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Habilidades em língua espanhola 3

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Indaial – 2019
Habilidades em língua 
espanHola iii
Prof.a Mara Gonzalez Bezerra
Prof.a Elaine Hoffmann
Prof. Carlos Rodrigo de Oliveira
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Mara Gonzalez Bezerra
Prof.a Elaine Hoffmann
Prof. Carlos Rodrigo de Oliveira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
B574h
Bezerra, Mara Gonzalez
Habilidades em língua espanhola III. / Mara Gonzalez Bezerra; 
Elaine Hoffmann; Carlos Rodrigo de Oliveira. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
207 p.; il.
ISBN 978-85-515-0363-8
1. Língua espanhola. - Brasil. I. Bezerra, Mara Gonzalez. II. 
Hoffmann, Elaine. III. Oliveira, Carlos Rodrigo de. IV. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 460
III
apresentação
Caro acadêmico, ao longo deste livro apresentamos algumas reflexões 
e contribuições para um licenciado em Letras Espanhol. A leitura e escrita em 
língua espanhola, e os diversos gêneros e suportes, assim como as tecnologias 
digitais tem o objetivo de aprimorar e acrescentar mais conhecimento sobre 
a língua, e colaborar com a prática docente na hora de organizar e priorizar 
materiais para a aula de LE. A maioria dos temas abordados são pistas que irão 
indicar caminhos para futuras pesquisas e enriquecimento do conhecimento. 
Esperamos que este material seja de bom proveito para você! 
Na Unidade 1 iremos estudar gêneros discursivos e seus suportes, 
assim como identificar atividades que requerem conhecimento digital e 
pesquisa em plataformas virtuais. Ao longo das unidades, e como reflexão, 
retomamos conceitos importantes para pensar leitura, escrita e atividades 
práticas para desenvolver habilidades próprias da língua espanhola. 
Na unidade 2, abordaremos a evolução das tecnologias e o seu lugar na 
sociedade atual. Além disso, faremos uma análise sobre a linguagem digital e o 
seu reflexo na educação e no ensino de língua espanhola. Finalizamos a unidade 
discutindo o conceito de letramento dentro dessa realidade tecnológica.
Na unidade 3 fazemos uma apresentação sobre o que são metodologias 
ativas e quais as vantagens de utilizá-las no ensino da Língua Espanhola. Na 
sequência, apresentamos como se caracterizam algumas dessas metodologias, 
como: sala de aula invertida, gamificação, brainstorming e brainwriting, bem 
como trazemos exemplos de atividades práticas com essas metodologias. 
Tratamos também sobre o ensino a partir da resolução de problemas, 
aprendizagem colaborativa, avaliação formativa e o uso de ferramentas 
tecnológicas no ensino-aprendizagem de espanhol como língua estrangeira.
Assim, a cada unidade, você saberá mais como desenvolver 
habilidades em língua espanhola e acompanha com as leituras e dicas 
durante a aprendizagem da língua, os aspectos de cunho social, cultural e 
políticos que são inerentes à uma língua estrangeira.
Desejamos também o enriquecimento social e cultural com a 
contribuição do hispanismo nas diversas áreas do conhecimento que fazem 
parte da graduação de Letras – Língua Espanhola.
Bons estudos!
Mara Gonzalez Bezerra
Elaine Hoffmann
Carlos Rodrigo de Oliveira
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA ................................................................ 1
TÓPICO 1 – A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR .................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O LEITOR E A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA ............................................................... 3
3 O PROFESSOR COMO CRÍTICO E FORMADOR DE OPINIÃO ............................................. 9
4 A PRÁTICA DA LEITURA COMO EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM ............................ 11
5 A PRÁTICA DE ENSINO DE LEITURA A PARTIR DE TEXTOS LITERÁRIOS.................... 13
5.1 PROPOSTA DE EXERCÍCIO DE COMPREENSÃO LEITORA ............................................... 15
5.1.1 Busca por Dicionário e Corpus ........................................................................................... 16
5.1.2 Busca por Verbete no Dicionário RAE ................................................................................. 17
5.1.3 Pesquisa de verbete em Corpus bilíngue e monolíngue ................................................... 18
5.1.4 Procurar por imagem em Periódicos .................................................................................. 23
5.1.5 Pesquisa de contexto social, histórico e cultural ................................................................ 24
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 29
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 30
TÓPICO 2 – A LEITURA COMO ATIVIDADE SOCIOCULTURAL ............................................ 33
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 33
2 A CONTRIBUIÇÃO DA PRAGMÁTICA NA MEDIAÇÃO DA LEITURA ............................ 33
3 A CONSTRUÇÃO DA EXPERIÊNCIA LEITORA EM LÍNGUA ESPANHOLA ..................... 37
4 A LÍNGUA ESPANHOLA E SUAS VARIAÇÕES NAS HABILIDADES 
LEITORA, ESCRITA, FALA E AUDIÇÃO ....................................................................................... 41
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 48
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 49
TÓPICO 3 – A ESCRITA NA PERSPECTIVA DOS GÊNEROS DISCURSIVOS ....................... 51
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................51
2 AS CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DISCURSIVOS EM LÍNGUA ESPANHOLA ... 51
3 A PRÁTICA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA (SD) COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO .......... 56
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 67
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 68
UNIDADE 2 – A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA NA ERA DA TECNOLOGIA ........... 71
TÓPICO 1 – TECNOLOGIA E SOCIEDADE ..................................................................................... 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 DE QUE TECNOLOGIA ESTAMOS FALANDO? ......................................................................... 73
2.1 O COMPUTADOR ........................................................................................................................... 75
2.2 A INTERNET .................................................................................................................................... 76
2.3 O CELULAR ..................................................................................................................................... 77
3 TECNOLOGIAS DIGITAIS E SOCIEDADE CAMINHAM JUNTAS ....................................... 78
4 A PRÁTICA DE LEITURA E ESCRITA NA ERA TECNOLÓGICA ........................................... 80
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 85
sumário
VIII
TÓPICO 2 – OS TEXTOS DIGITAIS .................................................................................................89
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................89
2 NOVOS GÊNEROS TEXTUAIS E FORMAS DE COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA ....89
3 A MULTIMODALIDADE DISCURSIVA ......................................................................................91
4 HIPERTEXTO ......................................................................................................................................93
5 USANDO A INTERNET A FAVOR DA APRENDIZAGEM ......................................................96
5.1 REDES SOCIAIS .............................................................................................................................97
5.2 BLOGS ............................................................................................................................................99
6 FERRAMENTAS DIGITAIS PARA LEITURA ..............................................................................100
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................102
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................103
TÓPICO 3 – LETRAMENTO: LER E COMPREENDER PARA 
ALÉM DOS TEXTOS DIGITAIS ........................................................................................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 O CONCEITO DE LETRAMENTO .................................................................................................107
3 LETRAMENTO DIGITAL .................................................................................................................110
4 O LETRAMENTO VISUAL ..............................................................................................................113
5 LETRAMENTO CRÍTICO .................................................................................................................114
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................117
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................118
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................119
UNIDADE 3 – METODOLOGIAS ATIVAS NO PROCESSO DE 
ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESPANHOLA ................................123
TÓPICO 1 – METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE E/LE ................................................125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125
2 ASPECTOS HISTÓRICOS................................................................................................................126
3 METODOLOGIAS ATIVAS: O QUE SÃO? ..................................................................................128
4 MOTIVOS PARA USAR METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE E/LE ......................132
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................137
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................138
TÓPICO 2 – ESTRATÉGIAS E METODOLOGIAS ATIVAS PARA 
O ENSINO DE E/LE .......................................................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 ENSINO HÍBRIDO.............................................................................................................................142
3 LITERATURA, LEITURA E EXPRESSÃO ORAL ATRAVÉS DO ENSINO HÍBRIDO ........146
4 SALA DE AULA INVERTIDA .........................................................................................................153
5 GAMIFICAÇÃO .................................................................................................................................159
5.1 CARACTERÍSTICAS DA GAMIFICAÇÃO ...............................................................................161
5.2 USO DO KAHOOT EM SALA DE AULA ..................................................................................162
5.3 JOGOS NARRATIVOS NO DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE ................................163
6 BRAINSTORMING E BRAINWRITING ......................................................................................164
6.1 ALGUNS CUIDADOS PARA UM BRAINSTORMING DE SUCESSO..................................166
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................171
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................172
TÓPICO 3 – PROBLEMATIZAÇÃO, APRENDIZAGEM COLABORATIVA 
E FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS .......................................................................175
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................175
IX
2 ENSINO-APRENDIZAGEM A PARTIR DA PROBLEMATIZAÇÃO E 
AVALIAÇÃO FORMATIVA .............................................................................................................176
3 APRENDIZAGEM COLABORATIVA ............................................................................................180
3.1 APRENDIZAGEM VIA WHATSAPP E SKYPE .......................................................................183
3.2 APRENDIZAGEM EM TANDEM ...............................................................................................189LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................194
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................197
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................198
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................201
X
1
UNIDADE 1
A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender a importância da mediação do professor para as escolhas de 
atividades de leitura; 
• valorizar a leitura como uma atividade social; 
• identificar os diversos gêneros discursivos e textuais e as tecnologias que 
dão suporte; 
• analisar a proposta de uma Sequência Didática – SD;
• comparar atividades que desenvolvem habilidade oral e escrita em língua 
espanhola.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E 
LEITOR
TÓPICO 2 – A LEITURA COMO ATIVIDADE SOCIOCULTURAL
TÓPICO 3 – A ESCRITA NA PERSPECTIVA DOS GÊNEROS DISCURSIVOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos a discussão sobre a compreensão da língua 
espanhola além de uma compreensão lexical ou gramatical. O convite é para 
incentivar a prática. A partir de atividades sugeridas, esperamos o aprofundamento 
de duas habilidades essenciais para o aprendiz de LE, a prática da compreensão 
leitora e oral, assim como aprimorar a escrita. Sabemos da importância de 
incentivar a prática oral, pois saber ouvir e falar exige dedicação quando se trata 
da língua estrangeira. 
O estudo não se esgota aqui e desejamos que, a partir das pistas oferecidas, você 
possa desenvolver e aprofundar suas pesquisas e habilidades em língua espanhola.
2 O LEITOR E A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA 
Neste subtópico será discutida a leitura como um fator importante para 
desenvolver em conjunto diversas habilidades na aprendizagem da língua espanhola.
O curso está desenhado, principalmente, para futuros licenciados em 
Letras, mas também abre um leque para outras profissões que a cada dia crescem 
no mercado de trabalho. Entre elas a de revisor de textos, tradutor, editor de livros 
e revistas, curadoria de produtos artísticos, entre outras opções que vão além do 
magistério para as quais a aprendizagem da língua se torna um fator essencial. 
Mas, nesta unidade, iremos destacar um ponto em comum aos profissionais 
das Letras, a importância da compreensão leitora. No ensino e aprendizagem, o 
desenvolvimento da capacidade de ler e entender os diversos gêneros textuais e 
suportes são importantes para o sucesso do letrólogo. 
Aprender lendo, além de divertido e do prazer que proporciona, 
é um excelente caminho para cada um ampliar a sua competência leitora. 
Independentemente do estágio linguístico, ou nível que a pessoa se encontre, 
sempre se agregará maior conhecimento, tanto para estudos como para o lazer. 
O leitor precisa se dar conta do protagonismo que exerce quando realiza uma 
leitura e quando seleciona um texto para sua própria leitura ou para outros. 
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
4
A leitura sempre esteve nos planos de desenvolvimento educacional 
do Ministério de Educação e Cultura do Brasil – MEC – até recentemente eram 
os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira (PCNLE) que 
orientavam os temas destinados especialmente para a escola básica. Em 2018, 
se substituem os PCN pela BNCC – a Base Nacional Curricular Comum, porém 
continua com a mesma preocupação de afirmar a necessidade da competência 
leitora como prioridade para o ensino de uma língua materna e/ou estrangeira. A 
BNCC ainda evidencia a importância de aplicar as tecnologias na aprendizagem. 
Saber usar as novas tecnologias digitais traz um resultado inovador para as aulas, 
além de envolver os estudantes. 
DICAS
Você pode conhecer a BNCC, suas orientações e as diretrizes do MEC, sobre 
a área de Linguagens e sua aprendizagem, esperadas para o Ensino Fundamental e Médio, 
em que são descritas as competências específicas e habilidades para os níveis de ensino. 
As diretrizes sobre leitura são amplas e incluem os mais diversos gêneros e estratégias 
de aprendizagem, mas perceba que a BNCC contempla como língua estrangeira apenas 
o inglês, porém a escola que desejar terá a opção de oferecer o espanhol também como 
língua estrangeira em sua grade curricular. Basta realizar o download pelo endereço: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
O aprendiz de língua estrangeira que objetiva se tornar um docente de 
língua espanhola se preocupará em desenvolver um conhecimento teórico e 
ao mesmo tempo prático sobre aquisição de língua e, neste caso, desenvolver 
competência leitora em níveis mais avançados.
A BNCC ratifica e complementa os PCNEM de 1999 (Parâmetros 
Curriculares Nacionais do Ensino Médio) sobre o que importa na aprendizagem 
do aluno a respeito da língua estrangeira:
O caráter prático do ensino da língua estrangeira permite a produção 
de informação e o acesso a ela, o fazer e o buscar autônomos, o 
diálogo e a partilha com semelhantes e diferentes. Para isso, o foco do 
aprendizado deve centrar-se na função comunicativa por excelência, 
visando prioritariamente a leitura e a compreensão de textos verbais 
orais e escritos – portanto, a comunicação em diferentes situações da 
vida cotidiana (BRASIL, 1999, p. 93).
Ao utilizar um texto em língua estrangeira apenas como pretexto para 
conhecimento gramatical, especialmente as categorias morfológicas, se despreza 
as muitas oportunidades de ampliar para o estudante o conhecimento em outras 
áreas de saberes. 
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
5
DICAS
Leia as diretrizes sobre Língua Estrangeira Moderna do PCNEM de 1999 
(Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio) disponível no site: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/pcn/linguagens02.pdf
Um curso de Letras, seja de qualquer língua, oferece diversas áreas de 
conhecimento, e, por conseguinte, um texto se situa nestas diversas áreas: 
• Tradução.
• Linguística.
• Literatura.
Assim, na formação docente se procura apresentar atividades que façam 
pontes entre a teoria e a prática. Isso se torna um constante desafio para o professor. 
Durante um curso de Letras se fala muito de teoria e da importância da 
prática. De forma simples, significa dizer que, o que se sabe sobre a língua, como se 
organiza e como se utiliza o conhecimento alcançado, adquire um distanciamento 
relevante do que se aprende teoricamente. 
FIGURA 1 – TEORIA E PRÁTICA
TEORIA PRÁTICA
FONTE: <https://demonstre.com/wp-content/uploads/2018/07/immagine_teoria-pratica1.png>. 
Acesso em: 20 mar. 2019
Assim, apresentar atividades que façam pontes entre a teoria e a prática é 
o constante desafio para o professor. 
Estimular um estudante a entender como pressupostos teóricos se 
aplicam em uma resolução de tarefa ou são relacionados ao estudo de uma língua 
estrangeira o aproxima do seu objeto de estudo e dão sentido ao que ele estuda e 
realiza como aprendiz.
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
6
Por isso, não basta saber uma regra gramatical ou ter um vasto vocabulário, 
para falar a língua estrangeira é necessário saber mais. A estrutura e vocabulário se 
adquire com uma prática assentada sobre o que aprendemos teoricamente também. 
 
Em primeiro lugar é preciso se referir àquilo que configura a prática. 
Os processos educativos são suficientemente complexos para que não 
seja fácil reconhecer todosos fatores que os definem. A estrutura da 
prática obedece a múltiplos determinantes, tem sua justificação em 
parâmetros institucionais, organizativos, tradições metodológicas, 
possibilidades reais dos professores, dos meios e condições físicas 
existentes, etc. Mas a prática é algo fluido, fugidio, difícil de limitar 
com coordenadas simples e, além do mais, complexa, já que nela se 
expressam múltiplos fatores, ideias, valores, hábitos pedagógicos etc. 
(ZABALA, 2010, p. 16).
Uma reflexão, nem sempre consciente, para a maioria das pessoas é sobre 
como se processa uma aprendizagem e como se planeja uma prática pedagógica do 
ensino de língua estrangeira. É essencial que os docentes entendam a importância 
de criar situações reais para incentivar a proficiência dos alunos em experiências 
de aprendizagem que façam sentido. 
De acordo com Gómez (1988), não existe apenas um caminho a ser 
seguido, e sim a busca casada de pesquisa e prática, com o objetivo de refletir 
sobre o processo de aprendizagem da língua estrangeira. 
O professor, ao desenvolver a reflexão sobre o fazer em sala de aula, 
adquire uma visão mais precisa sobre as atividades a serem desenvolvidas para 
a construção da aprendizagem. A reflexão também permite uma avaliação sobre 
o que foi realizado.
 
O aluno também participa do processo de reflexão ao avaliar o conjunto 
de seus estudos e seus resultados próprio e comum. 
Quando se fala em prática de uma língua, deve-se observar sob que 
perspectiva teórica, quais objetivos a ser implementados, a metodologia e os 
resultados esperados. Planejar e implementar são tarefas complexas na prática, 
por isso uma sugestão é refazer e avaliar quantas vezes seja necessário. 
Agora que você leu sobre a importância do saber fazer iremos falar de 
outro conceito importante: O que é leitura, porque definir o tema também é 
complexo e amplo, até controverso. Para estabelecer um ponto de partida comum:
Al tratar de delimitar el concepto de lectura, no hay acuerdo en una 
definición aceptada por la mayoría de los investigadores, y en la que 
se especifiquen las conductas incluidas en el término. En cualquier 
caso, a partir del análisis de un gran número de definiciones dadas 
por expertos, puede asegurarse que la comprensión de lo leído es 
una condición indispensable de la lectura. Una vez alcanzada esa 
comprensión del texto, pueden existir diferencias en los objetivos 
de la lectura: en el contexto académico, lo más frecuente es el 
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
7
aprendizaje a partir de textos, puesto que la lectura suele ir seguida 
de alguna modalidad de evaluación; fuera del ámbito escolar, tiende a 
prevalecer la lectura como diversión o como búsqueda de información 
(GONZÁLEZ FERNÁNDEZ, 2004, p. 15). 
Consideramos que um estudante de língua espanhola, a partir da leitura 
em língua materna, desenvolverá uma habilidade para compreender um texto em 
língua estrangeira, mas deverá contar também com ferramentas ao seu alcance. 
Para uma aprendizagem mais eficaz é importante a inclusão das 
tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), e que nas próximas 
unidades serão mais bem comentadas, pois hoje encontramos na sala de aula o 
nativo digital diante de um professor, muitas vezes, analógico. 
Os papéis desenvolvidos no processo de ensino-aprendizagem são 
em mão dupla, pois ao mesmo tempo que se é falante, também se escreve, se 
escuta e se lê em uma interlocução em que existe uma atividade complexa e uma 
interpretação por parte de cada interlocutor envolvido na ação. 
As tecnologias têm um papel fundamental para mediar experiências de 
aprendizagem e de ensino de aproximação para estudantes e professores.
No Brasil, a pesquisa TIC Educação, cuja última versão, referente ao 
ano de 2014, foi publicada no início de 2015, indica que 96% dos 1.770 
professores entrevistados utilizam recursos digitais para preparar 
suas aulas e para produzir atividades para os estudantes, a maioria 
por motivação própria. Porém, mais da metade desses professores 
afirma que falta preparação para a utilização das TDIC como recursos 
pedagógicos (BACICH; MORAN, 2018, s.p.)
Assim, a ideia de que se ensina à medida que se aprende, nem sempre 
acontece. Um dos motivos é porque, com as tecnologias a que o aluno digital 
tem acesso, qualquer discussão textual pode se concentrar em textos e interesses 
desconhecidos por qualquer docente. Muitos professores ainda são analógicos, salvo 
poucas exceções, e isto não deve ser causa de desânimo, mas motivação para um 
professor desenvolver pesquisas sobre novas metodologias e tecnologias de ensino. 
As pesquisas recentes têm demonstrado que os professores recém-
formados (pelas universidades, centros universitários e faculdades 
isoladas) rendem-se facilmente à cultura da escola, na maioria das vezes 
abandonando os referenciais da ciência que os formou. Supõe-se que 
isso seja consequência do fato de que os processos formativos não 
conseguem ser estruturantes dos processos cognitivos e perceptivos 
dos docentes (GHEDIN, 2015, p. 36, grifo do original).
A recomendação é perceber cada situação nova como uma oportunidade e 
não um problema. Um momento de troca de experiências entre professor e alunos. 
Vale relembrar que o texto está sujeito a inúmeras apreciações por parte de cada leitor.
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
8
Nas propostas para leitura, destacamos a importância que tem para 
o leitor o reconhecimento das características de um gênero textual, seja um de 
ficção ou não, técnico entre outros. 
Veja quantas variedades de gêneros textuais oferece um jornal: “artigos, 
editoriais, cartas de leitores, receitas, horóscopo, anúncios de vendas de carros, 
ofertas de emprego, anúncios publicitários, coluna social, anúncios fúnebres, 
reportagens etc.” (AZEREDO, 2018, p. 135). Dessa forma, a escolha pressupõe 
um fim, um objetivo de aprendizagem. 
Observe a seguir os gêneros textuais e a forma que você encontra um texto 
literário: 
• Lírico – Verso.
• Narrativa – Prosa.
• Dramático Teatro – Prosa e verso.
NOTA
Aspectos básicos de como reconhecer quais são os tipos e a estrutura do 
gênero são adquiridos principalmente com a prática leitora. Neste caso é bom 
lembrar que Marcuschi (2010, p. 31) já alerta que “quando dominamos um gênero 
textual, não dominamos uma forma linguística e sim uma forma de realizar 
linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares”. Ao 
selecionar textos de língua espanhola para aprendizes é indicado que se tenha 
alguns critérios, como:
• Público-alvo.
• Nível de aprendizagem do grupo.
• Facilidade de acesso ao texto.
• Destreza linguística e sociocultural do aprendiz.
Algumas vezes o professor, ao preparar uma atividade que exija 
habilidades de leitura, orais ou escritas, esquece da importância de adequar a 
atividade ao nível de língua em que o aprendiz está situado e acaba criando 
situações frustrantes no processo de ensino aprendizagem. 
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
9
DICAS
Leia a obra Aportes para la enseñanza de la lectura, este livro apresenta uma 
contribuição sobre o ensino da leitura para os alunos de escola básica.
É gratuito e está disponível on-line ou em pdf no endereço: https://unesdoc.unesco.org/
ark:/48223/pf0000244874
3 O PROFESSOR COMO CRÍTICO E FORMADOR DE 
OPINIÃO
Um leitor, antes de tudo, é apenas um leitor. Quando um professor realiza 
escolhas textuais, se constitui em um crítico e, de acordo com o gênero, será um 
crítico de textos literários, técnicos etc. O processo de seleção textual se dá, muitas 
vezes, sem perceber o papel desempenhado, e é realizado de forma praticamente 
inconsciente. 
A escolha de um texto pressupõe uma série de quesitos e neste momento 
o professor realiza escolhas para selecionar o que considera mais adequado. É 
importante lembrar que cada escolha é influenciada por preferências pessoais, 
de estudo ou de indicações institucionais.Invariavelmente, a escolha será entre o 
gosto pessoal e a indicação institucional de currículo. 
Uma leitura em língua estrangeira conjectura diversos níveis de 
entendimento, assim, o professor acaba se tornando o principal responsável pela 
seleção de textos que considera adequados para seu grupo. 
O que presume a escolha de um texto para uma classe:
• Conhecer o grupo a que se destina a leitura do texto selecionado.
• Conhecer os diversos gêneros textuais e selecionar o que considera adequado.
• Refletir sobre as formas de uso textual para a aula de língua estrangeira.
O quanto uma seleção de um texto está impregnada de crenças ou 
ideologias particulares é um tema que merece pesquisa e a forma como um texto 
indiferente de seu gênero impacta um receptor. Uma pesquisa em educação 
envolve uma ação com diversas abordagens, como qualitativa ou quantitativa, 
metodologias variadas e procedimentos variados. 
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
10
DICAS
Você sabe como realizar uma pesquisa? Veja dicas de pesquisa em: 
BAZZANELLA, A.; TAFNER, E. P.; SILVA, E. Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013. 
Disponível na biblioteca on-line da Uniasselvi.
Um leitor por tabela acaba exercendo um senso crítico e um exemplo são 
os textos com propagandas. Via de regra, o leitor emite um juízo sobre tal assunto 
ou produto, dessa forma percebe a ideologia que encerra um texto, reconhecendo 
todo o aparato de marketing que encerra o texto. 
A formação de leitores críticos envolve também a formação do 
consumidor cidadão, ou seja, a formação de consumidores críticos, 
capazes de reconhecer estratégias de marketing de vários tipos e em 
várias situações. 
Nossos alunos, cidadãos do século XXI, precisam ser sujeitos capazes 
de ler profundamente a publicidade e as mais diversas ações de 
marketing usadas atualmente para poderem refletir sobre o consumo 
excessivo, desnecessário, muitas vezes ostensivo e irresponsável, que 
pode ser gerado por uma aceitação não crítica de ações massivas de 
marketing. O leitor que aprende a ser crítico é capaz de gerenciar 
consciente e eficientemente (COSCARELLI, 2016, p. 13).
No caso da leitura, o professor e a professora de língua estrangeira se deparam 
com alguns questionamentos comuns diante da seleção de textos para suas aulas:
• Qual é o gênero textual e o nível de leitura mais adequado para os alunos?
• O tema a ser desenvolvido irá propiciar quais tipos de ganho linguístico e 
cultural para o grupo?
• O texto é um pretexto? Ou se constitui em parte importante do processo de 
ensino-aprendizagem?
• O texto permite uma abordagem interdisciplinar? 
• O texto funciona para mais de uma atividade?
A leitura é uma tarefa complexa não somente pela atividade cognitiva, 
mas por ser uma atividade social. Espera-se o conhecimento de textos que deverão 
ser selecionados para um grupo de alunos heterogêneos e que não recaia apenas 
no pretexto, mas em uma escolha que ofereça ao aluno o acréscimo de mais um 
conhecimento linguístico. 
[…] el docente debe manejar algunos supuestos teóricos sobre 
las estrategias que utiliza el lector en la comprensión, además 
de un entrenamiento metacognitivo, ya que es preciso que haya 
experimentado previamente estas estrategias de forma personal. Si no 
es capaz de distanciarse y analizar sus propios recursos y modos de 
acceder a la comprensión, difícilmente podrá enseñar a sus alumnos la 
forma de hacerlo (MORENO, 2003, p. 31).
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
11
A bagagem do professor deve incluir conhecimento teórico sobre os 
domínios discursivos dos gêneros textuais. O objetivo do conhecimento teórico 
é a condução de uma aula que envolve textos de leitura e os comentários 
deles. Oferecer ao aluno uma seleção variada dos gêneros textuais permite o 
reconhecimento para saber diferenciar e realizar inferências das suas leituras. O 
aluno com a prática da leitura aprende a reconhecer os gêneros de cada domínio 
discursivo. Reconhecer o que é um texto literário, ou um texto técnico, implica em 
identificar as características de cada tipo de texto como um romance, um conto, 
uma receita, uma certidão ou relatório técnico. 
São as possibilidades ou estratégias de leitura que oferecem um maior 
aproveitamento de uma aprendizagem direta para o aluno sobre o texto e suas 
particularidades, e adequado à situação de aprendizagem em que ele se encontra.
ATENCAO
Vale lembrar que os textos literários são uma fonte para ensinar como o 
mundo se modifica em pensamento, ideias, paradigmas, costumes com o passar dos 
séculos. Por exemplo: se consideramos uma obra do movimento literário Realismo, o texto 
reflete uma sociedade verosímil. Os textos técnicos também apresentam oportunidades de 
aprendizagem, porém exigem um conhecimento maior e pontual do aprendiz, por exemplo, 
uma sentença judicial por ser um gênero textual com léxicos e temas próprios se torna mais 
restrito ao entendimento de um vasto público.
4 A PRÁTICA DA LEITURA COMO EXPERIÊNCIA DE 
APRENDIZAGEM
Sabemos de antemão que a compreensão leitora é uma habilidade ou 
competência necessária para um estudante de língua espanhola. Isso não implica, 
necessariamente, que o aluno para entender um texto deva saber muitas regras e 
ter um entendimento gramatical, pois coincidimos com a colocação de Marcuschi 
(2008, p. 72) acerca de que um “texto é um evento comunicativo em que convergem 
ações linguísticas, sociais e cognitivas”. É notório que uma aprendizagem de 
língua estrangeira não funciona em partes isoladas, por categorias gramaticais, 
mas “em unidades de sentido chamadas texto, sejam elas textos orais ou escritos” 
(MARCUSCHI, 2008, p. 73). Marcuschi (2008) também cita as pesquisas de Ingedore 
Villaça Koch como uma importante contribuição nas pesquisas de Linguística Textual. 
Por sua vez, Koch (1997, p. 30) apresenta importantes considerações 
sobre a importância de diversos fatores que estão involucrados em um processo 
de escrita e leitura: 
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
12
Um texto se constitui enquanto tal no momento em que os parceiros 
de uma atividade comunicativa global, diante de uma manifestação 
linguística, pela atuação conjunta de uma complexa rede de fatores de 
ordem situacional, cognitiva, sociocultural e interacional, são capazes 
de construir para ela determinado sentido.
O próprio estudante começa a perceber o próprio sucesso da aprendizagem 
da língua estrangeira quando entende o que lê, e principalmente, quando capta 
a sutileza da língua, por exemplo, entende uma piada ou reconhece uma ironia. 
O trabalho de selecionar gêneros textuais que tenham sentido para o 
estudante e que ao mesmo tempo sejam compreendidos por ele, é uma tarefa 
extraclasse, na qual o professor investe sua própria leitura. Koch explica que 
“o sentido não está no texto, mas se constrói a partir dele” (KOCH,1997, p. 30) e 
ilustra com a metáfora do iceberg:
[...] todo texto possui apenas uma pequena superfície exposta e uma 
imensa área imersa subjacente. Para se chegar às profundezas do 
implícito e dele extrair um sentido faz-se necessário o recurso aos 
vários sistemas de conhecimento e a ativação de processos e estratégias 
cognitivas e interacionais (KOCH, 1997, p. 30).
A BNCC dispõe sobre a importância da leitura, começando com os mais 
diversos gêneros textuais na infância. Um dos objetivos de envolver as crianças 
com a literatura é porque junto à leitura se inicia a aquisição da escrita:
 
As experiências com a literatura infantil, propostas pelo educador, 
mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o 
desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e 
da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o contato com 
histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade 
com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre 
ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas 
corretas de manipulação delivros. Nesse convívio com textos escritos, 
as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, 
inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo 
letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas 
da compreensão da escrita como sistema de representação da língua 
(BRASIL, 2018, p. 44).
Perceba que a BNCC delega a responsabilidade da seleção de textos ao 
professor, já que este estaria apto para decidir qual gênero e produção será o mais 
adequado para os estudantes em suas aulas.
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
13
FIGURA 2 – IMAGEM DA APRESENTAÇÃO DA BNCC NO PORTAL DO MEC
FONTE: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 5 mar. 2019.
Base Nacional
Comum Curricular
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um 
documento de caráter normativo que define o conjunto 
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que 
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas 
e modalidades da Educação Básica.
Então, que estratégias e procedimentos deveriam ser postos em prática 
em uma aula de LE? Como oferecer textos em que o aluno perceba avanços em 
sua aprendizagem? A tarefa não se configura tão simples e exige um professor 
reflexivo, analítico de sua própria docência.
Nesta discussão é importante lembrar como as tecnologias inovadoras, ou 
as tecnologias digitais, possibilitam uma aula interativa em que a leitura seja o foco, 
em que o aluno participe ativamente da própria construção de seu conhecimento. 
DICAS
Como forma de ampliar sua leitura sobre texto digital e o papel social da leitura, 
leia a obra Cómo leemos en la sociedad digital? Lectores, booktubers y prosumidores, de 
Francisco Cruces. Disponível no seguinte endereço: 
https://www.fundaciontelefonica.com/arte_cultura/publicaciones-listado/pagina-item-
publicaciones/itempubli/601/
5 A PRÁTICA DE ENSINO DE LEITURA A PARTIR DE TEXTOS 
LITERÁRIOS
A seguir, apresentamos um exemplo de como trabalhar um texto dramático, 
gênero facilmente reconhecido pelos alunos e que gera uma experiência de leitura 
e interpretação. 
O mesmo texto, ao ser trabalhado em uma sala de aula com alunos de LE, 
além da leitura, permite atividades com variações de gênero. O mesmo texto também 
é encontrado em filme, musical, narrativa etc. o texto se torna um objeto plástico. 
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
14
É importante lembrar que um texto pode apresentar diversos gêneros 
discursivos, sejam orais ou textuais, como o roteiro de um filme, um audiolivro, 
um objeto de aprendizagem ou mesmo um HQ ou história em quadrinhos. 
Que tal ir a uma livraria e verificar o que está sendo oferecido em termos de 
literatura para as faixas etárias juvenis e infantis? As opções podem te surpreender!
NOTA
Neste sentido, o texto dramático permite diversas releituras como uma 
encenação, uma reescritura que o modifica. Em resumo, uma leitura oferece 
diversas formas de trabalho escolar e envolverá as quatro competências desde 
que seja organizada para isso. Acompanhe a proposta de atividade.
Você já leu a obra Canillita?
Foi publicada e estreada em 1903, pelo escritor, poeta e dramaturgo 
uruguaio Florencio Sánchez (1875 - 1910). 
FIGURA 3 – CAPA DE CANILLITA
FONTE: <https://kbimages1-a.akamaihd.net/2c128c5b-9e0f-4b50-8a07-
2e5bfcaeeaf0/353/569/90/False/canillita.jpg>. Acesso em: 5 mar. 2019.
Um exemplo que demonstra a necessidade de compreensão leitora e 
habilidade da língua espanhola se identifica inicialmente no título da obra, a 
palavra: Canillita.
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
15
Vamos fazer algumas perguntas iniciais e depois contextualizar Canillita:
• Aparenta ser o diminutivo da palavra canilla?
• A acepção mais comum da palavra canilla para o português é torneira? 
• Uma tradução literal de canillita seria torneirinha? 
Nesta etapa é importante você perceber que, além de ser um leitor em 
língua espanhola, você também realiza regularmente, intencionalmente ou não, 
um exercício de tradução de uma língua à outra. 
Lembre-se ainda de que traduzir um texto para língua portuguesa na 
variante brasileira implica conhecer mais do que os aspectos lexicais, mas também 
os aspectos semânticos de uma palavra, seu contexto. Não basta consultar apenas 
um dicionário, pois nem sempre dará conta do contexto. 
Você sabia que canillita era a forma popular com que era chamado o menino 
vendedor de jornal na virada do século XX, nos países hispano-falantes?
IMPORTANT
E
Apenas conhecer o significado principal da palavra não assegura 
compreensão total da leitura, é necessário ampliar a pesquisa a fim de não 
comprometer o aspecto semântico de um texto e como leitor ser induzido ao 
equívoco.
Assim, neste texto, uma primeira tradução não é torneirinha, por isso 
implica em pesquisa, conhecimentos socioculturais e em escolhas de tradução para 
que a peça conserve o propósito inicial do título que antecipa um panorama social 
da época e a realidade vivida por imigrantes e crianças vendedoras de jornais.
5.1 PROPOSTA DE EXERCÍCIO DE COMPREENSÃO LEITORA 
A seguir, apresentamos uma proposta para que você encontre, pense 
caminhos e soluções quando se trata de compreensão leitora em língua estrangeira 
a partir do texto teatral Canillita, de Florencio Sánchez, dramaturgo uruguaio, 
que contribuiu para a época de ouro do teatro rio-platense no início do século XX.
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
16
DICAS
Sobre Florencio Sánchez e sua importância nas letras hispano-americanas, 
você encontra um portal dedicado exclusivamente ao escritor e a sua obra. Aproveite para 
explorar a Biblioteca virtual Cervantes pelo site: http://www.cervantesvirtual.com/portales/
florencio_sanchez/
5.1.1 Busca por Dicionário e Corpus 
Primeiro leia o texto a seguir, em voz alta, respeitando a pontuação e 
anote as palavras que você tenha dúvida. Observe o contexto e depois procure 
no dicionário da Real Academia Espanhola (RAE) e no Corpus Linguee apenas a 
palavra canillita. Siga o caminho proposto!
QUADRO 1 – FRAGMENTO DO TEXTO CANILLITA
[...]
(CANILLITA con el grupo de muchachos avanzan jugando a la 
chantada con cobres. Tira pegando en el cobre del contrario y 
recoge ambos.)
PULGA.- ¡No juego más!... ¡Me has espiantao toda la guita!...
CANILLITA.- ¡Siás otario!... ¡Si tenés más ahí!...
PULGA.- ¡Sí, pero no quiero jugar más!...
UNO.- Campaniá el botón entonces y jugamos al siete y medio...
CANILLITA.- ¿Tenés libro?... ¡Ya está!... ¡Traé, yo doy!...
UNO.- Y ¿por qué?... ¡Síás zonzo!... ¡Doy yo!...
CANILLITA.- ¡Güeno!...
(Se sientan en el suelo formando rueda.)
(SÁNCHEZ, 1999, acto único)
FONTE: <http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/canillita--0/html/ff0c60c4-82b1-11df-
acc7-002185ce6064_2.html#I_0_>. Acesso em: 15 mar. 2019.
DICAS
O dicionário da Real Academia Espanhola (RAE) on-line para consultas está 
disponível em: www.rae.es
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
17
Você sabe o que é um Corpus? É o conjunto de dados linguísticos, a Linguística 
de Corpus é a área que estuda o tema. Na prática, um corpus apresenta uma coleta de 
dados de diversas fontes selecionadas com alguns critérios e, ao se consultar uma palavra, 
ele não devolve o resultado como um dicionário apenas. Vai além, pois amplia o contexto 
em que a palavra é utilizada. Assim, é possível desambiguar uma palavra, ter uma noção dos 
significados que ela apresenta dentro de cada contexto semântico ou sintático, o que facilita 
em muito a compreensão lexical em estudos de língua estrangeira.
IMPORTANT
E
5.1.2 Busca por Verbete no Dicionário RAE
canillita 
De canilla1. 1. m. y f. Arg., Bol., Chile, Ec., Hond., Pan., Par., Perú, R. 
Dom. y Ur. Vendedor callejero de periódicos.
canilla 
Del lat. *cannella, dim. de canna 'caña'.
1. f. Cada uno de los huesos largos de la pierna o del brazo, y especialmente 
la tibia.
2. f. Cada uno de los huesos principales del ala del ave.
3. f. espita(‖ canuto de la cuba).
4. f. En las máquinas de tejer y coser, carrete metálico en que se devana la 
seda o el hilo y que va dentro de la lanzadera.
5. f. En los tejidos, lista que suelen formar, por descuido, algunas hebras de 
distinto color o grueso.
6. f. Pierna, especialmente si es muy delgada.
7. f. coloq. Am. Mer., Cuba y Méx. espinilla (‖ parte anterior de la pierna).
8. f. Arg., Bol., Méx., Par. y Ur. grifo (‖ llave para regular el paso de los 
líquidos).
9. f. Méx. Fuerza física.
10. f. Ven. Pan de forma cilíndrica, estrecho y delgado.
canilla libre
1. f. Arg. y Par. barra libre.
dar canilla
1. loc. verb. R. Dom. caminar (‖ ir andando).
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
18
irse como una canilla, o de canilla
1. locs. verbs. coloqs. p. us. Padecer excesivo flujo de vientre.
2. locs. verbs. coloqs. p. us. Hablar sin reflexión cuanto se viene a la boca.
canilla2
De cano.
uva canilla
FONTE: <https://dle.rae.es/?id=795qMwA|797WCOd>. Acesso em: 10 mar. 2019.
No RAE, Dicionário da Real Academia, temos o termo canillita, perceba 
que apresenta a entrada canilla. 
• Note que os significados se multiplicam como substantivos, locuções e 
são apresentadas, também, as variações que a palavra apresenta em países 
hispanofalantes. 
• Na leitura é preciso perceber onde cada entrada do dicionário está mais 
adequada ao contexto.
• Você deve ter reconhecido que o sufixo “ita”, em espanhol, indica diminutivo, 
assim como “inha” em português.
5.1.3 Pesquisa de verbete em Corpus bilíngue e 
monolíngue
a) Linguee – Corpus bilíngue
Consiste em um corpus de busca de palavras bilíngue onde você pode 
procurar um termo em seu contexto. Observe que, ao procurar o término, o 
Corpus devolve o resultado pelo maior número de significados. Para entender 
melhor, à medida que estiver lendo a explicação, clique nos links e perceberá 
como funciona este sistema de corpus.
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
19
FIGURA 4 – LINGUEE – VERBETE CANILLA
FONTE: <https://www.linguee.com.br/portugues-espanhol/
search?source=espanhol&query=canilla>. Acesso em: 10 mar. 2019.
Observe que, se colocar a palavra canilla, em sua maioria aparece a acepção 
torneira.
FIGURA 5 – LINGUEE – VERBETE CANILLITA
FONTE: <https://www.linguee.com.br/portugues-espanhol/
search?source=espanhol&query=canillita>. Acesso em: 10 mar. 2019.
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
20
Ao colocar a palavra canillita aparece a acepção vendedor de jornal, 
jornaleiro etc.
ATENCAO
Corpus Linguee reúne um conjunto de dicionários on-line e ao selecionar 
um par, por exemplo, português e espanhol, você pode buscar o significado de uma palavra 
em um contexto real, pois apresenta a palavra em um texto de duas a três linhas. Desta 
forma, você consegue ver conforme os diversos contextos o significado de uma palavra. Os 
dicionários e textos publicados são traduzidos de forma bilíngue lado a lado. Um exemplo 
é quando você procura a palavra ¡Vino! em espanhol e procura o significado na língua 
portuguesa, em que pelo contexto é possível verificar o significado. Isoladamente significa 
vinho, a bebida, ou o verbo veio que é passado do verbo vir. Assim, um corpus auxilia muito o 
entendimento de uma língua estrangeira. Disponível no endereço: https://www.linguee.com.
b) Corpus monolíngue 
Outra sugestão para que você procure saber mais sobre o mesmo tema é 
a procura em Corpus monolíngues, veja o retorno no Corpus diacrônico da Real 
Academia Española (CORDE), cuja busca oferece o contexto apenas em língua 
espanhola, mas se torna mais abrangente quando a pessoa já tem um domínio 
maior da língua.
FIGURA 6 – IMAGEM DE BUSCA DA PALAVRA CANILLITA NO CORDE
FONTE: <https://bit.ly/2IxOmKT>. Acesso em: 10 mar. 2019. 
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
21
Na sequência, deve-se clicar em buscar e o Corpus irá recuperar todas as 
entradas da palavra canillita. Observe que ele aponta para a obtenção de exemplos. 
Basta clicar em recuperar.
FIGURA 7 – IMAGEM DE BUSCA DA PALAVRA CANILLITA – OBTENÇÃO DE EXEMPLOS
FONTE: <https://bit.ly/1f47ho9>. Acesso em: 10 mar. 2019.
Sobre a existência de Corpus em espanhol: 
Los más importantes son los corpus CREA y CORDE de la Real Academia Española (www.rae.
es), que abarcan, el primero, la sincronía, y el segundo la diacronía del español. Estos corpus 
académicos se completan con dos nuevas iniciativas. Por un lado, los proyectos CORPES, y 
CAH registran los usos del español desde principios del siglo XXI. Fuera del ámbito académico, 
el Corpus del español, de Mark Davies (s.a.), es la alternativa generalista a CREA y CORDE, si 
bien menos difundido entre los hispanistas (www. corpusdelespannol.org).
FONTE: PONS BORDERÍA, S. Pragmática. In: RIDRUEJO, E (Ed.). Manual de lingüística española. 
Berlin, Boston: De Gruyter, 2019, p. 614–637. Disponível em: https://doi.org/10.1515/9783110362084-
014. Acesso em: 10 mar. 2019.
NOTA
A seguir, iremos recuperar os exemplos em que a palavra Canillita foi 
localizada no Banco de Dados. Para tanto, você deve clicar em recuperar. 
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
22
FIGURA 8 – IMAGEM DE BUSCA DA PALAVRA CANILLITA – DOCUMENTOS
FONTE: <http://corpus.rae.es/cgi-bin/crpsrvEx.dll>. Acesso em: 10 mar. 2019. 
Veja que o Corpus trouxe os exemplos e o contexto documental em que se 
encontra a palavra, e não a tradução; mas trabalhando com Corpus monolíngue e 
bilíngue é possível realizar um trabalho mais amplo de pesquisa.
Existem diversos Corpus que registram a prática oral da língua espanhola, por 
isso selecionamos alguns e apontamos para aprimorar uma pesquisa textual: 
[…] multitud de corpus orales están accesibles total o parcialmente al investigador interesado 
(resumidos en Albelda/Briz 2013). De estos, pueden ser de especial interés para el investigador 
en Pragmática los materiales del PRESEEA (http://preseea.linguas.net), continuador del PILEI en 
el tiempo, que incluye un gran número de entrevistas semidirigidas en las principales ciudades 
del habla hispánica; el COSER, dirigido por Inés Fernández-Ordóñez (2005), compuesto 
también por entrevistas semidirigidas, que recoge muestras de español rural (http://www.lllf.
uam.es/coser/archivos.php?es); el corpus COLA de lenguaje juvenil (http://www.colam.org/
om_prosj-espannol.html) y el corpus Val.Es.Co. 2.0 (http://www.fonocortesia.es/corpusval/) 
que, pese a su escasa extensión, constituye una buena base de partida para el estudio de 
la conversación coloquial en español. […] Iniciativas como el CORDIAM, coordinado por 
Concepción Company (http://www.cordiam.org), o el proyecto Ameresco, coordinado por 
Antonio Briz (http://esvaratenuacion.es/corpus-discursivo-propio). 
FONTE: PONS BORDERÍA, S. Pragmática. In: RIDRUEJO, E (Ed.). Manual de lingüística 
española. Berlin, Boston: De Gruyter, 2019, p. 614–637. Disponível em: <https://doi.
org/10.1515/9783110362084-014>. Acesso em: 10 mar. 2019.
NOTA
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
23
5.1.4 Procurar por imagem em Periódicos 
Muitas vezes se esgota a procura textual, então é possível recorrer a um 
banco de imagens como forma de ter uma ideia visual do termo procurado. 
Jornais e revistas também são ótimas fontes para encontrar palavras e o uso em 
um contexto real.
Para procurar uma palavra desconhecida em outra língua, um recurso 
muito usado é buscar em um banco de dados como o Google, ou em um banco 
de imagens on-line, basta colocar a palavra, que neste caso é canillita, e o Google 
trará uma série de resultados como a página do jornal El Pais, ilustrada a seguir, 
com uma imagem de um canillita, o título da notícia também traz a palavra.
FIGURA 9 – NOTÍCIA DO JORNAL EL PAIS
FONTE: <https://bit.ly/2IRf2b7>. Acesso em: 5 mar. 2019.
A figura que segue é um recorte da imagem anterior. 
FIGURA 10 – CANILLITA – VENDEDOR DE JORNAL
FONTE: <https://bit.ly/2IRf2b7>. Acesso em: 5 mar. 2019.
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA24
DICAS
Banco de imagens:
Neste link https://rockcontent.com/blog/melhores-bancos-de-imagens-gratuitos/ você encontra 
uma lista de bancos grátis para utilizar imagens. Veja as que são gratuitas e use à vontade. Ou, ao 
procurar no Google, na aba imagens você encontra diversas imagens para consulta.
Pausa para uma reflexão e pesquisa: 
Depois desta pesquisa inicial sobre apenas uma palavra, canillita, que 
remete ao título da obra de Florencio Sánchez, retorne ao fragmento e note a 
linguagem utilizada pelo escritor. O que você observa? Percebeu como se torna 
necessária e extensa uma pesquisa? E como se pode ir além de um dicionário para 
investigar um texto? 
5.1.5 Pesquisa de contexto social, histórico e cultural
Nesta etapa, desenvolva uma pesquisa literária, social e histórica sobre o 
texto canillita. Descobrirá que os críticos literários identificam o texto como um 
sainete (pequena peça apresentada entre intervalos dos atos de uma obra teatral) 
e classificam o estilo literário como pertencente à estética do Realismo.
Aproveite para desenvolver uma competência a mais, a de professor 
investigador!
DICAS
Canillita, apresentado em diversos gêneros e suportes – releituras
Filme: a mesma obra teve uma releitura como filme musical em 1936, El Canillita, direção 
e roteiro de Lisandro de la Tea e Manuel Roneima em Buenos Aires. Infelizmente, não se 
encontra disponível na rede. 
Podcast: um enriquecimento para a pesquisa é ter acesso a diferentes suportes ou gêneros 
da mesma obra. Escutar um podcast sobre o autor e a obra ilustra a exigência de algumas 
habilidades em língua espanhola, como a prática oral e auditiva.
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
25
Para saber mais sobre a peça Canillita, escute este Podcast com uma breve introdução e 
a obra narrada ao melhor estilo das antigas radionovelas, realizado pelo Festival de teatro 
leído para jóvenes 2018 “Del buen decir” e gravado pelo grupo Los Peripatéticos, alunos do 
Liceo nº 64 de Montevideo, (21 minutos). Disponível no site: http://radiouruguay.uy/canillita-
florencio-sanchez/. 
Texto digital ou em papel: você encontra a obra completa em: 
SÁNCHEZ, Florencio. Canillita. Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 1999. Acesso 
pelo endereço: http://www.cervantesvirtual.com/nd/ark:/59851/bmcfb503
A pesquisa continua! Sobre a linguagem no texto: observe que é uma 
fala diferente do espanhol, do português, o texto por ser realista insere palavras 
do Lunfardo. Por isso, exige uma pesquisa para o entendimento do diálogo e 
sugerimos que procure entender o texto com antecedência, se for apresentado em 
alguma atividade.
Com apenas uma palavra é possível explorar diversos aspectos do texto! 
O contexto social e histórico, além da geografia, realiza estudos interdisciplinares, 
interligando diversas áreas de saberes partindo do parágrafo apresentado.
 
Palavras em Lunfardo: 
O Lunfardo surgiu no final do século XIX, considerado inicialmente 
uma gíria marginal da região rio-platense, foi originado nos estratos sociais 
desfavorecidos. Atualmente é socialmente aceita, e amplamente incorporada na 
fala de argentinos e uruguaios. É considerado como variação dialetal da junção da 
língua espanhola e da língua de imigrantes europeus, especialmente os italianos.
Foi popularizada em Buenos Aires, na zona portuária, como uma língua para 
se comunicar secretamente, porém quando se tornou popular, logo todos sabiam 
e utilizavam o lunfardo no cotidiano, mas foi o tango, inicialmente marginalizado, 
que o consagrou em muitas de suas letras, utilizando muitas palavras. 
Além de conhecer sobre teoria teatral, se adquire um conhecimento 
sociolinguístico para entender o contexto da obra, a gíria adquire um valor 
dialetal no lunfardo, a começar pelo nome da peça e da linguagem utilizada no 
texto, a estética realista da virada do século XX. 
Assim, na questão de variação sociolinguística, estamos de acordo com 
Faraco et al.:
Mesmo no interior do sistema escolar, avançamos muito pouco. Nas 
práticas escolares cotidianas, ainda predomina uma concepção mais tradicional 
da variação linguística e se lança mão ainda da régua estreita do certo e do errado 
tomados como valores absolutos e não como valores relativos (FARACO et al., 
2015, p. 20). 
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
26
A partir dessa pesquisa inicial, a peça adquire um entendimento da 
situação vivida pelos personagens, crianças e que ficcionalmente ilustram uma 
situação comum vivida pela população pobre das periferias no início do século, 
quando houve a grande massa das imigrações europeias. Observe que entender o 
título não seria um problema para um hispanofalante da região do Rio da Prata. 
A linguagem era utilizada como forma de encobrir determinadas palavras, 
como um código. Assim, dinheiro passa a ser guita e campaniar adquire sentido de vigiar, 
ficar de olho ao que acontece ao redor. Para mais esclarecimento, pesquise no Diccionário 
de Lunfardo. Disponível em: http://www.todotango.com/comunidad/lunfardo/
NOTA
Agora que você já sabe como uma palavra apresenta diversos significados 
– polissemia – e muitas vezes exige, além da leitura, interpretação textual e uma 
pesquisa, que tal passar para o próximo tópico? Nele discutiremos como um 
gênero textual direcionado para uma atividade de aquisição de língua torna-se 
uma atividade social.
LEER LITERATURA PUEDE HACERNOS MEJORES
Alberto Manguel
Sobre a importância da inclusão da literatura, leia as considerações 
sobre o tema na reportagem de Alberto Manguel, e que reproduzimos um 
fragmento a seguir:
[...]
La literatura no parece tener una obvia utilidad, pero la ciencia ha 
demostrado que la tiene. Leer literatura, una actividad que muchos consideran 
ociosa o inútil, posee un valor social invaluable: nos hace más empáticos, 
más dispuestos a escuchar y entender a los otros. Las ficciones nos enseñan a 
nombrar nuestras angustias y también cómo enfrentar y compartir nuestros 
problemas cotidianos.
[...]
Esto es especialmente importante hoy, cuando muchos de los retos 
más apremiantes de nuestro tiempo se tienen que resolver de manera colectiva 
y solidaria: los desastres naturales que ha acentuado el cambio climático, las 
crisis migratorias mundiales o el reclamo por los derechos de las minorías 
TÓPICO 1 | A LEITURA E A INTERAÇÃO ENTRE AUTOR, TEXTO E LEITOR
27
fueron contados y discutidos desde hace cinco mil años en una obra literaria, 
La epopeya de Gilgamesh. Ahí ya hay un desastre universal – el diluvio –, 
están las desventuras de gente obligada a huir y también el reclamo de los más 
débiles contra los abusos del poder del rey Gilgamesh. 
La gran literatura, incluso cuando se escribió miles de años atrás, 
tiene lecciones para los lectores del presente. Y quizás sea la literatura, y su 
intrínseca capacidad de hacernos más empáticos, la que pueda salvarnos de 
nosotros mismos.
[...]
Leia a reportagem completa em: 
FONTE: MANGUEL, A. Leer literatura puede hacernos mejores. New York Times en Español, 
New York, 3 mar. 2019. Disponível em: https://nyti.ms/2NIMfEi. Acesso em: 5 mar. 2019.
CÓMO DISEÑAR ACTIVIDADES DE COMPRENSIÓN LECTORA
Ángel Sanz Moreno
A leitura permite uma reflexão sobre os elementos paratextuais e que 
são parte de um texto muitas vezes ignorados pelo leitor como o título, o estilo 
do autor, o contexto social e histórico em que o texto se apresenta entre outros. 
Ao levar um texto para ser utilizado na sala de aula o professor também tem em 
mente alguma estratégia para que o aluno tire o maior proveito possível do texto. 
[...]
Los distintos estudios evolutivos sobre el uso de estrategias han 
permitido conocer la influencia de algunas de las implicadas en la comprensión 
lectora y utilizar ese conocimiento para ayudar a los alumnos jóvenes a utilizar 
estrategias más elaboradas. Bruce, Rubin, Bolt y Newman estudiaron las 
estrategias que utilizan los adultos y los buenos lectores para controlar y guiar 
el uso dehipótesis en la lectura. Los autores concluyeron que estas estrategias 
eran cuatro:
a) Saltar a las conclusiones. Esta estrategia se basa en utilizar una información 
posterior para dar sentido a lo que se está leyendo. 
b) Otra estrategia consiste en no abandonar una hipótesis a pesar de una 
evidente contradicción; consiste en suspender el juicio hasta tener más 
información. 
c) Una tercera estrategia se cifra en confiar en el conocimiento que el lector 
tiene en su mente sobre el tema de la lectura. 
d) Por último, una cuarta estrategia consiste en clarificar las metas de la lectura 
y, a partir de ahí, generar hipótesis hacia atrás.
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
28
Esta tipología de estrategias puede ayudar a los profesores, según los 
autores, a diagnosticar causas ocultas de una pobre comprensión.
Cuando los lectores pueden enfrentarse al texto desde una determinada 
perspectiva, se facilita la tarea de la comprensión. El buen lector utiliza esta 
estrategia de forma automática: sabe sacar información de indicios tales como 
el título, las ideas que tenga sobre el tema etc. 
FONTE: MORENO, Ángel Sanz. Cómo diseñar actividades de comprensión lectora: 3.er 
ciclo de Primaria y 1.er ciclo de la ESO. Navarra: Gobierno de Navarra, Departamento de 
Educacíon. 2003, p. 30.
29
Neste tópico, você aprendeu que:
• A prática de leitura e a interação com o texto são uma atividade complexa para 
o aprendiz.
• O texto não deve ser usado como um pretexto para aprender categorias 
morfológicas.
• A prática de leitura e de diferentes gêneros textuais capacitam o professor para 
a seleção dos textos de ensino e aprendizagem para uma língua estrangeira. 
Outro fato é que também as escolhas textuais do professor incidem diretamente 
na formação crítica de seus alunos.
• O professor, ao selecionar ou comentar um texto, como leitor, exerce um papel 
de crítico literário.
• A prática da leitura se torna uma experiência de aprendizagem rica pela 
interdisciplinaridade que gera. 
• Um tema, como o da obra Canillita, de Florencio Sánchez, oferece um 
desdobramento em diversas aulas, pode contemplar temas literários, 
linguísticos e de tradução e textualidades.
• O uso de dicionários e Corpus (bilíngue e monolíngue) são importantes nos 
estudos da língua para ampliar os resultados de uma pesquisa de leitura. 
RESUMO DO TÓPICO 1
30
1 A partir da leitura do fragmento, responda às questões a seguir:
Diante de um texto, os leitores precisam desenvolver habilidades básicas para 
poder reconhecer letras e sons, mesclar sons construindo sílabas e palavras, 
compreender o significado das palavras na formação de sentenças e parágrafos e 
compreender o significado de textos de todo tipo e gênero. 
Além disso, precisam ler com suficiente fluência, para sustentar e manter o 
interesse e o envolvimento durante a leitura; dispor de conhecimentos prévios, 
linguísticos e de mundo, que permitam atribuir sentido às palavras e frases 
em determinados contextos e acionar habilidades metacognitivas como fazer 
predições (ativar esquemas ou redes mentais que permitam antecipar o conteúdo 
do texto antes e durante a leitura) e produzir inferências (grosso modo, fazer 
deduções a partir de informações explícitas tanto quanto conjeturas, suposições, 
a partir de informações implícitas) para construir significados para um texto.
FONTE: COSCARELLI, C. V. Tecnologias para aprender. São Paulo: Parábola, 2016. p. 18.
a) Explique brevemente o argumento do excerto. 
b) O texto ressalta a importância de conhecimento prévio. Por quê?
I- O conhecimento cultural se insere no quesito conhecimento de mundo.
II- A menção à habilidade metacognitiva infere que o aluno raciocine sobre as 
possibilidades que um conto oferece.
III- A leitura não requer uma habilidade de reconhecer sentido no que está 
lendo.
Marque a única alternativa que apresenta a resposta CORRETA:
a) ( ) II e III estão corretas.
b) ( ) I e III estão corretas.
c) ( ) I e II estão corretas.
d) ( ) I e II estão corretas.
c) Marque a finalidade do texto:
a) ( ) Se destina a estudantes de letras.
b) ( ) Se destina a estudantes de matemáticas.
c) ( ) Se destina a todos os estudantes que indicam leituras.
d) O fragmento se inscreve em um texto que seu gênero pode ser descrito como: 
a) ( ) Crônica.
b) ( ) Poema.
c) ( ) Acadêmico.
AUTOATIVIDADE
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2 É importante sempre uma autorreflexão docente, como diagnóstico e com 
o objetivo de avaliar as atividades de aprendizagem realizadas. Utilizar 
um texto e solicitar um vocabulário ou responder a perguntas é um lugar 
comum em livros de língua estrangeira. Por isso, leia o texto a seguir e 
depois escreva um comentário sobre A reflexão docente como forma de sair 
da zona de conforto. 
OBJETIVO: MELHORAR A PRÁTICA EDUCATIVA 
Um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez mais 
competente em seu ofício. Geralmente se consegue esta melhora profissional 
mediante o conhecimento e a experiência: o conhecimento das variáveis que 
intervêm na prática e a experiência para dominá-las. A experiência, a nossa e a 
dos outros professores. O conhecimento, aquele que provém da investigação, 
das experiências dos outros e de modelos, exemplos e propostas. Mas como 
podemos saber se estas experiências, modelos, exemplos e propostas são 
adequados? Quais são os critérios para avaliá-los? Talvez a resposta nos 
seja proporcionada pelos resultados educativos obtidos com os meninos e 
meninas. Mas isto basta? Porque, neste caso, a que resultados nos referimos? 
Aos mesmos para todos os alunos, independentemente do ponto de partida? 
E levando ou não em conta as condições em que nos encontramos e os meios 
de que dispomos? 
Como outros profissionais, todos nós sabemos que entre as coisas que 
fazemos algumas estão muito bem-feitas, outras são satisfatórias e algumas 
certamente podem ser melhoradas. O problema está na própria avaliação. 
Sabemos realmente o que é que fizemos muito bem, o que é satisfatório e o 
que pode melhorar? Estamos convencidos disso? Nossos colegas fariam a 
mesma avaliação? Ou, pelo contrário, aquilo que para nós está bastante bem 
para outra pessoa é discutível, e talvez aquilo de que estamos mais inseguros 
é plenamente satisfatório para outra pessoa? 
FONTE: ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2010, p. 
13. Disponível em: http://srvd.grupoa.com.br/uploads/imagensExtra/legado/Z/ZABALA_
Antoni/A_Pratica_Educativa/Liberado/Cap_01.pdf. Acesso em: 1 mar. 2019.
32
33
TÓPICO 2
A LEITURA COMO ATIVIDADE SOCIOCULTURAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A leitura na Antiguidade era uma forma de socialização. Alguns 
privilegiados conseguiam ler e por muito tempo os mosteiros e as universidades 
eram os guardiões de livros e manuscritos. Com a imprensa de Gutemberg, em 
torno de 1440, o texto impresso começa a ser veiculado e deixa de ser um privilégio 
da nobreza e do clero. Mesmo assim, a leitura em grupo, em voz alta, era um 
costume comum às pessoas que se reuniam. Ouvir se configurava como uma 
prática coletiva. Não faz tanto tempo que a leitura se tornou um ato individual, 
em silêncio e em privado. Os diferentes suportes textuais também mudaram e 
ampliaram a forma de ler.
Assim, as atividades de leitura e escrita, em uma época digital, se tornam 
um desafio cotidiano ao preparar atividades para os alunos. Os professores, cada 
vez mais, utilizam as tecnologias digitais de comunicação – TDIC – como auxílio 
para o ensino de língua estrangeira. A rapidez de expansão e obsolescência de 
muitas tecnologias traz sempre questionamentos sobre a melhor escolha para 
desenvolver atividades. Utilizar as mais modernas tecnologias disponíveis no 
mercado requer pesquisa e adequação dos meios disponíveis. 
2 A CONTRIBUIÇÃO DA PRAGMÁTICA NA MEDIAÇÃO DA 
LEITURA 
Quando se fala em prática da leitura e da escrita observa-se que a cada dia 
surgem novas propostas de suporte para um texto.
Independentemente do meio que veicula otexto, áudio, leitor eletrônico, 
papel, nuvens etc., ainda se pressupõe que a forma de transmissão mais utilizada 
é o texto escrito. Por isso, o texto, passou a ser estudado sob diversos aspectos, 
que vão além do conteúdo e da estrutura. As contribuições da linguística textual 
são fundamentais quando se fala em gêneros escritos e orais.
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
34
DICAS
Indicamos, no que se refere à Linguística Textual, a leitura das publicações 
de Ingedore Villaça Koch, como expoente do tema, e Luiz Antônio Marcuschi, dois 
pesquisadores brasileiros da Linguística. Eles têm publicado muitos estudos e compartilham 
suas pesquisas tanto em livros como em artigos acadêmicos. Você encontra todas as 
obras de Ingedore Villaça Koch publicadas pela Editora Contexto para leitura na Biblioteca 
Pearson da UNIASSELVI. Acesso o link para a Biblioteca on-line: https://bv4.digitalpages.com.
br/?term=ingedore%2520villa%25C3%25A7a&searchpage=1&filtro=todos#/busca
Os estudos pragmáticos e sociolinguísticos são fundamentais para 
aquisição da língua espanhola, pois os aspectos culturais e sociais, ou semânticos 
e semiológicos, ampliam o estudo da Língua e se tornam necessários para se ter 
uma compreensão que vai além dos estudos gramaticais ou estruturalistas. De 
acordo com Alvarado (2009, p. 80), “los géneros discursivos se definen desde una 
perspectiva más centrada en lo sociocultural que en lo lingüístico”. 
Assim, os estudos linguísticos também estão em constante pesquisa para 
dar conta de todas essas novas formas inseridas no ensino-aprendizagem de uma 
língua estrangeira. Bakhtin foi um precursor da pragmática, pois esta área de 
estudos se insere nos estudos da competência comunicativa, do discurso e limita 
com a semântica e a gramática.
Pragmática, no verbete do dicionário de análise do discurso de Patrick 
Charaudeau e Dominique Mainguenaeau (2004) diz: o termo pragmático usado como 
substantivo designa tanto uma subdisciplina da linguística como uma corrente de estudos 
do discurso como uma concepção de Linguagem. Como adjetivo, na visão de Morris (1938), 
seria um dos níveis de funcionamento da língua ao lado da sintaxe (relação dos signos entre 
si) e da semântica (relação dos signos com o mundo). Diria respeito à relação dos signos 
com seus usuários. A rigor, a pragmática é todo o estudo da língua relacionado a fatores 
contextuais e discursivos, tendo como foco de análise os usos e não as formas.
FONTE: MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: 
Parábola, 2008, p. 39.
IMPORTANT
E
A Base Nacional Curricular Comum – BNCC –, lançada em 2018, traz as 
diretrizes para o ensino da leitura e da escrita na escola básica. Sugere diversas 
formas em que um texto pode se apresentar. A citação a seguir comprova como a 
BNCC amplia a ideia de suporte textual e cita foto, pintura, filme e música como 
meios de leitura, seja digital ou analógico. 
TÓPICO 2 | A LEITURA COMO ATIVIDADE SOCIOCULTURAL
35
Eixo Leitura compreende as práticas de linguagem que decorrem da 
interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais 
e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as leituras 
para: fruição estética de textos e obras literárias; pesquisa e embasamento 
de trabalhos escolares e acadêmicos; realização de procedimentos; 
conhecimento, discussão e debate sobre temas sociais relevantes; sustentar 
a reivindicação de algo no contexto de atuação da vida pública; ter mais 
conhecimento que permita o desenvolvimento de projetos pessoais, dentre 
outras possibilidades. Leitura no contexto da BNCC é tomada em um 
sentido mais amplo, dizendo respeito não somente ao texto escrito, mas 
também a imagens estáticas (foto, pintura, desenho, esquema, gráfico, 
diagrama) ou em movimento (filmes, vídeos etc.) e ao som (música), que 
acompanha e cossignifica em muitos gêneros digitais. O tratamento das 
práticas leitoras compreende dimensões inter-relacionadas às práticas de 
uso e reflexão, tais como as apresentadas a seguir (BRASIL, 2018, p. 71-72).
Ao desenvolver habilidades em uma língua estrangeira são requeridas 
tarefas de aprendizagem que contemplem e desenvolvam as quatro habilidades, 
procurando, sempre que possível, a mesma proporção:
• Compreensão leitora.
• Compreensão auditiva.
• Produção escrita. 
• Produção oral. 
A razão de dar um destaque ao estudo da pragmática neste tópico tem por 
objetivo informar e incentivar leituras próprias sobre o tema e não propriamente 
discutir o seu estudo, pois seria necessário mais um livro.
Vale lembrar o que Marcuschi (2008, p. 81) cita, ao explicar a relação entre 
texto, discurso e gênero: “uma das tendências atuais é a de não distinguir de 
forma rígida entre texto e discurso, pois se trata de frisar mais as relações entre 
ambos e considerá-los como aspectos complementares da atividade enunciativa”. 
Assim, a Pragmática, que dialoga intimamente com a Semântica, e tem um 
grande campo de aplicação, ainda gera muitas controvérsias quando se trata da 
contribuição para o campo da Língua Estrangeira, como aponta Marcondes:
A pragmática enquanto campo de estudos da linguagem se defronta 
desde a sua origem com o seguinte dilema: ao se reconhecer que a 
realidade concreta da linguagem é plural e está sempre em mudança, 
dependendo dos usos e dos contextos, admite-se a dificuldade de se 
realizar uma análise dos fenômenos pragmáticos do mesmo modo que 
se analisam a semântica e a sintaxe, como ressaltou Carnap. Por outro 
lado, quando se pretende sistematizar a pragmática e submetê-la a 
este tipo de análise, já não se estaria deixando o próprio campo da 
pragmática? (MARCONDES, 2005, p. 42).
Uma área que junto à gramática e à semântica são limítrofes e muitas 
vezes criam linhas invisíveis de fronteira entre elas. E de acordo com Marcuschi, 
a “pragmática é uma perspectiva de estudos que partilha grande número de 
relações com várias áreas da linguística” (MARCUSHI, 2008, p. 37). Os estudos 
de semântica e da pragmática merecem atenção pelas inovações textuais e 
tecnológicas que são apresentadas constantemente. 
UNIDADE 1 | A LEITURA EM LÍNGUA ESPANHOLA
36
ATENCAO
Existen varios manuales de introducción a la pragmática en español, además 
de las traducciones de manuales clásicos, como el de Levinson (1989). El más usado sigue 
siendo Escandell Vidal (1993), al que se añaden los de Calvo Pérez (1994), Reyes (1996), 
Portolés (2004) y Ruiz Gurillo (2006). También relacionados, los manuales de Calsamiglia/
Tusón (1999) sobre análisis de la conversación, Briz (1998), dedicado al español coloquial, 
Fuentes Rodríguez (2000) sobre tipologías textuales, y Cuenca/ Hilferty (1999) o Ibarretxe-
Antuñano/Valenzuela (2012), sobre lingüística cognitiva. Además, el estudio pragmático 
dispone de introducciones a teorías particulares, como Pons Bordería (2004) para la teoría de 
la Relevancia, Albelda/Barros (2013) para la teoría de la Cortesía, o Estellés/Bouzouita (2019) 
sobre los estudios de gramaticalización.
FONTE: PONS BORDERÍA, S. Pragmática. In: RIDRUEJO, E (Ed.). Manual de lingüística 
española. Berlin, Boston: De Gruyter, 2019, p. 614-637. Disponível em: https://doi.
org/10.1515/9783110362084-014. Acesso em: 10 mar. 2019.
Sabendo do campo da pragmática, o estudante investigador terá condições 
de estender os estudos da linguagem, seja por conta própria ou para estudar em 
uma pós-graduação. 
Outra questão importante a ser lembrada é a escolha do texto a ser indicado 
nas aulas de língua estrangeira, ampliando a forma em que um texto se apresenta. 
Ainda de acordo com Marcuschi, “entre o discurso e o texto está o gênero, que 
aqui é visto como prática social e prática textual-discursiva” (MARCUSCHI, 2008, 
p. 84). De forma pragmática temos a tendência de repetir padrões, como escolher 
sempre textos dentro de nosso próprio conjunto de ideias e reflexões. 
Uma questão apontada por Rajagopalan (2010, p. 16) sobre a “sacralização 
do texto” ao chamar a atenção

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