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Coagulopatias Adquiridas Introdução - São mais comuns do que as coagulopatias hereditárias e apresentam defeitos múltiplos dos fatores da coagulação - As principais etiologias das coagulopatias adquiridas são: • CIV • Deficiência de vitamina • Uso de Anticoagulantes • Doença Hepática • Inibidores dos fatores da anticoagulação • Outros: asparaginase, trombolíticos, transfusão maciça COAGULAÇÃO INTRA-VASCULAR DISSEMINADA (CIVD) - Introdução: • É uma coagulopatia de consumo • Desordem grave adquirida da hemostasia • Tende ao sangramento, mas pode causar trombose • Apresenta uma forma aguda e uma forma crônica • Sempre apresenta alguma causa sistêmica (câncer, trauma, sepse, etc) • Acomete 1% dos pacientes em hospitais terciários - Patogênese: • Há ativação anormal da coagulação e da fibrinólise: • Exposição a fator tecidual ou fator procoagulante • Consumo de plaquetas e fatores • Depósito de fibrina e fibrinólise • Formação de trombos --> isquemia • Consumo de fatores e plaquetas --> sangramentos • Ocorre lesão de órgãos-alvo pela diminuição da perfusão, trombose ou sangramento • P o d e o c o r r e r a n e m i a h e m o l í t i c a microangiopática - CIVD Aguda (Descompensada): • É um quadro descompensado • A causa sistêmica leva a uma grande exposição a fator tecidual ou outro fator —> rápido consumo de fatores de coagulação —> diátese hemorrágica • Mais comum de ocorrer em Leucemia Promielocítica Aguda, sepse e trauma - CIVD Crônica (Compensada): • A causa sistêmica leva a uma pequena exposição continuada a fator procoagulante —> consumo de fatores e plaquetas é compensado • Tende mais a trombose • Mais comum de ocorrer em doença maligna - Manifestações Clínicas: • CIVD Aguda: • Sangramento (64%), disfunção renal ou hepática, disfunção respiratória, choque, tromboembolismo (7%), disfunção SNC • Trombocitopenia, alargamento de TAP e KPTT • Fibrinogênio baixo, D-dímero elevado • Alterações microangiopáticas • CIVD Crônica: • Trombose é mais frequente • História de malignidade - Púrpura fulminans: • É uma forma muito grave e complexa de CIVD • Quadro raro • Ocorre extensa trombose cutânea com necrose e hemorragia • Geralmente há deficiência de proteína C (Meningococcemia) • Alta mortalidade - Diagnóstico: • Quadro clínico compatível • Exames laboratoriais: • Alargamento TAP e KPTT • Plaquetopenia • D-dímero elevado • Redução fibrinogênio • Anemia hemolítica microangiopática • Forma crônica pode ter apenas aumento de d-dímero e produtos de degradação da fibrina - Diagnóstico Diferencial: • Doença hepática severa • Trombocitopenia induzida por heparina • PTT, SHU, drogas causadoras de hemólise microangiopática - Tratamento: • Tratar a causa base • Supor intensivo —> hidratação, transfusão de hemácias, drogas vasoativas e suporte ventilatório • Prevenção e Tratamento do Sangramento —> transfusão • Prevenção e tratamento da trombose: pouca evidência de uso de profilaxia • Indicações de Transfusão: • Plaquetas: • Se menores que 10.000 (transfusão profilática) • Se <50.000 + sangramentos ou procedimentos invasivos • Plasma: • Se sangramentos + Alargamento de TAP/KPTT • Crioprecipitado: • Se fibrinogênio <100 + sangramento Deficiência de Vitamina K - Introdução: • A vitamina K é lipossolúvel e está presente em alimentos verdes • Sua síntese ocorrer por bactéria intestinais e, por isso, necessita de uma função adequada de excreção pancreática e biliar, além de epitélio intestinal adequado para absorção • A vit K é fundamental para a produção dos fatores II, VII, IX e X • A deficiência de vit K inicialmente alarga TAP (VII tem menor meia vida) e depois alarga KPTT - Causas: • Paciente debilitado em uso de ATB: dieta inadequada + alteração de flora • Má absorção intestinal: DII, celíaca, intestino curto • Patologias pancreáticas, hepáticas e de vias biliares • Recém-Nato - Exames Laboratoriais: • Alarga TAP e KPTT • Diminuição dos níveis plasmático de fatores II, VII, IX e X • Normal: plaquetas, fibrinogênio - Tratamento: • Reposição de vitamina K (5 a 25mg) —> demora 6-8h para início da ação • Caso sangramento —> transfundir plasma - Doença Hemorrágica do RN (Deficiência de vitamina K do RN): • Causas: Fígado imaturo não utiliza Vit K adequadamente + Baixo estoque + pouca ingesta (leite materno) • Ocorre nas primeiras semanas de vida • Causa sangramento cutâneo, GI, umbilical e SNC • Incidência aumenta caso mãe utilize anticonvulsivantes, antibióticos e varfarina • Tratamento: Vitamina K 1mg IM no nascimento Doença Hepática - Introdução: • Disfunção hepática leva a alterações de fatores pró-coagulantes e anticoagulantes • Afeta todos os estágios da hemostasia: plaquetas, cascata da coagulação e fibrinólise • Aumento do risco de trombose e hemorragia • Os pacientes não podem ser considerados “auto-anticoagulados” (esses pacientes podem tender tanto a sangramento quanto a trombose) - Alterações Anticoagulantes: • O fígado produz os fatores I (fibrinogênio), II (trombina), V, VII, IX, X e XI • Além disso, o fígado atrapalha na função plaquetária, podendo causar trombocitopenia (sequestro, hep.C, alcoolismo, infecções, medicação) • Há aumento da fibrinólise • Essas alterações causam tendência a sangramento - Alterações Pró-trombóticas: • Redução da síntese hepática de Proteína S, Proteína C, anti-trombina III • Redução da eliminação de FVW • Fluxo vascular mais lento • Essas alterações causam tendência a trombose - Exames Laboratoriais: • Alargamento de TAP e KPTT • Dímero-D elevado • Plaquetopenia • Tromboelastografia ou Tromboelastometria (não é muito disponível, mas mostra se o paciente tem mais tendência a sangrar ou a fazer trombose) - Tratamento: • Repor vitamina K se necessário • Transfusão de plasma e plaquetas geralmente restrita apenas para sangramentos ou antes de procedimentos Medicamentos - Varfarina / Cumarínicos: • São antagonistas da vitamina K VO • Devem ser controlados por TAP e RNI (geralmente manter RNI entre 2 e 3) • Caso o RNI esteja >3 deve-se reduzir ou suspender a dose e administrar vitamina K • Caso haja sangramento —> Vitamina K + transfusão de plasma - Heparina: • Heparina Não Fracionada: SC ou EV • Início de ação rápido • Indicação: Profilaxia de trombose e Anticoagulação • Monitorização: KPTT --> difícil controle • Antídoto: sulfato de protamina (1mg para 100U) • Heparina de Baixo Peso Molecular (Enoxaparina): SC • Melhor posologia • Cuidado com obesos e IRC • Controle: aferição da atividade anti-fator Xa - Anticoagulantes orais diretos (DOACS): • Inibidor direto da Trombina: Dabigatran (Pradaxa®) • Inibidores do Fator Xa: Rivaroxaban (Xarelto®), Apixaban (Eliquis®), Edoxaban (Lixiana®)
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