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Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV Física IV Oscilações Eletromagnéticas e Corrente Alternada Circuito LC Um circuito LC é composto por um capacitor (de capacitância ) e um indutor (de indutância ). Nesse tipo de 𝐶 𝐿 circuito, a corrente e a ddp decaem senoidalmente com um período e frequência angular . As oscilações do campo 𝑇 ω elétrico do capacitor e magnético do indutor são chamadas de oscilações eletromagnéticas. A energia armazenada no campo elétrico de um capacitor (U E ) em qualquer instante é dada por: A energia armazenada no campo magnético de um indutor (U B ) em qualquer instante é dada por: Nessa parte da física, as letras minúsculas representam valores instantâneos e os valores maiúsculos as amplitudes. Logo após o instante inicial, o capacitor começa a descarregar através do indutor, gerando uma corrente elétrica . Com a diminuição da carga do capacitor, a 𝑖 = 𝑑𝑞 / 𝑑𝑡 energia do campo elétrico armazenado também diminui, sendo transferida para o campo magnético. Com o tempo, toda energia estará no indutor, que terá a corrente máxima passando por ele. Como a corrente não 𝐼 deixa de existir, as cargas voltam a se acumular entre as placas do capacitor e o ciclo recomeça (a polaridade se inverte) com uma frequência ƒ, ou seja, com frequência angular . ω = 2π 𝑓 ω = 1 𝐿𝐶 Em um circuito real, as oscilações não continuam sempre, já que há uma resistência que dissipa energia, retirando os campos elétricos e magnéticos. A energia total em um circuito LC é a soma das energias elétrica e magnética, de forma que . 𝑈 = 𝑈 𝐸 + 𝑈 𝐵 A carga em um circuito LC oscila de forma correspondente a equação abaixo, em que é a amplitude de carga e a 𝑄 ϕ constante de fase. Derivando a equação da carga obtemos a equação da corrente: 𝑞 = 𝑄 𝑐𝑜𝑠 (ω 𝑡 + ϕ) 𝑖 = – ω 𝑄 𝑠𝑒𝑛 (ω 𝑡 + ϕ) Dessa forma, a amplitude da corrente senoidal é dada por . É entendido, também, que as energias elétrica e 𝐼 = ω 𝑄 magnética também oscila, ou seja, substituímos as novas equações de e nas equações de energia para 𝑞 𝑖 conseguirmos os novos termos oscilatórios: 𝑈 𝐸 = 𝑄 2 2 𝐶 𝑐𝑜 𝑠 2 (ω 𝑡 + ϕ) 𝑈 𝐵 = 𝑄 2 2 𝐶 𝑠𝑒𝑛 2 (ω 𝑡 + ϕ) Oscilações Amortecidas em um Circuito RLC Um circuito RLC é aquele formado por um capacitor , um 𝐶 indutor e, agora, por uma resistência 𝐿 𝑅 também. Com a presença do resistor, a energia é dissipada termicamente por causa da resistência e a diferença de potencial diminui com o tempo. Dizemos então que as oscilações são amortecidas. A EDO que descreve um circuito RLC é dada por: 𝐿 𝑑 2 𝑞 𝑑 𝑡 2 + 𝑅 𝑑𝑞 𝑑𝑡 + 1 𝐶 𝑞 = 0 A diminuição de carga, portanto, pode ser entendida como a equação abaixo – essa equação expressa a variação de carga do capacitor em um circuito RLC, sendo uma equação senoidal com uma amplitude exponencialmente decrescente. 𝑞 = 𝑄𝑒 − 𝑅𝑡 /2 𝐿 𝑐𝑜𝑠 (ω ' 𝑡 + ϕ) ∀ ω ' = ω 2 − ( 𝑅 /2 𝐿 ) 2 Corrente Alternada ● Corrente alternada / (CA) uma forma de tensão que oscila senoidalmente – no caso do brasil, 60 Hz. Sua principal vantagem é que quando a corrente muda de sentido, o campo magnético também muda, fazendo com 1 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV que seja possível aumentar e diminuir a voltagem usando um transformador Nesse tipo de corrente, a força eletromotriz é gerada por uma espira que gira dentro de um campo magnético, isso faz com que a área varie ( junto com o vetor normal, portanto) gerando uma corrente que alterna senoidalmente. = 𝑚 𝑠𝑒𝑛 (ω 𝑑 𝑡 ) A amplitude de força eletromotriz é dada por (em 𝑚 que o significa "máxima") e 𝑚 produz uma frequência angular de excitação . Podemos ω 𝑑 escrever a amplitude de corrente na forma da equação abaixo, tal que a fase é negativa por não poder estar em fase com a f.e.m. 𝑖 = 𝐼 𝑠𝑒𝑛 (ω 𝑑 𝑡 − ϕ) ● Oscilações forçadas \ quando uma fonte externa de força eletromotriz alternada é ligada a um circuito RLC, dizemos que as oscilações são forçadas, que são representadas por , já quando não está ligado a uma fonte, são oscilações ω 𝑑 naturais ● Ressonância \ quando = , dizemos que o sistema está ω 𝑑 ω em ressonância, tal que é máxima 𝐼 Reatâncias, Impedância e Outros Conceitos ● Resistor \ para o resistor, tem-se que a amplitude de corrente e a amplitude de tensão se relacionam por: 𝑉 𝑅 = 𝐼 𝑅 𝑅 ● Capacitor \ o capacitor possui uma resistência natural à variação de corrente e tensão elétrica chamada de reatância capacitiva ( ) sendo dada em ohm. Além disso, 𝑋 𝐶 essa reatância está relacionada à tensão e corrente no capacitor, tal que, para uma carga capacitiva pura, a fase da corrente é -90º, sendo a adiantada em relação à 𝑖 𝐶 tensão & 𝑋 𝐶 = 1 ω 𝑑 𝐶 𝑉 𝐶 = 𝐼 𝐶 𝑋 𝐶 ● Indutor \ o indutor também possui uma indutância, dessa vez representada por ( L ) e, da mesma forma, se relaciona 𝑋 com a corrente, sendo a corrente adiantada em relação à tensão já que a tensão e a corrente estão defasadas por 90º & 𝑋 𝐿 = ω 𝑑 𝐿 𝑉 𝐿 = 𝐼 𝐿 𝑋 𝐿 ● Impedância \ ( ) é a medida da capacidade de um circuito 𝑍 de resistir ao fluxo de uma determinada corrente elétrica quando se aplica uma certa tensão elétrica em seus terminais – sendo medido em Ω & 𝑍 = 𝑅 2 + ( 𝑋 𝐿 − 𝑋 𝐶 ) 2 𝐼 = / 𝑍 ● Constante de fase \ a constante de fase pode ser calculada a partir das reatâncias e da resistência no circuito RLC: 𝑡𝑔 (ϕ) = 𝑋 𝐿 − 𝑋 𝐶 𝑅 Quando L é maior que C , dizemos que o circuito é mais 𝑋 𝑋 indutivo do que capacitivo. Quando C é maior, o circuito é 𝑋 mais capacitivo. Quando são iguais, o circuito está em ressonância . ● Ressonância \ no estado de ressonância, como já mencionado, as reatâncias têm o mesmo valor, além de que as frequências angulares de excitação e natural são iguais. A amplitude da corrente é bastante alta, e a corrente e a f.e.m. estão em fase com ϕ = 0 Potência em Corrente Alternada ● Potência \ a potência média de um circuito RLC é o valor da potência dividido por dois. Isso introduz o conceito e a justificativa do valor quadrático médio (rmc), que é a propriedade dividido por raiz quadrada de dois 𝑃 𝑚 é 𝑑 = 𝐼 2 𝑅 2 = 𝐼 2 ( ) 2 𝑅 = 𝐼 𝑟𝑚𝑠 2 𝑅 & 𝐼 𝑟𝑚𝑠 = 𝐼 2 𝑉 𝑟𝑚𝑠 = 𝑉 2 ● Fator de potência \ quanto mais próximo de zero for o fator de potência, mais maximizada é a taxa com a qual a energia é fornecida a uma carga resistiva. O fator de potência é o cosseno da fase & 𝑐𝑜𝑠 (ϕ) = 𝑅 𝑍 𝑃 𝑚 é 𝑑 = ( ) 𝑟𝑚𝑠 𝐼 𝑟𝑚𝑠 𝑐𝑜𝑠 (ϕ) 2 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV Transformadores ● Transformador \ é um aparelho que é capaz de aumentar (para a transmissão) e reduzir (para o consumo) a tensão elétrica, mantendo praticamente constante o produto corrente × tensão. É formado por duas bobinas com diferentes números de espiras em cada lado enroladas em um núcleo de ferro, sendo elas a espira primária (1) conectada com o gerador e a secundária (2) ligada a uma resistência No enrolamento primário, o transformador se comporta como uma indutância pura, logo, a pequena corrente é chamada de corrente de magnetização . A corrente é 𝐼 𝑚𝑎𝑔 inversamente proporcional à tensão, ou seja, quando uma aumenta, a outra diminui. & 𝑉 1 𝑁 1 = 𝑉 2 𝑁 2 𝑁 1 𝑖 1 = 𝑁 2 𝑖 2 Quando < , o transformador recebe o nome de 𝑁 1 𝑁 2 abaixador de tensão.Quando > , recebe o nome de 𝑁 1 𝑁 2 elevador de tensão. A resistência equivalente é a resistência do "ponto de vista" do gerador e é dada por: 𝑅 𝑒𝑞 = 𝑁 1 𝑁 2 ( ) 2 𝑅 Equações de Maxwell Lei de Gauss para Campos Magnéticos Um ímã é formado por duas extremidades, uma chamada de fonte (as linhas do campo magnético divergem para ela – polo norte) e a outra de dreno (as linhas de campo convergem para ela – polo sul), por isso o ímã é um exemplo de dipolo magnético. O conceito de monopolo magnético é a teoria de que é possível haver somente um dos polos do ímã em um material. Todavia, isso nunca ocorre. Ao repartirmos um ímã ao meio, são criados outros dipolos. De acordo com a lei do fluxo magnético através de uma Φ 𝐵 superfície gaussiana, a lei de Gauss para campos magnéticos é descrita por: Φ 𝐵 = ∮ 𝐵 𝑑𝐴 = 0 Por outro lado, a lei de Gauss para campos elétricos é: Φ 𝐸 = ∮ 𝐸 𝑑𝐴 = 𝑞 𝑒𝑛𝑣 ε 0 Ambos os casos são calculados para uma superfície fechada e a integral em campos elétricos é proporcional à carga elétrica envolvida pela superfície – diferentemente da magnética que, como não há uma carga magnética, é igual a zero. Campos Magnéticos Induzidos Toda variação de fluxo magnético pode ser calculada pela lei de Faraday. ∮ 𝐸 𝑑𝑠 = – 𝑑 Φ 𝐵 𝑑𝑡 Quando se trata do questionamento de que um fluxo elétrico variável pode induzir um campo magnético, a resposta é afirmativa. A lei de indução de Maxwell é descrita por: ∮ 𝐵 𝑑𝑠 = µ 0 ε 0 𝑑 Φ 𝐸 𝑑𝑡 Lei de Ampère-Maxwell A lei de Ampère iguala o lado esquerdo da equação anterior ao produto de µ 0 com uma corrente elétrica envolvida pela curva. Ao acrescer uma equação à outra podemos descrever a lei de Ampère-Maxwell para quando há corrente e fluxo elétrico variando: ∮ 𝐵 𝑑𝑠 = µ 0 ε 0 𝑑 Φ 𝐸 𝑑𝑡 + µ 0 𝑖 𝑒𝑛𝑣 Corrente de Deslocamento O produto ( / ) tem dimensões de corrente elétrica e, ε 0 𝑑 Φ 𝐸 𝑑𝑡 portanto, é tratado como uma corrente fictícia conhecida como corrente de deslocamento (representada pelo símbolo . 𝑖 𝑑 𝑖 𝑑 = ε 0 𝑑 Φ 𝐸 𝑑𝑡 "Deslocamento" não é um termo tão adequado para o nome pois nada realmente é deslocado, mas o nome foi mantido por questões históricas. A lei de Ampère-Maxwell com esse conceito introduzido pode ser expresso por: ∮ 𝐵 𝑑𝑠 = µ 0 𝑖 𝑑 + µ 0 𝑖 𝑒𝑛𝑣 Podemos tratar a corrente de deslocamento como a corrente que "está" entre as placas de um capacitor, também regida pela regra da mão direita. 3 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV Ondas Eletromagnéticas Descrição das Ondas Eletromagnéticas Maxwell, em seus estudos, verificou que um raio luminoso é a propagação de campos elétricos e magnéticos no espaço (onda eletromagnética). Há um largo espectro de ondas eletromagnéticas, tal que não há um limite definido para a escala em questão. Todas as ondas eletromagnéticas, independentemente das suas propriedades, se propagam à velocidade da luz no 𝑐 vácuo. ● Onda eletromagnética \ é uma onda em as componentes dos campos elétrico e magnético variam com o tempo ○ Onda transversal \ é uma onda transversal pois os campos e são perpendiculares à direção de 𝐸 𝐵 propagação de onda ○ Perpendicularidade \ os campos elétrico e magnético são perpendiculares entre si, tal que o produto vetorial aponta para o sentido da onda 𝐸 ∧ 𝐵 ○ Variação senoidal \ os campos variam senoidalmente com a mesma frequência e em fase | 𝐸 = 𝐸 𝑚 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑘𝑥 − ω 𝑡 ) 𝐵 = 𝐵 𝑚 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑘𝑥 − ω 𝑡 ) Em que o significa amplitude máxima, a frequência 𝑚 ω angular e o número da onda. Dito isso, é importante 𝑘 ressaltar que as componentes não podem existir separadamente. A velocidade da luz é , tal que: 𝑐 = 3 , 0 · 10 8 𝑚 / 𝑠 | 𝑐 = 1 µ 0 ε 0 𝐸 𝐵 = 𝑐 Vetor de Poynting ● Vetor de poynting \ ( ) é a taxa por unidade de área 𝑆 pela qual uma onda eletromagnética transporta energia 𝑆 = 1 µ 0 𝐸 × 𝐵 ● Intensidade \ ( ) é descrita como a média do vetor de 𝐼 poynting ● RMS \ é a sigla para "valor quadrático médio" e significa a grandeza dividida por raiz quadrada de 2 | 𝐸 𝑟𝑚𝑠 = 𝐸 𝑚 2 𝐼 = 1 𝑐 µ 0 𝐸 𝑟𝑚𝑠 2 Pressão de Radiação Além de carregar energia, as ondas eletromagnéticas também possuem momento linear , o que indica que podem exercer uma pressão sobre um corpo, mesmo essa pressão sendo muito pequena. Supondo que um corpo absorva toda a pressão de radiação emitida, uma quantidade de energia é recebida em . A ∆ 𝑈 ∆ 𝑡 variação de momento linear indica a absorção total dessa ∆ 𝑝 pressão. ∆ 𝑝 = ∆ 𝑈 𝑐 Quando a incidência no corpo é perpendicular e a onda é reemitida pela reflexão total, a variação de momento linear é duas vezes maior. ∆ 𝑝 = 2 ∆ 𝑈 𝑐 Sendo pressão uma grandeza de força por área, a pressão de radiação por absorção completa é descrita por: 𝑝 𝑟 = 𝐼 𝑐 Polarização O plano que contém o vetor campo elétrico em instantes 𝐸 sucessivos de tempo é chamado de plano de polarização da onda. ● Luz não polarizada \ também chamada de luz polarizada aleatoriamente, a luz não polarizada é a que é emitida pelas fontes de luz, em que a direçÃo do campo elétrico muda aleatoriamente com o tempo ● Luz polarizada \ a luz polarizada é aquela que possui a componente elétrica oscilando em uma direção gráfica específica (como no eixo ) 𝑦 4 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV A luz pode ser polarizada quando filtrada por um filtro polaroid (filtro com cadeias poliméricas de moléculas grandes). Essas moléculas absorvem a componente elétrica que passam por ela, deixando passar somente as que forem paralelas a sua direção. Na figura abaixo, há o exemplo de uma onda passando por um filtro polaroid com um ângulo . A componente é θ 𝑧 completamente absorvida por estar perpendicular à extensão do filtro, enquanto a componente da onda prossegue. 𝑦 Considerando uma onda que acabou de ser emitida por uma fonte luminosa, ou seja, polarizada aleatoriamente, todas as componentes são absorvidas, e as passam, logo, 𝑧 𝑦 a intensidade da luz polarizada é metade da luz não polarizada. 𝐼 = 1 2 𝐼 0 Quando uma luz já polarizada passa por um filtro polaroid com outra angulação θ, sua intensidade varia cos- senoidalmente com a intensidade original. 𝐼 = 𝐼 0 𝑐𝑜𝑠 2 (θ) Reflexão e Refração ● Meios opacos \ meios em que a luz não se propaga ● Meios transparentes \ materiais em que a luz pode se propagar ● Reflexão \ ocorre quando a luz é redirecionada ao entrar em contato com a superfície de outro meio ● Refração \ é a passagem de luz de um meio para outro As superfícies de transição de meios (como a água e o ar) possuem uma normal perpendicular em relação a ela. Nela, pode ocorrer reflexão e/ou refração da luz. Considerando o ângulo de incidência da luz θ 1 , o ângulo de reflexão θ' 1 possui o mesmo valor que o ângulo de incidência em relação à normal. Ao contrário do ângulo de refração θ 2 , que depende dos índices de refração n 1 e n 2 dos meios. Reflexão θ 1 = θ' 1 Refração 𝑛 2 𝑠𝑒𝑛 ( θ 2 ) = 𝑛 1 𝑠𝑒𝑛 ( θ 1 ) A lei da refração é também conhecida como Lei de Snell e, no vácuo, (o menor valor possível), sendo que no ar 𝑛 = 1 𝑛 possui um valor um pouco maior. Os casos refracionais são os seguintes: 1. θ 1 = θ 2 | n 1 = n 2 \ a refração não desvia o raio luminoso 2. n 2 >n 1 | θ 2 < θ 1 \ o raio luminoso se aproxima da normal 3. n 2 < n 1 | θ 2 > θ 1 \ o raio luminoso se afasta da normal Dispersão Cromática Com exceção do vácuo, o índice de refração de qualquer meio depende do comprimento de onda . Se um raio luminoso é formado por mais de um comprimento de onda, ocorre a dispersão cromática, que é quando as cores são dissociadas do feixe de luz único por causa das suas diferentes relações com os índices de refração. Em geral, os índices de refração são maiores para pequenos comprimentos de onda (como o azul) do que para grandes comprimentos (como o vermelho). Reflexão Interna Total & PolarizaçÃo por Reflexão ● Ângulo crítico \ é o ângulo de incidência em que o raio refratado é paralelo à superfície, ou seja, a partir desse ponto só haverá reflexão, não mais refração θ 𝑐 = 𝑠𝑒𝑛 − 1 𝑛 2 𝑛 1 ( ) Os raios luminosos ao serem refletidos em uma superfície se tornam totalmente ou parcialmente polarizados. Em geral, a luz refletida é parcialmente polarizada mas em um ângulo 5 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV determinado, chamado de ângulo de Brewster, a luz refletida possui somente a componente perpendicular. θ 𝐵 = 𝑡𝑔 − 1 𝑛 2 𝑛 1 ( ) Imagens Imagens & Espelhos Planos ● Imagem \ é uma representação obtida a partir da reflexão das ondas luminosas incidentes em objetos ○ Imagem real \ é aquela que pode ser produzida por uma superfície ○ Imagem virtual \ é aquela que existe apenas no cérebro, embora pareça existir no mundo real ● Espelho \ é uma superfície que reflete um raio luminoso em uma direção determinada ao invés de absorvê-la ou espalhá-la Um objeto pode ser tratado 𝑂 como uma fonte luminosa e está a uma distância do espelho 𝑝 plano. Quando prolongamos os raios refletidos para de trás do espelho, obtemos a imagem , 𝐼 formada pela intersecção desses prolongamentos, situada a uma distância do espelho. 𝑖 As imagens em espelhos planos são sempre virtuais . Além disso, a distância dos objetos em relação ao espelho são positivas e a distância entre imagem e espelho são negativas e, no caso de espelhos planos, são iguais . 𝑖 = – 𝑝 Espelhos Esféricos Côncavos Um espelho esférico é aquele que possui um centro de curvatura definido (um espelho plano possui centro de curvatura infinito). O espelho é côncavo quando curvamos a superfície do espelho para dentro. O ponto focal ( ) é o ponto cruzado pelos raios luminosos 𝐹 incidentes paralelamente ao eixo central (que contém o centro de curvatura ). Esse ponto focal está a uma 𝐶 distância focal do centro do espelho. 𝑓 𝑐 O ponto focal pode ser real ou virtual , sendo ele real nos casos em que o foco está do mesmo lado do objeto, sendo assim, positiva a distância focal. 𝑓 = 1 2 𝑟 Há três situações que podem ocorrer em um espelho côncavo: 1. O objeto está entre o foco e o espelho , gerando uma imagem virtual e ampliada 2. O objeto está em cima do foco , gerando uma imagem infinita 3. O objeto está depois do foco , gerando uma imagem real, ampliada e invertida Em geral, a seguinte equação expressa a relação entre as distâncias importantes presentes nos espelhos planos e esféricos: 1 𝑝 + 1 𝑖 = 1 𝑓 ● Ampliação \ o tamanho de um objeto ou imagem em relação ao eixo perpendicular do espelho é chamado de altura. é a altura do objeto e é a da imagem. A ℎ ℎ ' ampliação lateral é a alteração da altura da imagem em 𝑚 relação à do objeto | | 𝑚 | = ℎ ' ℎ 𝑚 = – 𝑖 𝑝 Espelhos Esféricos Convexos & Formação da Imagem Um espelho esférico é convexo quando sua superfície reflexiva se curva para fora do centro, ou seja, o centro e o ponto focal são virtuais e suas distâncias são negativas . Suas imagens são sempre virtuais e formadas pelo prolongamento dos raios luminosos incidentes. Existem algumas propriedades da incidência dos raios luminosos em espelhos esféricos, são elas: ○ Um raio paralelo ao eixo central passa pelo ponto focal real ou virtual após refletir no espelho ○ Um raio que passa pelo ponto focal reflete paralelamente ao eixo central ○ Um raio que passa pelo centro de curvatura volta a 𝐶 passar pelo centro de curvatura ○ Um raio que incide no centro do espelho é refletido com 𝑐 o mesmo ângulo inicial 6 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV Superfícies Refratoras Esféricas As imagens são, também, formadas a partir da refração dos raios luminosos (como no sistema ar vidro). Nesses casos, a luz é emitida a partir de um objeto em um meio 𝑂 com índice de refração , e incide em uma interface esférica 𝑛 1 com índice 2 a uma distância . 𝑛 𝑝 No ponto de refração de cada raio há uma linha normal que intercepta o centro de curvatura . Quando o raio penetra em 𝐶 um meio com índice de refração maior que o original, o raio se afasta da normal , e vice-versa. A imagem será real quando os raios convergirem para o eixo central e virtual quando os raios divergem. Em si, a imagem é virtual quando está do mesmo lado do objeto. Dessa forma, quando a superfície for côncava, o raio de curvatura é negativo e, quando for convexa, o raio é positivo. 𝑛 1 𝑝 + 𝑛 2 𝑖 = 𝑛 2 − 𝑛 1 𝑟 Lentes Delgadas Uma lente é um objeto transparente, limitado por uma superfície refratora com um eixo central em comum. Ela é delgada quando , , e são muito maiores que a 𝑝 𝑖 𝑟 1 𝑟 2 espessura da lente. Para uma lente delgada, a relação abaixo é verdadeira: 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑖 Para uma lente delgada com índice de refração imersa no ar , temos que: 1 𝑓 = 𝑛 − 1 ( ) 1 𝑟 1 + 1 𝑟 2 ( ) Sendo que o primeiro raio é aquele que está mais perto do objeto e o segundo raio é aquele que está mais perto da imagem. Lentes delgadas com superfícies convexas sofre uma dupla refração convergente , de tal forma que os raios luminosos convergem para o segundo foco , um ponto 𝐹 2 focal real . Já em lentes delgadas côncavas , os raios luminosos paralelos formam uma imagem virtual no ponto focal que 𝐹 2 agora está do mesmo lado do objeto. Imagens Produzidas por Lentes delgadas Consideremos primeiramente uma lente delgada biconvexa , nela, o objeto tem várias posições possíveis, de imagens tanto reais quanto virtuais, contudo, lentes bicôncavas somente podem produzir imagens virtuais . Para desenhar imagens oriundas de raios luminosos devemos considerar que: 1. Um raio incidente paralelamente ao eixo central refrata pelo segundo ponto focal 2. Um raio que passa pelo primeiro foco torna-se paralelo ao eixo central 3. Um raio que passa pelo centro da lente sai da lente sem mudar de direção Em um sistema com duas lentes , primeiro analisa-se a imagem formada pela primeira lente e depois analisa-se a imagem formada pela segunda lente usando a primeira imagem como objeto. 7 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV Em sistemas com duas lentes, a amplitude total é o 𝑀 produto das duas amplitudes . 𝑀 = 𝑚 1 · 𝑚 2 Interferência Lei da Refração ● Princípio de Huygens \ todos os pontos de uma frente de onda se comportam como fontes pontuais de ondas secundárias. Depois de um intervalo de tempo , a nova 𝑡 posição da frente de onda é dada por uma superfície tangente a essas ondas secundárias. A lei da refração, como visto anteriormente, é a lei de Snell , partindo da noção de que o índice de refração é o quociente entre a velocidade da luz no vácuo e a velocidade da luz no meio em questão: | 𝑛 = 𝑐 𝑣 𝑛 2𝑠𝑒𝑛 ( θ 2 ) = 𝑛 1 𝑠𝑒𝑛 ( θ 1 ) A diferença de fase entre duas ondas luminosas pode mudar se as ondas atravessarem materiais com diferentes índices de refração. Duas ondas que partem do mesmo ponto com a mesma fase podem se encontrar em outro ponto com fases diferentes, se percorrerem caminhos diferentes; tudo depende da diferença de percurso ΔL , ou, mais precisamente, da razão entre ΔL e o comprimento de onda λ das ondas. Para que as interferências luminosas sejam construtivas , a razão precisa ser um número inteiro, já para serem destrutivas (ponto escuro) é necessário números inteiros repartidos ao meio. construtivas ∆ 𝐿 λ = 0 , 1 , 2 ... destrutivas ∆ 𝐿 λ = 0 . 5 , 1 . 5 , 2 . 5 ... Difração & Experimento de Young ● Difração \ quando uma onda encontra um obstáculo que possui abertura comparável às dimensões de λ, a parte da onda que passa por essa abertura é difratada (alargada) na região do outro lado do obstáculo O experimento de Young foi o vencedor do prêmio Nobel por provar o caráter ondulatório da luz. Nele, a luz passa por alguns obstáculos e se comporta como uma onda, possuindo, ao final, pontos de interferência construtiva e destrutiva. As várias ondas construtivas formam um desenho de franjas e, matematicamente, é possível obter a relação da posição das franjas . Uma onda luminosa incide em duas fendas e , do anteparo . Como referência temos o eixo 𝑆 1 𝑆 2 𝐵 central perpendicular ao anteparo. Um ponto arbitrário é 𝑃 escolhido e o ângulo entre ele e o eixo central é . O ponto θ 𝑃 é o ponto de encontro do raio 1 e 2. Essa diferença de percurso acaba alterando as fases e implicando na interferência: A expressão matemática é simples para quando a dist6ancia entre as fendas e a tela for muito maior do que a 𝐷 distância entre as fendas . A diferença de percurso, nesse 𝑑 caso, é dado por: ∆ 𝐿 = 𝑑 𝑠𝑒𝑛 (θ) No caso de franjas claras , é igual a zero ou a um ∆ 𝐿 número inteiro de comprimento de onda. Já para franjas escuras , é múltiplo ímpar de metade do comprimento de ∆ 𝐿 onda. claras 𝑑 𝑠𝑒𝑛 (θ) = 𝑚 · λ escuras 𝑑 𝑠𝑒𝑛 (θ) = 𝑚 + 1 2 ( ) λ Coerência e Intensidade das franjas ● Coerência \ os raios luminosos são coerentes quando a diferença de fase permanece constante durante o tempo, como em lasers, onde os átomos são emitidos de forma sincronizada ● Incoerência \ ocorre quando usamos fontes luminosas independentes, em que a diferença de fase entre as ondas 8 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV associadas aos dois raios variam rapidamente com o tempo e de forma aleatória Considerando a fase da onda como: ϕ = 2π 𝑑 λ 𝑠𝑒𝑛 (θ) A intensidade das franjas podem ser dadas pela seguinte expressão: 𝐼 = 4 𝐼 0 𝑐𝑜𝑠 2 1 2 Φ( ) Interferência em Filmes Finos Quando há interferência das ondas luminosas refletidas pelas superfícies anterior e posterior de um filme fino transparente, é possível ver diferentes cores, como em uma bolha de sabão. Essas camadas transparentes precisam ter uma espessura da mesma ordem do comprimento de onda da luz visível para não destruírem a coerência da luz. Uma luz que incide sobre uma 𝑖 fina camada transparente uniforme de espessura é parcialmente 𝐿 refletido e refratado . O raio refratado é parcialmente refletido e refratado na outra transição de meio, ocorrendo o mesmo processo para o próximo raio refletido. Se os raios luminosos chegam em fase ao olho do observador, produzem um máximo de interferência e a região do filme parece clara . Se chegarem em fases opostas, 𝑎𝑐 parecem escuras , embora iluminadas. As refrações não causarão mudança de fase , ao contrário das reflexões que, dependendo dos valores relativos dos índices de refração dos dois lados da interface, podem mudar de fase. Quando um pulso chega à interface com um índice de refração mais denso, ela é parcialmente refletida com uma inversão de fase. A mudança de fase em um meio com menor é 0 , 𝑛 portanto, e com maior é 0,5 o comprimento da onda. 𝑛 Equações para a Interferência em Filmes Finos ● Reflexão Para a reflexão, as equações são as seguintes: Mudança de fase 𝑟 1 𝑟 2 0 , 5 λ 0 Diferença de percurso 2 𝐿 Índice da diferença 𝑛 2 Em fase: 2 𝐿 = 𝑛 º í 𝑚𝑝𝑎𝑟 2 · λ 𝑛 2 Fora de fase: 2 𝐿 = 𝑛 º 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜 · λ 𝑛 2 ● Diferença de percurso A equação para os máximos em filme fino no ar e mínimos em filme escuro no ar são, respectivamente (sendo valores 𝑚 inteiros): 2 𝐿 = 𝑚 + 1 2 ( ) λ 𝑛 2 2 𝐿 = 𝑚 λ 𝑛 2 Difração Difração e a Teoria Ondulatória da Luz A difração, além de alargar um feixe luminoso, produz uma figura conhecida como figura de difração , que é formada por um máximo central largo e intenso seguido por uma série de máximos menos intensos e mais estreitos (secundários, ou laterais). Em um experimento de difração por uma fenda, as franjas escuras correspondem às posições para as quais a diferença de percurso a sen θ entre os raios superior e inferior é igual a λ, 2λ, 3λ…. As franjas escuras são calculadas a partir de: 𝑎 𝑠𝑒𝑛 (θ) = 𝑚 · λ Sendo a largura da abertura do obstáculo. 𝑎 A intensidade da luz difratada por uma fenda pode ser determinada qualitativamente pelas seguintes equações: 9 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Física IV / 𝐼 (θ) = 𝐼 𝑚 𝑠𝑒𝑛 (α)α( ) 2 α = 1 2 ϕ = π 𝑎 λ 𝑠𝑒𝑛 (θ) A intensidade graficamente é representado por: Difração por uma Abertura Circular A imagem produzida por uma difração em abertura circular de diâmetro é um disco luminoso cercado por anéis claros 𝑑 e escuros. O primeiro mínimo é descrito por: 𝑠𝑒𝑛 (θ) = 1 , 22 λ 𝑑 O critério de Rayleigh ( ) é descrito como: θ 𝑑 θ 𝑑 = 1 , 22 λ 𝑑 Difração por Duas Fendas A difração por duas fendas graficamente é expressa pela seguinte imagem ao lado. Já a intensidade de um sistema com interferência como esse é expresso pela equação: 𝐼 (θ) = 𝐼 𝑚 𝑐𝑜𝑠 2 (β) 𝑠𝑒𝑛 (α)α( ) 2 Dispersão e Resolução Para separar comprimentos de onda próximos, uma rede de difração deve ser capaz de espalhar as linhas de difração associadas aos vários comprimentos de onda. Esse espalhamento, conhecido como dispersão . A dispersão de uma rede é dada por: 𝐷 = 𝑚 𝑑 𝑐𝑜𝑠 (θ) Para que seja possível resolver linhas cujos comprimentos de onda são muito próximos (isto é, para que seja possível distingui-las), é preciso que as linhas sejam suficientemente estreitas. Em outras palavras, a rede de difração deve ter uma alta resolução , definida pela equação (sendo o número 𝑅 𝑁 de ranhuras .): 𝑅 = 𝑁𝑚 Oscilações Eletromagnéticas e Corrente Alternada 1 Circuito LC 1 Oscilações Amortecidas em um Circuito RLC 1 Corrente Alternada 1 Reatâncias, Impedância e Outros Conceitos 2 Potência em Corrente Alternada 2 Transformadores 3 Equações de Maxwell 3 Lei de Gauss para Campos Magnéticos 3 Campos Magnéticos Induzidos 3 Lei de Ampère-Maxwell 3 Corrente de Deslocamento 3 Ondas Eletromagnéticas 4 Descrição das Ondas Eletromagnéticas 4 Vetor de Poynting 4 Pressão de Radiação 4 Polarização 4 Reflexão e Refração 5 Dispersão Cromática 5 Reflexão Interna Total & PolarizaçÃo por Reflexão 5 Imagens 6 Imagens & Espelhos Planos 6 Espelhos Esféricos Côncavos 6 Espelhos Esféricos Convexos & Formação da Imagem 6 Superfícies Refratoras Esféricas 7 Lentes Delgadas 7 Imagens Produzidas por Lentes delgadas 7 Interferência 8 Lei da Refração8 Difração & Experimento de Young 8 Coerência e Intensidade das franjas 8 Interferência em Filmes Finos 9 Equações para a Interferência em Filmes Finos 9 Difração 9 Difração e a Teoria Ondulatória da Luz 9 Difração por uma Abertura Circular 10 Difração por Duas Fendas 10 Dispersão e Resolução 10 10
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