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4 - CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO E SEUS SENTIDOS - RESUMO

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4. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO E SEUS SENTIDOS – RESUMO 
 
O que é Constituição? 
“Trata-se de organização sistemática dos elementos constitutivos do 
Estado, por meio da qual se definem a forma e a estrutura deste, o sistema de 
governo, a divisão e o funcionamento dos poderes.” - Luis Alberto Davi Araújo. 
A Constituição é o texto legal mais importante de um país, sendo o 
centro da vida das pessoas. Nela estão reunidas as normas jurídicas que regem 
a organização do Estado (sua forma e sistema de governo, sua forma de Estado 
e seu regime político), ela também define os direitos fundamentais das 
pessoas e estabelece princípios que devem ser zelados, além de fins públicos 
a serem alcançados. 
 
Sentido sociológico 
De acordo com o jurisculto Ferdinand Lassalle, as constituições teriam 
como fundamento sociológico os chamados: fatores reais de poder. Segundo 
o seu pensamento, a Constituição real (material) seria um reflexo da soma feita 
entre os fatores reais de poder que regem uma nação, sendo eles, os poderes 
econômicos, políticos, religiosos, militares etc. Ou seja, a Constituição não 
seria propriamente uma norma jurídica, mas um fato social. 
Lassalle defende que no Estado coexistem duas espécies de 
Constituição: i) a Constituição escrita (também chamada de formal ou jurídica), 
que seria uma “mera folha de papel”, não sendo apta para conduzir o processo 
político, pois não possui força normativa e; ii) a Constituição real (ou material), 
que é aquela que determina o rumo do Estado, por ser resultante do 
somatório dos fatores reais de poder. 
 
 
Sentido político 
O jurista alemão, Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, 
afirma que a Constituição significa a decisão política fundamental, vale dizer, 
a decisão concreta sobre o modo e a forma de existência da unidade política 
(o Estado). Dessa forma, a Constituição é resultado da vontade política 
fundamental do Poder Constituinte originário no que se refere aos temas 
ligados à estruturação do Estado. 
O autor diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Sendo assim: 
• Constituição: leis que se destacam por conterem enorme relevância 
política, pois desenvolvem sobre a estrutura do Estado, os direitos e 
garantias fundamentais, o regime político, a organização dos 
Poderes etc. 
• Leis constitucionais: leis que não se destacam por conterem menor 
relevância e que estão inseridas na Constituição para adquirirem 
maior estabilidade política. 
 
Sentido jurídico 
 Em “A Teoria Pura do Direito”, obra de Hans Kelsen, a Constituição é 
prestigiada como um corpo de normas jurídicas fundamentais à estruturação 
do Estado, tais normas têm plena força normativa e são capazes de conduzir o 
processo político, servindo de fundamento de validade para a produção 
normativa. Kelsen inaugura o dogmático-positivismo kelseniano, colocando a 
Constituição no ápice do sistema jurídico. 
 Nesse ponto de vista, a Constituição é enxergada como um sistema 
unitário e harmônico de normas jurídicas, sendo norma fundamental do 
Estado e da vida jurídica de um povo, ela define a validade de todo o 
ordenamento jurídico. 
 Para Hans Kelsen, a Constituição é uma norma jurídica pura e não tem 
ligação com questões sociológicas, políticas ou jurídicas. Sim, é claro, o autor 
sabe da relevância dessas questões à condução da vida política do Estado, 
mas o trabalho do operador do Direito seria estudar a norma de forma pura, 
se afastando de todo juízo de ordem moral, político, social ou filosófico. 
 Ainda diante de seu pensamento, Kelsen desenvolveu dois sentidos 
para a palavra Constituição: 
• Sentido lógico-jurídico: a Constituição é norma transcendental, ou 
seja, uma exigência lógica ou um pressuposto necessário que diz: 
deve ser observado o que foi estabelecido na Constituição sob pena 
de desabar todo sistema. Essa é a concepção lógico-normativa de 
Kelsen para o ordenamento jurídico. (Imperativo categórico de 
Kant). 
• Sentido jurídico-positivo: a Constituição é norma jurídica suprema, 
sendo o fundamento de validade para as demais normas do 
ordenamento jurídico. Ou seja, a Constituição é norma fundamental 
suprema que valida todas as normas que serão criadas após ela, 
todas devem estar de acordo com seu texto. Dessa forma, Kelsen 
sugere uma hierarquia entre as normas, como uma pirâmide, onde 
a norma jurídica inferior obedece a superior e que tem como topo a 
Constituição. 
 
Sentido culturalista 
A Constituição está em constante dialética com os aspectos sociais, ela 
se origina desses aspectos ao mesmo tempo que os condiciona. Sendo assim, 
ela é resultado de todas as concepções já citadas acima (sociológica, jurídica 
e política) e tais fatores são condicionadas por ela (a Constituição é 
condicionada, mas também é condicionante). 
Acerca do conceito culturalista de Constituição, Meirelles Teixeira 
preleciona: 
“... as Constituições positivas são um conjunto de normas fundamentais, 
condicionadas pela Cultura total, e ao mesmo tempo condicionantes desta, 
emanadas da vontade existencial da unidade política, e reguladoras da 
existência, estrutura e fins do Estado e do modo de exercício e limites do poder 
político”.

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