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Laminite em Equinos - Tratamentos

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INSTITUTO ENSINAR BRASIL
CENTRO UNIVERSITÁRIO DOCTUM DE TEÓFILO OTONI
BÁRBARA OLIVEIRA GAZZINELLI
IANNE RODRIGUES CORDEIRO
JULIANA NUNES RAMOS VAZ
NODIER BREDOFF SANTOS
PÂMELA ALVES MARIANO
ROBERTA FERREIRA CORDEIRO GALVÃO
LAMINITE EM EQUINOS: TRATAMENTOS
TEÓFILO OTONI
2022
INSTITUTO ENSINAR BRASIL
CENTRO UNIVERSITÁRIO DOCTUM DE TEÓFILO OTONI
BÁRBARA OLIVEIRA GAZZINELLI
IANNE RODRIGUES CORDEIRO
JULIANA NUNES RAMOS VAZ
NODIER BREDOFF SANTOS
PÂMELA ALVES MARIANO
ROBERTA FERREIRA CORDEIRO GALVÃO
LAMINITE EM EQUINOS: TRATAMENTOS
Trabalho apresentado à disciplina de Clínica Médica de Animais de Produção II do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni.
 Prof. Thiago Figueiredo Sousa 
TEÓFILO OTONI
2022
SUMÁRIO
ÁGUA GELADA EM DUCHA OU PEDILÚVIO	3
ANTIBIOTICOTERAPIA	4
FLUNIXIN MEGLUMINE	5
FENILBUTAZONA	6
DIMETILSULFÓXIDO	6
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO	7
ACEPROMAZINA	7
HEPARINA	8
PENTOXIFILINA	9
ÓLEO TRINITRATO GLICERIL	9
ISOXSUPRINE	10
TRATAMENTO CIRÚRGICO	11
NEURECTOMIA	11
TENOTOMIA DO TENDÃO FLEXOR DIGITAL PROFUNDO	11
REFERÊNCIAS	13
ÁGUA GELADA EM DUCHA OU PEDILÚVIO
A utilização de água gelada ou pedilúvio é um tipo de tratamento optado de forma preventiva na fase de desenvolvimento da laminite ou em quadros de laminite aguda em equinos. O objetivo dessa escolha se dá pelo fato de que a temperatura reduzida irá diminuir a atividade inflamatória na região afetada, além de inibir a expressão das metaloproteinases pela redução do metabolismo celular (VAN EPS et al., 2014; VAN EPS e POLLITT, 2004 apud JACOBSEN, 2019). Nas literaturas em geral, esse tipo de tratamento é denominado como uma técnica de crioterapia. 
De acordo com Thomassian (2005) o uso de duchas frias ou pedilúvios são feitos com água com gelo até a altura da articulação metacarpofalângica, com o auxílio de bolsas térmicas, por exemplo, 3 vezes ao dia, durante pelo menos 15 minutos cada aplicação. O mesmo autor vem a ressaltar que tal tratamento apresenta a função de bloquear a causa desencadeante da laminite e descongestionar o sistema laminar de sustentação do casco. Dessa forma, a perfusão da microcirculação da região afetada seria melhorada e, consequentemente, haveria uma sustentação do estado geral do animal, permitindo o seu bem-estar. 
Apesar de os mecanismos de ação do frio serem complexos e pouco entendidos, de um modo geral, o que se sabe é que a terapia com gelo possui três efeitos principais: analgesia, hipometabolismo tecidual e resposta vascular (FARINELLI, 2010). Dentre esses, o hipometabolismo tecidual se destaca na limitação da gravidade das lesões associadas a laminite, reduzindo as lesões celulares oriundas de períodos de isquemia, protegendo os tecidos laminares, devido a uma queda na necessidade em oxigênio, glicose e demais metabólitos dos tecidos submetidos a ação do frio. A queda da atividade metabólica enzimática ocorre em aproximadamente 50% a partir da redução da temperatura no casco em até 10 graus, como também a atividade das colagenases e de citocinas inflamatórias diminui significantemente em baixas temperaturas (POLLITT, 2007 apud DÁLIA NETO, 2014).
Todavia, é mencionado por Ferreira (2008) que o aspecto mais desafiante do uso da água gelada em duchas ou pedilúvio na clínica, seria a identificação dos casos que irão desenvolver laminite e consequentemente decidir quando iniciar e quando parar a crioterapia. Sendo assim, a escolha do período do seu uso é muito importante, devendo esse ser contínuo e conduzido primariamente durante a fase de desenvolvimento da laminite, antes do início do dano lamelar. Caso contrário, a vasodilatação e a hiperemia de rebote poderiam ocorrer quando os cascos fossem removidos da terapia fria (REED; BAYLY; SELLON, 2004).
Esses autores ainda ressaltam que caso a terapia fria seja instituída no momento em que o dano lamelar já ocorreu, o bloqueio da liberação de substâncias citotóxicas seria muito tarde, além disso, o restabelecimento do fluxo na região afetada seria importante para o fornecimento de oxigênio e nutrientes aos tecidos e para remover potenciais substâncias citotóxicas e resíduos celulares. Por esse motivo, deve-se ter cautela na utilização da vasoconstrição digital induzida pelo frio em contraste com o período do curso da doença, para que essa não seja exacerbada. 
ANTIBIOTICOTERAPIA 
Não existe um protocolo específico para a utilização de antibióticos, quando se pensa em laminite crônica, mas estes podem ser utilizados naqueles animais que apresentam cavitação entre o casco e a falange e cuja linha branca, ou sola estejam enfraquecidas, com predisposição às infecções (PARKS, 2003 apud REIS, 2014). Conforme Radostits et al. (2002 apud KAISER, 2015), o uso de antibióticos em casos de laminite é indicado na prevenção de infecção secundária das lâminas degeneradas. Essa indicação é ressaltada por Thomassian (2005), ao dizer que caso haja o desenvolvimento de pododermatite séptica difusa, por causa da perfuração da sola ou descolamento da coroa do casco, seria fundamental a instituição de drenagem do pus, antibioticoterapia sistêmica e local, e pedilúvios com antissépticos. 
A antibioticoterapia de escolha geralmente dura de 10 a 20 dias, mas a sua continuidade pode ser justificada em caso de osteomielite falangeana. (REIS, 2014). No que se diz respeito a perfusão intravenosa do membro com antibióticos, esta é muito estudada para o tratamento de doenças musculoesqueléticas, mas pode ser de pouca utilidade em casos de laminite crônica, pelo fato de que a vascularização dos tecidos está diminuída (PARKS, 2003 apud REIS, 2014) na região afetada pela lesão. 
Dentre os antibióticos e protocolos existentes, a associação entre gentamicina e penicilina é optada devido ao sinergismo obtido, importante principalmente em casos de infecções graves. As penicilinas vão apresentar um sinergismo com aminoglicosídeos, os quais incluem a gentamicina, agindo contra bactérias gram negativas e anaeróbias. Ou seja, haverá uma ruptura da parede da célula bacteriana pelo antibiótico beta-lactâmico (penicilina) que permitirá maior absorção do aminoglicosídeo (gentamicina), resultando assim em efeito sinérgico bactericida (MELO et al., 2021), sem resistência antimicrobiana significativa. 
Outro adendo está no fato de que a gentamicina é indicada para o controle das bactérias gram-negativas associado à penicilina como antimicrobiano de amplo espectro para o combate da classe gram-positivas anaeróbicas (ARROYO et al., 2017 apud JACOBSEN, 2019), resultando assim em uma cobertura antimicrobiana de amplo espectro. 
FLUNIXIN MEGLUMINE
O uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) no tratamento da laminite são essenciais para a redução da dor, edema e da inflamação nos cascos. Nesse sentido, o flunixin meglumine (0,5 a 1,1mg/kg, duas vezes o dia (BID), intravenoso (IV), durante 5 a 7 dias) tem a sua função baseada na ação da inibição da ciclooxigenase, reduzindo a produção de prostaglandinas, tendo também um efeito anti-endotoxinas (BUSCH, 2009) e analgésico. Com relação a dosagem, Thomassian (2005) menciona que a dose de 0,25 mg/kg, IV, três vezes ao dia (TID) do flunixin meglumine é recomendada para atividade anti-endotoxêmica, interrompendo a produção de eicosanoides associada à endotoxemia, em casos em que a laminite é causada por um excesso na ingestão de carboidratos, com a ação de endotoxinas se constituindo na principal variável etiopatogênica. 
É mencionado pela literatura que esse anti-inflamatório também pode ser utilizado pela via oral, contudo, a via intravenosa é priorizada, pois o fármaco se tornaria menos ulcerogênico. Nesse sentido, quando o flunixin meglumine é utilizado em doses elevadas ou por longo período, tem como efeitos colaterais a gastrite e ulcerações gástricas, além disso, sua associação a corticosteroides causa uma potencialização nos efeitos ulcerogênicos desse AINE (PAPICH, 2012 apud KAISER, 2015). Outro fator de observação quanto a esse medicamento, apontado por FERREIRA (2008), estáno fato de que ele deve ser utilizado apenas em animais hidratados e sem sinais de lesão renal, devido ao possível efeito colateral de nefropatia analgésica. 
No geral, o flunixin pode então ser utilizado sozinho ou em associação à fenilbutazona em dose menor (THOMASSIAN, 2005; STASHAK, 2006; LIPPI, 2008 apud DÁLIA NETO, 2014), tanto pela ação anti-inflamatória e analgésica da fenilbutazona, quanto pelo efeito anti-endotoxinas do flunixim (BUSCH, 2009). 
FENILBUTAZONA
Dentre os AINES, o mais frequentemente utilizado para o tratamento da laminite aguda é a fenilbutazona, que tem propriedades anti-inflamatória, antipirética e analgésica. A fenilbutazona é utilizada para reduzir inflamação, edema e dor, prevenindo, desta forma, a lesão laminar progressiva (REIS, 2014). Esse fármaco, quando comparado a outros anti-inflamatórios não esteroidais, é o que apresenta os melhores resultados tanto para analgesia quanto para a ação anti-inflamatório.
Preconiza-se a administração de 4,4mg/kg PO ou IV, BID, durante 3 a 4 dias, sendo essa dosagem diminuída depois para 2,2mg/kg durante 7 a 10 dias ou tanto tempo quanto o necessário (FERREIRA, 2008). Em animais com laminite aguda, este medicamento apresenta respostas rápidas. Já em animais na fase crônica, o mesmo precisa de aproximadamente três dias para observar os efeitos do fármaco.
DIMETILSULFÓXIDO 
O dimetilsulfóxido (DMSO) possui atividade anti-inflamatória e ação antioxidante, sendo um dos medicamentos utilizados no tratamento da laminite. É utilizado no controle da dor e na redução do edema tecidual pela atividade osmótica no plasma e indução da diurese (BRUMBAUGH; LÓPEZ; SEPÚLVEDA, 1999; MOORE, 2008; BAKER JR, 2012 apud CARVALHO, 2019).
Segundo Souza (2007 apud BUSCH, 2009), por ser um fármaco que sequestra radicais hidroxilas e diminuí os edemas, o DMSO é consequentemente empregado para contrapor as sequelas da injúria de isquemia e a reperfusão nos processos gastrintestinais.
Esse fármaco deve ser administrado na dose 0,1-1g/kg diluído em solução salina, a 20 % IV lento BID ou TID. Geralmente, é ministrado por 2 a 3 dias. Entretanto, não há estudos que comprovem a eficácia do uso do DMSO no tratamento das laminites agudas. Certos autores preferem fazer aplicação tópica de dimetilsulfóxido nas bandas coronárias (STOKES et al., 2004 apud REIS, 2014).
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
A ocorrência de microtrombos tem sido demonstrada na circulação laminar de equinos durante a laminite, por esse motivo pode-se utilizar ácido acetilsalicílico para prevenção ou mesmo como agente trombolítico. O ácido acetilsalicílico inibe irreversivelmente a ciclooxigenase plaquetária e, por conseguinte, a produção de tromboxana, o que deve diminuir a agregação plaquetária e a vasoconstrição (EADES et al., 2002 apud AZEVEDO NETO, 2019).
De acordo com Eades et al. (2002 apud SOUZA, 2007), o ácido acetilsalicílico é administrado, na maioria das vezes, na dose de 10 a 20 mg/kg PO a cada 48 horas.
ACEPROMAZINA
A acepromazina foi relatada no tratamento da laminite por ter efetividade em aumentar o fluxo sanguíneo no dígito equino por um curto período quando administrada na via intramuscular (BELKNAP, 2010), podendo então ser utilizada nos estádios de desenvolvimento (prodrômico) e subclínico da laminite, na tentativa de melhor irrigar as lâminas do casco (BELKNAP, 2010 apud CARVALHO, 2019).
De acordo com Mendes (2021), a administração de fármacos que aumentem o fluxo sanguíneo do tecido, como a acepromazina, por exemplo, agirá no aumento da vasodilatação, pois é um antagonista alfa-1. Desta maneira, AINES, como o ácido acetil salicílico e a acepromazina, terão efeito no tecido laminar através deste mecanismo. 
Ou seja, terapia para a restauração do fluxo sanguíneo do casco, consiste no uso de fármacos vasodilatadores ou anti-hipertensivos (STASHAK, 2017 apud BEN; PEREIRA; DA CRUZ, 2019), sendo a acepromazina (Acepran 1%®) e o ácido acetilsalicílico (Agespirin®) os fármacos de escolha para melhorar a perfusão sanguínea na extremidade distal dos membros dos equinos (BROWN; BERTONE, 2005 apud BEN; PEREIRA; DA CRUZ, 2019). 
Agentes bloqueadores alfa-adrenérgicos como a acepromazina são indicados na dosagem de 0,01 a 0,05 mg/kg, intramuscular (IM), por sua ação vasodilatadora periférica. Ressalta-se que a literatura cita como benéficos o uso de anticoagulantes ou antitrombóticos por evitar a formação de microtrombos no interior do casco (OLIVEIRA; BORGES, 2019).
HEPARINA
 A heparina é um anticoagulante IV e subcutâneo (SC) ditado para casos de distúrbios de coagulação. Sua administração em equinos com laminite pode ocorrer tanto de modo profilático quanto terapêutico. Conforme Smith (2006 apud KAISER, 2015), o uso desse fármaco antes da instalação da claudicação (40 a 100UI/Kg, SC, 2 a 3 vezes ao dia) pode ser optado como uma forma de prevenir a laminite por diminuir o risco de formação de microtrombos (SMITH, 2006 apud KAISER, 2015). Ainda que muitos autores questionem a eficácia dessa administração preventiva, alegando a inexistência de qualquer evidência significativa dessa prevenção. 
Em todo caso, a ocorrência desses microtrombos tem sido demonstrada na circulação laminar de equinos durante a laminite (BUSCH, 2009). Essa característica implica no objetivo do uso da heparina de modo terapêutico, devido a sua função de provocar à microaglutinação e uma subsequente diminuição do volume eritrocitário (REED; BAYLEY; SELLON, 2004), sendo assim um agente trombolítico. Ela é aplicada por via SC em doses que variam 20.000 a 40.000 UI/450 kg de peso vivo (PV), TID. 
PENTOXIFILINA
A pentoxifilina é um fármaco vasodilatador periférico que, no tratamento para a laminite equina, visa restabelecer a circulação e melhorar a distribuição de oxigênio no casco. Dessa forma, conforme Jacobsen (2019), a função desse fármaco no tratamento dessa enfermidade se dá pela sua atuação no aumento do fluxo através da redução da viscosidade do sangue, elevação da deformação das células sanguíneas e redução da agregação plaquetária, o que propiciaria uma melhor circulação e oxigenação na região afetada no casco do animal.
Com relação a dosagem administrada em equinos, alguns autores defendem que a dose de 4,4 mg/kg, PO, TID, apresenta os efeitos esperados à laminite. Entretanto, alguns estudos determinam que essa dosagem não melhora a circulação laminar de forma significativa, nem na artéria digital palmar, em equinos hígidos (REIS, 2014). 
Por outro lado, em outro estudo, a pentoxifilina na dosagem de 8,5 mg/kg, intravenosa em intervalos de 12 horas, permitiu a redução da gravidade da claudicação em equinos com laminite induzida por sobrecarga de amido de milho (FUGLER et al., 2010 apud MACIEL, 2018). Essa dosagem também pode ser administrada por via oral. Ainda são apontadas evidências de que esse fármaco melhoraria a sensibilidade do receptor insulina, se caracterizando assim como um agente terapêutico para laminite associada a doença metabólica (BAILEY; EADES, 2016 apud MACIEL, 2018). 
ÓLEO TRINITRATO GLICERIL
A nitroglicerina, também conhecida como trinitroglicerina ou trinitrato de glicerina (GNT), é um medicamento da classe dos vasodilatadores a qual possui uma ação anti-anginosa, atuando através da formação de óxido nítrico e induzindo desse modo a vasodilatação. A sua apresentação como Trinitrato de gliceril a 2% é tida como uma pomada que apresenta como função propiciar uma boa vasodilatação digital.
A literatura aponta que a aplicação tópica de 60 mg de GTN como pomada a 2% na pele, sobre a grande vasculatura na região da articulação interfalângica proximal (quarto) de equinos, não foi eficaz em aumentar significativamente a perfusão digital (HOFF; HOOD; WAGNER, 2002). Através do seu uso foi observada uma diminuição da pressão sistêmica média depois do tratamento, o que mostra que o medicamento foi absorvido.
Os fármacos mais comumente utilizados para melhorar o fluxo sanguíneo digital são a acepromazina, isoxuprina, e aplicação tópica de gliceril trinitrato (DÁLIA NETO, 2014). Experimentalmente, os doadoresde óxido nítrico (NO), tais como o gliceril trinitrato, reduziram a claudicação e a frequência da pulsação digital em pôneis com laminite experimental, melhorando a perfusão digital (LUZ, 2009). Em outro estudo, o gliceril trinitrato foi aplicado topicamente sobre a vasculatura digital palmar de equinos sadios, sem melhorar a perfusão digital, uma vez que não houve mudanças na temperatura da superfície da muralha do casco (BUSCH, 2009). 
Além disso, como mencionado por Pollitti (2007 apud BUSCH, 2009), o uso de drogas com ação vasodilatadora parece ser contraindicado na fase de desenvolvimento da laminite. Por outro lado, tal uso depois que já houve danificação do tecido laminar, quando a cura é necessária, se mostra benéfico.
ISOXSUPRINE
O isoxsuprine é um antagonista dos β-adrenorrecetores, apresentando propriedades agonistas que provocam vasodilatação (SERRAO, 2015). O seu uso irá propiciar a diminuição da viscosidade sanguínea e a baixa agregação plaquetária, sendo por esse motivo indicado para laminites e para a síndrome do navicular, na dosagem de 0,4mg/kg a 1,2mg/kg, BID, durante 30 dias. Esse fármaco irá produzir uma vasodilatação periférica com efeito direto na musculatura lisa, sendo bem absorvido no trato gastrintestinal e parcialmente conjugado no sangue. O início da sua ação é de uma hora após a administração oral ou 10 minutos após a injeção intravenosa (REIS, 2014). 
Quando se pensa no tratamento da laminite no equino, muito se usa a acepromazina no início e logo depois, com frequência, esta é substituída pelo isoxsuprine. No entanto, a baixa biodisponibilidade, a falta de efeitos cardiovasculares após a administração oral e o suporte superficial em ensaios clínicos, indicam que o uso de isoxsuprine para o tratamento da síndrome do navicular ou laminite é, na melhor das hipóteses, questionável (ERKERT; MACALLISTER, 2002), devido as controvérsias quanto a sua eficácia. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Conforme Reis (2014), esse tipo de tratamento é tido como uma alternativa radical, geralmente se tornando uma escolha para aqueles animais que não apresentam resposta diante aos tratamentos de suporte da falange e aos tratamentos medicamentosos. Dentre as técnicas utilizadas nesse tipo de tratamento, podem ser mencionadas a neurectomia e a tenotomia do tendão flexor digital profundo. 
NEURECTOMIA
 A técnica de neurectomia do nervo digital palmar é um procedimento cirúrgico utilizado para o alívio da dor quando os tratamentos conservativos não respondem as doenças degenerativas podais, como a laminite. Essa técnica consiste no corte e na retirada de um segmento do nervo digital palmar específico. Em equinos, a neurectomia é realizada com relativa frequência na altura da quartela, pouco abaixo da articulação do boleto (MALDONADO, 2014).
Os benefícios da neurectomia se baseiam em trazer melhora na qualidade de vida para o animal através do alívio da dor ao longo prazo, além da diminuição da claudicação causada pela laminite. Porém, a neurectomia pode causar algumas complicações, apesar de não ser tão frequente, como a formação de neuromas. O neuroma é uma má formação cicatricial do nervo seccionado, o qual permanece extremamente doloroso e necessita de nova cirurgia para a sua retirada (MALDONADO, 2014). 
TENOTOMIA DO TENDÃO FLEXOR DIGITAL PROFUNDO
A técnica de tenotomia do tendão flexor digital profundo está relacionada a desrotação da falange distal e tem sido recomendada no tratamento de equinos com laminite crônica, para auxiliar no alívio da dor em animais irresponsivos a outras formas de tratamento. O objetivo da cirurgia é remover a força exercida pelo tendão flexor digital profundo na falange distal (NASCIMENTO, 2015). A técnica pode então ser feita tanto no terço médio da quartela, quanto no terço médio do metacarpo (RIBEIRO; GARCIA; MARTINS, 2018), sendo essa última mais preconizada, podendo ser realizada com o animal em estação ou em decúbito. 
Na tenotomia na região metacarpiana média, a falange rota de tal modo que retorna ao alinhamento normal com a sola e, se for realizada de maneira adequada, as paredes irão retomar as forças de apoio de um casco normal (REIS, 2014). Por sua vez, na tenotomia realizada no terço médio da quartela, é recomendado que o equino tenha uma anestesia geral e após a sua realização há a necessidade de uma ferradura com extensão dos talões, por cerca de oito a doze semanas (REIS, 2014). 
Existem vantagens e desvantagens inerentes a cada técnica, efeitos imediatos e às vezes indesejados, como a hiperextensão da articulação metacarpo-falangena e luxação da interfalangeana distal, sendo produzidos pela secção radical do tendão (HUNT ET AL., 1991; KRAMER, 2006 apud RIBEIRO; GARCIA; MARTINS, 2018), diante das quais é preciso utilizar uma ferradura com extensão dos talões que irá permitir um apoio palmar (REIS, 2014). As complicações na zona de cicatrização do tendão incluem tumefacção, dor, fibrose e por vezes contratura do tendão (PARKS, 2003 apud FERREIRA, 2008). Para auxiliar na diminuição da tumefação e da fibrose, podem ser utilizadas ligaduras de suporte, durante aproximadamente oito semanas (PARKS, 2003 apud REIS, 2014). Nesse sentido, é importante que o animal passe por um período de repouso e tenha seu exercício controlado no período de cicatrização. 
Alguns estudos efetuados sobre os efeitos deste tipo de tratamento descrevem boas taxas de sucesso, aonde alguns cavalos voltaram inclusive a serem montados, apesar de terem tido episódios de laminite muito graves, alguns mesmo com perfuração da falange (PARKS, 2003 apud FERREIRA, 2008).
REFERÊNCIAS
AZEVEDO NETO, C. O. Estágio supervisionado obrigatório laminite equina: relato de caso. Monografia para Graduação em Medicina Veterinária. Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Mossoró – Centro de Ciências Agrárias. Mossoró – RN, 2019. 
BELKNAP, J. K. The Pharmacologic Basis for the Treatment of Developmental and Acute Laminitis. Veterinary Clinics of North America - Equine Practice, v. 26, n. 1, p. 115–124, 2010.
BEN, A. G.; PEREIRA, R. C. F.; DA CRUZ, F. S. F. Laminite aguda nos membros anteriores de uma égua da raça crioula: Relato de caso. Salão do Conhecimento, 2019. ISSN: 2318-2385.
BUSCH, L. Atualidades no tratamento da laminite em equinos. Trabalho de conclusão de curso em Medicina Veterinária. Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu. Botucatu - SP, 2009.
CARVALHO, B. V. L. Tratamento para laminite equina: uma revisão sistemática. Trabalho de conclusão de curso em Medicina Veterinária. Universidade Federal Rural da Amazônia – Instituto da Saúde e Produção Animal. Belém, 2019. 
CRUZ, I. M. P. M. T. Relatório de Estágio Curricular em Clínica de Equinos. Mestrado Integrado em Medicina Veterinária. Universidade de Évora – Escola de Ciências e Tecnologias. Évora – Portugal, 2021.
DÁLIA NETO, L. Principais afecções do pé equino - Ocorrências registradas no Hospital Veterinário – CSTR/UFCG, Patos - PB, no período de 2000-2013. Monografia em Medicina Veterinária. Universidade Federal de Campina Grande – Centro de Saúde e Tecnologia Rural. Patos - PB, 2014.
ERKERT, R. S., MACALLISTER, C. G. Isoxsuprine hydrochloride in the horse: a review. J Vet Pharmacol Ther. 2002, Apr; 25(2): 81-7. DOI: 10.1046/j.1365-2885.2002.00386.x. PMID: 12000527.
FARINELLI, F. Recursos Fisioterapêuticos em Medicina Equina (Revisão de Literatura). Monografia para Especialização em Clínica Médica de Equídeos. Universidade Federal de Minas Gerais – Escola de Medicina Veterinária. Belo Horizonte – MG, 2010. 
FERREIRA, C. R. L. V. Laminites em equinos. Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária. Universidade Técnica de Lisboa - Faculdade de Medicina Veterinária. Lisboa - Portugal, 2008.
FLUMAX: Frasco-ampola. Responsável técnico: José Abdo de Andrade Hellú. São Paulo: J.A. Saúde Animal, 2015. 1 bula de remédio (2p.). Disponível em: https://www.jasaudeanimal.com.br/uploads/produtos/bula/bula_202006101605334849690_202006101605334850370.pdf. Acesso em: 9 de maio de 2022.HOFF, T. K.; HOOD, D. M.; WAGNER, I. P. Effectiveness of glyceryl trinitrate for enhancing digital submural perfusion in horses, American Journal of Veterinary Research, 63(5), 648-652. 2002. https://avmajournals.avma.org/view/journals/ajvr/63/5/ajvr.
JACOBSEN, T. K. Relatório de estágio curricular supervisionado na área de Clínica, Cirurgia e Reprodução de Equinos. Trabalho de Conclusão de Curso para Bacharel em Medicina Veterinária. Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências Rurais. Curitibanos – SC, 2019.
KAISER, T. S. Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária. Trabalho para obtenção de grau em Medicina Veterinária. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Ijuí – RS, 2015.
LUZ, D. V. Casqueamento e ferrageamento para animais com laminite. Monografia para obtenção de graduação em Medicina Veterinária. Universidade Federal do Rio grande do Sul – Faculdade de Veterinária. Porto Alegre – RS, 2009.
MACIEL, E. Terapêutica para laminite em equinos. Trabalho para obtenção de grau em Medicina Veterinária. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Faculdade de Medicina Veterinária. Porto Alegre – RS, 2018. 
MALDONADO, A. Perguntas frequentes sobre Neurectomia.
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