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Resenha - Ideologia e Ciência Social Analisadas Sobre as 3 Grandes Correntes de Penssamento Positivismo, Hitoricismo e Marxismo

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IDEOLOGIA E CIÊNCIA SOCIAL ANALISADAS SOBRE AS TRÊS GRANDES 
CORRENTES DE PENSAMENTO: POSITIVISMO, HITORICISMO E MARXISMO. 
 
 
 
RESENHA 
______________________________________________________________________ 
LÖWY,Michael. Ideologias e Ciências Sociais: elementos para uma análise marxista. 
16.ed. São Paulo: Cortez, 2003. 
Por Pedro Ferrari 
 
 O livro reproduz uma série de conferências pronunciadas na Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo, em junho de 1985. As conferências propiciaram 
debates e discussões sobre questões que perpassam a relação ideologia/ciência social. 
 A obra contêm quatro capítulos, sendo eles: ideologia. Positivismo, 
historicismo e marxismo. No primeiro capítulo o autor aborda algumas noções gerais 
sobre o conceito de ideologia, sobre o que seria uma análise dialética de ideologia, 
seguindo com uma reflexão sobre utopia e sua relação com a prática política e social. 
Nos três últimos capítulos desenvolve uma análise sobre a relação entre ideologia e as 
ciências sociais, iniciando por uma discussão sobre o positivismo, em seguida, sobre o 
historicismo e sobre o marxismo. 
 Ideologia, conceito complexo, inventado pelo enciclopedista Destutt de 
Tracy , definido por Napoleão como abstração da realidade. Em 1946, Marx utiliza o 
conceito ideologia em seu livro Ideologia Alemã significando falsa consciência e 
ignoração da realidade. Mais tarde Marx amplia o conceito falando das formas 
ideológicas, através das quais a sociedade toma consciência da vida real 
 Para Lenin a ideologia está vinculada aos interesses de classes, 
portanto, existe uma ideologia burguesa e uma ideologia proletária. 
 Tentando por ordem nessa confusão Karl Mannheim, em seu livro 
Ideologia e Utopia procura distinguir os conceitos de ideologia e de utopia. Ideologia 
seria o conjunto de concepções, idéias, representações, teorias, que se orientam para a 
estabilização, ou legitimação, ou reprodução da ordem estabelecida. Utopia , ao 
contrário , são aquelas idéias, representações e teorias que aspiram uma outra 
realidade, uma realidade ainda não existente. 
 Para se tentar evitar essa confusão terminológica e conceitual Löwy 
propõe como hipótese o termo “visão social de mundo”, que seriam para ele todos 
aqueles conjuntos de valores, representações, idéias e orientações cognitivas. 
 Para Löwy as visões sociais de mundo poderiam ser de dois tipos: 
visões ideológicas, quando servissem para legitimar, justificar, defender ou manter a 
ordem social do mundo; visões sociais utópicas, quando tivessem uma função crítica, 
negativa, subversiva, quando apontasse uma realidade ainda não existente. 
 A relação entre ideologias, utopias, visões sociais de mundo, valores, 
posições de classe, posições políticas e ciência é tratada através de três colocações: o 
positivismo, o historicismo e o marxismo. 
 O positivismo tem sua origem nas idéias de Condorcet que defende uma 
superação do controle do conhecimento social pelas classes dominantes da época, isto 
é pela Igreja, pelo poder feudal e pelo Estado monárquico. Condorcet propõe uma 
ciência natural da sociedade, objetiva e livre de preconceitos. 
 Depois de Condorcet, temos Saint-Simon utilizando, pela primeira vez, o 
termo positivo aplicado à ciência: ciência positiva. Ela chama a nova ciência da 
sociedade de fisiologia social e que está situada no contexto de combate à doutrina das 
classes dominantes da época. 
 A partir de Augusto Comte o positivismo fundamenta-se sobre a premissa 
de uma ciência natural, considerando os fenômenos sociais no mesmo espírito das 
ciências da natureza e que a sociedade é regida por leis naturais, quer dizer leis 
invariáveis, independentes da vontade humana. 
 Durkeim, discípulo de Comte, estabelece o naturalismo sociológico, 
considerando os fatos sociais como coisas, portanto o sociólogo deve Ter uma postura 
de neutralidade. 
 Max Weber considera que toda a ciência da sociedade ou da cultura 
implica uma relação com os valores que servem de ponto de partida para a 
investigação cientifica. Os valores são visto como pressuposições indispensáveis para 
qualquer investigação no terreno das ciências sociais. 
 A outra concepção de ciência social é o historicismo, considerado por Karl 
Mannheim como sendo também uma das correntes mais importante na teoria do 
conhecimento social, na ciência social e na sociologia do conhecimento. O historicismo 
parte de três hipóteses: 1) qualquer fenômeno social, cultural ou político é histórico e só 
pode ser compreendido dentro da história; 2) existe uma diferença fundamental entre os 
fatos históricos ou sociais e os fatos naturais; 3) tanto o objeto quanto o sujeito da 
pesquisa estão imerso no processo histórico. 
 Löwy aborda o caráter conservador e a dimensão relativista do 
historicismo. O caráter conservador é superado através da concepções de Wilhelm 
Dilthey que insistiu na distinção entre ciência naturais e ciências sociais. 
 No marxismo Michael Löwy analisou o conceito de ideologia abordando 
autores como Marx, Ricardo, Goldmann, Maltus, Sismondi. 
 Destacou-se que o ponto de vista do proletariado é mais amplo que o da 
burguesia e enfatizou-se que os vários pontos de vista são necessários para o processo 
histórico da construção de uma sociologia critica do conhecimento, sendo que algumas 
percepções são mais abrangentes e tem uma contribuição maior para a formulação de 
um conhecimento do que outras e essa reflexão sobre os vários pontos de vista é de 
extrema importância para as ciências sociais porque é nessa dialética 
(análise/crítica/conhecimento) que se pode atingir o conhecimento. 
 A obra de Michael Löwy pelo seu caráter oral de apresentação, tem, 
inevitávelmente, um cunho didático e simplificado. Mesmo sendo um trabalho 
simplificado, e não contendo referências bibliográficas relativas às citações referidas na 
obra, não perde a profundidade no tratamentos das questões abordadas. É um livro 
acessível à aqueles que se iniciam nas reflexões sobre o tema. Para uma leitura mais 
aprofundada e rigorosa desses temas indicamos a leitura das obras do mesmo autor, 
isto é: As Aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen: marxismo e 
positivismo na sociologia do conhecimento, Editora Cortez, São Paulo, 2000 e Método 
Dialético e Teoria política, Editora Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1978.

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