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5 Desafios Educação das Relações Étnico- Raciais - FCE

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Desafio 1
O que se propõe com a ideia da inclusão escolar é estender, a todos aqueles que possam ser considerados “diferentes”, um espaço garantido nas escolas para que os alunos desfrutem com equidade o processo de escolarização. Esse conceito de diferença, considerando a escola e o currículo, pode ser entendido como diversidade ou identidade.
Com base nisso, neste Desafio, considere o caso apresentado a seguir.
A partir do que foi exposto, suponha que você, no papel de pedagogo, foi chamado para intervir nessa situação. Dessa forma, explique como você lidaria com esse problema e o que poderia ser feito.
Resposta 
Algumas ações podem ser postas em prática para resolver esse conflito.
Em um primeiro momento, deve-se enfatizar as questões envolvendo as diferenças individuais e culturais que existem entre todos aqueles que compõem a escola.
Partindo dos preceitos das relações étnico-raciais, é possível desenvolver projetos abrangendo a afirmação dessa etnia indígena e dando a conhecer o legado dos povos na formação da identidade nacional.
Além disso, chamar, pra uma conversa junto ao orientador da escola, os alunos que estão praticando bullying e,se necessário, comunicar seus responsáveis. Ressalta-se, ainda, que, segundo a Constituição Federal de 1988, Cap. III, seção I, art. 205, a educação é um direito de todos.
Desafio 2
Uma comparação de estudantes norte-americanos com estudantes chineses, japoneses e taiwaneses revelou que os norte-americanos tendem a realizar seus trabalhos de maneira mais independente, enquanto os estudantes asiáticos costumam trabalhar em grupos. Essas diferenças culturais foram descritas por John Santrock, em seu livro Psicologia Educacional (ArtMed, 2011), em dois termos apresentados logo abaixo:
• Individualismo: refere-se a um conjunto de valores que priorizam objetivos pessoais em vez de objetivos de grupo. Valores individualistas incluem sentir-se bem, ter preferências pessoais e independência. Muitas culturas ocidentais como as dos Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha e Holanda são descritas como individualistas.
• Coletivismo: consiste em um conjunto de valores que dão suporte ao grupo. Objetivos pessoais estão subordinados à preservação da integridade do grupo, à interdependência e a relacionamentos harmoniosos. Muitas culturas orientais como as da China, Japão, Índia e Tailândia são rotuladas de coletivistas. A cultura mexicana também tem uma característica coletivista mais forte do que a cultura norte-americana, por exemplo.
Críticos argumentam que a ênfase ocidental no individualismo enfraquece a necessidade da espécie humana de relacionamento. Alguns cientistas sociais acreditam que muitos problemas nas culturas ocidentais se intensificaram por causa dessa ênfase no individualismo. Comparada a outras culturas coletivistas, as culturas individualistas costumam apresentar taxas maiores de suicídio, consumo de drogas, criminalidade, gravidez precoce, divórcios, abuso infantil e problemas mentais.
No entanto, independentemente da origem cultural, as pessoas precisam de um senso positivo do self e de conectividade com os outros para se desenvolverem plenamente como seres humanos. Um professor pode levar para a sala de aula e para o relacionamento com os responsáveis pelos alunos, colegas de trabalho e comunidade os traços de sua cultura originária.
Diante do exposto, seu desafio consiste em apontar ao menos duas propostas de ação para os seguintes casos:
1) Você é influenciado por uma cultura individualista e precisa interagir mais eficientemente com alunos, pais e equipe escolar de uma cultura coletivista.
2) Você é influenciado por uma cultura coletivista e deverá interagir mais eficientemente com alunos, pais e equipe escolar de culturas individualistas.
Resposta
1) Você é influenciado por uma cultura individualista e precisa interagir mais eficientemente com alunos, pais e equipe escolar de uma cultura coletivista:
Dê mais ênfase à cooperação do que à competição. Se for preciso criticar, faça isso com cuidado e somente em particular. Evite criticar aspectos culturais coletivistas, mesmo que você não concorde com eles. Cultive relacionamentos duradouros. Seja paciente. As pessoas de culturas coletivistas gostam de lidar com "velhos amigos". Demonstre boa vontade diante das tradições dos alunos e de seus familiares, além de seus colegas de trabalho.
2) Se você for um coletivista, as estratégias a seguir o ajudarão a interagir mais eficientemente com alunos, pais e equipe escolar de culturas individualistas:
Elogie a pessoa mais do que você está acostumado a fazer em sua cultura. Procure não se sentir ameaçado se o individualista agir de maneira competitiva. Procure não impor sua cultura, valores, tradições a outras pessoas. Tenha uma postura sem preconceitos. Sugira momentos de cooperação, mas aceite as exigências dos momentos de competição.
Desafio 3
O Fórum Social Mundial é um evento que foi idealizado por movimentos sociais do mundo inteiro com o objetivo de pensar estratégias de transformação social. Na primeira edição do evento, em 2001, foram realizadas 16 conferências e 22 testemunhos.
Você foi convidado para palestrar nesse fórum em um dos painéis que trata de questões sobre ética, falando sobre ética e questões étnicas.
A partir desses questionamentos, qual seria a sua resposta?
Resposta
No entendimento das Ciências Humanas e da política brasileira, por exemplo, o conceito de raça traz consigo alguns problemas que precisam ser levados em consideração. Tal conceito não está fundamentado nas questões biológicas, mas traz consigo um sentido sociológico relacionado à determinada identidade cultural, marcado por questões físicas e fortemente associado a valores morais, culturais e intelectuais.
Já o conceito de etnia relaciona-se aos indivíduos que compartilham uma herança social e cultural que é transmitida de uma geração para a outra. Nesse sentido, etnia se refere aos aspectos culturais e carrega um sentido político de afirmação da diferença cultural no sentido de valorização humana.
Sujeitos relacionados a grupos raciais distintos podem ser alocados no mesmo grupo étnico, pois, além das características físicas, existe resgate do pertencimento e do passado comum.
Desafio 4
Passados mais de 10 anos desde a criação da Lei nº 10.639/2003, o que se percebe na prática escolar, ainda, é o despreparo para trabalhar com as temáticas afro-brasileiras em sala de aula, juntamente com o desconhecimento, por parte dos professores, de uma historiografia que reconheça os negros em seu papel de protagonismo ou, então, a manutenção de materiais didáticos que os deixem à margem da História do Brasil.
Em meados dos anos 1970, por exemplo, ocorreu no Brasil um fenômeno da juventude escolarizada pelo regime militar, dos jovens negros motivados pelos Direitos Civis conquistados nos Estados Unidos com o Movimento Black Power, as guerrilhas na África e o surgimento de novos países africanos de língua portuguesa. Esses jovens negros brasileiros empreenderam um esforço de apropriação das questões políticas e sociais dos negros norte-americanos e em diálogo com uma África – imaginada –, assim, diante do fracasso do projeto integrador dos anos 1960, organizaram-se em grupos que promoviam os Bailes Black. Artistas como Tony Tornado, Wilson Simonal e King Combo destacaram-se com suas performances musicais revestidas de cunho político, no que viria depois a ser conhecido como o Movimento Black Rio, conforme você pode ver no vídeo a seguir:
Você, professor de uma escola pública de Ensino Fundamental, sabe que a História do Brasil é marcada por diversos recortes historiográficos como esse, mas que, no entanto, continuam desconhecidos no contexto escolar e na sociedade. Além disso, o livro didático disponibilizado em sua escola não traz contextualizações para além daquelas do período colonial brasileiro.
Dessa forma, escreva um texto, amparado pelo que é previsto na Lei nº 10.639/2003, que explique os seguintes pontos:
1. Como professor, qual o seu papel diante das históriascomo a do Movimento Black Rio, abordada no vídeo?
2. Qual o seu papel junto ao corpo docente e à comunidade escolar?
3. Como desenvolver aulas que problematizem essa ausência historiográfica do livro didático?
Resposta
Como professor, o conhecimento do que prevê a Lei nº 10.639/2003 deve sempre amparar a construção do conhecimento em sala de aula, mas não somente isso. Seu entendimento da legislação e da necessidade de sua prática deve projetar-se para além da sala de aula, de forma a contribuir com a disseminação do conhecimento sobre a Lei e sobre a importância de trabalhar-se a contribuição cultural dos africanos e dos afrodescentes na formação da cultura brasileira. Por esse motivo, histórias como a apresentada no vídeo não podem ser ignoradas pelos professores, pois representam uma importante fonte histórica, pautada pela memória dos personagens que viveram o período da Ditadura Militar, de protagonismo afro-brasileiro.
Dessa forma, o professor precisa alinhar-se com o corpo docente e toda a comunidade escolar, a fim de garantir os meios necessários para tornar popular essa nova historiografia, priorizando, se for o caso, filmes, documentários, reportagens e livros independentes, que já operem dentro da lógica de ensino regulamentada pela nova legislação.
Assim, o professor estará reconhecendo o espaço da sala de aula como um ambiente para pensar-se a cultura e a presença do negro no Brasil de maneira não estereotipada, apresentando suas lutas contemporâneas pela inclusão social, por políticas públicas destinadas à maior presença do negro no mercado de trabalho e nos campos educacionais, e também a efetiva aplicabilidade das leis que buscam a criminalização do racismo e a plena aceitação e o respeito à cultura e à herança histórica dos africanos e dos afrodescendentes.
Além disso, é imprescindível que o professor também tenha ciência de que a aula, com base nos princípios previstos na Lei, deve servir ao propósito de problematizar as causas históricas que revelam por que o protagonismo dos movimentos negros esteve durante tanto tempo às margens da História do Brasil, contribuindo, dessa forma, para uma educação que permita aos alunos e às novas gerações um olhar crítico diante da historiografia, da mídia e das práticas sociais.
Desafio 5
A diversidade étnica no Brasil ainda gera situações envolvendo preconceitos. Mesmo a escola não é um ambiente neutro. Nela a discriminação étnica pode ser percebida de várias maneiras. Apelidos, por exemplo, muitas vezes se mostram como formas brandas de racismo ou de intolerância. Os esteriótipos são também um outro elemento que traduz a dificuldade de se repeitar aquele que é etnicamente diferente. Assim o oriental leva fama de "japa", alguém inteligente mas pouco capaz de se entregar às práticas lúdicas e o nordestino é comumente o "cearense" ou o "baiano", pouco importando sua proveniência e ou a riqueza de sua cultura natal.
Mas a escola é também capaz de contribuir para uma convivência pacífica entre pessoas de diferentes raças e proveniências, de modo que a temática do preconceito e da discriminação possam ser indubitavelmente trabalhadas em sala de aula. Imagine-se agora como um professor do quinto ano do ensino fundamental em uma cidade como São Paulo, que recebe um grande número de imigrantes. Em sua sala, há alunos de múltiplas proveniências e uma multiplicidades de raças e etnias.
Você sabe que alguns de seus alunos já foram vítimas de discriminação e preconceito, enquanto outros são muitas vezes valorizados por seus traços físicos ou pela cor de seus olhos. Seu desafio consiste em elaborar e descrever uma atividade a ser realizada nesta classe descrita acima. Como trabalhar com estes alunos, de maneira efetiva, a temática da discriminação e do preconceito, de modo a se estabelecer relações igualitárias e multiculturais em sua sala de aula?
Resposta
Em vista da multiplicidade de ideias e de respostas que atende ao desafio proposto, apresentamos a seguir, como padrão de resposta, algumas possibilidades inspiradas no artigo Como trabalhar relações raciais com crianças das séries iniciais: uma pesquisa-ação em uma escola da periferia do Recife, que contém a descrição de um trabalho realizado na periferia do Recife, cuja demanda é semelhante à do nosso desafio:
"Como trabalhar relações raciais com crianças das séries iniciais"
- Trabalhar com os alunos a realidade da comunidade onde a escola está inserida, e seus grupos de composição, valorizando as diferentes origens dos moradores.
- Apresentar dados consultados em órgãos públicos sobre o número de imigrantes da cidade e apresentar contribuições destes grupos na construção cultural do município ou da comunidade. Resgatar as histórias dos diversos grupos.
- Propor que os alunos façam pesquisas em que apresentem situações do cotidiano que manifestem a discriminação.
- Promover uma série de debates sobre o tema do preconceito e da discriminação.
- Trabalhar um texto literário que ajude a aprofundar a questão da alteridade e do se colocar "na pele" do outro.
- Trabalhar filmes que abordem o tema, como por exemplo o filme Escritores da Liberdade (Título Original: Freedom Writers, 2007)
- Trabalhar conceitos, questionando aos alunos sobre o que é o preconceito? O que é a discriminação? Qual a diferença entre os dois conceitos? Como abolir o preconceito e a discriminação?

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