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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP CURSO SUPERIOR LICENCIATURA EM PEDAGOGIA PROJETOS E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGÓGICA – PPAP III GESTÃO EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES GESTÃO DA EDUCAÇÃO PRÁTICAS EDUCATIVAS EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: uma contribuição significativa a valorização do idoso Recife 2021 SUMÁRIO 01 - TEMA: 4 02 – TÍTULO 4 03 - JUSTIFICATIVA: 4 04 - SITUAÇÃO PROBLEMA: 5 05 - PÚBLICO ALVO: 6 06 - OBJETIVOS: 6 07 - EMBASAMENTO TEÓRICO: 6 08 - METODOLOGIA: 15 09 - RECURSOS: 16 10 - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES: 17 11 - AVALIAÇÃO: 17 12 – PRODUTO FINAL 17 REFERÊNCIAS 18 APÊNDICES 21 4 01 - TEMA: Gestão da Educação. 02 – TÍTULO Práticas Educativas em Espaços não Escolares: uma contribuição significativa a valorização do idoso. 03 - JUSTIFICATIVA: A motivação deste projeto foi refletida em sala de aula sobre como a gestão da educação em espaços não escolares pode alcançar pessoas que não frequentam instituições de ensino e como desenvolver um trabalho pedagógico com grupos sociais (idosos, pessoas em situação de rua e situação de vulnerabilidade) a partir de projetos socioeducativos. Nosso projeto busca promover diversas possibilidades de aprendizagens, estimulações cognitivas, integração social e estimulação a cultura através da educação não formal. Nossos estudos estão voltados à Educação não formal, à Pedagogia Social e a Pedagogia para o envelhecer na busca pela melhoria da qualidade de vida e o direito ao exercício da cidadania à pessoa idosa. A população idosa vem aumentando consideravelmente, de acordo com as estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população idosa no Brasil deve chegar a 25,5 % até 2060 (IBGE,2018). O que podemos considerar diante dessas informações é que a pessoas tem vivido mais tem e esse fato se dá a uma melhora na qualidade de vida da população brasileira. Em um contexto geral, o envelhecer traz profundas mudanças, físicas, emocionais, psicológicas, sociais, entre outros. Nesse processo muitas vezes o idoso não consegue se adaptar a ambientes, os elos e conexões de interação social diminuem e as vivências são limitadas. Se faz necessário uma profunda reflexão do papel do idoso quanto cidadão, quanto ser humano. De fato, existem muitas barreiras e desafios para se desmistificar que o idoso no cenário social é uma pessoa sem utilidades e sem necessidades de uma vida social ativa. 5 Atualmente, existem muitos projetos e políticas públicas voltadas à terceira idade, porém ainda assim, se faz necessário um desdobramento maior da sociedade para de fato proporcionar aos idosos uma vida mais ativa e menos exclusiva. Pensando nisso, nossa equipe resolveu abordar o tema para compreender melhor a atuação do idoso como um ser ativo na sociedade a que pertence. De acordo com o Estatuto do Idoso (2007), o idoso tem direito a educação, cultura, esporte, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. Assim, o artigo 20 é a forma legal de garantir ao idoso educação e outros direitos. No contexto educacional, pode ser por meio da educação formal ou informal e deve envolver os processos de aprendizagens através de socialização, valorização cultural, assim também, como apropriação de sentimentos de pertencimento e valorização da figura da pessoa idosa dentro da sociedade. A participação da Pedagogia social e do Pedagogo é cada vez mais significativa na prática da educação não formal para o idoso. As ações de práticas pedagógicas vêm ganhando destaque espaço em ambientes e comunidades que oferecem atividades e programas para a terceira idade. Essa estrutura social e educacional possibilita o empoderamento do idoso nos processos de construção do sujeito como um ser capaz de viver ativamente na sociedade. Dessa forma, se faz necessária ações e práticas pedagógicas para a inserção social, política e econômica do idoso. 04 - SITUAÇÃO PROBLEMA: A problemática do projeto surge a partir das necessidades de desenvolver ações de práticas educativas em espaços de convívio para idosos que não estão assistidos por projetos ou programas socioeducativos. Muitos desses idosos se encontram com declínio de suas capacidades cognitivas e motoras, quadros leves e avanços de demência, entre outros. Esse projeto busca amenizar os impactos do processo de envelhecimento por meio de ações e práticas pedagógicas voltadas à estimulação das capacidades e habilidades básicas da pessoa idosa. 6 05 - PÚBLICO ALVO: O público algo deste projeto são idosos a partir de 60 anos que não possuem ou não participam de projetos de assistência socioeducacional. 06 - OBJETIVOS: GERAL: • Compreender a rotina de grupos da terceira idade não institucionalizados através de atividades socioeducativas e trabalhos em grupo. ESPECIFICOS: • Refletir sobre os conhecimentos e habilidades cognitivas (compreender, saber, fazer e memorizar) • Estimular a cognição dos idosos por meio de atividades educativas e jogos • Desenvolver habilidades sensório motoras através de atividades manuais 07 - EMBASAMENTO TEÓRICO: 7.1 As Práticas Educativas em espaços não escolares Quando pensamos em práticas educativas imaginamos apenas a abordagem no contexto escolar, porém as ações educativas são bastante amplas, planejadas e organizadas socialmente em espaços que buscam promover oportunidades de aprendizado. Seja em espaços escolares ou não escolares as práticas socioeducativas promovem o desenvolvimento cognitivo, social, valores, aprendizado, desenvolvimento e aperfeiçoamento de habilidades, entre outros. Segundo Severo (2017), a inserção da educação não escolar na história da pedagogia constitui-se como uma demanda histórica, que responde às necessidades emergentes da complexibilidade que se revela no modo de estruturação e do comportamento das sociedades globalizadas. [...] “o caráter pedagógico da Educação não escolar e ressalta a sua importância para a promoção de processos que potencializem a educabilidade humana em tempos nos quais as pessoas são confrontadas por múltiplas possibilidades e 7 demandas de ensinar e aprender, de educar e de se educar”. Santos (2018) ainda afirma que: A diversidade educativa se mostrou presente através dos diversos movimentos que se intensificaram ao longo da história da própria Pedagogia para a exploração dos campos e sujeitos utilizadores das práticas educativas nos ambientes não escolares essa relação da prática pedagógica com outros cenários educativos possibilitou que o escopo da Pedagogia enquanto Ciência da Educação, seja analisar e trabalhar as múltiplas práticas pedagógicas. (SANTOS, 2018, p.18). Para Severo (2018) a emergência da educação não escolar apresenta-se na perspectiva do desenvolvimento de práticas que buscam atender as demandas além-escola que se insere em um contexto atravessado por fatores sociais, políticos e econômicos relativos ao processo de globalização. Na educação não escolar as atividades socioeducativas são sem dúvida as melhores ferramentas para o desenvolvimento social, de aprendizagem e aperfeiçoamento e desenvolvimentode habilidades. A educação não-formal vai além do assistencialismo. Visa ao desenvolvimento de valores, acreditando que a aprendizagem se dá por meio das práticas sociais, respeitando as diferenças existentes para a absorção e elaboração dos conteúdos implícitos ou explícitos no processo ensino e aprendizagem. A flexibilidade é bastante presente no estabelecimento dos conteúdos que permeiam a educação não-formal, assim como a criação e organização de seus espaços, sendo criados e recriados conforme os modos de ação previstos nos objetivos maiores que dão sentido ao fato de determinadas necessidades de grupos sociais pertencentes à comunidade estarem se reunindo. (RAMOS,2019). Albuquerque et al (2019) ressaltam que a delimitação do olhar para os trabalhos voltados para a educação que se passa em ambientes ‘outros’ (que não as instituições formais de ensino), envolvendo, ainda, práticas educativas vivenciadas a partir de grupos e atores não ligados à clássica relação escola- professor-conhecimento científico, optamos por excluir títulos que continham palavras como escola, escolar, colégio, instituto ou instituição. Também foram excluídos trabalhos que versavam sobre história das disciplinas escolares e histórias de vida ou que focalizavam a história dos movimentos educacionais e/ou teóricos da área. 8 Lopes et al (2017) defende que a educação não formal busca capacitar o cidadão, promovendo projetos de desenvolvimento pessoal e social que podem acontecer em diversos espaços como comunidades, empresas, penitenciárias, organizações não governamentais, dentre outros, promovendo projetos educativos sendo fundamental a presença de um pedagogo. A educação não formal é aquela que acontece fora das instituições educativas formais, apresentando, em suas ações, a intencionalidade e a sistematização, buscando problematizar e formar sujeito crítico que promovam transformações na sociedade. Silva (2018) refere-se como a compreensão da educação em seu sentido mais amplo, com processos de formação de pessoas em diferentes espaços, permite ampliar o espectro de trabalho do pedagogo e traz para essa discussão a educação social, pois ela envolve a práticas educativas em espaços não- formais. As instituições de saúde, que no presente estudo são também chamadas de unidades de saúde, se constituem como espaços educativos não-formais de trabalho para pedagogos, a partir do desenvolvimento de práticas de educação social. 7.2 A atuação do Pedagogo em espaços não escolares Entre as concepções de Libâneo e demais autores, o pedagogo é responsável por orientar as práticas educativas. Essas práticas não estão apenas relacionas ao contexto escolar, mas também as demandas sociais, sendo assim, esse profissional deve atuar nos vários âmbitos sociais. O papel do pedagogo não se limita apenas no cenário escolar e institucional. Assim, se faz necessário que o pedagogo conheça saberes que o fundamentem no seu fazer pedagógico. Saberes esses que darão sustentação ao seu trabalho. No entanto conceber a prática do Pedagogo como uma prática política é necessariamente entendê-lo como um agente político. (BRITO, CAMELO, MOTA, 2018). Assim como profissional da educação que exerce uma função relevante, de certa forma pode afirmar que o Pedagogo tem a necessidade de experimentar possibilidades de agir, pensar e principalmente compreender seu papel dentro da sociedade para que possa criar formas de permitir, ser construtor de sua própria história, ou então, um dentre vários os autores sociais que possam possibilitar a mudança e a transformação do “mundo” em um espaço mais humano, através de ações competentes, 9 participativas e democráticas. (BRITO, CAMELO, MOTA, 2018, p.41). Para Batista; Estacheki (2019) muitas organizações sociais requerem os conhecimentos de outras áreas (psicólogos, assistentes sociais, educadores físicos, profissionais da saúde, etc.) a fim de construir um processo de atendimento social interdisciplinar. Para as autoras a formação do pedagogo atende dada demanda tendo em vista os encaminhamentos necessários à compreensão da em espaços não escolares que possui. Ainda sobre as reflexões de Batista; Estacheki (2019) o pedagogo detém conhecimento necessário para elaborar, desenvolver, aplicar, gerir administrar e avaliar projetos educativos tanto em instituições formais como não formais com o objetivo de democratizar o saber socialmente construído e contribuir para os processos de formação dos seres humanos em suas diferentes fases da vida e ambiente sociais. Nesse sentido cabe ao pedagogo estabelecer as relações necessárias a respeito das políticas educacionais de modo a garantir o direito à educação, realizando intervenções adequadas ao cumprimento do preceito constitucional. Para o pedagogo não escolar, a necessidade do desenvolvimento da visão crítica da prática social é indispensável, a leitura dos clássicos no processo de formação é condição cine qua non a fim de se constituir uma atitude questionadora diante das adversidades sociais. Essa questão pode ser apontada como um grande desafio à formação do pedagogo não escolar, tendo em vista as abordagens que se discutem no interior dos diversos cursos de graduação, nas diversas Instituições de ensino superior e nas modalidades por elas ofertadas, ou seja, nem sempre haverá, ainda na graduação, a condição objetiva real para que o futuro profissional possua subsídios teóricos que auxiliem sua atuação para além da escola. (BATISTA; ESTASHEKI, 2019, p. 77-78). Conforme Batista; Estasheki (2019) os espaços em que o pedagogo não escolar poderá atuar constituem-se espaços formais e não formais, ocorrendo em sindicatos, hospitais, empresas, museus e ONG’s diversas. Tais espaços requerem do pedagogo organização de ações para a aprendizagem, ou seja, socialização de conhecimentos, assim como contribuições para a formação humana. São espaços em que há necessidade de se trabalhar com os valores 10 humanos comuns aos objetivos sociais de transformação e de compromisso com o desenvolvimento humano. Além das múltiplas práticas educativas em diferentes espaços, o autor também comenta que são vários os profissionais de diferentes áreas que atuam como educadores sociais. O pedagogo como um educador social deverá contribuir prestando serviços sociais que buscam resgatar a autoestima, a identidade e proporcionar às pessoas assistidas autonomia. 7.3 Pedagogia Social A Pedagogia Social refere-se à ciência da Educação Social, que tem como objetivo atender as demandas da sociedade em suas problemáticas. Essa ciência trabalha junto à sociedade a partir de uma perspectiva educativa. Atualmente, a Pedagogia Social parece orientar-se sempre mais para a realização prática da educabilidade humana voltada para pessoas que se encontram em condições sociais desfavoráveis. O trabalho do educador social emerge, pois, como uma necessidade da sociedade industrializada, enquanto nela se desenvolvem situações de risco e mal-estar social que se manifestam nas formas de pobreza, marginalidade, consumo de drogas, abandono, indiferença social, etc. (PINEL et al, 2018). Dentro de um contexto histórico, Oliveira (2020) defende que a pedagogia social brasileira tem grande semelhança com a pedagogia social desenvolvida na Alemanha, mas também tem suas particularidades que estão presentes no modelo de ações desenvolvidas por projetos socioeducativos. Além do mais no Brasil esse modelo de ensino esteve voltado ao acolhimento da educação popular, educação de jovens, ong’s, dimensões de políticas públicas. Martins (2017) refere-se a Pedagogia Social como um componente da Pedagogia que se responsabiliza diretamente com a inclusão das crianças emsituação de vulnerabilidade social no universo escolar. Quanto mais a população de um país é entregue a própria sorte, maior se faz a necessidade da Pedagogia Social, que se traduz em um fazer pedagógico voltado para a realidade das crianças e adolescentes expostos a todo o tipo de dificuldades oriundas de uma educação direcionada para um público com valores e necessidades bem diferentes. Dificuldades estas que não abrangem 11 apenas o âmbito educacional como também o social, o político e o afetivo, por exemplo. Ferreira (2018) entende que a pedagogia social age dentro das periferias no intuito de integrar essas pessoas na sociedade, tornando-os independentes social, educacional, cultural e financeiramente, evitando depender dos auxílios do estado. A intenção dos conteúdos desse campo teórico é levar o conhecimento crítico do mundo, fazendo com que iniciem um processo de reflexão existencial, ou seja, entendam o papel que estão ocupando na sociedade e que podem modificar suas realidades. Assim, transforma a ideia de que são excluídos socialmente e nada os fará diferente. Segundo as afirmações de Oliveira (2020) compreende-se, pois, a pedagogia como uma ciência baseada na prática e não na observação e análise. Uma pedagogia voltada para a realidade do indivíduo, para as dimensões sociais através de práticas pedagógicas, ou seja, uma ciência que observa, descreve, opina e por fim, orienta, seja de forma individual ou em grupo, prevalecendo o apoio de forma positiva as pessoas ou comunidades afetadas pelos problemas sociais. O trabalho do pedagogo social ocorrerá em asilos, abrigos, dentre outros espaços, fazendo de suas práticas, métodos de caráter educativos. Através de sua atuação, emerge uma grande influência para modificar positivamente o meio em que está inserido, buscando o desenvolvimento dos indivíduos envolvidos, de acordo com suas dificuldades e necessidades e para isso se faz necessário que esse profissional atue como um gestor e trabalhe também na execução de projetos. Com isso, irá atuar detectando os problemas enfrentados pela sociedade ou grupo social em questão, buscando auxiliar na busca de melhorias (MARELLATO, 2020, p.73). Apesar de a LDB (lei de diretrizes e base da Educação Nacional) não mencionar os diversos tipos de Pedagogia, assim como a Pedagogia Social. A LDB em seu artigo 1º diz que “a educação deve abranger os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.” (LDB, 2020). 12 7.4 A Pedagogia e o trabalho com idosos Percebe-se a Pedagogia como uma ciência que busca auxiliar o ser humano a refletir sua existência e individualidade, assim também, o seu papel dentro de uma sociedade. A Pedagogia tem um sentido vasto e não apenas se destaca na esfera escolar. Ela atua em diversos espaços e de diferentes formas no meio social. Segundo Goi et al (2018) a educação para a terceira idade constitui um dos desafios para a sociedade brasileira face ao significativo contingente de idosos existentes atualmente no país, e apresenta-se como uma resposta inovadora aos novos desafios e demandas sociais. O idoso passa a ceder lugar a novos conhecimentos, técnicas e reformula seus saberes anteriores. Os autores ainda abordam que as práticas educativas fazem parte da educação como processo intencional que promove transformação humana individual e/ou coletivamente, vista como uma realidade permanente, voltada para o aspecto concreto da vida. De acordo com as interpretações de Goi et al (2018) a pedagogia para o envelhecer pode contribuir para levar a população idosa a redescobrir novos caminhos, novos horizontes, com a tarefa de mudança, atualização de conhecimentos e convivência coletiva. Sem dúvida, a pedagogia para o envelhecer é o caminho mais eficaz para a edificação de uma sociedade mais justa, mais humana com mensagens de solidariedade e fraternidade que devem permear os discursos e as práticas pedagógicas. Quando o indivíduo chega a fase da velhice, ocorrem diversas mudanças e perdas em sua vida [...] neste momento que a pedagogia poderá servir de apoio a esses idosos, por meio de cursos, seminários, encontros e simpósios em que as pessoas estejam reunidas numa mesma faixa etária, num processo de coeducação, num caminho de redescoberta e ressignificação para a velhice. Assim, a pedagogia pode ajudar os idosos a conquistarem novos espaços sociais. Unidas, essas pessoas poderão lutar e reivindicar melhores condições de vida na sociedade que construíram com seu trabalho e esforço. (GOI ET AL, 2018). Por meio de processos educativos não-formais, pautados na Pedagogia Social, os idosos possuem novas alternativas de atividades, atualização de conhecimentos, valorização e elevação da autoestima, desenvolvimento pessoal, além da 13 conscientização política e social. Aliado à educação não-formal e a educação permanente para o idoso, os processos de empoderamento estruturam-se como campos de participação política, possibilitando a superação de marginalização que o segmento enfrenta, permitindo a re-significação das relações, revisão de papéis sociais, produção e atividade no cotidiano. (GOI; PEREIRA; VEIGA, 2018, p.73) Goi et al (2018) ressalta que é muito importante a ação do Pedagogo e da Pedagogia, pois o próprio idoso, ao se conscientizar de seu espaço na sociedade, terá de si mesmo uma visão mais otimista, considerando-se produtivo, útil, capaz de muito ainda colaborar para a sociedade na qual está inserido. Com este novo desenho o idoso passa a empoderar-se, pois por meio da aquisição de conhecimentos, este grupo ultrapassa uma realidade de exclusão e marginalização, para a constituição de um grupo social e politicamente ativo. 7.5 Estimulação cognitiva, motora e sensorial em idosos O envelhecimento é um processo natural a condição dos seres vivos. Durante a fase de envelhecimento é comum que o indivíduo sofra alterações biológicas como perda da capacidade cognitiva, sensorial e motora. Para que essas perdas possam ser amenizadas é importante que a pessoa idosa participe de programas e/ou atividades de estímulos. A estimulação é essencial e está presente em todas as etapas da vida, sendo necessário para o desenvolvimento e crescimento de cada um. No processo de envelhecimento o idoso está exposto a alterações intrínsecas a esta fase da vida, razão pela qual nesta fase os estímulos devem ser aumentados e reforçados, no sentido de compensar as perdas, para que envelheça bem e com qualidade de vida. (SANTOS, 2017, p. 22). Santos (2017) afirma que a estimulação da cognição promove o desenvolvimento de habilidades cognitivas responsáveis pelos pensamentos, emoções e ações de cada um, sendo que no idoso trará benefícios claros na obtenção de um envelhecimento ativo. Borges (2018) afirma que a prevenção do declínio no funcionamento cognitivo das pessoas idosas pode ser obtida através da implementação de programas de estimulação cognitiva, isto é, que promovam a manutenção das capacidades sensório-perceptivas e das funções psicomotoras e cognitivas como a memória, a atenção, a concentração, a linguagem/pensamento, as praxias e as capacidades viso espaciais, no sentido de fomentar a autonomia e 14 independência do idoso e, por conseguinte, a sua qualidade de vida. O objetivo da estimulação/reabilitação é, por assim dizer, capacitar os idosos e famílias, ou torna-los mais aptos, para compreender, aceitar, conviver, contornar, minimizar e até superar a(s) sua(s) deficiência(s) de cariz cognitivo. Mariano et al (2020) sugere que as atividades de estímulo motor proporcionam inúmeros benefícios ao indivíduocomo a melhoria da flexibilidade, resistência aeróbica, força muscular, desenvolvimento do equilíbrio e da destreza manual, promoção do bem-estar, além de exercer influência positiva sobre doenças crônicas, minimizando fatores de risco para ocorrência ou piora destas. Destaca-se a possibilidade de realizá-las com materiais diversos, até mesmo, itens simples. Referente aos aspectos psicomotores do idoso, pode-se observar alterações na tonicidade, assim como, aparentes dificuldades sensoriomotoras (perda da força nos membros inferiores e superiores, perda da força da preensão motora, locomoção mais lenta, perda da capacidade motora fina) que comprometem o desenvolvimento e execução de atividades motoras. Sendo assim, o idoso torna-se cada vez mais limitado e depende de outras pessoas. Ferreira (2019) ressalta que a falta de atividades recreativas na terceira idade pode ser um fator de risco para a depressão. Além disso, por meio de atividades e brincadeiras é possível desenvolver fatores importantes para a manutenção da saúde do idoso, como memória, mobilidade, equilibro e tônus muscular. A autora ainda destaca que os estímulos motores são indicados para idosos em diversas situações, a fim de impedir o agravamento de um quadro ou a redução da mobilidade. Naqueles acamados, por exemplo, os pés devem ser estimulados para evitar a atrofia. As oficinas e as atividades recreativas são estratégias para potencializar e qualificar as ações dos grupos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. É importante pontuar que as oficinas, palestras e as confraternizações eventuais, não constituem o Serviço de Fortalecimento de vínculos, são apenas estratégias para tornar os encontros atrativos, de modo a favorecer o diálogo por meio da apresentação de temas a serem abordados junto aos usuários, visando sempre o alcance dos objetivos esperados nos grupos, e colaborando para a construção de vínculos entre os usuários e destes com os profissionais. (FERREIRA ET AL, 2020, p. 307-308). 15 As oficinas de estimulação por meio de práticas educativas são ótimas oportunidades para promoção do desenvolvimento cognitivo, aprendizado e sensório motor. Essas oficinas podem ser por meio de atividades de estímulos visuais, auditivos e etc. Neste sentido, as oficinas buscam resgatar informações de habilidades e capacidades que aos poucos entram em declínio por fatores biológicos e psicológicos dos idosos. Mariano et al (2020) em seus estudos de pesquisa relatou que os idosos participantes ao realizarem as atividades de estimulação, os idosos tiveram a possibilidade de desenvolver o raciocínio, estimular a memória, a concentração e a atenção, aspectos ligados diretamente à função mental, como demonstrada na zona periférica cabeça, ligada às palavras: ajuda, melhora, memória, fundamental e parado. 08 - METODOLOGIA: O projeto será desenvolvido por meio de atividades socioeducativas em grupos de terceira idade que vivem em uma casa de repouso, na cidade de Recife-Pe. As atividades do projeto trazem como proposta o desenvolvimento e estimulo cognitivo, social e sensório motor dos participantes. A primeira etapa que se refere-se ao início do projeto deverá ser uma Oficina de Leitura e produção textual. O gênero escolhido é a Literatura de Cordel, também conhecida como Literatura Popular. A função social desse tipo de texto é informar e ao mesmo tempo divertir os leitores. Sua forma mais comum é caracterizada por folhetos pequenos com capas de xilogravura (gravuras em relevo de madeira) que ficam pendurados em barbantes ou cordas. Depois da leitura dos folhetos os participantes deverão produzir pequenos textos baseados na leitura apresenta pela equipe. O objetivo pedagógico dessa atividade é incentivar a leitura, estimular o interesse pela cultura, criatividade textual, desenvolver o senso crítico, a capacidade de oratória, entre outros. A segunda etapa será a “Oficina de Artes” que consiste em atividades manuais com temas livres, também conhecido como Arteterapia. As atividades que serão desenvolvidas nessa etapa serão atividades de pintura livre, atividades de colagem e esculturas de argila. O objetivo pedagógico das atividades de artes são: expressar e desenvolver a criatividade, o senso crítico, 16 desenvolver habilidades motoras e sensoriais, desenvolver autoestima e valorização do indivíduo. Essas atividades também são utilizadas como ferramentas terapêuticas e tem como objetivo promover a saúde mental e o bem-estar. A terceira etapa do projeto será a “Oficina da Memória” para estimular a concentração, desenvolver o raciocínio lógico e interação social. Nesta etapa os participantes serão divididos em grupos de quatro integrantes. Os jogos utilizados na oficina serão: jogos da memória, quebra-cabeça e xadrez. O objetivo pedagógico dos jogos para idosos são otimizar a capacidade de compreensão, memorizar, desenvolver e aperfeiçoar o raciocínio lógico, a concentração, atenção, estratégias de jogo e interação social com os outros jogadores. Os jogos educativos viabilizam à pessoa idosa estímulos cognitivos para melhorar e preservar o condicionamento mental do nosso público-alvo. A quarta e última etapa será uma exposição dos trabalhos e atividades realizadas pelos idosos durante o projeto. Essa exposição também tem como objetivo a oportunidade das famílias dos participantes se reunirem para prestigiar e valorizar os esforços realizado por seus parentes, assim também como a interação social. Depois da exposição ainda teremos outra atividade que será um bingo com prêmios para promover um momento de descontração, autoestima e interação social de todos os participantes do projeto. 09 - RECURSOS: • Bingo • Canetas • Cartolinas • Cola branca • Cola colorida • Folhetos de cordel • Folhas A4 • Jogo da Memória • Jogo de quebra-cabeça • Lápis de cor • Papel crepom • Pincel • Revistas • Tesouras • Tintas coloridas • Prêmios para o bingo • Jogo de xadrez 17 10 - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES O Projeto deverá ser desenvolvido em quatro encontros e terá duração de dois meses. A sugestão é dois encontros por mês com duração de 2h nas sextas-feiras. ENCONTROS ATIVIDADE A SER REALIZADA Primeiro Início do projeto: Oficina de leitura com literatura de cordel e produção de texto coletivo. Segundo Oficina de artes: atividades manuais com pintura e escultura de argila. Terceiro Oficina da memória: trabalhos com jogos da memória, quebra-cabeça e blocos. Quarto Encerramento do projeto: Exposição do trabalho com idosos e interação social do grupo 11 - AVALIAÇÃO: A avaliação do projeto será por meio da observação e autoavaliação. A primeira avaliação acontecerá durante a execução do projeto por meio do registro de observação das capacidades cognitivas e sociais dos participantes de forma coletiva e individual. Segundo Altet (2017) o primeiro objetivo da observação é, certamente, considerar as práticas de ensino em suas relações com as aprendizagens, conhecê-las tal qual elas são e não como deveriam ser em nome de dessa ou daquela opção pedagógica ou didática. A segunda avaliação uma avaliação informal. Essa avaliação acontecerá por meio de uma roda de conversa em que os idosos irão avaliar seu desempenho durante as atividades propostas por nossa equipe. Os participantes poderão compartilhar com o grupo as suas sensações, dificuldades e superações, assim também, como os impactos do projeto para sua rotina e vivências. 12 – PRODUTO FINAL A finalização do projeto deverá acontecer por meio de uma exposição das produções textuais e dos trabalhos manuais dos participantes. A proposta da exposição tem a intenção de promover a apreciação individual e coletiva. 18 Outra sugestãoda culminância é a participação dos familiares dos idosos viabilizando uma maior aproximação e interação social e familiar. Após o momento da exposição os idosos participarão de um bingo elaborado por nossa equipe. Mesmo o bingo sendo um jogo simples ele é capaz de proporcionar estímulos cognitivos aos participantes, além de promover um momento para interação social, relaxamento, diversão, motivação e estímulo para a saúde mental e emocional. Por fim, teremos a nossa roda de conversa onde iremos refletir com os idosos todo o processo de desenvolvimento das atividades propostas no projeto. Eles também farão uma avaliação da importância das vivências e experiências que eles experimentaram durante os momentos de interação e execução das atividades. Espera-se que por meio dessa proposta socioeducacional possa trazer à instituição pretendente um ressignificado para a promoção da qualidade de vida do idoso mediante o trabalho pedagógico social em ambientes não escolares. Para a instituição escolhida sugere-se a elaboração de um trabalho de desenvolvimento social com a participação das famílias dos idosos residentes na instituição viabilizando momentos de interação e afeto. Em suma, a partir desse projeto de ação e prática pedagógica pode-se refletir o papel do pedagogo além da sala de aula, e como sua prática possibilita a mediação entre educação e sociedade, utilizando métodos, conhecimentos e experiências para mudar a realidade social daqueles em situação de vulnerabilidade social. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Maria Betânia Barbosa; BUECKE, Jane Elisa Otomar. Educação não escolar: Balanço da produção presente nos Congressos Brasileiros de História da Educação. Revista Brasileira de História da Educação, v. 19, 2019 BATISTA, Ana Carla Shiavinato. ESTASHEKI, Joice. Pedagogia em espaços não escolares. Londrina: EDE, 2019. BORGES, Aida. Estimulação cognitivo sensorial em idosos de uma IPSS. Psicologia. PT, ISSN, p. 1646-6977, 2018. 19 DE ARAUJO, Margareth Martins. pedagogia social e sistema socioeducativo: diálogos possíveis. Revista Pedagogia Social UFF, [S.l.], v. 3, n. 1, mai,2017. ISSN 2527-0974. 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