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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA KRISSIA VITÓRIA DO NASCIMENTO MORAIS LABORATORIO DE FENOMENOS DE TRANSPORTE RECIFE 2022 KRISSIA VITÓRIA DO NASCIMENTO MORAIS 2 LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE Relatório apresentado no curso de Engenharia Química da Universidade Federal de Pernambuco como parte da avaliação da disciplina de Fenômenos de Transporte. RECIFE 2022 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..........................................................................................4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................4 2.1. ROTÂMETRO....................................................................................4 2.2. BOMBA PERISTÁLTICA...................................................................5 2.3. BOMBA CENTRÍFUGA.....................................................................6 2.4. PERDA DE CARGA..........................................................................7 3. METODOLOGIA......................................................................................9 3.1. ROTÂMETRO...................................................................................9 3.2. BOMBA PERISTÁLTICA...................................................................9 3.3. BOMBA CENTRÍFUGA.....................................................................9 3.4. PERDA DE CARGA..........................................................................9 4. RESULTADOS........................................................................................10 4.1. ROTÂMETRO...................................................................................10 4.2. BOMBA PERISTÁLTICA..................................................................11 4.3. BOMBA CENTRÍFUGA.....................................................................12 4.4. PERDA DE CARGA..........................................................................13 5. CONCLUSÃO..........................................................................................20 6. REFERÊNCIAS.......................................................................................21 4 1. INTRODUÇÃO A palavra hidráulica tem por significado “condução de água” (do grego hydor, água e aulos, tubo, condução). Entretanto, atualmente, esse termo tem uma definição muito mais abrangente; estudando o comportamento não só o comportamento de água, mas também de outros líquidos, tanto em estado de repouso quanto movimento (NETTO, 2018). No Egito, existem vestígios de canais de irrigação da época pré-histórica; o Nilo foi represado há aproximadamente seis mil anos para abastecimento de água. Aquedutos subterrâneos foram feitos a partir de escavação em rochas com uma grande distância. No Paquistão, há cerca de 5 mil anos, sistema de drenagem e de abastecimento de água foram implantados por meio de canalizações cerâmicas (CIRILO). A partir disso, pode-se perceber que a humanidade já fazia uso de ações para controlar o fluxo de água, o que contribuiu para o desenvolvimento das mesmas. Na contemporaneidade, a hidráulica pode ser aplicada nos veículos de transporte, construção civil, extração mineral e até na indústria aeroespacial (GOMES, 2008). Diante disso, é indiscutível a importância da hidráulica, principalmente para engenharias, já que ela está envolvida em diversos processos da área. Assim, a prática realizada teve como finalidade o aprofundamento do conhecimento na disciplina ao avaliar a vazão em dois equipamentos: a bomba peristáltica e o rotâmetro. Além disso, interpretar o funcionamento de uma bomba centrífuga e o cálculo da perda de carga. 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1. ROTÂMETRO Em relação ao escoamento dos fluidos, o controle e a medição de fluxo são de suma importância em qualquer processo. Assim, os medidores de fluxo são utilizados tanto em gases, quanto para líquidos, a fim de indicar a taxa de fluxo de um fluído. O rotâmetro é um medidor de vazão industrial, utilizado para medir a vazão de líquidos e gases. Consiste, basicamente, em um tubo graduado transparente que possui em seu interior um flutuador que se move livremente. A sua operação se baseia no princípio de área variável: a vazão do fluido eleva o flutuador, aumentando a área de passagem do fluido. Quanto maior for a vazão, mais alto será elevado o flutuador, sendo a altura do flutuador diretamente proporcional à 5 taxa de vazão. Em líquidos, a elevação do flutuador é dada pela combinação da flutuabilidade do líquido com a altura manométrica da velocidade do fluido. O equilíbrio é atingido quando a força exercida pelo fluido em vazão é igual á força gravitacional exercida pelo peso do flutuador. Quando se altera a vazão, perturba esse equilíbrio de forças. Assim, o flutuador sobe ou desce, alterando a área anular até alcançar uma posição onde as forças estejam novamente em equilíbrio, como pode ser visto na figura 1. Figura 1- Rotâmetro 2.2 BOMBA PERISTÁLTICA A bomba peristáltica tem seu funcionamento baseado na alternância de compressões e relaxamentos de uma mangueira, promovido pelo giro do rotor, isso possibilita a movimentação de dosagens precisas de um fluído. O aparelho consiste em um tipo de rotor com roletes, um cabeçote, e uma mangueira posicionada entre o rotor e o cabeçote. O fluido passa dentro de um tubo flexível que envolve a carcaça circular da bomba. Os roletes do rotor movem-se pela mangueira, comprimindo e movimentando a parte comprimida (POSSOBON, 2016). A figura 2 mostra um esquema simplificado de uma bomba peristáltica. É indicada para dosagem, medição, filtragem e transferência. 6 Figura 2- Esquema simplificado de uma bomba peristáltica 2.3 BOMBA CENTRÍFUGA As bombas centrífugas são numerosamente utilizadas em áreas industriais, tendo em vista a sua simplicidade de modelo, flexibilidade de aplicação e baixo custo de manutenção. Elas têm como princípio de funcionamento a transferência de energia mecânica em cinética, para o fluído que será bombeado; e esta energia cinética é transformada em energia potencial. Na sua forma, a bomba é constituída de um rotor que circula no interior de uma carcaça, como mostra a figura 3. O fluido entra na bomba arredor do eixo do rotor e é lançado para a periferia pela ação centrífuga. A energia cinética é convertida quando o fluido sai do rotor e entra na voluta. Figura 3- Esquema de uma bomba centrífuga 7 2.4 PERDA DE CARGA As paredes das tubulações têm uma grande influência sobre seu escoamento interno, dissipando energia graças ao atrito. Assim, as partículas que ficam em contato com as paredes adquiram a velocidade da última, ou seja, nula; e dessa forma passam a influenciar as partículas vizinhas através da viscosidade e da turbulência, consumindo energia. Esse esvanecimento de energia provoca uma diminuição da pressão total do fluido ao longo do escoamento, esse fenômeno denomina-se perda de carga. As perdas de cargas podem ser distribuídas ou localizadas, isso vai depender do motivo que as causa. A primeira é causada pelas paredes dos tubos retilíneos, que originam uma perda de pressão distribuída ao longo do comprimento. Portanto, a pressão total diminui ao longo do comprimento. Enquanto a segunda é provocada pelos acessórios da canalização, isto é, as peças necessárias para o controle do fluxo de escoamento e montagem da tubulação, estas provocam variação na velocidade, intensificando a perda de cargas nesses pontos. Ao longo da história, vários hidráulicos estudaram o comportamento dos fluidos em escoamento. Dessa forma, foram propostas várias fórmulaspara o escoamento de água e outros fluídos. Todavia, a maioria se trata de fórmulas empíricas, ou seja, são resultados de observações, sendo assim aplicadas especificamente em algumas zonas. Dentre as fórmulas utilizadas para a determinação de perda de carga no escoamento de fluidos em tubulações de seções circulares, a equação 1, conhecida como fórmula universal ou fórmula de Darcy-Weisbach tem destaque. ∆𝐻 = 𝑓 𝐿.𝑉2 2.𝑔.𝐷 (Equação 1) O coeficiente de atrito, f, varia dependendo do material e da conservação das paredes da tubulação, sendo determinado pelo diagrama de Moody, mostrado na figura 4. 8 Figura 4- Diagrama de Moody A rugosidade relativa é uma relação entre a rugosidade do material e seu diâmetro, como visto na tabela 1. Em um escoamento laminar, o coeficiente de atrito f independe da rugosidade relativa e é função somente do número de Reynolds, mas para os outros tipos de escoamentos se faz necessário o uso da rugosidade relativa. Tabela 1- Valores de rugosidade média (e) Tipo de Material e (mm) Ferro fundido novo 0,26 -1 Ferro fundido enferrujado 1 – 1,5 Aço comercial 0,046 Aço asfaltado 0,04 Concreto centrifugado 0,07 9 3. METODOLOGIA 3.1 ROTÂMETRO Colocou-se a ponta da mangueira que saía do rotâmetro em uma proveta de 50 mL, que foi o recipiente utilizado para a medição. Em sequência, anotou- se o tempo necessário para que o fluido atingisse o volume desejado. Esse procedimento foi repetido 3 vezes em cada uma das 5 marcações, que foram, respectivamente, 50, 100, 150, 200 e 250. 3.2 BOMBA PERISTÁLTICA Para a realização do experimento, foi necessário passar colocar uma das extremidades da mangueira dentro de um béquer com água e ajustar a velocidade angular da bomba. Na outra extremidade da torneira, adicionou-se uma proveta que tinha como finalidade a medição. Ao ligar a bomba, foi cronometrado o tempo necessário para atingir o volume, previamente escolhido, de 2 mL. O processo foi repetido 3 vezes para 5 mudanças de rotação da bomba. 3.3 BOMBA CENTRÍFUGA Foi exposta uma bomba centrífuga, onde se pôde ter uma visão panorâmica da mesma. A bomba possuía um corte, que possibilitava a observação do interior da bomba. Assim, realizou-se um esboço. 3.4 PERDA DE CARGA Essa prática teve por objetivo o cálculo da perda de carga em diferentes vazões de uma tubulação exposta no laboratório. Com o auxílio de uma trena, mediu-se o comprimento das tubulações. Além disso, também havia perdas secundárias derivas de tês, válvula gaveta, esfera e globo, assim como também cotovelos, cantos vivos, expansões e contrações. 10 4. RESULTADOS 4.1 ROTÂMETRO Através dos dados obtidos, calculou-se o desvio padrão e o tempo médio necessário para alcançar o volume de 50 mL na proveta em cada uma das 5 marcações. Na tabela 1 é exposto esses dados. O procedimento foi realizado 3 vezes a fim de minimizar os erros de medição, tendo em vista que o cronômetro é a principal fonte de erro. Isso ocorre porque o fim da medição depende de uma resposta humana. Tabela 2- Dados do rotâmetro Marcações do Rotâmetro Volume (mL) T1 (s) T2 (s) T3 (s) Tmédio (s) Desvio padrão Vazão 50 50 3,39 3,33 3,46 3,393 0,0650641 14,7347731 100 50 1,81 1,67 1,82 1,787 0,1040833 27,9850746 150 50 1,27 1,12 1,11 1,167 0,0896289 42,8571429 200 50 0,85 0,83 0,81 0,830 0,02 60,2409637 250 50 0,72 0,69 0,74 0,717 0,02516615 69,7674419 Com base nos dados, é possível observar que em marcações maiores, o recipiente era preenchido mais rapidamente. Isso exigia dos operadores uma maior atenção, aumentando a precisão e, consequentemente, reduzindo o erro, o que justifica a diminuição do desvio padrão. 11 Gráfico 1- Relação da vazão e as marcações no rotâmetro 4.2 BOMBA PERISTÁLTICA Os dados obtidos nesse experimento estão expostos na tabela 2, e, a partir deles, construiu-se o gráfico 2. Tabela 3-Dados da bomba peristáltica Mudança Volume (mL) T1 (s) T2 (s) T3 (s) Tmédio (s) Desvio padrão Vazão 1 2 46,76 44,49 45,04 45,43 1,1841877 0,04402377 2 2 28,90 28,47 28,47 28,61 0,2826061 0,06989748 3 2 28,48 28,86 28,82 28,72 0,2088061 0,06963788 4 2 28,03 28,06 27,64 27,91 0,2343075 0,07165890 5 2 27,35 27,94 28,06 27,78 0,3800439 0,071985 0 10 20 30 40 50 60 70 80 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 2 5 0 VAZÃO X MARCAÇÃO Marcações do rotâmetro 12 Gráfico 2- Ponto em relação a vazão Em vista disso, observa-se que o primeiro pronto apresentou um desvio padrão muito maior em relação aos outros. Isso mostra que ocorreu erros de medição, levando em consideração que foi utilizado uma proveta de 2 mL, a visualização da chegada no volume final era dificultosa. 4.3 BOMBA CENTRÍFUGA O esboço realizado em laboratório é exibido na figura 5. A bomba centrífuga funciona baseada na força centrífugo. Seus principais elementos, vistos na figura 6 são o rotor, o eixo, que rotaciona e faz o rotor girar também, a sucção da bomba, que fica próxima do rotor; logo também irá rotacionar em conjunto com o rotor e fazer com que o líquido seja lançado no local de descarga. 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 1 2 3 4 5 Ponto x Vazão Ponto x Vazão 13 Figura 5 - Esboço da bomba centrífuga Figura 6- Principais elementos da bomba centrífuga 4.4 PERDA DE CARGA Na figura 7 mostra-se o percurso escolhido no sistema de tubulação, assim como também todos seus acessórios. A tubulação era de ferro fundido e composta por seções de uma e duas polegadas de diâmetro. 14 Figura 7- Circuito do sistema de tubulação para perda de carga Para realizar os cálculos de perda de carga foram utilizadas 4 vazões distintas, fornecidas pelo professor. Nesse sistema, o tanque de sucção é equivalente ao tanque de descarga, apresentando um comprimento de 56 cm e considerando que o tanque estava preenchido até a metade. Em primeiro momento, precisou realizar a conversão das unidades, já que as vazões foram fornecidas em m3/h e seu uso é feito em m3/s. A fim de obter a curva da vazão, utilizou-se uma vazão inicial de 0 m3/s e a determinação do ponto fina foi feito a partir da equação 2. 𝐻𝑡 = ±𝑆 ± 𝑆 + 𝐻𝑆 + 𝐻𝑙 + 𝑃𝐷 − 𝑃𝑆 (Equação 2) Assim, os valores obtidos paras perdas de carga primária e secundária foram: • Para a vazão de 0,1 m3/h 15 Tabela 4 - Dados utilizados para a vazão de 0,1 m3/h Tabela 5- Perda de carga primária para a vazão de 0,1 m3/h Tabela 6 - Perda de carga secundária para a vazão de 0,1 m3/h • Para a vazão de 0,5 m3/h 16 Tabela 7- Dados utilizados para a vazão de 0,5 m3/h Tabela 8- Perda de carga primária para a vazão 0,5 m3/h Tabela 9 -Perda de carga secundária para a vazão de 0,5 m3/h • Para a vazão de 1 m3/h 17 Tabela 10-Dados utilizados para a vazão de 1 m3/h Tabela 11-Perda de carga primária para a vazão 1 m3/h Tabela 12- Perda de carga secundária para a vazão de 1 m3/h • Para a vazão de 2 m3/h 18 Tabela 13-Dados utilizados para a vazão de 2 m3/h Tabela 14- Perda de carga primária para a vazão 2 m3/h Tabela 15-Perda de carga secundária para a vazão de 2 m3/h A partir desses dados, montou-se a tabela 16, onde fica em evidência as vazões e suas respectivas alturas totais. Assim, foi obtido o gráfico 3, que representa a curva da vazão. 19 Tabela 16- Vazões e alturas obtidas Vazão m3/h) Altura (m) 0 0,9 0,1 0,91 0,5 1,06 1 1,47 2 3,08 Gráfico 3- Vazão em função da altura total 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 0 0,1 0,5 1 2 Curva de alturas Curva de alturas 20 5. CONCLUSÃO Diante do exposto e levando em consideração a grande abrangência das aplicações da mecânicados fluídos, principalmente na engenharia, é indiscutível a importância dos experimentos realizados. Além disso, também ficou em evidência a necessidade de calibrar os experimentos para, enfim, utilizados. Apesar dos erros encontrados, os mesmos são mínimos em relação ao processo experimental, sendo assim descartados. Dessa forma, os experimentos foram capazes de obter os resultados esperados. 21 6. REFERÊNCIAS CIRILO, José Almir. DA HIDRÁULICA, UM POUCO DA HISTÓRIA. HIDRÁULICA AMBIENTAL. CUBAS, Jhoan Miguel Cubas et al. Estudo experimental do escoamento bifásico ar-água em uma bomba centrífuga radial. 2017. Dissertação de Mestrado. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. DIAS FILHO, Jose Pedro. Metodologia para calibração de rotâmetro de água operando com o fluído R134A. 2006. GOMES, Marcio Rodrigues; ANDRADE, Marcos; FERRAZ, Fábio. Apostila de hidráulica. Santo Amaro-BA: Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia, p. 11-28, 2008. NETTO, Azevedo; Y FERNÁNDEZ, Miguel Fernández. Manual de hidráulica. Editora Blucher, 2018. PINOTTI JUNIOR, Mario et al. Medidores de vazão. 1980. POSSOBON, Renata. BOMBA PERISTÁLTICA. 2016. Tese de Doutorado. INSTITUTO DE FÍSICA GLEB WATAGHIN.
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