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1.1 CONHECIMENTO CIENTÍFICO DO DIREITO Introdução ao Estudo do Direito - IED É a disciplina de base, introdutória à ciência do Direito, que visa descortinar seus horizontes ao definir o objeto de estudo, indicar os limites da área de conhecimento, apresentar suas características fundamentais, fundamentos e valores primordiais. Trata-se da matéria de iniciação, que fornece ao uma visão global do Direito e as noções fundamentais para a compreensão do fenômeno jurídico, além de desenvolver a técnica e o raciocínio jurídicos. Ela trata do fenômeno jurídico, propiciando uma compreensão de conceitos jurídicos comuns a todos os ramos do direito e introduzindo o estudante e o jurista na terminologia técnico jurídica. É um sistema de conhecimento, recebidos de múltiplas fontes de informação, destinado a oferecer os elementos essenciais ao estudo do Direito, em termos de linguagem e de método, com uma visão preliminar das partes que o compõem e de sua situação na história da cultura. Conceitos gerais: Direito, fato jurídico, relação jurídica, lei, justiça, equidade, jurisdição, segurança jurídica, etc (aplicáveis a todos os ramos do Direito). Natureza Epistemológica da IED Epistemologia, do grego “epistême” (ciência) e “logos” (estudo), significa etimologicamente “teoria da ciência”. Segundo alguns doutrinadores, a IED não é ciência, por faltar-lhe unidade de objeto, isto é, falta um campo autônomo e próprio de pesquisa, mas é uma disciplina epistemológica, visto que contém conhecimentos científicos, filosóficos e por: • propiciar uma visão sintética da ciência jurídica; • definir e delimitar os conceitos jurídicos fundamentais que serão utilizados pelo jurista na elaboração da ciência jurídica; • apresentar, de modo sintético, as escolas científico-jurídicas. Caráter Enciclopédico e Propedêutico da IED Trata-se de uma disciplina essencialmente preparatória ou propedêutica ao ensino dos vários ramos jurídicos, devido às noções básicas e gerais que visa transmitir. Além disso, é uma enciclopédia (do grego, “eukuklios” = o círculo ou ciclo perfeito de “paidéia” = conhecimento), pois contém conhecimentos científicos (aspectos jurídicos, sociológicos, psicológicos, históricos e filosóficos) introdutórios ao estudo da ciência jurídica. É uma matéria essencialmente propedêutica ao ensino dos vários ramos jurídicos. Inclusive, a partir de 1912, como disciplina de caráter propedêutico, passou a ser denominada como “Enciclopédia Jurídica”, tendo seu nome alterado para Introdução ao Estudo do Direito – IED a partir de 1931. MÉTODO DO DIREITO Método (do grego “méthodos” (metha = ao longo + hodos = caminho) significa o procedimento a ser seguido, ao longo de um caminho, para se alcançar um objetivo preestabelecido com eficácia e segurança. Portanto, é o roteiro ou a sequência de etapas a serem seguidas na investigação da verdade ou no estudo de uma ciência. Assim, o Método Jurídico trata-se da série ordenada dos meios pelos quais se chega ao conhecimento profundo do conteúdo das normas jurídicas. Segundo Paulo Dourado de Gusmão, “o problema do método ou dos métodos da ciência jurídica, ou seja, dos procedimentos lógicos adequados ao conhecimento do direito, é o problema central da Metodologia Jurídica”. Ainda de acordo com Gusmão, “o problema do método jurídico depende da natureza da investigação que se pretende realizar. Se partirmos do geral (norma), para o caso concreto a ser julgado ou para dada situação jurídica, utilizaremos o método dedutivo, raciocinando através de silogismos; se de casos singulares para o geral, o método indutivo; com muita frequência o método comparativo; se a investigação tiver por objetivo as raízes sociais ou os efeitos sociais do direito, o método sociológico terá de ser usado, mas, se o passado do direito estiver na mira do jurista, deverá ser empregado o método histórico”. TÉCNICA JURÍDICA Técnica (do grego, “téchne” = "saber fazer", em latim, “ars” = arte, habilidade de transformar uma realidade natural em artificial ou o perfeito conhecimento de todo e qualquer ramo do saber) é o modo de realizar, de forma racional e segura, uma finalidade prática. Diz-se que o método indica o que fazer, ao passo que a técnica indica o como fazer. O mesmo método enseja a utilização de várias técnicas, das quais uma será a mais adequada. A técnica é a instrumentação específica da ação em cada etapa do método. De acordo com Paulo Dourado de Gusmão, “a ciência do direito, como qualquer ciência, tem sua técnica (técnica jurídica), ou seja, a sua arte, que pode ser entendida como conjunto de procedimentos destinados a tornar mais perfeita e eficaz a criação e aplicação do direito, bem como a tornar mais completo o seu conhecimento”. Portanto, o conceito de Técnica Jurídica remete às formas e aos meios empregados para a obtenção de um objetivo específico, que é a concretização do Direito. Já que o fim maior do Direito é a conceder segurança aos indivíduos e a realização da Justiça, a Técnica Jurídica, então, pode ser definida como os meios adequados para se efetivar a segurança e a Justiça. Segundo Ariel Álvarez Gardiol, “técnica jurídica é a adequada utilização dos meios que permitem alcançar os objetivos que o direito visa, seguindo preceitos metódicos.” Para Brethe de la Gressaye e Laborde-Lacoste “... a técnica jurídica se caracteriza, conforme nosso pensamento, essencialmente como um conjunto de meios, de procedimentos, mais ou menos artificiais, destinados a transportar o dado racional e experimental, com vistas a tornar prática e eficiente a norma jurídica no meio social onde ela seja invocada”. Assim, trata-se do método de realização das normas jurídicas. Ela tem um caráter artificial, pois consiste em um artifício que suscita o procedimento mais prático e eficiente. Assim, conclui-se que a Técnica Jurídica consiste no conjunto de princípios que disciplinam a elaboração, a interpretação e a aplicação corretas da norma jurídica, permitindo a plena realização do Direito na vida social. O Direito é eminentemente instrumental, visando a harmonia entre as pessoas e a paz social, e se manifesta mediante normas jurídicas, definidas como preceitos obrigatórios de organização social e conduta individual, devidamente sancionados pelo Estado. A técnica jurídica consiste no conjunto de princípios que disciplinam a elaboração, a interpretação e a aplicação corretas da norma jurídica, permite a plena realização do Direito na vida social. A técnica jurídica divide-se em duas espécies bem demarcadas: 1) Técnica Legislativa: refere-se à conduta do legislador e inclui a iniciativa, discussão e aprovação, pelo Poder Legislativo, dos projetos propostos, seguidos da sanção, promulgação e publicação das leis, pelo Poder Executivo (arts. 59 e segs., e 84, IV, CF). 2) Técnica de interpretação e aplicação de leis e contratos (Jurisdicional), baseia-se nos princípios de quais se utiliza o juiz para aplicar, corretamente, as normas em cada caso concreto. Dentre os recursos construídos e empregados pela técnica jurídica destacam-se: Presunção (que dispensa prova), baseada na verossimilhança, generaliza o que normalmente ocorre em certos casos, estendendo as consequências jurídicas de um fato conhecido a um desconhecido (arts. 8º e 1.597, CC). Ficção atribui realidade ao que não tem, considerando verdadeira uma criação artificial do pensamento ou “mentira técnica consagrada pela necessidade”, segundo Ihering e ainda, de acordo com Ferrara, “não transforma em real o que não tem realidade, mas só lhe dá as mesmas consequências, como se fosse real” e “por dar igual tratamento a relações em si materialmente diversas”. Às vezes, é preciso contradizer a própriarealidade, uma vez que, só assim se alcançam os fins úteis ao meio social. (arts. 79 e 81, CC; Art. 3º, LICC). Publicidade permite poder presumir o conhecimento da lei e de certos atos jurídicos (decretos, decisões judiciais, etc) por todos através da publicação destes em jornais oficiais (Diário Oficial) visando a prioridade, a segurança jurídica e a facilitação da prova dos mesmos. Forma visa dar certeza e segurança à relação jurídica, sendo, em certos casos, essencial ao ato (art. 108, CC). Redução e Concentração visam reduzir o número de princípios, regras e conceitos jurídicos (redução das coisas a móveis e imóveis)
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