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Desenvolvimento da fase pré escolar até adolescencia

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Stella Urbano
Desenvolvimento da criança e adolescente
Fase Pré-escolar:
Separação emocional, alternando entre a teimosia da oposição e a alegria da colaboração, entre a exploração ousada e a dependência. O aumento do tempo em salas de aula e recreação desafia a capacidade de a criança se adaptar a novas regras e relacionamentos. Com maiores e novas habilidades e realizações, crianças em fase pré-escolar estão mais conscientes das limitações que lhes são impostas pelo mundo adulto e de suas próprias habilidades limitadas.
As propriedades das substâncias cinzenta e branca mudam consideravelmente, incluindo propriedades de difusão nos principais tratos de fibras cerebrais. Aumentos significativos ocorrem nas exigências metabólicas do cérebro. 
Em geral, para concluir uma mesma tarefa cognitiva, em crianças menores são utilizadas mais regiões cerebrais que em maiores. Essa duplicação foi interpretada como um modo de “estruturação”, que é descartado com o envelhecimento. 
O cérebro em fase pré-escolar é caracterizado pelo crescimento e pela expansão, que serão acompanhados nos anos seguintes pela “poda” dos excessos de sinapses.
1. Desenvolvimento físico 
A velocidade de crescimento somático e cerebral diminui até o fim do segundo ano de vida, proporcionalmente às reduções das exigências nutricionais e de apetite e do surgimento de hábitos alimentares “urgentes”. 
São esperados aumentos de aproximadamente 2 kg (4-5 libras) no peso e 7 a 8 cm de altura por ano. 
O peso ao nascer quadruplica aos 2,5 anos de idade. 
Uma criança de 4 anos de idade na média pesa 20 kg e mede 106 cm. 
A cabeça crescerá mais 5 a 6 cm entre 3 e 18 anos de idade.
O crescimento dos órgãos sexuais é proporcional ao crescimento somático. 
A criança em fase pré-escolar tem genuvalgo (joelhos aproximados na linha média) e pés planos leves. 
O dorso se afila e os membros inferiores alongam. 
A energia física atinge seu pico e a necessidade de sono diminui para 11 h a 13 h/24 h.
Todos os 20 dentes decíduos já eclodiram por volta de 3 anos de idade.
A maioria das crianças caminha com a marcha madura e corre de maneira firme antes do fim de seu terceiro ano, a deambulação na ponta dos pés não deve persistir.
A enurese (retenção da urina na bexiga.) é normal até a idade de 4 anos em meninas e 5 anos em meninos.
A diminuição normal do apetite nessa idade pode causar preocupação para os pais a respeito da nutrição; gráficos de crescimento devem tranquilizar os pais de que a ingestão da criança é adequada. 
As crianças normalmente modulam a ingestão de alimentos para atender a suas necessidades somáticas de acordo com a sensação de fome e saciedade.
Um multivitamínico completo pode ser utilizado para assegurar a ingestão adequada de vitaminas e minerais. 
Os pais devem oferecer uma programação alimentar previsível, com três refeições e dois lanches por dia, permitindo que a criança escolha o quanto comer.
2. Linguagem, cognição e brincadeiras
O desenvolvimento ocorre mais rapidamente entre 2 e 5 anos de idade. 
O vocabulário aumenta de 50 a 100 palavras para mais de 2 mil. 
A estrutura da frase avança de frases telegráficas (“Bebê chora”) para frases incorporando todos os principais componentes gramaticais.
As crianças não utilizam discursos figurativos; elas só compreendem o significado literal das palavras. 
Referir-se a um objeto como “leve como uma pena” pode resultar em um olhar interrogativo em uma criança.
Crianças criadas em condições de pobreza normalmente apresentam desempenho inferior nas avaliações de desenvolvimento da linguagem em comparação com crianças de famílias economicamente favorecidas.
Embora as crianças normalmente aprendam a ler e escrever no ensino fundamental, os principais fundamentos da alfabetização são estabelecidos durante a fase pré-escolar. 
Por meio da exposição precoce e repetida às palavras escritas, as crianças aprendem sobre os usos da escrita (contar histórias ou enviar mensagens) e sobre seus formatos (da esquerda para a direita, de cima para baixo).
As crianças bilíngues não seguem o mesmo curso do desenvolvimento da linguagem das crianças monolíngues, mas criam um sistema diferente de pistas de linguagem. 
Várias vantagens cognitivas foram demonstradas repetidamente entre crianças bilíngues quando comparadas a crianças monolíngues.
O vocabulário infantil e a linguagem receptiva melhoram quando pais ou cuidadores com frequência leem para as crianças.
Embora 5% das crianças em fase pré-escolar gaguejem, este fenômeno se resolve em 80% das crianças até os 8 anos de idade.
3. Cognição
O período pré-escolar corresponde à fase pré-operacional (pré-lógica) de Piaget caracterizada por pensamento mágico, egocentrismo e pelo pensamento dominado pela percepção, não abstração.
Egocentrismo diz respeito à incapacidade de uma criança levar em consideração o ponto de vista de outro e não conota egoísmo.
Em um experimento, a água é despejada para dentro e fora de um vaso fino e um prato amplo e baixo. Então, as crianças são perguntadas sobre qual dos objetos contêm mais água. Invariavelmente, elas escolhem o que parece maior (geralmente o vaso alto), mesmo quando o examinador observa que nenhuma água foi adicionada ou retirada. Tais equívocos refletem a imaturidade ou incipiente capacidade de desenvolvimento de hipóteses que crianças têm sobre a natureza do mundo, bem como sua dificuldade de avaliar simultaneamente vários aspectos de uma situação.
A imitação, central para a experiência de aprendizagem de crianças em fase pré-escolar, agora é reconhecida como um ato complexo, dadas as diferenças no tamanho dos atores (pais vs crianças) a “imitação” vai além da mera repetição de movimentos observados.
Aos 3 anos de idade, as crianças auto identificam seu sexo e estão ativamente buscando a compreensão do significado de identificação do gênero.
Brincar também permite a resolução de conflitos e ansiedades, e as saídas criativas.
4. Desenvolvimento emocional e moral
O amor que uma criança sente em relação aos adultos importantes é o principal incentivo para o desenvolvimento do autocontrole. 
As crianças aprendem quais comportamentos são aceitáveis e quanto poder exercem perante adultos importantes, testando seus limites. 
Essa prática de testes aumenta quando esses chamam a atenção, apesar de a atenção geralmente ser negativa, e quando os limites são incoerentes.
Limites excessivamente rígidos podem minar o senso de iniciativa de uma criança, enquanto limites excessivamente frouxos podem provocar ansiedade em uma criança, ao sentir que ninguém está no controle.
Também tendem a perder o controle interno, isto é, a ter acessos de raiva. 
Medo, cansaço excessivo, expectativas incompatíveis ou desconforto físico também podem evocar um temperamento agressivo. 
Esse temperamento normalmente aparece ao fim do primeiro ano de vida e atinge seu pico entre 2 e 4 anos de idade.
Crianças em fase pré-escolar normalmente experimentam sentimentos complicados direcionados a seus pais, que podem incluir forte apego e possessividade em relação ao progenitor do sexo oposto, inveja e ressentimento para com o outro progenitor, e receio de que esses sentimentos negativos possam levar ao abandono.
A curiosidade sobre a genitália e sobre os órgãos sexuais adultos é normal, assim como é a masturbação. 
A masturbação excessiva que interfira na atividade normal, a simulação de uma relação sexual, o extremo pudor ou a simulação de um comportamento sedutor de um adulto sugere a possibilidade de abuso sexual ou exposição imprópria.
O pudor aparece gradualmente entre 4 e 6 anos de idade, com grandes variações entre culturas e famílias.
Fase Escolar:
A fase escolar (6-11 anos de idade) é o período em que as crianças cada vez mais se separam dos pais e procuram a aceitação por parte dos professores, outros adultos e colegas.
A autoestima torna-se uma questão central, à medida que as crianças desenvolvem a capacidade cognitiva para considerar suas próprias autoavaliações e sua percepção de como os outros as veem. 
1. Desenvolvimento físico
O crescimentodurante o período é em média entre 3 kg e 3,5 kg e entre 6 e 7 cm por ano.
A circunferência cefálica aumenta apenas 2 cm ao longo de todo o período, refletindo uma desaceleração do crescimento do cérebro. 
A mielinização continua na adolescência, com o pico de massa cinzenta aos 12 e 14 anos.
A perda de dentes decíduos (dentes primários) é um sinal mais marcante de maturação, começando por volta de 6 anos de idade. 
A substituição por dentes adultos (dentes secundários) ocorre a uma taxa de cerca de 4 por ano, de modo que por volta dos 9 anos, as crianças terão 8 incisivos permanentes e 4 molares permanentes. 
A erupção de pré-molares ocorre entre 11 e 12 anos de idade. 
Os tecidos linfoides frequentemente hipertrofiam dando origem às amígdalas e adenoides.
A aptidão física diminui.
As percepções da imagem corporal se desenvolvem precocemente durante este período; as crianças entre 5 e 6 anos de idade expressam insatisfação com sua imagem corporal; na faixa etária entre 8 e 9 anos muitas delas relatam a tentativa de fazer dieta, muitas vezes usando programas mal orientados.
Antes da puberdade, a sensibilidade do hipotálamo e da pituitária se altera, conduzindo à síntese aumentada de gonadotrofinas. 
O interesse em diferenças de gênero e no comportamento sexual aumenta progressivamente até a puberdade. 
Embora esse seja um período em que os impulsos sexuais são limitados, a masturbação é comum e as crianças podem estar interessadas nas diferenças entre os sexos.
2. Desenvolvimento cognitivo
O pensamento das crianças no início da idade do ensino fundamental difere qualitativamente das crianças em fase pré-escolar. 
No lugar da percepção mágica, egocêntrica e ligada à cognição, as crianças em idade escolar cada vez mais aplicam regras baseadas em fenômenos observáveis, fatores em múltiplas dimensões e pontos de vista e interpretam suas percepções usando as leis físicas. 
Piaget documentou essa mudança das operações pré-operacionais para o concreto lógico.
Essa reorganização cognitiva ocorre em taxas diferentes em contextos diferentes.
Compreender as construções de espaço e tempo ocorre mais adiante nesse período.
Na terceira série, as crianças precisam ser capazes de sustentar a atenção por um período de 45 minutos e o currículo requer tarefas mais complexas. 
É raro uma simples repetição de ano ter qualquer efeito benéfico e muitas vezes isso enfraquece seriamente a autoestima.
A partir do terceiro ou do quarto ano, as crianças gostam cada vez mais de jogos de estratégia e jogos de palavras (trocadilhos e insultos) que exercitem seu crescimento cognitivo e domínio linguístico. 
Muitos se tornam peritos em assuntos de sua própria escolha, como esportes triviais ou desenvolvem hobbies, como coleções de cards especiais.
As estratégias de disciplina devem mover-se em direção a negociação e um entendimento claro das consequências, incluindo a suspensão dos privilégios em caso de infrações.
A American Academy of Pediatrics recomenda que os pediatras promovam os “5 Rs” de educação infantil: (1) leitura (Reading) como uma atividade familiar diária; (2) jogos de rimas (Rhyming) e brincadeiras juntas; (3) rotinas (Routines) e horários regulares para refeições, brincar e dormir; (4) recompensa (Reward) por meio de elogio pelo sucesso; e (5) nutrir relacionamentos (Relationships) recíprocos.
3. Desenvolvimento social, emocional e moral
Nesse período, a energia é direcionada para a criatividade e a produtividade. 
As mudanças ocorrem em três esferas: a casa, a escola e a comunidade.
Os pais devem exigir empenho nas atividades escolares e extracurriculares, comemorar sucessos e oferecer a aceitação incondicional quando ocorrerem fracassos.
As tarefas regulares, associadas a um subsídio, proporcionam uma oportunidade de as crianças contribuírem para o funcionamento familiar e aprenderem o valor do dinheiro.
O início da escola coincide com a posterior separação da criança da família e da importância crescente dos professores e dos relacionamentos com os colegas. 
Os grupos sociais tendem a ser de pessoas do mesmo sexo, com a mudança frequente de adesão, contribuindo para o crescente desenvolvimento e competência social de uma criança. Popularidade, um ingrediente da autoestima, pode ser vencida por meio de posses (como os mais recentes aparelhos eletrônicos ou as roupas certas), bem como por meio de atratividade pessoal, conquistas e habilidades sociais reais.
A exposição na mídia ao materialismo adulto, sexualidade, consumo de drogas e violência pode ser assustadora, reforçando o sentimento de impotência das crianças no mundo maior.
4. Desenvolvimento Moral
Embora com 6 anos de idade a maioria das crianças tenha uma consciência (regras internalizadas da sociedade), elas variam muito em seu nível de desenvolvimento moral.
Os comportamentos sociais socialmente indesejáveis são considerados errados. 
Entre 10 e 11 anos de idade, a combinação de pressão dos pares, desejo de agradar as figuras de autoridade, bem como compreensão de reciprocidade (tratar os outros como você gostaria de ser tratado) molda o comportamento da criança.
As crianças que intimidam as outras e/ou que são vítimas de bullying devem ser avaliadas, uma vez que esse comportamento está associado a transtornos de humor, problemas familiares e problemas de ajustamento escolar.
Puberdade
Entre a primeira infância e aproximadamente 8 a 9 anos de idade (estágio pré-púbere), o eixo hipotalâmico-hipófise-gonadal está quiescente, conforme é refletido por concentrações séricas indetectáveis de hormônio luteinizante (LH) e hormônios sexuais (estradiol em meninas, testosterona em meninos). 
Um a 3 anos antes do início da puberdade clinicamente evidente, baixos valores séricos de LH durante o sono tornam-se demonstráveis. 
Esta secreção de LH ligada ao sono ocorre de forma pulsátil e reflete descargas episódicas endógenas de hormônio liberador de gonadotropinas hipotalâmico (GnRH). 
Pulsos noturnos de LH continuam a aumentar em amplitude e, em menor extensão, em frequência conforme chega a puberdade clínica. 
Esta secreção pulsátil de gonadotropinas é responsável pelo aumento e maturação das gônadas e secreção de hormônios sexuais. 
O aparecimento das características sexuais secundárias no início da puberdade é o ápice visível da interação sustentada e ativa que ocorre entre hipotálamo, hipófise e gônadas no período peripuberal. 
No meio da puberdade, os pulsos de LH se tornam evidentes, mesmo durante o dia e ocorrem aproximadamente em intervalos de 90 a 120 minutos. 
Um segundo evento crítico ocorre no meio ou no final da adolescência em meninas nas quais ocorrem a ciclicidade e ovulação. 
Um mecanismo de retroalimentação positiva ocorre quando valores crescentes de estrógeno no meio do ciclo causam um aumento distinto de LH. 
A secreção crescente de GnRH hipotalâmico de forma pulsátil é a base assim do início do desenvolvimento puberal. 
A secreção de GnRH também é regulada por fatores produzidos pelas células gliais, como o fator transformador de crescimento α. 
A interpretação das mudanças hormonais da puberdade é complexa. 
Andrógenos adrenocorticais também têm uma função na maturação sexual. 
Os valores séricos de dehidroepiandrosterona (DHEA) e seu sulfato (SDHEA) começam a aumentar com aproximadamente 6 a 8 anos de idade, antes que qualquer incremento no LH ou hormônios sexuais e antes das alterações físicas iniciais da puberdade sejam aparentes; este processo é chamado de adrenarca. 
Os efeitos dos esteroides gonadais (testosterona em meninos, estradiol em meninas) sobre o crescimento ósseo e maturação óssea são críticos. 
Tanto a deficiência de aromatase quanto os defeitos dos receptores de estrógenos resultam em atraso da fusão epifisária e ganho de estatura em meninos afetados. 
Os estrógenos também medeiam o aumento da produção de hormônio do crescimento, o qual em conjunto com um efeito direto de hormônios esteroides sobre o crescimento ósseo é responsável pelo estirão de crescimento puberal. 
A idade de início da puberdade varia e está maisprecisamente correlacionada com a maturação óssea do que com a idade cronológica. 
Em meninas, o broto mamário (telarca) é usualmente o primeiro sinal de puberdade (10-11 anos de idade), seguido pelo surgimento de pelos pubianos (pubarca) 6 a 12 meses depois. 
O intervalo do início da atividade menstrual (menarca) é usualmente de 2 a 2 anos e meio, mas pode chegar até 6 anos. 
O pico de velocidade de crescimento ocorre cedo (nos estágios mamários II-III, tipicamente entre os 11 e 12 anos de idade) em meninas e sempre precede a menarca. 
A idade média da menarca é de aproximadamente 12.75 anos. 
Em meninos, o crescimento dos testículos (≥4 mL de volume ou 2,5 cm no seu maior diâmetro) e enrugamento do escroto são os primeiros sinais de puberdade (11-12 anos). 
Estes são seguidos pela pigmentação do escroto e crescimento do pênis e pela pubarca. 
Em meninos, ao contrário das meninas, a aceleração do crescimento começa após a puberdade estar bem desenvolvida e é máxima nos estágios genitais IV-V (tipicamente entre 13-14 anos de idade). 
Em meninos, o estirão do crescimento ocorre aproximadamente 2 anos depois do que nas meninas, e o crescimento pode continuar além dos 18 anos de idade. 
Fatores genéticos e ambientais afetam o momento do início da puberdade. 
Estudos baseados na população dos Estados Unidos e Europa sugerem tendências seculares para o início mais cedo da puberdade durante as últimas décadas em meninas e, em um menor grau, em meninos. 
1. Distúrbios do Desenvolvimento Puberal
A puberdade precoce é definida pelo início de características sexuais secundárias antes dos 8 anos de idade em meninas e 9 anos em meninos.
A puberdade precoce central é sempre isossexual e é originada da ativação hipotálamo-hipófise-gônadas com subsequente secreção de hormônios sexuais e maturação sexual progressiva. 
A puberdade precoce periférica algumas das características sexuais secundárias surgem, mas não há ativação do eixo hipotálamo-hipófisegônadas normal. Neste grupo, as características sexuais podem ser isossexuais ou heterossexuais (contrassexuais).
2. Desenvolvimento Físico e Social do Adolescente 
Este período do desenvolvimento compreende a adolescência, que é dividida em três fases — adolescência inicial, média e final. 
Cada uma marcada por um conjunto característico de marcos biológicos, cognitivos e psicossociais. 
Embora sem dúvida existam variações individuais no tempo e no ritmo do desenvolvimento, as mudanças seguem um padrão bastante previsível de ocorrência. 
O sexo e a cultura afetam profundamente o curso do desenvolvimento, assim como as influências físicas, sociais e ambientais. 
Dada a interação destes domínios, um enfoque biopsicossocial é o mais adequado para abordar a saúde do adolescente.
3. Desenvolvimento físico 
A puberdade é a transição biológica da infância para a idade adulta. 
As transformações da puberdade incluem o aparecimento de características sexuais secundárias, aumento em altura, mudança na composição corporal e desenvolvimento da capacidade reprodutiva. 
A produção adrenal de andrógenos (principalmente o sulfato de diidroepiandrosterona [DEHEAS]) pode ocorrer precocemente, já a partir dos 6 anos de idade, manifestando-se com o desenvolvimento de bromidrose axilar (mau odor nas axilas) e aparecimentos de pelos púbicos finos (adrenarca). 
A maturação do gerador em pulso do hormônio liberador de gonadotrofina está entre as primeiras alterações neuroendócrinas associadas ao início da puberdade. 
Sob a influência do hormônio liberador de gonadotrofina, a glândula hipófise secreta o hormônio luteinizante e o hormônio folículo estimulante; inicialmente isto ocorre de uma forma pulsátil, principalmente durante o sono, mas esta variação diurna diminui ao longo da puberdade. 
O hormônio luteinizante e o hormônio folículo-estimulante estimulam aumentos correspondentes de andrógenos e estrógenos gonadais. 
Os gatilhos para estas alterações não são completamente compreendidos, mas podem envolver o hormônio leptina, cujas altas concentrações estão associadas ao aumento da gordura corporal e ao início precoce da puberdade. 
4. Desenvolvimento Sexual 
A progressão do desenvolvimento das características sexuais secundárias pode ser descrita utilizando a escala de estadiamento da maturidade sexual (EMS) (variando de 1, pré-adolescente, para 5, maturidade sexual), ou estádios de Tanner. 
A faixa de progresso normal da maturação sexual é ampla e afetada pela genética, pelo ambiente psicossocial, pela nutrição e pelo estado geral de saúde. 
As exposições ambientais podem também desempenhar algum papel.
5. Desenvolvimento neurológico, cognitivo e moral
Sobre a imagem: O entendimento de que o principal desenvolvimento estrutural do cérebro é completado na infância está ultrapassado. Agora está claro que a neuro maturação continua até a terceira década. Esta maturação é caracterizada pela diminuição da matéria cinzenta, aumento da matéria branca e pelo aparente aumento na eficiência da comunicação e conectividade entre as diferentes regiões do cérebro. O volume de matéria cinzenta atinge seu ápice na pré-adolescência e depois diminui. Esta diminuição é uma consequência da “poda” seletiva das conexões sinápticas raramente utilizadas. Acredita-se que o aumento do volume da matéria branca reflita o aumento da mielinização e subsequente facilitação da atividade cerebral integrada e a transmissão mais eficiente de informação entre as diferentes regiões do cérebro. Estas alterações são primeiro observadas no córtex posterior (regiões sensorial e motora) e progridem anteriormente. Os lóbulos frontais estão entre as últimas áreas do cérebro a amadurecer, incluindo o córtex pré-frontal, região do cérebro associada à função executiva: coordenação dos processos cognitivos complexos, incluindo o controle de impulsos, memória de trabalho, consideração de múltiplas opções e suas possíveis consequências, e avaliação de risco e recompensa, entre outros.
6. Desenvolvimento psicossocial 
Se correlaciona mais fortemente com o estado puberal e com a maturação física do que com a idade cronológica. 
Enquanto o desenvolvimento cognitivo é mais determinado biologicamente, o desenvolvimento psicossocial está sujeito a uma maior influência ambiental e cultural. 
Separar-se dos pais é um marco do desenvolvimento do adolescente. 
Os adolescentes iniciais começam a procurar mais privacidade em casa, ficando menos tempo com os pais. 
Os adolescentes podem procurar modelos adultos alternativos, como professores, treinadores ou pais de amigos. 
O conflito entre pais e filhos muitas vezes tem seu auge durante a adolescência média, com divergências sobre privilégios, independência e outros limites estabelecidos pelos pais. 
Os adolescentes podem parecer que, intermitentemente, buscam e rejeitam a aceitação dos pais. 
Ao longo desse período, entretanto, os pais permanecem como uma fonte importante de afeto e apoio para o adolescente, e continuam a exercer influência significativa nas tomadas de decisões do adolescente. 
Os adolescentes finais são menos vulneráveis à influência dos grupos de pares, estando mais perto de estabelecer sua própria identidade estável. 
Os adolescentes iniciais apresentam maior consciência e interesse sexual, que podem se manifestar através de conversas e fofocas sexuais, frequentemente focadas na anatomia sexual. 
A masturbação e outras explorações sexuais, algumas vezes com pares do mesmo sexo, são comuns. 
Os relacionamentos amorosos, se é que existem, não têm profundidade emocional. 
A curiosidade, a experimentação e a atividade sexual tornam-se mais comuns entre os adolescentes médios. 
Sobrepeso e Obesidade
1 Índice de massa corporal
IMC = peso em kg/(altura em metros) 2
Durante a infância, os níveis de gordura corporal mudam começando com alta adiposidade durante a infância. 
Os níveis de gordura corporal diminuem por cerca de 5,5 anos. 
A adiposidade, em seguida, aumenta até o início da idade adulta.
As crianças > 2 anos de idade com um IMC ≥ percentil 95 atendem ao critériode obesidade e aquelas com um IMC entre os percentis 85 e 95 entram na faixa de sobrepeso.
Alterações Ambientais: Sono, alimentação, ritmo geral da vida, pressão acadêmica, trabalho, sedentarismo e alimentos processados que tiveram crescimento gigantesco de consumo pós segunda guerra. 
Genética: doenças genéticas associadas à obesidade, tais como a síndrome de Prader-Willi, é caracterizada por apetite insaciável e busca por alimentos. 
Fisiologia Endócrina e Neural: 
Comorbidades: Comorbidades mais imediatas incluem diabetes tipo 2, hipertensão, hiperlipidemia e doença hepática gordurosa não alcoólica. A resistência à insulina aumenta com o aumento da adiposidade e afeta de maneira independente o metabolismo lipídico e a saúde cardiovascular. A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) ocorre em 10%-25% dos adolescentes obesos, é a doença hepática crônica mais comum nas crianças e adolescentes dos Estados Unidos. Pode apresentar-se com fibrose avançada ou esteato hepatite não alcoólica e pode resultar em cirrose e carcinoma hepatocelular. A resistência à insulina é comumente associada. A deficiência de hormônio do crescimento, hipotireoidismo e síndrome de Cushing são exemplos de distúrbios do sistema endócrino que podem levar a obesidade.
Intervenção: Com base em teorias de mudança comportamental, o tratamento inclui especificar comportamentos alvo, automonitorização, estabelecimento de metas, controle de estímulos e promoção de habilidades de autoeficácia e autogestão. As mudanças de comportamento associadas à melhora do IMC incluem a ingestão de menores quantidades de bebidas adoçadas com açúcar, consumo de dietas de maior qualidade, aumento do exercício, menos tempo diante da TV e auto pesagem. As dietas de redução de peso em adultos geralmente não levam a perda de peso sustentada. Portanto, o foco deve ser sobre as mudanças que podem ser mantidas por toda a vida. Não há farmacoterapia eficaz que resulte na reversão do excesso de adiposidade em crianças e adolescentes. O único medicamento aprovado pelo U.S. Food and Drug Administration (FDA) para obesidade em crianças.
Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.
Estágios de desenvolvimento
Segundo Piaget, há quatro estágios básicos do desenvolvimento cognitivo. O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.
O estágio pré-operacional vai dos 2 aos 7 anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.
O estágio das operações concretas, dos 7 aos 11 ou 12 anos, tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.
Por volta dos 12 anos começa o estágio das operações formais. Essa fase marca a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses.

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