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Livro Eletrônico
Aula 00
Conhecimentos Específicos p/ TJ-AM (Biblioteconomia) - Pós-Edital
Professor: Janaina Costa
 
 
 
 
 Biblioteconomia para TJAM. 
www.estrategiaconcursos.com.br 
 1 
 
1 – INTRODUÇÃO À REVISÃO PARA O TJAM. ...................................................................... 2 
1.1 – BIBLIOTECONOMIA PARA O TJAM/2019. ................................................................................. 2 
2 – DOCUMENTAÇÃO GERAL E JURÍDICA: FINALIDADES. .................................................... 7 
2.1. – DOCUMENTAÇÃO GERAL. ....................................................................................................... 7 
2.2. – DOCUMENTAÇÃO JURÍDICA. ................................................................................................. 27 
2 – BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. ....................................................... 38 
2.1. – ORIGENS E EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. ........................................................ 38 
2.3. – BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. ................................................................ 55 
2.3. – DESENVOLVIMENTO PELA INSTITUCIONALIZAÇÃO. ............................................................. 66 
2.4. – AS CINCO LEIS DA BIBLIOTECONOMIA. ................................................................................. 71 
3 – DISPOSIÇÕES FINAIS. .................................................................................................. 76 
3.1. – BIBLIOGRAFIA UTILIZADA. ..................................................................................................... 76 
3.2. – HORA DE PRATICAR. .............................................................................................................. 77 
3.3. – GABARITO. ............................................................................................................................. 78 
 
Janaina Costa
Aula 00
Conhecimentos Específicos p/ TJ-AM (Biblioteconomia) - Pós-Edital
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0
Prof.ª JANAÍNA COSTA. 
Aula 00 INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. 
 
 
 
 2 
 
1 – INTRODUÇÃO À REVISÃO PARA O TJAM. 
1.1 – BIBLIOTECONOMIA PARA O TJAM/2019. 
 
Até mesmo os mais incrédulos se surpreenderam com o edital do TJAM para o cargo de bibli-
otecário! Ocorre que a banca CESPE sempre realiza de dois a três concursos anuais de bibliotecono-
mia de dimensões extraordinárias. No ano passado, por exemplo, foi ABIN e STJ. Aprecio bastante as 
provas elaboradas pelo CESPE, pois elas possuem um potencial inacreditável de conteúdos que po-
dem ser explorados para preparações de todas as naturezas. 
 
Este edital para o Tribunal de Justiça do Amazonas veio recheado de conteúdos. E na nossa 
revisão traremos o máximo de questões possíveis para a sua preparação. TJAM/2019, aí vamos nós! 
 
 
 
Fonte: Tribunal de Justiça do Amazonas, Google, 2019. 
 
 
 
 
Vamos explorar os conteúdos deste edital: 
 
Janaina Costa
Aula 00
Conhecimentos Específicos p/ TJ-AM (Biblioteconomia) - Pós-Edital
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Prof.ª JANAÍNA COSTA. 
Aula 00 INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. 
 
 
 
 3 
 
 
Documentação: conceitos básicos e finalidades da documentação geral e jurídica. Biblio-
teconomia e ciência da informação: conceitos básicos e finalidades. As cinco leis da Bibli-
oteconomia. 
 
O edital é interessantíssimo, pois traz tudo que há, ou já existiu, do CESPE. Memorável! Nesta 
aula 00 vamos revisar os conceitos básicos de documentação, as aplicações da documentação geral e 
jurídica, as comparações e desenvolvimentos lado a lado com a biblioteconomia e ciência da infor-
mação e, por fim, os postulados (as leis) da biblioteconomia. Esta é nossa aula demonstrativa. 
 
Identificação e conhecimento das principais fontes jurídicas de informação. Noções de 
informática para bibliotecas: dispositivos de memória, de entrada e saída de dados. 
 
Na aula 01, abordaremos uma importante lição sobre as principais fontes jurídicas de infor-
mação. Porém, para fazermos isto, teremos que revisar os conteúdos de aplicações e componentes 
de tecnologia da informação, para que eu possa entrar nas tipologias de fontes de informação jurídi-
cas que envolvem o uso de web e demais modalidades de redes. 
 
Normas técnicas para a área de documentação. Referência bibliográfica (de acordo com 
a norma da ABNT NBR 6.023), resumos, abreviação de títulos de periódicos e publicações 
seriadas, sumário, preparação de índices de publicações, preparação de guias de biblio-
tecas, centros de informação e de documentação. 
 
Na aula 02, faremos uma revisão da nova 6023:2018, detalhe por detalhe, uma revisão cam-
peã. Além de mapearmos um vasto aporte de questões da banca a respeito das outras normas que 
tem mudado constantemente. Essa revisão é importantíssima, não só para o concurso em pauta, 
como para futuras revisões e estudos. 
 
Indexação. Conceito, definição, linguagens, descritores, processos e tipos de indexação. 
Resumos e índices. Tipos e funções. 
 
Em indexação, linguagens, descritores, processos e outros temas, iremos fazer uma revisão 
estruturada dos conceitos para que possamos, então, resolver questões do CESPE com êxito. Nesta 
aula 03 aplicaremos teoria à resolução de questões de forma metodológica e organizada. 
 
Janaina Costa
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Aula 00 INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. 
 
 
 
 4 
 
Classificação Decimal Universal (CDU). Estrutura, princípios e índices principais e empre-
go das tabelas auxiliares. 
 
A CDU não é um tema que apetece muito ao CESPE, mas quando cai, a banca cobra do candi-
dato conhecimentos práticos e soluções de situações hipotéticas. A CDU é uma linguagem que vem 
mudado constantemente, mas alguns conhecimentos a respeito do sistema ainda persistem como 
cláusulas pétreas da biblioteconomia. Na aula 04 iremos resolver muitas questões de situações hipo-
téticas apresentadas no livro de Silva (1995), entre outros autores. 
 
Catalogação (AACR-2): catalogação descritiva, entradas e cabeçalhos; catalogação de 
multimeios: CD-ROM, fitas de vídeos e fitas cassetes. Formato MARC21. Catálogos. Tipos 
e funções. 
 
Uma menção explícita a AACR2, e quase nenhuma, ou nenhuma à FRBR e RDA. Porém não 
deixaremos você na mão, alguma teoria existirá em nosso material, estamos pensando no seu futu-
ro. Na aula 05 faremos uma revisão da catalogação a contento para a sua prova. 
 
Organização e administração de bibliotecas. Princípios e funções administrativos em bi-
bliotecas, estrutura organizacional, as grandes áreas funcionais da biblioteca, marketing 
da informação, divulgação e promoção. 
 
Em organização e administração de bibliotecas iremos revisar os princípios e funções adminis-
trativas em bibliotecas, mas também utilizaremos outras bibliografias que são mais recorrentes no 
CESPE. Na aula 06, vamos revisar toda a complexidade do tema de marketing bibliotecário. 
 
Centros de documentação e serviços de informação: planejamento, redes e sistemas. 
Rede Virtual de Bibliotecas do Congresso Nacional (RVBI). Metabuscador. Metadados. 
Tesauro – Princípios e métodos. 
 
Em planejamento de sistemas e redes de bibliotecas, iremos estudar a Rede RVBI, seus produ-
tos e serviços, políticas e diretrizes para elaboração de metadados, aplicação de vocabulários contro-
lados, além de revisarmos um pouquinho dos mandamentos do planejamento. Na aula 07 iremos 
enriquecer o estudo com muitas questões. 
 
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Aula 00 INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. 
 
 
 
 5 
 
Desenvolvimento de coleções:políticas de seleção e de aquisição, avaliação de coleções, 
fontes de informação. 
 
Na aula 08 iremos abordar os conteúdos aderentes à banca relativos à metodologia de Cons-
pectus, planejamento e desenvolvimento de coleções, políticas de seleção e aquisição, avaliação de 
coleções e fontes de informações. Você irá arrebentar! 
 
Estrutura e características das publicações. Diário Oficial da União (DOU), Diário da Justiça. 
 
Na aula 09, uma revisão bem rápida pois o tema é pertinente para a banca, iremos abordar as 
principais publicações oficiais, e irei te alertar a respeito de algo importante e que você não poderá 
deixar de observar! 
 
Serviço de referência. Organização de serviços de notificação corrente (serviços de alerta), 
disseminação seletiva da informação (DSI) — estratégia de busca de informação, planeja-
mento e etapas de elaboração, atendimento ao usuário. Estudo de usuário — entrevista. 
 
Finalmente chegou um dos conteúdos mais importantes da biblioteconomia! Neste edital do 
TJAM/2019, o CESPE quer pacote completo na revisão. Na aula 10, iremos abordar as duas publica-
ções mais importantes para concursos Accart (2012) e Grogan (2001), vai ser imperdível! 
 
Automação. Formato de intercâmbio, formato US MARC, banco de dados, base de dados, 
planejamento da automação, principais sistemas de informação automatizados nacionais 
e internacionais. Catálogos online (OPACs). Gerenciamento de documentos eletrônicos. 
Segurança da informação. 
 
Na aula 11, uma importante revisão das tecnologias para automação de bibliotecas. Aqui es-
tamos nos referindo a modelos robustos de automação, com uso de sistemas de gerenciamento de 
bibliotecas SGB, sistemas de gerenciamento de bases de dados SGBD, princípios de automação e uti-
lização de formatos. Note que no edital faz menção ao formato USMARC, o mesmo de Rowley 
(2002), ou seja, aderente à rede RVBI. 
 
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Aula 00 INTRODUÇÃO À BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. 
 
 
 
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Bibliografia. Conceituação, teorias, classificação, histórico e objetivos. 
 
Pessoal, este tema é recorrente demais no CESPE! Na aula 12 não podemos deixar a popula-
ção manauara de fora disso! Em bibliografia iremos estudar todas as modalidades e fazer muita 
questão, fortificando nossos conhecimentos no tema. Vai ser uma aula rapidinha, mas importante. 
 
Bibliotecas digitais. Conceitos e definições; requisitos para implementação; softwares 
para construção. 
 
O edital do TJAM/2019 está incrível no que se refere à tecnologia da informação para biblio-
tecas. Na aula 13 iremos estudar os componentes básicos para construção de bibliotecas e repositó-
rios digitais. Iremos fazer muitas questões para que você possa estar ligado na tua prova. 
 
LEXML Brasil. Rede de Informação Legislativa e Jurídica. 
 
Na aula 14, nossa última aula, vamos estudar a rede LeXML, orgulho de todo bibliotecário de 
sistemas, pois é uma iniciativa muito aclamada no exterior. A rede de informação legislativa e jurídi-
ca utiliza-se de princípios de arquitetura da informação e websemântica. Vamos destrinchar este 
conteúdo para você estar afiado. 
 
... 
Para nos ajudar nessa empreitada, a Priscyla Patrício, do Papirvm Biblioteconomia, irá nos dar 
muitas dicas do método cognitivo dela. Em parceria traremos para você o que há de melhor na pre-
paração de biblioteconomia para concursos. 
Na nossa jornada irei contribuir com os comentários às questões, pois adoro resolver e co-
mentar questões. Vamos em frente, rumo ao TJAM! 
 
... 
Janaína Costa 
 
Janaina Costa
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2 – DOCUMENTAÇÃO GERAL E JURÍDICA: FINALIDADES. 
2.1. – DOCUMENTAÇÃO GERAL. 
 
Nosso foco de revisão será voltado para resolver uma questão desse tipo: 
 
(EBESERH/2018) A respeito de documentação e ciência da informação, julgue os itens. 
 
1. No âmbito da documentação, “informação como coisa” refere-se a uma classe restrita de 
objetos que formam os sistemas de informações documentais ou bibliográficas, razão por 
que objetos da natureza, artefatos, imagens e sons são excluídos dessa classe. 
Resposta: ERRADO. 
2. A documentação considera perfurações em série, sinais magnéticos, signos visuais e signos 
auditivos como documentos do tipo suporte de dados. 
Resposta: CERTO. 
3. Um dos princípios estabelecidos por Paul Otlet para a documentação preconiza o registro 
do pensamento humano e da realidade exterior em elementos de natureza material, isto é, 
documentos que possibilitem o acesso à informação e ao conhecimento. 
Resposta: CERTO. 
4. A proposta terminológico-epistemológica do conceito da ciência da informação, feita de 
forma clara e simples, contribuiu para a aceitação e disseminação da identidade dessa dis-
ciplina. 
Resposta: ERRADO. 
 
No item 01 utilizamos Briet (2016) para perceber que a informação como suporte, ou 
“como coisa” refere-se a uma classe ampla de objetos que formam os sistemas de in-
formação documentais ... Assim, objetos da natureza – vamos nos lembrar do antílope 
na lição da dama da documentação -, artefatos, imagens e sons estão incluídos nesta ca-
tegoria. Por isso, o item está incorreto. 
 
No item 03 utilizamos Otlet (2018) o que explica a mudança de paradigma da documen-
tação para a possibilidade que o novo conhecimento traz para nós. A documentação 
veio para solucionar problemas factíveis da explosão informacional e é um prenúncio da 
ciência da informação. A bifurcação inicial entre biblioteconomia e documentação é 
conciliada pelo surgimento da ciência da informação. Por isso, o item está correto. 
 
 
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Pessoal, como o nosso estudo é célere e estratégico, estamos lidando com um curso pós-edital, 
nós iremos colocar muitas questões sim, selecionaremos os melhores itens, e iremos comentar alguns 
itens, aqueles que serão decisivos para tua preparação. Portanto, não iremos comentar tudo. 
 
 
 
DOCUMENTAÇÃO – processo que consiste na criação, coleta, organização, armazena-
mento e disseminação de documentos ou informações. A teoria da documentação sur-
giu a partir de 1870, em decorrência do desenvolvimento da indústria gráfica. Paul Otlet 
e Henri La Fontaine foram seus grandes líderes. DOCUMENTO - A latinidade e sua he-
rança sempre deram à palavra ‘documento’ o sentido de lição e prova. O dicionário Ri-
chelet e o Littré trazem dois testemunhos franceses. Uma bibliografia contemporânea, 
ciosa de clareza, lançou esta breve definição: “um documento é uma prova em apoio a 
um fato”. Se aludirmos às definições ‘oficiais’ da Union Française des Organismes de 
Documentation (ufod), verifica-se que ‘documento’ é assim explicado: “toda base de 
conhecimento fixada materialmente e suscetível de ser utilizada para consulta, estudo 
ou prova” (...). Os documentos são reproduzidos (desenhos, aquarelas, pinturas, está-
tuas, fotos, filmes e microfilmes), depois selecionados, resumidos, descritos, traduzidos 
(produtos documentários). Os documentos relativos a esse fato são objeto de uma or-
denação científica (fauna) e ideológica (classificação). Enfim, sua conservação e utiliza-
ção são determinadas por técnicas gerais e métodos válidos para o conjunto dos docu-
mentos, métodos esses estudados em associações nacionais e congressos internacio-
nais. O antílope catalogado é um documento primário e os demais são documentos se-
cundários ou derivados (BRIET, 2016). 
Fonte: Papirvm Biblioteconomia.Então, tome nota: a documentação surge a partir de 1870, em decorrência do desenvolvimen-
to da indústria gráfica (CUNHA, 20018). Crescimento este que insere também o contexto dos perió-
dicos. Paul Otlet e Henri La Fontaine foram os grandes idealizadores. O documento, para documen-
tação, é lição e prova (BRIET, 2016). O conceito de documento é infinitamente ampliado. 
Janaina Costa
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 9 
 
(ABIN/2017) Acerca de documentação e informação, julgue os próximos itens. 
 
5. O Tratado de Documentação é um dos primeiros textos da ciência da informação (CI). 
Resposta: CERTO. 
6. O campo da documentação e informação consiste em um conjunto de normativas que regu-
lam a organização de acervos de bibliotecas segundo códigos de catalogação e classificação, 
além de outros instrumentos técnicos. 
Resposta: CERTO. 
7. O vocábulo documentação é um neologismo criado por Paul Otlet. 
Resposta: CERTO. 
 
O surgimento da documentação é marcado pelo Tratado de Documentação de Paul 
Otlet. Neste importante documento, traduzido e disponível gratuitamente pelo editor 
Briquet de Lemos, consta as minúcias da teoria e do neologismo ‘documentação’. 
 
 
 
 
 
A CONCEPÇÃO OTLETIANA FUNDADORA DA DOCUMENTAÇÃO. Os advogados Paul Otlet 
(1868-1944) e Henri La Fontaine (1854-1943) foram os mentores do Instituto Internacional 
de Bibliografia IIB, criado em 1895 na Bélgica, e do Repertório Bibliográfico Universal 
RBU, cujo projeto foi proposto no mesmo ano e chegou a ter 16 milhões de fichas em 
1934. O sonho de Otlet era o de oferecer um índice de assuntos por meio do RBU que 
permitiria ir (por assunto) ao coração do conhecimento. 
 
ATENÇÃO! O IIB teve seu nome alterado para Instituto Internacional de Documentação 
IID em 1931, e para Federação Internacional de Documentação em 1937. A partir de 1986, 
recebeu a denominação Federação Internacional de Informação e Documentação, man-
tendo a sigla original. A FID foi dissolvida em 2002. 
 
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 10 
 
 
Documentação é usada para indicar o conjunto de técnicas de organização da informação visan-
do recuperação, acesso e uso, e a forma ‘Documentação’ para referir-se à área que estuda os funda-
mentos e métodos relacionados a estas técnicas. 
 
A documentação acompanha o documento desde o instante em que ele surge na da pena do 
autor até o momento em que impressiona o cérebro do leitor. == > surgimento da noção de ciclo 
documentário. Observe o diagrama abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estimativa Preliminar 
1 
Pesquisa da Informação 
2 
Pesquisa dos documentos 
Suportes da informação 
3 
Pesquisa das Informações 
Bibliográficas 
Aquisição 
Obtenção 
4 
5 
Tratamento da informação 
para um suporte 
6 
7 
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 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento Material dos 
Documentos (registros) 
7 
Tratamento Intelectual dos 
Documentos 
Tratamento Material dos Do-
cumentos (armazenamento, 
Conservação, etc.) 
8 9 
Pesquisa dos documentos para 
a informação e confecção dos 
produtos informacionais 
10 
Reprodução Difusão seletiva da informação 
Publicação Consulta Empréstimo 
--- 
GUINCHAT, C.; MENOU, M. Introdução geral as ciências e técnicas da informação e documenta-
ção. 2. ed. rev. aum. Brasília: IBICT,1994. 
 
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 12 
 
Os pioneiros da documentação são os advogados belgas chamados Paul Otlet e Henri La Fon-
taine. Especificamente Paul Otlet (que necessitava consultar diversas fontes de informação na sua área 
do direito) iniciou os trabalhos de síntese e classificação com seus próprios materiais e acabou estabe-
lecendo as bases de conversão em sistemas de classificação biblioteco-bibliográfica. 
 
Ambos Otlet e La Fontaine foram os mentores do Instituto Internacional de Bibliografia (IIB), 
criado em 1895 na Bélgica, e do Repertório Bibliográfico Universal (RBU), cujo projeto foi proposto no 
mesmo ano e chegou a ter 16 milhões de fichas em 1934. O sonho de Otlet era o de oferecer um índice 
de assuntos por meio do RBU que permitiria ir (por assunto) ao coração do conhecimento. Este sonho 
relacionava-se à ideia de que o acesso ao conhecimento por todos os povos levaria a uma maior com-
preensão da concepção de alteridade, no sentido do conhecimento das diferenças, o que possibilitaria 
a paz mundial. 
 
A obra fundamental de Otlet é o Tratado de Documentação, de 1934 que pode ser entendida 
como inauguradora da abordagem tríade ancorada nas atividades de organização e recuperação da 
informação bibliográfica, arquivística e museológica. Otlet considerou como documentos não somen-
te livros e manuscritos, mas também arquivos, mapas, esquemas, ideogramas, diagramas, desenhos e 
reproduções dos mesmos, fotografias de objetos reais, entre outros. Também no início do seu Tratado, 
consta a bandeira (ainda atual) da Documentação como a da necessidade de tornar acessível a quan-
tidade de informação publicada, produzindo “[...] um todo homogêneo destas massas incoerentes 
[...]”, para o que seriam necessários novos procedimentos, distintos da Biblioteconomia, conforme 
eram aplicados até aquele momento (OTLET, 1996, p.6) 
 
Otlet descreve a Documentação como sendo constituída por uma série de operações distribuí-
das, hoje, entre pessoas e organismos diferentes. O autor, o copista, o impressor, o editor, o livreiro, o 
bibliotecário, o documentador, o bibliógrafo, o crítico, o analista, o compilador, o leitor, o pesquisador, 
o trabalhador intelectual. A Documentação acompanha o documento desde o instante em que ele sur-
ge da pena do autor até o momento em que impressiona o cérebro do leitor (OTLET, 1937). 
 
Ortega (2009) fala que (...). a Documentação, por sua vez, consolidou-se como o conjunto de 
técnicas (e seus fundamentos) de representação de conteúdos de documentos, em suas diversas ti-
pologias e em qualquer suporte, visando recuperação, acesso e uso destes conteúdos. 
 
Observe na tabela a seguir a contribuição que cada autor trouxe para a Documentação: 
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 13 
 
 
 
Outros autores importantes: 
José López Yepes - Ele analisou o Tratado de Documentação de Otlet. Destaca que, na primeira 
parte do Tratado, Otlet expõe os fundamentos de seu conceito de Documentação, de Documento e 
das relações conexas. O livro é o termo convencional expresso para designar todo tipo de documento 
que, de outra parte, apresenta uma dupla face: a) como resultado de uma criação intelectual do ho-
mem, e b) uma vez reproduzido, como objeto de cultura e civilização. 
 
André Cannone - Na Bélgica, produziu uma edição fac-similar do Tratado de Documentação em 
1989 e buscou retomar os trabalhos de Otlet. 
 
Bradford (1951)
•Químico e bibliotecário, chegou a ser vice-presidente da FID, diretor da
Comissão Internacional da CDU. Sua obra principal é Documen-
tation (1948), grande continuador da obra de Otlet e contribuiupara o
aperfeiçoamento e ampliação das tabelas da CDU. Na parte teórica de sua
obra define a Documentação não como uma ciência mas como a técnica
que se encarrega de reunir e classificar os diferentes registros. Enquanto a
Bibliografia tradicional oferece meras listas de livros, a Documentação
dedica-se ao material mais efêmero (tese, publicações periódicas...), ele
fala do documentalista como analista desses documentos efêmeros.
Mantém que a Documentação é a técnica e a Biblioteconomia é a ciência
superior.
J. Shera (1966)
•Sua obra mais importante é Documentation (1951). Para este autor,
biblioteconomia e documentação começam por ser essencialmente a
mesma coisa, verificando-se, no entanto, com o tempo, um aperfei-
çoamento da técnica por parte dos documentalistas, com vistas à
organização, utilização e reprodução do seu "material" para proporcionar
um acesso rápido à informação, o que se traduziu numa separação entre
dois grupos de profissionais, considerando, contudo, que: "documentação
não sugere uma nova ciência que se sobrepõe aos bibliotecários (...)."
S. Briet (1951, 1960)
•A Documentação de1951, um dos tratados de Documentação sobre o
processo. Propõe-se a definição de conceito de Documentação como: “toda
informação conservada e registrada em qualquer tipo de suporte”. Entende
por documento “qualquer elemento concreto ou simbólico, conservado, ou
registrado para fins de representar, reconstituir ou provar um fenômeno
físico ou intelectual”
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Robert Hayes - Em sua obra, na que utiliza pela primeira vez o termo em inglês “Ciências da In-
formação” (1969), fala da necessidade de informação por parte da sociedade que podem assumir as 
bibliotecas, mas sempre vai unida ao desenvolvimento das tecnologias, nos Centros de Informação se 
geram os novos Centros de Informação: bancos de dados, embora parecesse que dá importância aos 
Centros de Documentação. Fala que estes e a Ciência da Informação são parte integrante de uma ciên-
cia maior que é a Biblioteconomia, para todos eles, a Documentação e a Ciência da Informação fazem 
parte dela. 
 
Rayward (1967, 1975) - Tem publicado em idioma inglês sobre a obra de Otlet, buscando identi-
ficar os possíveis significados deste tema nos contextos atuais. É um dos responsáveis pela divulgação 
da Documentação neste idioma no contexto de seus estudos históricos sobre Ciência da Informação. 
 
M. Buckland (1991) - Fala que os fundamentos e técnicas propostos por Otlet e sedimentados 
especialmente do final do Século XIX aos anos 1930 receberam várias contribuições no seio da Europa 
até os dias atuais, mas muitas delas foram perdidas na devastação deste continente durante a Segunda 
Guerra Mundial. Sua visão é da informação-como-coisa: livros, textos, fotografias, edifícios, pessoas, 
eventos apontam para alguma informação, logo constituem evidência física, documento, ou seja, “coi-
sa a partir da qual se pode aprender”. 
 
 
 
A literatura traz alguns autores (além dos pioneiros Paul Otlet e Henri La Fontaine) 
aos quais foram desenvolvendo o conceito de Documentação e tornando sua aborda-
gem mais ampla. É importante sabermos um pouco sobre o que cada um colaborou 
para a história e evolução dos conceitos de Documentação. 
 
 
 Então, tome nota: a documentação inicia-se entre 1870 e 1890 com o megaprojeto Repertório 
Bibliográfico Universal RBU que tinha a audaciosa intenção de reunir as fichas bibliográficas de todas 
as publicações globais. Por volta de 1930 o RBU possuía 16 milhões de fichas. Em 1934, Paul Otlet 
publica a memorável obra Tratado de Documentação. 
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 15 
 
(BASA/2012) Julgue os itens a seguir, relativos à documentação. 
8. Define-se documentação, em sentido amplo, como a reunião ou coleção de documentos de 
qualquer natureza, devidamente conservados e organizados para fins de consulta, estudo 
ou prova. 
9. Entre as mudanças ocorridas com o surgimento da documentação, destaca-se o fortaleci-
mento do papel das bibliotecas como unidades voltadas à conservação e preservação de 
documentos. 
10. A produção de documentação restringe-se a contextos e categorias de profissionais especí-
ficos de bibliotecas e centros de informação, uma vez que esses profissionais são os respon-
sáveis por tratar de temas relacionados à informação e aos suportes informacionais. 
A definição de documentação pode ser dada em dois sentidos: sentido amplo ou estrito. 
Em sentido amplo, utiliza-se a definição dada por Suzanne Briet, vista anteriormente. 
Em sentido estrito, é o que se refere aos documentos em si, a documentação de um ór-
gão ou centro de documentação. 
 
Quanto à relação controversa entre Biblioteconomia e Documentação, entendemos que 
esta contribui fortemente para a abrangência e generalização daquela para além da no-
ção de gestão de acervos, como busca expressar o termo Biblioteconomia e Documen-
tação. Os termos Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação representam 
a área, porém se manifestam a partir de significados distintos, uma vez que ocorreram 
em diversos tempos e espaços de constituição, sedimentação e transformação, como 
tratamos em (ORTEGA, 2004). 
 
 Adiante veremos o contexto de desenvolvimento da documentação para entender a relação 
controversa entre biblioteconomia e documentação mencionada no comentário. 
 
 
GABARITO: 
8. C 9. E 10. E 
 
 
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 16 
 
Para a elaboração do Repertório Bibliográfico Universal RBU foram definidas normas para registros 
bibliográficos, registros catalográficos internacionais, formato dos documentos (em particular, a ficha) e 
tipos de mobiliários. As normas foram redigidas por Charles Sustrac e o formato da ficha de 7,5 por 12 
cm foram inspiradas nas normas anglo-saxãs. A Classificação Decimal de Dewey CDD, publicada em 
1876 nos Estados Unidos, foi utilizada inicialmente em sua 5ª edição, de 1894. Em 1905, a CDD foi 
editada pela primeira vez em francês, mais tarde sendo revista e conduzindo a um novo instrumento 
documentário, a Classificação Decimal Universal CDU, utilizada na Europa até hoje. 
 
Otlet adotou a palavra documentação inicialmente em 1903, em artigo intitulado Les sciences 
bibliographiques et la documentation. A documentação reúne técnicas de produção, fabricação de 
material, distribuição, registro, estatística, conservação e utilização, por esta razão incluindo 
compilação, impressão, publicação, venda, bibliografia e biblioteconomia. Otlet considerou como 
documentos não somente livros e manuscritos, mas também arquivos, mapas, esquemas, ideogramas, 
diagramas, desenhos e reproduções dos mesmos, fotografias de objetos reais, entre outros. 
 
A biblioteca deixa de ser apenas uma instituição conservadora de livros e estes não são mais os 
únicos em torno dos quais poderiam ser identificados conhecimentos: a ideia de documento é criada, 
importando sua função menos que sua morfologia. Mais à frente, designando a atividade específica de 
coletar, processar, buscar e disseminar documentos, Otlet usou o termo documentação, em 1905, no 
artigo L’organisation rationelle de l’information et de la documentation en matières economique – 
observando-se o uso da palavra informação e documentação. 
 
Entre 1905 e 1917, Otlet foi abandonando a palavra bibliografia em suas publicações em 
proveito das palavras documentaçãoe informação, ainda que muitas vezes empregue uma pela outra. 
No tratado de Documentação, ele fez uso da palavra Documentologia para designar o campo do 
conhecimento que propõe ultrapassando as palavras bibliografia, bibliologia e documentação. A 
concepção teórico-prática desta corrente foi sistematizada por Otlet no Tratado de Documentação, 
publicado em 1934. Em seu início consta a bandeira (ainda atual) da Documentação como a da 
necessidade de tornar acessível a quantidade de informação publicada, produzindo “um todo 
homogêneo destas massas incoerentes”, para o que seriam necessários novos procedimentos, 
distintos da Biblioteconomia, conforme eram aplicados até aquele momento (OTLET, 1996, p. 6). 
 
A documentação reintegra um novo ciclo que envolve diversas competências: 
O autor, o copista, o impressor, o editor, o livreiro, o bibliotecário, o documentador, o 
bibliógrafo, o crítico, o analista, o compilador, o leitor, o pesquisador, o trabalhador 
intelectual. 
 
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A documentação é: 
 
 Corrente teórica prática e profícua proposta no final do Séc. XIX; 
 Uma das origens da Ciência da Informação, as primeiras disciplinas; 
 Focada na representação do conteúdo dos diversos documentos; 
 Focada nas ações de promoção, difusão e uso da informação; 
 Voltada à ações e práticas profissionais identificadas na Europa; 
 Consolidadora de práticas específicas de condensamento; 
 Consolidadora de práticas específicas de reprodução de documentos. 
 
 
(MS/2013) Acerca da documentação, julgue os itens que se seguem. 
11. A documentação em sentido amplo trata não somente das três idades dos documentos — 
corrente, intermediária e permanente —, mas também dos instrumentos de gestão docu-
mental. 
12. No âmbito de atuação da documentação, estão o tratamento e a organização de documen-
tos arquivísticos, de documentos museológicos, de imagens, diagramas, mapas, figuras, 
símbolos, bem como as técnicas de microfilmagem. 
13. O objetivo da criação da Federação Internacional de Documentação (FID) foi resolver os 
problemas de acesso à documentação científica. 
 
(SEDUC-AM/2011) Considerando os conceitos básicos e as finalidades da documentação, julgue os 
itens a seguir. 
14. A doação de material bibliográfico pela comunidade constitui uma das formas mais comuns 
de captação de material para a formação de coleções que propiciam a preservação da he-
rança cultural de um país. 
15. A teoria da documentação surgiu em consequência do desenvolvimento da indústria gráfica 
no final do século XIX. 
 
GABARITO: 
11. E 12. E 13. C 14. E 15. C 
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 18 
 
(FUB/2015) A respeito dos conceitos de documentação e de biblioteconomia, julgue os itens 
subsequentes. 
16. As tecnologias mudaram, nos últimos anos, o conceito de informação, transformando a vi-
são do profissional bibliotecário, que se aproximou mais do trabalho coletivo com a pers-
pectiva do fluxo informacional. 
17. A documentação, como técnica de organização e análise de qualquer tipo de documento, 
surgiu com a implantação de sistemas automatizados, como o uso do computador pessoal. 
18. O tratado da documentação, escrito por Paul Otlet, sugere que os documentalistas elabo-
rem o seu próprio manual para aplicação em seu centro de documentação. 
19. A biblioteconomia expandiu-se com o aumento do número de bibliotecas públicas, no final 
do século XIX até o início do século XX. 
 
(SERPRO/2013) Julgue os próximos itens, relativos a documentação e a biblioteconomia. 
20. São considerados documentos: livro, revista, jornal, peça de arquivo, estampa, fotografia, 
medalha, música, filme e disco. 
21. Nos anos 30 do século passado, a documentação passou por uma grande mudança de para-
digma: deixou de considerar a informação em si para criar uma série de técnicas de organi-
zação, análise e descrição das práticas bibliográficas, em um esforço para uniformizar a or-
ganização e padronização da informação. 
 
(CADE/2014) Acerca de documentação geral e jurídica, julgue os itens a seguir. 
22. A documentação e a bibliografia possuem funções semelhantes no que se refere à prática 
de acompanhar o documento desde a sua produção até o seu uso. 
 
(TRT21/2010) Com relação aos conceitos básicos da documentação, julgue os itens. 
23. A documentação preconiza o uso da classificação de assuntos para possibilitar que a produ-
ção científica relacionada a determinado assunto seja organizada e encontrada quando ne-
cessária. 
 
 
GABARITO: 
16. C 17. E 18. C 19. C 
20. C 21. E 22. E 23. C 
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 19 
 
O TRATADO DE DOCUMENTAÇÃO – PAUL OTLET. 
Em 2018 a obra de Paul Otlet – o tratado de documentação – foi traduzida na íntegra pelo 
Prof. Agenor Briquet de Lemos. Este livro está disponível na página do Conselho Federal de 
Biblioteconomia. Sobre esta epopeia, o organizador: 
 
“Em janeiro de 2017, tendo a obra caído em domínio público, aproximava-se a possibilidade 
de Paul Otlet se dirigir a seus leitores em português, à semelhança de seus outros colegas 
do panteão dos clássicos, a saber, Naudé, Ortega y Gasset, Briet e Ranganathan. Afinal, fa-
zia tempos que o Traité de documentation fora apresentado a seus potenciais leitores brasi-
leiros” (DE LEMOS1, 2018). 
 
O objetivo aqui não é esgotar o estudo, até mesmo porque são 700 páginas. Vamos, por-
tanto, direcionar os principais tópicos da obra para concursos: 
 
A história de Otlet (1868–1944), de Henri La Fontaine (1854–1943) e das organizações que 
criaram é fascinante e tem sido contada e recontada muitas vezes. A primeira dessas orga-
nizações foi o Office International de Bibliographie (1895), depois Institut International de 
Bibliographie, com seus recursos, repertórios, coleções (bibliográficas, iconográficas e do-
cumentárias)2 e seus institutos-satélites: Institut International de Photographie (1905); Bi-
bliothèque Collective des Sociétés Savantes (1906); e Musée de la Presse (1907).3 O Office 
Central des Associations Internationales, 1907, tornou-se a secretaria da Union des Associa-
tions Internationales criada em Bruxelas em seguida a uma enorme conferência organizada 
por Otlet e La Fontaine e realizada com patrocínio real, em 1910, por ocasião da Feira Mun-
dial de Bruxelas. No mesmo ano foi formado o Musée International com coleções em gran-
de parte oriundas das exposições feitas na feira mundial (RAYWARD2, 2018). 
 
No entanto, passada a guerra, começou um rápido processo de perda de prestígio. Ele, que 
alcançara influência nacional e internacional, pelo menos em um círculo relativamente es-
pecializado, passou a ser visto como alguém difícil e pouco cooperativo, à medida que enve-
lhecia. Suas ideias e os extraordinários esquemas institucionais por meio dos quais elas vie-
ram a se expressar — o Palais Mondial ou Mundaneum —, pareciam grandiloquentes, fora 
de foco e passadistas. 
 
1 De Lemos, Agenor Briquet. Traduzindo Otlet. In: OTLET, P. Tratado de documentação: o livro sobre o livro: teoria 
e prática. Brasília: Briquet de Lemos, 2018. 
2 Rayward, W. B. Organização do conhecimento e um novo sistema político mundial. In: ______. Tratado de do-
cumentação. Brasília: Briquet de Lemos, 2018. 
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 20 
No início da década de 1930 foi travada, em surdina, uma luta dramática para despejar o 
Institut International de Bibliographie, que, finalmente, se transformara em Fédération In-
ternationale de Documentation, desse complexo institucional e do que era tido como mãos 
defuntas do passado — na realidade, as mãos envelhecidas do ainda bastante vivo Otlet. A 
partir de 1924, aproximadamente, com o primeiro despejo parcial, por um período relati-
vamente curto, do Palais du Cinquantenaire, o outro principal componente, a Union des As-
sociations Internationales, entraria em estado agônico. Ela foi ressuscitada depois da Se-
gunda Guerra Mundial quando ambos os fundadores — Otlet e seu colaborador e amigo da 
vida inteira, Henri La Fontaine — estavam mortos. As dependências ocupadas pelo Palais 
Mondial no Palais du Cinquan-tenaire foram fechadas por completo pelo governo, em 1934, 
porém, assim que a guerra se desencadeou, em 1939, as autoridades municipais de Bruxe-
las ofereceram a Otlet novas dependências no Parc Léopold. Ele denominou Mundaneum o 
local e o que sobrara das coleções e registros do Palais Mondial que ali ficariam até o início 
da década de 1970 [...] O que Otlet nos legou foi, de fato, muito mais do que os caóticos 
despojos de suas várias organizações. Sepultadas na montanha de seus escritos e de toda a 
documentação que a ele sobreviveram encontram-se importantes ideias e relações intelec-
tuais. La Fontaine era senador do parlamento belga fazia quase 40 anos. Figura de destaque 
do movimento pacifista internacional, conquistou o prêmio Nobel da Paz de 1913. Ironica-
mente, o desencadeamento da guerra impediu que ele fizesse o tradicional discurso de 
aceitação pronunciado pelos laureados com esse prêmio. Sua colaboração com Otlet teve 
início no começo da década de 1890 e perdurou até sua morte em 1943. Otlet, contudo, ao 
contrário de La Fontaine, pouco trabalhava no terreno da política ou da ação social direta. 
Isso foi particularmente verdadeiro depois da guerra, embora ele também, como La Fontai-
ne, tivesse participado incansavelmente do movimento que levou à criação, após a Primeira 
Guerra Mundial, de uma Liga de Nações, aquela fantasia de esperança que garantiria paz 
universal e duradoura (RAYWARD, 2018). 
 
O documento. No coração, no cerne dessas ideias e crenças, encontra-se o conceito de 
Otlet sobre documento. Para ele, o conhecimento achava-se engastado em documentos 
que o objetificavam e lhe davam uma espécie de status público. Os documentos, entretan-
to, consistiam não apenas em palavras escritas ou impressas. Objetos, figuras e ilustrações, 
partituras musicais — qualquer coisa que tivesse valor probatório, que ‘documentasse’ al-
go, era um documento. A pergunta candente era: como poderiam os documentos em suas 
muitas manifestações e formatos repassar o conhecimento que eles ‘contivessem’ ou re-
presentassem? Na visão de Otlet seria preciso reunir e inter-relacionar todos os documen-
tos em seus vários formatos. O objetivo era a universalidade. A biblioteca, o museu e o ar-
quivo deviam ser todos vistos como aspectos de uma única organização documentária. No 
caso de documentos textuais, Otlet sugeria que seria necessário identificar o que houvesse 
de novo e importante em documentos específicos. 
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 21 
Tudo que fosse simplesmente retórico ou duplicado ou estivesse errado teria de ser descar-
tado. O objetivo era, com efeito, adquirir, repertoriar e debulhar* de todos os documentos 
que fossem sendo publicados as informações válidas — os fatos — que contivessem, assim 
como se debulham as ervilhas de uma vagem. Se cada ‘fato’ fosse registrado separadamen-
te de forma padronizada, então esses registros poderiam ser sistematicamente ligados en-
tre si, arranjados e rearranjados segundo uma ordenação conceitual dos campos do conhe-
cimento representados pelas tabelas minuciosamente subdivididas e outros dispositivos da 
CDU. Para Otlet esse processo é um desiderato essencial do que eram efetivamente os sis-
temas ‘manuais’ hipertextuais e multimídias que ele contemplava. Para nós, hoje em dia, 
habitantes de uma era pós-moderna e com sua mentalité relativista e revisionista, esse pro-
cesso está repleto de todo tipo de dificuldade conceitual e ‘epistemológica’ (RAYWARD, 
2018). 
 
Otlet ressaltava a importância de criar novos tipos de documentos como parte desse pro-
cesso — mapas, tabelas e diagramas que correlacionassem, resumissem, ilustrassem e sim-
plificassem informações que, de outro modo, seriam volumosas e complexas. A ideia era re-
unir, correlacionar, integrar e criar múltiplas representações do conhecimento, que haviam 
sido produzidas e disseminadas aleatoriamente, e que por isso se mostravam fragmentadas, 
dispersas, repetitivas, sujeitas a erros e incompletas. Otlet chamava de codificação esse pro-
cesso de representar e reconstituir o conhecimento. Ele acreditava ser essa a função mais 
importante de uma nova espécie de enciclopédia que ele estava propondo. Exigia novos 
modos de comunicação, como o microfilme (ele escreveu bastante sobre seus experimentos 
com o microfilme desde 1906) o rádio, a televisão e o que era chamado cinescópio. Ele 
também antecipou a invenção de novas modalidades de máquinas que apoiariam e melho-
rariam o trabalho intelectual, o que hoje descreveríamos como estações de trabalho e redes 
(RAYWARD, 2018). 
 
A rede: Para que tudo isso fosse eficiente, os órgãos de informação, como bibliotecas e mu-
seus, teriam de ser transformados ou reinventados para que se tornassem centros de do-
cumentação interligados, e seu conteúdo de alguma forma fosse reproduzível, numa rede 
documentária universal. Todas as associações e sociedades que reunissem pessoas, com ba-
se em interesses especializados, e por intermédio das quais conhecimentos de todos os ti-
pos, desde os triviais e práticos até os eruditos e científicos, estivessem representados teri-
am de se acomodar também nessa rede. A necessária interligação teria de ser centralizada, 
segundo Otlet, em um arranjo hierárquico que levasse, por intermédio da rede, de um nível 
local, passando por várias formas de organização nacional e internacional, até o núcleo de 
uma central mundial. Aí, em um grande palácio mundial, o Mundaneum, estaria localizado 
o centro nervoso para administrar a aquisição e disseminação dos conhecimentos em escala 
global. 
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 22 
À sua volta seria desenvolvida uma cidade mundial representando simbolicamente uma no-
va organização política em que relações internacionais de todos os tipos poderiam ser orde-
nadas racionalmente em benefício da humanidade (RAYWARD, 2018). 
 
O Mundaneum: Nas páginas finais de Monde, sua última obra importante, é como se Otlet 
destilasse as décadas de evolução de seu pensamento até chegar ao que se tornou agora 
uma noção intrincadamente multifacetada do Mundaneum. Ele apresenta, em dez páginas, 
uma suma das crenças e ideias que se encontram atrás da obra de sua vida. O Mundaneum, 
conta-nos ele, é uma ideia de universalismo. É uma instituição em que são reunidos “o mu-
seu para ver, o cinema para assistir, a biblioteca, enciclopédias e arquivos para ler, o catálo-
go para consultar, a palestra, o rádio e os discos para ouvir, e a conferência para debater (Ad 
mundum, vivendum et legendum, et audiendum et discutiendum)”. * O latim, com seusma-
tizes clássicos e litúrgicos, talvez se preste para acentuar a importância dessa litania de fun-
ções. O Mundaneum, porém, é mais do que isso. É um método que implica, entre outras 
coisas, “pesquisa e previsão, unificação e padronização, ordenação e classificação, coopera-
ção, planejamento e regulação, por fim, expressão, apresentação e reprodução”. É um edifí-
cio físico a ser realizado arquitetonicamente. É, afinal, uma rede. Idealmente, o Munda-
neum existiria como um protótipo central com uma escala descendente de exemplos deri-
vados: em nível nacional (o Mundaneum–França ou o Mundaneum–Itália) e níveis regionais 
e locais. Estaria representado em nível pessoal por um Studium–Mundaneum, um gabinete 
pessoal tecnologicamente sofisticado no qual as pessoas poderiam utilizar novos métodos 
de documentação que antecipavam “possibilidades tecnicamente ilimitadas” de “repertó-
rios analíticos e tabelas sintéticas que listassem e visualizassem fatos” [...] O novo imperati-
vo global do Mundaneum, l’idée mondiale et universelle, que estimulará as tecnologias e 
sistemas documen-tários do Studium– Mundaneum de cada pessoa terá efeitos de amplo 
alcance. Otlet acredita que isso teria impacto na “própria vida, nas ocupações, no trabalho e 
nas relações pessoais, familiares e sociais (Otlet emprega a palavra ‘aspirations’).” Seria pos-
sível pensar nessa afirmação como um resumo das questões acerca da natureza dinâmica da 
comunidade, de práticas baseadas no trabalho e relações sociais que depertaram tantos 
comentários e pesquisas em relação com a internet e com a World Wide Web (RAYWARD, 
2018). 
 
FID e UIA: A Federação Internacional de Documentação (FID), em Haia, que foi à falência em 
2001, e a União de Associações Internacionais (UIA), ainda muito atuante em Bruxelas, 
sempre incluíram em seu trabalho uma sombra da memória de seus fundadores. Ambas as 
organizações foram cedo responsáveis por bibliografias relativas à sua história que se torna-
ram comprovadamente indispensáveis.3 Um volume de ensaios comemorativos do 60º ani-
versário da UIA trata de uma ampla gama de assuntos (RAYWARD, 2018). 
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 23 
Documentação: Importante linha de interesse em muitos países do mundo refere-se às 
ideias de Otlet sobre documentação e a CDU e suas implicações para mudanças na bibliote-
conomia e aquilo que em inglês se chamava library science [ciência das bibliotecas]. Otlet 
cunhou o termo ‘documentação’ já em 1903.2 A colaboração internacional para o desenvol-
vimento da Classificação Decimal Universal (CDU) começou em 1896, nos vertiginosos dias 
de otimismo e experimentação da virada do século. A CDU tornou-se parte do arsenal de 
novas tecnologias e técnicas que Otlet e seus colaboradores projetaram para a documenta-
ção, tanto como campo de estudo quanto como prática profissional. Embora a FID haja dei-
xado de existir, a CDU continua sendo amplamente utilizada na Europa e seu permanente 
desenvolvimento é administrado por um consórcio de organizações interessadas. Na Ingla-
terra, onde a CDU foi finalmente adotada pelo British Standards Institute como norma ingle-
sa, os ensaios de S. C. Bradford sobre a CDU e a história da FID foram reunidos e publicados 
postumamente em 1948 em seu livro Documentation. Constituem um ponto de referência 
inicial em inglês para os estudos sobre Otlet, junto com alguns dos trabalhos de Frits Donker 
Duyvis, que havia trabalhado com Otlet e La Fontaine na década de 1920 e foi designado 
terceiro secretário-geral da FID em 1928. Continuou como secretário-geral até sua morte 
em 1961. 
 
Décadas de 1950 e 1960: Merecem ainda ser lembrados vários apanhados históricos iniciais 
sobre a organização internacional da bibliografia e da documentação.6 Nos anos de 1950 e 
1960, nos Estados Unidos, Jesse Shera reconheceu a importância das ideias de Otlet sobre 
classificação e documentação e ajudou a mantê-las vivas. Uma importante personalidade 
francesa, que escreveu extensamente sobre classificação e recuperação da informação nos 
anos de 1950 e nos trinta anos seguintes, foi Eric de Grolier. As críticas por ele feitas à CDU e 
os relatos sobre seu desenvolvimento formaram uma plataforma para trabalhos teóricos 
posteriores que contribuíram para avanços na ciência da informação. Uma bibliografia de 
seus trabalhos foi publicada em International Classification. Em 1968, um número da revista 
da Association Belge de Documentation foi dedicado como festschrift a Otlet por ocasião de 
seu centenário de nascimento. Durante muitos anos, o cabeçalho do papel de carta usado 
pelo American Documentation Institute (fundado em 1937) e hoje American Society for In-
formation Science, levava impressa (sem dar crédito à autoria) uma definição de documen-
tação de Otlet, a qual também aparecia no cabeçalho de sua revista, American Documenta-
tion (atualmente Journal of the American Society for Information Science). 
 
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 24 
No final dos anos de 1960 e 1970 o campo de estudo e prática profissional que era designa-
do, em geral, pelo termo ‘documentação’, cunhado por Otlet, passou a ser rotulado cada 
vez mais como ‘ciência da informação’. Mas, para mim e outros que estudam as mudanças 
representadas pela evolução terminológica, as ideias de Otlet sobre tecnologia, informação 
e comunicação eram muito mais relevantes e estimulantes do que hoje. Mostrei que o Trai-
té de documentation, de Otlet, era de fato um dos primeiros grandes tratados de ciência da 
informação. (RAYWARD, 2018). 
 
Outros trabalhos das décadas de 1950 e 1960: Nos decênios posteriores à Segunda Guerra 
Mundial, relatos sobre o movimento pacifista, a Liga das Nações e sobre organização inter-
nacional fazem referência mais genérica à obra de Otlet e La Fontaine e à UIA. Dele se en-
contram também menções de passagem em outros trabalhos, como os estudos iniciais de-
dicados ao amigo de longa data de Otlet, o sociólogo e urbanista escocês Patrick Geddes. 
 
Na Bélgica longos verbetes sobre Otlet e também sobre La Fontaine foram elaborados para 
o dicionário biográfico nacional editado pela Académie Royale des Sciences, des Lettres et 
des Beaux Arts de Belgique, o que mostra um certo reconhecimento pelo menos para quem 
foi profeta em sua própria terra. Meus estudos de doutorado, baseados em pesquisas feitas 
em 1967–1968 no Mundaneum, quando estava sediado no Parc Léopold, em Bruxelas, tal-
vez tenham sido a primeira tentativa de fazer um relato abrangente sobre a vida e a obra de 
Otlet, embora deixando explícito que a vida ali se subordinava ao trabalho (RAYWARD, 
2018). 
 
A documentação nos anos de 1980 e 1990: O interesse pelas contribuições de Otlet à do-
cumentação e à história da ciência da informação tiveram continuidade nas décadas de 
1980 e 1990. Na universidade de Amsterdã, Paul Schneiders defendeu tese de doutorado 
que trata essencialmente de Otlet. Um importante acontecimento para os estudiosos de 
Otlet ocorreu na Bélgica, nos anos de 1980, quando André Canonne passou a defender a 
ideia de ressuscitar o Mundaneum como museu e arquivo que seria instalado em Liège.3 Ele 
conseguiu com que o Traité de documentation de Otlet fosse reimpresso, em 1989, em re-
conhecimento a sua importância e raridade (RAYWARD, 2018). 
 
Hipertexto e internet: Assim que a revolução da informação teve início, a obra de Otlet po-
dia ser vista em um novo tipo de contexto. Aquilo que parecera utópico, até mesmo mais 
parecido com ficção científica, em suas especulações sobre o que hoje denominamostecno-
logia da informação, começou a parecer uma previsão deste mundo novo (RAYWARD, 
2018). 
 
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Paul Otlet e Henri La Fontaine são conhecidos no Brasil 
principalmente por serem os mentores da CLASSIFICA-
ÇÃO DECIMAL UNIVERSAL, que é baseada em Dewey, 
mas tem suas tabelas auxiliares expandidas. A CDU é 
amplamente utilizada nas bibliotecas brasileiras e mun-
diais. Os advogados pioneiros da Documentação, Paul 
Otlet e Henri La Fontaine também criaram a Federação 
Internacional de Documentação (FID), em Bruxelas. 
Eles a criaram em 1895 com sede em Haia e acabou 
herdando o Instituto Internacional de Bibliografia, ten-
do sido responsável pela mudança do termo Bibliogra-
fia por Documentação. 
 
 
Os advogados visavam criar 5 repertórios com a criação da FID. São eles: 
 
 Repertório Universal de Direito 
 Repertório Universal para as Ciências Sociais 
 Repertório de Direito Comparado 
 Repertório de Estatística Comparada 
 Repertório Geral por nome de autores (seu grande projeto) 
 
 A Federação Internacional de Documentação (uma vez formalizada) publicou estatutos onde se 
estabeleciam os seguintes fins: 
 Aperfeiçoar e unificar os métodos bibliográficos e em especial a classificação. 
 Organizar a cooperação para elaborar obras e coleções como o Repertório Bibliográ-
fico Universal. 
 Estabelecer um centro internacional de coordenação. 
 Permitir aos intelectuais utilizarem as coleções por meio de cópias e resumos. 
 Multiplicar os serviços bibliográficos e documentários em todos os países. 
 
 
 
Figura 1 Paul Otlet e sua equipe. 
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Podemos dizer que muito antes do Traité de Documentation, Otlet já havia apresentado seu 
conceito de documento. Isto porque em 1908, o Instituto Internacional de Bibliografia- IIB6 que, jun-
tamente com Henri La Fontaine, havia ajudado a criar, definiu documento como: 
 
 [...] tudo aquilo que representa ou expressa, por meio de sinais gráficos (escrita, 
pintura, diagramas, mapas, imagens, símbolos) um objeto, um feito, uma ideia, 
ou uma impressão. Textos impressos (livros, revistas, jornais) hoje constituem a 
mais numerosa categoria deles. (CLEVELAND apud RONDINELLI, 2011) 
 
 O objetivo da Federação Internacional de Documentação era promover a investigação e o de-
senvolvimento da documentação internacional. Isto compreende organizar, ordenar, registrar e di-
fundir a informação em qualquer suporte e em qualquer âmbito científico. 
 
 
 
 
Fizemos uma revisão básica dos conhecimentos necessários para resolver questões sobre 
a documentação geral em concursos públicos de biblio organizados pela banca CESPE. 
 
A dica que damos é prestar atenção em datas e movimentos da documentação, e princi-
palmente, na relação entre biblioteconomia, documentação e ciência da informação. 
 
Na sequencia iremos revisar o foco da documentação jurídica de Cecília Atienza. 
 
 
 
 
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2.2. – DOCUMENTAÇÃO JURÍDICA. 
 
O direito surgiu junto com os primeiros agrupamentos humanos sob a forma de costumes, os 
quais, posteriormente, evoluíram para se tornarem normas obrigatórias. A sua evolução histórica está 
mesclada com a da sociedade como um todo, sendo, portanto, entendido como uma norma social. 
Nos seus primórdios, de forma paulatina, a sociedade foi criando regras relacionadas com a convivên-
cia dos seus membros, regulando a convivência entre pessoas e os componentes de seus grupos. (CU-
NHA, 2010). 
 
A ciência romana observou a necessidade de classificar o direito como forma de diferenciar os 
seus vários ramos de atuação. Passos e Barros (2009, p. 1) apresentam a divisão do direito, em direito 
público e privado. Pertence ao direito público interno: o direito constitucional, direito administrativo, 
direito financeiro, direito tributário, direito processual e direito penal. No direito público externo tem-
se o direito internacional público. No direito privado comum tem-se o direito civil e o direito privado 
especial que envolve o direito comercial, direito do trabalho e direito internacional privado. 
 
Passos e Barros (2009) explicam que a informação jurídica pode ser gerada, registrada e recu-
perada, em três formas distintas: 
 Analítica (por meio da doutrina); 
 Normativa (pela legislação) e 
 Interpretativa (com o emprego da jurisprudência). 
 
A documentação jurídica é entendida por Atienza (1979) como sendo: 
 
“a reunião, análise e indexação da doutrina, da legislação (leis, decretos, decre-
tos-leis, atos, resoluções, portarias, projetos de leis ou de decretos legislativos 
ou de resoluções legislativas, ordens internas, circulares, reposições de motivos, 
etc.) da jurisprudência (acórdãos, pareceres, recursos, decisões, etc.) e de todos 
os documentos oficiais relativos a atos normativos ou administrativos”. 
 
Cada uma das fontes do Direito produz, de forma peculiar, informação. E para que esta infor-
mação possa ser comunicada, é necessária sua materialização em um documento. 
 
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Para Nascimento e Guimarães (2004, p.33), por documento jurídico entende-se o “conjunto de 
espécies documentais geradas pelo e/ou para o Direito”, que “diz respeito às relações jurídicas existen-
tes entre os indivíduos ou destes para com o Estado e vice-versa”. A documentação jurídica é comu-
mente dividida em três categorias: Legislação, Jurisprudência e Doutrina (TORRES; ALMEIDA, 2013). 
 
Legislação. 
 
As Leis exercem papel primordial, pois, segundo Mendes & Foster Júnior (p. 77-78), tornam 
possível o exercício da Constituição, criando os fundamentos da justiça e segurança que assegurem um 
desenvolvimento social harmônico, e desempenhando as funções de: 
 Integração, ao “compensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da vontade 
do Estado”; 
 Planificação, sendo “o instrumento básico de organização, definição e distribuição de compe-
tências”; 
 Proteção “contra o arbítrio, ao vincular os próprios órgãos do Estado”; 
 Regulação, “ao direcionar condutas mediante modelos”; 
 Inovação “na ordem jurídica e no plano social”. 
 
Segundo Passos e Barros (2009), legislação é o conjunto de leis de um Estado, entendimento 
pelas leis de acordo com a finalidade, regras sociais obrigatórias, impostas por uma autoridade públi-
ca, de forma permanente e que são sancionadas pela força. 
 
A legislação, também denominada conjunto de leis, refere-se à reunião de atos normativos 
emanados de autoridade competente. Esses atos são de diversos tipos e possuem uma hierarquia. A 
seguir são mencionados e definidos os mais utilizados, segundo Cunha (2010). 
 
 Constituição: a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém as normas respeitantes à 
formação dos poderes públicos, forma de governo, distribuição de competências, direitos e de-
veres dos cidadãos. Sinônimo de carta constitucional, carta magna, lei maior. 
 Código: coleção de leis; conjunto metódico e sistemático de disposições legais relativas a um 
assunto ou a um ramo do direito. Sinônimo de regras e preceitos. 
 Decreto: ato administrativoda competência exclusiva do chefe do poder executivo destinado a 
prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de modo expresso ou implícito 
na lei. 
 Decreto legislativo: ato destinado a regular matérias de competência exclusiva do Congresso 
Nacional que tenha efeitos externos a ele. 
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 Decreto-lei: ato que chefe do poder executivo expede, com força de lei, por absorver, anor-
malmente, as funções próprias do legislativo. Essa norma legal vigorou antes da Constituição 
Federal de 1988. 
 Edital: ato escrito oficial em que há determinação, aviso, postura, citação, etc., e que se afixa 
em lugares públicos ou se anuncia na imprensa, para conhecimento geral, ou de alguns interes-
sados, ou, ainda, de pessoa determinada cujo destino se ignora. 
 Emenda constitucional: é uma modificação no texto da Constituição que deve ser aprovada pe-
la Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em votação nominal, por três quintos dos vo-
tos dos membros de cada casa legislativa. Estão autorizadas no art. 60 da Constituição, e são a 
forma legítima e secundária de alterar as disposições constitucionais vigentes. 
 Instrução normativa: ato normativo de um órgão governamental para certos ramos de ativida-
des; na área de telecomunicações, por exemplo, as instruções normativas da Agência Nacional 
de Telecomunicações (ANATEL). Ela é expedida no sentido de interpretar a lei. 
 Lei: regra geral e permanente a que todos estão submetidos. 
 Lei complementar: tipo de lei que ostenta a rigidez dos preceitos constitucionais, e tampouco 
comporta a revogação por força de qualquer lei ordinária superveniente; busca resguardar cer-
tas matérias de caráter para constitucional contra mudanças céleres ou apressadas, sem lhes 
imprimir uma rigidez exagerada, que dificultaria sua modificação. 
 Lei delegada: ato normativo editado pelo presidente da República em virtude de autorização do 
poder legislativo, expedida mediante resolução e dentro do limites nela traçados. 
 Lei ordinária: ato normativo ativo primário que contém, em regra, normas gerais e abstratas. 
 Medida provisória: ato normativo com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da 
República em caso de relevância e urgência. 
 Portaria: documento emitido por autoridade administrativa contendo ordens e instruções so-
bre aplicação de leis, decretos ou recomendações. 
Observem os conceitos de cada um e suas características, segundo Passos (2004): 
CONSTITUIÇÃO: o primeiro na hierarquia, dispõe sobre a organização política, institui os 
poderes públicos, regula as suas funções e delineia os direitos e deveres essenciais dos ci-
dadãos de uma nação soberana. Nenhuma Lei pode contrariar, revogar ou modificar qual-
quer disposição da Constituição. Há, porém, normais constitucionais cuja aplicabilidade ou 
exequibilidade exigem regulamentação. Essa regulamentação expressa-se através de leis 
orgânicas ou de leis ordinárias. 
 
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EMENDAS CONSTITUCIONAIS em sentido lato, têm o conceito de correção de defeito, de 
erro, de alteração do texto original, para melhor atender a uma situação criada. As Emen-
das Constitucionais são textos que alteram, parcialmente, disposições da Constituição vi-
gente, a fim de torná-la mais viável, ou de incorporar-lhe disposições apropriadas ao desen-
volvimento técnico e social da Nação. (...) todas as regras constitucionais são susceptíveis 
de serem emendadas. 
 
Lei Complementar, são espécies de leis ordinárias tendo valor infraconstitucional, destina-
se a completar os dispositivos não executórios da constituição. 
 
 
Lei Delegada: a elaboração dessas leis implica a delegação de poderes, atribuída pelo Con-
gresso Nacional ao presidente da República ou a comissão especial do próprio Parlamento. 
 
Lei Ordinária, é assim denominada no processo legislativo (arts. 59, III e 61 caput, da CF) 
para distingui-la da lei complementar ou delegada, já que na prática, é denominada sim-
plesmente lei. É votada mediante processo ordinário. 
 
MEDIDAS PROVISÓRIAS: É uma medida baixada pelo Presidente da República, com força de 
lei, porém diferente da Lei Delegada. A medida provisória é a sucessora velada do velho de-
creto-lei, previsto nos arts. 46, V, e 55, da Constituição de 1967, ora revogada. 
 
DECRETO: Ato administrativo emanado do Poder Executivo, com fim de regulamentar a lei 
propriamente dita, ou de ensejar, a tal Poder, a realização dos atos inerentes à sua compe-
tência. O decreto pode ser autônomo ou regulamentar. 
 
DECRETO LEGISLATIVO: Visa a regular matérias do Congresso Nacional no âmbito adminis-
trativo. O decreto legislativo é ato de natureza administrativa que traduz deliberação do 
Congresso Nacional sobre matéria de sua competência. O projeto de lei definitivamente 
aprovado no âmbito do Legislativo constitui um decreto legislativo, que somente transfor-
mar-se-á em lei se for sancionado pelo Presidente da República. 
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DECRETO RESERVADO: Há assuntos, especialmente na área militar, que devem ser regula-
dos pelo Poder Executivo, mas que não devem ser divulgados, por motivos de segurança 
nacional. 
 
DECRETO SEM NÚMERO: Atos do Poder Executivo, de caráter administrativo, mas interes-
sando apenas a um indivíduo ou grupo de indivíduos, como nomeações, designações, pro-
moções, exonerações, aposentadoria e reformas de funcionários, ministros ou secretários, 
embaixadores, delegados e militares; concessões de naturalização de perda de nacionalida-
de ou de direitos políticos e outros semelhantes. São sempre mencionados, quando no âm-
bito Federal, como “Decreto do Presidente da República”. 
 
RESOLUÇÃO: É assim que, geralmente, é empregado no sentido de extinção ou de revoga-
ção, quando se refere aos direitos ou obrigações. É resolução o desaparecimento, a resci-
são, a anulação ou o rompimento do que era feito ou ajustado. 
 
PORTARIA: Ato administrativo que consistente na determinação de providência para o bom 
andamento do serviço público. 
 
CÓDIGO: Na terminologia jurídica significa coleção de leis. E assim, é denominação que se 
dá a todo conjunto de leis compostas pela autoridade competente, normalmente pelo Po-
der Legislativo, enfaixadas num só corpo e destinadas a reger a matéria, que faz parte, ou 
que é objeto de um ramo de direito. 
 
CONSOLIDAÇÃO: Consolidar, tornar firme, fortificar. Reelaboração de material legislativo 
preexistente, dotado de nova redação e de unificação num só diploma legislativo. 
 
 
 
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ESTATUTO: Significa estabelecer, constituir, fundar, em sentido amplo, entende-se a lei ou 
regulamento, em que se fixam os princípios institucionais ou orgânicos de uma coletividade 
ou corporação pública ou particular. 
 
REGULAMENTO: O regulamento, revela-se o ato emanado do poder executivo com o obje-
tivo de ampliar ou estabelecer as medidas e providências indispensáveis ao cumprimento 
da lei. Pode designar também o conjunto de regras, de caráter legislativo, instituído pelo 
poder executivo. 
 
REGIMENTO: É juridicamente tomado na acepção deordenação ou conjunto de regras que 
se dispõe como regime de alguma coisa, notadamente sobre o desempenho de cargos ou 
ofícios. 
 
ORDEM DE SERVIÇO: Ato administrativo de efeito interno representada por determinações 
especiais destinadas a regular procedimentos para a execução de serviços ou tarefas. 
 
CIRCULAR: Ato administrativo de caráter geral, uniforme, endereçado a todos os órgãos 
que tenham a mesma condição, a mesma função e que pertençam à mesma categoria, ten-
do caráter obrigatório somente para com os subordinados a uma autoridade e nenhuma in-
fluência exercem sobre os tribunais. 
 
DESPACHO: São atos de ordenação de processos, não têm carga decisória, não são objeto 
de recurso. Em sentido amplo, a decisão de autoridade judiciária ou administrativa compe-
tente, a respeito de ato ou fato que lhes sejam trazidos ao conhecimento. 
 
DELIBERAÇÃO: é aplicado e, para indicar toda resolução ou decisão, tomada por uma pes-
soa ou por uma assembleia, mediante prévia discussão e exame da matéria, assim submeti-
da a esse veredicto. 
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Jurisprudência. 
 
Em sentido amplo, é o conjunto de decisões proferidas pelos tribunais nos casos concretos sob 
sua responsabilidade; em sentido restrito, refere-se à decisão dos tribunais sobre um determinado 
ponto de direito. (CUNHA, 2010) 
 
Segundo Passos e Bastos (2009), jurisprudência é o modo pelo qual os tribunais interpretam e 
aplicam as leis. (SILVA, 1999, apud PASSOS, 2004). As obras de jurisprudência são imprescindíveis para 
uma biblioteca jurídica, pois é através destas que os usuários fundamentam seus pareceres e pesqui-
sas. 
 
Os tipos mais comuns de jurisprudência são: 
 Acórdão: decisão do tribunal; peça escrita com o resultado de julgamento proferido por um co-
legiado (grupo de juízes ou ministros). Compõe-se de relatório (exposição geral sobre o assun-
to), boto (fundamentação da decisão tomada) e dispositivo ( a decisão propriamente dita). Nos 
casos de dissídios coletivos, os acórdãos são também chamados de sentença normativa. 
 Decisão monocrática: decisão final em um processo, tomada por um juiz ou, no caso do Supre-
mo Tribunal Federal (STF), por um ministro. No STF, podem ser decididos monocraticamente 
pedidos ou recursos manifestamente intempestivos, incabíveis ou improcedentes, ou que con-
trariem a jurisprudência predominante no tribunal ou, ainda, em que for evidente sua incompe-
tência. 
 Sentença: decisão proferida por um juiz num processo. Na Justiça do Trabalho, existe, porém, a 
figura da sentença normativa, que não é proferida por juiz singular e, sim, por um colegiado, 
nos casos de dissídio coletivo. 
 Súmula: resumo da orientação jurisprudencial de um tribunal para casos análogos. 
 Súmula vinculante: súmula aprovada pelo Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provoca-
ção, mediante decisão de dois terços dos seus membros, depois de reiteradas decisões sobre 
matéria constitucional, que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculan-
te em relação aos demais órgãos do poder judiciário e à administração pública direta e indireta, 
nas esferas federal, estadual e municipal. Também poderá ser revisada ou cancelada pela su-
prema corte, na forma estabelecida em lei. 
 
 
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Doutrina. 
 
A produção documental na área de doutrina é registrada em livros, antigos de periódicos, tex-
tos diversos (impressos ou disponíveis na internet), vídeos e outras formas de registro do conhecimen-
to. Essa produção pode ser buscada nas bibliotecas, nas livrarias e na internet. (CUNHA, 2010) 
 
A informação jurídica talvez seja uma das maiores produtoras de documentos no Brasil. Esse 
volume de produção é motivado pelo número de advogados brasileiros, pela quantidade de cursos 
jurídicos e também pela rápida obsolescência desse tipo de informação. Por exemplo, após a publica-
ção, em 1988, da nova Constituição, as obras de direito tiveram que se adaptar a esse novo diploma. A 
mesma coisa ocorre quando os códigos sofrem alterações. Assim, é comum o lançamento de nova edi-
ção de uma obra jurídica em pequenos intervalos de tempo. Portanto, é uma área que exige do biblio-
tecário uma constante atualização. (CUNHA, 2010) 
 
Segundo Passos e Bastos (2009), doutrina é o conjunto de princípios expostos nos livros de di-
reito, em que se firmam teorias ou se fazem interpretações sobre ciência jurídica. (PLÁCIDO ; SILVA, 
1999, apud PASSOS, 2004). (...) além de constituir espaço para análise, reflexão, e discussão da legisla-
ção e da jurisprudência, apontando suas virtudes e imperfeições, tem também por objetivo facilitar a 
compreensão dos textos e documentos legais, servindo como embasamento teórico para a própria 
atuação jurídico-legislativa. Se revela por meio de documentos como livros, artigos de pesquisas, te-
ses, etc. 
 
No contexto da Doutrina, a, além de livros e artigos, há uma tipologia documental que merece ser 
destacada, esta tipologia é o parecer jurídico. O parecer é utilizado pelos advogados quando ingressam 
com algum recurso e precisam sustentar a tese que pretendem defender em juízo. Quanto a estrutu-
ra, o parecer possui as seguintes partes: 
 
 Consulta: onde o parecerista diz o que os advogados X e Y solicitam sua opinião sobre determi-
nada questão jurídica. 
 Antecedentes ou Histórico: o parecerista faz um breve relato dos fatos ocorridos. 
 Quesitos ou Parecer: apresentam-se as perguntas para as quais os consulentes buscam respos-
tas; para cada pergunta segue a resposta do parecerista, que usa os artefatos da doutrina, legis-
lação e jurisprudência para responder às perguntas do consulente. 
 Conclusão ou Respostas: apresenta sucintamente cada resposta dada. Após a conclusão há a 
data e o nome do parecerista. 
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TRÊS PODERES 
 
Observem os conceitos dos termos de direito, segundo Passos (2004): 
 
Nos regimes democráticos, três poderes apresentam-se bem definidos e atuantes: o 
Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Ao Poder Executivo compete 
exercer o comando da nação, conforme aos limites estabelecidos pela Constituição ou 
Carta Magna do país. O Poder Judiciário tem a incumbência de aplicar a lei em casos 
concretos, para assegurar a justiça e a realização dos direitos individuais e coletivos no 
processo das relações sociais, além de velar pelo respeito e cumprimento do ordena-
mento constitucional. Quanto ao Poder Legislativo, a ele compete produzir e manter o 
sistema normativo, ou seja, o conjunto de leis que asseguram a soberania da justiça pa-
ra todos - cidadãos, instituições públicas e empresas privadas. 
 
 
24. (MIN.SAUDE/CESPE/2013) A documentação em sentido amplo trata não somente das 
três idades dos documentos - corrente, intermediária e permanente - mas também dos 
instrumentos de gestão documental. 
 
COMENTÁRIO: A banca quis confundir o candidato misturando as características de documentos em 
geral com documentos arquivísticos, pois os documentos classificados como correntes, intermediários e 
perma-nentes lembram características de documentos de Arquivo. 
Questão ERRADA. 
 
(...) teoria das três idades é representada pelas três fases do arquivamento por 
que passam os documentos em traslado por ARQUIVOS corrente, intermediário

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