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Docente: Peter Schröder Discente: Maiara Gomes Ferreira1 Código da turma: AM 097 SAHLINS, Marshall D. Introdução. In: Ilhas de história. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. P. 7-21 Marshall David Sahlins (1930-2021), antropólogo americano nascido em Chicago com fortes influências intelectuais francesas como Lévi-Strauss (1908-2009) e Karl Polanyi (1886-1964), pertenceu à escola neo-evolucionista e teve, ainda, uma fase culturalista rica e inspiradora. Em sua obra “Ilhas da História", Sahlins pretende fazer uma análise cultural dos acontecimentos, da ação, dos signos e das transformações que ocorrem em diferentes sociedades, para resgatar a história, o autor faz, também, uma análise estrutural. No texto “Ilhas da História", o autor inicia a introdução pontuando o processo de ordenamento cultural que, segundo ele, ocorre de diferentes modos nas diversas sociedades e têm diferentes significados. Ademais, nota-se que há um processo dialético em que os esquemas culturais são considerados historicamente consequências de suas interpretações preexistentes e já pré estabelecidas através da ação. Mais adiante, entretanto, Sahlins pontua que “As circunstâncias contingentes da ação não se conformam necessariamente aos significados” (P.7) isso significa que os homens irão repensar seus esquemas de forma convencional e, logo, pode-se afirmar que a cultura é alterada historicamente na ação. Tendo em vista as análises expostas no texto, pode-se afirmar que o ponto central na obra de Sahlins é a relação entre a estrutura histórica e a antropologia, além disso, nota-se uma interação dual entre a ordem cultural e a estrutura na convenção e na ação. Diante disso, percebe-se que a síntese desses dois processos seriam realizadas nas ações humanas e isso seria, no que lhe concerne, o que daria sentido aos objetos já preexistentes na ordem cultural. Outrossim, Sahlins faz uma crítica, também, a globalização e a expansão capitalista, pois, segundo ele, o sistema capitalista provoca mudanças em sociedades consideradas primitivas ou tradicionais ignorando as diversidades. 1 Discente do curso de Ciências Sociais, Bacharelado- UFPE maiara.ferreira@ufpe.br Portanto, segundo o autor "culturas diferentes possuem historicidades diferentes” (P.11). Assim, nota-se uma diferença entre estruturas performativas e estrutura prescritivas, a primeira estaria relacionada com relações sociais mais dinâmicas, como, por exemplo, a sociedade havaiana, enquanto a segunda estaria ligada a relações sociais com regras pré estabelecidas e pouco dinâmica. Assim, sob os aspectos de distinção entre prescritivo e performativo, observa-se um paralelo com o contraste lévi-straussiano entre os modelos mecânicos e estáticos abordados na obra “A noção de estrutura em etnologia” (Lévi-Strauss, 1952). Cabe frisar, ainda, que Sahlins pontua que a estrutura possui, no que lhe concerne, uma diacronia interna e isso irá constituir relações mutantes entre as categorias gerais ou, uma “vida cultural das formas elementares" (P.16). Nesse desdobrar, percebe-se que os conceitos básicos são conduzidos através de estágios de combinação e recombinação e segundo o autor, foram produzidos ao longo do caminho novos termos que podem ser sintéticos. Para concluir a lógica do texto, Marshall Sahlins resume suas análises, por vezes, complexas em uma reflexão crítica acerca das próprias categorias acadêmicas, fazendo uma análise não apenas fenomenológica mas também analítica entre cultura e história, passado e presente, estacionário e dinâmico. Dessa maneira, apesar de todo existir uma coerência, faz-se necessário pontuar, ainda, que apesar das Ciências Sociais estudarem as formas sociais práticas voltadas para o comportamento de grupos, a antropologia, de certo, tem algo a contribuir para a história. Entretanto, é necessário fazer um reconhecimento teórico para poder encontrar o lugar conceitual da antropologia, da história, do passado e do presente. Portanto, conclui-se que, diante do texto trabalhado, foi assimilado que o objetivo do autor, ao trabalhar a relação entre história e estrutura, foi refletir sobre as categorias acadêmicas, o ordenamento cultural e o valor significativo da eficácia histórica. Propõe, assim, trazer novas perspectivas do materialismo através de lentes voltadas para uma abordagem simbólica de relações históricas, que irão produzir categorias culturais atribuindo novas significações a partir do contexto considerado usual. Assim, é fato que a tese geral do texto “A Ilha da história" é analisar a economia havaiana conforme o capitalismo e a globalização e como nesse processo houve uma ressignificação na própria estrutura nativa da sociedade.
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