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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Departamento Acadêmico de Química e Biologia – DAQBI Química PRÁTICAS DE FÍSICO-QUÍMICA PRÁTICA 5: DIAGRAMA DE FASES TERNÁRIO 08 DE ABRIL DE 2022 GRUPO 3 BRENDA MOTTA ALMINDA - 2127504 CAMILA GRASSMANN - 2092786 GUSTAVO PENNA - 2023520 MILENA YUMI SHIMURA - 2136791 PROFESSOR: JOÃO BATISTA FLORIANO TURMA: S61 CURITIBA 15 DE ABRIL DE 2022 1. INTRODUÇÃO Os diagramas de fases podem ser discutidos em termos da regra das fases, uma relação geral deduzida pela primeira vez por Gibbs.[1] Se o sistema contém três componentes (C = 3), um sistema ternário, a variância (F), é igual a F = C - P + 2 = 3 - P + 2. Sendo que a variância de um sistema define-se como o número de variáveis intensivas que podem ser independentemente alteradas sem perturbar o número de fases em equilíbrio no sistema. Por exemplo, num sistema monofásico e com um só componente (P = 1 e C = 1), a pressão e a temperatura podem ser alteradas, independentemente uma da outra, sem que se modifique o número de fases, desta forma F = 2.[1] Assim, diz-se que o sistema é bi variante ou que tem dois graus de liberdade. Se o sistema possui apenas uma fase e três componentes, são necessárias quatro variáveis para descrevê-lo, convenientemente escolhidas como: temperatura (T), pressão (p), fração molar da substância 1 (x1) e fração molar da substância 2 (x2). Como não se pode representar graficamente esse sistema em três ou duas dimensões, a temperatura e a pressão são mantidas constantes, de forma com que a variância seja no máximo igual a 2, podendo assim ser representado no plano. Feito isso restam apenas as frações molares das substâncias, x1, x2 e x3, que somadas são igual a 1. Ao se especificar duas delas, têm-se conhecimento da terceira e graficamente poderá ser representado pelo diagrama ternário, proposto por Gibbs e Roozeboom, um triângulo equilátero.[2] Algumas misturas de substâncias líquidas puras, em determinadas concentrações, pressão e temperatura, apresentam duas fases devido serem mais estáveis assim de acordo com a energia livre de Gibbs. Porém, ao alterar-se a quantidade de substância de um ou ambos compostos é possível se encontrar um ponto onde as substâncias tornam-se solúveis, mesmo que uma em baixíssima quantidade em relação à outra.[3] Um exemplo simples do comportamento de um sistema ternário, e que foi utilizado no experimento, é dado pelo sistema água-acetato de etila-etanol, onde os pares água-etanol e acetato de etila-etanol são completamente miscíveis e acetato de etila e água não o são.[2] Nesse sistema, quando não há a presença de etanol, é possível observar a presença de um sistema bifásico, devido à imiscibilidade de água e acetato de etila. Já na presença de etanol, onde a água é miscível, devido a presença de ligações de hidrogênio entre a hidroxila do álcool e a molécula da água, o acetato de etila pode, por fim, se dissolver na água, formando um sistema homogêneo. Quando interpolado no gráfico de Gibbs e Roozeboom, é possível prever a fração molar mínima necessária de etanol para que se tenha um sistema monofásico.[4] Através da curva de solubilidade formada poderá descrever também onde o sistema tem comportamento bifásico e onde terá comportamento homogêneo. O trabalho teve como objetivo construir o diagrama de fases ternário da mistura água-etanol-acetato de etila e determinar sua curva de solubilidade através do desaparecimento de duas fases. 2. PARTE EXPERIMENTAL Para a realização deste experimento, 3 buretas de 10 cm3 foram preenchidas e identificadas com acetato de etila P.A., etanol P.A. e água ultrapura, respectivamente. Em seguida, os tubos de ensaio foram numerados de 1 a 11, e em cada um deles, com o auxílio das buretas, foi adicionado as quantidades de água ultrapura e acetato de etila P.A. de acordo com a Tabela 1, apresentada abaixo: Tabela 1: Volumes de Acetato de Etila e Água ultrapura utilizados nos Tubos 1 ao 11 Nº do Tubo V(Acet. de Etila P.A.)/cm³ V(Água Ultrapura)/cm³ TUBO 1 8,00 — TUBO 2 0,500 1,75 TUBO 3 1,00 1,65 TUBO 4 1,00 1,05 TUBO 5 1,50 1,10 TUBO 6 1,50 0,650 TUBO 7 2,00 0,550 TUBO 8 3,00 0,550 TUBO 9 4,00 0,300 TUBO 10 5,00 0,300 TUBO 11 — 8,00 Com as soluções preparadas, dos tubos de ensaio 2 ao 10, foi adicionado etanol, gota a gota, até que a turbidez ou as duas fases presentes desaparecessem, e o volume gasto foi anotado na Tabela 2. Nos tubos de ensaio 1 e 11, não foi utilizado etanol, e o procedimento ocorreu de maneira “inversa”, onde calculou-se o volume de reagente necessário para que líquido se apresentasse turvo. No Tubo 1, foi adicionado água em 8,00 cm3 de acetato de etila, e no Tubo 11 acrescentou-se acetato de etila em 8,00 cm3 de água. Com os dados obtidos neste procedimento, foi calculado os valores das frações molares dos reagentes em cada um dos tubos de ensaio. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores das frações molares de acetato de etila P.A., água ultrapura e etanol P.A. de todos os tubos encontram-se na tabela abaixo. Tabela 2 - Frações molares dos Tubos 1 ao 11 Nº do Tubo V(Acet. de Etila)/cm³ V(Água)/c m³ V(Etanol)/c m³ x(Acet. de Etila) x(Água) x(Etanol) TUBO 1 8,00 0,390 0,000 0,787 0,213 0,000 TUBO 2 0,500 1,75 0,700 0,0457 0,847 0,107 TUBO 3 1,00 1,65 1,00 0,0875 0,766 0,147 TUBO 4 1,00 1,05 0,690 0,129 0,721 0,150 TUBO 5 1,50 1,10 0,870 0,171 0,664 0,166 TUBO 6 1,50 0,650 0,710 0,244 0,562 0,194 TUBO 7 2,00 0,550 0,650 0,333 0,486 0,181 TUBO 8 3,00 0,550 0,750 0,418 0,407 0,175 TUBO 9 4,00 0,300 0,500 0,622 0,247 0,130 TUBO 10 5,00 0,300 0,290 0,707 0,225 0,069 TUBO 11 0,90 8,00 0,000 0,021 0,979 0,000 Tendo as frações molares das três substâncias, podemos montar o Diagrama de Fases Ternário, em que ao ter a fração molar de dois compostos, conseguimos estipular o valor do terceiro para que todos estejam solubilizados, uma vez que todos os pontos dentro da linha indicam que ambos os compostos (Acetato e Água) estão solubilizados no etanol. Segue o gráfico do Diagrama: Gráfico 1 - Diagrama de Fases Ternário das frações molares do Acetato de Etila, Água e Etanol O ponto do tubo 1 deveria estar mais para cima do que ele está, assim como o gráfico deveria ter uma linha com menos “zigue-zague”, mas esses fatores se devem aos erros de medição causados principalmente pelas buretas não devidamente higienizadas utilizadas na prática. Para descobrir a quantidade necessária de etanol em uma mistura de água e acetato, precisamos calcular a fração molar de ambos, ver em que ponto temos o encontro dessas frações e, alinhando uma régua entre esse ponto e o vértice em que o etanol teria x=1, temos o ponto na reta que equivale a fração molar de etanol em que temos a virada da solução de turva para transparente, ou seja, a quantidade mínima necessária para o etanol solubilizar os outros dois componentes da mistura. No exercício feito em sala de aula, o ponto teórico visto no gráfico (equivalente a 3,10 mL de etanol) divergiu um pouco do ponto real de virada (2,80 mL de etanol), o que indica um certo erro e imprecisão no processo e no Diagrama. 4. CONCLUSÃO A partir do gráfico obtido é possível determinar o número de fases para qualquer mistura ternária ou binária entre etanol, água e acetato de etila, pois na área abaixo da curva obtida no gráfico 1 teremos duas fases, devido a insolubilidade entre acetato de etila e água, podendo assim observar também como a presença do etanol aumenta a solubilidade dos outros componentes. A partir do gráfico também é possível determinar a quantidade de etanol necessária para a solubilização de uma mistura binária água/acetato, porém como visto no exercício desempenhado durante a aula, o desvio desta medida foi de aproximadamente 10%, então este grande desvio impossibilita que possamos extrair informações quantitativas deste gráfico, sendo que este desvio pode ser atribuído em grande parte à medida do tubo 1, assim como a formaçãode bolhas de ar nas buretas, diminuindo a exatidão de todos os dados medidos. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] ATKINS, P.; PAULA, J. Físico-Química. 8.ed. Vol.1. Rio de Janeiro. LTC. 2008. [2 ]CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química, 1.ed. (reimpressão), Rio de Janeiro, LTC,1996. [3]SILVA, F.C. Efeito da temperatura e da adição de açúcares na solubilidade dos acetatos de butila e etila em solução aquosa. Tese de doutorado, UFU. 2014. [4] DALTIN, D. Tensoativos: química, propriedades e aplicações. São Paulo: Blucher, 2011.
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