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PORTFOLIO UM OLHAR PARA O SERVIÇO SOCIAL E DO BRASIL NOTA 3500

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3
Sistema de Ensino PRESENCIAL CONECTADO 
SERVIÇO SOCIAL
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR 
UM OLHAR PARA A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL E DO BRASIL.
Campina Grande
2022
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR 
UM OLHAR PARA A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL E DO BRASIL
	
Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas norteadoras do semestre.
Tutor (a): Juliana Caetano Silveira
Campina Grande
2022
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO	3
2.DESENVOLVIMENTO	5
2.1	UM OLHAR PARA A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL E DO BRASIL	5
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS	122
4.REFERÊNCIAS	144
INTRODUÇÃO
O tema da proposta de Produção de Texto deste semestre é sobre o papel do Serviço Social e História do Brasil. Fará com que se entende o caminho para um período histórico específico no país. Trata-se também de compreender e relacionar a história do serviço social, bem como fatos entrelaçados, o caminho percorrido e a estratégia tomada.
O Serviço Social no Brasil tem suas origens na primeira metade do século XX, com suas raízes cristãs de assistencialismo, a igreja Católica controlava todo processo de ajuda ao próximo e benefícios aos menos favorecidos, sendo patrocinada pela ordem burguesa vigente.
 Com o surgimento do Capitalismo na Europa, a gênese deste ideal assistencialista encontra-se embasada na contradição fundamental que demarca a sociedade capitalista burguesa, mais precisamente no Brasil, onde a produção é cada vez mais social e a apropriação do trabalho, suas condições e seus resultados, são cada vez mais privadas, assumindo distintas roupagens nesta época. Igualmente, tem-se neste modo de produção, mediante o trabalho alienado e suas relações sociais antagônicas, garantidas tanto a reprodução das condições de exploração e apropriação da riqueza produzida quanto de seus mecanismos ideológicos.
 A profissão do Serviço Social, que participa dessa reprodução da sociedade, é historicamente determinada, sendo a atuação dessa categoria articulada de maneiras distintas na conjuntura social, política e econômica do Brasil. A “questão social” apresentada para o Brasil entre as décadas de 20 e 30 têm como marco inicial a expansão do trabalho livre. 
Com o aumento da produção industrial e a baixa na exportação de mercadorias agrícolas as pessoas se veem obrigadas a abandonarem seus trabalhos no campo e migrarem para as cidades em busca de novas formas para sua reprodução e sustento. Com a demanda de operários em crescimento e a exploração a que esses trabalhadores eram submetidos, a miséria começa a se apresentar de forma a chamar atenção da Igreja Católica. Neste sentido surgem algumas instituições assistenciais, como por exemplo, a Associação das Senhoras Brasileiras no Rio de janeiro 1920 e em 1923 o surgimento da liga das Senhoras Católicas em São Paulo.
O Movimento de Reconceituação do Serviço Social deu-se como um esforço para que a ação dos profissionais se tornasse condizente com a realidade de cada sociedade, da mesma forma em que trouxe uma revisão mais crítica sobre a configuração desta profissão. A partir da realidade da América Latina o Movimento trouxe aos assistentes sociais a necessidade de romper os laços conservadores que já eram decorrentes da profissão e constituir uma nova proposta de ação profissional, voltado aos interesses populares. 
Essa nova fase do Serviço Social traz uma discussão e uma revisão em nível teórico-metodológico, para que se possam desenvolver as lutas dos segmentos populares, visando à transformação social. Para alguns autores, o Movimento de Reconceituação trouxe ao Serviço Social uma visão política de interação e intervenção, no qual o vínculo político foi deslocado da classe dominante para uma prática voltada aos interesses de uma classe dominada, o que significa uma transformação nas relações de exploração e poder. 
Pode-se dizer que a Reconceituação foi um marco decisivo na construção profissional, como um processo de avanço e desenvolvimento. Neste contexto, Netto (2005) diz que a principal conquista do Movimento de Reconceituação foi à recusa dos assistentes sociais em caracterizar-se exclusivamente em agentes técnicos, executores das políticas sociais
A renovação do Serviço Social tornou-se compatível com as exigências do período ditatorial e permitiu que a profissão se abrisse a um perfil bastante renovado e diferenciado dos moldes tradicionais anteriores. Após a longa trajetória e as grandes mudanças ocorridas no Serviço Social desde seus primórdios, hoje possuímos uma profissão regulamentada e o assistente social diferentemente do início da profissão possui autonomia para a execução de suas atividades.
DESENVOLVIMENTO
UM OLHAR PARA A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL E DO BRASIL 
O Serviço Social começou a ganhar espaço no Brasil por volta do final da década de 1920 e início da década de 1930, diante de uma longa condição histórica economicamente limitada e crises advindas dos setores político, social e religioso. Nesse período, a “questão social” apresentada para o Brasil como marco inicial a expansão do trabalho livre. Com o aumento da produção industrial e a baixa na exportação de mercadorias agrícolas as pessoas se veem obrigadas a abandonarem seus trabalhos no campo e migrarem para as cidades em busca de novas formas para sua reprodução e sustento. 
Além disso, com a demanda de operários em crescimento e a exploração a que esses trabalhadores eram submetidos, a miséria começa a se apresentar de forma a chamar atenção da Igreja Católica. Surge assim no Brasil, o movimento católico leigo, onde o Serviço Social aparece como um departamento que fica sob os cuidados da Ação Católica, a qual era “um movimento de colaboração dos leigos no apostolado da Igreja, visando desenvolver sua missão de evangelização. ” (LIMA, 1987, p. 33). 
Ao se propor falar sobre a história do Serviço Social, seja em qualquer ponto do País, precisa-se conhecer suas origens no Brasil. Sem esse aporte da história, não se tem a compreensão da totalidade e do presente. Assim, cabe aqui localizar onde principia essa história e os fatos mais relevantes ao seu surgimento e trajetória. Apesar da riqueza contida na história que deu origem ao Serviço Social, serão pontuados alguns trechos e conteúdos mais relevantes que compõem a história do Serviço Social no Brasil, considerando os aspectos políticos, econômicos e sociais determinantes para os rumos da profissão, na atualidade.
Portanto, a Igreja Católica teve sua importância na configuração da identidade que marca a origem do Serviço Social no Brasil, sendo responsável pelo seu ideário inicial, seu campo de ação, pelas agências de formação dos primeiros Assistentes Sociais. Enquanto o Brasil vivenciava o intenso processo de urbanização e industrialização, muitos países da Europa já se encontravam muito à frente na industrialização. As lutas pelos direitos da classe operária já aconteciam de forma mais organizada, o que garantiu várias vitórias sobre a burguesia.
As políticas sociais surgem no sistema capitalista monopolista como resposta às pressões das classes operárias, como forma de reparação aos agravos provocados pela exploração das forças produtivas e para manutenção do sistema responsável pela concentração, cada vez maior, da renda em favor dos grupos hegemônicos. Tornava-se, assim, necessária a manutenção da paz social, via políticas públicas. Grande parte dessas políticas surgiu no governo de Vargas, período considerado como importante marco na conquista dos direitos trabalhistas.
No Brasil, não havia, ainda, uma legislação trabalhista que amparasse a classe operária, fazendo emergir constantes conflitos na luta por direitos básicos como redução da carga horária, melhores salários e condições mais salubres no ambiente de trabalho.
A Ação Católica apresentava grande preocupação do clero com a recristianização daqueles que se viam afastados dos costumes da Igreja, porém, muitos apelos papais foramfeitos para que a “questão social” fizesse parte das preocupações dos cristãos com os outros sujeitos. Com a ideia do padre Cardin foi implementado no Brasil o movimento da Juventude Operária Católica, que tinha como bandeira a reforma espiritual concomitantemente à reforma do meio em que vive e trabalha o homem. 
Tal associação arrebatou muitos jovens que exerceram assistência junto aos trabalhadores através de eventos como as Semanas Sociais. Em outubro de 1928 começam a acontecer as Semanas Sociais no país com o objetivo de: “[...] não só rever e analisar as atividades promovidas pelas instituições e programar outras necessárias no momento, como também proporcionar aos participantes formação baseada na Doutrina Social Católica. ” (LIMA, p. 39). Assim sendo, em seus primórdios, o Serviço Social estava fundamentado na Doutrina Social Católica. 
Contudo, com a divulgação cada vez maior de doutrinas contrárias à da Igreja Católica e de cunho socialista e anarquista, principalmente no meio operário, movidos pelo interesse em solucionar os problemas sociais vividos naquele momento histórico que muito incomodavam os meios e camadas sociais a Igreja começa a promover um curso de Iniciação à Ação Social que tinha como conhecimentos transmitidos os “[...] ensinamentos de Psicologia, Direito, Higiene e da Doutrina Social da Igreja e da Moral Cristã [...]” (LIMA, p. 40). 
Logo após a formação de jovens participantes do curso de Iniciação à Ação Social, em 1932 o Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS) é criado, com o objetivo central formar membros através dos estudos da doutrina social da Igreja e no conhecimento acerca das problemáticas sociais (IAMAMOTO; CARVALHO, 2007). 
Alguns anos depois, O Estado Varguista inicia uma forma de racionalização da assistência, onde começa a centralizar sua participação e regulamentar as iniciativas privadas, tornando assim, essas iniciativas mais dependentes do Estado e de toda a burocracia que advém desse processo. É no entremeio deste processo que o Estado percebe a necessidade de adotar profissionais com uma formação técnica especializada. 
Desse modo, foi fundada, em 1936, a primeira escola de Serviço Social do Brasil, em São Paulo, pelo CEAS e com uma ligação íntima com o movimento católico. Vale salientar, que naquela época, havia um incentivo por parte do Estado para que os assistentes sociais ocupassem mais funções no Departamento de Serviço Social.
Os campos de prática profissional das primeiras assistentes sociais formadas no país ficaram por conta do Departamento de Serviço Social do Estado de São Paulo, do Departamento Estadual do Trabalho onde exerciam função de Inspetoras do trabalho feminino e infantil e no Juízo de Menores. Em se tratando do campo de ação privado, as profissionais ficaram encarregadas de realizar as atividades do CEAS. 
Nos anos seguintes, o Serviço Social passou a atuar em inúmeros setores, como os Centros Operários e Círculos de formação de moças, Serviço de Proteção aos imigrantes. Instituto de Pensões e Aposentadorias dos Industriários, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Observa-se, assim, que a demanda de seu trabalho estava vinculada a desigualdades sociais vivenciadas pelos trabalhadores, enquanto aqueles que possuíam concentração monetária no sistema capitalista não necessitavam, de forma direta, desse serviço. 
Com essa nova atuação, a caridade que antes era por si só um ato de bondade e compaixão passa a ganhar embasamento científico e técnico: o Serviço Social surge como uma evolução dos métodos antigos, sendo guiado por descobertas científicas, sobretudo estudos sociológicos, assim como pela intensidade e complexidade das problemáticas sociais presentes, ligados ao capitalismo. 
Além da doutrina Católica, houve uma grande influência norte-americana sofrida pelo Serviço Social brasileiro, a qual trouxe novas formas de ensino e matérias, que acabaram se transformando em exigências para o currículo mínimo da ABESS. Salienta-se que no meio dessa busca por aperfeiçoamento e teorização do Serviço Social, os primeiros profissionais formados para a assistência social não se identificavam com a classe trabalhadora, ou seja, não havia o reconhecimento desse pertencimento, pois ainda havia forte ligação com a Igreja Católica e pelo ideal caritativa com que a intervenção dos assistentes sociais era tratada. 
Essa visão começa a se dissociar da profissão com a eclosão do Movimento de reconceituação, que traz aos assistentes sociais uma visão desenvolvimentista da profissão, e em conjunto a postura profissional de um agente que representa um trabalhador assalariado do modo de produção capitalista.
Para compreender esse Movimento de Reconceituação, cabe recorrer ao contexto histórico dos anos de 1964 a 1985, os quais caracterizam-se pela falta de democracia no Brasil, suspensão dos direitos constitucionais, censura e repressão a todos que eram contra o novo regime ditatorial iniciado com o Golpe de 1964. E é exatamente em meio a esse novo regime, que surge a necessidade do Movimento de Reconceituação do Serviço Social. 
No ano de 1964, o então presidente João Goulart apresentou um projeto de reformas econômicas e sociais, que propunha melhores condições de vida para a população e a promoção da emancipação econômica do Brasil, porém, os conservadores capitalistas insatisfeitos com o projeto e com medo de que a nação se passa a viver em um regime socialista, providenciaram a derrubada de João Goulart através de um golpe militar. Durante a Ditadura Militar as eleições para cargos importantes foram suspensas, ficando o povo brasileiro sob a opressão dos militares. Muitos direitos durante esse período foram violados, principalmente no campo dos direitos humanos, com diversos episódios de torturas, assassinatos, invasão de residências, entre outras barbáries. 
Nesse período, destaca-se que a Igreja Católica teve um grande papel na luta contra aos atos de repressão e também de tortura da Ditadura Militar, clamando pela defesa dos direitos humanos, sendo uma grande oposição a Ditadura. Para que isso ocorresse, a Igreja foi influenciada por dois fatores: alterações em relação às diretrizes pastorais e teológicas; e também a ordem política e social que foi imposta pelos militares em seu regime ditatorial. 
Justamente neste período o Movimento de Reconceituação da profissão se inicia na América Latina, exibindo basicamente a insatisfação profissional dos assistentes sociais que tinham a consciência de suas limitações teórico-instrumentais e político-ideológicas. O Serviço Social latino americano é sensibilizado pelos desafios da prática social, emergindo como resposta o movimento de reconceituação. 
Esse se perfilou, como um movimento de denúncia – de autocrítica e de questionamentos societários – que tinha como contra face um processo seletivo de busca da construção de um Serviço Social latino-americano. Assim, é abandonada a historicidade e se busca novas formas de sociabilidade, considerando como base o protagonismo de sujeitos coletivos. 
Portanto, o Serviço Social não se profissionaliza exclusivamente em função da evolução da ajuda, mas, sobretudo em função da organização do modelo de produção capitalista, a profissão de Assistente Social só se profissionaliza quando o agente passa a ocupar um lugar na divisão técnica e social do trabalho. 
Nesse sentido, as transformações que afetaram o sistema econômico mundial acarretaram alterações nas relações sociais de produção, assim como também modificou o mundo de trabalho e, como consequência, a questão social. Estas mudanças intensificam as demandas, sequelas da sociedade, elucidadas como as expressões da questão social. 
No âmbito privado, essas transformações nas relações sociais foram ampliadas a partir do interesse privado, movido pelo capitalismo, e pela mercantilização das relações, havendo, desse modo, uma precarização do trabalho. Com essas desigualdades desenvolvidas, o trabalho do assistente social exigiu altas demandas,exigências e prestação de serviços. 
Seguindo o processo de renovação da profissão os assistentes sociais começam a serem questionados pela evolução e modificação das formas de trabalho e apresentação das novas demandas societárias de forma a terem que romper com o tradicionalismo da profissão e buscar formas adequadas às novas exigências da questão social. Assim sendo, o movimento de reconceituação está intimamente ligado ao funcionalismo do profissional de Serviço Social junto à superação do subdesenvolvimento. 
A expansão do movimento de reconceituação ocorre por volta de 1975 quando os profissionais têm os primeiros contatos com a tradição marxista e começam a apoiar a criação de escolas para o curso de Serviço Social que fossem voltadas ao estudo das problemáticas comuns latino-americanas. Desse modo, ocorreu a divisão do Serviço Social “tradicional” três direções principais, seguindo determinadas influências teórico-metodológicas: 
· Visão Modernizadora: essa corrente passou a adequar o Serviço Social à função de intervenção baseada em técnicas sociais para guiar o desenvolvimento social
· Visão Fenomenológica: em que houve a inserção dos princípios da fenomenologia, assim como também da reconceitualização do conservadorismo.
· Visão Marxista: Tinha como objetivo principal a ruptura com a visão conservadora e positiva do Serviço Social, recorrendo a visão de Karl Marx das configurações sociais e dos estudos relacionados ao Trabalho. Sua metodologia é baseada no materialismo histórico-dialético.
O propósito do Movimento de Reconceituação era de promover a ruptura com as concepções atreladas ao Serviço Social e ao assistente social nas décadas em que houve sua evolução histórica. Para tal, um aprofundamento teórico era necessário, além de um exercício profissional que esteja de acordo com os novos questionamentos sociais. Mais que isso, era necessário um posicionamento crítico dos profissionais. 
É necessário compreender que com o aumento das ações populares e das categorias profissionais, o Assistente Social passa a ser visto de outra forma, sendo analisada a partir das implicações políticas do papel desse intelectual. Nesse contexto, uma das maiores conquistas do movimento de reconceituação da profissão foi o autorreconhecimento dos profissionais como um agente que não é simplesmente técnico e que atua em um cenário microssocial, mas que passa a se reconhecer como um profissional intelectual e que merece não só ser um ator executivo de suas funções, mas que também tem condições para o seu planejamento.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das questões apresentadas nesta produção textual interdisciplinar entendemos que é difícil pensar no Serviço social crítico sem trazer à tona a herança da Reconceituação, mesmo tendo em vista a diversidade teórica e ideológica do processo, pois as conquistas no âmbito da profissão foram processuais e resultaram no atual projeto ético-político profissional, que faz a crítica/denúncia ao tradicionalismo.
Vale ressaltar que O campo de trabalho do profissional de Serviço Social cresce a cada dia, e com esse crescimento aumenta também a necessidade de profissionais capacitados para lidar com todas as demandas apresentadas, são necessários profissionais propositivos, profissionais críticos, que saibam trabalhar com as inúmeras expressões da questão social e ainda que tenha uma postura profissional ética delegada pelo seu código de ética e, ao mesmo tempo, que faça cumprir as funções para qual foi contratado. 
O novo perfil que se busca construir é de um profissional afinado com a análise dos processos sociais, tanto em suas dimensões macroscópicas quanto em suas manifestações quotidianas; um profissional criativo e inventivo, capaz de entender o “tempo presente, os homens presentes, a vida presente” e nela atuar, contribuindo, também, para moldar os rumos de sua história. ”. (IAMAMOTO, 2009, p. 49).
Foi possível compreender dentre outros aspectos que A assistência social no Brasil vem ganhando espaço na sociedade e o profissional do Serviço Social, principalmente os trabalhadores da proteção Social Básica, tem percebido o acontecimento em forma de reconhecimento profissional. O entendimento sobre o exercício profissional do assistente social tem aumentado entre os indivíduos e assim, a profissão segue ganhando espaço e adequações para seguir junto aos avanços da questão social.
O Serviço Social, tanto no âmbito da formação quanto do exercício profissional, é constituído pelas dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, que formam um todo articulado e indissociável. 
A esse respeito, também é relevante lembrar que o Serviço Social mostrou, por longo período, um acentuado cariz conservador, o qual, mesmo não tendo sido erradicado, pode-se considerar que declinou a partir dos posicionamentos do conhecido Movimento de Reconceituação do Serviço Social e seus desdobramentos.
 
Ou seja, podemos observar que, após meados da década de 1960, por meio desse Movimento Crítico ocorrido na profissão e de seus desdobramentos, surgiram, paulatinamente, expressões mais progressistas no meio profissional que viabilizaram o questionamento da ordem capitalista e suscitaram a percepção da possibilidade de sua superação.
 Com isso, houve a emersão de outros projetos profissionais, perdendo força o histórico conservadorismo da profissão e sua perspectiva homogeneizadora e, como tradução de desdobramento da vertente de inspiração mais crítica do Movimento de Reconceituação, tornou-se conhecido, a partir da década de 1990, o Projeto Ético-Político do Serviço Social — um projeto profissional democrático e progressista e, por isso, dissonante das referências do ideário neoliberal, o qual não vem na nossa atual conjuntura enfrentando resistências expressivas.
 
A partir da regulamentação da profissão o registro dos profissionais em órgãos representativos passa a ser obrigatório para aquele que deseja a execução de suas funções de assistente social, o que para os usuários também passa a ser um benefício, já que o profissional passa a ter um órgão de inspeção profissional, órgão este que administra, observa e exige dos assistentes sociais postura ética apresentada à classe por meio do Código de ética profissional.
Entretanto com as pesquisas realizadas foi possível compreender que Grandes mudanças ainda precisam acontecer dentro do Serviço Social, principalmente no que diz respeito à postura dos profissionais frente aos acontecimentos dentro da classe e a luta dos mesmos para a melhoria, tanto do trabalho do assistente social quanto a melhoria continuada das formas de atendimento aos usuários.
 4. REFERêNCIAS
CERQUEIRA FILHO, Gisálio. A questão social no Brasil. Introdução. Rio de Janeiro. Civilização brasileira, 1982.
CERQUEIRAS. Eugenia da Gama. “Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo”. Revista Serviço Social, n. 33, 1944.
COUTO, Berenice Rojas. O direito social e a assistência social na sociedade brasileira: uma equação possível?. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2010.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 3º ed. São Paulo: Cortez, 2000.
IAMAMOTO, Marilda Vilela; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. 20ª Ed. São Paulo: Cortez, 1988.
LIMA, Arlette Alves. Serviço Social no Brasil: a ideologia de uma década. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 1987.
YAZBEK, Maria Carmelita. Os fundamentos históricos e teórico-metodológicos do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade. CFESS, ABEPSS. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília-DF, 2009. Disponível em: <http://cressrn.org.br/files/arquivos/ZxJ9du2bNS66joo4oU0y.pdf>. Acesso em: 17 Abril de 2022.

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