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Práticas na educação não formal

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Prévia do material em texto

PEDAGOGIA EM 
ESPAÇOS SOCIAIS 
MÚLTIPLOS 
Luciane Weber Baia Hees
1ª Edição, 2021
Administração da Entidade Mantenedora (IAE)
Diretor-presidente: Maurício Lima
Diretor administrativo: Edson Medeiros
Diretor-secretário: Emmanuel Oliveira Guimarães
Diretor depto. de educação: Ivan Góes
Divisão Sul-Americana da IASD
Presidente: Stanley Arco 
Secretário: Edward Heidinger 
Tesoureiro: Marlon Lopes 
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Reitor: Martin Kuhn
Vice-reitores executivos / diretores de campus: Afonso Cardoso Ligório, 
Antônio Marcos Alves, Douglas Jefferson Menslin
Vice-reitor administrativo: Telson Bombassaro Vargas
Pró-reitor de graduação: Afonso Cardoso Ligório 
Pró-reitor de pesquisa e desenvolvimento institucional: Allan Macedo de Novaes
Pró-reitor de educação à distância: Fabiano Leichsenring Silva 
Pró-reitor de pós-graduação (lato sensu): Antônio Marcos Alves
Pró-reitor de desenvolvimento espiritual: Henrique Gonçalves
Diretores administrativos: Claudio Valdir Knoener, Flavio Knoner, Murilo Marques Bezerra
Diretor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia : Reinaldo Wenceslau Siqueira
Diretor-geral de educação básica: Douglas Jefferson Menslin 
Secretário-geral e procurador institucional : Marcelo Franca Alves 
Diretora de recursos humanos : Karla Cristina de Freitas Souza 
Diretor de produções artísticas: Tuiu Costa
Advogado-geral : Misael Lima Barreto Junior 
Chefe de gabinete: Anna Cristina Pascual Ramos 
Editora Universitária Adventista
Editor-chefe: Rodrigo Follis
Gerente administrativo: Bruno Sales Ferreira
Editor associado: Alysson Huf
Supervisor administrativo: Werter Gouveia
1ª Edição, 2021
PEDAGOGIA EM 
ESPAÇOS SOCIAIS 
MÚLTIPLOS 
Editora Universitária Adventista 
Engenheiro Coelho, SP
Luciane Weber Baia Hees
Doutora em Psicologia da Educação e 
Pós-Doutora em Educação e Psicologia 
pela Universidade de Aveiro
Campagnoni, Mariana / dos Santos, Diego Henrique Moreira
Formação da identidade profissional do contador [livro eletrônico] / Mariana Campagnoni. -- 1. 
ed. -- Engenheiro Coelho, SP : Unaspress, 2020.
1 Mb ; PDF
ISBN 978-85-8463-172-8
1. Carreira profissional 2. Contabilidade 3. Contabilidade como profissão 4. Contabilidade como 
profissão - Leis e legislação 5. Formação profissional 6. Negócios I. Título.
20-33026 CDD-370.113
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada por Hermenérico Siqueira de Morais Netto – CRB 7370)
Pedagogia em espaços sociais múltiplos
1ª edição – 2021
e-book (pdf)
OP 00123_107
Coordenação editorial: Kerilyn Oliveira
Preparação: Willian Bernardes
Projeto gráfico: Ana Paula Pirani 
Capa: Jonathas Sant’Ana
Diagramação: Felipe Rocha
Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp
Engenheiro Coelho, SP – CEP 13448-900
Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 
www.unaspress.com.br
Editora Universitária Adventista
Validação editorial científica ad hoc:
Marcia Coutinho de Robertis Azevedo
Doutor em Educação pela Universidade Metodista de Piraci-
caba, SP, com ênfase no ensino da Contabilidade
Conselho editorial e artístico: Martin Kuhn, Telson 
Vargas, Rodrigo Follis, Adolfo Suárez, Afonso Cardoso, 
Allan Novaes, Antônio Marcos Alves, Diogo Cavalcanti, 
Douglas Menslin, Eber Liesse, Edilson Valiante, Fabiano 
Leichsenring, Fabio Alfieri, Gilberto Damasceno, Gildene 
Silva, Henrique Gonçalves, José Prudêncio Júnior, Luis 
Strumiello, Reinaldo Siqueira
Editora associada:
Todos os direitos reservados à Unaspress - Editora Universitária Adventista. Proibida 
a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da editora, salvo 
em breves citações, com indicação da fonte.
SUMÁRIO
ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS ............................... 11
Introdução ........................................................................................12
Espaços sociais múltiplos ...............................................................14
Modalidades de educação 
formal, informal e não formal ................................................18
Os quatro pilares da educação ................................................31
O papel do pedagogo 
em espaços não formais .........................................................38
Considerações finais.........................................................................57
Referências .......................................................................................61
ATUAÇÃO DO PEDAGOGO 
EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES ............................... 67
Introdução ........................................................................................68
Diferentes espaços de atuação do pedagogo ..................................70
Pedagogo empresarial .....................................................................72
Pedagogo hospitalar ........................................................................80
ONGs, museus, brinquedotecas e outros 
espaços de atuação do pedagogo ...................................................98
As atividades educativas nos museus ....................................98
A atuação do pedagogo 
nas brinquedotecas ...............................................................103
As organizações não 
governamentais e outros espaços .........................................109
Considerações finais........................................................................111
Referências ......................................................................................115
PRÁTICAS NA 
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL .................................... 121
Introdução .......................................................................................122
Práticas na educação não formal ....................................................123
Planejamento e avaliação ..............................................................130
 Pedagogia Social ............................................................................134
O que é pedagogia social? ....................................................134
VO
CÊ
 ES
TÁ
 A
QU
I
VO
CÊ
 ES
TÁ
 A
QU
I Como podemos encontrar a 
pedagogia social no mundo? ..............................................139
Paulo Reglus Neves Freire ......................................................143
Onde o pedagogo social pode atuar? ...................................154
Considerações finais........................................................................159
Referências ......................................................................................162
PARA OTIMIZAR A IMPRESSÃO DESTE ARQUIVO, CONFIGURE 
A IMPRESSORA PARA DUAS PÁGINAS POR FOLHA.
Planejamento e avaliação da práxis 
social educativa em espaços não formais 
de educação, tais como: ongs, classes 
hospitalares, brinquedotecas, museus, 
entre outros;, articulados com as questões 
da cidadania e a pluralidade cultural. 
EMENTA
OB
JE
TI
VO
S
PRÁTICAS NA 
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL 
- Avaliar a pedagogia social e seu papel para a construção e o desenvolvimento 
das propostas de educação social em seus diferentes âmbitos de ação e de 
intervenção socioeducativa;
- Compreender a importância do planejamento e o papel da avaliação em 
espaços não escolares; 
- Construir uma prática docente integrada em espaços de atuação não formal.
UNIDADE 3
122
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
INTRODUÇÃO
Bem-vindo, querido estudante! Os conhecimentos 
pedagógicos são ferramentas que favorecem as intervenções 
educativas em diversas situações. As práticas pedagógicas são 
necessárias não somente na escola, mas em outros ambientes 
considerados não formais, que também são campos de atuação 
dos pedagogos. Essas práticas acontecem no mesmo formato 
que nos ambientes escolares? Não, elas são adequadas as 
necessidades desses espaços, às realidades e às necessidades 
sociais dos sujeitos que fazem parte desse contexto. 
Nestaunidade, vamos estudar sobre a intervenção do 
pedagogo nos processos educativos não formais, sendo ele o 
responsável por dar significado e sentido a esses processos, 
organizando-os e ajustando-os ao contexto histórico, cultural e 
social. Veremos também como as práticas acontecem em espaços 
sociais múltiplos, a atuação do pedagogo e suas ações, o papel 
dos procedimentos, o planejamento e organização dessas ações 
e a importância dos processos de avaliação, mesmo não sendo 
em um ambiente escolar. Estudaremos ainda sobre como a 
pedagogia social se relaciona com a educação não formal.
 Portanto, ao final desta unidade, esperamos que você 
tenha aprendido:
123
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
• As ações desenvolvidas pelos pedagogos em 
ambientes não formais de aprendizagem;
• O papel do planejamento e da avaliação 
em ambientes não formais;
• A relação da Pedagogia Social com os 
espaços não formais de educação. 
Bom estudo!
PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
Os conhecimentos pedagógicos são ferramentas que 
favorecem as intervenções educativas em diversas situações, 
e isso não é diferente nos processos educativos não formais. 
Nesses espaços, cabe a intervenção de um pedagogo para dar 
significado e sentido para esses processos, e ele atua regulando 
práticas educativas ao contexto histórico, cultural e social.
Antes de falarmos sobre essas práticas, vamos relembrar 
o que são esses espaços não formais. Na educação informal, o 
papel e responsabilidade principal cabe à família. Entretanto, 
o desenvolvimento da criança é feito dentro das escolas 
124
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
na educação formal, numa sequência 
organizada e sistemática, socialmente e 
politicamente validada. 
Segundo Gohn (2011), a educação 
não formal surge para ampliar o 
conceito de educação, não se limitando 
apenas aos espaços escolares formais, 
mas transpondo os muros da escola, 
alcançando os ambientes de lazer, de 
trabalho, de museus, de hospitais entre 
outros lugares. Nesses locais, os processos 
educativos acontecem de maneira mais 
flexível, menos rígida e mais inclusiva. 
A educação não formal complementa 
a educação formal. Essa relação costuma 
produzir projetos socioeducativos que 
contribuem para a formação integral 
do indivíduo. Podemos encontrar 
essa dinâmica educativa em diversas 
organizações sociais não governamentais 
(ONGs), museus, brinquedotecas, entre 
outros. As práticas educativas acontecem 
nesses espaços em diversos formatos 
O pedagogo atua regulando 
práticas educativas ao 
contexto histórico, cultural 
e social para tornar a apren-
dizagem significativa. 
Fonte: Shutterstock
125
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
e com objetivos diferentes (GOHN, 2011). Na educação não 
formal, aprendizagem ocorre por meio de experiências, o 
conteúdo emerge do cotidiano e as metodologias são escolhidas 
pela vida. 
De fato, vem se acentuando o poder pedagógico de vários 
agentes educativos formais e não formais. Ocorrem ações 
pedagógicas não apenas na família, na escola, mas também 
nos meios de comunicação, nos movimentos sociais e outros 
grupos humanos organizados, em instituições não escolares. Há 
intervenção pedagógica na televisão, no rádio, nos jornais, nas 
revistas, nos quadrinhos, na produção de material informativo, 
tais como livros didáticos e paradidáticos, enciclopédias, 
guias de turismo, mapas, vídeos e, também, na criação e 
elaboração de jogos, brinquedos (LIBÂNEO, 2005, p. 27). 
Mas como essas práticas acontecem? Quais são os objetivos 
e quais as ações desenvolvidas pelo pedagogo nesses espaços 
considerados não formais?
Aquino (2011) identifica esses espaços não escolares citando 
a instituição hospitalar, as empresas, os sindicatos, espaços de 
turismo, os museus e os meios de comunicação. A autora elaborou 
uma síntese sobre esses espaços de atuação do pedagogo, a partir 
de estudos realizados por Castanho et al., 2004; Fireman, 2006; 
Jacobucci, 2008; Libâneo, 1999; Matos, 2007 e Sá, 2000, destacando 
126
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
as principais práticas desenvolvidas e os objetivos da atuação em 
cada espaço. Vamos entender um pouquinho mais sobre isso. 
Na Figura 4, você poderá visualizar as ações do pedagogo nos 
diferentes espaços educativos e os seus objetivos. 
Figura 4 – Espaços de formação e atuação do pedagogo 
Espaços Ações desenvolvidas Objetivos
Escola
Participação na organização e gestão 
da escola, através de atividades que 
englobam a seleção e organização dos 
conteúdos, das formas de estimulação 
e motivação, do espaço físico e 
ambiental, dos instrumentos de 
avaliação da aprendizagem, reduzindo 
as dificuldades de aprendizagem.
Favorecer a aprendizagem e o 
desenvolvimento dos alunos em seu 
aspecto social e cognitivo. Coordenar, 
implantar e implementar no 
estabelecimento de ensino as diretrizes 
definidas no Projeto Político-Pedagógico 
e no Regimento Escolar; auxiliar o corpo 
docente e gerenciar e supervisionar 
o sistema de ensino favorecendo a 
melhoria da aprendizagem dentro da 
escola de forma integral.
Instituição 
hospitalar
Através de uma triagem sobre a 
situação do paciente, o pedagogo 
por meio de ações e intervenções 
busca desenvolver atividades lúdicas 
e recreativas que ajudem a criança 
hospitalizada a construir um percurso 
cognitivo, emocional e social para 
manter uma ligação com a vida 
familiar e a realidade no hospital.
Favorecer o processo de socialização 
da criança; dar continuidade aos 
estudos daquelas que se encontram 
afastadas da escola; oferecer 
atendimento emocional e humanístico 
para a criança e para o familiar que o 
acompanha, a fim de qualificá-los no 
processo de adaptação ao ambiente 
hospitalar e motivá-los no processo 
de recuperação do paciente.
127
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
Empresas
Planejar, desenvolver e administrar 
atividades relacionadas à educação 
na empresa; elaborar e desenvolver 
projetos; coordenar a atualização em 
serviço dos profissionais da empresa; 
planejar e ajudar no desempenho 
profissional dos funcionários da empresa.
Preparar os profissionais que atuam 
na empresa e qualificá-los para lidar 
com várias demandas, com incertezas, 
com várias culturas ao mesmo tempo, 
motivando-os a crescer e a produzir 
mais dentro da própria empresa.
Meios de 
comunicação
Assessorar na difusão cultural e na 
comunicação de massa.
Elaborar estratégias, atividades 
e instrumentos que permitam o 
aprendizado através dos meios de 
comunicação.
Sindicatos
Atuar fazendo o planejamento, 
coordenação e execução de projetos 
de educação formal de qualificação e 
requalificação.
Qualificar e requalificar o trabalho, 
habilidades e competências dos seus 
associados no mercado de trabalho.
Turismo
Desenvolver atividades educativas 
que visem ao conhecimento de uma 
localidade, acompanhada de sua 
história e cultura.
Contribuir no aprendizado sobre o 
multiculturalismo, valorizando as 
diversidades culturais e favorecendo 
a construção de uma consciência de 
preservação ecológica.
Museus
Desenvolver atividades educativas 
dentro desse espaço, juntamente com 
uma equipe interdisciplinar.
Proporcionar aos visitantes a 
compreensão da importância da 
memória cultural e da sua relação com 
a atualidade.
Fonte: Aquino (2011, p. 54-55).
Podemos ainda acrescentar a essa síntese a atuação 
do pedagogo em brinquedotecas e em organizações não 
128
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
governamentais (ONGs). Vamos ampliar a lista? Confira a 
Figura 5: 
Figura 5 – Espaços de atuação do pedagogo em brinquedotecas e organizações não governamentais.
Espaços Ações desenvolvidas Objetivos
Brinquetodeca 
Desenvolver e organizar as 
brincadeiras e atividades lúdicas de 
acordo com as necessidades e idade 
da criança. Acompanhar e mediar a 
execução das atividades, identificando 
o que foi e o que não foi assimilado 
pela criança. Avaliar os resultados e 
recriar novas situações.
Oferecer condições através de jogose brincadeiras para que a criança 
construa relações cognitivas com 
pessoas, símbolos e coisas. 
Organizações 
não governa-
mentais
Elaboração e desenvolvimento de 
projetos educacionais, organização 
das ações da instituição, além de 
prestar atendimento pedagógico 
em ONGs que oferecem escolas ou 
reforço escolar, além de atuar como 
educador social.
Desenvolver ações através de 
projetos sociais em lugares onde 
o governo não consegue atender 
adequadamente todas as demandas 
básicas da comunidade.
Fonte: elaborado pela autora. 
Certamente você entendeu o porquê de afirmarmos que 
o pedagogo é um profissional multifacetado. O pedagogo 
desenvolve práticas multidisciplinares para atuar em diferentes 
espaços sociais e alcançar objetivos bem definidos e específicos, 
em diversas realidades. 
129
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
SAIBA MAIS
O educador social que pode atuar em organizações não 
governamentais é um profissional essencial para pro-
mover a integração social de indivíduos em situação de 
vulnerabilidade, em condições de deficiência ou exclu-
são social em diversos espaços e ambientes. Ele desen-
volve suas ações coordenando atividades pedagógicas 
e lúdicas como: atividades educativas de lazer, esporti-
vas, artesanato entre várias outras. Quer saber mais so-
bre essa função? Acesso o link e entenda mais quem é o 
educador social.
Disponível em: https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/o-que-faz-um-
educador-social/. Acesso em: 28 ago. 2021.
Para desenvolver o perfil adequado de atuação em espaços 
sociais múltiplos, o pedagogo precisa estar atento a diversos 
aspectos que vão muito além das práticas pedagógicas, como: 
habilidade de lidar com pessoas, ser um profissional reflexivo 
sobre sua prática, buscar constantemente estar atualizado e 
conhecer as especificidades da área onde escolheu atuar. 
Os espaços não formais de atuação do pedagogo 
exigem práticas que requerem diferentes processos de 
transmissão de conhecimentos. Também demandama 
criação de situações de aprendizagem, mas principalmente 
de planejamento e avaliação. 
130
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO 
A educação não formal também carece de formalização 
social, tanto para legitimar os projetos como para organizar 
a implementação, cabendo nesse contexto o planejamento da 
proposta. Cabe também aos processos avaliativos orientar a 
aprendizagem e fornecer feedbacks dos resultados. 
Vamos imaginar que você vai construir uma casa, reformar 
um quarto, fazer uma viagem, oferecer uma festa. Para cada 
uma dessas atividades, você precisa de um planejamento. 
Isso é necessário para que as coisas realmente aconteçam 
de maneira adequada. Quanto mais cuidado e atenção ao 
planejar um projeto ou uma viagem, melhores os resultados. 
Da mesma forma, ao elaborar ou preparar qualquer proposta 
educativa, mesmo em ambientes não formais, o planejamento é 
fundamental para que os resultados sejam os melhores. 
E a avalição? Como assim? Avaliações em ambientes 
não formais? Não estamos falando de provas, testes e notas, 
estamos nos referindo à avaliação como processo constante 
para indicar se os resultados estão sendo alcançados. Por 
exemplo, se tenho um projeto educativo em um determinado 
museu, é fundamental ter elementos que apontem se 
as estratégias adotadas para transmitir determinado 
131
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
conhecimento estão sendo eficientes e 
apresentam resultados positivos. 
Isso irá permitir um reajuste, se 
necessário, ou atualizações, adaptações e 
até mesmo mudanças mais profundas na 
proposta. Isso é aplicável em qualquer 
área de atuação: planejar e avaliar os 
resultados. Entretanto, não existem 
modelos prontos para planejamentos 
e avaliações, pois esses procedimentos 
devem ser criados de acordo com a 
realidade do lugar onde estão sendo 
promovidos os processos educativos 
e de acordo com os objetivos que se 
pretende alcançar. 
Entendemos que o processo avaliativo 
é importante, porém queremos destacar 
duas características necessárias para que 
a avaliação realmente cumpra seu papel 
nos espaços não formais. Primeiro, a 
avaliação num ambiente não formal de 
educação não possui o objetivo de avaliar 
o sujeito e atribuir uma nota ou uma 
O pedagogo precisa ter 
habilidade de lidar com 
pessoas e entender o 
contexto cultural. 
Fonte: Shutterstock
132
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
classificação como no ensino formal. Estamos nos referindo à 
avaliação do processo, do projeto, da eficiência das experiências 
proporcionadas naquele espaço. Cabe questionar: Estão 
atendendo sua função social? Estão oferecendo transformação 
de comportamento? Conhecimentos novos? Promovendo 
aprendizagens significativas? Ou seja, é um processo reflexivo, 
e não classificatório e seletivo. Assim, esse processo vai revisar 
as falhas e definir novas metas promovendo mudanças. 
AGORA É COM VOCÊ
Imagine que você trabalha como pedagogo em um hospital e precisa 
favorecer o processo de socialização da criança durante o longo período 
que ela irá permanecer hospitalizada. Não estou falando aqui das classes 
hospitalares, estou me detendo apenas na questão da socialização que 
contribui para favorecer a recuperação clínica da criança e no processo 
de adaptação ao ambiente hospitalar. Quais seriam seus procedimentos 
para alcançar essas metas? Teria que fazer planejamento e avaliação? 
Reflita sobre isso e tente ampliar essa discussão para os outros ambientes 
considerados não formais de educação. 
Outro ponto, referente a um olhar mais amplo, é repensar 
a avaliação num contexto de validação das práticas não 
formais. Aqui envolvemos aspectos políticos e sociais, é avaliar 
os projetos sociais enquanto mecanismos e instrumentos de 
133
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
transformação social e de inclusão e igualdade de acesso à 
educação e cultura por parte de todos. 
Buscando fundamentos nas diretrizes curriculares do 
curso de pedagogia para entender essas questões sobre 
planejamento e avaliação, encontramos no artigo 4º da 
Resolução CNE/CP n. 01/2006, dois aspectos que definem a 
finalidade do curso de pedagogia:
Art. 4º - O curso de Licenciatura em pedagogia destina-
se à formação de professores para exercer funções de 
magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do 
Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, 
na modalidade Normal, de Educação Profissional, na 
área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas 
quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. 
Parágrafo único. As atividades docentes também 
compreendem participação na organização e gestão 
de sistemas e instituições de ensino, englobando: 
I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento 
e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; 
II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação 
de projetos e experiências educativas não-escolares; (grifo nosso)
III - produção e difusão do conhecimento científico-
tecnológico do campo educacional, em contextos escolares 
e não-escolares.(BRASIL, CNE/CP n. 01/2006). 
134
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
Observa-se que o planejamento e a avaliação fazem 
parte das atividades docentes, inclusive em espaços não 
formais de educação. 
 PEDAGOGIA SOCIAL
A educação não formal consolida a pedagogia social, mas não 
são a mesma coisa. Algumas práticas socioeducativas aplicadas 
na pedagogia social fazem parte da educação não formal. Vamos 
começar explicando o que é pedagogia social e sua origem.
O QUE É PEDAGOGIA SOCIAL? 
A origem do conceito, está relacionada ao trabalho social, 
principalmente na Europa. Segundo Pérez Serrano (2003) o 
termo têm origem na Alemanha e a partir das experiências 
vividas no país o conceito foi evoluindo e alcançando força e 
outros espaços . Vamos estudar um pouquinho dessa história? 
Na Europa, durante a primeira metade do século XX, 
os problemas do pós-guerra, a industrialização e a rápida 
urbanização, diversos e profundosproblemas sociais foram 
evidenciados. Nesse contexto, a educação foi considerada 
135
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
como um instrumento para enfrentar 
esses problemas. 
A crise econômica industrial da 
Alemanha, acentuada no final do 
século XIX, leva a pedagogia a 
atender à necessidade de intervenção 
socioeducacional. A partir desse 
período, pressionados pela realidade, 
educadores avançam na conceituação 
da Pedagogia Social ao mesmo 
tempo em que ampliam as ações 
práticas. (MACHADO, 2008, p.3). 
O quadro se agrava e com o aumento 
da imigração acarretando desemprego, a 
pobreza, fortes crises econômicas e sociais, 
a educação surge como uma forma de 
amenizar esses impactos. Assim começa a 
se delinear a pedagogia social.
Pérez Serrano (2003), explica a 
evolução histórica da pedagogia social na 
Alemanha em quatro fases, veja a figura 5 
abaixo para entender todo o processo de 
surgimento e evolução:
Pedagogia social teve 
sua origem marcada 
pelas necessidades sociais 
decorrentes do período 
pós-guerra. 
Fonte: Shutterstock
136
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
Figura 5 – Evolução da Pedagogia Social
Pr
im
eir
a e
ta
pa
 (1
85
0-
19
20
)
Acredita-se que a expressão “pedagogia social” foi usada pela primeira vez em um 
livro publicado por Diesterweg, chamado de “Bibliografia para a Formação dos 
Professores Alemães” datado do ano de 1850. Porém, o nome mais importante 
nessa primeira etapa é de Paul Natorp (1854-1920) o qual defende a ideia de que o 
homem individual é uma abstração, já que em toda a pessoa subsiste a totalidade 
da comunidade em que se desenvolve. 
A comunidade é, para ele, a condição que possibilita todo o progresso e o ideal 
a que deverá referir-se qualquer ação educativa. Parte da relação indivíduo-
comunidade e põe uma ênfase especial na ideia de que o ser humano é, sobretudo, 
um ser social, de tal maneira que só poderá chegar a ser homem mediante a 
comunidade: toda a atividade educadora se realiza sobre a base da comunidade.
Entende que toda a pedagogia é social, ou deixa de ser autêntica pedagogia. 
Portanto, a pedagogia social não é, para Natorp, uma parte da pedagogia geral, 
como sustentam outros autores da época, mas “a pedagogia”. É a pedagogia 
contemplada a partir de uma determinada perspectiva, precisamente a da 
comunidade social. Devemos assinalar que, ainda que Natorp seja conhecido como 
o fundador da pedagogia social, na realidade, segundo Quintana (1984), o que ele 
criou foi a pedagogia sociológica, que é algo muito diferente: enquanto a pedagogia 
social é um ramo da pedagogia, a pedagogia sociológica é uma tendência, uma 
escola. Natorp, portanto, é o inventor da denominação pedagogia social, mas não o 
desta ciência pedagógica.
Se
gu
nd
a e
ta
pa
No início do século XX os problemas sociais intensificados pela Primeira Guerra 
Mundial apresentam um cenário no qual observa-se o aumento do desemprego, 
da delinquência, da falta de proteção social, entre outros problemas. Tudo isto 
contribuiu para o início do “movimento pedagógico social”, associado à figura 
de Nohl (1879-1960). Esse movimento, fortaleceu a articulação dessa prática 
da Pedagogia Social com os aspectos teóricos e atribuiu o título de ciências da 
educação dos mais necessitados e como a ciência da socialização terciária.
137
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
Se
gu
nd
a e
ta
pa
 (1
92
0-
19
33
) 
Em seus primeiros enfoques, a Pedagogia Social já defende uma pedagogia 
social relacionada fundamentalmente com a política e Nohl busca delinear seus 
fundamentos com uma natureza preventiva, que é um diferencial em relação aos 
conceitos anteriores. Ou seja, promover ações para evitar que os problemas sociais 
se intensifiquem e não desenvolver projetos socioeducativos para remediá-los. As 
principais contribuições desta etapa são: 
A pedagogia social passa a ser entendida como um conceito ordenado, integração 
de esforços para a abertura de novos caminhos educativos e formas de ajuda à 
integração social da juventude; 
• A pedagogia social apresenta-se como uma área da pedagogia geral, com a 
finalidade específica de atender a população mais carente; 
• Além de ajudar a recuperar as crianças e os jovens, a Pedagogia Social passa a ter 
um caráter preventivo; 
• Desenvolve suas teorias a partir da realidade concreta; 
• O objetivo da sua orientação pedagógica é buscar o bem do sujeito, promovendo o 
desenvolvimento de suas capacidades, e a sua vontade; 
• Intensifica a necessidade de modificar as condições ambientais e contextuais, com 
o fim de assegurar a eficácia da ação pedagógica social; 
• Destaca a tarefa de formação e investigação inerente à pedagogia social;
• Reforça a necessidade de realizar ações científicas que contribuam para conferir um status 
científico à pedagogia social, até então considerada apenas no quadro conceitual.;
Te
rce
ira
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ap
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19
33
-1
94
9) Nesta terceira etapa, destacamos como marco inicial o nacional socialismo que 
Hitler instalou na Alemanha. Esse contexto político social revestiu a aplicação da 
pedagogia social de propaganda política, carregando um forte idealismo e limitou 
o desenvolvimento de todas as instituições e tendências de educação social. Os 
representantes teóricos que podemos destacar nesta etapa são: E. Krieck e A. 
Bäumler, que não trouxeram nenhum contributo à pedagogia social e se limitaram a 
aplicar a sua teoria da educação aos problemas pedagógicos. 
138
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
Te
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33
-1
94
9) Para Krieck, a comunidade era um organismo com vida própria, independente dos 
indivíduos e anterior a eles. Segundo seus conceitos, a educação teria que se basear 
na comunidade e, especialmente, na raça e no povo. A pedagogia nacional social 
desenvolve-se nesse período, no sentido da formação nacional popular de caráter 
racial e com uma única visão do mundo. No seu entender, a educação é uma função 
originária do espírito e da comunidade. Propõe o comunitarismo nacional, isto é, o 
entrosamento e o serviço ao próprio povo como um todo, numa unidade de valores, 
sentimentos e atitudes.
Qu
ar
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ap
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de
sd
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95
0)
 
A teoria crítica estabelecerá, com caráter reflexivo crítico, a ligação existente entre a 
educação e a estrutura social. Procura, também, aprofundar os valores subjacentes 
às instituições educativas e ao modo tradicional de pensar a realidade educativa. Os 
traços que caracterizam a pedagogia crítica, como assinalam Cambi e Orefite (1996) 
são os seguintes:
• Deve partir da situação concreta. Esta dá importância às diferenças culturais e tem 
em conta a memória histórica;
• É autocrítica e usa a reflexão do coletivo como critério de valorização da prática;
• É dialética. Utiliza o modelo ecológico, pelo facto de ser relacional, inter contextual 
e intersistêmico;
• Parte de pressupostos emancipatórios. Usa a investigação como estratégia 
metodológica. Analisa e reflete sobre a observação para transformar a realidade;
• Deve superar os aspectos sociais que impedem a evolução, de igual forma, 
deve descobrir, descrever criticamente e transformar os conflitos irracionais que 
impedem uma interação solidária no microssistema e naqueles que o circundam e 
condicionam;
• Une a teoria à prática ao ponto de as transformar dialeticamente, como 
consequência da influência recíproca;
• A pedagogia crítica é comunicativa e consensual. Comunicação e consenso 
podem existir num modelo ecológico através da negociação e da conexão com 
os diversos sistemas
139
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
Qu
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de
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95
0)
Mollenhauer, máximo representante da pedagogia social crítica, tem em 
conta nas suas análises os fatores econômicos, sociais e políticos, considera a 
problemática juvenil cada vez mais como resultado da situação educativa do 
homem e não como exigência de uma qualidade negativa da pessoa a reeducar 
para a sociedade, por incapacidade desta ou da família. Em suma,a tarefa socio 
pedagógica consiste, em todos os casos, na satisfação de uma necessidade 
educativa aguda (pedagogia da urgência), provocada pela estrutura da sociedade 
moderna. A pedagogia social crítica pretende a emancipação humana, analisa as 
estruturas sociais e procura o seu aperfeiçoamento e transformação
Fonte: adaptado de Diáz (2006, p. 93-96). 
Observando esse breve percurso histórico é fácil de notar 
que a pedagogia social nasceu para atender as necessidades 
dos problemas sociais, como um instrumento para amenizar 
os impactos causados por circunstâncias políticas e sociais. 
Porém, como campo de estudo, ela também carrega em suas 
bases teóricas uma crítica a educação focada exclusivamente no 
desenvolvimento do indivíduo sem levar em consideração os 
aspectos sociais que o contextualizam. 
COMO PODEMOS ENCONTRAR A 
PEDAGOGIA SOCIAL NO MUNDO? 
Desde sua nomenclatura, até a forma de organização 
e estrutura de atuação, existem muitas diferenças. A forma 
mais utilizada para identificar esse profissional é como 
140
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
educador social, função que pode ser exercida pelo pedagogo. 
Na Alemanha, na Espanha, em Portugal e na Dinamarca, a 
denominação de educador social associa-se à de pedagogo 
social. Normalmente, o pedagogo atua na escola regular e na 
recuperação de indivíduos com dificuldades sociais. Porém, 
na Bélgica, Holanda, Suíça, e França, o profissional que atua 
como educador social é um educador especializado, que 
precisa ter uma formação específica para lidar com essas 
pessoas consideradas marginalizadas e com sérios problemas 
emocionais, psicológicos, sociais entre outros. No Reino Unido 
e na Irlanda do Norte, é chamado de trabalhador da juventude 
e comunidade, ele aproxima-se do educador especializado, a 
principal diferença é que não atua em instituições fechadas 
(MACHADO, 1998). 
Como citamos, a organização e a forma de entender 
a pedagogia social, também se mostram distintas entre os 
diferentes países. Começando com a Itália, onde a pedagogia 
social está mais relacionada a modalidade de educação 
não formal, encontra-se associada à ciência da educação 
social desenvolvida através dos meios de comunicação e 
extraescolares. Segundo os estudiosos italianos a pedagogia 
social é a “defesa da teoria da sociedade educadora, ou seja, 
de que a educação ocorre a partir da sociedade, no sentido de 
141
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
fora para dentro, da comunidade para o 
indivíduo” (Machado, 2008, on-line)
Na França, a pedagogia social tem 
um conceito muito semelhante ao da 
Alemanha: atender as necessidades 
sociais intensificadas após a Segunda 
Guerra Mundial. Sua preocupação se 
detém em promover educação de adultos 
e formação nas empresas, situações de 
inadaptação social, e promoções culturais. 
Na Inglaterra, o modelo também está 
relacionado com o atendimento social 
às necessidades, e atua “para eliminar 
os problemas da pobreza, das drogas, 
dos conflitos raciais, da deficiência de 
escolarização, de saúde, da terceira 
idade”. (Machado, 2008, on-line)
Na Espanha, a pedagogia social 
acompanhou os pensamentos de Natorp 
(figura 05, primeiro período), ou seja, 
inicialmente o foco e a preocupação era 
a educação coletiva. Posteriormente, a 
Na Europa, os conflitos 
raciais, as desigualdades, 
a inadaptação social, 
entre outros problemas 
despertaram a necessi-
dade de uma intervenção 
comunitária. 
Fonte: Shutterstock
142
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
“Pedagogia Social passou a ser compreendida como ciência 
da educação social desenvolvida tanto na família como na 
comunidade”. (Machado, 2008, on-line).
No Brasil, o início dos conceitos de pedagogia social, se 
confundem com os estudos e teoria de Paulo Freire (1921-
1997) na década de 1960, quando a proposta de promover 
a educação de jovens e adultos, ganhou destaque com a 
experiência de Angicos. Paulo Freire tornou sua teoria 
motivo de sua luta por esses oprimidos, buscando garantir 
os direitos fragmentados pelo poder político através da 
educação para todos. 
SAIBA MAIS
Quer conhecer mais sobre essa teoria de Paulo Freire 
(1921-1997) que sensibilizou o mundo inteiro? Ele pro-
pôs uma educação igualitária e que parte da leitura do 
mundo do aluno. Saiba um pouquinho mais sobre isso 
no link abaixo.
Disponível em: https://youtu.be/4M69rga5ENo. Acesso em: 25 ago. 2021.
E caso queira conhecer sobre a experiência de Angicos é 
só acessar o link seguinte. 
Diponível em: https://youtu.be/ENks3CJeJ5E. Acesso em: 25 ago. 2021.
143
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
PAULO REGLUS NEVES FREIRE
Mais conhecido como Paulo Freire, ele foi um educador 
e filósofo brasileiro, ganhou destaque internacional como um 
dos principais pensadores da área de pedagogia. Nasceu em 
Recife no dia 19 de setembro de 1921, cresceu com seus três 
irmãos, seu pai era policial militar e sua mãe dona de casa. 
Cursou direito na Universidade de Recife, mas não seguiu 
careira e tornou-se professor de língua portuguesa. Em 1947, 
foi nomeado diretor do Departamento de Educação e Cultura, 
do Serviço Social da Indústria e desenvolveu um projeto 
de alfabetização de jovens e adultos que eram carentes e 
trabalhadores da indústria. Como diretor do Departamento 
de Extensões Culturais, da Universidade de Recife, coordenou 
diversos projetos de alfabetização de adultos, que culminou na 
experiência de Angicos.
Paulo Freire inspirou o Plano Nacional de Alfabetização, 
que foi desenvolvido pelo Ministério da Educação e Cultura 
(MEC) no governo de João Goulart. Os trabalhadores agora 
alfabetizados passaram a fazer greves e reivindicar seus 
direitos. Por questões políticas o plano foi cancelado, Paulo 
Freire passou 70 dias preso e foi exilado no Chile, onde também 
coordenou projetos de alfabetização de adultos. Foi professor 
na Universidade de Harvard, consultor e coordenador emérito 
144
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) na Suíça e implantou 
importantes projetos educativos pelo mundo. 
Retornou ao Brasil em 1980, quando a Lei da Anistia 
permitiu o retorno dos exilados políticos. Foi professor na 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e 
na Universidade de Campinas (Unicamp). Foi secretário de 
educação do município de São Paulo. 
Paulo Freire morreu em 1997, devido a problemas no 
sistema circulatório. Recebeu 48 títulos honoríficos, além 
disso, existem mais ou menos 350 escolas e instituições que 
levam o seu nome como homenagem. Foi nomeado Patrono da 
Educação Brasileira por meio da Lei 12.612/12.
Ele defendeu a educação como ferramenta de 
transformação social e como forma de reconhecer e reivindicar 
direitos. Além disso, acreditava que a educação deveria ser 
vinculada ao cotidiano e às experiências de vida dos estudantes. 
Paulo Freire acreditava num processo de ensino aprendizagem 
fundamentado no diálogo entre professor e aluno, conferindo 
aos estudantes um papel mais ativo. Criticava os procedimentos 
nos quais o professor era detentor de todo o conhecimento, 
e o aluno apenas um depósito deste, chamou essa técnica de: 
educação bancária.
145
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
Mas afinal, o que é a pedagogia 
do oprimido e qual a relação com a 
pedagogia social? No livro Pedagogia 
do Oprimido, Paulo Freire defende a 
educação como um ato político, que 
liberta por meio da consciência crítica 
capaz de transformar a realidade. Apesar 
de dividir opiniões, de que existe um 
caráter político e partidário nas ideias 
freirianas, por outro lado, se defende 
a igualdade e o olhar emancipatório 
da educação que o filósofo agrega aos 
processos educacionais, não podemos 
deixar de citar seu significativo papel no 
início da pedagogia social no Brasil.
 A forte relação com a pedagogia 
social e as ideias de Paulo Freire, se 
concretizam quando o professor e filósofo 
brasileiro evidencia a importância 
de existir uma aproximação entre os 
conteúdos ensinados na escolae vida real. 
Em uma entrevista com Ira Shor, analisa-
se as concepções de Paulo Freire em 
Transformar 
os alunos 
em objetos 
receptores é 
uma tentativa 
de controlar o 
pensamento 
e a ação, leva 
homens e 
mulheres a 
ajustarem-se ao 
mundo e inibe 
o seu poder 
criativo (Paulo 
Freire).
146
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
relação à educação nos Estados Unidos, o que não se diferencia 
do que observamos aqui no Brasil. 
Refiro-me à dicotomia entre ler as palavras e ler o mundo. 
(...)O que é que eu quero dizer com dicotomia entre ler as 
palavras e ler o mundo? Minha impressão é que (...) a escola 
está aumentando a distância entre as palavras que lemos e o 
mundo em que vivemos. Nessa dicotomia, o mundo da leitura é 
só o mundo do processo de escolarização, um mundo fechado, 
isolado do mundo onde vivemos experiências sobre as quais 
não lemos. Esse mundo escolar, onde lemos palavras que 
cada vez menos se relacionam com nossa experiência concreta 
exterior, tem-se tornado cada vez mais especializado, no mau 
sentido da palavra. Ao ler palavras, a escola se torna, um lugar 
especial que nos ensina a ler apenas as “palavras da escola”, 
e não as “palavras da realidade”. O outro mundo, o mundo 
dos fatos, o mundo da vida, o mundo no qual os eventos estão 
muito vivos, o mundo das lutas, o mundo da discriminação 
e da crise econômica (todas essas coisas estão aí.), não tem 
contato algum com os alunos na escola através das palavras que 
a escola exige que eles leiam. Você pode pensar nessa dicotomia 
como uma espécie de “cultura do silêncio” imposta aos 
estudantes. A leitura da escola mantém silêncio a respeito do 
mundo da experiência, e o mundo da experiência é silenciado, 
sem seus textos críticos próprios, circunscrevendo a primeira 
a uma “educação bancária” e a segunda a uma educação 
pobre para pessoas pobres (FREIRE e SHOR, 1986, p. 85).
147
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
Freire aponta que existe uma 
necessidade evidente da aproximação dos 
conteúdos escolares com a realidade prática 
dos alunos. Nessa fala de Paulo Freire, 
percebe-se que não se deveria esperar sair 
das instituições formais de educação para só 
então se confrontarem com os desafios da 
prática cotidiana em que os conhecimentos 
são aplicados. “Daí a sugestão de se buscar 
na Pedagogia Social, ciência por natureza 
voltada para a compreensão social em todos 
os seus domínios, algumas respostas que 
a escola não tem conseguido processar de 
maneira autônoma e isolada”. (Borges, 2010, 
on-line) 
Agora que já entendemos a origem 
da pedagogia social, vamos discutir um 
pouquinho sobre seu conceito atual. Você 
já percebeu que essa ciência se refere à 
educação voltada para os contextos sociais 
e que sua prática acontece através de 
processos de socialização. Seu objetivo é a 
intervenção na realidade e esse processo 
parte da observação dessa realidade e 
Para promover uma inter-
venção eficaz, o pedagogo 
social precisa conhecer e 
compreender as necessida-
des da comunidade. 
Fonte: Shutterstock
148
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
suas necessidades, promovendo ações educativas através de 
projetos, práticas, atividades, que possam melhorar o contexto 
específico onde essas ações forem aplicadas. 
Trilla (2003) define a pedagogia social como “um conjunto 
de processos, meios e instituições próprias, organizadas em 
função de objetivos específicos, de formação ou instrução, não 
diretamente vinculados à obtenção de graus e/ou titulação, 
oriundos do sistema educativo formal”. Com essa conceituação 
de Trilla (2003) podemos perceber que o autor se preocupa em 
explicar que a pedagogia social não tem intenção de conferir 
graus e ou titulação. Essa ressalva é importante para deixar 
evidente que essa “pedagogia” vai além do enfoque tradicional 
da pedagogia dentro da escola e alcança um espaço social 
múltiplo, onde passa a ser uma pedagogia de intervenção 
social, uma concepção pedagógica que busca atender as 
necessidades sociais de determinado local, com cultura e 
costumes específicos. Outro conceito, um pouco mais amplo 
explica que: 
A Pedagogia Social é entendida como ciência pedagógica 
da inadaptação social, da luta por uma escola europeísta, da 
educação para a paz, da educação cívica e política, sobre a 
ação educativa nos serviços sociais, da marginalização social 
e dos meios de comunicação social. Defende-se uma educação 
149
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
para a democracia, a liberdade e a igualdade. Envolve-se 
família, escola, igreja, estado, governo, magistratura, exército, 
associações culturais e profissionais, sindicatos, rádios, televisão 
e demais meios de comunicação, como partes da realidade 
social, responsáveis pela educação social de seus participantes, 
o que permite que seja interpretada como uma interação 
entre Sociologia e Pedagogia. (MACHADO, 2008, on-line).
Bom, você certamente já percebeu que a pedagogia social 
acontece fora da escola, e tem um viés social. Entretanto, 
concordamos que essa formação não formal, pode e deve 
complementar a formação oferecida na escola. Montevechi 
(2005), explica que um dos objetivos da educação não formal 
é permitir que indivíduos menos favorecidos, tenham a 
oportunidade de ter uma aprendizagem mais flexível e não 
contrariar a educação regular, e segundo o autor, essa educação 
fora do formato sistemático da escola pode se adaptar ao ritmo 
de cada um para aprender e as suas necessidades individuais.
Devido à natureza da pedagogia social estar vinculada 
ao atendimento de grupos específicos, normalmente 
marginalizados, devemos tomar muito cuidado para entender 
a relação dessa ciência com a educação não-formal. Como 
explicamos, a pedagogia social acontece em espaços sociais 
múltiplos e ocorre fora dos ambientes escolares. Mas não 
quer dizer que a educação não-formal ocupa-se apenas com 
150
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
grupos específicos, em situação de 
vulnerabilidade social. 
Por isso, fique atento, a educação 
não-formal envolve práticas da pedagogia 
social, mas ambos possuem propósitos 
específicos, contextos políticos e sociais 
e exigem metodologias diferentes. 
Além disso, talvez por ser chamada 
de “não-formal” podemos achar que 
não é importante, que faz parte de um 
segundo plano de educação, por isso 
reforçamos que todas as modalidades se 
complementam e se relacionam. 
Portanto, as diferentes modalidades 
de educação, ou seja, a educação informal, 
formal e não formal interagem entre si. 
Essas relações precisam ser discutidas, 
validadas e valorizadas no âmbito 
acadêmico, social e político para que 
possam ser compreendidas como um 
sistema fundamental para alcançarmos 
a educação integral do ser humano que 
A pedagogia 
social e a edu-
cação não-for-
mal, apesar de 
diferentes, se 
complementam 
e se relacionam. 
151
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
tanto buscamos. E como educadores, qual é essa educação que 
devemos buscar? 
A verdadeira educação significa mais do que avançar em 
certo curso de estudos. É muito mais do que a preparação 
para a vida presente. Visa o ser todo, e todo o período 
da existência possível ao homem. É o desenvolvimento 
harmônico das faculdades físicas, intelectuais e espirituais. 
Prepara o estudante para a satisfação do serviço neste 
mundo, e para aquela alegria mais elevada por um mais 
dilatado serviço no mundo vindouro. (WHITE, 1996, p. 13.)
A pedagogia em espaços sociais múltiplos, em sua 
essência, refere-se ao processo educacional onde o ensinar e 
o aprender acontecem através das relações entre diferentes 
sujeitos, articulando conhecimentos e cultura. Lembrando 
que os espaços interferem no aprendizado, assim como as 
diversas interações que eles proporcionam, causam diferentes 
mudanças no comportamento das pessoas e consequentemente 
podem transformar a sociedade. Na modalidade de educação 
não formal, os espaços sociais e a comunidade constituem 
o referente aos procedimentos de ação educativa. Assim, 
podemosrelacionar a educação, a sociedade e a pedagogia. 
Demo (1998, p. 28) explica isso apontando a importância do 
contexto social: 
152
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
[...] reforça a aprendizagem 
como processo de formação da 
competência humana política, mais 
do que apenas o substrato técnico-
instrumental. Ao contrário do 
ensino, que se esforça por perpassar 
certezas, e que são reconfirmadas 
na prova, a educação social busca 
a necessária flexibilidade diante de 
uma realidade apenas relativamente 
formalizável, valorizando o contexto 
social que o aprendiz está inserido. 
(Demo, 1998, p. 28. Grifo nosso).
Portanto, o foco da pedagogia social 
no âmbito educacional ultrapassa a 
questão tradicional de ensino e a educação 
individualizada. O olhar está voltado 
para a comunidade que o indivíduo está 
inserido, onde ele vive, onde ele precisa 
participar como cidadão e se sentir parte 
do contexto. 
Uma sociedade não é construída e 
muito menos consegue se sustentar de 
forma equilibrada sem educação e, apesar 
de não ser ainda valorizada e difundida 
Uma sociedade 
não é 
construída, e 
muito menos 
consegue 
se sustentar 
de forma 
equilibrada, 
sem a 
educação. 
153
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
no Brasil, a pedagogia social têm um papel fundamental na 
construção da identidade de muitos grupos sociais, que são 
marginalizados e até mesmo passam como invisíveis na sociedade. 
Enfim, destacamos o papel do educador social, que é um 
profissional identificado por uma perspectiva social devido ao 
trabalho que ele desenvolve e por sua atuação de intervenção, 
que articula conhecimentos filosóficos, antropológicos e as 
ideologias (Petrus,1998). Acrescentamos a esses conhecimentos 
citados pelo autor, os conhecimentos pedagógicos, (inclusive na 
área de gestão), psicológicos e sociológicos. 
Mas, é importante você entender a diferença entre o 
educador social e o assistente social. O que fundamenta a atuação 
do educador social é a pedagogia social, através da qual ele vai 
interferir com projetos e ações socioeducativas num determinado 
contexto. O assistente social também atua no planejamento, 
gestão de programas sociais, mas com um olhar mais político, 
no sentido de ampliar o acesso aos direitos sociais e não com 
uma intenção pedagógica e educativa. É evidente o aspecto 
interdisciplinar complementar do trabalho do Educador Social.
Além da graduação em pedagogia, a formação do 
pedagogo social acontece em cursos de especialização em 
pedagogia social, focados em formar profissionais para a 
154
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
construção e implementação de propostas, projetos, planos, 
programas de educação social para intervenção socioeducativa. 
Sendo necessário, além do planejamento, a execução, o 
acompanhamento e avaliação dessas ações. 
ONDE O PEDAGOGO 
SOCIAL PODE ATUAR? 
O pedagogo social pode desenvolver suas práticas em 
instituições privadas, igrejas, centros comunitários, presídios 
entre outros. Como exemplo de suas ações podemos citar: a 
alfabetização de adultos em organizações não governamentais 
(ONGs), presídios e igrejas, a capacitação profissional e reforço 
de conteúdos escolares em centros comunitários etc. Neste 
trabalho, não existe um método específico, nem um projeto ou 
roteiro previamente estabelecido.
A Educação Social age na formação política dos cidadãos, 
como fator de prevenção, controle e mudanças, promovendo 
o trabalho socioeducativo gerador de novos e melhores 
resultados sociais. O processo de Educação Social não 
segue uma metodologia específica; não há receita pronta, 
ou seja, cada novo encontro é diferente. Diante disso, o 
profissional que trabalha nessa modalidade de Educação 
155
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
precisa estar sempre preparado para atuar com sabedoria, 
transparência e com espírito humano, pois é do educador 
que precisa partir o resgate da reconstrução da cidadania. Ele 
é peça fundamental no auxílio dos sujeitos a entenderem e 
transformarem suas vidas. (COFFERRI; NOGARO, 2010, p.18)
O trabalho é planejado de acordo com a demanda da 
situação, daquele determinado momento, dos indivíduos e da 
necessidade emergente da realidade.
A importância da educação social reside na percepção de 
valorização dos elementos que permitem questionar a realidade 
como um todo, bem como o desenvolvimento de aspectos que 
possam solucionar num determinado prazo esses problemas 
sociais sérios, que afetam a população como um todo, 
proporcionado pelo fato do indivíduo assumir sua posição de 
ator social ativo, conseguindo mobilizar o grupo social em que 
está inserido. (CARO E GUZZO, 2004, apud ROCHA, 2008, p. 7) 
As práticas educativas possibilitam que indivíduos 
socialmente excluídos tenham chances de serem integrados na 
comunidade ou no seu contexto social, e isso acontece através 
do conhecimento e da construção de algumas habilidades. 
Sobre o perfil do pedagogo social, Severino (1996, p. 11) 
explica que: 
156
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
o educador que está se preparando para atuar 
profissionalmente no terceiro milênio deve ter um compromisso 
fundamental: o de investir radicalmente na construção da 
cidadania. É esse compromisso que deve então direcionar 
não só suas mediações formativas como também os rumos 
de sua intervenção social. Estou entendendo também que 
não cabe falar do pedagogo como se fosse um simples 
técnico, mera peça de uma engrenagem em funcionamento 
burocrático-administrativo do sistema de ensino. [...] Trata-
se aqui de uma concepção de um profissional, sim, atuando 
num universo de mediações concretas, mas profundamente 
sensibilizado às significações mais profundas de sua 
prática de intervenção social (SEVERINO, 1996, p. 11).
As Diretrizes Curriculares Nacionais (2005) descreve o perfil do 
pedagogo e logo no início da descrição aponta a responsabilidade 
profissional de atuar no desenvolvimento de uma sociedade onde 
todos tenham os mesmos direitos, e essa atuação deve acontecer 
tanto em espaços escolares como não escolares. 
atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma 
sociedade justa, equânime, igualitária; trabalhar, em espaços 
escolares e não escolares, na promoção da aprendizagem de 
sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, 
em diversos níveis e modalidades do processo educativo; 
identificar problemas socioculturais e educacionais com 
postura investigativa, integrativa e prepositiva em face de 
157
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
realidades complexas, com vista a contribuir para superação 
de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, 
religiosas, políticas e outras (BRASIL, 2005, p.131).
Pelo breve histórico que vimos, a origem da pedagogia 
social evidencia que seu percurso sempre teve o foco de atender 
as classes sociais excluídas e marginalizadas. Isso exige do 
perfil do pedagogo social uma sensibilidade e percepção das 
necessidades específicas de cada grupo onde for atuar. 
O educador social de rua precisa de algumas características 
essenciais, muito mais de personalidade que técnico-
profissionais, embora as duas sejam fundamentais. [...] É no 
corpo a corpo, no olho a olho cotidiano com esses meninos 
(as) que se pode revelam o acolhimento, o compromisso, 
a paciência, a competência, assim como os preconceitos, 
impaciências, rejeições ou rigidez comportamental ou 
perspectiva que o inabilitam para participar de uma Pedagogia 
Social de Rua desse tipo (GRACIANI, 1997, p.131) 
Agindo dessa forma, o profissional terá condições de 
desenvolver um projeto e um planejamento de ações que 
realmente sejam significativas e façam diferença para o grupo 
e espaço que for intervir. Esses espaços podem ser movimentos 
sociais, hospitais, empresas, instituições carentes, museus, 
casas comunitárias para crianças, adolescentes, adultos e 
158
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
idosos, organizações não governamentais, entre outros, onde 
ocorrem relações interpessoaiscom características educativas. 
A pedagogia social, com seus princípios e ações, apesar 
de não ser tão reconhecida e valorizada no Brasil exerce 
um significativo papel social e acredita-se que o pedagogo 
“possua as competências necessárias para que sua atuação seja 
enriquecedora e objetiva para os educandos, para a instituição e 
para si mesmo” (COFFERRI; NOGARO, 2010, p. 19).
Gohn (2011), apresenta um conceito amplo para educação 
não-formal, para a autora, a educação não-formal se subdivide 
em diversas áreas: a conscientização acerca dos direitos 
individuais e sociais, a formação e preparo para o trabalho, 
resolver e discutir os problemas da comunidade, os conteúdos 
curriculares propostos pela escola, a educação midiática e a 
educação para qualidade de vida. Ou seja, vai além do papel 
da pedagogia social cujo foco é o atendimento social a classes 
mais vulneráveis e marginalizadas. Importante destacar que, 
segundo a autora, uma das caraterísticas da educação não-
formal é que os processos de aprendizagem nestes espaços 
acontecem através de interação entre as pessoas, pois assim 
se tornam capazes de gerar e acumular aprendizados, pois 
são construídos coletivamente (p. 104). Ou seja, a educação 
não-formal alia-se a pedagogia social ao destacar o vínculo 
159
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
entre a educação e as práticas sociais no sentido de promover 
aprendizagens fora do ambiente escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudamos nessa etapa que os conhecimentos pedagógicos 
são ferramentas que favorecem e facilitam as intervenções 
educativas em diversas situações. Inclusive nos processos 
educativos não formais, nos quais, cabe a intervenção do 
pedagogo para dar significado e sentido aos processos, 
organizando-os de acordo com a necessidade do contexto 
histórico, cultural e social. 
A educação não-formal precisa de validação social, tanto 
para legitimar o processo como para organizar a implementação. 
Por isso, é necessário nesse contexto o planejamento das 
propostas e das ações. Cabe também os processos avaliativos 
para reorientar a aprendizagem e fornecer feedbacks, ou seja, se 
os objetivos estão sendo realmente alcançados. 
Também aprendemos que a educação não formal consolida 
a pedagogia social, pois práticas socioeducativas aplicadas na 
pedagogia social fazem parte da educação não formal. A origem 
da pedagogia social está relacionada com as necessidades 
160
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
sociais que emergiram do período pós-guerra na Europa. E no 
Brasil, apesar de não ser tão disseminada ainda, tomou forças 
com a teoria de Paulo Freire na década de 1960 e na sua luta 
por uma educação democrática e transformadora. 
 Em sua prática, cabe ao pedagogo planejar e coordenar os 
programas e projetos, através de ações intencionais, nas áreas 
de: saúde, meio ambiente, trânsito, recreação, qualificação para 
o trabalho, relações sociais, prevenções entre outras. Também 
deve acompanhar a execução dos projetos e criar estratégias 
para avaliar os resultados. Teve sua origem a partir das 
necessidades da sociedade para suprir o que o governo e nem a 
educação formal estava alcançando, tem em suas características 
uma abordagem educativa, informal, mas que objetiva 
promover a formação do indivíduo para viver e contribuir na 
sociedade que está inserido.
RESUMO
Nesta unidade aprendemos:
• Sobre as práticas educativas desenvolvidas pelos pedagogos 
em ambientes não formais de aprendizagem. Estudamos como 
cada ambiente carrega características específicas e com isso 
161
PRáTICAS NA EDUCAçãO NãO FORMAl 
exige diferentes papéis do pedagogo, acarretando mudanças 
em suas ações para atender os objetivos propostos de cada 
contexto. Dessa forma, o perfil do pedagogo se reveste 
de diferentes caraterísticas tornando-se um profissional 
que chamamos de “multifacetado”. O profissional utiliza 
seus conhecimentos pedagógicos como instrumentos que 
promovem intervenções educativas em diversas situações 
na modalidade da educação formal, e isso não é diferente 
nos processos educativos que acontecem nas modalidades 
não formais. Nesses espaços, aprendemos que o pedagogo 
atua conferindo significados e sentido para as experiências 
e regulando todas as práticas educativas numa construção 
constante e integrada ao contexto histórico, cultural e social. 
• O planejamento e os procedimentos de avaliação são 
fundamentais também em ambientes não formais. Na 
modalidade formal, ou seja, na escola, o planejamento e 
avaliação são instrumentos que direcionam a aprendizagem 
e na educação não formal também possuem esse papel. 
A educação não formal carece de formalização social, 
tanto para legitimar os projetos como para organizar 
a implementação deles, cabendo nesse contexto o 
planejamento das propostas e processos avaliativos, para 
orientar a aprendizagem e fornecer feedbacks dos resultados.
162
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS SOCIAIS MÚLTIPLOS
• Origem, papel, importância da pedagogia social, e sua 
relação com os espaços não formais de educação. Algumas 
práticas socioeducativas aplicadas na pedagogia social 
fazem parte da educação não formal. A educação não-
formal consolida a pedagogia social, mas não são a mesma 
coisa, pois possuem objetivos e características específicas.
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