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Trabalho epidemio

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FACULDADE DE GURUPI - UNIRG
CAMPUS DE PARAÍSO DO TOCANTINS
CURSO: MEDICINA
 
 
 
 
 
INDICADORES DE SAÚDE
Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações
EPIDEMIOLOGIA
PARAÍSO DO TOCANTINS
2022
FACULDADE DE GURUPI - UNIRG
CAMPUS DE PARAÍSO DO TOCANTINS
CURSO: MEDICINA
 
 
 
 
 
INDICADORES DE SAÚDE
Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações
EPIDEMIOLOGIA
Maria Clara Oliveira Bezerra
Camila Beatriz Cressoni
Camila Mendes
Adrielly Mateus Oliveira
Bárbara Sicuto
Matheus Neves Lima
Gemyma Araujo Dantas
Gabriel Nedir Coreia Miranda
Ully Caroline Mendonça
PARAÍSO DO TOCANTINS
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A Informação na Saúde inicia com Hipócrates (460-350 a.C.) que registrava suas observações em relação aos sinais e sintomas durante o curso da doença, pois acreditava que a doença não era algo sobrenatural, mas sim a inter-relação do ser homem em seu meio ambiente. Sabendo que esse "meio" interfere nas condições de saúde de uma comunidade, urge o questionamento de como identificar esses fatores e mensurá-los a partir das intervenções realizadas. Sob tal conjuntura, surge então um novo conceito: os Indicadores de Saúde.
Podemos definir Indicadores de Saúde como instrumentos utilizados para medir uma realidade, como parâmetro norteador, instrumento de gerenciamento, avaliação e planejamento das ações na saúde, de modo a permitir mudanças nos processos e resultados. O indicador é importante para nos conduzir ao resultado final das ações propostas em um planejamento estratégico. ( FRANCO, Joel Levi Ferreira 2020).
Como profissionais da saúde, é preciso aprender a utilizar a informação gerada por estes sistemas em nosso planejamento estratégico, permitindo-nos identificar e modificar uma realidade. Quando iniciamos o planejamento local de um território, é preciso caracterizá-lo, identificando sua população, condições socioeconômicas, saúde, trabalho, moradia, entre outras; para obtenção destes dados iniciais, utilizaremos os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), RIPSA e o Sistema Estadual de Análise de Dados (SEAD).
Nesse sentido, esse trabalho acadêmico tem como objetivo reunir os aspectos essenciais a respeito dos indicadores de saúde, com enfoque nos indicadores básicos para a saúde no Brasil. Para uma melhor abordagem sobre o tema, os discentes selecionaram uma categoria e uma subcategoria dentro dos diversos dados disponíveis: Morbidade e Índice parasitário anual (IPA) de malária.
1. DEFINIÇÕES BÁSICAS
1.1 O conceito de saúde
Quando se trata de indicadores de saúde é impossível dissociar o significado do termo “saúde”. Sob tal perspectiva, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1987 qualificou saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.
1.2 Sistema de Informação
Segundo Siqueira (2005), um sistema de informação (SI) precisa de três matérias-primas: dado, informação e conhecimento. O dado é o elemento mais simples desse processo; a informação é composta de dados com significados para quem os vê; o conjunto de nosso aprendizado segundo algumas convenções, nossas experiências acumuladas e a percepção cognitiva irão transformar em conhecimento uma dada realidade.
No setor da saúde, a informação subsidia o processo decisório, uma vez que auxilia no conhecimento sobre as condições de saúde, mortalidade e morbidade, fatores de risco, condições demográficas, entre outras (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2006).
Os Sistemas de Informação da Saúde (SIS) são compostos por uma estrutura capaz de garantir a obtenção e a transformação de dados em informação, em que há profissionais envolvidos em processos de seleção, coleta, classificação, armazenamento, análise, divulgação e recuperação de dados. Para profissionais da saúde, o envolvimento na construção de instrumentos de coletas, treinamentos para captação correta dos dados e o processamento da informação são importantes, uma vez que possibilitam maior domínio dessa área do conhecimento.
No Brasil, o Departamento de Informática do SUS (DATASUS) desempenha um papel de importância vital na condução do processo de informação na saúde, sendo responsável por:
- Fomentar, regulamentar e avaliar as ações de informatização do SUS, direcionadas para a manutenção e o desenvolvimento do sistema de informações em saúde e dos sistemas internos de gestão do Ministério;
- Desenvolver, pesquisar e incorporar tecnologias de informática que possibilitem a implementação de sistemas e a disseminação de informações necessárias às ações de saúde, em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Saúde;
- Manter o acervo das bases de dados necessárias ao sistema de informações em saúde e aos sistemas internos de gestão institucional;
- Assegurar aos gestores do SUS e órgãos congêneres o acesso aos serviços de informática e bases de dados, man¬tidos pelo Ministério;
- Definir programas de cooperação técnica com entidades de pesquisa e ensino para prospecção e transferência de tecnologia e metodologia de informática em saúde, sob a coordenação do Secretário-Executivo;
- Apoiar estados, municípios e o Distrito Federal na informatização das atividades do SUS (DATASUS, 2011).
1.3 Indicadores de Saúde
 Quando falamos de Indicadores em Saúde no Brasil, é importante saber um pouco a respeito da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), criada a partir da implementação pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em 1995 da Iniciativa Regional de Dados Básicos em Saúde, com objetivo de difundir informações a respeito da situação e tendências na saúde nos países da América Latina. No Brasil, houve a criação da RIPSA por meio de um grupo de trabalho com representantes do Ministério da saúde, OPAS e outras instituições de informação em saúde (IBGE, ABRASCO, IPEA, FMUSP), que teve sua formalização em Portaria ministerial no ano de 1996.
A RIPSA tem como objetivo estabelecer as bases de dados e informações produzidos no país; articular participação de instituições para produção e análise de dados; implementar mecanismos de apoio à produção de dados e informações; promover intercâmbio entre subsistemas de informação da administração pública; contribuir para estudos e compreensão do quadro sanitário brasileiro; fomentar mecanismos que promovam o uso de informação em processos decisórios na SUS. (RIPSA, 2012).
Os Indicadores disponíveis para consulta na web pela RIPSA em seu site no link: http://fichas.ripsa.org.br/2012/ , de forma agrupada são:
- Demográficos - Medem a distribuição de fatores determinantes da situação de saúde relacionados à dinâmica populacional na área geográfica referida;
- Sócioeconômicos - Medem a distribuição dos fatores determinantes da situação de saúde relacionados ao perfil econômico e social da população residente na área geográfica referida;
Mortalidade - Informam a ocorrência e distribuição das causas de óbito no perfil da mortalidade da população residente na área geográfica referida;
- Morbidade - Informam a ocorrência e distribuição de doenças e agravos à saúde na população residente na área geográfica referida;
- Fatores de Risco e de Proteção - Medem os fatores de risco (por ex. tabaco, álcool), e/ou proteção (por ex. alimentação saudável, atividade física, aleitamento) que predispõe à doenças e agravos ou, protegem das doenças e agravos;
- Recursos - Medem a oferta e a demanda de recursos humanos, físicos e financeiros para atendimento às necessidades básicas de saúde da população na área geográfica referida;
- Cobertura - Medem o grau de utilização dos meios oferecidos pelo setor público e pelo setor privado para atender às necessidades de saúde da população na área geográfica referida. (RIPSA, 2012)
Podemos obter dados em outros locais, dentre este podemos citar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Sistema Estadual de Análise de Dados (SEAD) são instituições que disponibilizam à população informações relacionadas à situaçãodemográfica, à situação socioeconômica, à saúde, ao trabalho, entre outras, sendo, portanto, importante fonte para pesquisas relacionadas. Atualmente, com os recursos tecnológicos existentes, não é difícil você encontrar a descrição de um indicador, sua aplicabilidade, sua fonte de dados, suas limitações. O importante é escolher o que melhor se aplicar ao seu objetivo.
ÍNDICE PARASITÁRIO ANUAL (IPA) DE MALÁRIA- MORBIDADE E FATORES DE RISCO
O Índice Parasitário Anual (IPA) é um indicador classicamente utilizado para avaliar a situação epidemiológica da malária estimulando o risco de ocorrência de uma população em uma determinado período de tempo. O cálculo do IPA é com base no número de exames positivos de malária por local de provável infecção dividido pela população total residente e multiplicado por 1.000. Segundo o Ministério da Saúde, a ideia é analisar as variações as populações, geográficas e temporais na distribuição dos casos de malária, como parte das ações de vigilância da doença. A partir do IPA é realizada a avaliação e orientação das medidas de controle vetorial do anopheles. A positividade resulta da comprovação da presença do parasita na corrente sanguínea do indivíduo infectado.
O IPA tem o objetivo de analisar as variações populacionais, geográficas e temporais na distribuição dos casos de malária, como parte do conjunto de ações de vigilância epidemiológica e ambiental da doença, contribuir para a avaliação e orientação das medidas de controle vetorial de anofelinos, subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de saúde direcionadas ao controle de doenças de transmissão vetorial.
ASPECTOS AMBIENTAS DA MALÁRIA NO BRASIL
No Brasil, cerca de 99% da transmissão da malária concentra-se na região da Amazônia Legal, composta por 9 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e 808 municípios. A região extra-amazônica, composta pelos outros 17 estados e o Distrito Federal, é responsável por apenas 1% do total do total de casos notificados no Brasil, que ocorrem geralmente na área da Mata Atlântica e possuem maior letalidade devido, principalmente, ao retardo do diagnóstico e no tratamento
A maioria dos casos notificados das regiões extra-amazônica ocorre devido a contaminação ser importada de outros estados ou países endêmicos. Indivíduos que moram em regiões livres da malária e viajam para a região amazônica e contraem a doença ou até mesmo as que viajam para Ásia, África e entre as Américas. Essas pessoas são altamente vulneráveis, e devido a sua região ser livre dos casos de malária acabam recebendo o diagnóstico errado e a malária quando descoberta tardiamente pode levar a morte. A malária é a causa mais comum de morte evitável entre as doenças infecciosas em viajantes, e também a causa mais frequente de febre pós-viagem. 
Na Amazônia, a doença não está homogeneamente distribuída. Em geral, as áreas de maior transmissão são aquelas em que as pessoas são recém-chegadas, as habitações e as condições de trabalho são muito precárias e se encontram próximas à floresta e coleções de água. Os graus de risco expresso em valores do IPA: baixo (0,1 a 9,9) médio (10,0 a 49,9) e alto (maior ou igual a 50,0).
A malária no Brasil é de incidência fundamentalmente rural. Porém, na periferia e áreas urbanas da Amazônia, inclusive na presença de grandes cidades, tem havido transmissão da doença, decorrente da presença de portadores de plasmódio provenientes da área rural, de localidades onde está presente o vetor. 
Em certas situações, a malária comporta-se como doença do trabalho, atingindo, por exemplo, garimpeiros, derrubadores de mata, agricultores e motoristas de caminhão. A ocupação desordenada de áreas da região Amazônica por levas de migrantes procedentes de estados em que a transmissão já não existe há muitos anos e, portanto, desprovidos de imunidade adquirida contra a doença, os expõe à intensa transmissão, com níveis altos de parasitemia e casos clinicamente muito graves (TAUIL, 1986). Crianças com menos de 5 anos de idade, gestantes, em áreas endêmicas, e pessoas primoinfectadas são mais susceptíveis a formas graves de malária. Os tipos de habitação provisória, em que há ausência total ou parcial de paredes, facilitam o contato vetor-homem e dificultam a aplicação de inseticida. Os hábitos de manter boa parte do corpo descoberta, em razão do calor, expõem maior superfície corporal ao contato com mosquitos. A construção de moradias provisórias próximas à mata e junto a coleções de água é fator de aumento da transmissão. O uso de mosquiteiros, impregnados ou não com inseticidas, construção de casas com paredes completas, colocação de telas em portas e janelas e uso de repelentes são medidas protetoras pouco frequentes nas áreas de ocupação recente na Amazônia. A transmissão da malária depende, em cada localidade, da interação dos diferentes fatores de risco epidemiológico de origem diversa (biológicos, ecológicos, sociais, culturais, econômicos e políticos), cujo controle não depende exclusivamente do inseticida como também de intervenção adequada, em função da natureza dos próprios fatores. Em áreas restritas, em que foi possível uma intervenção multissetorial, a malária foi controlada. São exemplos: o garimpo de Serra Pelada, em Marabá, no Pará; a construção da hidrelétrica de Balbina, no Amazonas; a pavimentação da rodovia ligando Cuiabá, em Mato Grosso, a Porto Velho, em Rondônia; a construção da ferrovia Carajás, no Pará, a Itaiqui, no Maranhão; as áreas de mineração mecanizada em vários pontos da Amazônia; áreas de exploração de gás e petróleo (TAUIL, 1986).Nestas localidades, além das ações de saúde, instituições de outros setores envolvidos com os projetos de desenvolvimento econômico, como companhias energéticas, instituições agrícolas e de reforma agrária, agentes financeiros, participaram de ações que reduziam o risco de transmissão. Estas são aquelas já citadas, por exemplo a construção de casas com paredes completas, mesmo que rústicas, localizadas distantes de criadouros de mosquitos. Colaboravam ainda na instalação e manutenção de postos de diagnóstico, favorecendo a identificação e tratamento precoce dos casos.
O PERFIL SOCIOECONÔMICO DA POPULAÇÃO E SUA ASSOCIAÇÃO COM A OCORRÊNCIA DA MALÁRIA
Atualmente, a malária está fortemente vinculada aos índices de pobreza, isso por que a maior estimativa de mortalidade está nos países que possuem menor PIB per capita. Isso pode ser observado no cenário nacional, uma vez que, em 2021, cerca de 71% dos casos ocorreram em áreas rurais ou reservas indígenas e outros 21% em áreas de garimpo ou assentamento, essas áreas não possuem infraestrutura e estão longe da influência de campanhas que informem a população contra a malária, além disso, estão próximas a zonas de matas, que somadas ao clima úmido e tropical do Brasil, caracterizam a zona endêmica dos mosquitos do gênero Anopheles. No entanto, a doença não possui apenas o Brasil com região endêmica, ele está mais fortemente ligada a países do continente Africano, inclusive, estima-se que cerca de 90% das mortes ocorram na África subsaariana, todavia, a malária acomete também países como a China e Portugal.
Essa perpetuação da malária nos países Africanos só confirma o perfil socioeconômico das maiores vítimas de malária, ou seja, a população que se encontra na linha de pobreza. Os índios, por sua vez, estão geralmente situados nas proximidades das matas, e convivem diretamente com o mosquito causador da doença.
Somado aos índices de pobreza e ao fator geográfico, a população também perece de malária por culpa da inobservância por parte do Estado. Tomando como exemplo o estado de Roraima, que assim como o Tocantins se situa na região norte do país, recebeu em agosto de 2021 8 motocicletas tipo crosser, 4 microscópios e 10 mil mosqueteiros, além de algum incentivo financeiro, que somando todos esses fatores totaliza R$ 678.485,00 tem-se um cenário que está longe do ideal. Isso por que a áreaterritorial do estado não pode ser percorrida por completo apenas por esses veículos, mesmo somando-se aos que já existem, e os 10 mil mosqueteiros não poderão proteger nem mesmo um décimo da população que está sujeita à malária no estado. Portanto, fica evidente que as políticas públicas devem ser mais generosas para auxiliar no combate à malária.
ETIOLOGIA
A malária foi descrita pela primeira vez por Hipócrates como uma doença de ocorrência sazonal e de febre com padrão paroxístico e intermitente mas acredita-se que ela seja mais antiga que a humanidade. Entretanto, apenas no século XIX o termo malária foi utilizado. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a malária como o maior problema de saúde pública entre os países de Terceiro Mundo por acometer cerca de um quarto da população mundial e por ocasionar a morte de 1,5 milhão a 3 milhões de pessoas/ano. A doença infecto-parasitaria distribui-se pela Ásia, África e pelas Américas e é a doença endêmica mundial mais prevalente. No Brasil, a malária possui foco de transmissão na região amazônica (99% dos casos) pelas características climáticas e ecológicas que são favoráveis à transmissão da doença.
Esta parasitose é causada por protozoários intraeritrocíticos obrigatórios do gênero Plasmodium (P. falciparum, P. malariae, P. vivax e P. ovale) que se multiplicam nos eritrócitos do homem. Os parasitas instalam-se nos eritrócitos, provocando hemólise e utilizando-se de ferro-heme para sua nutrição. No Brasil, as espécies que causam a malária são o P. vivax, o P. falciparum e, eventualmente, P. malariae. A espécie mais virulenta de malária é o P. falciparum, responsável por formas graves da doença, podendo levar o hospedeiro a óbito. Clinicamente a malária assemelha-se a infecções virais comuns, o que pode atrasar o diagnóstico correto da doença.
A transmissão pode ser feita através da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles, por transfusão sanguínea ou transmissão congênita. Os fatores condicionantes para a transmissão da doença estão relacionados ao agente etiológico, à população suscetível, ao vetor e as condições etiológicas, sociais, econômicas e culturais. Depois de repetidas infecções, o indivíduo desenvolve um certo grau de imunidade: quando reinfectados apresentam uma forma branda da doença, sem sintomas (o indivíduo desenvolve um certo grau de imunidade).
O período de incubação da doença pode ser maior em indivíduos que já foram previamente expostos, que já usaram antimaláricos de forma profilática ou que já trataram parcialmente a infecção. Porém, de modo geral, varia de acordo com a espécie de plasmódio, sendo de 8 a 12 dias para o P. falciparum, 13 a 17 dias para P. vivax e 28 a 30 dias para o P. malariae. 
A doença se manifesta por episódios de calafrios e de febre alta que duram de 3 a 4 horas, acompanhados de mal-estar, náuseas, cefaléias e dores articulares. Depois de 1 ou 2 dias o quadro volta a se repetir por semanas até que o paciente cure espontaneamente ou chegue a óbito devido a complicações renais, pulmonares e coma cerebral. Estudos demonstraram que os fatores de risco para a malária são a idade superior a 65 anos, o sexo feminino (muito relacionado com a gravidez), o estado não imune, a ausência de profilaxia antimalárica, o atraso no tratamento e a gravidade da doença.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico da malária é realizado por meio de exames de gota espessa (padrão ouro), também é realizado um esfregaço delgado e um teste rápido. Esse material coletado deve ser encaminhado a um laboratório central. Quando o caso é tido como suspeito recomenda-se coletar amostra para realizar um exame parasitológico, para encaminhar a coleta para o laboratório de referência deve-se realizar a coleta de um tubo de sangue com EDTA, a coleta deve ser feita no período febril, informações como data de início dos sintomas, sintomas precisam ser informados quando ocorre a coleta. 
O diagnóstico confirmatório da malária baseia-se no encontro de parasitos no sangue. O método mais utilizado é a microscopia através do exame de gota, a coleta desse exame é feita por punção digital e corada através do método de Walker. O exame da gota permite que seja feita a diferenciação das espécies de Plasmodium que estão circulando no sangue, em caso de dúvida, um esfregaço pode ser feito porque permite melhor uma melhor visualização das formas que estão ali presentes.
Esse diagnóstico também pode ser feito por teste rápido, que são simples, tem rápida análise e dispensa o uso de microscópio e diminui o custo da análise. Outro ponto importante é que esse diagnóstico deve ser fornecido pela rede municipal sem custo aos pacientes, em todo o país, deve-se ainda citar que em regiões endêmicas como é o caso do Norte do país os pacientes que chegam relatando picos de febre em determinados períodos já devem ser encaminhados para o teste, já que é característica do vírus romper hemácias e provocar esses picos febris. Os picos febris podem ser chamados de febre terçã, como nem sempre esses episódios de febre podem ser observados é necessário que haja uma investigação antes de fechar o diagnóstico. A crise aguda da doença é provocada por calafrios, febre e sudorese intensa, dura de 6 a 12h e pode cursar com temperatura igual ou superior de 40°C, a esses episódios pode ocorrer também cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos, em caráter mais grave pode vir ocorrer febre intermitente. 
O diagnóstico tardio é o que leva à gravidade da doença.
A dispensação de antimaláricos só deve ser feita com resultado laboratorial confirmado. Nos casos em que os sintomas persistem, ainda que o exame esteja negativo, deve-se repeti-lo a cada 24h. O objetivo do tratamento da malária é curar tanto a forma sanguínea quanto a forma hepática da doença e assim prevenir recorrência a partir de formas sanguíneas e ressurgimento a partir de formas hepáticas, desse modo a prescrição de acordo com o Guia de Tratamento da Malária disponibilizado pelo Ministério da Saúde prescreve a combinação de cloroquina e primaquina para tratar a doença. 
O tratamento realizado com cloroquina deve ser seguido por três dias e com a primaquina por sete dias. Como o tratamento deve ser bem explicado para o paciente, o Ministério da Saúde disponibiliza um esquema que deve ser entregue ao paciente, após confirmação e dispensação da medicação o paciente deve ser monitorado por agentes de saúde e em 15 dias deve retornar ao médico para ser novamente avaliado. Como a doença pode afetar órgãos essenciais como o fígado, onde causa diversas lesões, deve-se portanto, recomendar acompanhamento médico frequente para que outras complicações não venham a surgir. 
O tratamento da doença visa atingir o parasito em pontos importantes do ciclo evolutivo. Um dos pontos chave é a interrupção do rompimento de hemácias, responsável pelo patogenia e manifestação clínica da infecção. O objetivo da tratamento visa interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de drogas que impedem o desenvolvimento de formas sexuadas dos gametócitos. 
REFERÊNCIAS
1. Alves, Maria José Chinelatto Pinheiro et al. Aspectos sócio-econômicos dos indivíduos com malária importada na região metropolitana de São Paulo, Brasil: I - Caracterização da população e conhecimento sobre a doença. Revista de Saúde Pública [online]. 1990, v. 24, n. 4. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-89101990000400001. Acesso em: 15 de maio. 2022.
2. MALÁRIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2022. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mal%C3%A1ria&oldid=62927121>. Acesso em: 30 jan. 2022.
3. Governo Federal, Ministério de Saúde. Malária. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria. Acesso em: 10 de maio. 2022.
4. Governo de Roraima. COMBATE À MALÁRIA, Governo entrega equipamentos para reforçar o combate à doença nos municípios. Disponível em: https://portal.rr.gov.br/noticias/item/4273-combate-a-malaria-governo-entrega-equipamentos-para-reforcar-o-combate-a-doenca-nos-municipios.Acesso em: 10 de maio. 2022.
5. Brandão Gama, July Karoline; Chalkidis, Hipócrates. Perfil epidemiológico da Malária. Brazilian Jornal of Development, 2022. Disponível em: https://brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/41999/pdf. Acesso em: 10 de maio. 2022.
6. TAUIL, Pedro Luiz. Malária no Brasil: epidemiologia e controle. In: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil 2009. Brasília: Ministério da Saúde, 2010, p. 223-240. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2013/Fev/28/saudebrasil2009_parte2_cap8.pdf>. Acesso em: 14 maio 2013.
7. Lapouble, Oscar Martin Mesones, Ana Carolina Faria Santelli, and Maria Imaculada Muniz-Junqueira. "Situação epidemiológica da malária na região amazônica brasileira, 2003 a 2012." Revista Panamericana de Salud Pública 38 (2015): 300-306.
8. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações / Rede Interagencial de Informação para a Saúde - Ripsa. – 2. ed. – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. 349 p.: il.
9. 04085342-guia-tratamento-malaria-14ago20-isbn.pdf (cevs.rs.gov.br) 
10. Diagnóstico e Tratamento - Centro Estadual de Vigilância em Saúde (cevs.rs.gov.br)
11. esquemas-tratamento-malaria_15out21_internet.pdf (www.gov.br)
12. NORMAS DE DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DA MALARIA GRAVE (severemalaria.org)

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