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Pelve - Moore, cap. 3 e cap.5 A pelve é a parte do tronco posteroinferior ao abdome, uma área de transição entre o tronco e os membros inferiores circundada pelo cíngulo do membro inferior (pelve óssea). A pelve é subdividida em pelve maior (falsa), circundada pela parte superior do cíngulo do membro inferior e ocupada pelas vísceras abdominais inferiores, e pelve menor, circundada pela parte inferior do cíngulo do membro inferior, que forma a estrutura óssea dos compartimentos da cavidade pélvica e do períneo no tronco. A parte externa da pelve é coberta ou envolvida pela parede abdominal anterolateral inferior anteriormente, a região glútea do membro inferior posterolateralmente, e o períneo (área da superfície do tronco entre as coxas e as nádegas, que se estende do cóccix até o púbis) inferiormente. ! Pelve falsa : a pelve maior é considerada “pélvica” em virtude de seus limites ósseos, porém, em termos de conteúdo é considerada abdominal. Cíngulo do Membro Inferior O cíngulo do membro inferior (pelve óssea) é um anel formado pelo sacro e pelos ossos do quadril direito e esquerdo unidos anteriormente na sínfise púbica. Ossos do Quadril O osso do quadril maduro é o grande osso pélvico plano formado pela fusão de três ossos primários: ílio, ísquio e púbis. - O ílio é a parte superior (forma de leque) do osso do quadril, composto por asa, corpo, cristas, fossa e espinhas ilíacas. - O ísquio auxilia na formação do acetábulo, sendo composto por corpo e ramo. - O púbis é um osso angulado que tem um ramo superior, que ajuda a formar o acetábulo, e um ramo inferior, que ajuda a formar o forame obturado (abertura do osso do quadril). O arco púbico é formado pelos ramos isquiopúbicos (ramos inferiores conjuntos do púbis e do ísquio) dos dois lados. Os dois ossos do quadril são unidos anteriormente na sínfise púbica, uma articulação cartilagínea secundária e articulam-se, posteriormente, com o sacro nas articulações sacroilíacas para formar o cíngulo do membro inferior. Sacro Comum ao esqueleto axial e ao cíngulo do membro inferior, é formado pela fusão de cinco vértebras sacrais, originalmente separadas. ! Em lactentes e crianças, os ossos do quadril são formados por três ossos separados por uma cartilagem trirradiada no acetábulo (depressão na face lateral que se articula com a cabeça do fêmur). Após a puberdade, o ílio, o ísquio e o púbis fundem-se para formar o osso do quadril. !! Os cíngulos dos membros inferiores de homens e mulheres diferem em vários aspectos relacionados, principalmente, com a constituição mais pesada e aos músculos maiores da maioria dos homens e à adaptação da pelve (sobretudo a pelve menor) nas mulheres para o parto. Cavidade Pélvica Espaço limitado perifericamente pelas paredes e assoalho ósseos, ligamentares e musculares da pelve, tendo como funções principais a transmissão do peso do corpo aos membros inferiores, a conexão entre esqueleto axial e apendicular e a proteção das partes terminais dos ureteres, bexiga urinária, reto, órgãos genitais pélvicos e das vísceras pélvicas distintas (alças de intestino delgado e apêndices). Articulações da Pelve As principais articulações do cíngulo do membro inferior são as articulações sacroilíacas e a sínfise púbica. O peso corporal é transferido da coluna vertebral para o cíngulo do membro inferior, através das articulações sacroilíacas, e do cíngulo do membro inferior para os fêmures através das articulações do quadril. Articulação do Quadril É a conexão entre o membro inferior e o cíngulo do membro inferior , sendo uma articulação sinovial do tipo esferóide . Nessa articulação, mais da metade da cabeça do fêmur se encaixa no acetábulo, graças a presença do lábio do acetábulo , uma orla fibrocartilaginosa fixada ao limbo do acetábulo, e do ligamento transverso do acetábulo , uma continuação do lábio que transpõe a incisura do acetábulo. A articulação do quadril caracteriza-se por ser a nossa articulação mais estável devido à sua arquitetura esferóide completa (profundidade da cavidade), à resistência de sua cápsula e às fixações de músculos que atravessam a articulação. Articulação Sacroilíaca Classificada como articulação mista , por ser formada por uma articulação sinovial anterior (entre as faces auriculares do sacro e do ílio, cobertas por cartilagem articular) e uma sindesmose posterior (entre as tuberosidades desses ossos), possui mobilidade limitada em consequência de seu papel na transmissão de peso da maior parte do corpo para os ossos do quadril, sendo essa transferência estabilizada pelos ligamentos sacroilíacos (sacrotuberal e sacroespinhal). Sínfise Púbica Articulação cartilaginosa secundária (sínfise), consiste em um disco interpúbico fibrocartilagíneo e ligamentos adjacentes que unem os corpos dos ossos púbis no plano mediano, sendo geralmente mais largo em mulheres. Os ligamentos que unem os ossos são espessos nas margens superior e inferior dessa sínfise, formando os ligamentos púbicos superior e inferior . Articulação Lombossacral As vértebras LV e SI articulam-se na sínfise intervertebral anterior formada pelo disco LV/SI entre seus corpos no intuito de impedir o deslizamento anterior da vértebra lombar sobre a inclinação do sacro. Articulação Sacrococcígea Uma articulação cartilagínea secundária que une o ápice do sacro à base do cóccix. ! Articulações cartilagíneas são estruturas unidas por cartilagem hialina (primárias/sincondroses) ou fibrocartilagem (secundárias/sínfises) . !! Sindesmoses são articulações fibrosas, ou seja, unidas por tecido fibroso. Gravidez A cavidade maior do disco interpúbico nas mulheres aumenta de tamanho durante a gravidez, o que contribui para aumentar a flexibilidade da sínfise púbica . Níveis aumentados de hormônios sexuais e o hormônio relaxina causam relaxamento dos ligamentos pélvicos durante a segunda metade da gravidez, permitindo maior movimento das articulações pélvicas e tornando menos eficaz o mecanismo de encaixe da articulação sacroilíaca, processo que promove a postura lordótica adotada com frequência durante a gravidez. O único diâmetro que não é afetado é o diâmetro verdadeiro (obstétrico) entre o promontório da base do sacro e a face posterossuperior da sínfise púbica. Ligamentos da Pelve Articulação do Quadril (Coxo-Femoral) - iliofemoral - pubofemoral - isquiofemoral - transverso do acetábulo (continuação do lábio) - ligamento da cabeça do fêmur (interior) Sínfise Púbica - ligamentos púbicos superior e inferior Articulação Sacroilíaca - ligamentos sacroilíacos Músculos da Pelve Região Anterior da Coxa O grande compartimento anterior da coxa contém os músculos anteriores da coxa, os flexores do quadril e os extensores do joelho. - Iliopsoas: atua na flexão da coxa na articulação do quadril (mais forte dos flexores do quadril) e na estabilização dessa articulação, sendo suprido pelo nervo femoral. Região Glútea A região glútea é a área proeminente posterior à pelve e inferior ao nível das cristas ilíacas (as nádegas), que se estende lateralmente até a margemanterior do trocanter maior. A camada superficial dos músculos da região glútea consiste nos três grandes glúteos (máximo, médio e mínimo) superpostos e no tensor da fáscia lata, sendo estes, principalmente, extensores, abdutores e rotadores mediais da coxa. - Glúteo Máximo: estende a coxa (principalmente a partir da posição fletida) e ajuda em sua rotação lateral, além de estabilizar a coxa e ajudar no levantamento a partir da posição sentada, sendo suprido pelo nervo glúteo inferior . - Glúteo Médio e Mínimo: aduz e roda medialmente a coxa , mantém o nível da pelve quando o membro ipsilateral está sustentando peso e avança o lado oposto (não sustentado) durante a fase de balanço, sendo suprido pelo nervo glúteo superior . A camada profunda consiste em músculos menores (piriforme, obturador interno, gêmeos superior e inferior e quadrado femoral) cobertos pela metade inferior do músculo glúteo máximo. Esses músculos são rotadores laterais da coxa, mas também estabilizam a articulação do quadril, atuando com os fortes ligamentos da articulação do quadril para estabilizar a cabeça do fêmur no acetábulo. - Piriforme: roda lateralmente a coxa estendida e abduz a coxa fletida, além de auxiliar na estabilização da cabeça do fêmur no acetábulo. - Quadrado Femoral: roda lateralmente a coxa e estabiliza a cabeça do fêmur no acetábulo, sendo suprido pelo nervo quadrado femoral . ! Quando necessário, o uso de bengalas de apoio e dispositivos semelhantes deve ser sempre prescrito para o lado oposto ao da lesão (contralateral), no intuito de melhor dividir a sobrecarga no membro. !! Síndrome do Corredor: condição ocasionada por atrito excessivo do trato iliotibial com a cabeça do fêmur . Angulação do Quadril (Varo e Valgo) A região proximal do fêmur é “curva” (em forma de L) de modo que o eixo longitudinal da cabeça e do colo projeta-se em sentido superomedial e forma um ângulo com o corpo oblíquo. Esse ângulo de inclinação obtuso é maior (quase formando uma linha reta) ao nascimento e diminui gradualmente (torna-se mais agudo) até ser alcançado o ângulo do adulto (115 a 140°, com média de 126° ). Esse ângulo permite maior mobilidade do fêmur na articulação do quadril, além de assegurar a obliquidade do fêmur na coxa, o que permite que os joelhos situem-se adjacentes e inferiores ao tronco, sendo todos esses aspectos vantajosos a marcha bípede . Deformidades nessas angulações geram limitações nos movimentos de abdução (varo) e adução (valgo) passiva do quadril e encurtamento do membro inferior. ! O ângulo de inclinação é menor nas mulheres em razão da maior largura entre os acetábulos (consequência da pelve menor mais larga) e da maior obliquidade do corpo do fêmur. !! Quando o ângulo de inclinação é reduzido , o distúrbio é denominado coxa vara e, quando está aumentado , é denominado coxa valga. Postura e Marcha Os movimentos dos membros inferiores durante a marcha em superfície plana podem ser divididos em fases alternadas de balanço e de apoio, consistindo em apenas um ciclo por membro. A fase de apoio começa com o toque do calcâneo , assim que esse toca o solo e começa a sustentar todo o peso do corpo (resposta à carga), e termina com a saída da parte anterior do pé (propulsão) , compondo cerca de 60% da marcha. Já a fase de balanço começa depois da propulsão, quando os dedos saem do solo , e termina quando o calcanhar toca o solo , compondo cerca de 40% da marcha. A fase de apoio da marcha é mais longa do que a fase de balanço, porque começa e termina com períodos relativamente curtos de apoio duplo (ambos os pés tocam o solo) e com um período mais longo de apoio único (apenas um pé no solo sustenta todo o peso do corpo) intermediário, enquanto o membro contralateral avança. Na corrida , não há período de apoio duplo e, consequentemente, o tempo e o percentual do ciclo da marcha representados pela fase de apoio são reduzidos, sendo os valores invertidos , ou seja, a fase de apoio representa 40%, e a de balanço, 60% da marcha. Movimentos do Quadril Os movimentos do quadril são flexão–extensão, abdução–adução, rotação medial–lateral e circundução. - o músculo iliopsoas é o mais forte flexor do quadril. - o músculo adutor magno atua como flexor (parte anterior ou aponeurótica) e extensor (parte posterior ou do jarrete), além de sua função como adutor. - vários músculos participam da flexão e adução (pectíneo e grácil, bem como os três músculos “adutores”) - além de abdução, as partes anteriores dos músculos glúteos médio e mínimo também fazem rotação medial. - o músculo glúteo máximo atua como extensor primário da posição fletida para a posição ereta (de pé), e a partir desse ponto em sentido posterior, a extensão é feita principalmente pelos músculos do jarrete. O músculo glúteo máximo também é um rotador lateral . Osteoartrite A osteoartrite ou osteoartrose (artrose) é uma doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas , como os osteófitos (bicos de papagaio). A osteoartrose pode ser classificada em formas primária (ou idiopática) e secundária. Nas formas primárias, não se identificam fatores predisponentes, e já nas formas secundárias, distinguem-se claramente fatores locais ou sistêmicos (metabólicos, anatômicos, traumáticos, inflamatórios) que modificam as características articulares necessárias para o adequado desempenho funcional. Joelho - Moore, cap.5 Região formada pela união entre a extremidade distal do fêmur, a extremidade proximal da tíbia e a patela (osso sesamóide do quadríceps femoral), sendo esses articulados na fossa intercondilar do fêmur. É basicamente uma articulação sinovial do tipo gínglimo , sendo a sua estabilidade dependente da força e das ações dos músculos adjacentes (principalmente o quadríceps femoral) e seus tendões, e dos ligamentos que unem o fêmur e a tíbia. É formada por três articulações: - duas articulações femorotibiais (lateral e medial) entre os côndilos laterais e mediais do fêmur e da tíbia, classificada como articulação sinovial do tipo gínglimo uniaxial (diartrose). - uma articulação femoropatelar intermediária entre a patela e o fêmur, classificada como uma articulação sinovial do tipo plana (uniaxial). A articulação do joelho possui cerca de 12 bolsas em seu entorno, sendo as bolsas subcutâneas pré-patelar e infrapatelar as mais importantes, pois permitem que a pele seja capaz de se movimentar livremente durante movimentos do joelho. Ligamentos Ligamentos externos: ligamento da patela, ligamento colateral fibular, ligamento colateral tibial, ligamento poplíteo oblíquo e ligamento poplíteo arqueado. - O ligamento da patela recebe os retináculos medial e lateral (expansão dos músculos vasto medial e lateral), tendo papel importante na manutenção do alinhamento da patela em relação à face articular patelar do fêmur. - Os ligamentos colaterais do joelho , fibular e tibial, importantes para estabilização no plano coronal , encontram-se tensos na posição de extensão completa do joelho, limitandoa sua rotação e contribuindo para a estabilidade na posição de pé. Ligamentos intrínsecos: consistem nos ligamentos cruzados e meniscos. - Os ligamentos cruzados cruzam-se dentro da cápsula articular, mas fora da cavidade sinovial. O LCA tem vascularização relativamente pequena, sendo responsável por impedir o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia e a hiperextensão da articulação do joelho. Já o LCP , impede o deslocamento anterior do fêmur sobre a tíbia e ajuda a evitar a hiperflexão da articulação do joelho. Na posição de joelho fletido com sustentação de peso (ao caminhar em declive), o LCP é o principal fator estabilizador do fêmur. - Os meniscos da articulação do joelho são lâminas de fibrocartilagem presentes na face articular da tíbia que aprofundam a superfície e absorvem o choque . O menisco medial está firmemente aderido ao ligamento colateral tibial, sendo assim, menos móvel, já o menisco lateral , é menor e tem mais mobilidade , devido ao tendão do músculo poplíteo. ! Lesões que ocorrem na região frontal da tíbia ou na posição de joelho fletido tendem a afetar principalmente o LCP . !! A firme fixação do LCT ao menisco medial tem grande significado clínico, pois a ruptura desse ligamento costuma resultar em ruptura concomitante do menisco medial , sendo frequentemente causada por um golpe na face lateral do joelho estendido ou por torção lateral excessiva do joelho fletido. !!! O ligamento colateral tibial limita as forças em valgo , enquanto o ligamento colateral fibular, limita as forças em varo . Movimentos da Articulação do Joelho - Extensão: quadríceps femoral. - Flexão: isquiotibiais. - Rotação Medial: semitendíneo e semimembranáceo. - Rotação Lateral: bíceps femoral. Ângulo Q Quando normal, o ângulo do fêmur na coxa situa o meio da articulação do joelho diretamente inferior à cabeça do fêmur na posição de pé, sendo em média, de 11 a 17° nos homens e 14 a 20° nas mulheres. A angulação medial da perna em relação à coxa, na qual o fêmur é anormalmente vertical e o ângulo Q é pequeno (Q < 9º) , é uma deformidade denominada joelho varo (pernas arqueadas), a qual acarreta a sustentação desigual do peso (medialmente), fazendo com que o ligamento colateral fibular seja hiperdistendido com tensão excessiva no menisco lateral. Já a angulação lateral da perna (Q > 17°) em relação à coxa é chamada de joelho valgo , na qual o ligamento colateral tibial é submetido à tensão exagerada. ! Geno recurvato: hiperextensão dos joelhos (acima de 10°), bilateral e simétrica (lesão do cruzado anterior) Perna A tíbia e a fíbula estão unidas pela articulação tibiofibular superior e pela sindesmose tibiofibular (tibiofibular inferior). Músculos da Perna Compartimento Anterior Os quatro músculos no compartimento anterior da perna são tibial anterior, extensor longo dos dedos, extensor longo do hálux e fibular terceiro. Esses músculos seguem, e se inserem, em posição anterior ao eixo transverso da articulação talocrural e, portanto, são dorsiflexores da articulação talocrural, elevando a parte anterior do pé e abaixando o calcanhar. - Tibial Anterior e Fibular Terceiro: dorsiflexão do tornozelo e inversão do pé. Compartimento Lateral O compartimento lateral contém os músculos fibulares longo e curto, ambos eversores do pé. Na prática, a principal função dos eversores do pé não é elevar a margem lateral do pé, mas deprimir ou fixar a margem medial do pé na sustentação da fase de saída dos dedos da marcha e na corrida , além de resistir à inversão acidental ou excessiva do pé. - Fibular longo e curto: eversão do pé e flexão plantar fraca do tornozelo. Compartimento Posterior Os músculos isquiotibiais são responsáveis pelo movimento de extensão do quadril e, principalmente, flexão do joelho, sendo formados pelos músculos semitendíneo (ST), semimembranoso (SM) e pelo bíceps femoral (BF). - Gastrocnêmio : faz a flexão plantar do tornozelo quando o joelho é estendido, eleva o calcanhar durante a marcha e flete a perna na articulação do joelho. - Sóleo : realiza a flexão plantar do tornozelo independentemente da posição do joelho e estabiliza a perna sobre o pé. - Tibial posterior : faz a flexão plantar do tornozelo e inverte o pé. Pata de Ganso O conjunto dos tendões de três músculos na região do joelho ( sartório, grácil e semitendinoso) é chamado de "pata de ganso", sendo esses responsáveis pela flexão do joelho e pela proteção contra o estresse em rotação e em valgo. Inervação dos Membros Inferiores Os nervos que interessam na compreensão da inervação de parte do membro inferior são: nervo femoral, nervo fibular, nervo tibial e nervo ciático. Nervo Femoral Compõe a região do Trígono Femoral (veia, artéria e nervo), de importância clínica por ser superficial e facilitar o acesso para realização de procedimentos (venóclise). Inerva os principais músculos extensores do joelho , logo, qualquer lesão ou fratura que ocorra nessa região vai ter o comprometimento da inervação da musculatura da região anterior da coxa . Além disso, ao chegar na região próxima do joelho, esse nervo se torna sensitivo , transformando-se no nervo safeno , que corre toda a parte medial da perna até o primeiro metatarso. Consequências motoras da lesão do nervo femoral: - Paralisia de quadríceps femoral (reto femoral, vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio) - Perda da extensão do joelho - Fraca flexão do quadril (iliopsoas está intacto – principal músculo flexor) Nervo Fibular Ao passar no colo da fíbula ele é denominado nervo fibular comum, sendo posteriormente dividido em nervo fibular superficial e fibular profundo , logo após ao passar pela região do joelho. Fibular Comum Supre a pele na parte lateral da face posterior da perna e também a articulação do joelho . Pode ser lesado por fratura do colo da fíbula, deslocamento da articulação do joelho e compressão, sendo que seu comprometimento gera: - Atrapalha a dorsiflexão (músculos extensores) - Atrapalha a eversão (responsabilidade do fibular e a inversão é responsabilidade do tibial) → pé caído e em inversão. Fibular Profundo Supre o compartimento anterior da perna , principalmente os músculos anteriores da perna e do dorso do pé . O comprometimento motor do nervo fibular profundo gera: - Perda da dorsiflexão do pé e dos dedos. - O pé fica em flexão plantar e invertido por causa da ação sem oposição do tibial posterior → atitude referida como equinovarus. Fibular Superficial Supre o compartimento lateral da perna , principalmente os músculos fibulares longo e curto. O comprometimento motor do nervo fibular superficial gera: - Perda da eversão: músculos fibulares curto e longo ficam paralisados. - O pé fica invertido. Nervo Tibial O nervo tibial supre todos os músculos do compartimento posterior da perna , principalmente os músculos gastrocnêmio, sóleo e tibial posterior . O nervo tibial passa bem rente ao maléolo medial e, posteriormente, se divide em plantar medial e lateral, inervando toda a musculatura e parte sensorial da planta do pé. Comprometimento motor do nervotibial: - Compromete todos os músculos na parte de trás da perna e da planta do pé , que ficam paralisados. - O pé fica em dorsiflexão e evertido → referido como calcaneovalgus. Nervo Isquiático Derivado da região sacral do plexo, é composto pelo nervo fibular comum e nervo tibial (músculos posteriores da coxa, perna e pé). Quando o nervo ciático chega próximo à fossa poplítea , ele se separa em seus dois componentes: tibial , responsável pela inervação dos flexores do joelho, e fibular comum , responsável pela inervação dos extensores do joelho. Apresenta relação de grande importância com o músculo piriforme (um dos mais importantes na rotação lateral da articulação coxofemoral), pois a contração constante desse músculo pode causar compressão desse nervo , sendo esse processo denominado de síndrome do piriforme . Esse problema no nervo ciático, consequência de uma rotação lateral constante, acontece mais com as pessoas que possuem as condições B, C e D , sendo muito raro o acometido por esse motivo em uma condição como a A. Tornozelo A articulação talocrural (articulação do tornozelo) é sinovial do tipo gínglimo , estando localizada entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula e a parte superior do tálus. As extremidades distais da tíbia e da fíbula formam um encaixe maleolar, no qual se encaixa a tróclea do tálus, sendo que a tíbia articula-se com o tálus em dois lugares. Ligamentos A articulação talocrural é reforçada lateralmente pelo ligamento colateral lateral , responsável por estabilizar a articulação em inversão , e pelo ligamento colateral medial (deltóide), responsável por estabilizar a articulação em eversão , sendo ambos subdividos em ligamentos menores. Durante a lesão em inversão (mais comum), ocorre o acometimento do ligamento talofibular anterior (LTFA) . Já as lesões em eversão , ocorrem com acometimento do ligamento deltóide , sendo mais associadas a fraturas do tornozelo. Movimentos Os principais movimentos da articulação talocrural são dorsiflexão e flexão plantar do pé , que ocorrem em torno de um eixo transversal que passa pelo tálus. A dorsiflexão do tornozelo é produzida pelos músculos no compartimento anterior da perna (tibial anterior e fibular terceiro) e a flexão plantar do tornozelo é produzida pelos músculos no compartimento posterior da perna (tibial posterior, gastrocnêmio e sóleo). Pé O esqueleto do pé é formado por 7 ossos tarsais, 5 metatarsais e 14 falanges, os quais podem ser divididos em três partes anatômicas e funcionais: posterior, média e anterior. Articulações As articulações intertarsais importantes são a articulação talocalcânea (subtalar) e a articulação transversa do tarso. A articulação talocalcânea é sinovial, situada no local onde o tálus se apoia e articula com o calcâneo, sendo o local onde ocorre a maior parte da inversão e eversão , ao redor de um eixo que é oblíquo. Já a articulação transversa do tarso, uma articulação composta, é responsável por girar a parte posterior do pé em torno do eixo longitudinal . Arcos do Pé Os ossos tarsais e metatarsais são dispostos em arcos longitudinais e transversos sustentados e contidos por tendões flexíveis que aumentam a capacidade de sustentação de peso e a resiliência do pé . , junto ao arco longitudinal lateral e ao transversal, proporcionam adaptação do pé às irregularidades do solo, absorvem e redistribuem as cargas. O arco longitudinal do pé é formado pelas partes medial e lateral que, funcionalmente, atuam como uma unidade com o arco transverso do pé, distribuindo o peso em todas as direções. O arco longitudinal medial (ALM), o maior e o mais importante, é mais alto , formado pelo calcâneo, tálus, navicular, três cuneiformes e três metatarsais, já o lateral, mais plano , é formado pelo calcâneo, pelo cubóide e pelos dois metatarsais laterais. O arco transverso do pé é formado pelo cubóide, cuneiformes e bases dos metatarsais, sendo que as partes medial e lateral do arco longitudinal atuam como pilares para o arco transverso. ! O músculo tibial posterior faz a flexão plantar do tornozelo e, também, a inversão do pé, sendo o principal estabilizador dinâmico do arco longitudinal . A avaliação pela linha de Feiss é obtida por meio de um traçado, partindo do ápice do maléolo medial até a face plantar da primeira articulação metatarsofalangiana e, com o avaliado em pé, palpa-se a tuberosidade do navicular, observando sua posição. O ALM é considerado normal quando essa tuberosidade navicular está localizada sob ou bem próxima a linha traçada. Tubérculo navicular abaixo da linha de Feiss → pé pronado (chato/plano) Tubérculo navicular acima da linha de Feiss → pé supinado (cavo) Entorse Grau I - estiramento do ligamento, sem ruptura, pouco edema, sem instabilidade, deambula. Grau II - ruptura parcial do ligamento, edema moderado, grau de instabilidade , sensibilidade, deambula com dificuldade. Grau III - ruptura completa do ligamento, presença de falseio e edema significativo, não deambula , articulação instável, muita dor. No tratamento da entorse a redução da dor é essencial, mas a prevenção de qualquer perda de movimento, força e/ou a propriocepção é igualmente importante, sendo o raio x é uma recorrência normal neste tipo de lesões, pois é uma maneira de garantir que tal lesão não é uma fratura. Proteção, repouso relativo, gelo (ice) , compressão e elevação ( PRICE ) são a base principal do tratamento inicial e devem ser introduzidos imediatamente. Inervação e Marcha Na fase de apoio do calcâneo (apoio inicial): dorsiflexão do pé pelo músculo tibial anterior , que é inervado pelo nervo fibular profundo (proveniente do fibular comum). Na fase de impulso (apoio final): flexão plantar do pé com a ação dos músculos gastrocnêmios, sóleo e tibial posterior , inervados pelo nervo tibial . Troca de fases (apoio → balanço): os músculos do compartimento lateral, fibular curto e longo , auxiliam a sustentação na fase de saída dos dedos da marcha e na corrida, além de resistir à inversão acidental ou excessiva do pé. O músculo tibial anterior é um dorsiflexor da articulação do tornozelo e um inversor do pé, sendo acionado com maior intensidade quando os dois movimentos ocorrem juntos, como no ato de caminhar. Já o músculo tibial posterior faz a flexão plantar do tornozelo e, também, a inversão do pé, sendo o principal estabilizador dinâmico do arco longitudinal.
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