Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ACIDENTES OFÍDICOS - TUT 03 TERMO DESCONHECIDO: → RANITIDINA ★ Inibe competitivamente a ação da histamina nos receptores H2 das células parietais, reduzindo a secreção ácida gástrica durante o dia e em condições basais noturnas, mesmo quando estimulada por alimentos, insulina, aminoácidos, histamina ou pentagastrina. → FASCIOTOMIA ★ É um procedimento cirúrgico realizado como tratamento da síndrome compartimental. O método tem como objetivo aliviar a pressão nos músculos quando ela aumenta demasiadamente e impede que chegue sangue no músculo, situação esta que provoca isquemia e necrose nos membros. ⏩ 01: COMPREENDER SOBRE CADA GÊNERO DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL → EPIDEMIOLOGIA ★ Foram notificados no Sinan no ano de 2018, 265.643 acidentes por animais peçonhentos, sendo 28.961 (10,9%) ocasionados por serpentes. Em relação aos óbitos, os acidentes ofídicos é o grupo com a maior parcela, sendo notificadas 105 mortes por serpentes do total dos registros (30,6%); ★ Os acidentes ofídicos acometem majoritariamente moradores de áreas rurais (77,5%), sendo o sexo masculino o grupo mais vulnerável (76,9% dos casos e 70,5% dos óbitos), principalmente, pela predominância de homens em atividades agrícolas; ★ Os acidentes botrópicos representam 69,3% do total de casos por acidentes ofídicos; ★ A maior letalidade foi causada nos acidentes laquéticos (1,3%) e crotálico (0,8%); ★ Os casos no Sul, Sudeste e Centro-Oeste predominaram durante os meses de novembro a março. O Nordeste apontou uma maioria de casos entre abril e maio. No Norte, nota-se a predominância no início do ano (RELACIONADO COM O AUMENTO DA TEMPERATURA E PLUVIOSIDADE); → ORIENTAÇÕES E CUIDADOS GERAIS ★ Muitos acidentes podem ser evitados por meio de medidas de prevenção, e os casos que acometeram os membros inferiores podem ser reduzidos em até 80,0% por meio do uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos (Equipamentos de proteção individual – EPIs); ★ Cerca de 15,0% dos acidentes podem ser evitados por meio do uso de luvas de aparas de couro (EPIs) nas atividades agrícolas, jardinagem, ao manipular lenhas, palhas, etc; ★ Evitar acúmulo lixo ou entulho e mato alto em torno das residências, devem ser adotadas, já que isso atrai pequenos animais que servem de alimentos para as serpentes, aumentando a probabilidade de ocorrência de acidentes; ★ Em caso de acidentes é imperativo a procura do atendimento médico o mais rapidamente possível; DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL → CARACTERÍSTICAS DAS COBRAS PEÇONHENTAS DO BRASIL DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL – – – – – – – – ACIDENTE BOTRÓPICO – – – – – – – – – – – – – ★ Corresponde ao acidente ofídico de maior importância epidemiológica no país; Esses gêneros apresentam fosseta loreal e cauda lisa; ★ São conhecidas popularmente por: jararaca, ouricana, jararacuçu, urutu-cruzeira, jararaca-do-rabo-branco, malha de-sapo, patrona, surucucurana, combóia, caiçara; ★ Estas serpentes habitam principalmente zonas rurais e periferias de grandes cidades, preferindo ambientes úmidos como matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para proliferação de roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha), possuem hábitos noturnos e crepusculares; ★ MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO ❖ Os venenos botrópicos apresentam mecanismos de ação extremamente complexos, e muitas toxinas apresentam múltiplas atividades, como as metaloproteinases. ➔ INFLAMATÓRIA AGUDA: é causada por um conjunto de frações do veneno responsáveis pelos fenômenos locais (como bolhas e necrose) atribuídas inicialmente à ação proteolítica. Estas frações têm também atividades indiretas, induzindo ou liberando potentes autacóides, como prostaglandinas, que atuam de maneira complexa desencadeando os sinais flogísticos; ➔ COAGULANTE: possui capacidade de ativar fatores da coagulação sanguínea, ocasionando consumo de fibrinogênio e formação de fibrina intravascular, induzindo com frequência à incoagulabilidade sanguínea. São descritos fatores com atividade sobre a agregação e a aglutinação plaquetária, levando à trombocitopenia; ➔ HEMORRÁGICA: é atribuída, fundamentalmente, a componentes específicos, denominados hemorraginas, metaloproteinases que contêm zinco. Elas podem romper a integridade do endotélio vascular e têm atividade desintegrina. Degradam vários componentes da matriz extracelular, como colágeno tipo 4, fibronectina e laminina. Além disso, são potentes inibidoras da agregação plaquetária. ★ QUADRO CLÍNICO DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ★ LOCAL: O sangramento no sítio de inoculação do veneno é observado com frequência. Aparece edema firme, doloroso de cor violácea (podendo se estender a todo o membro em 24h), equimoses, gânglios aumentados e dolorosos em poucas horas, bolhas com conteúdos serosos, hemorrágicos, necróticos ou purulento; ★ SISTÊMICO: ocorre uma coagulopatia de consumo, resultando em alteração dos testes de coagulação, gengivorragia, hematúria microscópica e púrpuras podem ocorrer nos acidentes leves e moderados, sem repercussão hemodinâmica. Em casos graves, observa-se hemorragia intensa e/ou em regiões vitais, choque (raramente acontece, porém se acontecer é de forma precoce) e insuficiência renal aguda (estando associada a coagulopatia de consumo, hipotensão, hemólise e a uma eventual ação nefrotóxica direta do veneno) ★ COMPLICAÇÕES: ★ TRATAMENTO ★ A administração do soro heterólogo deve ser feita o mais precocemente possível, por via intravenosa, em solução diluída em soro fisiológico ou glicosado; ★ Se, decorridas as 12 horas, o TC permanecer incoagulável (acima de 30 minutos) ou se após 24 horas não estiver normalizado, recomenda-se dose adicional de duas ampolas de soro antibotrópico; ★ Recomenda-se, dessa forma, a profilaxia do tétano em todos os acidentes ofídicos e a presença de veneno no conteúdo de bolhas tem sido observada, sendo recomendável a aspiração do líquido dessas coleções, em condições adequadas de antissepsia; DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ★ – – – – – – – – ACIDENTE LAQUÉTICOS – – – – – – – – – – – – – ★ É um acidente incomum, mesmo nas florestas tropicais úmidas da região Amazônica e da Mata Atlântica, onde esta serpente é encontrada em nosso país. ( Exemplo: SURUCUCU); ★ MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO ★ Apresenta atividades fisiopatológicas semelhantes às do veneno botrópico, ação inflamatória aguda local, coagulante, hemorrágica e neurotóxica (É descrita uma ação do tipo estimulação vagal, porém ainda não foi caracterizada a fração específica responsável por essa atividade); ★ QUADRO CLÍNICO ★ LOCAL: caracterizado por dor, edema e equimose na região da picada, que pode progredir para todo o membro acometido, podem surgir vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero-hemorrágico e as complicações; ★ HEMATOLÓGICA: as manifestações hemorrágicas limita-se ao local da picada na maioria dos casos; ★ NEUROTÓXICA: de ocorrência variável, caracteriza-se pela instalação precoce de hipertensão arterial. Concomitantemente, descreve-se sudorese, náuseas e vômitos, cólicas abdominais, diarreia e bradicardia. A intensificação destas alterações pode levar a choque, bradicardia grave e óbito. ★ COMPLICAÇÃO SISTÊMICA: são semelhantes às descritas nos acidentes botrópicos, ou seja, insuficiência renal aguda, hemorragia grave, choque e septicemia. DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ★ TRATAMENTO ★ Pacientes que apresentam alterações compatíveis com manifestações neurotóxicas devem ser tratados de acordo com a manifestação clínica apresentada; na presença de bradicardia com instabilidade hemodinâmica, está indicado sulfato de atropina; ★ Nos casos de acidente laquético comprovado e na falta dos soros específicos, o tratamento deve ser realizado com soro antibotrópico, apesar deste não neutralizar de maneira eficaz a ação coagulante do veneno laquético. ★ Hidratação, e drogas vasoativas, fasciotomia, diálise… – – – – – – – – ACIDENTE CROTÁLICOS – – – – – – – – – – – – – ★ Apresenta o maior coeficiente de letalidade devido à freqüência com que evoluipara insuficiência renal aguda (IRA); ★ os sintomas e os sinais apresentados pelos pacientes com envenenamento por picada de Crotalus durissus terrificus são consequentes às atividades neurotóxica, miotóxica e coagulante do veneno; ★ Exemplo: CASCAVEL; ★ MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO ❖ Historicamente, o veneno das Crotalus do Brasil foi descrito como capaz de produzir, no homem, efeitos hemolítico e neurotóxico; ➔ HEMOLÍTICA: Decorre de atividade do tipo trombina que converte o fibrinogênio diretamente em fibrina. O consumo do fibrinogênio pode levar à incoagulabilidade sanguínea. Geralmente não há redução do número de plaquetas. As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas; ➔ NEUROTÓXICA: é fundamentalmente produzida pela crotoxina, é uma neurotoxina pré-sináptica que atua nas terminações nervosas motoras, DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL inibindo a liberação de acetilcolina pelos impulsos nervosos, responsável pelo bloqueio neuromuscular e, portanto, pelas paralisias motoras; ➔ MIOTÓXICA: Produz lesões de fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de enzimas e mioglobina para o soro e que são posteriormente excretadas pela urina. Não está identificada a fração do veneno que produz esse efeito miotóxico sistêmico; ★ QUADRO CLÍNICO ★ LOCAL: As marcas das presas podem ser encontradas com edema e eritema discretos ou sem qualquer alteração local. Não há dor, ou se existe, é de baixa intensidade. Há queixa de parestesia, que pode estar restrita à região da picada ou assumir um caráter regional; ★ SISTÊMICA: Sintomas gerais como mal-estar, náuseas, cefaleia, prostração e sonolência podem aparecer precocemente. As manifestações clínicas decorrentes da atividade neurotóxica do veneno apresentam-se nas primeiras 6 horas, geralmente nas 3 primeiras horas após a picada (FACE MIASTÊNICA). O quadro miotóxico do veneno, são as dores musculares generalizadas, de aparecimento precoce e mais intensas nos casos mais graves. A mialgia, se não for queixa espontânea, aparece à compressão de massas musculares. O escurecimento da urina pela mioglobinúria (Figura 21) é a manifestação clínica mais evidente da existência da rabdomiólise e também da gravidade do envenenamento; ★ COMPLICAÇÃO: As complicações do acidente crotálico são a insuficiência renal aguda (IRA), frequente nos casos graves tratados tardiamente ou de maneira inadequada, e a insuficiência respiratória aguda, secundária à paralisia muscular, transitória e encontrada raramente; ★ TRATAMENTO ★ Medicamentos sintomáticos, hidratação, uso de diuréticos para manter o fluxo urinário, lavagem e assepsia do local da picada, soroterapia heteróloga (antagonistas do H1 da histamina [prometazina], antagonista do H2 [ranitidina] e hidrocortisona); DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL – – – – – – – – ACIDENTE ELAPÍDICOS – – – – – – – – – – – – – ★ É causado pelas corais-verdadeiras (família Elapidae, gêneros Micrurus e Leptomicrurus). São amplamente distribuídos no país, com várias espécies que apresentam padrão característico com anéis coloridos; ★ São animais de pequeno e médio porte com tamanho em torno de 1,0 m; ★ MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO ❖ os acidentes relatados são observadas somente alterações compatíveis com a ação neurotóxica. ➔ NEUROTÓXICA: As neurotoxinas elapídicas são proteínas básicas de baixo peso molecular e apresentam rápida difusão pelos tecidos. Todos os elapídios brasileiros apresentam neurotoxinas pós-sinápticas que têm grande afinidade com os sítios receptores de acetilcolina na placa motora terminal, com efeitos semelhantes aos do curare. Algumas Micrurus encerram ainda atividade pré-sináptica, que ocasiona inibição na liberação da acetilcolina; ★ QUADRO CLÍNICO ★ LOCAL: No local da picada, o paciente pode referir dor e parestesia. Edema leve pode ser observado, mas não há equimose. Os sintomas, quando ocorrem, costumam ser precoces, em virtude da rápida absorção do veneno, mas também podem ocorrer somente horas após o acidente; ★ SISTÊMICO: A ptose palpebral, geralmente bilateral, é o primeiro sinal de neurotoxicidade associada ou não à turvação visual, que pode evoluir para diplopia. Paralisia da musculatura velopalatina, da mastigação, da deglutição, sialorréia e diminuição do reflexo do vômito também podem ser observados, com frequência variável. Em raros casos, tem-se observado diminuição generalizada da força muscular, que pode progressivamente acometer a musculatura intercostal e diafragmática, com consequente comprometimento da mecânica respiratória, evoluindo para apneia; ★ TRATAMENTO ★ Nos pacientes com insuficiência respiratória aguda, tem sido recomendada a utilização de anticolinesterásicos, do tipo neostigmina, na tentativa de reverter os fenômenos neuroparalíticos; Esta deve ser precedida da injeção de atropina EV, para prevenir os efeitos muscarínicos da acetilcolina, principalmente a bradicardia e a hipersecreção.; DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ★ Nos casos de insuficiência respiratória, também deve ser instituída a ventilação mecânica; REFERÊNCIAS Boletim Epidemiológico 09 Vol. 51Mar. 2020 - Acidentes ofídicos no Brasil 2018 MARTINS, Mílton de A.; CARRILHO, Flair J.; ALVES, Venâncio Avancini F.; CASTILHO, Euclid. Clínica Médica, Volume 7: Alergia e Imunologia Clínica, Doenças da Pele, Doenças Infecciosas e Parasitárias. Fundação Nacional de Saúde: Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed., 2001. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/anima is-peconhentos/acidentes-ofidicos#:~:text=SITUA%C3%87%C3% 83%20 EPIDEMIOL%C3%93 GICA,Norte%20e%20a%20 Centro%2 Oeste. https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/junho/22/3-of-no -02_2014-cgdt_devit_svs_ms-2014-protocolos-phoneutria-loxoscel es-e-elapidae.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos/acidentes-ofidicos#:~:text=SITUA%C3%87%C3%83O%20EPIDEMIOL%C3%93GICA,Norte%20e%20a%20Centro%2DOeste https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos/acidentes-ofidicos#:~:text=SITUA%C3%87%C3%83O%20EPIDEMIOL%C3%93GICA,Norte%20e%20a%20Centro%2DOeste https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos/acidentes-ofidicos#:~:text=SITUA%C3%87%C3%83O%20EPIDEMIOL%C3%93GICA,Norte%20e%20a%20Centro%2DOeste https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/junho/22/3-of-no-02_2014-cgdt_devit_svs_ms-2014-protocolos-phoneutria-loxosceles-e-elapidae.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/junho/22/3-of-no-02_2014-cgdt_devit_svs_ms-2014-protocolos-phoneutria-loxosceles-e-elapidae.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/junho/22/3-of-no-02_2014-cgdt_devit_svs_ms-2014-protocolos-phoneutria-loxosceles-e-elapidae.pdf
Compartilhar