Buscar

Habeas Corpus - Sandro e Thiago (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA NOVA AMÉRICA
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Pacientes: Sandro Marques do Amaral e Thiago Augusto dos Santos
Autoridade Coatora: xxxxx – Magistrada da 3ª Vara da Comarca da Capital 
Priscylla Helmold de Mattos, brasileira, casada, advogada, inscrita na OAB/RJ sob o nº 00.000, com endereço profissional situado à xxxxxxxx, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, impetrar a presente ordem de 
HABEAS CORPUS REPRENSSIVO COM PEDIDO DE LIMINAR
Em favor de SANDRO MARQUES DO AMARAL, brasileiro, motoboy, portador da cédula de identidade nº 65.214-79, inscrito no CPF sob o nº 665.092.741-09 e THIAGO AUGUSTO DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, balconista, portador da cédula de identidade nº 09.942-76, inscrito no CPF sob o nº 145.227.908-32, ambos residentes e domiciliados na Avenida Dom Helder Câmara, nº 6.355, Bl 02, Apto. 301, Del Castilho/RJ – CEP: 21.350-050, atualmente recolhidos na Penitenciaria Pública de Água Santa, nesta cidade, o qual vem sofrendo violenta coação em sua liberdade, por ato ilegal e abusivo da autoridade coatora Douta Magistrada da 3ª Vara da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados:
1 – Da síntese dos Fatos. 
Constam nos autos do processo criminal nº xxxx, o qual tramitou na 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, que supostamente o paciente praticou delito previsto no art. 121, §2º do Código Penal. 
Em 08 de agosto do corrente ano, os ora pacientes SANDRO MARQUES DO AMARAL e THIAGO AUGUSTO DOS SANTOS, foram surpreendidos em suas residências por uma guarnição da Policia Militar, em posse dos respectivos Mandados de Prisões Preventivas, oriundos da lavra MM. Juíza da 3ª Vara da Comarca da Capital, acusados pela prática do injusto delito previsto no art. 121, §2º do Código Penal.
Em decorrência da decretação da prisão preventiva dos pacientes, fora protocolado em 03 de setembro do corrente ano, Pedido de Revogação da Prisão Preventiva, pugnando pela revogação da prisão preventiva e até a presente data, não houve analise do pedido. Ressalte-se oportunamente que o Inquérito Policial foi remetido a delegacia desta Comarca para cumprimento de diligências, o que corrobora ainda mais com a tese de protelação do prazo. 
II – Do Direito 
 Impetra-se o presente writ diante das ilegalidades perpetradas no procedimento criminal de restauração de autos em epígrafe, bem como da continuidade das coações pelo tribunal de justiça do Rio de Janeiro, ao não conceder a ordem de habeas corpus, tornando-se autoridade coatora. 
Conforme consta nos autos do processo em epigrafe, os pacientes foram presos na data de 08/08/2021, em decorrência dos mandados de prisões preventivas, controversos pela infração ao tipo descrito no artigo 121, §2º, do Código Penal Brasileiro, o que hora se reserva a questionar o excesso de prazo no tocante a conclusão do inquérito policial, assim como a apreciação do pedido de revogação da prisão preventiva protocolado em 03/09/2021, sendo neste caso recepcionado pelos artigos 10 e 648, inciso II, do Código de Processo Penal, in verbis: 
Art.10: O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela
Art. 648: A coação considerar-se-á ilegal: 
II- quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
A) Da admissibilidade do presente remédio Constitucional 
É cabível o presente HABEAS CORPUS, pelo constrangimento ilegal a que está submetido, nos termos do artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, combinado com o artigo 648, do Código de Processo Penal. 
Lúcio Santoro de Constantino (CONSTANTINO, Lúcio Santoro de. Recursos criminais, sucedâneos recursais criminais e ações impugnativas autônomas criminais. Porto Alegre: Livraria do advogado, 2004, página 274), leciona: 
 “A justa causa é o motivo legal. Se estivermos frente a uma atipicidade material, ou seja, a conduta não é crime, ou atipicidade formal, significa dizer que não foi observada determinada regra processual, temos ausência de justa causa. Nestes casos, frente ao constrangimento ilegal ou ao risco de constrangimento ilegal, é cabível o Habeas Corpus. ”
B) Do Excesso de Prazo cometido pela autoridade Coatora 
Os pacientes tendo sidos presos na data de 08/08/2021 e já decorridos mais de 10 (dez) dias, da custódia, estando os pacientes recolhidos e segregado na Penitenciaria de Água Santa, tendo o inquérito policial sequer concluído, tampouco apreciado o pedido de Revogação da Prisão Preventiva dos pacientes, protocolados em 03/09/2021, a apreciação do presente remédio constitucional, trará maior benefício a justiça senão a concessão da presente ordem. 
Perante ao STF, o entendimento predominante é no sentido de que os prazos se contam separadamente, não sendo possível considerar-se que o constrangimento ilegal surja apenas quando se tenha excedido o total dos prazos, de modo que o excesso de uns possa ser compensado pela economia de outros (cf. RTJ, 3:191, 33:785, 33:585, 39:368 e 39:544, apud “informações da Associação Paulista do Ministério Público”, ficha 6). 
A Excelsa corte já decidiu: “ Habeas Corpus. Excesso de prazo. Os prazos processuais hão de verificar-se, separadamente, para efeito de aferição de eventual excesso injustificado. Pode o réu, em novo habeas corpus, alegar ocorrência de demora injustificada, na formação da culpa, em fase processual subsequente à que foi objeto de apreciação no pedido anterior...” (cf. STF, RHC, 59.246-5-PR, DJU, 23 out. 1981, p.10629). 
Vale trazer a lembrança, que há pessoas cuja liberdade lhe foi subtraída e afim de alicerçar o remédio jurídico, é devido esclarecer que contra os pacientes não constam antecedentes, os mesmos exercem profissão legal. 
Faz se necessário, lembrar que toda espécie de custódia provisória é a exceção. O direito do réu de responder o processo em liberdade é a regra. 
No referido processo, os pacientes não representam perigo à sociedade ou a ordem pública, nem mesmo podem prejudicar a instrução criminal ou dificultar a aplicação da lei penal. 
C) Da coação ilegal
Os pacientes encontram-se privados de sua liberdade por mais de 10 (dez) dias, à espera da conclusão do inquérito policial, assim como, da apreciação do pedido de revogação da prisão preventiva, uma vez que os referidos prazos já ultrapassaram os limites previstos para sua conclusão. 
A restrição de liberdade apontada é absurda, além de flagrante ilegal, em face de perdurar por tão longo tempo, desvirtuando por completo a finalidade da prisão preventiva, que deve ser uma medida excepcional e temporária. 
Não podem os pacientes sofrerem com as mazelas da privação de liberdade em razão, exclusivamente, da ineficiência administrativa do Estado na conclusão do Inquérito Policial, assim como da apreciação do pedido de revogação da prisão preventiva. 
Embora a prisão preventiva não tenha prazo preestabelecido, não pode alonga-se infinitamente. No caso in examine a demora é inadmissível que a custódia se prolongue, extrapolando qualquer juízo de razoabilidade. 
In casu, sequer foi concluído o inquérito policial, que tem o prazo peremptório de 10 (dez) dias para sua finalização. Desse modo o constrangimento ilegal, começou no décimo primeiro dia de prisão dos pacientes. 
É de máxima importância frisar que para manutenção da prisão preventiva é necessário, que além de serem obedecidos os prazos legais, exista justa causa (CPP, art.. 648,I), o que não está presente no caso. 
Há a necessidade de se considerar, que ambos os pacientes possuem residência fixa, são réus primáriose tem bons antecedentes. 
Para o douto Paulo Roberto da Silva Passos, o sentido de justa causa “significa o que convém ou o que de direito e causa, motivo, razão, origem, é necessário que se alega ou se avoca, para mostrar a justa causa, seja realmente amparado na lei ou no direito ou, não contravindo a este, se funde na razão e equidade” (Do Habeas Corpus, Edipro, 1991, p.78). 
D) Da decretação da prisão preventiva do paciente
No caso em tela percebe-se que o motivo primordial no qual a Douta Magistrada Coatora embasou a decretação da prisão dos pacientes, fora de que suas solturas representariam um perigo eminente à sociedade. 
A prisão preventiva trata-se de uma medida cautelar de constrição à liberdade do indiciado ou réu, por razões de necessidade, respeitados os requisitos estabelecidos em lei, o que não ocorre no caso em tela, já que tal instituto processual foi totalmente desvencilhado do seu objetivo, uma vez que não teve seus pré-requisitos atendidos. 
Cumpre salientar que a prisão preventiva tem a finalidade de assegurar o bom andamento da instrução criminal, não podendo está se prolongar indefinidamente, por culpa do juiz ou por atos procrastinatórios do órgão acusatório. Se este assim acontecer, configura constrangimento ilegal.
Os argumentos que basearam a decisão da autoridade coatora, afrontam de forma clara e incontestável o direito constitucional a liberdade, uma vez que tal instituto penalista prevê que a garantia da ordem pública é a hipótese de interpretação mais ampla e insegura na avaliação da necessidade da prisão preventiva. 
A garantia da ordem pública deve ser visualizada pelo trinômio: gravidade da infração + periculosidade do agente. Mas, via de regra, o ideal é respeitar a ocorrência conjunta dos três fatores (gravidade do crime + repercussão social + periculosidade do agente). 
Desse modo, podemos acompanhar que a autoridade coatora foi infeliz na fundamentação da decretação da prisão preventiva, não há que se falar em gravidade do crime, uma vez que conforme já demonstrado ao longo do presente remédio constitucional, não resta comprovado que os pacientes, são autores do crime em tela. 
Nobre julgadores, partindo do principio no qual a Douta Magistrada Coatora, fundamentou a prisão preventiva dos pacientes, não chegaríamos a lugar nenhum e de maneira clara, estaríamos afrontando o principio da isonomia, já que os pacientes preenchem os requisitos necessários da revogação da prisão preventiva. 
e) Do pedido de Liminar 
O habeas corpus é remedium juris atribuído para garantir de modo rápido e imediato, a liberdade de locomoção. É a verdadeira garantia constitucional para amparar o direito a liberdade de todos os cidadãos. 
Habeas Corpus, tem seu fundamento basilar no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal, nos seguintes termos: “Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.”.
O limiar da Ordem se guia pelo pressuposto das medidas cautelares, que o “periculum in mora” e “fummus boni iure”. Através dessas medidas que a eficácia se caracterizam, julgando-se o arbítrio, o abuso de poder e autoridade, cessando o constrangimento ilegal e a coação, até que seja decidido o mérito. 
A lei processual penal codificada, em seu artigo 660, §2º, contempla a concessão de liminar, haja vista que textualmente impõe “Se os documentos que instruem a petição evidenciam a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.”.
Diante do flagrante da ilegalidade da manutenção da prisão, haja vista o profundo desrespeito as normas, aguarda os impetrantes que Vossas Excelências, num gesto de estrita justiça, concederem LIMINAR DA ORDEM. Ademais se considerando as agruras e transtornos que a injustiça e ilegal medida, tomada pela Douta Autoridade coatora tem provocado ao paciente, impossibilitando-o de gerir seus negócios e laborar para o sustento de sua família, a LIMINAR DA ORDEM é medida que não pode ser denegada por Vossa Excelência. 
III – Do Pedido
Isto posto, comprovado o constrangimento ilegal da liberdade de ir e vir dos pacientes, face ao excesso de prazo para conclusão do Inquérito Policial, assim como para apreciação do pedido de Revogação da Prisão Preventiva, bem como ausência de justa causa e o flagrante desrespeito aos princípios constitucionais do processo legal e da presunção de inocência, requer a V. Exa. a concessão da ordem de Habeas Corpus, expedindo-se o competente alvará de soltura em favor dos pacientes SANDRO MARQUES DO AMARAL e THIAGO AUGUSTO DOS SANTOS que pede por ser de Direito e Justiça. 
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento. 
Rio de Janeiro, xx de xxx de xxx
Av. Pastor Martin Luther King Jr. nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ
CEP: 20.765-971 - TEL: (21) 3296-6743

Outros materiais

Outros materiais