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APG 23 - Hanseníase

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Objetivos 
 
OBJETIVO 1: Compreender a fisiopatologia e etiologia da hanseníase
OBJETIVO 2: Conhecer a epidemiologia e manifestações clínicas da hanseniase 
OBJETIVO 3: Analisar como a patologia interfere nas relações sociais do paciente 
Hanseníase 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
• Doença infecciosa crônica granulomatosa 
• Afeta a pele, sistema nervoso e outros órgãos e sistemas 
• As vias aéreas superiores são consideradas as portas de 
entrada para o bacilo, entretanto existem outras formas 
de transmissão: placentária, por contato. 
AGENTE ETIOLÓGICO: 
• Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen 
• É um bastonete BAAR 
• Parasita intracelular obrigatório 
• Possui afinidade por macrófagos e células de Schwann 
• Tropismo pela pele e nervos periféricos 
• Possui alta infectividade e baixa patogenicidade 
• Vive por até 36h em temperatura ambiente 
• Homem é o reservatório do bacilo 
TRANSMISSÃO: 
• Pelas vias aéreas superiores 
• Pele ou mucosa erosada 
• Doentes bacilíferos (sem tratamento ou com tratamento 
irregular) 
• 90 a 95% dos indivíduos expostos são naturalmente 
resistentes 
• 5 a 10% manifestam a doença de diferentes formas 
• Período de incubação: multibacilares (5 a 10 anos) e 
paucibacilares (2 a 5 anos) 
PATOGÊNESE: 
Após a infecção o bacilo é fagocitado por macrófagos e será 
apresentado as células apresentadoras de antígenos pelo MHC 
I e II 
A infecção evolui de formas diferentes de acordo com a 
resposta imunológica do individuo (pode ser TH1 ou TH2) 
Com uma resposta imunológica competente, o individuo evolui 
para a forma clínica localizada e não contagiosa 
Com uma resposta imune ineficiente a forma difusa e 
contagiosa se desenvolve. 
Entre os dois extremos tem-se a forma intermediaria que di 
respeito a graduais variações da resistência ao bacilo 
Fisiologicamente o macrófago ao ser infectado pelo bacilo iria 
liberar interleucinas, que estimulariam células NK a produzir 
INF- γ, que realiza a ativação dos macrófagos estimulando a 
fagocitose, além disso levaria a maior produção de TNF-a que 
incrementa a ativação macrofágica por meio do sinergismo 
cíclico. 
A defesa ou a resistência a infecção estão relacionadas a 
presença de TNF-a e a produção de mediadores de oxidação, 
como reativos intermediários do oxigênio e do nitrogênio, 
mecanismos essenciais para destruição bacilar 
intramacrofágica. 
O mycobacterium leprae pode apresentar escape a 
oxidação intramacrofágica, devido a produção de 
antígenos pela sua parece celular, como PGL1 e 
LAM (lipoarabinomanana), que promovem a supressão 
da ativação dos macrófagos, proporcionando condições para 
que o bacilo fique protegido e se multiplique, formando globias 
(células de virchow). A supressão macrofágica ainda pode ser 
intensificada pela produção de TGF-B e proliferação de 
linfócitos B. 
CLASSIFICAÇÃO DA HANSENÍASE (RIDLEY-
JOPLING): 
A classificação se baseia no espectro clinico, ou seja, nos 
achados cutâneos e neurológicos, capacidade imunológica do 
indivíduo e o número de bacilos BAAR presentes na derme: 
• Hanseníase Tuberculoide: resposta imune maior e 
poucos microorganismos; lesões são únicas ou em 
pequeno número, hipocrômica, as bordas são 
eritematosas, bem definidas e assimetricamente 
distribuídas 
• Hanseníase Virchowiana: baixa resposta imune e 
uma carga alta de microrganismos; lesões mal definidas e 
Hanseníase 
 
disseminadas de maneira difusa, hipocrômicas ou 
eritematosas 
• Hanseníase indeterminada: instável e intermediaria; 
surge após um período de incubação de 2 a 5 anos; 
aparecimento de manchas hipocrômicas, com alteração 
de sensibilidade, frequentemente apenas sensibilidade 
térmica encontra-se alterada; pesquisa de BAAR revela-
se negativa. É considerada a primeira forma de 
manifestação clínica da hanseníase 
• Hanseníase Borderline/Dimorfa: instável e 
intermediaria; compreende a maior parte dos pacientes 
com hanseníase, está entre os polos tuberculoide e 
virchowiana. Lesões múltiplas, podendo ser desde 
máculas, eritematosas, em pele clara a hipocromicas, em 
pele escura (tonalidade cobreada), 
CLASSIFICAÇÃO DA OMS: 
• Hanseníase Multibacilar (MB): seis ou mais lesões 
e pode ser positiva no esfregaço cutâneo 
• Hanseníase Paucibaciliar (PB): cinco ou menos 
lesões de pele sem bacilos detectáveis no esfregaço 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Brasil: 2º país com maior número de novos casos 
• Doença de notificação compulsória 
• Atinge mais homens que mulheres 
Dados preliminares divulgados pelo Ministério da 
Saúde apontam que o Brasil diagnosticou 15.155 novos casos 
de hanseníase em 2021, índice abaixo do registrado em 2020, 
de 17.979 casos. Nos últimos dois anos, observa-se que o 
número de casos foi bem menor quando comparado ao ano 
anterior à pandemia. Em 2019, por exemplo, foram notificados 
27.864 casos da doença. 
Para os pesquisadores, a pandemia impactou diretamente na 
detecção de novos casos. Os índices mais baixos podem 
estar associados à subnotificação da doença devido à 
dificuldade na manutenção da oferta dos serviços e 
atendimento especializado. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
Manifestações cutâneas: podem se apresentar como 
máculas, pápulas, placas eritematosas 
Neuropatia: Inflamação dos nervos periféricos, 
principalmente ramos neurais distais; os nervos mais 
acometidos são: facial, trigêmeo, ulnar, mediano, radial, fibular 
e tibial. Essa alteração nervosa resulta em distúrbio da 
sensibilidade térmica e dolorosa, posteriormente tátil e 
também podendo evoluir para amiotrofia, retração de tendões 
e paralisia. 
Lesão Oftálmica: comprometimento de nervos da 
musculatura das pálpebras, pode levar a ressecamento da 
córnea, abrasão e ulceração da mesma. A capacidade de 
fechar totalmente as pálpebras deve ser avaliada. 
OBS: as lesões neurais mais precoces, assimétricas e 
agressivas, estão relacionadas a hanseníase 
tuberculoide. Já as lesões mais tardias e menos intensas e 
simétricas estão relacionadas a hanseníase virchowiana. 
Outros tipos de reações podem ser: 
• Fadiga 
• Mal-estar 
• Febre 
• Neurite 
• Artrite 
NO EXAME FÍSICO PODE-SE ENCONTRAR: 
• Manchas hipopigmentadas ou avermelhadas na pele 
• Sensação diminuída ou perda de sensação na(s) 
mancha(s) de pele 
• Parestesias (formigamento ou dormência nas mãos ou 
pés) 
• Feridas indolores ou queimaduras nas mãos ou pés 
• Caroços ou inchaço nos lóbulos das relhas ou no rosto 
• Nervos periféricos sensíveis e aumentados 
HANSENÍASE E INTERAÇÕES SOCIAIS: 
 O estigma em decorrência da hanseníase sempre esteve 
presente na sociedade em diferentes momentos históricos. 
Podem estar envolvidos nesse processo, o caráter crônico da 
doença, a deformidade física causada por ela e o fato de até 
pouco tempo ter sido considerada incurável. Também está 
relacionado a uma condição de inferioridade e estranhamento 
em relação àquele que tem a doença. 
Aspectos relacionados ao estigma e à discriminação 
promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem 
produzir consequências negativas que resultam em interações 
sociais desconfortáveis, limitando o convívio social, sofrimento 
psíquico e, consequentemente, pode interferir no diagnóstico 
e adesão ao tratamento da hanseníase, perpetuando um ciclo 
de exclusão social e econômica. 
Referências: 
• Brasileiro-Filho G. Bogliolo – Patologia Geral. 5ª 
edição. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2013. 
• Hanseníase: Epidemiologia, microbiologia, 
manifestações clínicas e diagnóstico- David 
Scollard, MD, PhD, Barbara Stryjewska, MD, Mara 
Dacso, MD, MS 
 
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/boletins-epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-hanseniase-_-25-01-2022.pdf/view
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/boletins-epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-hanseniase-_-25-01-2022.pdf/view
https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/pandemia/
https://www.uptodate.com/contents/leprosy-epidemiology-microbiology-clinical-manifestations-and-diagnosis/contributorshttps://www.uptodate.com/contents/leprosy-epidemiology-microbiology-clinical-manifestations-and-diagnosis/contributors
https://www.uptodate.com/contents/leprosy-epidemiology-microbiology-clinical-manifestations-and-diagnosis/contributors
https://www.uptodate.com/contents/leprosy-epidemiology-microbiology-clinical-manifestations-and-diagnosis/contributors
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