias 
dinâmicas. 
 
FRATURAS DO ATLAS 
As fraturas do atlas são lesões raras e correspondem a 
cerca de 2% de todas as fraturas da coluna vertebral. 
A associação da fratura do atlas com as do áxis é muito 
frequente e, apesar de rara, pode ocorrer lesão ou 
trombose da artéria vertebral, que deve ser presumida 
na presença de sintomas de insuficiência 
vertebrobasilar (tontura, vertigem, cefaléia, visão 
borrada, nistagmo) concomitantes à fratura do arco 
posterior do atlas. 
 
Com exceção das fraturas produzidas pelos projéteis 
de arma de fogo, as do atlas são resultantes de forças 
aplicadas sobre a cabeça; a energia do impacto é 
absorvida pelo atlas que se encontra encarcerado 
entre os côndilos occipitais e as facetas articulares 
superiores do áxis. Esse mecanismo de trauma explica 
a importância da procura de fraturas nos pacientes 
com ferimentos ou traumatismos da cabeça, couro 
cabeludo ou face. 
 
A fratura em quatro partes do arco anterior do atlas, 
conhecida como fratura de Jefferson, é oriunda da 
aplicação de compressão axial, que é transmitida pelos 
côndilos occipitais para o atlas. 
As fraturas ocorrem na região de transição entre a 
massa lateral e o arco do atlas, que são os locais de 
menor resistência dessa vértebra. Muitas vezes esse 
tipo de fratura apresenta apenas dois ou três 
fragmentos. A aplicação de força de grande 
 
 
intensidade pode conduzir à rotura ou arrancamento 
do ligamento transverso e nessa situação as massas 
laterais do atlas apresentam afastamento lateral 
superior a 8mm nas radiografias em AP. 
A estabilidade dessas fraturas está relacionada com a 
integridade do ligamento transverso. A aplicação de 
força de compressão axial assimétrica pode produzir 
fratura da massa lateral, que frequentemente está 
associada com fratura do arco do atlas. 
 
As fraturas do arco posterior estão geralmente 
associadas com as fraturas tipo I ou II do processo 
odontóide, espondilolistese traumática do áxis ou 
fratura do côndilo occipital devido ao mecanismo 
comum de produção do trauma dessas lesões, que é a 
hiperextensão. Essa associação das fraturas do arco 
posterior com outras fraturas tem sido observada em 
até 50% dos pacientes. 
 
Com o advento da tomografia computadorizada as 
fraturas do atlas puderam ser melhor identificadas e 
diagnosticadas. Apesar da importância das radiografias 
simples no diagnóstico dessas fraturas, elas não 
permitem a visualização completa do osso. 
 
O tratamento das fraturas do atlas está diretamente 
relacionado com a sua estabilidade, presença de lesões 
associadas e estado geral do paciente. A filosofia de 
tratamento do cirurgião, o seu domínio das técnicas e 
os recursos disponíveis também exercem importante 
papel na decisão terapêutica. 
 
As fraturas isoladas do arco anterior ou posterior do 
atlas, as fraturas do processo transverso ou fraturas 
por avulsãodo arco anterior são fraturas estáveis e 
podem ser tratadas por meio de órtese cervical por um 
período de seis a 12 semanas. 
 
O tratamento das fraturas do tipo explosão e da massa 
lateral está condicionado à estabilidade da lesão 
(integridade do ligamento transverso), que é avaliada 
por meio do desvio lateral das massas laterais do atlas 
nas radiografias em AP. 
Nas fraturas que apresentam desvio das massas 
laterais menor que 8mm nas radiografias em AP, o 
tratamento deve ser realizado por meio da 
imobilização com halo-gesso, minerva ou órteses 
cervicais rígidas por um período de 12 semanas. 
Após o término do tratamento devem ser realizadas 
radiografias dinâmicas para averiguar a possível 
existência de instabilidade C1-C2, que é indicação da 
artrodese desse segmento vertebral. 
 
FRATURAS DO PROCESSO ODONTÓIDE 
As fraturas do processo odontóide representam 7% a 
15% das fraturas da coluna cervical. Essas fraturas 
apresentam características muito diferentes 
(incidência, epidemiologia, mecanismo de trauma, 
características clínicas e conduta terapêutica), de 
acordo com a idade dos pacientes, que diferenciam as 
fraturas da criança, do adulto jovem e idosos. 
Em crianças com idade inferior a sete anos, o processo 
odontóide está acometido em 75% dos traumatismos 
da coluna cervical, devido à interposição de 
sincondrose, entre o processo odontóide e o corpo de 
C2, sendo a parte da vértebra mais vulnerável às 
fraturas. 
 
A maior percentagem das fraturas do processo 
odontóide ocorre nos adultos; nos adultos jovens as 
fraturas são geralmente causadas por trauma de alta 
energia (acidente automobilístico, queda de grande 
altura, etc.), estando por isso associadas a outras 
lesões. 
 
Acima dos 70 anos de idade a fratura do processo 
odontóide é a mais frequente ao nível da coluna 
cervical; acima dos 80 anos de idade, é a fratura mais 
frequente da coluna vertebral, estando esse fato 
relacionado com a osteoporose e diminuição da sua 
massa óssea. As fraturas nesse grupo de pacientes são 
causadas por queda da própria altura e geralmente não 
estão associadas com lesões do crânio ou outras, como 
ocorre nos pacientes mais jovens. Nesse grupo de 
pacientes a morbidade e mortalidade relacionadas às 
fraturas do processo odontóide são muito elevadas 
quando comparadas com os mais jovens, sendo esse 
fato de grande importância na elaboração do 
tratamento. 
 
O diagnóstico da fratura do processo odontóide pode 
ser realizado por meio de radiografias simples (AP 
transoral e perfil) em 94% dos pacientes. No entanto, o 
diagnóstico não é realizado no primeiro atendimento 
em grande número dos pacientes, não por problemas 
relacionados aos exames complementares, mas devido 
à falta de suspeição pelo examinador, baixo nível de 
consciência dos pacientes, traumatismo 
craniencefálico e trauma da face. 
 
As queixas dos pacientes são inespecíficas e 
representadas principalmente por dor occipital ou 
suboccipital, associada com espasmo muscular e 
diminuição dos movimentos da coluna cervical, de 
modo que o diagnóstico é realizado somente quando a 
possibilidade da ocorrência da fratura é lembrada e as 
 
 
radiografias são solicitadas. A suspeição do diagnóstico 
é de grande importância nos pacientes com ferimentos 
ou traumatismos da face ou couro cabeludo, bem 
como nos com baixo grau de consciência. 
 
A tomografia computadorizada com reconstruções no 
plano sagital e coronal permite a análise da fratura 
com maiores detalhes e o diagnóstico das lesões 
associadas como, por exemplo, a fratura do arco do 
atlas, que é a mais comum. 
 
A estabilidade das fraturas do processo odontóide é de 
extrema importância para a elaboração do tratamento. 
A fratura é considerada estável quando é impactada e 
não apresenta desvio. O modo mais seguro para a 
determinação da estabilidade dessas fraturas é a 
realização de radiografias dinâmicas em perfil, pois 
muitas fraturas instáveis podem não apresentar desvio 
nas radiografias convencionais e evoluem com perda 
da redução. 
 
O diagnóstico diferencial das fraturas do processo 
odontóide deve considerar "os odontóideos" e os 
centros de ossificação do modelo cartilaginoso do áxis, 
que geralmente suscitam dúvidas com relação ao 
diagnóstico.

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