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Terapias Coletivas ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes Esp. Marcia Elaine Angeli de Toledo Bonemer https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3419 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi EXPEDIENTE FICHA CATALOGRÁFICA C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. BONEMER, Marcia Elaine Angeli de Toledo. MORAES,Lilian Rosana dos Santos. Terapias Coletivas. Marcia Elaine Angeli de Toledo Bonemer. Lilian Rosana dos Santos Moraes. Maringá - PR.: Unicesumar, 2021. 128 p. “Graduação - EaD”. 1. Terapias 2. Coletivas 3. Bem-estar. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 615.851 CIP - NBR 12899 - AACR/2 ISBN 978-65-5615-165-6 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Fotos: Shutterstock Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Reitor Wilson de Matos Silva Neste mundo globalizado e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer educação de qualidade, mas também, acima de tudo, gerar a conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em quatro pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais (Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e, também, no exterior, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Por ano, produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter, pelo menos, três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade.Por isso, desenvolvemos para os cursos híbridos, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. BOAS-VINDAS Olá! Meu nome é Márcia Angeli. Sou casa- da com o Christian Bonemer, mãe de dois filhos lindos: um é Advogado (Bruno) e ou- tro é Artista (Hugo). Já sou vovó do Max e tenho minha filha/nora Letícia. Muitas pessoas me conhecem como profissional da Dança. Tenho um conhecimento abran- gente nessa área. Eu sou proprietária da Academia Márcia Angeli, desde 1983, sou Diretora, professora, coreógrafa, drama- turga, figurinista e cenógrafa. Tenho mui- tas premiações e registro na calçada da fama no Festival de Dança em Joinville. Sou Fundadora do JUNTOS PELA DANÇA BRASIL, uma associação dos profissionais de dança do nosso País. Faço edição de áudios e vídeos. Apesar de tudo o que eu faço, me considero super tímida. Sou apaixonada pela natureza. Amo vasos gi- gantes, e tenho uma ligação grande por plantas, em especial os pendentes. Amo ajudar as pessoas e respeito as diversida- des. Sou péssima na cozinha, mas adoro arrumar uma boa mesa. A minha ligação com a Fisioterapia é a necessidade em buscar o conhecimento incansavelmente do corpo e aplicar o conhecimento aos meus alunos. Procuro pesquisar o corpo não apenas em suas questões físicas, mas metafísicas. Por isso sou especialista em Acupuntura, Dermato Funcional, alguns módulos de ortopedia e em Dança. E ago- ra, estou muito feliz em estar com você!!! Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/0156651067798164 Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3559 Assim, nasceu o amor pela docência. Ao voltar para minha cidade natal, iniciei o trabalho como fisioterapeuta, mas com o sonho de ser professora, procurei a Uni- Cesumar que, na época, era Cesumar, para pleitear uma vaga na graduação que havia iniciado em fisio, porém, naquele momento, não havia. Observando a necessidade que os alunos teriam em realizar estágio com crianças na área de Pediatria, entrei em contato com uma ONG, Associação Norte Para- naense de Reabilitação- ANPR, para pro- por uma parceria com a IES, criando o es- tágio dos alunos de Fisioterapia na ANPR, assim iniciei na docência que tanto amo e estou até hoje. Fiquei 18 anos no presen- cial, como docente em vários cursos da saúde e 10 anos como Coordenadora de Estética e Cosmética e após ser convidada a construir os cursos de Bem-Estar, a IES permitiu que eu escolhesse ficar no pre- sencial ou encarar o desafio da educação à distância. Hoje, estou á 2 anos no EAD, cuidando dos filhos que criei com muito amor. Em 2019, iniciei um doutorado em Promoção da Saúde na UniCesumar, e por meio dos estudos que já realizava em Políticas Públicas e com as discussões nas aulas de políticas voltadas para a melhora da qualidade de vida da população, resol- vi me aventurar na Política, saindo como candidata a vice prefeita de Maringá. Sou abençoada com uma família que amo, casada com o Advogado e também pro- fessor na IES, Carlos Alexandre Moraes, meu companheiro para todas as horas e temos uma pequena flor que Deus nos presenteou, Isabela Moraes. Amo estar em casa com minha família e viajar, pois alimenta a alma e nos traz experiências que ficam eternamente na memória. Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/8428839515152168 Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA Olá estudante, tudo bem? Meu nome é Li- lian Rosana dos Santos Moraes, mas todos me conhecem por Profa. Lilian Moraes, por estar na área da educação já há 20 anos. Sou natural de Maringá-Pr, no en- tanto, quando chegou a hora de prestar vestibular, como não havia Fisioterapia em minha cidade, fui morar em Lins-SP para realizar um sonho: ser Fisioterapeuta para cuidar de crianças com dificuldades motoras. Fiquei 4 anos por lá e durante 3 anos da graduação que era de tempo integral (da 2ª a 4ª série) fui monitoria das disciplinas de Anatomia Humana, Micro- biologia e Biologia, para os estudantes que tinham dificuldades com o conteúdo. http://lattes.cnpq.br/8428839515152168 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3560 REALIDADE AUMENTADA: sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto. PODCAST: professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas. PÍLULA DE APRENDIZAGEM: uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido. PENSANDO JUNTOS: ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento! EXPLORANDO IDEIAS: com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva. EU INDICO: enquanto estuda, você pode acessar conteúdos onlineque ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor. Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store IMERSÃO RECURSOS DE APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 11 69 39 99 Aplicação Terapêutica da Música como Recurso para o Bem-estar Dança Circular Biodança Terapia Comunitária Integrativa 1 3 2 4 INICIAIS PROVOCAÇÕES Como um profissional da saúde e do bem-estar, você deve estar atento aos sinais e sintomas que seu/sua paciente/cliente apresenta, sendo necessário na anamnese, a fim de coletar o maior número de dados que o possibilite trabalhar com conhecimento técnico e assertividade. Para testarmos essa competência, imagine a seguinte situação: você recebe, em sua clínica, um(a) paciente/cliente, que, independentemente da área terapêutica que você atue, você percebe que seria necessário agregar algo a mais em seu trata- mento como uma música, uma dança ou até mesmo uma boa conversa e a interação com outras pessoas, com ensinamentos e troca, desenvolvendo a generosidade e o respeito mútuo. Você saberia como incluir algum desses recursos e elaborar um protocolo de atendimento? Você sabia que o som é capaz de curar doenças? E que sua/sua paciente pode melhorar com a aplicação de uma música? Que a dança é capaz de transformar sua vida, prevenir e curar até mesmo a depressão? Que existem outras formas de dançar de maneira não coreografada que são capazes de modificar sua forma de pensar sobre a vida? Que uma roda de conversa pode ser uma grande ferramenta para iniciar uma ressignificação de sua mente e retirar o sofrimento mental? A vida em sociedade requer o convívio entre as pessoas. Os relacionamentos são baseados em trocas que, muitas vezes, devido às demandas do mundo contemporâneo, acabam ficando falhos. Inclusive, há inúmeros fatores, como estresse, ansiedade e até mesmo a depressão que provocam conflitos e sofrimentos, consequentemente atrapalhando a convivência. Nesse contexto, a saúde é uma das peças fundamentais para estar bem e ela engloba estado físico, emocional, espiritual, mental e social. As tera- pias que trabalhem com o som, a dança e a convivência harmônica podem contribuir de forma holística para a promoção da saúde. Que tal provarmos como um desses recursos pode contribuir para nossa saúde? Então vamos fazer uma prática bastante simples: monte uma playlist com umas cinco músicas, começando por aquelas de ritmo mais agitadas, como rock, seguidas por outras mais suaves e tranquilizantes como canções instrumentais, até ritmos que provoquem sono. Depois de montar, ouça cada uma delas, nessa sequência. TERAPIAS COLETIVAS INICIAIS PROVOCAÇÕES Após vivenciar os efeitos empíricos que os sons exercem sobre o seu corpo, complemente a experiência pesquisando, em sites, artigos científicos que discorrem sobre os efeitos da música nos seres humanos. A proposta aqui é te orientar para um caminho seguro, para que você tenha essa continuidade da pes- quisa e do conhecimento. Mediante a vivência com os sons e a pesquisa sobre as evidências científicas, reflita sobre: conseguiria fazer indicações terapêuticas com o uso da música? Na sua cidade, é comum encontrar terapias como aquelas que você encontrou? Para que você adquira proficiência para trabalhar com Terapias Coletivas, é necessário adquirir alguns conhecimento teóricos, como a fundamentação fisiológica do porquê o som cura, sua fisiologia, a sua importância para a otimização da plasticidade neural, suas interferências no corpo, exemplos de sons e algumas técnicas para a sua utilização, e que cada um tem a sua identidade sonora. Além do som, estudaremos a Biodança por meio do Rolando Toro Araneda, como é empregado essa terapia. Você conhecerá o que é princípio Biocêntrico, como se organiza as sessões verbais e não verbais, o uso da música e consignas, como é a condução de um facilitador de Biodança, bem como entenderá a importância de trabalhar a dança de forma integrada ao bem-estar físico e emocional Outra modalidade de Terapias Coletivas que você terá contato é com as Danças Circulares, seus benefícios e o que necessita para ser um focalizador e entender essa forma de movimento meditativo. Além delas, nas Terapias comunitárias integrativas, você aprenderá a como ajudar seu/sua paciente/cliente em uma roda de conversa, ajudando no sofrimento e inquietações mentais. Esta disciplina abordará as Práticas Integrativas (PICs) que trabalham com a música, a dança, e a terapia em grupo, dando suporte para que você, terapeuta, tenha mais ferramentas para trabalhar com seus clientes/pacientes e possam propor técnicas terapêuticas em grupos. Ficou entusiasmado(a)? Convido você para mergulhar neste universo tão encantador. Vamos lá? 1 OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM Aplicação Terapêutica da Música como Recurso para o Bem-estar Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes Esp. Marcia Elaine Angeli de Toledo Bonemer A Unidade um promete ser interessante e divertida, pois você conhecerá a música como uma grande ferramenta para o tratamento de seu paciente/ cliente dentro das Terapias Coletivas. Além do mais, a plasticidade neural, como o processo de remodelação neural, trará entendimento de como o som percorre dentro do organismo, além dos ouvidos, ressaltando os chakras. 12 UNICESUMAR Você já sentiu, em algum momento de sua vida, que a música transformou os sentimentos que estavam lhe causando mal? Ou, ainda, escutando uma música, você já se lembrou de coisas im- portantes? E se eu afirmar que existem sons benéficos e sons maléficos à sua saúde, o que você me diria? Que a música pode curar doenças, se for aplicada às práticas de Terapias Coletivas, como a Biodança, a Dança Circular e a Terapia Comunitária Integrativa, você sabia? O som é a nossa comunicação mais comum, sendo uma das formas que encontramos para enten- der o mundo ao nosso redor. Usamos os nossos sentidos (audição, tato, paladar, olfato e visão) para a comunicação e entendimento do mundo externo. Cada um de nós apresenta uma característica própria e singular em relação a esses sentidos, o que nos faz ter mais habilidades ou não. Por ser a audição uma porta de entrada de informações, esta é também uma possibilidade de receber a cura. Até mesmo os deficientes auditivos são influenciados pelo campo vibratório das ondas sonoras, pois não podemos esquecer que estas ondas são mecânicas. Nesse sentido, a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeu- ta qualificado, isto é, o profissional que atua nesta área, proporciona objetivos terapêuticos que podem atuar em vários aspectos do indivíduo, como em suas ne- cessidades físicas, emocionais, mentais, espirituais, sociais e cognitivas (BARCELLOS, 2004). Inclusi- ve, pesquisas com Terapias associadas à Música ou mesmo ao estudo da Musicoterapia estão indicando que o Musicoterapeuta pode estar junto à equipe multiprofissional e contri- buir no tratamento não medicamentoso. 13 UNIDADE 1 Você já sabe que existem sons benéficos e outros prejudiciais à saúde, não é mesmo? Agora, proponho um rápido e divertido exercício para aguçar a percepção e a sensação da música sobre o seu corpo. Vamos lá?! Siga os passos tomando nota de seus sentimentos e sensações. 1 -Componha uma coleção de músicas variadas. Pode ser samba, músicas de filmes de suspense, comédia, ação ou romance, música clássica, sacra e intuitiva. Procure pelo menos sete estilos musicais que possam aflorar sentimentos diferentes, como alegria, tristeza, preocupação, leveza, intuição, espiritualidade e sedução. 2 -Com a lista organizada das músicas, vá para um lugar tranquilo e tenha um controle ao seu alcance. 3 -Deite e faça exercícios com sua respiração. Inspire e expire três vezes, sendo que o tempo de sua expiração deverá ser duas vezesmaior do que a sua inspiração. 4 - Deixe tocar as músicas uma a uma enquanto você permanece com os olhos fechados. 5 - Perceba as sensações de seu corpo a cada música, como respiração, algumas contrações, angústia, medo, alegria, paz, raiva, sensualidade, preocupação etc. 6 - Ao final de cada música, descreva, em seu Diário de Bordo, todas as anotações das percepções, seguindo o breve roteiro. a) Em qual região de seu corpo você sentiu a música bater mais forte? b) Qual sentimento você relata após ouvir cada música? Tris- teza, alegria, raiva, sensualidade, preocupação, paz etc.? c) Quais memórias afetivas vieram à mente? Se não houve nenhuma, provoque agora uma lembrança e descreva a primeira imagem que lhe vier à mente. d) Com o aparelho desligado, liste quais sons você está ou- vindo, desde os que estão mais longe, até os que estão à sua volta, além dos sons de seu próprio corpo. 14 UNICESUMAR D IÁ R IO D E B O R D O Percebe como a música pode nos envolver e influenciar as nossas emoções, por exemplo, a alegria, criando sentimentos como o amor? Devido a isso, algumas técnicas de terapias integrativas e complementares utilizam a música como uma ferramenta em diversos tratamentos que podem interferir diretamente no estado de consciência do indivíduo ou na capacidade de influenciar coletivamente no comportamento das pessoas. Barcellos (2004) considera que a musicoterapia acaba tendo três objetivos fundamentais na vida humana, sendo o estabeleci- mento ou o restabelecimento das relações interpessoais, melhora da autoestima e o poder de energizar o indivíduo por meio do ritmo. A partir desse momento, com essa vivência, você deve ter em mente o quanto a música é capaz de proporcionar diferentes sensações, por exemplo, conforto e desconforto. Essas sensações experimentadas em seu próprio corpo são fundamentais para que você tenha entendimento do que pode acontecer no corpo de seu paciente/cliente, a fim de compreender seus sentimentos. 15 UNIDADE 1 Podemos perceber a influência que o som faz em nossas vidas, quando observamos a irritabilidade e o cansaço mental que ficamos, quando estamos o dia todo em contato com barulho de construção ou reforma, por exemplo. Sabe aquele som de britadeira, martelo, serrote e soldagem o dia todo em nosso ouvido? Irrita, não é mes- mo!?Contudo, em contrapartida, quando ouvimos um som que nos agrada ou que nos remete a lembranças de momentos felizes que vivemos, dependendo do ritmo da música, temos a sensação de le- veza, tranquilidade, animação, aumento da energia e da disposição. Figura 1 - Terapia com música em grupo O som está intimamente conectado à existência do homem, e a música está cravada em suas memórias mais antigas, como: nas canções cantadas ainda na vida intrauterina, nas canções de ninar, nas inú- meras canções experimentadas na infância e nas que você experimenta até o seu presente momento. Cada som, somado às emoções, traz uma interpretação individual. Tanto você quanto eu temos histórias de vidas diferentes, com vivências sonoras únicas, o que nos tornam pessoas com uma digital sonora única, uma identidade sonora (GASPARINI, 2003). É interessante destacar que em termos históricos, desde os tempos mais remotos, o homem e a mulher perceberam todo o seu potencial musical. Usando os materiais que tinha à disposição (pedras, ossos, madeiras, o próprio corpo e a voz), ele foi combinando sons e silêncios das mais diversas maneiras, surgindo, assim, a música (SANTOS; CAMARGO FILHO; ROCHA, 2018). Os diversos tipos de sons compõem uma música e, historicamente, a música sempre influencia e é influenciada pela cultura local de uma sociedade, e está presente na maioria das celebrações humanas. Isso porque a música é um fenômeno exclusivamente feito por humanos para a interação social, e é um comportamento aprendido. Não existe a música por si só; ela sempre é feita por seres humanos por meio de algum objeto ou parte do corpo, como o assobio ou as palmas. 16 UNICESUMAR REALIDADE AUMENTADA A transformação da música em ondas elétricas Em suma, a música não pode ser definida apenas como um fenômeno sonoro, pois envolve o com- portamento de indivíduos e grupos de indivíduos, e sua organização particular exige a concordância social de pessoas que decidem o que ela pode ou não ser (MARCONATO, 2003). Além da dimensão sócio-histórica que envolve a música, enquanto produto de interação social e abarcando na dimensão biológica da vida, povos orientais, como a Índia, ao longo dos tempos, tive- ram uma grande experimentação em relação a cada tipo de som, e o que cada som provoca em seu organismo, não apenas pela porta de entrada auditiva, mas também pela compreensão dos chakras (SIEGEL; BARROS, 2012). Com o tempo, houve grandes avanços científicos e sua comprovação quanto à eficácia da música e determinamos tipos de sons nos tratamentos das doenças. O uso da música como forma terapêutica surgiu após as Guerras Mundiais, em que foi descoberto que as dores e angústias de muitos soldados feridos podiam melhorar com o uso da música (SACKS, 2007). Vários autores, por exemplo, Leinig (2008), comprovam a música como ferramenta terapêutica, sendo a musicoterapia uma delas, a qual é considerada uma profissão, em que pode ser aplicada por pessoa qualificada que usa a música de forma prescrita e clínica como intervenção terapêutica. Benezon (1985) descreve que a musicoterapia tem como objetivo facilitar e promover a expressão da comunicação e, com isso, melhorar relacionamentos sociais e até mesmo o aumento cognitivo. Pense, agora, em um mundo tanto “micro” quanto “macro”. Tudo que há nesse mundo, desde seres humanos, animais, plantas, pedras, areia, pó etc., é composto por átomos que estão em constante mo- vimento, que gera um tipo de som/ruído. Nosso próprio corpo apresenta vários tipos de sons. Para você entender, basta que retome a matéria de física no colégio, em que o(a) professor(a) nos dizia: “toda matéria é constituída por átomos, e esses estão em constante movimento” (CARUSO, 1994). Uma molécula, de acordo com Caruso (1994), é constituída de um ou vários átomos presente nos seres vivos. As moléculas estão em um constante movimento de “vai e vem” o que gera uma vibração. Esse movimento vibracional gera os sons/ruídos. Alguns sons são audíveis e outros inaudíveis aos seres humanos, mas os sons estão por aí, em toda a parte, muitos e muitos ruídos (TROTTA, 2019). No entanto, você precisa saber que um ruído apenas não traduz uma música. Um ruído é apenas um ruído. A música tem como característica a organização de diversos ruídos ou sons, com uma estrutura definida como ritmo, harmonia e melodia; entretanto, nem toda música causa bem-estar. Existem sons que são prejudiciais à saúde humana, bem como aqueles que elevam seu bem-estar, indo desde a prevenção até um bom tratamento (WISNIK, 1989). 17 UNIDADE 1 Com tudo isso, percebe-se que para ser um Musicoterapia, de acordo com Rocha (2013), há um longo caminho de estudos em gra- duação e pós-graduação nesta área, da mesma forma que em outras formações. Por esse motivo, estou apenas esboçando uma proposta para que seja um diferencial em sua profissão. Sobre os conceitos, para que você, estudante, compreenda a Musicoterapia, escolhi estes: Segundo o Centro de Musicoterapia Benenzon (1985), a Musi- coterapia é a utilização terapêutica dos elementos sonoro-musicais com intuito de propiciar saúde, bem-estar e qualidade de vida ao ser humano. O musicoterapeuta é o profissional capacitado para a utilização de procedimentos e técnicas específicas da área no atendimento de crian- ças, adultos e idosos em diferentes âmbitos da atuação profissional. Ele pode atuar em áreas como: Saúde, Educação, Social/Comunitária, organizacional, entre outras (MARCONATO, 2003). A World Federation of Music Therapy (WFMT), em 2011, traz uma definição atualizada da Musicoterapia, dizendo que esta téc- nica é a utilização profissional damúsica e seus elementos, para a intervenção em ambientes médicos, educacionais e cotidiano com indivíduos, grupos, famílias ou comunidades que procuram otimizar a sua qualidade de vida e melhorar suas condições físicas, sociais, comunicativas, emocionais, intelectuais, espirituais e de saúde e bem-estar. A investigação, a educação, a prática e o ensino clínico em mu- sicoterapia são baseados em padrões profissionais de acordo com contextos culturais, sociais e políticos (PASSARINI, 2013). Na fundamentação teórica da Musicoterapia, temos o Modelo Benenzon de MBMT, em que, em Marconato (2003), é conhecido como um dos cinco modelos mais importantes de atuação em mu- sicoterapia. Este foi criado pelo Prof. Dr. Rolando Benenzon, um médico psiquiatra, psicanalista e músico, ativista da musicoterapia. 18 UNICESUMAR O MBMT é caracterizado pela inter-relação de discursos filosóficos, científicos, artísticos e literários e um de seus embasamentos clínicos é que cada ser humano possui uma identidade sonora já descrita. Ademais, a identidade Sonora é um fator predominante na Musicoterapia, em que o Terapeuta a considera para diferenciar o tratamento a cada paciente (BRENNAN, 2009). Você percebe que, neste modelo MBMT, o terapeuta deve estar apto e disponível para realizar, junto com o seu paciente, ações como o de tocar algum instrumento, criar ou reinventar alguma composição musical, dançar, escutar alguma melodia ou ficar em silêncio, com o intuito de ofertar ao cliente a possibilidade de adquirir criatividade, independência, simplicidade, expressividade e autenticidade. Com as novas experiências que o paciente/cliente vivência com a música, ocorre uma remodelagem do campo vibracional dele, esta chama-se Plasticidade Neural, palavra que significa plástico/elástico. Significa que nosso encéfalo tem a capacidade de se remodelar no decorrer da vida, de acordo com estímulos dado a ele, e os neurô- nios se adaptam aos estímulos do comportamento e aprendizado. Com isso, o som que é interpretado no tálamo, local em que nossas emoções podem ser remodeladas a partir de outros estímulos sonoros (SIEGEL; BARROS, 2012). Figura 3 - Com a plasticidade, podemos desenvolver conexão entre os neurônios 19 UNIDADE 1 Coloco aqui um exemplo bem didático. Imagine que você faz uma poda em uma árvore, retiran- do um de seus galhos com ramificações. Um dos galhos vizinhos não podado começa a remodelar essa árvore, crescendo e preenchendo o vazio que foi gerado pela poda. Dessa mesma forma é que se desenvolve o nosso encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico), quando perdemos alguma parte ou função deste elemento, principalmente o cérebro, que é a sua maior parte, gerando a capa- cidade de desenvolver novas conexões sinápticas entre os neurônios a partir das experiências vivi- das, e estas criam novas interações, como novos galhos de uma árvore. Essas novas ligações que nosso sistema faz dependem também do compor- tamento ou da forma de enfrentamento que o in- divíduo se coloca diante das experiências vividas. Só para lembrarmos, essas novas conexões da plasticidade neural acontecem entre as células nervosas, chamadas de neurônio, que possuem os axônios (substância branca) e o corpo celular (substância Cinzenta). Com isso, segundo Muskat (2012), temos a massa branca, que é responsável pela condução das informações e transmitem os sinais, e a massa cinzenta, que realiza o proces- samento das informações, aumentando a capa- cidade de concentração e das funções cognitivas do indivíduo. Demonstramos essas funções desde o nosso nascimento. Todo o nosso comportamento, nos- sas emoções e o funcionamento de nosso orga- nismo são resultados das sinapses e, a cada novo aprendizado, a partir dos estímulos recebidos, como a musicoterapia, provoca-se, em nosso cor- po, novas conexões sinápticas entre os neurônios, em uma constante remodelagem. Este é o fenô- meno da plasticidade (SIEGEL; BARROS, 2012). Podemos encontrar o termo remodelagem adap- tativa contínua para a de plasticidade neural, em que essa é a explicação para o resultado obtido pelo Musicoterapêuta ou para o profissional que utiliza a música como terapia (MARCONATO, 2003). Segundo Leinig (2008), as ondas sonoras são estímulos de vibrações elétricas, que, em graus propícios em seu paciente/cliente, potencializam os estímulos elétricos orgânicos em sua velocida- de funcional, em que passa a auxiliar a criação de novos circuitos neurais e consequente remodela- ção de suas funções (BAUM, 1999). Sobre as conexões neurais, Jourdain (1998) apresenta caminhos diferentes para chegar até o cérebro, descrevendo que, em casos de lesões, o caminho para chegar as informações até o cérebro fica incompleto. Com novos estímulos, no nosso caso a música, ocorre a plasticidade neural, em que o caminho do circuito é modificado (BAUM, 1999). 20 UNICESUMAR O processo de remodelação funciona por meio da formação de novas extremidades do neurônio lesado, que é o exemplo que citei, como se fossem bracinhos, que vem para ocupar aquele espaço que sofreu a injúria e agora procura fazer essa função. Em uma lesão neural, o caminho deste neurô- nio não se regenera, no entanto, com estímulos apropriados, Muszkat e Correa (2000) defendem que pode fazer com que a função do Sistema Nervoso Central (SNC) possa ser desenvolvi- da em outro lugar de seu cérebro por meio da plasticidade. Por exemplo, quando as ondas mecânicas vibratórias do som entram no meato acústi- co externo, orifício inicial do ouvido, ele passa pela tuba auditiva, estimulando os neurônios auditivos, que são interpretados na região do tálamo, em que se encontra o local que codifica as emoções (GASPARINI, 2003). Sendo assim, a música influencia diretamente o sistema ner- voso central. Como terapeuta integrativo, é importante sabermos e lembrarmos, durante nossos atendi- mentos, que o remodelamento neural ocorre de forma diferente entre cada indivíduo. Em nosso córtex cerebral, aquela área superficial repleta de sulcos e giros, há presença de muitas áreas au- ditivas e, com isso, o cérebro processa a música de forma distribuída, uma vez que são de difícil delimitação (BAUM, 1999). A percepção do som descrita por Rocha e Boggio (2013) envolve uma série de estruturas cerebrais, tais como córtex pré-frontal, córtex pré-motor, córtex motor, córtex somatosen- sorial, lobos temporais, córtex parietal, córtex occipital, cerebelo e áreas do sistema límbico, in- cluindo a amígdala e o tálamo (WELCH, 2012). Com isso, Rocha e Boggio (2013) citam que as funções no nosso organismo são influenciadas não só pela música, mas também pelo tipo de melodia, que passa pelo tálamo (área estacionária que reve- za todas as emoções, sensações e sentimentos); a área mestre do cérebro (razão) é automaticamente influenciada. A partir dessa informação, qualquer terapia com uso de som é justificada pela impor- tância dentro de seu organismo. Em relação à Música na terapia, de acordo com Ávila (2009) e Welch (2012), proporciona um encontro íntimo consigo mesmo, o que a torna uma atualização entre sentimentos em seu campo psicoemocional, e grande influência na redução ou alívio da tensão emocional que esse indivíduo carrega, e assim você poderá conduzi- -lo a superar essa crise, dando novos significados e sentidos, e melhorar suas relações sociais de sua comunicação, expressão, mobilização, loco- moção e organização de suas indagações íntimas (CUERVO, 2011). A musicoterapia é um tipo de intervenção que objetiva a promoção e a prevenção da saúde, quando aplicada na sociedade, antes do processo da doença, mas também auxilia no desenvolvi- mento ou na restauração de potenciais das pes- soas, por meio da música, dos sons, da voz, do corpo e dos instrumentos musicais usados na terapia. Segundo Costa (2002) e Bréscia (2003), a música é utilizada dentro da área terapêuti- ca também como fonte de divertimento e lazer, promovendo a qualidadede vida e o bem-estar. 21 UNIDADE 1 As alterações que a música traz na vida do ser humano são notórias até mesmo na Anatomia. Em um artigo científico denominado “Efeitos do treinamento musical no cérebro: aspectos neurais e cognitivos”, o autor cita vários estudos sobre as mudanças na morfologia anatômica de várias regiões, como o aumento da região frontal do corpo caloso, do número e tamanho dos axô- nios desta região de pessoas que iniciaram seus estudos na música desde criança (RODRIGUES; LOUREIRO; CARAMELLI, 2013). Assim, caro(a) estudante, pode-se perceber que o processo terapêutico ou construtivo com a música se dá a partir de experiências sonoro-musicais e se estas são intencionais, com o objetivo de provocar mudanças na saúde física, mental, social e emo- cional do paciente/cliente, podendo ser aplicada com a execução de uma música inteira ou trechos musicais, em que o paciente vai acompanhando e participando com improvisação, ouvindo, recriação ou até mesmo compondo (PETRAGLIA, 2010). A musicoterapia praticamente não tem contrain- dicação, sendo utilizada até mesmo no contexto hospitalar para mi- n i m i z a r os efeitos da hospitalização, defende Zanini (2009), in- fluencian- do direta- mente na qualidade de vida do paciente, melhorando as relações sociais, afetivas, profissionais e a saúde. Os relatos de diversos autores, como Welch (2012), demonstram que a aplicação da música também pode melhorar a comunicação e a forma de expressão do indivíduo. Estes estudiosos ana- lisam a influência do som em relação às formas estruturais da música, como a melodia, harmonia e o ritmo, considerando o seu timbre, sua altura, intensidade e duração. Vamos nos aprofundar na composição da es- trutura musical iniciando pelo timbre? Figura 4 - Composição da estrutura musical 22 UNICESUMAR Quando observamos a música, verificamos que cada instrumento musical possui um timbre, fazendo com que o som de cada um seja único, como o piano, violão, flauta, bateria, entre outros, cada um com o seu timbre, da mesma forma que acontece com as nossas vozes. Segundo Heler- brock (2020), este elemento permite diferenciar- mos os sons e faz com que consigamos identificá- -los mesmo que sejam do mesmo grupo sonoro, como as vozes das pessoas, que mesmo ouvindo alguém conhecido falar ao telefone, conseguimos, muitas vezes, identificar a pessoa do outro lado, que se modifica com o tipo de comando, como por exemplo a altura, que é medida por decibéis. O timbre é medido por meio da unidade hertz (Hz), que contabiliza a frequência do som, ou seja, o número de ciclos de uma onda sonora por se- gundo. A frequência alta é aquela que possui mais ciclos por segundo, emitindo sons agudos, como no caso da voz feminina ou o cantar do pássaro. Como a melodia é o elemento estrutural da música de maior desta- que aos nossos ouvidos, convido-te a assistir um vídeo do consultor musical e CEO Gabriel Camargo, do canal missão musical, que é for- mado em música, explicando sobre a melodia. No segundo link, veja como ele destaca, de uma forma bem didática, a utilização de uma mesma harmonia em várias músicas. Para quem tem interesse em se aprofundar nesta área, vai encontrar, neste canal, uma escola EAD de música com várias informações. Fonte: a autora. Para acessar, use seu leitor de QR Code. O que é MELODIA? O que é HARMONIA? A frequência baixa possui menos ciclos por se- gundo, sendo os sons mais graves, por exemplo a voz masculina ou o contrabaixo. Na escala em Hertz, por Helerbrock (2020), os sons agudos ficam na direção do infrassom, e os sons graves na direção do ultrassom, conforme você pode observar a seguir. a) De (0) HZ a (16) ou a (20) HZ temos uma frequência baixa (chamada de som gra- ve), sendo classificada como infrassom, audível apenas para alguns animais, como gatos e elefantes, e fenômenos como vento e terremotos. b) De (16) HZ em algumas literaturas de (20) HZ a (20.000)HZ é um intervalo co- nhecido como espectro audível aos seres humanos. c) Acima de (20.000) HZ temos frequências altas chamadas de sons agudos classificados como ultrassom, audível apenas para alguns animais, como o golfinho e morcego. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3562 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3561 23 UNIDADE 1 Figura 5 - Frequência do som Você pode aprender mais com esses sons em programas de edição de áudio e aparelhos de som segundo a escala de grave e agudo. Que bom seria se o nosso aparelho auditivo pudesse conseguir um alcance maior, de modo a captar todas as frequências em cada intensidade sonora, de tudo que está a nossa volta, como o som das flores, dos campos, das montanhas, do céu e até de nosso próprio corpo, não é mesmo? (WATANABE, 2000). Agora, é importante o cuidado que temos de ter com determina- dos sons que são prejudiciais à saúde humana. As causas de perda auditiva, de acordo com as pesquisas de Helerbrock (2020), incluem infecções, envelhecimento e danos cerebrais, mas a causa mais comum é a exposição ao ruído. A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), por Russo e Santos (1993), pode acontecer dependendo da altura e tempo de exposição a esse som/ruído, danificando, quebrando ou diminuindo os minúscu- los cílios no ouvido interno, chamados de células ciliadas, que vibram por meio das ondas sonoras que são mecânicas e transformam esta energia em um sinal elétrico ao nervo auditivo e, assim, as informa- ções são entendidas. Os Decibéis traduzidos pelo volume do som, dependendo do volume, pode levar a uma surdez ou até à morte. 24 UNICESUMAR A autora Barbara Ann Brennan trabalhou na Nasa por muito tempo e comprovou cientificamente, com trabalhos sobre o campo eletro- magnético, a ação sobre esse corpo. Seus estudos cooperaram para o incentivo de grandes artigos científicos sobre a Física Quântica. Caso queira se aprofundar na literatura, segue link do livro completo: Fonte: a autora. Para acessar, use seu leitor de QR Code. O que você precisa compreender, caro(a) es- tudante, é que o impacto de cada som em Deci- béis, segundo Russo e Santos (1993), é somado à condição atual do ser humano quanto à sua carga emocional. Aqui, podemos pensar em quantos(as) pacientes/clientes não entrarão em seu consultório com problemas de desordem orgânica devido à exposição prolongada em ambientes com poluição sonora. Além do mais, é importante você saber que não percebemos o som apenas pelo ouvido, mas, de acordo com Sacks (1998), o percebe- mos pela vibração da pele, músculos e ossos, como no caso de pessoas surdas, porque o som (música) é uma onda mecânica, desloca o ar atmosférico quando se dissipa, movimentando objetos, como caixas de som e janelas de carros, quando estão com o volume alto. Essa percep- ção é aguçada em sua potencialidade. Ressalto aqui que a musicoterapia por Be- nenzon (1985) sugere a troca do sistema audi- tivo por soluções sensório-táteis na relação sur- do/música, em que a prática coloca o paciente/ cliente deitado em um tablado de madeira, e a música com alto falante, incidindo perto, para provocar o “vibrar/tremer”. A explicação é que as ondas vibratórias che- gam até a pele, músculos e ossos (articulações) do sujeito, alcançando seu sistema nervoso au- tônomo, possibilitando o surdo de perceber o ritmo, a acentuação, a altura, a intensidade e a duração do som. Além disso, os instrumentos utilizados são pandeiros, tambores, tamborins, chocalhos, guizos, violão, teclado, piano e outros (BENENZON, 1985). Como terapeuta integrativo, você precisa levar em consideração a utilização da música juntamente com os Chakras. De acordo com Brennan (2009), o som influencia o seu campo vibracional e sua alteração pode levar a distúr- bios e ao adoecimento do corpo de acordo com as áreas correspondentes. Os chakras são pontos de vórtices girató- rios de energia em nosso corpo, em que cada um apresenta uma cor e variam de tamanho, indo do tamanho de uma moedaa um pires (+/- 5 cm). Além do mais, estes apresentam, em sua formação, rodas com pás ou pétalas (raios de energia) em um duplo cone atravessando a parte anterior e posterior do corpo. Temos sete chakras principais e muitos outros pequenos acessórios. Eles atravessam nosso corpo e criam camadas de energia correspondente a sua cor (BRENNAN, 2009). https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3563 25 UNIDADE 1 Retomando, aqui, caro(a) aluno(a), sobre o início de nossos estudos, tudo o que há no universo é energia materializada em forma de vibração. Nosso corpo, de acordo com Brennan (2009), vibra em frequências em Hertz de formas dis- tintas, de acordo com os Chakras e seus órgãos e vísceras correspondentes. Brennan (2009) ainda mostra um estudo científico sobre as medições das frequências em Hz das cores, sendo diferentes em cada uma SISTEMA DE CHAKRA SAHASRARA CHAKRA CORONÁRIO ESPIRITUALIDADE VISHUDDHA CHAKRA FRONTAL CONSCIENTIZAÇÃO AJNA CHAKRA LARÍNGEO COMUNICAÇÃO ANAHATA CHAKRA DO CORAÇÃO CURA DO CORAÇÃO MANIPURA CHAKRA DO PLEXO SOLAR PODER DE SABEDORIA SWADHISTHANA CHAKRA UMBILICAL SEXUALIDADE CRIATIVIDADE MULADHARA CHAKRA BÁSICO BÁSICO CONFIANÇA Figura 6 - Chakras e seus órgãos correspondentes delas. Veja, a seguir, as cores e suas respectivas frequências. • Branco = 1.100-2.000 hz. • Violeta = 1000-2000 hz. • Azul = 250-275 hz mais 1.200 hz. • Verde = 250-475 hz. • Amarelo = 500-700 hz. • Laranja = 950-1.050 hz. • Vermelho = 1000-1200 hz. 26 UNICESUMAR É importante saber também que, se cada chakra es- tiver bloqueado, este não estará com sua frequência adequada e a energia estará estagnada, de acordo com Brennan (2009), o que irá interferir no bom funcionamento dos órgãos correspondentes. O mesmo acontece com alterações de humor que influenciam os órgãos e as vísceras. Com o seu desequilíbrio, pode-se alterar a saúde de cada sistema do corpo humano. Navarro (1986, p. 28- 31) afirma que “todo bloqueio tem um significado emocional” e que “a perturbação do estado de cons- ciência é a consequência da disfunção do primeiro segmento”, ou seja, as emoções, como tristeza, criam sentimentos negativos e afetam os nossos órgãos. Ainda, você deve saber que um chakra sau- dável, de acordo com Brennan (2009), trans- mite sintomas da mesma forma que o chakra quando está doente: • Chakra Basal (vermelho: saudável = ação/ doente = medo). • Chakra sacral ou gástrico (laranja: saudável = integração/doente = isolamento). • Chakra esplênico (amarelo; saudável = sem julgamentos/doente = baixa autoestima). • Chakra cardíaco (verde: saudável = amor incondicional/doente = ódio). • Chakra laríngeo (azul: saudável = alegria e tranquilidade/doente = negativismo). • Chakra frontal (índigo: saudável = criativi- dade/doente = depressão). • Chakra coronário (lilás: saudável = aceita- ção/doente = raiva). Muitas de nossas doenças ocorrem por falta de es- tagnação dos chakras, conforme você pode observar no quadro a seguir (BRENNAN, 2009). Quadro 1 - Características dos chakras CHAKRA / NOTA / COR LOCALIZAÇÃO LIGAÇÃO ELEMENTO CAUSAS DE BLOQUEIO NO INDIVÍDUO Base ou Bá- sico Nota DÓ Vermelho e Preto Cóccix Mundo material Terra Anemia, problemas cir- culatórios, pressão baixa, fadiga, insuficiência renal, excesso de peso, agressivi- dade, medo da morte, inca- pacidade de planejamento do tempo e dependência Umbilical ou da Reprodu- ção Nota RÉ Laranja Umbigo Sexualidade, relações pessoais, ar- tísticas e emocionais Água Disfunções nos fluidos do corpo (urina, saliva, bile e linfa), mania de limpeza, in- compreensão, racionalida- de excessiva, isolamento e falta de apetite sexual Plexo Solar ou Ligação ao Próximo Nota MI Amarelo Diafragma Vitalidade-comanda, vontade de saber/ aprender, poder, de- sejo de vida, comuni- cação e participação Fogo Secreções gástricas desor- denadas, disfunção das glândulas salivares, sen- timento de inferioridade, diminuição da capacidade lógica e racional e atitu- des como ambição, gastos compulsivos e ansiedade 27 UNIDADE 1 CHAKRA / NOTA / COR LOCALIZAÇÃO LIGAÇÃO ELEMENTO CAUSAS DE BLOQUEIO NO INDIVÍDUO Cardíaco ou do Amor Nota FÁ Verde e Rosa Parte superior do peito, próximo ao coração Crescimento da crian- ça, dirige o sistema linfático e estimula e desenvolve o sistema imunológico Ar Síndrome do pânico, câim- bras, palpitações, arritmia cardíaca, pressão alta, en- fermidade nos pulmões, problemas com o coleste- rol, intoxicação e incapaci- dade de amar, egoísmo e relações abusivas Laríngeo ou da Comuni- cação Nota SOL Azul Garganta, glându- las da tireoide Comunicação e criativi- dade, som e vibração, capacidade de receber e assimilar, sentidos da audição, do paladar e do olfato, bem como comanda a postura do corpo e tem papel importante no cresci- mento do esqueleto e órgãos internos e regu- lação do metabolismo Éter Medo da rejeição e censu- ra, medo do fracasso na vida social, agressividade, postura defensiva, favore- cimento de doenças como resfriados, herpes, dores musculares, na cabeça e na base da nuca, proble- mas dentários e bruxismo Frontal ou Mundo Es- piritual Nota LÁ Azul Índigo Meio da testa, en- tre as sobrance- lhas, terceiro olho Glândula hipófise pi- tuitária, responsável pela energia da parte superior da cabeça, é ligado aos olhos, ouvi- dos e corpo celestial da aura, bem como é rela- cionado aos sentidos, representa intuição, percepção, conheci- mento e liderança Luz Vícios em drogas, alcoolis- mo, compulsões, proble- mas nos olhos, surdez, au- sência de raciocínio lógico, incapacidade de colocar ideias em prática, falta de objetivos na vida e no tra- balho Coronário ou da Per- feição Nota SI Lilás, Branco e Dourado No alto da cabeça Ligação com a glându- la pineal, ponte entre a mente espiritual e o cérebro físico Todos os ele- mentos Insônia, enxaqueca, desor- dens no sistema nervoso, disfunções sensoriais, pu- berdade tardia, falta de compreensão espiritual e visão materialista da exis- tência Fonte: adaptado de Brennan (2009). Em um artigo cubano sobre a influência da música no corpo humano, é dito que a ela pode ex- pressar emoções infinitas em uma gama muito mais complexa e sutil do que palavras. Existem áreas que são ativadas no cérebro com música em tempo real, o que oferece benefícios pessoais e espirituais para o paciente/cliente, ao mesmo tempo que melhora disfunções físicas e mentais (que confirmam a sua contribuição para a saúde física, mental e emocional) (GARCIA; GARCIA; ECHAVARRÍA, 2017). 28 UNICESUMAR Tudo o que existe no mundo tem vibração, pois somos formados por átomos que possuem prótons, nêutrons e elétrons. A troca de carga elétrica entre esses elementos gera vibração, logo, tudo interfere como em um “efeito borboleta”. Portanto, é importante raciocinar sempre sobre o nosso paciente de forma holística conforme a OMS estabelece: promoção da saúde, equilíbrio do corpo, mente e espírito e socialização. Fonte: a autora. Os mantras são sons poderosos, os quais ajudam a harmonizar os cha- kras correspondentes. Eles são muito eficazes. Existem mantras que são eficazes em todos ao mesmo tempo. A seguir, deixo algumas indicações de vídeos sobre mantras que provocam a harmonização dos chakras de forma global e sobre o campo vibracional na medicina quântica, com o respeitado médico cardiologista e nutrólogo Lair Ribeiro. O que é Mantra e Como Ele Funciona. Restauração do Campo Vibracional do Ser Humano - Lair Ribeiro. Fonte: a autora. Para acessar, use seu leitor de QR Code. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3565 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3564 29 UNIDADE 1 Caro(a) aluno(a), neste podcast eu amplio a explica- ção sobre o que estudamos nesta unidade. Para tanto, entrevistamos a musicoterapêuta Lauanda Fernandes Tezolin, que nos explica como ela usa da música em contexto terapêutico, o que é musicoterapia, como atua o musicoterapeuta e como se utilizaa música na tera- pia. Além disso, investigamos como uma paciente que utiliza a música, Bianca Pietrobom, está desfrutando dos benefícios dos sons em sua saúde. Com o conhecimento em um olhar cuidadoso para os tipos de sons, e cada região específica que ele atua, a música será uma grande aliada para que você possa otimizar sua terapia nos mais diversos tipos de apli- cação, como exemplo, quando for tratar um paciente que apresenta linfedema, falta de diurese, usando o tratamento com drenagens. Que tal associar sons que possam estimular o movimento durante a aplicação da técnica ou mesmo utili- zar música romântica ou mais calma durante seus protocolos com aqueles pacientes com rancor, fechados? Música clássica é muito bem aceita em nossos ambientes profissionais. É comum relatos da sensação de aperto na garganta, outras abrem sua mente, aumentando a criatividade. Para escolher a música que irá utilizar na terapia, veja as características de seu paciente/cliente. Nós somos como flores, cada um tem o seu perfume, o que nos torna especiais e, com isso, um tratamento diferencial em uma identidade sonora. Não tenho como fechar aqui, caro(a) aluno(a), esse conhecimento que é tão extenso, mas deixo um caminho para que você continue a estudar sobre o som e sua interferência na vida das pessoas. Chegamos ao final desta unidade, vamos praticar o conteúdo recordando ativamente? Para isso, dou uma mãozinha com o mapa mental a seguir. Selecionei as palavras-chave que auxiliarão você a sistematizar o conteúdo. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3389 30 M A PA M EN TA L O é: D E C IB E L A s ua e xp os iç ão e m n ív ei s in ad eq ua do s ac im a de p od em c au sa r s in to m as co m o: D e s o r d e n s e m : Fa to re s em oc io na is Fa to re s al im en tíc io s Fa lta d e de sc an so e s ol D O E N Ç A S To do in di ví du o ap re se nt a a su a pr óp ria im pr es sã o di gi ta l, qu e é: (T T O ) T r a t a m e n t o P la s t ic id a d e N e u r a l H e r t z (H z ) é Ca da c ha kr a co rr es po nd e a um a fr eq uê nc ia : C a d a c h a k r a c o r r e s p o n d e a u m a á r e a q u e a t u a : Co ro ná rio Fr on ta l La rín ge o Ca rd ía co Ex pl ên ic o G ás tr ic o Bá si co S o m D e c ib é is H e r t z Co ro ná rio Fr on ta l La rín ge o Ca rd ía co Ex pl ên ic o G ás tr ic o Bá si co F o r m a s d e s e n t ir a v ib r a ç ã o d o s o m A G O R A É C O M V O CÊ 31 1. Verificamos, nesta unidade do livro, que novas experiências vivenciadas com a música permitem uma remodelagem do nosso sistema nervoso no campo vibracional chamada de Plasticidade Neural. Significa que nosso encéfalo tem a capacidade de se remodelar no decorrer da vida, de acordo com estímulos dados a ele, sendo interpretado na região do tálamo os sons que o paciente/cliente tem contato, gerando nossas emoções. Sendo assim, para o profissional que utiliza a música como terapia, assinale a seguir a alternativa correta. a) O seu conhecimento não tem explicação para o resultado obtido na Musicoterapia ou para o profissional que utiliza a música como terapia. b) Não tem sentido algum para a sua terapia. c) As ondas sonoras são estímulos de vibrações elétricas que, em graus propícios em seu paciente/ cliente, potencializam os estímulos elétricos orgânicos em sua velocidade funcional, em que pas- sa a auxiliar a criação de novos circuitos neurais e consequente remodelação de suas funções. d) Não existe conexão do som com a parte neural, o que não faz sentido essa tese. e) A plasticidade é uma experiência criada em laboratório para descobrir a composição do plástico. 2. Quando trabalhamos com a música como ferramenta terapêutica, as inserimos de maneiras diferentes para cada paciente/cliente, pois a forma que recebemos as informações e as reações ao estímulo são únicas, variando de indivíduo para indivíduo. Após os estudos até aqui, analise os conceitos a seguir e relacione cada um à sua correspondência na coluna seguinte. I) Identidade Sonora. II) Os Decibéis. III) Pessoas Surdas. IV) Os Chakras. V) O uso da Música. ) ( Vibram em frequências em Hertz de formas distintas, de acordo com seus órgãos e vísceras correspondentes. ) ( São colocadas deitadas em um tablado de madeira, e a música com alto falante, incidindo perto, para provocar o “vibrar/tremer”. ) ( São traduzidos pelo volume do som, em que, dependendo do volume, pode levar a uma surdez ou até a morte. ) ( É uma ferramenta que pode estar junto à equipe multiprofissional e contribuir no tratamento não medicamentoso. ) ( É dita onde cada som somado as emoções, traz uma interpretação individual, em que tanto você quanto eu temos histórias de vidas diferentes, com vivências sonoras únicas. A G O R A É C O M V O CÊ 32 Assinale a alternativa que corresponde à sequência correta. a) I, V, III, II, IV. b) V, I, IV, III, II. c) IV, III, II, V, I. d) V, IV, I, II, III. e) V, III, IV, II, I. 3. Segundo o Centro de Musicoterapia Benenzon (1985), vimos que a Musicoterapia é a utilização terapêutica dos elementos sonoro-musicais com intuito de propiciar saúde, bem-estar e qualidade de vida ao ser humano. Analisando o conceito dado, considere afirmativas a seguir. a) A Musicoterapia é a utilização não terapêutica dos elementos sonoros-musicais com intuito de propiciar saúde, bem-estar e qualidade de vida ao seu humano. b) A Musicoterapia não necessita de capacitação profissional, sendo necessário apenas a vontade do querer. c) Musicoterapia é a utilização terapêutica dos elementos sonoro-musicais com intuito de propiciar saúde, bem-estar e qualidade de vida ao ser humano. d) O musicoterapeuta é o profissional capacitado para a utilização de procedimentos e técnicas específicas da área no atendimento de crianças, adultos e idosos em diferentes âmbitos da atuação profissional. e) Ele pode atuar em áreas como: Saúde, Educação, Social/ Comunitária, organizacional, entre outras. É correto o que se afirma em: a) Apenas IV. b) Apenas I e V. c) Apenas II, IV e V. d) Apenas II e III. e) Apenas II, III e V. CO N FI R A S U A S R ES PO ST A S 33 1. A alternativa C está correta. Vale lembrar, por Leinig (2008), que as ondas sonoras são estímulos de vibrações elétricas que, em graus propícios em seu paciente/cliente, potencializam os estímulos elétricos orgânicos em sua velocidade funcional, em que passa a auxiliar a criação de novos circuitos neurais e consequente remodelação de suas funções (BAUM, 1999). 2. A alternativa C é a correta. A correspondência acontece da se- guinte forma: IV - Os chakras vibram em frequências em Hertz de formas distintas, de acordo com seus órgãos e vísceras correspondentes. III - Pessoas surdas são colocadas deitadas em um tablado de ma- deira, e a música com alto falante, incidindo perto, para provocar o “vibrar/tremer”. II - Os decibéis são traduzidos pelo volume do som, em que, depen- dendo do volume, pode levar a uma surdez ou até a morte. V - O uso da música é uma ferramenta, que pode estar junto à equi- pe multiprofissional e contribuir no tratamento não medicamentoso. I - A Identidade Sonora é dita onde cada som, somado às emoções, traz uma interpretação individual, em que tanto você quanto eu temos histórias de vidas diferentes, com vivências sonoras únicas. 3. Analisando o conceito do Centro de Musicoterapia Benenzon (1985), por Marconato (2003), estão corretas apenas as afirma- tivas III, IV e V, que é confirmada pela Letra e) - “Musicoterapia é a utilização terapêutica dos elementos sonoro-musicais com intuito de propiciar saúde, bem-estar e qualidade de vida ao ser humano. O musicoterapeuta é o profissional capacitado para a utilização de procedimentos e técnicas específicas da área no atendimentode crianças, adultos e idosos em diferentes âmbitos da atuação profissional. Ele pode atuar em áreas como: Saú- de, Educação, Social/ Comunitária, organizacional, entre outras” (MARCONATO, 2003). R EF ER ÊN CI A S 34 AVILA, D. C. Das (Im)Possibilidades de uma Psicologia Musical. TransForm. Psicol. São Paulo, v. 2, n. 2, 2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-106X2009000200005. Acesso em: 27 out. 2020. BARCELLOS, L. R. Musicoterapia: Alguns escritos. Rio de Janeiro: Enelivros, 2004. BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. Porto Alegre: Artmed, 1999. BENENZON, R. O. Manual de Musicoterapia. Rio de Janeiro: Enelivros, 1985. BRENNAN, B. Mãos de Luz. Um guia para a cura do campo de energia Humana. São Paulo: Editora Pensa- mento, 2009. BRÉSCIA, V. L. P. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003. CARUSO, F. “Dividindo o Indivisível”, In: CARUSO, F.; SANTORO, A. (Eds) Do átomo Grego à Física das Interações Fundamentais. 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Você também encontrará, a partir deste conteúdo, a justificativa para a implementação da Biodança no SUS (Sistema Único de Saúde). Espero que o estudo desta unidade seja um grande estímulo para que você, aluno(a), siga estudando sobre a Biodança. Quando o assunto é dança, o que é que você pensa? Você se enquadra no grupo de pes- soas que acredita que dançar não passa de uma manifestação artística ou crê que a dança apresenta muito mais atributos do que, simplesmente, a arte? Você já praticou a dança para além da arte? Você já experimentou realizar a dança como uma ação para libertar sentimentos e emoções? Já pensou em usar sequenciais de movimentos dinâmicas, juntamente com o ritmo de uma música para beneficiar a saúde de alguém e até criar um nome específico para esta prática de dança, que possa despertar os sentimentos nas pessoas, podendo chegar até à cura? Você saberia realizar uma prática assim? O termo Biodança, nesse contexto, faz algum sentido para você? A dança é, por si só, libertadora e transformadora. Os movimentos de seu corpo libertam histórias antigas, que ficam registradasem cada célula. Ainda de acordo com a música empregada e suas vibrações, a dança otimiza os sentimentos em questão, trazendo-os à tona para o corpo, transformando-o em um organismo saudável, em termos físicos, psíquicos e emocionais. Nesse processo todo, são liberadas endorfinas, que são hormônios que causam o bem-estar. Sendo assim, a prática da dança transforma e liberta sentimentos que podem interferir negativamente em seu organismo, por isso, a Biodança é considerada uma grande ferra- menta dentro das terapias, por diversos profissionais, para a cura de problemas psicoe- mocionais. Esta é uma prática integrativa, que tem como objetivo promover a sensação de bem-estar por meio da realização de movimentos de dança baseados em vivências. Ela também é conhecida como Dança da Vida, a qual tem, por objetivo, estimular a comunicação com o próprio corpo e com as outras pessoas, bem como permite a saída da rotina da vida moderna de forma lúdica e equilibrada, voltando o olhar do indivíduo para o próprio corpo, mente e emoções. Esta prática promove também o diálogo não verbal entre os participantes, valorizando o olhar e o toque. É importante que você saiba que a prática da Biodança vai além de apenas dançar em seu sentido emocional, físico e comunitário, mas resgata o relacionamento do indivíduo com o próximo. Em resumo, a Biodança promove a transformação inter- na de seus participantes, resgatam valores perdidos e constrói valores que passam a repercutir em sua vida cotidiana. 40 UNICESUMAR Agora que estreitamos as propriedades da dança para além da arte en- quanto uma manifestação, proponho que realize algumas pesquisas na Internet e busque relatos em vídeos, áudios ou, até mesmo, textos de pessoas que tiveram experiências com a prática da Biodança e, de alguma maneira, foram impactados, curados e/ou transformados. Viu como a dança é importante?! É por meio dela que a expressão total do corpo é manifestada, isto é, a dança funciona como uma des- carga emocional, na qual cada movimento realizado pode libertar os sentimentos mais profundos. Então, aluno(a), registre, em seu Diário de Bordo, o que mais chamou a sua atenção, durante esta pesquisa. Regis- tre os pontos positivos da prática da Biodança e, quem sabe, as maiores surpresas que você teve ao deparar-se com este método terapêutico. Como você já deve saber, existem várias formas de terapia emo- cional, mas, com certeza, podemos afirmar que a dança é uma das terapias mais prazerosas, a qual comunga com o próprio corpo. Con- tudo, agora, estamos tratando de uma técnica de dança embasada em grandes estudos psicológicos e antropológicos, que otimiza a relação do indivíduo com o outro e com o mundo. Esta é a Biodança, o assunto de nossa unidade. Se a dança, por si, é uma forma terapêutica, a Biodança é uma classe de iniciação, isto é, um ritual e um laboratório em que a vida é testada e levada a uma transformação, onde são experimentadas mudanças profundas no cotidiano. As pessoas que praticam a Biodança, independentemente de qual estágio se encontram, se é a primeira aula ou se já estão há muitos anos praticando, entram em estado de profunda comunhão consigo mesmas, com as outras pessoas ao seu redor e com a vida. Isso pro- move mais vitalidade, saúde e contagia quem está ao lado. 41 UNIDADE 2 Retomando sobre a dança, esta é uma das formas de expressão artística mais antigas, a qual está sempre presente em grandes cele- brações da humanidade. Ela nasce com a existência do próprio ho- mem e caminha pela história da humanidade registrando aspectos sócio-históricos da cultura de cada povo. Sabemos que homens e mulheres dançavam desde a pré-história, por pinturas encontradas nas cavernas, e podemos encontrar danças em grupos, duplas ou mesmo solo. Nós vivemos em uma cultura que está sempre a supervalorizar a racionalidade, em um ritmo urbano acelerado, e acabamos por não escutar a nós mesmos, os nossos ritmos internos orgânicos, o nosso colega ao lado e, até mesmo, a natureza. Essa forma de ser nos afeta fisiológica e psiquicamente e acaba por gerar enfermidades. Sendo assim, a prática da Biodança, co- nhecida por Biodanza em espanhol e até mesmo por psicodança, é colocada como uma forma terapêutica. D IÁ R IO D E B O R D O 42 UNICESUMAR Foi criada em 1960, pelo psicólogo Rolan- do Toro Araneda, baseada em fundamentos da Antropologia, Biologia e Psicologia. Ademais, a Biodança é baseada na integração de discipli- nas, como dança, música e expressão corporal, não sendo uma coreografia, mas tendo, como característica, movimentos direcionados por um profissional facilitador, que conduz a ses- são, para que o praticante não repita padrões de movimentos e possa resgatar a criança que existe em cada um dos integrantes. Sim, caro(a) aluno(a), a Biodança trabalha o seu hoje, em seu ontem, e é por meio dessa terapia que o praticante terá a possibilida- de de mergulhar em seu mundo individual e trabalhar os seus medos e anseios. Além disso, os tratamentos lúdicos promovem o bem-estar automático e, com isso, há libera- ção de endorfinas, como a serotonina, o que torna essa terapia mais eficaz do que muitos tratamentos tradicionais. Com o avanço da vida moderna, tem-se au- mentado a cada dia mais o estresse, que está a cada dia mais presente na vida da população. O estresse traz como resultado a desarmonia entre corpo e mente, trazendo doenças orgânicas e de- sequilíbrios comportamentais. Por esse motivo, ele é um dos principais tratamentos da Biodança, em que, após a terapia, o equilíbrio físico, psíqui- co e emocional é restaurado. 43 UNIDADE 2 Devido aos benefícios que a Biodança traz para as pessoas no mundo contemporâneo, é que esta técnica está presente na portaria 849, de 27 de março de 2017, sendo incluída a Biodança, entre outras práticas, na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) (BRA- SIL, 2006). A presença da Biodança nos serviços de saúde do país, evidenciada pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ), mostra que esta é uma aborda- gem de cuidado já realizada em muitos municí- pios e que, pela ampliação da PNPIC, tem-se um avanço na institucionalização desta prática no âmbito do SUS. Tendo em vista que a integrali- dade da atenção é uma das diretrizes do SUS, a Biodança vem como uma possibilidade de am- pliar as ofertas terapêuticas aos usuários na Rede de Atenção à Saúde - RAS. Com a inserção desta técnica no SUS, a oferta da prática para a população aumentou, favore- cendo o aumento da vitalidade; na melhora na autoestima; na diminuição da timidez; no estí- mulo da criatividade; na promoção do autoco- nhecimento; na ajuda no controle da ansiedade; melhora da saúde psíquica; dentre outros. Por isso, a Biodança está ganhando cada vez mais espaço entre profissionais da área da saúde, pois os pra- ticantes começam a ter mais cuidados consigo mesmos, o que gera muito mais benefícios. Dentro de um ponto de vista biocêntrico, a Biodança, por Araneda (2007), coloca seus in- teresses em um universo que se entende como um sistema vivo, em que o reino da vida envolve muito mais do que os vegetais, animais e o próprio homem. É uma poesia dos seres humanos, funda- da nas leis universais que conservam e permitem a evolução da vida. Araneda (2007), em sua proposta de educação, propõe um retorno ao primitivo, na natureza bio- lógica e na consciência da mente, do espírito e da vida, a partir do ponto de vista da ciência como conceito filosófico. Em linhas gerais, define-se a dimensão espiritual do homem, pois, se todos somos um, é necessário fortalecer e preservar os laços cósmicos que nos unem. 44 UNICESUMAR Indico a você, aluno(a), a Tese de Doutorado de Guedes (2012) sobre princípios Biocêntricos, bem como uma entrevista do próprio fundador da Biodança, Rolando Toro Araneda, nos links que seguem, para que possa se apropriar mais sobre o assunto. Para acessar,use seu leitor de QR Code. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3567 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3566 Araneda (2002) descreve que a Biodança é um sistema de integração e desenvolvimento humano, que tem como função renovação orgânica, reeducação afetiva e reaprendizagem das funções de origem da vida, baseado em “vivências”, isto é, experiências intensas no “aqui e agora”, otimizadas por meio de movimentos, músicas e situações de encontro não verbal dentro de um grupo. O pensamento de Araneda (2002) era que, criando um sis- tema (técnica) que fosse possível integrar níveis de desenvol- vimento e crescimento espiritual, seria permitido trazer ho- meostasia no organismo daqueles que praticassem a técnica. O autor relatava que integrar significa que as partes de um todo funcionem de forma interdependente, mas como um único sistema. Para isso, ele dizia que a palavra dita apenas não bastava, era preciso dançar; pois é no movimento da dança que ocorre o pleno sentido da vida, que transcende a estética corporal e faz aumentar a característica de ser colaborativo. Retornando para a dança em sua essência, aluno(a), esta prática, desde os primórdios de nossa civilização, carrega o po- der de comunicar sentimentos internos, celebrar e transmutar. Ademais, Araneda (2002) enfatiza as mudanças internas que permitem a experiência da sociedade de se afastar de elementos nocivos (desde ações a pensamentos) e se aproximar de Deus ou de ações de luz, de positividade, de ajuda, altruísmo, empatia que agregue para trazer benefícios. É importante que você tenha em mente sempre que a vida é movimento, que as funções vitais de nosso organismo aconte- cem por meio de mobilidade, como o fluxo do sangue; conse- quentemente, dançar é viver e traz ao ambiente, durante a sua prática, sentimentos de felicidade e emoções, como a alegria. Você pode encontrar várias literaturas que remetem à linguagem do movimento como uma linguagem não verbal, em que o corpo fala por si só, e tudo o que vivemos fica inscrito em cada um de nossos músculos, em nossa pele, em nossa mente (FUX, 1983). Essa experiência maravilhosa da dança fez com que, hoje, a Biodança fosse difundida em diversos países da América, Eu- ropa, África e Ásia. Além disso, a Biodança tem como objetivo a promoção dos potenciais saudáveis, a partir de uma metodo- logia que consiste em induzir vivências integradoras por meio da música, do canto, do movimento e de situações de encontro em grupo (ARANEDA, 2002). 45 UNIDADE 2 Araneda, em sua Coletânea de Textos de Biodança, descreve alguns benefícios da Biodança, os quais separei a seguir para o seu conhecimento. • Integração motora, como ritmo, coordenação, flexibilidade, fluidez, elasticidade, unidade e harmonia dos movimentos. • Autorregulação sistémica, equilíbrio neurovegetativo e elimi- nação de sintomas psicossomáticos. • Aumento de energia vital, vontade de viver e disposição para a ação. • Integração entre o pensamento, sentimento e ação. • Expressão da criatividade e das emoções. • Promoção da convivência, fortalecimento de vínculos e capa- cidade de relações mais afetivas. • Desenvolvimento de uma ecologia humana. As pesquisas atuais destacam as conexões entre a saúde e a Biodança e mostram que esta prática terapêutica expressa um enorme potencial na promoção da saúde, aproximando as vidas. É importante destacar a International Biocentric Foundation - IBF, com sede em Santiago, no Chile, que dedica o seu trabalho para pesquisar a aplicação da cultura biocêntrica, que ajuda a fundamentar a Biodança, fortale- cendo a técnica. No Brasil, temos duas escolas de formação de professores em São Paulo: a Escola Paulista de Biodanza, dirigida por Maria Luiza Appy, e a Escola de Biodanza da Zona Sul, sob a direção de Teresa e Mauro Lima. As pesquisas são sempre voltadas ao que o(a) pratican- te/paciente/cliente sente após as sessões de Biodança. Aí, você deve estar se perguntando: e como funciona? Não é uma dança formal, com uma coreografia que tem de ser aprendida. Pelo contrário, na vivência da Biodança, você recupera a naturalidade e a espontanei- dade que existe dentro de você, destaca Araneda (1991). Você poderá encontrar vários artigos científicos que comprovam que as vivências da Biodança contribuem para a regulação de pro- cessos biológicos. Ademais, Araneda (1991) afirma que a Biodança é responsável pela capacidade de manter o meio interno em equilíbrio quase que constante, independentemente das altera- ções que ocorram no ambiente externo, com uma consequente melhora da qualidade de vida de pacientes com dor e ansiedade, dentre outros, como mal de Par- kinson, mal de Alzheimer, ano- rexia, bulimia, deficiência senso- rial e motora, além de produzir efeitos terapêuticos e estimular uma nova e verdadeira forma de viver (GÓIS, 1994). Em resumo, o conceito de Araneda (2002) diz que a bio- danza é um sistema de inte- gração humana, de renovação da vitalidade, de reeducação afetiva que vem para resgatar a sensação de pertencer a tudo que está vivo e que foi perdida em nossa cultura. A civilização atual, conside- rada racional e objetiva, rou- bou-nos a vivência plena dos nossos sentidos, a vitalidade, a afetividade e até mesmo uma espiritualidade mais enraizada. Por esse motivo, os seus objeti- vos são de promoção da saúde, da consciência ética e da ale- gria de viver. 46 UNICESUMAR Se você observar as pessoas se movendo, você observará que cada corpo dança de uma maneira. Cada um de nós caminha de uma forma, uns devagar, outros mais rápidos, alguns mantêm o mesmo ritmo para caminhar sempre, e outros gostam de novidades. Isso é interessante, pois o movimento tem o seu significado, de acordo com seus sentimentos e forma de enxergar o mundo. Esse é um dos pontos que os exercícios da Biodança são construídos, pois acordar sua autocons- ciência de si é também acordar para o respeito em relação aos outros. Araneda (2002) nos ensina que a vivência na Biodança permite, ao praticante, fazer uma analogia entre a sua forma de ser e agir em sua vida diária e sua relação com o outro, e ainda que a Biodança, em sua prática, estimula cinco potenciais humanos: vitalidade, criatividade, afetividade, sexualidade e transcendência, descritas a seguir. Figura 1 - Conjunto de fatores para o sucesso em projetos VITALIDADE Conduz a celebração da energia, alegria e disposição para as ações de vida do ser humano. A energia traz/gera energia, pois, quanto mais se gasta, mais esta será produzida. CRIATIVIDADE Conduz a inovação, o inventar de novas formas de artes. AFETIVIDADE Conduz a amorosidade, a ser mais altruísta, o que nos conduz ao trabalho social à solidariedade. SEXUALIDADE Conduz ao prazer de outras formas sexuais, isto é, prazeres amorosos. TRANSCENDÊNCIA Conduz a êxtases, vincula-nos a tudo o que nos rodeia, como plantas, animais, natureza e outras pessoas. 47 UNIDADE 2 Trago, agora, para você, uma entrevista que fortalece o nosso estudo, na qual Nassar Hassan nos conta que a Biodança tem o objetivo de despertar os potenciais adormecidos e dar autoconhecimento para poder conhecer o próximo. Acesse o link e assista ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3568 A afetividade e a criatividade estão intimamen- te ligadas para Araneda (1991). É importante você saber que o prazer de nosso corpo está ligado ao aprendizado de nossas ações cotidianas. Além do mais, é importante saber que, quando você extingue uma situação de seu cotidiano, é devido à falta de afetividade e, quanto mais experiências negativas na vida você tiver, menos espontaneidade você terá. O prazer e a autoestima estão associados à li- berdade de expressão. Araneda (2002) afirma que as vivências sempre estão relacionadas à questão da afetividade, da maneira como as pessoas ex- pressam seu afeto. Elas relatam que isso melhora ao longo das sessões. A partir dessa linha de raciocínio,
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