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Tarefa 8 - Habeas Corpus

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NPJ - NUCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA 
 
 
Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ 
CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
Impetrante: XXXXXXXXXXXX 
Pacientes: Sandro Marques do Amaral e Thiago Augusto dos Santos 
Autoridade Coatora: Magistrada da 3ª Vara da Comarca da Capital 
Processo dependente: XXXXXXXXXXXXXXX 
Processo nº. XXXXXXXXXXXX – Ação Penal 
 
 
 
XXXXX, advogada, inscrita na OAB/XX sob nº, adiante denominada de Impetrante, 
comparece, com o respeito que lhes sói, à ilustre presença de Vossa Excelência, com 
fundamento no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal, nos arts. 647 e segs. do Código 
de Processo Penal, impetrar ordem de: 
 
HABEAS CORPUS 
 
Em favor do Pacientes Sandro Marques do Amaral, brasileiro, solteiro, motoboy, 
portador da cédula de identidade nº 6521479, inscrito no CPF sob o nº 665.092.741-09, 
residente e domiciliado na Av. Dom Helder Câmara nº 6.355, Bl. 02, aptº 301, Del 
Castilho/RJ, CEP: 21.350-050 e Thiago Augusto dos Santos, brasileiro, solteiro, 
balconista, portador da cédula de identidade nº 0994276, inscrito no CPF sob o nº 
145.227.908-32, também residente e domiciliado na Av. Dom Helder Câmara nº 6.355, 
Bl. 02, aptº 301, Del Castilho/RJ, CEP: 21.350-050, atualmente PRESOS E 
RECOLHIDOS NO PRESÍDO DE ÁGUA SANTA DA CIDADE DO RIO DE 
JANEIRO, em face de ato que considera ilegal, emanado do Exma. Srª. Juíza de 
Direito da 3ª Vara da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, doravante 
apontada como autoridade coatora, que houve por decretar a Prisão Preventiva, nos 
autos da ação penal nº XXXXXXXXX, sem que estejam presentes os requisitos 
autorizadores da constrição cautelar corporal provisória, o que se faz com fundamento 
nos argumentos de fato e de direito a seguir delineados: 
 
 
1. DA CONJUNTURA FÁTICA-PROCESSUAL 
 
Os Pacientes foram cerceados de sua liberdade em 08/08/2021 ao serem surpreendidos 
em suas residências por uma guarnição da Polícia Militar, que se encontrava de posse 
dos respectivos Mandados de Prisões Preventivas, oriundos da lavra da MM. Juíza da 3ª 
Vara da Comarca da Capital, por suposta prática do injusto delito previsto no art.121, 
§2º do Código Penal, encontrando-se atualmente no presídio de Água Santa. 
 
Cabe ainda destacar a ausência de supressão de instância, uma ves que nos termos do 
Art. 654, §2º do CPP, “Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício 
ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou 
está na iminência de sofrer coação ilegal.” 
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NPJ - NUCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA 
 
 
Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ 
CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 
 
 
Trata-se de nítida violência e coação em sua liberdade, por ilegalidade e abuso de poder 
praticado pela MM. Juíza da 3ª Vara da Comarca da Capital, motivando o presente 
pedido. 
 
 
2. DAS CONDIÇÕES PESSOAIS DO PACIENTESS 
 
Excelência, destaque-se que os Pacientesss são PRIMÁRIOS, NÃO OSTENTAM 
ANTECEDENTES CRIMINAIS, nem demonstram possibilidade alguma de reiteração 
das supostas condutas tidas como criminosas. 
 
Importa destacar que os Réus POSSUEM PROFISSÃO LÍCITA, sendo motoboy e 
balconista, respectivamente, tratando-se de pessoas íntegras, de bons antecedentes e que 
jamais responderam a qualquer processo criminal conforme certidão negativa que junta 
em anexo. 
 
Os Réus são RESIDENTES EM ENDEREÇO CERTO, na Av. Dom Helder Câmara nº 
6.355, Bl. 02, aptº 301, Del Castilho/RJ, CEP: 21.350-050, onde residem 
conjuntamente, conforme comprovantes em anexo. Apresentam BOM 
COMPORTAMENTO CARCERÁRIO, SEGUEM ATESTADO DE PERMANÊNCIA 
CARCERÁRIA E CONDUTA CARCERÁRIA, TUDO COMPROVADO 
DOCUMENTALMENTE EM ANEXO. 
 
Ademais, acrescentamos ao presente mandado constitucional DECLARAÇÕES DE 
BOA CONDUTA firmadas por seus vizinhos, inclusive com os respectivos 
comprovantes de endereços, de identificação de cada residente e CÓPIA DAS 
CARTEIRAS DE TRABALHO. 
 
EMBORA NÃO GARANTIDORAS DO DIREITO SUBJETIVO À LIBERDADE 
PROVISÓRIA, CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS DEVEM SER 
DEVIDAMENTE SOPESADAS, como já decididas por este Eg. TJCE, pelo STJ e 
INCLUSIVE POR VOSSA RESPEITÁVEL RELATORIA: 
 
HABEAS CORPUS - HOMICÍDIO - SENTENÇA DE PRONÚNCIA - EXCESSO DE 
PRAZO - NÃO CONFIGURAÇÃO - INCIDÊNCIA DA SÚMULA 21 DO STJ 
- MANUTENÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR - DECISÃO 
DESFUNDAMENTADA - ILEGALIDADE - RÉU QUE PERMANECEU PRESO 
DURANTE A INSTRUÇÃO - IRRELEVÂNCIA - ORDEM CONCEDIDA COM 
APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS – (...) 5- 
Ademais, o Pacientes é primário, têm bons antecedentes, endereço certo e profissão 
definida, sendo as suas condições pessoais, portanto, favoráveis à concessão de sua 
liberdade. 6- Ordem concedida, para determinar a soltura do Pacientes, com a aplicação 
das medidas cautelares dos incisos I e IV do artigo 319 do CPP. (TJ-CE, Acórdão 
unânime no HC n. 0625729-78.2016.8.06.0000, Des. Rel. Maria Edna Martins, 1ª 
Câmara Criminal, DJe de 16.11.2016, p. 89) 
 
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CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 
 
HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. PRISÃO 
PREVENTIVA. ARBÍTRIO DE FIANÇA. INEXISTÊNCIA DO PERICULUM 
LIBERTATIS. CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. MEDIDAS 
CAUTELARES. POSSIBILIDADE. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. 
Deverá ser concedida ordem de habeas corpus quando inexistirem motivos para a 
manutenção da Prisão Preventiva, que não a impossibilidade de pagamento da fiança. 
2. A presença de condições pessoais favoráveis autoriza a concessão da Liberdade 
Provisória, mediante redução do valor da fiança. (TJ-RO - HC: 00027399320198220000 
RO 0002739-93.2019.822.0000, Data de Julgamento: 11/07/2019, Data de Publicação: 
18/07/2019) 
 
Desse modo, Excelência, mostra-se necessária, devida e suficiente à imposição de 
MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS, dadas às circunstâncias do delito e às 
condições pessoais dos agentes, primários, sem qualquer outra anotação criminal em seu 
desfavor, com residência fixa e profissão definida. 
 
Em verdade, condições pessoais favoráveis, mesmo não sendo garantidoras de eventual 
direito à soltura, MERECEM SER DEVIDAMENTE VALORADAS, QUANDO 
DEMONSTRADA POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO POR 
CAUTELARES DIVERSAS, PROPORCIONAIS, ADEQUADAS E 
SUFICIENTES AO FIM A QUE SE PROPÕEM. 
 
 
3. DA IDONEIDADE DOS FUNDAMENTOS 
 
Inicialmente, é necessário informar que O PLEITO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO 
PREVENTIVA, protocolado em 03 de setembro do corrente ano, NÃO FORA 
SEQUER ANALISADO! 
 
Relevante destacar ainda que, durante toda a investigação, NUNCA HOUVERAM 
QUAISQUER EMBARAÇOS, DILIGÊNCIAS INVESTIGATIVAS 
OBSTRUÍDAS PELO ORA PACIENTESS. NÃO EXISTE QUALQUER 
REGISTRO NESSE SENTIDO. 
 
Os Pacientesss, EM NENHUM MOMENTO, DURANTE O TEMPO DAS 
INVESTIGAÇÕES, foram considerados foragidos, ou existe qualquer indício de 
obstrução de justiça nos presentes autos, nem se aponta qualquer dado concreto neste 
tocante! 
 
O que temos na decisão combatida é uma inversão da norma constitucional estabelecida 
aderindo à prisão que anteciparia as penas dos Pacientesss sem atribuir-lhes o direito à 
presunção de inocência. 
 
Clama-se pela aplicabilidade, no presente caso dos ora Pacientesss, das cautelares 
diversas da prisão, uma vez que temos a prisão domiciliar, monitoramento eletrônico, 
restrições de lugares e horários, dentre outrasdezenas de possibilidades, Excelência. 
Preconizamos a máxima que se é de presumir a autoria, mesmo que muito duvidosa, 
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analisando o corpo probatório, que se presuma a inocência como alvitra a Constituição 
Federal. 
 
Consoante dispõe a Carta Magna em seu artigo 5º, inciso LXVIII: 
 
“conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, 
por ilegalidade ou abuso de poder;” 
 
Advém Meritíssimo, em razão da narrativa dos fatos expostos nos autos da medida 
protetiva, nota-se que por si só não cabe o cerceamento de liberdade, mesmo porque, de 
conformidade com os fatos narrados nesta peça recorrente, vislumbrasse várias em 
verdade, equívocos e falta de fundamentação legal. 
 
Os Pacientes vem a este Colendo Juízo “ad quem”, com a convicção de que seja 
revogada a Prisão Preventiva proferida pela autoridade “a quo”, pelos nobres 
julgadores, concedendo sua liberdade, até julgamento definitivo, sabendo que a critério 
do ordenamento jurídico pátrio a prisão é a exceção, e sua manutenção só trará 
inúmeros dissabores que marcarão para o resto da vida dos Pacientes, e a segregação do 
convívio social não é fazer justiça, mesmo porque o tolhimento da liberdade caracteriza-
se como constrangimento ilegal que é um PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL é basilar 
da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA pois foi pautada sem o DEVIDO 
PROCESSO LEGAL E A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA elencados na Carta 
Magna. 
 
De acordo com a legislação nacional, a proibição da Liberdade Provisória, de modo 
global ou em relação a determinados tipos de crime, através da lei ordinária, traduz-se 
também numa lesão ao princípio do “due process of law”, consagrado no inciso LIV, do 
art. 5 da Constituição Federal: “Ninguém será privado de sua Liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo legal” 
 
Há de se afirmar que a impossibilidade de concessão da Liberdade Provisória, “equivale 
a Privação de Liberdade Obrigatória infligida como pena antecipada sem prévio e 
regular processo e julgamento, que implica considerar alguém culpado diretamente e 
deixe nado a infligir-lhe Uma sanção sem processo ou decisão judicial“ 
 
Como pontifica o ilustre, Herber Martins Batista, em sua obra, in verbis: 
 
“A Liberdade Provisória prevista no artigo 310 e seu parágrafo único, desde que 
satisfeitos os pressupostos da lei, é um direito do réu ou indiciado, não um simples 
benefício. Não importa que no texto do artigo se use o verbo poder, desde que a lei 
estabeleça os pressupostos para a medida, seu atendimento depende apenas da 
satisfação desses requisitos.” Liberdade Provisória – Rio, Ed. Forense, pág. 118 
 
A Prisão Preventiva fere o direito consagrado na então carta magna, no que tange o 
princípio da presunção de Inocência, afrontando o dispositivo constitucional estatuído 
no artigo 5, incisos LVII, LXVI, que estabelecem: 
 
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“LVII – “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado 
da sentença penal condenatória”. 
 
“LXVI – Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei 
admitir Liberdade Provisória com ou sem fiança“. 
 
Como pontifica o brilhante constitucionalista José Cretella Júnior: 
 
“Somente a sentença penal condenatória vi ou seja a decisão de que não cabe mais 
recurso, é razão jurídica suficiente para que alguém seja considerado culpado. … A 
manutenção da ordem pública exige que não Paire, no ar e a instabilidade e a incerteza 
das relações jurídicas, pelo que a coisa julgada se impões Como fundamental para o 
equilíbrio do grupo, firmando-se-lhes A imortalidade pela inoponibilidade dos 
recursos, que diante da decisão final se tornaram inócuos. No instante preciso em que a 
sentença penal condenatória transitou em julgado, o acusado, até então, Presumindo 
inocente, passa ao status de culpado, porque a sentença final de mérito, torna 
irrecorrível, assinada o limite ao a Barreira em que o estado exauriu seu poder-dever 
de acusar, Ficando, desse momento em diante, liberto da obrigação jurisdicional penal. 
Só, neste instante, é que se pode dizer: “A é culpado”, “é criminoso” e, como tal, pode 
ser objeto de identificação criminal.” (Comentários à Constituição de 1988, Ed. 
Forense Universitária, 1989, vol. I, p. 537-538) 
 
Nos dizeres do processualista penal Fernando da Costa Tourinho Filho, preleciona: 
 
“Parece Claro, pois, que toda e qualquer prisão que antecede a um decreto 
condenatório definitivo deve estar limitado ao estritamente necessário“. (Prática de 
Processo Penal, Ed. Saraiva, 1996, p. 349) 
 
Ressalte-se que o processo da persecução penal deve ser realizado dentro da 
razoabilidade e do devido processo legal, o que não pode em hipótese alguma ferir os 
princípios constitucionais, pois desta forma o Pacientes estará cumprindo uma pena 
SOB A ÉGIDE DE TER DESCUMPRIDO DECISÃO JUDICIAL, sem sequer os 
Pacientes serem ouvidos ou muito menos sentenciados, sendo imperioso que sua 
manutenção cautelar fere, consideravelmente, o Princípio Da Inocência, Desta feita 
acredita este patrono, que o bom senso prevalecerá no presente mandamus. 
 
Assim, a pertinência da contemporaneidade dos fatos e o substancial transcurso de 
tempo entre a data do hipotético cometimento dos crimes imputados e a data em que 
determinada a custódia cautelar do ora Paciente, por outras palavras, implica em notório 
distanciamento do caráter prospectivo e instrumental da medida constritiva. 
 
Excelência, é sabido que a aplicabilidade das cautelares se justifica em um Estado 
Democrático de Direito como uma cautelar DESTINADA AO RESGUARDO DE 
ACONTECIMENTOS FUTURO E NÃO COMO MECANISMO DE ANTECIPAÇÃO 
DA PENA. 
 
Nessas razões, a autoridade coatora se afasta do PRINCÍPIO DA 
CONTEMPORANEIDADE DOS FATOS e dos motivos que ensejam o ergástulo 
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cautelar. Vejamos o que diz a jurisprudência com entendimento sedimentado sobre a 
CONTEMPORANEIDADE dos fatos justificadores de prisão: 
 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. ARTIGO 312 
DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. PRETENDIDA REVOGAÇÃO DA PRISÃO 
OU DA SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS. ARTIGO 
319 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. Superveniência de sentença penal 
condenatória em que se mantém segregação cautelar com remissão a fundamentos do 
decreto originário. Constrição fundada exclusivamente na garantia da ordem pública. 
Aventado risco de reiteração delitiva. Insubsistência. Ausência de contemporaneidade 
do decreto prisional nesse aspecto. Gravidade em abstrato das condutas invocada. 
Inadmissibilidade. Precedente específico de correu na mesma ação penal. Hipótese em 
que as medidas cautelares diversas da prisão, se mostram suficientes para obviar o 
periculum libertatis reconhecido na espécie. Ordem concedida para substituir a prisão 
preventiva do paciente por outras medidas cautelares, a serem estabelecidas pelo juízo 
de origem. (…) IV – No caso sub judice o fundamento da manutenção da custódia 
cautelar exclusivamente na preservação da ordempública mostra-se frágil, porquanto, 
de acordo com o que se colhe nos autos, a alegada conduta criminosa ocorreu entre o 
início de 2009 e 15.07.2013, havendo, portanto, um lapso temporal de mais de 3 anos 
entre a data da última prática criminosa e o encarceramento do paciente, tudo a indicar a 
ausência de contemporaneidade entre os fatos a ele imputados e a data em que foi 
decretada a sua prisão preventiva. V – Assim, em verdade, a prisão preventiva objeto 
destes autos, mantida em sentença por simples remição ao decreto de prisão e sem 
verticalização de fundamentos, está ancorada em presunções tiradas da gravidade 
abstrata dos crimes em tese praticados e não em elementos concretos dos autos, o que, 
por si só, não evidencia o risco de reiteração criminosa. (…). VII – Nesse diapasão, 
tomando-se como parâmetro o que já foi decidido por esta 2ª Turma no HC 137.728/PR 
e levando-se em consideração os demais elementos concretos extraídos dos autos, a 
utilização das medidas alternativas descritas no art. 319 do CPP é adequada e suficiente 
para, a um só tempo, garantir-se que o paciente não voltará a delinquir e preservar-se a 
presunção de inocência descrita no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, sem 
o cumprimento antecipado da pena. VIII – Não sendo assim, a prisão acaba 
representando, na prática, uma punição antecipada, sem a observância do devido 
processo e em desrespeito ao que foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal no 
julgamento das Ações Declaratórias de Constitucionalidade 43 e 44. IX – Habeas 
corpus concedido para substituir a prisão preventiva do paciente por medidas 
cautelares dela diversas (CPP, art. 319), a serem estabelecidas pelo juízo de origem.” 
(STF, HC 138850 / PR, Min. Rel. Edson Fachin, DJe 09.03.2018) 
 
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. 
RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL. PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA 
EM SEGUNDA INSTÂNCIA. AUSÊNCIA DE CONTEMPORANEIDADE. 
ORDEM CONCEDIDA. I - A segregação cautelar deve ser considerada exceção, já que 
tal medida constritiva só se justifica caso demonstrada sua real indispensabilidade para 
assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do 
artigo 312 do Código de Processo Penal. II - "Pacífico é o entendimento de que a 
urgência intrínseca às cautelares, notadamente à prisão processual, exige a 
contemporaneidade dos fatos justificadores dos riscos que se pretende com a prisão 
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evitar. Precedentes." (HC 414.615/TO, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 
23/10/2017). III - In casu, sendo o agente primário e não havendo notícias nos autos de 
que o paciente, ao longo de mais de 10 anos após os fatos, tenha supostamente praticado 
qualquer outra conduta delitiva, descaracterizada está a necessidade da segregação 
cautelar não contemporânea aos fatos ensejadores de sua decretação. IV - Parecer do 
Ministério Público Federal pela concessão da ordem de ofício. Ordem concedida para 
cassar a decisão do eg. Tribunal a quo e revogar a prisão preventiva decretada em 
desfavor do paciente, salvo se por outro motivo estiver preso. Em substituição à prisão, 
devem ser impostas medidas cautelares diversas previstas no art. 319 do Código de 
Processo Penal, a critério do d. juízo de primeira instância.(STJ - HC: 449012 SP 
2018/0107131-3, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 19/06/2018, 
T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/06/2018) 
 
Quanto à gravidade do delito o Supremo tem entendimento diverso do da autoridade 
coatora, como ela mesma menciona, HC 83981/RS, litteris: 
 
1. AÇÃO PENAL. Homicídio doloso. Júri. Prisão preventiva. Decreto destituído de 
fundamento legal. Decisão de pronúncia. Incorporação dos fundamentos da preventiva. 
Contaminação pela nulidade daquela. Precedentes. Quando a sentença de pronúncia se 
reporta aos fundamentos do decreto de prisão preventiva, fica contaminada por eventual 
nulidade deste. 2. AÇÃO PENAL. Prisão preventiva. Decreto fundado na necessidade 
derestabelecimento da ordem pública, abalada pela gravidade do crime. Exigência do 
clamor público. Inadmissibilidade. Razão que não autoriza a prisão cautelar. 
Precedentes. É ilegal o decreto de prisão preventiva baseado no clamor público para 
restabelecimento da ordem social abalada pela gravidade do fato. 3. AÇÃO PENAL. 
Prisão preventiva. Decreto fundado também na necessidade de prevenção de 
reincidência. Inadmissibilidade. Razão que, não autorizando prisão cautelar, guarda 
contornos de antecipação de pena. Precedentes. Interpretação do art. 366, caput, do 
CPP. HC concedido de ofício. É ilegal o decreto de prisão preventiva baseado na 
necessidade de prevenção de reincidência. 
 
Por fim, Excelência, as razões de mérito em si somente poderão ser analisadas em sede 
de instrução processual, não estando, portanto, presentes os requisitos necessários à 
manutenção da prisão preventiva, bem como, não restou demonstrada a 
imprescindibilidade da prisão e a contemporaneidade do ato de decreto preventivo. 
 
Ainda, restou claro a frivolidade da presente prisão em questão em razão da ausência de 
subsistência dos requisitos legais, não estando, portanto, de acordo com a legislação 
pátria e as condições pessoais do Paciente. Isso posto, vem requerer que este Tribunal 
de Justiça sane as ilegalidades cometidas pelo juízo de primeiro grau. 
 
 
4. DAS MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO 
 
Conforme exposto na parte final do tópico anterior se esta Egrégia Corte ainda entender 
pela necessidade de algum acautelamento do ora Paciente certamente não será o caso de 
manter a sua prisão preventiva. Em última hipótese, deve-se revogá-la mediante a 
fixação de medidas cautelares diversas da prisão. 
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Excelência, a manutenção da prisão cautelar no presente feito, além de ilegal, é medida 
estéril e desnecessária. A inteligência processual penal tem se desenvolvido no sentido 
de, cada vez mais, afastar-se da utilização do cerceamento de liberdade em caráter 
provisório. 
 
Conforme sobredito, a Lei 12.403/11 pôs a disposição do julgador uma série de medidas 
provisórias, tanto novas, quanto revitalizou antigos institutos; com o intuito de que as 
prisões venham a ser utilizadas somente em casos incontornáveis (extrema ratio da 
ultima ratio). 
 
À respeito da aplicabilidade das medidas cautelares alternativas à esfera da prisão faz-se 
mister conferir a doutrina de Guilherme de Souza Nucci: “A Lei 12.403/2011 criou 
diversas à prisão, com o fim de serem utilizadas em lugar da segregação cautelar, 
inclusive durante a fase de investigação criminal. Por isso, antes de se decretar, de 
pronto, a prisão temporária, deve-se analisar a viabilidade de aplicação de qualquer 
das medidas previstas pelo art. 319 do CPP. Conforme o caso, evita-se o mal do 
encarceramento precoce, restringindo de algum modo a liberdade do indiciado”. 
 
No caso, havendo necessidade ou qualquer dúvida acerca do comportamento do 
Paciente é cabível aplicação de medidas cautelares diferentes da prisão. 
 
Incluímos ao presente remédio constitucional atualizada jurisprudência. Vejamos: 
 
HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO POR MOTIVO TORPE E 
RECURSO DIFICULTADOR DA DEFESA. PACIENTE CONDENADA POR 
CONTRIBUIR PARA O PLANEJAMENTO E A EXECUÇÃO DA MORTE DE 
HOMEM, ENCOMENDADA PELA ESPOSA DESTE PORINTERESSE 
FINANCEIRO. PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA NA SENTENÇA COMO 
GARANTIA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. PACIENTE PRIMÁRIA, COM 
RESIDÊNCIA FIXA, TRABALHO LÍCITO E FAMÍLIA CONSTITUÍDA. 
CAUTELARES ALTERNATIVAS À PRISÃO SUFICIENTES PARA EVITAR A 
FUGA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1 Paciente condenada a quinze 
anos de reclusão, no regime inicial fechado, por infringir o artigo 121, § 2º, incisos I e 
IV, do Código Penal, porque, mediante promessa de recompensa, contribuiu para o 
planejamento e a execução do crime, encomendado pela esposa da vítima para receber a 
herança, o seguro de vida e o FGTS. A sentença decretou a prisão preventiva para 
garantir a aplicação da lei penal, pois a paciente mudou-se do Distrito Federal para o 
Paraná sem comunicar ao Judiciário. 2 De fato, a paciente mudou-se para o Paraná 
sem informar ao juízo, descumprindo o compromisso firmado com o Estado-Juiz 
ao receber a liberdade provisória. Todavia, há que se reconhecer que desde 2005 
não comete crimes, tem residência fixa, família constituída e trabalha licitamente, 
de sorte que a prisão preventiva é medida excessiva e desproporcional, sendo 
suficientes e adequadas as cautelares alternativas para assegurar a aplicação da lei 
penal. 3 Ordem concedida em parte: liberdade clausulada.(TJ-DF 
07207687020198070000 DF 0720768- 70.2019.8.07.0000, Relator: GEORGE LOPES, 
Data de Julgamento: 31/10/2019, 1ª Turma Criminal, Data de Publicação: Publicado no 
PJe : 05/11/2019 . Pág.: Sem Página Cadastrada.) 
 
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Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ 
CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 
 
HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA A VIDA E A SEGURANÇA VIÁRIA. 
HOMICÍDIO, QUALIFICADO PELA FUTILIDADE DA MOTIVAÇÃO E CONTRA 
MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DO SEXO FEMININO CONSISTENTE 
EM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR, NA MODALIDADE TENTADA, E 
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE, EM CONCURSO MATERIAL (CÓDIGO PENAL, 
ART. 121, § 2º, II E VI, E § 2º-A, I, COMBINADO COM ART. 14, II, E LEI 
9.503/1997, ART. 306, CAPUT, NA FORMA DO ART. 69, CAPUT, DAQUELA 
ESPÉCIE NORMATIVA). CONVERSÃO DA PRISÃO FLAGRANCIAL EM 
PREVENTIVA E INDEFERIMENTO DE PLEITO REVOGATÓRIO. INVOCADO 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONSUBSTANCIADO NA AUSÊNCIA DOS 
REQUISITOS AUTORIZADORES DA PROVIDÊNCIA EXTREMA. 
PERTINÊNCIA. PRONUNCIAMENTOS QUE JUSTIFICAM A NECESSIDADE DE 
PRESERVAR A INTEGRIDADE DA VÍTIMA. OFENDIDA, ENTRETANTO, QUE 
EXTERNA INTENÇÃO DE VER SEU COMPANHEIRO SOLTO. INEXISTÊNCIA 
DE ELEMENTOS E INDICATIVOS DA PERICULOSIDADE DO AGENTE. RÉU 
PRIMÁRIO, COM RESIDÊNCIA E EMPREGO FIXO. CARÊNCIA DE INFORMES 
QUE POSSAM INDICAR PERSONALIDADE DISTORCIDA OU AGRESSIVA, 
CARACTERÍSTICAS DE IMPULSIVIDADE OU DESENTENDIMENTOS 
PRETÉRITOS ENTRE O CASAL. VERSÕES ANTAGÔNICAS NOS AUTOS 
ACERCA DA DINÂMICA DELITIVA, EM ESPECIAL DO ANIMUS NECANDI, 
QUE DEPENDEM DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL PARA ESCLARECIMENTO. 
FALTA DE EVIDÊNCIA SOBRE RISCO À ORDEM PÚBLICA, À INSTRUÇÃO 
PROCESSUAL OU À APLICAÇÃO DA LEI PENAL. REVOGAÇÃO DA 
SEGREGAÇÃO CAUTELAR IMPOSITIVA. APLICAÇÃO DE MEDIDAS 
CAUTELARES DISTINTAS. ORDEM CONCEDIDA. (TJ-SC - HC: 
40105256620198240000 São Bento do Sul 4010525-66.2019.8.24.0000, Relator: Luiz 
Cesar Schweitzer, Data de Julgamento: 02/05/2019, Quinta Câmara Criminal) 
 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO E 
OCULTAÇÃO DE CADÁVER (ARTS. 121, § 2º, III E IV, E 211, AMBOS DO CP). 
DECISÃO DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA POR INÉPCIA EM RELAÇÃO A UMA 
DAS DENUNCIADAS. INDEFERIMENTO E REVOGAÇÃO DA PRISÃO 
PREVENTIVA DOS DEMAIS ACUSADOS. RECURSO DA ACUSAÇÃO. 
ALEGADO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 41 DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL. PARTICIPAÇÃO DA DENUNCIADA SUFICIENTEMENTE 
DESCRITA. PREFACIAL ACUSATÓRIA QUE EXPRESSAMENTE ESTABELECE 
O VÍNCULO SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES. DESNECESSIDADE DE 
DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DA CONDUTA POR SE TRATAR DE CRIME 
DE AUTORIA CONJUNTA. PRECEDENTES. REJEIÇÃO INDEVIDA. Em se 
tratando de crimes de autoria conjunta ou coletiva, tem-se como prescindível a 
descrição minuciosa da conduta do coautor, sobretudo quando se tratar de crimes cuja 
apuração demandou complexa investigação. Uma vez que a prefacial acusatória 
expressamente estabeleça o vínculo subjetivo que une os acusados, possibilitando, 
assim, o contraditório e a ampla defesa, apta estará para deflagrar a ação penal. 
INDEFERIMENTO E REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE 
PERICULUM LIBERTATIS. GRAVIDADE ABSTRATA DO CRIME QUE NÃO 
JUSTIFICA O ENCLAUSURAMENTO, SOB PENA DE OFENSA AO PRINCÍPIO 
DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS 
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SUFICIENTES À CONJURAÇÃO DE EVENTUAIS RISCOS. LIBERDADE DOS 
ACUSADOS PRESERVADA. Por se tratar de prisão que antecede uma condenação 
definitiva, subverte completamente o princípio da presunção de inocência, verdadeira 
pilastra do Estado Democrático de Direito, encarceramentos decretados com base na 
gravidade abstrata do delito. Condicionando-o teleologicamente, referido princípio 
impõe a demonstração concreta e objetiva de fatos que evidenciem risco real para a 
ordem pública, instrução criminal ou aplicação da lei penal. RECURSO CONHECIDO 
E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-SC - RSE: 00000300620198240073 Timbó 
0000030-06.2019.8.24.0073, Relator: Luiz Antônio Zanini Fornerolli, Data de 
Julgamento: 21/11/2019, Quarta Câmara Criminal) 
 
A novel inteligência processual penal tem bradado no sentido de que a prisão só se faz 
necessária em casos realmente excepcionais, em que estejam claramente presentes os 
requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal Brasileiro, o que não se 
observa no caso em apreço. 
 
 
5. DOS PEDIDOS 
 
Em vista de todo o exposto, postula a Impetrante pelo conhecimento e processamento 
do presente writ, nos termos dos Precedentes colhidos, para: 
 
1. Após oitiva do Parquet, a ratificação da eventual liminar, se concedida, para 
CONCEDER A LIBERDADE PROVISÓRIA do Paciente, ainda que se 
apliquem outras medidas cautelares diversas da prisão (art. 319, CPP). 
 
 
 
Nestes termos, 
pede e espera deferimento. 
 
Rio de Janeiro, xx, xxxxxxx, xxxx. 
 
Advogado 
OAB/UF 
 
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